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Língua Portuguesa
1. Leia o texto, para responder à questão. O que é a paixão senão um sentimento imenso
que nos tira a razão? Quando estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou
daquele que nos hipnotizou. Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta
se transforma em um nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto
queremos. Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que nos
conquistou. Não somente os jovens, adultos ou velhos se apaixonam. As crianças também.
E, assim, um dia caí na armadilha de um cupido mal-intencionado. Eu era criança, não
lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital amanhecera. Dava para sentir o calor
da luz do sol e o silêncio que pairava no ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava. Em
instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia uma vitrola e,
para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha cuidadora pôs um disco para
tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou grande
afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e loiros. Enquanto
a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia que, apesar de estar
diante de mim, estava com seu coração em outro mundo. Mesmo assim, eu me sentia bem
e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela sai do quarto para outras tarefas. Embalado
pelas músicas da vitrola, fico vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima
do prédio da Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala. Muitos momentos, quando se é garoto, são como
fotografias, nas quais o maior sentimento que se expressa é a solidão. A música parou de
tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente eu estava presente. Não
demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse outro disco. Poucas horas depois, irei
dormir feliz, pois o carinho e o afeto que Silvana me permitiu deixarão um doce conforto.
Como o filho de que a mãe cuida, fecho meus olhos, tranquilo e feliz. Mas, infelizmente,
nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia seguinte, e no lugar do
afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém em quem eu mal poderia
encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana que tinha cuidado de mim no dia
anterior. A resposta das minhas súplicas foi que ela não viria mais. (Paulo Henrique, Minha
primeira paixão. Disponível em: www.folha.uol.com.br. Acesso em 16.02.2016. Adaptado)
As palavras destacadas nas passagens – O que é a paixão senão um sentimento imenso
que nos tira a razão? / Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias, nas
quais o maior sentimento que se expressa é a solidão. – podem ser correta e
respectivamente substituídas, sem prejuízo de sentido, por:
A) ou / que.
B) salvo / aonde.
C) a não ser / em que.
D) porém / cujas.
E) do contrário / que nelas.
2. Leia o texto, para responder à questão. O que é a paixão senão um sentimento imenso
que nos tira a razão? Quando estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou
daquele que nos hipnotizou. Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta
se transforma em um nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto
queremos. Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que nos
conquistou. Não somente os jovens, adultos ou velhos se apaixonam. As crianças também.
E, assim, um dia caí na armadilha de um cupido mal-intencionado. Eu era criança, não
lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital amanhecera. Dava para sentir o calor
da luz do sol e o silêncio que pairava no ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava. Em
instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia uma vitrola e,
para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha cuidadora pôs um disco para
tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou grande
afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e loiros. Enquanto
a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia que, apesar de estar
diante de mim, estava com seu coração em outro mundo. Mesmo assim, eu me sentia bem
e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela sai do quarto para outras tarefas. Embalado
pelas músicas da vitrola, fico vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima
do prédio da Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala. Muitos momentos, quando se é garoto, são como
fotografias, nas quais o maior sentimento que se expressa é a solidão. A música parou de
tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente eu estava presente. Não
demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse outro disco. Poucas horas depois, irei
dormir feliz, pois o carinho e o afeto que Silvana me permitiu deixarão um doce conforto.
Como o filho de que a mãe cuida, fecho meus olhos, tranquilo e feliz. Mas, infelizmente,
nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia seguinte, e no lugar do
afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém em quem eu mal poderia
encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana que tinha cuidado de mim no dia
anterior. A resposta das minhas súplicas foi que ela não viria mais. (Paulo Henrique, Minha
primeira paixão. Disponível em: www.folha.uol.com.br. Acesso em 16.02.2016. Adaptado) A
ideia expressa pela conjunção concessiva destacada na passagem – Parecia que, apesar
de estar diante de mim, estava com seu coração em outro mundo. – está expressa também
na conjunção destacada em:
A) Muitos momentos, quando se é garoto, são como fotografias…
B) Como o filho de que a mãe cuida, fecho meus olhos…
C) Enquanto a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela.
D) A música parou de tocar, e assim, voltei meu olhar para o quarto…
E) Mesmo assim, eu me sentia bem e feliz
3. Por que achamos que ser magro é bonito? Dieta da sopa, da lua, do pepino, da batata
doce, para secar a barriga. Em um passeio rápido pela internet, não é nada difícil pinçar
alguns exemplos de uma obsessão pela magreza. Mas por que queremos tanto emagrecer?
Por que achamos que “magreza = beleza”? A preocupação com o ponteiro da balança está
longe de ser apenas uma preocupação com a saúde. Essa neura com o peso não vem dos
tempos mais remotos. Basta espiar as obras de arte dos séculos passados e ver que a figura
feminina idealizada ali concentrava mais gordura do que as modelos de hoje. O quadril largo,
as coxas generosas, o rosto mais cheinho eram traços valorizados nas musas. Ainda que o
padrão em si tenha mudado, a lógica permanece. “Os padrões de beleza que aparecem ao
longo da história são, como regra, acessíveis a poucos”, aponta a psicóloga Joana de
Vilhena Novaes. Quando fazer as três refeições básicas diariamente era um luxo e morrer
de fome era um destino comum para as pessoas, a gordura era um privilégio. Agora, já que
temos mais comida à disposição, mais jeitos de conservá-la, comer é fácil. Portanto, não é
de estranhar que as modelos extremamente magras sejam colocadas em um pedestal. É
mais difícil ser muito magra com tantas calorias à disposição. O corpo magro e jovem
também exige cada vez mais procedimentos estéticos e cirurgias para atingir a dita
“perfeição” — exige dinheiro, mais um obstáculo. Só no Brasil, um terço das meninas que
estão no 9° ano do Ensino Fundamental já se preocupam com o peso, de acordo com uma
pesquisa de 2013 do IBGE. Em âmbito global, a probabilidade de que uma moça com idade
entre 15 e 24 anos morra em decorrência de anorexia é 12 vezes maior que por qualquer
outra causa. E não é à toa que as vítimas mais comuns sejam as mulheres. A nutricionista
Paola Altheia explica a tendência: “Enquanto a moeda de valor masculina na sociedade é
dinheiro, poder e influência, a das mulheres é a aparência”. (Ana Luísa Fernandes, Priscila
Bellini. http://super.abril.com.br. 08.07.2015. Adaptado) Conforme o texto, a lógica que dita
os padrões de beleza leva em conta
A) a dificuldade em se conquistar determinada forma física.
B) a opinião exclusiva de homens dedicados à criação artística.
C) as agências publicitárias, que sempre fizeram parte da história.
D) o fato de que os indivíduos querem copiar os corpos da maioria.
E) a importância conferida à relação entre aparência e personalidade.
4. Os celulares _________ aplicativos que permitem __________ pessoas agir com
independência em algumas situações, __________ uma consequência negativa pode ser o
isolamento social, a ausência de contato humano. Para que a frase esteja correta, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas devem ser preenchidas,
respectivamente, por:
A) tem ... às ... porém
B) tem ... as ... quando
C) tem ... às ... portanto
D) têm ... às ... porém
E) têm ... as ... quando
5. Leia o texto, para responder à questão. O que é a paixão senão um sentimento imenso
que nos tira a razão? Quando estamos apaixonados, não queremos nada, além daquilo ou
daquele que nos hipnotizou. Ficamos cegos e nada mais faz sentido. Tudo em nossa volta
se transforma em um nevoeiro, cinza e espesso, permitindo ver apenas o que tanto
queremos. Todos nos apaixonamos, seja por alguém ou por algo, e de repente nossos
corações perdem a harmonia das batidas. De repente somos fisgados por algo que nos
conquistou. Não somente os jovens, adultos ou velhos se apaixonam. As crianças também.
E, assim, um dia caí na armadilha de um cupido mal-intencionado. Eu era criança, não
lembro minha idade, mas lembro que aqui no hospital amanhecera. Dava para sentir o calor
da luz do sol e o silêncio que pairava no ambiente do quarto onde, sozinho, eu ficava. Em
instantes, alguém, que estava ali para cuidar de mim, entra no quarto. Havia uma vitrola e,
para permitir um momento agradável, essa que veio ser minha cuidadora pôs um disco para
tocar. Não tenho certeza, mas era um vinil com canções românticas de uma dessas novelas.
Não sei como foi, mas lembro até hoje o nome dessa que, naquele dia, me ofertou grande
afeto. Seu nome era Silvana, e lembro que ela tinha cabelos compridos e loiros. Enquanto
a música tocava, eu sentia que algo não estava certo com ela. Parecia que, apesar de estar
diante de mim, estava com seu coração em outro mundo. Mesmo assim, eu me sentia bem
e feliz. Depois do banho e do café da manhã, ela sai do quarto para outras tarefas. Embalado
pelas músicas da vitrola, fico vislumbrando a paisagem da janela. Bem ao longe, em cima
do prédio da Faculdade de Medicina, em frente ao Instituto onde fico, uma bandeira do Brasil
dança ao ritmo do vento que a embala. Muitos momentos, quando se é garoto, são como
fotografias, nas quais o maior sentimento que se expressa é a solidão. A música parou de
tocar, e assim voltei meu olhar para o quarto em que somente eu estava presente. Não
demorou muito para que Silvana voltasse e colocasse outro disco. Poucas horas depois, irei
dormir feliz, pois o carinho e o afeto que Silvana me permitiu deixarão um doce conforto.
Como o filho de que a mãe cuida, fecho meus olhos, tranquilo e feliz. Mas, infelizmente,
nada dura para sempre. Veio outra pessoa cuidar de mim no dia seguinte, e no lugar do
afeto que Silvana trazia, não veio o desprezo, mas alguém em quem eu mal poderia
encontrar conforto. Aos soluços, pedi de volta a Silvana que tinha cuidado de mim no dia
anterior. A resposta das minhas súplicas foi que ela não viria mais. (Paulo Henrique, Minha
primeira paixão. Disponível em: www.folha.uol.com.br. Acesso em 16.02.2016. Adaptado) É
correto afirmar que o texto descreve, em tom nostálgico,
A) a experiência infantil do afeto, graças à delicadeza do gesto de sua cuidadora,
compensando a solidão do ambiente.
B) o despertar da paixão juvenil por uma mulher que cuida do jovem, mas se mostra
indiferente a ele e a sua doença.
C) a certeza de que a vida reservava ao menino uma aventura de novela, com a enfermeira
que lhe dava banho.
D) as sensações mais íntimas de um adolescente prestes a descobrir os segredos do amor
por uma mulher mais velha.
E) a decepção de uma criança por saber que sua cuidadora ouvia, aérea, a música da vitrola,
pensando em outro.
6. Fogo e Madeira Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um
trator, uma camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso. Embora os agentes do
instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar como êxito o que ocorreu –
pelo menos de uma perspectiva mais alongada no tempo. A facilidade com que se
encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais revela do que o extremo de sem-
-cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia. Autorizada por decreto de 2008, a
destruição dos equipamentos empregados nessa atividade predatória parece ser uma das
poucas punições efetivamente ressentidas pelos infratores. Levada a cabo por meio de
helicópteros, a ação do Ibama afugenta, pelo mero estardalhaço de sua aproximação, os
responsáveis diretos pelo crime. Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o
desmatamento prossegue. Operações dessa monta se fazem de raro em raro, e os
madeireiros não chegam a abalar-se da área protegida. Além da óbvia extensão da floresta,
outros fatores tornam complexa a fiscalização. Madeireiros possuem, por exemplo, licença
para a exploração sustentável do recurso natural, mas a utilizam para enveredar em áreas
protegidas. Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o
engajamento da população em outras atividades atraentes do ponto de vista econômico. A
falta de alternativas de trabalho sem dúvida explica por que madeireiros ilegais encontram
algum apoio entre os habitantes da região. Ainda que fulgurante, a ação de poucos fiscais
será incapaz de interromper o desmatamento. * Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Folha de S.Paulo, 24.12.2016. Adaptado) Nas
passagens “A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento…” (3°
parágrafo) e “Operações dessa monta se fazem de raro em raro…” (5° parágrafo), os termos
em destaque significam, respectivamente:
A) camuflados e proporção.
B) incontestáveis e importância.
C) dissimulados e amplitude.
D) evidentes e irrelevância.
E) equivocados e valor.
7. Os fiscais do Ibama foram _______ Amazônia e lá chegaram _________ destruir
equipamentos que eram destinados ________ atividades ilegais de extração de madeira.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas da frase devem ser preenchidas,
respectivamente, com:
A) à … à … à
B) a … à … à
C) à … a … a
D) a … a … à
E) à … à … a
8. Carta a Beatriz Cara Beatriz: na última terça (8) você escreveu aqui pro jornal se dizendo
espantada com a minha crônica de domingo (6); “após uma semana de fatos surpreendentes
na política”, “num momento tão importante para uma boa análise”, um de seus “colunistas
preferidos” havia se saído com um texto “bobo e sem propósito”. Fico feliz por me citar entre
seus “colunistas preferidos”, mas me pergunto se o elogio foi sincero ou só uma gentileza.
Afinal, quase toda semana o Brasil nos brinda com “fatos surpreendentes na política” e
quase todo domingo, em vez de uma “boa análise”, publico textos que poderiam ser
considerados bobos e sem propósito. Não o faço por desvio de caráter nem para irritá-la,
Beatriz, mas por dever de ofício. O cronista é um cara pago para lubrificar as engrenagens
do maquinário noticioso com um pouco de graça, de despropósito e – vá lá, por que não? –
de bobagem. Minha função é lembrar o leitor desolado entre bombas na Síria, tiros na
Rocinha e patacoadas em Brasília que este mundo também comporta mangas maduras,
Monty Python, Pixinguinha. O Rubem Braga atravessou duas ditaduras e seu maior libelo à
liberdade não é um texto contra o pau de arara, mas uma carta/crônica ao vizinho que havia
reclamado do barulho. Lamento, Beatriz, mas atualmente a única “boa análise” que tenho
sido capaz de fazer é às quintas, 15h, deitado num divã na rua Apiacás – e nem sempre é
assim tão boa. Um abraço, (Antonio Prata. Folha de S.Paulo, 13.03.2016. Adaptado) Em
sua resposta à leitora, o autor deixa claro que o papel do cronista é
A) traduzir em linguagem jornalística o que adquire de experiência no divã do analista.
B) mostrar aos leitores que assuntos cruéis do cotidiano coexistem com amenidades.
C) romper com os interesses do jornal e dos leitores, sendo livre a sua expressão.
D) atender plenamente os interesses dos leitores do jornal sem questioná-los.
E) articular temas de extrema violência aos temas mais agradáveis do cotidiano.
9. Carta a Beatriz Cara Beatriz: na última terça (8) você escreveu aqui pro jornal se dizendo
espantada com a minha crônica de domingo (6); “após uma semana de fatos surpreendentes
na política”, “num momento tão importante para uma boa análise”, um de seus “colunistas
preferidos” havia se saído com um texto “bobo e sem propósito”. Fico feliz por me citar entre
seus “colunistas preferidos”, mas me pergunto se o elogio foi sincero ou só uma gentileza.
Afinal, quase toda semana o Brasil nos brinda com “fatos surpreendentes na política” e
quase todo domingo, em vez de uma “boa análise”, publico textos que poderiam ser
considerados bobos e sem propósito. Não o faço por desvio de caráter nem para irritá-la,
Beatriz, mas por dever de ofício. O cronista é um cara pago para lubrificar as engrenagens
do maquinário noticioso com um pouco de graça, de despropósito e – vá lá, por que não? –
de bobagem. Minha função é lembrar o leitor desolado entre bombas na Síria, tiros na
Rocinha e patacoadas em Brasília que este mundo também comporta mangas maduras,
Monty Python, Pixinguinha. O Rubem Braga atravessou duas ditaduras e seu maior libelo à
liberdade não é um texto contra o pau de arara, mas uma carta/crônica ao vizinho que havia
reclamado do barulho. Lamento, Beatriz, mas atualmente a única “boa análise” que tenho
sido capaz de fazer é às quintas, 15h, deitado num divã na rua Apiacás – e nem sempre é
assim tão boa. Um abraço, (Antonio Prata. Folha de S.Paulo, 13.03.2016. Adaptado) No
primeiro parágrafo do texto, empregam-se as aspas para
A) ironizar as ideias expressas pela leitora.
B) indicar o pensamento do próprio autor.
C) dar ênfase às ideias do jornal.
D) indicar transcrição do discurso da leitora.
E) criar o efeito de humor no texto.
10. Carta a Beatriz Cara Beatriz: na última terça (8) você escreveu aqui pro jornal se dizendo
espantada com a minha crônica de domingo (6); “após uma semana de fatos surpreendentes
na política”, “num momento tão importante para uma boa análise”, um de seus “colunistas
preferidos” havia se saído com um texto “bobo e sem propósito”. Fico feliz por me citar entre
seus “colunistas preferidos”, mas me pergunto se o elogio foi sincero ou só uma gentileza.
Afinal, quase toda semana o Brasil nos brinda com “fatos surpreendentes na política” e
quase todo domingo, em vez de uma “boa análise”, publico textos que poderiam ser
considerados bobos e sem propósito. Não o faço por desvio de caráter nem para irritá-la,
Beatriz, mas por dever de ofício. O cronista é um cara pago para lubrificar as engrenagens
do maquinário noticioso com um pouco de graça, de despropósito e – vá lá, por que não? –
de bobagem. Minha função é lembrar o leitor desolado entre bombas na Síria, tiros na
Rocinha e patacoadas em Brasília que este mundo também comporta mangas maduras,
Monty Python, Pixinguinha. O Rubem Braga atravessou duas ditaduras e seu maior libelo à
liberdade não é um texto contra o pau de arara, mas uma carta/crônica ao vizinho que havia
reclamado do barulho. Lamento, Beatriz, mas atualmente a única “boa análise” que tenho
sido capaz de fazer é às quintas, 15h, deitado num divã na rua Apiacás – e nem sempre é
assim tão boa. Um abraço, (Antonio Prata. Folha de S.Paulo, 13.03.2016. Adaptado) Há
termos empregados em sentido figurado no trecho:
A) … com a minha crônica de domingo… (1° parágrafo)
B) Fico feliz por me citar entre seus “colunistas preferidos”… (2° parágrafo)
C) … mas me pergunto se o elogio foi sincero ou só uma gentileza. (2° parágrafo)
D) Não o faço por desvio de caráter nem para irritá-la… (3° parágrafo)
E) … para lubrificar as engrenagens do maquinário noticioso… (3° parágrafo)
11. Leia o texto de Adriana Gomes para responder à questão. Tentação do imediato É difícil
definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamente uma das
características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a tendência de
simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem vantagens imediatas
e menores riscos, sem considerar as consequências futuras. Esse comportamento pode ser
resultante da dificuldade de se lidar com as frustrações geradas, basicamente, por três
motivos: demora, contrariedade e conflito. Seus efeitos podem ser agressão, regressão e
fuga. Um experimento famoso feito na Universidade Stanford (EUA), no final dos anos 1960,
testou a capacidade de crianças resistirem à atração da recompensa instantânea – e rendeu
informações úteis sobre a força de vontade e a autodisciplina. Aquelas que resistiram
tiveram mais sucesso na vida. A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões,
desde a vida pessoal à rotina das empresas, chegando até à condução do país. O que
importa é o hoje e o agora! Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo
prazo – parece uma história fantasiosa. Entretanto, a vida prática confirma que o
investimento em educação de qualidade e a dedicação aos estudos, por exemplo, geram
bons resultados futuros. Profissionais bem qualificados e competentes em suas áreas de
atuação, ou seja, aqueles que se dedicaram, aprofundaram seus conhecimentos e os
praticaram, costumam encontrar melhores opções na vida profissional. É preciso, todavia,
acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para colher seus frutos. Os atalhos são
tentadores, mas seus resultados a longo prazo tendem a ser frustrantes. (Folha de S.Paulo,
31.01.2016. Adaptado) Os atalhos ____________ são tentadores, mas podem trazer
resultados frustrantes. Atendendo à norma-padrão de regência verbal, a lacuna dessa frase
deve ser preenchida com:
A) pelos quais muitos optam
B) aos quais muitos acreditam
C) dos quais muitos se apoiam
D) com que muitos se utilizam
E) em que muitos valorizam
12. Leia o texto para responder a questão a seguir. Muito antes de haver história, já havia
seres humanos. Animais bastante similares aos humanos modernos surgiram por volta de
2,5 milhões de anos atrás. Mas, por incontáveis gerações, eles não se destacaram da
miríade de outros organismos com os quais partilhavam seu habitat. Em um passeio pela
África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito bem observar certas
características humanas familiares: mães ansiosas acariciando seus bebês e bandos de
crianças despreocupadas brincando na lama; jovens temperamentais rebelando-se contra
as regras da sociedade e idosos cansados que só queriam ficar em paz; machos orgulhosos
tentando impressionar as beldades locais e velhas matriarcas sábias que já tinham visto de
tudo. Esses humanos arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e
competiam por status e poder – mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também.
Não havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha
qualquer suspeita de que seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o átomo,
mapeariam o código genético e escreveriam livros de história. A coisa mais importante a
saber acerca dos humanos pré-históricos é que eles eram animais insignificantes, cujo
impacto sobre o ambiente não era maior que o de gorilas, vaga-lumes ou águas-vivas. (Yuval
Noah Harari. Sapiens: uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio,
Porto Alegre, L&PM, 2015, p. 08-09) A ideia central do texto é:
A) os humanos vêm evoluindo tão lentamente quanto os demais animais com que
conviveram no passado.
B) os humanos pré-históricos conviviam pacificamente entre si, e isso lhes permitia dominar
os outros animais.
C) os seres humanos distinguiam-se dos demais animais na pré-história no modo como
interagiam entre si.
D) os humanos arcaicos não possuíam habilidades que permitissem prever as conquistas
futuras de nossa espécie.
E) os humanos modernos diferenciaram-se de seus ancestrais assim que começaram a lutar
por poder.
13. Leia o texto para responder a questão a seguir. Muito antes de haver história, já havia
seres humanos. Animais bastante similares aos humanos modernos surgiram por volta de
2,5 milhões de anos atrás. Mas, por incontáveis gerações, eles não se destacaram da
miríade de outros organismos com os quais partilhavam seu habitat. Em um passeio pela
África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito bem observar certas
características humanas familiares: mães ansiosas acariciando seus bebês e bandos de
crianças despreocupadas brincando na lama; jovens temperamentais rebelando-se contra
as regras da sociedade e idosos cansados que só queriam ficar em paz; machos orgulhosos
tentando impressionar as beldades locais e velhas matriarcas sábias que já tinham visto de
tudo. Esses humanos arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e
competiam por status e poder – mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também.
Não havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha
qualquer suspeita de que seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o átomo,
mapeariam o código genético e escreveriam livros de história. A coisa mais importante a
saber acerca dos humanos pré-históricos é que eles eram animais insignificantes, cujo
impacto sobre o ambiente não era maior que o de gorilas, vaga-lumes ou águas-vivas. (Yuval
Noah Harari. Sapiens: uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio,
Porto Alegre, L&PM, 2015, p. 08-09) O termo miríade, em destaque no primeiro parágrafo
do texto, está empregado com o sentido de
A) acentuada uniformidade.
B) frequência irregular.
C) grande quantidade.
D) tamanho diminuto.
E) característica excepcional.
14. Leia o texto para responder a questão a seguir. Muito antes de haver história, já havia
seres humanos. Animais bastante similares aos humanos modernos surgiram por volta de
2,5 milhões de anos atrás. Mas, por incontáveis gerações, eles não se destacaram da
miríade de outros organismos com os quais partilhavam seu habitat. Em um passeio pela
África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito bem observar certas
características humanas familiares: mães ansiosas acariciando seus bebês e bandos de
crianças despreocupadas brincando na lama; jovens temperamentais rebelando-se contra
as regras da sociedade e idosos cansados que só queriam ficar em paz; machos orgulhosos
tentando impressionar as beldades locais e velhas matriarcas sábias que já tinham visto de
tudo. Esses humanos arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e
competiam por status e poder – mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também.
Não havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha
qualquer suspeita de que seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o átomo,
mapeariam o código genético e escreveriam livros de história. A coisa mais importante a
saber acerca dos humanos pré-históricos é que eles eram animais insignificantes, cujo
impacto sobre o ambiente não era maior que o de gorilas, vaga-lumes ou águas-vivas. (Yuval
Noah Harari. Sapiens: uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio,
Porto Alegre, L&PM, 2015, p. 08-09) Um termo que expressa sentido de “posse” está
destacado em:
A) Mas, por incontáveis gerações, eles não se destacaram...(1° parágrafo)
B) ... da miríade de outros organismos com os quais partilhavam... (1° parágrafo)
C) .. você poderia muito bem observar certas características...(2° parágrafo)
D) ... idosos cansados que só queriam ficar em paz...(2° parágrafo)
E) ... eles eram animais insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente... (2° parágrafo)
15. Acerca da pontuação, de acordo com a norma-padrão da língua, está correto o que se
afirma em:
A) o trecho – Animais bastante similares aos humanos modernos surgiram por volta de 2,5
milhões de anos atrás. – permanecerá correto se uma vírgula for acrescida após a palavra
“humanos”.
B) o trecho – Em um passeio pela África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia
muito bem observar certas características humanas familiares... – permanecerá correto após
a substituição da vírgula por ponto final.
C) a mensagem do trecho – ... mães ansiosas acariciando seus bebês e bandos de crianças
despreocupadas brincando na lama... – permanecerá inalterada caso seja acrescida uma
vírgula após “ansiosas” e outra após “despreocupadas”.
D) o trecho – Ninguém, muito menos eles próprios, tinha qualquer suspeita de que seus
descendentes um dia viajariam à Lua... – permanecerá correto caso as vírgulas sejam
substituídas por travessões.
E) a mensagem do trecho – A coisa mais importante a saber acerca dos humanos pré-
históricos é que eles eram animais insignificantes... – permanecerá inalterada se a
expressão “a saber” ficar entre parênteses.
16. A concordância está de acordo com a norma-padrão da língua na frase:
A) Muito antes de haver história, já existia seres humanos.
B) Animais bastante similares aos humanos modernos podiam ser encontrado por volta de
2,5 milhões de anos atrás.
C) Na África Oriental de 2 milhões de anos atrás, certas características humanas familiares
poderiam ser muito bem observadas.
D) Esses humanos arcaicos competiam por status e poder, assim como ocorriam com os
chimpanzés, os babuínos e os elefantes.
E) Eles próprios não havia de suspeitar que seus descendentes um dia viajariam à Lua.
17. Leia a crônica de Walcyr Carrasco para responder à questão. Texto: Febre de fama Há
uma inflação de candidatos a astro e estrela. Toda família tem um aspirante aos holofotes.
Desde que comecei a escrever para televisão, sou acossado por gênios indomáveis. Dias
desses, fui ouvir as mensagens do celular. Uma voz aflita de mulher: – Preciso falar
urgentemente com o senhor. “É desgraça!”, assustei-me. Digitei o número. – Quero trabalhar
em novela – disse a voz. Perguntei (já pensando em trucidar quem havia dado o número do
meu celular) se tinha experiência como atriz. Não. Nem curso de interpretação. Apenas uma
certeza inabalável de ter nascido para a telinha mágica. Com calma, tentei explicar que,
antes de mais nada, era preciso estudar para ser atriz. Estudar? Ofendeu-se: – Obrigada
por ser tão grosseiro! e desligou o telefone. Incrível também é a reação dos familiares.
Conheci a mãe de uma moça que dança em um dos inúmeros conjuntos em que as
integrantes rebolam em trajes mínimos. Bastante orgulhosa da pimpolha, a mãe revelou: –
Quando pequena ela queria ser professora, mas escolheu a carreira artística. Ainda bem!
Comentei, muito discreto: – É... ela vai longe... – Nem me fale. Daqui a pouco, vai estar
numa novela! Essa febre de fama me dá calafrios. Fico pensando na reação de grandes
artistas como Marília Pêra, Tony Ramos, Juca de Oliveira diante desse vale-tudo, desse
desejo insano por ser famoso a qualquer preço. (Veja SP, 21.10.1998. Adaptado) Assinale
a alternativa que traz a informação correta sobre o texto.
A) Habituado a receber ligações de fãs, o narrador não se surpreendeu ao ouvir a
mensagem deixada pela mulher de voz aflita.
B) Desde que iniciou seu trabalho como autor de novelas, o narrador tem presenciado o
surgimento de inúmeros astros e estrelas de talento.
C) O narrador ficou perplexo ao notar que a mãe da dançarina preferia que a filha se
tornasse professora a tentar carreira na televisão.
D) Para o narrador, artistas como Juca de Oliveira e Tony Ramos tornaram-se atores
prestigiados porque sempre buscaram a fama a qualquer preço.
E) A mulher de voz aflita ficou melindrada com o narrador, quando este lhe explicou ser
imprescindível estudar para ser atriz.
18. Uma frase escrita em conformidade com a norma-padrão da língua é:
A) O pai alegou em que tinha sobrevivido dois anos com sua própria comida.
B) O pai tentou persuadir o filho de que era capaz de cozinhar.
C) O pai não conseguiu convencer o filho que estava apto com cozinhar.
D) O pai acabou revelando de que não estava preparado de cozinhar.
E) O pai aludiu da época que tinha sobrevivido com sua própria comida.
19. Leia o texto para responder a questão a seguir. Entreouvida na rua: “O que isso tem a
ver com o meu café com leite?” Não sei se é uma frase feita comum que só eu não conhecia
ou se estava sendo inventada na hora, mas gostei. Tudo, no fim, se resume no que tem e
não tem a ver com o nosso café com leite, no que afeta ou não afeta diretamente nossas
vidas e nossos hábitos. É uma questão que envolve mais do que a vizinhança próxima.
Outro dia ficamos sabendo que o Stephen Hawking voltou atrás na sua teoria sobre os
buracos negros, aqueles furos no Universo em que a matéria desaparece. Nem eu nem você
entendíamos a teoria, e agora somos obrigados a rever nossa ignorância: os buracos negros
não eram nada daquilo que a gente não sabia que eram, são outra coisa que a gente nunca
vai entender. Nosso consolo é que nada disto tem a ver com nosso café com leite. Os
buracos negros e o nosso café com leite são, mesmo, extremos opostos, a extrema angústia
do desconhecido e o extremo conforto do familiar. Não cabem na mesma mesa ou no
mesmo cérebro. (Luis Fernando Verissimo. O mundo é bárbaro e o que nós temos a ver
com isso. Rio de Janeiro, Objetiva, 2008, p. 09) O sentido atribuído pelo autor à frase – “O
que isso tem a ver com o meu café com leite?” – está expresso, em outras palavras, na
alternativa:
A) Será que somos capazes de compreender isso?
B) Até que ponto isso desperta o interesse dos cientistas?
C) De que modo nós poderíamos contribuir para isso?
D) Por que eu deveria crer na veracidade disso?
E) Como isso pode impactar o meu cotidiano?
20. Com a afirmação – ... os buracos negros não eram nada daquilo que a gente não sabia
que eram, são outra coisa que a gente nunca vai entender. –, o autor sustenta que, para os
leigos, os buracos negros são
A) insondáveis.
B) instáveis.
C) periculosos.
D) excitantes.
E) inteligíveis.
21. Assinale a alternativa que preenche, respectivamente, as lacunas da frase, conforme a
norma-padrão da língua. _______________anos, estudiosos________ acerca da
contribuição que o conhecimento dos buracos negros pode trazer_____________ nossas
vidas.
A) Há ... têm questionado-se ... a
B) Há ... têm se questionado ... a
C) Há ... têm se questionado ... à
D) A ... têm questionado-se ... a
E) A ... têm se questionado ... à
22. O substituto da vida Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever,
eu me sentava a ela, escrevia o que tinha de escrever, relia para ver se era aquilo mesmo,
fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida. Se trabalhasse num jornal, isso incluiria
discutir futebol com o pessoal da editoria de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar
uma fugida ao cinema. Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a
máquina e abria um livro, escutava um disco ou dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria
a máquina no dia seguinte. Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou
à lista de mensagens para saber quem me escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo
às que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis. Quando me dou conta,
já é noite lá fora e não saí da frente da tela. Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu
a caneta, o bloco, a agenda, o telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum
de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso,
o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que
nem lhe chego perto – temo que ele me substitua também. (Ruy Castro. Folha de S.Paulo.
02.01.2016. Adaptado) Conforme o autor, Ruy Castro, a substituição da máquina de
escrever pelo computador fez com que ele
A) realizasse mais rapidamente as suas atividades cotidianas, dada a eficiência do seu novo
instrumento de trabalho.
B) produzisse mais e melhor, por usar o computador de maneira mais objetiva do que a
máquina de escrever.
C) demorasse mais para realizar suas atividades, devido à dificuldade dele em operar o
novo instrumento de trabalho.
D) tivesse menos tempo para o lazer, por ficar usando o computador mesmo após realizar
o trabalho, para outras finalidades.
E) dispusesse de mais tempo para atividades de lazer, já que gastava menos tempo diante
da nova ferramenta.
23. O substituto da vida Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever,
eu me sentava a ela, escrevia o que tinha de escrever, relia para ver se era aquilo mesmo,
fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida. Se trabalhasse num jornal, isso incluiria
discutir futebol com o pessoal da editoria de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar
uma fugida ao cinema. Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a
máquina e abria um livro, escutava um disco ou dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria
a máquina no dia seguinte. Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou
à lista de mensagens para saber quem me escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo
às que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis. Quando me dou conta,
já é noite lá fora e não saí da frente da tela. Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu
a caneta, o bloco, a agenda, o telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum
de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso,
o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que
nem lhe chego perto – temo que ele me substitua também. (Ruy Castro. Folha de S.Paulo.
02.01.2016. Adaptado) O título, O substituto da vida, resume de maneira bastante adequada
a ideia apresentada sobre o smartphone, na medida em que, no texto, o autor considera que
essa tecnologia pode
A) facilitar a vida dos usuários, ao desempenhar o mesmo papel de outras ferramentas na
realização de tarefas diversas, e em menor tempo.
B) substituir diversas ferramentas, vindo a tornar-se a única realidade reconhecida por seus
usuários e, no extremo, substituir o próprio usuário.
C) quebrar barreiras até então existentes para a comunicação por meio de outras
tecnologias, diminuindo as distâncias entre seus usuários.
D) ser determinante para ultrapassar barreiras de comunicação da vida real, melhorando a
qualidade das relações entre seus usuários.
E) ser usada para realizar uma infinidade de tarefas incômodas, liberando seus usuários
para ocuparem seu tempo com atividades prazerosas.
24. O substituto da vida Quando meu instrumento de trabalho era a máquina de escrever,
eu me sentava a ela, escrevia o que tinha de escrever, relia para ver se era aquilo mesmo,
fechava a máquina, entregava a matéria e ia à vida. Se trabalhasse num jornal, isso incluiria
discutir futebol com o pessoal da editoria de esporte, ir à esquina comer um pastel ou dar
uma fugida ao cinema. Se já trabalhasse em casa, ao terminar de escrever eu fechava a
máquina e abria um livro, escutava um disco ou dava um pulo rapidinho à praia. Só reabria
a máquina no dia seguinte. Hoje, diante do computador, termino de produzir um texto, vou
à lista de mensagens para saber quem me escreveu, deleto mensagens inúteis, respondo
às que precisam de resposta, eu próprio mando mensagens inúteis. Quando me dou conta,
já é noite lá fora e não saí da frente da tela. Com o smartphone seria pior ainda. Ele substituiu
a caneta, o bloco, a agenda, o telefone, a banca de jornais, a máquina fotográfica, o álbum
de fotos, a câmera de cinema, o DVD, o correio, a secretária eletrônica, o relógio de pulso,
o despertador, o gravador, o rádio, a TV, o CD, a bússola, os mapas, a vida. É por isso que
nem lhe chego perto – temo que ele me substitua também. (Ruy Castro. Folha de S.Paulo.
02.01.2016. Adaptado) O termo isso, em destaque no segmento do segundo parágrafo – …
isso incluiria discutir futebol com o pessoal da editoria de esporte, ir à esquina comer um
pastel… –, refere-se à seguinte informação do parágrafo anterior:
A) … eu me sentava a ela…
B) … escrevia o que tinha de escrever…
C) … relia para ver se era aquilo mesmo…
D) … fechava a máquina…
E) … ia à vida.
Direito Penal
25. A falsificação de cartão de crédito ou débito, nos termos do Código Penal (CP),
A) equipara-se à falsificação de selo ou sinal público.
B) é considerada crime apenas se dela decorrer efetivo prejuízo.
C) equipara-se à falsificação de documento público.
D) é fato atípico.
E) equipara-se à falsificação de documento particular.
26. Com relação à figura do art. 305 do CP (“supressão de documento"), é correto afirmar
que
A) o crime apenas se configura se o sujeito ativo não pode dispor do documento.
B) a pena é exatamente a mesma, tanto com relação ao documento público como com
relação ao documento particular.
C) o tipo penal pune a conduta de “suprimir documento", mas não a de “destruir documento".
D) o tipo penal pune a conduta de “suprimir documento", mas não a de “ocultar documento".
E) é punida com pena privativa de liberdade, na modalidade detenção, e multa.
27. Usar de ____________ , com o fim de favorecer interesse ____________ , contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em
processo judicial, ___________ ." Assinale a alternativa que, correta e respectivamente,
completa o tipo penal do crime de “coação no curso do processo".
A) violência física, psicológica ou moral … próprio ou alheio … policial ou administrativo, ou
em juízo arbitral
B) violência ou grave ameaça … próprio ou alheio … policial ou administrativo
C) violência ou grave ameaça … próprio ou alheio … policial ou administrativo, ou em juízo
arbitral
D) violência ou ameaça … próprio … policial ou administrativo
E) violência física, psicológica ou moral … próprio … policial ou administrativo, ou em juízo
arbitral
28. No que concerne aos crimes de “peculato culposo", “peculato mediante erro de outrem"
e “concussão", a reparação do dano que precede a sentença irrecorrível traz que
consequência?
A) Extingue a punibilidade para o primeiro, mas não beneficia da mesma forma o autor dos
demais.
B) Extingue a punibilidade para os dois primeiros e reduz de metade a pena imposta ao
autor do último.
C) Nenhuma.
D) Extingue a punibilidade para o primeiro, reduz de metade a pena imposta para o autor do
segundo, mas não beneficia o autor do último.
E) Extingue a punibilidade para os dois primeiros, mas não beneficia da mesma forma o
autor do último.
29. Nos termos previstos no Código Penal, é correto afirmar que
A) se considera praticado o crime no momento do resultado.
B) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
salvo se decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
C) o dia do começo deve ser excluído no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calendário comum.
D) o funcionário público que se apropria, por negligência, de dinheiro, valor ou qualquer
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou o desvia,
em proveito próprio, comete o crime de peculato-culposo.
E) exigir, para outrem, indiretamente, fora da função mas em razão dela, vantagem indevida
caracteriza o crime de concussão.
30. Nos crimes contra a Administração Pública,
A) o crime de peculato doloso (artigo 312, CP) divide-se em peculato-apropriação, peculato-
desvio e peculato-furto.
B) o funcionário público que exige tributo ou contribuição social, que sabe ou deveria saber
indevido, comete crime de concussão (art. 316, CP).
C) o funcionário que deixa, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente comete crime de prevaricação (art. 319, CP).
D) o crime de corrupção passiva se consuma no momento em que o funcionário público, em
consequência da promessa ou vantagem recebida, retarda ou deixa de praticar qualquer ato
de ofício ou o pratica infringindo dever funcional (art. 317, CP).
E) o crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) se configura quando, na
modalidade “violência”, resultar lesão corporal no coacto.