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Sob esse olhar, “Amauri Mascaro faz interessante comparação entre o juiz e o
historiador”:
Ainda segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, “os meios de prova na CLT estão
previstos basicamente nos artigos 818 a 830”.
Conforme tudo o que já foi dito, vale ressaltar que sobre a conceituação, de
acordo com o dicionário “técnico jurídico da editora Rideel (2011, p.494-5) as provas
são: Meios regulares e admissíveis em lei, utilizados para demonstrar a verdade ou
falsidade de fato conhecido ou controvertido ou para convencer da certeza de ato ou fato
jurídico. Objetivamente, é todo meio lícito usado pela parte ou interessado na
demonstração daquilo que alega. Subjetivamente, é qualquer meio lícito capaz de levar
o juiz a convencer-se da verdade de uma alegação da parte. [...]”
Por fim, chama-se de provas os meios que servem para dar conhecimento de um
fato, e por isso a fornecer a demonstração e a formar a convicção da verdade do próprio
fato; e chama-se instrução probatória a fase do 1133/2961processo dirigida a formar e
colher as provas necessárias para essa finalidade
Para poder responder a esse questionamento, se faz mister viajar aos primeiros
anos da raça humana. Passar pelas fases mais obscuras dos tempos antigos e medievais,
com seus feudos e por fim adentrar no mundo moderno, com o fortalecimento do Estado
como figura central criação e aplicação da lei.
Na medida que a sociedade evoluía, o direito também evoluiu. Agora não mais
quem é mais forte tem razão e nem caberia a Igreja ditar, por princípios divino, quem
era o vitorioso nos embates. Assim continua o autor a nos explicar: “À medida que a
sociedade se desenvolvia, o Estado se fortalecia, surgindo mecanismos de estruturação e
administração social. Dentro das relações de conflito, surgiu a arbitragem obrigatória,
havendo, a partir de então, a predominância da justiça pública sobre a privada, sendo a
religião deixada fora do processo de solução dos conflitos. Assim, necessária passou a
ser a demonstração dos argumentos trazidos para que a parte fosse vitoriosa em sua
pretensão, abrindo-se, dessa forma, o campo para a produção de provas dos
acontecimentos e fatos”.
Além dos fatos incontroversos, também não são objeto de prova, de acordo
com o artigo 374 do CPC, os fatos notórios, os em cujo favor milita presunção legal de
existência ou de verdade e os fatos admitidos por uma parte e confessados pela outra
(estes também são incontroversos).
Questão 6
A prova, em processo trabalhista, submete-se aos princípios
fundamentais que seguem.
Questão 8
Princípio da necessidade da prova: Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, o
princípio da necessidade da prova determina que as alegações das partes em juízo não
são suficientes para demonstrar a verdade ou não de determinado fato. É necessário que
a parte faça prova de suas alegações, pois os fatos não provados são inexistentes no
processo.
Neste sentido podemos entender que, tal princípio determina que os fatos
alegados devem vir acompanhados de provas que possibilitem o reconhecimento do
direito, com isso o julgador não pode se deixar levar pelas arguições das partes, pois,
mesmo que as disposições sejam cristalinas e convincentes, caso não exista prova capaz
de comprovar os fatos narrados, a decisão deverá ser no sentido das provas e não das
disposições dos litigantes.
Princípio da unidade da prova: Este princípio no ensina que embora a prova
possa ser constituída de diversas modalidades, a mesma deve ser apreciada em sua
totalidade, formando uma unidade, de tal maneira que se for apreciada de modo
estranho a este acabará sendo errôneo observa-las separadamente.
Por esse princípio uma vez tendo sido produzida a prova, pouco importando
quem seja o responsável pela introdução de tal prova no processo, a mesma gerará
efeitos para todos os sujeitos processuais indistintamente, inclusive para aqueles que
nada tiverem a ver com a produção da prova.
Este princípio vem de encontro com o interesse geral de que não seja deformada
a realidade, e para tanto as partes devem colaborar para que a vontade da lei possa ser
exercida pelo órgão judicial sem vícios decorrentes de uma impressão calcada em falsas
realidades.
Este princípio não deve ser interpretado de maneira absoluta, uma vez
que a hipossuficiência de uma das partes, poderá quebrar a isonomia processual,
especificamente no que tange à valoração e ônus da prova.
Imediação: Esse princípio significa que não só a direção da prova pelo juiz, mas
a sua intervenção direta na instrução probatória, é mais facilitada quando o processo é
fundado na oralidade, como no caso trabalhista.
Verdade real e verdade formal são inconfundíveis para os fins da teoria da prova.
A primeira decorre dos fatos que realmente acontecem na vida, ou seja, a verdade em si;
a segunda corresponde aos elementos constantes dos autos, como resultado das provas
produzidas pelos sujeitos do processo.
1) a defesa pode ser verbal – o réu dispõe de 20 (vinte) minutos – art. 847 da CLT;
4) as razões finais podem ser feitas oralmente – cada parte dispõe de 10 (dez) minutos –
art. 850, caput, da CLT
Questão 9
A prova, conforme Marinoni e Arenhart, não tem como objetivo provar fatos e sim as
‘afirmações de fato’, ou seja, a alegação que pode ou não ter relação com o que se
passou (MARINONI, Luiz Guilherme apud BEZERRA, Carlos Henrique, 2012, p.604).
O processo deixa claro que existem duas faces da ideia de verdade: real e formal. De
acordo com a primeira, os fatos que aconteceram na vida serão os relevantes; de acordo
com a segunda, se limita os elementos analisados nos autos, sendo tudo baseado nas
provas produzidas pelas partes do litígio.
Tais questões podem ser de grande ganho para se impedir a produção das provas ilícitas,
ou seja, o juiz pode aferir a verossimilhanças entre o que disse as partes. Tal fato
encontra total respaldo constitucional, conforme o que é expresso no artigo 5º, LVI: ‘são
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos’. Tal vedação não tem
aplicabilidade apenas no Processo Trabalhistas, mas também no CPC, como diz o artigo
369: ‘As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como moralmente
legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em
que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz’. Tal
vedação respalda na tentativa do processo estar em consonância com regras de direito e
morais. O julgado do TST mostra tal aplicabilidade:
Enfim, fica claro que as provas produzidas devem estar respaldas com ética e lealdade,
como bem dispõe o artigo o artigo 14, II do antigo CPC e vedação de litigância de má
fé, como dispõe o artigo art 80 do novo CPC. Também o Código de Processo Civil
deixa expresso, no art. 142 do novo CPC que: “Convencendo-se, pelas circunstâncias da
causa, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou
conseguir fim proibido por lei, o juiz proferirá sentença que obste aos objetivos das
partes”.
Entretanto, vale falar que as provas produzidas de meios ilícitos, conforme Carlos
Henrique Bezerra Leite, baseando nos princípios da proporcionalidade ou razoabilidade,
não invalidam o processo desde que existam provas autônomas, independentes e não
contaminadas. Como dispõe o autor em seu livro Curso de Direito Processual do
Trabalho:
Portanto, o juiz possui certa liberdade para contrapor a produção de provas ilegítimas e
existe um abrandamento pela doutrina e jurisprudência quando se diz sobre a produção
de prova ilícita, conforme citado por Carlos Bezerra Leite. Sendo assim, sempre se
deve observar o caso concreto e examinar se existe condições de indicar provar por
outro meios e ver os danos gerados.
Referências:
Introdução:
A prova ilícita mostra a relevância de se dar o mínimo de respaldo jurídico ao juiz para
impedir que atos ao arrepio do direito sirvam para fundamentar atos do Estado Juiz.
Para isso, é de suma importância que o Juiz busque garantir a Constituição Federal,
principalmente a parte do artigo 5º, LVI que veda prova ilícita, para se conseguir
garantir a pacificação social justa. Entretanto, é sempre bom deixar claro que nem
sempre deve se interpretar de maneira exegética, uma vez que isso também pode
representar violação dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, como bem
veremos na argumentação de Carlos Henrique Bezerra Leite
Conclusão: