Autor: Estevan Rodrigues Vilhena de Alcântara - Professor de História na Escola Estadual Professor Morais
Tema: IMPÉRIO ÁRABE E O ISLAMISMO
Mundo Árabe
Se desenvolveram a partir da península Arábica, viviam em clãs ou grupos
familiares, chefiados pelos sheiks (xeiques - anciões). Estes clãs se dividiam em
dois grupos distintos, um grupo litorâneo com costumes sedentários, dedicados
ao comercio e possuíam contato com outras civilizações, e o grupo do deserto
com costumes seminômades, criando ovelhas,cabras, camelos e dromedários.
Até o inicio do século VII, não possuíam unidade política, seus laços
estavam vinculados por laços parentescos e elementos culturais comuns.
Possuíam idioma comum e crenças religiosas semelhantes. Em Meca, havia a
Caaba, um templo construído por Abraão, considerada o centro do mundo e
ponte de ligação entre deuses e humanos. Por ser centro religioso, Meca se
tornou a principal cidade da península e centro comercial.
O Estado árabe ocorreu juntamente com a criação do islã, religião
monoteísta criada por Maomé (570-632), seus seguidores são chamados de
mulçumanos (do árabe muslim, "entrega a Deus"). Por volta de 610 ( Maomé com
40 anos, pela versão tradicional), um anjo de nome Gabriel, apareceu e disse que
ele era o emissário de Alá ("o Deus"). O profeta iniciou suas pregações religiosas,
contrariando os sacerdotes e comerciantes de Meca, fugindo foi para Yatreb
(mais tarde chamada de Medina, "cidade do profeta"), esse episodio ficou
conhecido como Hégira ou fuga (emigração), iniciando o calendário mulçumano.
Em Medina, Maomé expandiu o islã e juntamente com os fiéis, formou
um exercito onde conquistaram e tomaram Meca, destruindo os ídolos da Caaba
e o transformando em um centro de orações. Esta nova religião unificou os povos
árabes, formando uma nova organização política e social, criando o primeiro
Estado mulçumano.
Fundamentos Islâmicos
A religião prega a submissão dos fiéis à vontade de Alá. Essa submissão é
chamada de islã ou islão, derivando a palavra islamismo. Seus fundamentos estão
descritos no Corão (também chamado de Alcorão, "a leitura). Os ensinamentos
básicos são: crer em Alá e em Maomé, fazer cinco orações diárias, ser generoso
com os pobres e fazer caridade, ir a Meca pelo menos uma vez na vida, cumprir o
jejum no mês do Ramadã, do nascer ao pôr do sol.
O Corão também inclui normas juridicas, morais e políticas. Por ele, os
fiéis estão proibidos de comer carne de porco, consumir bebida alcoólica, praticar
jogos de azar, a não cumprir com suas obrigações para com seus pais, etc. Com
relação a escravidão, era proibido escravizar pessoas da mesma religião.
Com a morte de Maomé em 632, o Estado mulçumano passou a ser
governado pelo califa (sucessor do profeta), surgindo atritos políticos e religiosos,
dividindo-se em grupos, sendo os que se destacam: sunitas e xiitas.
Os sunitas defendem que o Chefe de Estado seja um califa, homem
honroso, trabalhador e respeitador do Corão e das tradições (denominadas Suna,
registrada no hadic ou hadith). E os xiitas que defendem que o Chefe de Estado
seja um descendente direto de Maomé, sendo o Corão a única fonte sagrada da
religião e leis, tendo como os Aiatolás (chefes das comunidades islâmicas) os
homens a serem obedecidos por serem inspirados diretamente por Alá.
Expansão Islâmica
Após a morte do profeta Maomé, os califas expandiram os territórios
árabes para além da península arábica. Alguns motivos podem ser levantados
para a expansão, como: crescimento populacional, busca por terras férteis,
ampliação do comercio e a "jihad" ou guerra santa.
Iniciaram com as terras ao norte e oriente, Síria, Palestina, Egito, depois
Pérsia, Índia e China. Em um segundo momento seguiram para o ocidente e
Europa, chegando a conquistar a península ibérica (hoje Portugal e Espanha), esta
dominação perdurou por cerca de 700 anos. Foram barrados pelos francos na
tentativa de expandir para a Europa.
Declínio do Mundo Islâmico
O império árabe sofreu com a fragmentação do poder, com os califados
independentes e a formação de estados mulçumanos independentes. Além disso,
sofreram com os ataques dos povos Turcos, berberes (vindo do deserto do Saara)
e mongóis, como também, com epidemias mortais. A expulsão da península
ibérica se deu pela união dos reinos cristãos e ficou conhecido como a
Reconquista, formando os Estados de Portugal e Espanha.