Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Mantida pela
Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas - FEPESMIG
Varginha/MG
1
Guia de Estudo – FÍSICA II
532
R696g RODRIGUES, Adriano
Guia de Estudo – FÍSICA II. Unid. 1-2 –
Adriano Rodrigues. Varginha: GEaD-UNIS/MG,
2007.
53p.
2
Guia de Estudo – FÍSICA II
REITOR
Prof. Ms. Stefano Barra Gazzola
GESTOR
Prof. Ms. Tomás Dias Sant’ Ana
Supervisor Técnico
Prof. Ms. Wanderson Gomes de Souza
Design/diagramação
Prof. César dos Santos Pereira
Autor
ADRIANO RODRIGUES
3
Guia de Estudo – FÍSICA II
TABELA DE ÍCONES
REALIZE. Determina a existência de atividade a ser realizada.
Este ícone indica que há um exercício, uma tarefa ou uma prática
para ser realizada. Fique atento a ele.
4
Guia de Estudo – FÍSICA II
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 7
EMENTA ..................................................................................................................... 8
AVALIAÇÃO ............................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
5
Guia de Estudo – FÍSICA II
INTENSIDADE SONORA E NÍVEL DE INTENSIDADE ........................................... 40
REFLEXÃO, REFRAÇÃO E DIFRAÇÃO .................................................................. 43
EFEITO DOPPLER ................................................................................................... 52
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 56
6
Guia de Estudo – FÍSICA II
APRESENTAÇÃO
Um grande abraço,
7
Guia de Estudo – FÍSICA II
EMENTA
AVALIAÇÃO
Você será avaliado no decorrer do curso por meio de atividades e provas que
ocorrerão da seguinte forma:
Avaliação a Distância: (Etapa I)
Serão 45 (quarenta e cinco) pontos distribuídos para a produção e a interação
através do Ambiente Virtual de Aprendizagem. Essa produção e essa interação
envolverão análise e aplicação de conhecimentos mostrados através das
participações nas atividades previstas no Fórum, Chat, Portfólio e auto-avaliação.
8
Guia de Estudo – FÍSICA II
INTRODUÇÃO
9
Guia de Estudo – FÍSICA II
UNIDADE 1: OSCILAÇÕES
OBJETIVOS
OSCILAÇÕES
a) pêndulo simples;
b) um corpo preso a uma mola oscilante;
c) uma corda de violino;
d) um pistão no cilindro de uma máquina, etc.
10
Guia de Estudo – FÍSICA II
Um sistema típico que exibe movimento harmônico simples é o constituído
por um corpo preso a uma mola, como ilustrado na figura seguinte:
Nesta figura, o corpo está ligado a uma mola sobre uma superfície sem atrito.
O deslocamento x é medido em relação à posição de equilíbrio. O deslocamento
pode ser positivo ou negativo, conforme a mola seja esticada ou comprimida em
relação ao seu comprimento natural.
No equilíbrio, a força da mola sobre o corpo é nula. Quando o corpo for
deslocado x em relação à posição de equilíbrio, a mola exerce uma força Kx ,
conforme a lei de Hooke:
F Kx (1)
O sinal negativo na lei de Hooke é devido ao fato de a força ser sempre
dirigida em oposição à direção do deslocamento.
Combinando a equação (1) com a 2ª Lei de Newton, temos:
d 2x
Fx Kx ma m
dt
ou
d 2x K
a x (2) .
m
2
dt
A aceleração é proporcional ao deslocamento e tem direção oposta a este
deslocamento.
11
Guia de Estudo – FÍSICA II
Período e freqüência
1
f (3)
T
2 (4)
T
12
Guia de Estudo – FÍSICA II
Pela equação (3), obtemos a freqüência:
1
f
T 2
(5)
x0 A cos (7 )
A primeira derivada de x em relação ao tempo dá a velocidade v:
dx
v A .sen(t )
dt (8)
dv d 2 x
a 2 2 A cos(t )
dt dt
que é equivalente a
a 2x
(9)
13
Guia de Estudo – FÍSICA II
A freqüência e o período de um corpo oscilando, preso a uma mola, estão,
então, relacionados à constante da mola K e à massa de m por
1 K
f (10)
2 2 m
1 m
T 2
f K
(11)
Por este resultado, podemos ver que, quando K for grande, como é o caso
com uma mola rígida, a freqüência será grande. Analogamente, se a massa do
corpo oscilante for grande, a freqüência será pequena.
Uma partícula tem o deslocamento x dado por x 0,3 cos 2t ,
6
onde x está em metros e t em segundos.
(a) Qual a freqüência, o período, a amplitude, a freqüência angular
e a constante de fase do movimento?
(b) Onde está a partícula em t 1s ?
(c) Achar a velocidade e a aceleração em qualquer instante.
(d) Achar a posição inicial e a velocidade inicial da partícula
Solução:
(a) Ao comparar esta equação com a equação (4) , vemos que a amplitude é
A 0,3m , a freqüência angular é 2rad / s e a constante de fase é rad .
6
2 1
A freqüência será f 0,318Hz . O período é T 3,14s .
2 2.3,14 f
14
Guia de Estudo – FÍSICA II
(c) A velocidade se obtém por
dx d (2t )
v 0,3sen 2t 0,6sen 2t .
dt 6 dt 6
dv d (2t )
a 0,6 cos 2t 1,2 cos 2t .
dt 6 dt 6
x0 0,3 cos 0,260m e
6
v0 0,6sen 0,300m / s .
6
Solução:
m
O período de oscilação é dado por T 2 , portanto,
K
0,1 1
T 2 2 . T s.
10 10 5
15
Guia de Estudo – FÍSICA II
O pêndulo simples
mg
F ( x) x.
L
16
Guia de Estudo – FÍSICA II
L
T 2
g
Observe que o período é independente da massa suspensa.
Solução:
(a) Sendo L = 10 cm = 0,1m e g = 10 m/s2, da expressão do período do pêndulo
simples temos que:
L 0,1 1
T 2 2 2 . T s.
g 10 10 5
(b) Sendo g’ = 4g, temos g’ = 40 m/s2. A expressão do novo período é dada por:
L 0,1 1
T ' 2 2 2 . T ' s .
g' 40 20 10
17
Guia de Estudo – FÍSICA II
Um modo de aumentar a precisão do experimento é
aumentar o número de oscilações para a medida do tempo t, de
modo que qualquer imprecisão nesta medida tenha seu efeito no
cálculo de g reduzido na mesma proporção.
Energia no MHS
EP 21 kA 2 cos2 t ,
EC 21 kA 2 sen2 t .
E 21 kA 2 .
18
Guia de Estudo – FÍSICA II
Observe que a energia total não
depende do tempo, ou seja, é constante. A
figura a seguir mostra os gráficos de EP, EC e
E em função de t, para um intervalo de tempo
correspondente a um período do movimento. A
partir daí, os gráficos se repetem
periodicamente.
E EP 21 kA 2 e EC 0 .
Então (configuração B), o corpo é acelerado pela força que a mola exerce
sobre ele, a energia potencial da mola diminui enquanto que a energia cinética do
corpo aumenta. Em t = /2 (configuração C), o sistema alcança a configuração em
que a mola tem elongação nula e a velocidade do corpo é máxima:
EP 0 e E EC 21 kA 2 .
Assim (configuração D), o corpo é desacelerado pela força que a mola exerce
sobre ele, sua energia cinética diminui enquanto que a energia potencial da mola
aumenta. Em t = / (configuração E), o sistema alcança a configuração em que a
elongação da mola vale x = A e o corpo está parado:
E EP 21 kA 2 e EC 0 .
19
Guia de Estudo – FÍSICA II
De t = / até t = 2/ = T (configurações F, G, H e A), o movimento se repete
com o corpo se deslocando em sentido contrário. Em t = 2/ = T, o sistema alcança
a mesma configuração que em t = 0. Daí por diante, o movimento se repete
periódica e indefinidamente.
Se existe atrito no sistema, uma parte da energia total é dissipada a cada
oscilação e o movimento do corpo é amortecido. Para que o movimento não seja
amortecido, isto é, para que a energia mecânica seja constante, deve então existir
uma fonte externa que forneça energia para o sistema.
Para o pêndulo simples, a discussão é completamente análoga e,
escolhendo-se o nível de referência para a energia potencial gravitacional na altura
em que se encontra a partícula que faz parte do pêndulo simples quando este se
encontra na vertical, a discussão se torna idêntica. Assim, por exemplo, na
configuração em que x = A, a energia cinética da partícula é nula e a energia
potencial gravitacional do sistema partícula-Terra é máxima e igual à energia total;
na configuração em que x = 0, a energia cinética da partícula é máxima e igual à
energia total e a energia potencial gravitacional do sistema partícula-Terra é nula; e
na configuração em que x = A, a energia cinética da partícula é nula e a energia
potencial gravitacional do sistema partícula-Terra é máxima e igual à energia total.
Nas configurações intermediárias, a partícula está acelerada ou desacelerada,
conforme o caso, tendo então energia cinética não nula e diferente da energia total,
de modo que o sistema partícula-Terra tem certa energia potencial também não
nula.
No sistema corpo-mola, a energia cinética, quando existe, está localizada no
corpo, e a energia potencial (elástica), quando existe, está localizada na mola. No
pêndulo simples, a energia cinética, quando existe, está localizada na partícula que
faz parte do pêndulo, mas a energia potencial está distribuída entre as partes que
constituem o sistema partícula-Terra, já que depende da massa da partícula, da
massa da Terra e da distância relativa entre elas.
20
Guia de Estudo – FÍSICA II
Outro exemplo típico dessa situação é a porta dos saloons dos filmes de
bang-bang. Quando alguém passa pela porta ela inicia a oscilação com uma grande
amplitude, que vai diminuindo com o tempo.
A equação de movimento do oscilador harmônico simples amortecido obtém-
se aplicando a segunda lei do movimento, F ma , em que F é a resultante da força
dx
restauradora kx e da força amortecedora b , sendo b uma constante positiva.
dt
Obtem-se F ma , ou
dx d 2x
kx b m 2
dt dt
ou ainda,
d 2x dx
m 2 b kx 0
dt dt
x Ae 2m
cos( ' t ) , (I)
sendo
2
k b
' 2v' (II)
m 2m
Na figura a seguir, representa-se o deslocamento x como função do tempo t ,
para um movimento oscilatório de pequeno amortecimento.
21
Guia de Estudo – FÍSICA II
A interpretação dessa solução é a seguinte. Em primeiro lugar, a freqüência é
menor e o período maior quando existe atrito, que diminui o movimento, como era de
k
se esperar. Se não houvesse atrito, b seria nulo e ' igualaria ou , a
m
freqüência angular do movimento não amortecido. Existindo atrito, ' é menor que
.
Em segundo lugar, a amplitude do movimento decresce gradualmente, até
1
anular-se. O intervalo de tempo durante o qual a amplitude reduz-se a de seu
e
bt
valor inicial denomina-se vida média da oscilação. O fator de amplitude é Ae , 2m
2m
portanto, . Mais ainda, se não houvesse atrito, b seria nulo e a amplitude
b
teria o valor constante A ; a vida média seria infinita.
Se a força de atrito for suficientemente grande, b aumenta a ponto de a
equação (I) não ser mais solução da equação de movimento. O movimento deixará
então de ser periódico; o corpo simplesmente retorna à sua posição de equilíbrio,
quando largado na posição de deslocamento inicial A.
No movimento harmônico amortecido a energia do oscilador é gradualmente
dissipada pelo atrito, anulando-se com o tempo.
Ressonância
22
Guia de Estudo – FÍSICA II
Um exemplo de ressonância mais ligado ao cotidiano é aquele de uma
criança andando de balanço. Ao andar de balanço, a criança encolhe as pernas
quando ela e o balanço se movem para trás e estica-as, quando ela e o balanço se
movem para frente. Se a freqüência do movimento das pernas da criança é igual à
freqüência própria do pêndulo constituído por ela e o balanço, a amplitude das
oscilações aumenta cada vez mais.
Um corpo de 3kg está preso numa mola que oscila com amplitude
de 4cm e o período de 2s.
(a) Qual a energia total?
(b) Qual a velocidade escalar máxima do corpo?
23
Guia de Estudo – FÍSICA II
Solução:
(a) A constante da mola K está relacionada ao período por
m (2 ) 2 m
T 2 , de modo que K . Assim,
K T2
(4 2 )(3kg)
K 29,6 N / m .
4s 2
(b) Vamos usar a energia total para achar a velocidade máxima. Quando a
velocidade for máxima, a energia potencial é nula e a energia total é a energia
cinética:
1 2
Etotal mv max
2
1
2,37 x10 2 .3.v 2 max v 0,126m / s .
2
Caro (a) aluno (a), neste momento, é hora de realizar atividades sobre
esta unidade. As atividades serão colocadas no ambiente pelo professor,
devendo, você, realizá-las e publicá-las.
24
Guia de Estudo – FÍSICA II
UNIDADE 2: ONDAS
OBJETIVOS
Diferença de Fase
25
Guia de Estudo – FÍSICA II
Por outro lado, o movimento harmônico simples pode ser visto como a
projeção ortogonal do movimento circular uniforme sobre qualquer diâmetro (ou
qualquer reta paralela a qualquer diâmetro) da circunferência que constitui a
trajetória da partícula. Assim, os movimentos circulares uniformes das partículas A e
B, projetados ortogonalmente sobre as retas verticais DD’ e EE’, respectivamente,
constituem os movimentos harmônicos simples das partículas A’ e B’. Observando
os respectivos gráficos das elongações em função de t, vemos que a diferença de
fase entre os movimentos circulares uniformes e, agora, entre os movimentos
harmônicos simples, aparece como um deslocamento de um gráfico em relação ao
outro ao longo do eixo t, deslocamento este dado por = /2 radianos.
A equação horária de movimento para uma partícula em MHS é:
x (t ) A cos( t ) .
Aqui, o argumento (t + ) é chamado fase, com sendo a fase inicial já que dá a
posição da partícula em t = 0. No exemplo discutido, = 0 para a partícula A’ e =
/2 para a partícula B’, de modo que as respectivas equações horárias ficam:
x A (t ) R cos t e xB (t ) R cos ( t / 2) .
Ondas Transversais
Se os pontos do meio pelo qual passa uma onda oscilam numa direção
perpendicular à direção de propagação da onda, esta é chamada de onda
transversal.
A figura ao lado
representa as posições de onze
pontos de um meio elástico em
três instantes de tempo
sucessivos: t, t + t e t + 2t.
Observe que o movimento de um
ponto qualquer tem sempre uma
diferença de fase negativa em relação ao movimento do ponto adjacente a sua
direita e que é justamente isso que torna o movimento coletivo uma onda transversal
que se propaga para a direita. Se a diferença de fase fosse positiva, a onda se
propagaria na direção oposta.
26
Guia de Estudo – FÍSICA II
A onda gerada numa corda horizontal pelo movimento para cima e para baixo
da mão que segura uma de suas extremidades é um exemplo de onda transversal.
Outro exemplo de onda transversal, só que não mecânica, é a onda
eletromagnética, na qual os campos elétrico e magnético oscilam
perpendicularmente um ao outro e à direção de propagação da onda .
A direção do movimento das partículas do meio, quando por ele passa uma
onda transversal, é perpendicular à direção de propagação da onda. Mas existem
infinitas direções que são perpendiculares à direção de propagação da onda. Caso
as partículas do meio se movimentem sempre na mesma direção, ou seja, caso a
onda permaneça sempre no mesmo plano, dizemos que ela é linearmente
polarizada. Qualquer onda transversal pode ser considerada como combinação de
duas ondas linearmente polarizadas em direções perpendiculares. Se os
deslocamentos das partículas do meio, têm todos o mesmo módulo, mas direções
diferentes, de modo que a onda tenha forma helicoidal, dizemos que a onda é
polarizada circularmente. Nesse caso, cada partícula do meio descreve uma
circunferência em torno da reta que passa pelos pontos de equilíbrio das partículas
do meio.
Ondas Longitudinais
Se os pontos do meio, pelos quais passa uma onda, oscilam numa direção
paralela à direção de propagação da onda, esta é chamada de onda longitudinal.
A figura abaixo representa, na horizontal, as posições de treze pontos de um
meio elástico em onze
instantes de tempo
sucessivos: t0 = t, t1 = t + t, t2
= t + 2t, ...t10 = t + 10t. Os
pontos de equilíbrio dos
movimentos harmônicos das
partículas do meio estão
sobre as linhas verticais, e as
linhas curvas servem para
explicitar esses movimentos.
Observe, em particular, a
segunda partícula do meio,
que oscila ao redor do ponto
de equilíbrio sobre a linha
tracejada e cujas elongações
estão representadas pelas flechas. Observe, também, que as distâncias relativas
entre o primeiro, o segundo e o terceiro pontos no instante t são as mesmas que
27
Guia de Estudo – FÍSICA II
entre o segundo, o terceiro e o quarto pontos em t + t, e assim por diante,
mostrando que a onda se propaga para a direita. O movimento de qualquer ponto
tem sempre uma diferença de fase negativa em relação ao movimento do ponto
adjacente a sua direita e é justamente isso que torna o movimento coletivo uma
onda longitudinal que se propaga para a direita.
28
Guia de Estudo – FÍSICA II
ELEMENTOS DE UMA ONDA
v / T .
f / 2 1/ T ,
v f / k
29
Guia de Estudo – FÍSICA II
A figura a seguir ilustra uma onda mecânica que se propaga numa
velocidade 3,0m/s. Qual é a sua freqüência?
Solução:
Aos pontos mais altos da onda, damos o nome de cristas e aos pontos mais
baixos, vales. A distância entre duas cristas (ou vales) consecutivas corresponde ao
comprimento de onda ( ).
Nesta figura, temos a distância 0,60m representada indicando a distância
0,60
entre duas cristas que não são consecutivas. Logo, 0,30m .
2
v 3
Assim, pela equação v . f , temos f 10 Hz .
0,30
Equação da Onda
Para estabelecer a equação da onda, vamos tomar uma onda transversal que
se propaga na direção do eixo X e no mesmo sentido desse eixo, com velocidade de
módulo v (ver figura abaixo). O padrão espacial da onda se desloca no espaço com
o passar do tempo. Na figura, representamos a onda no instante de tempo
considerado como inicial (t = 0) e
num instante posterior genérico (t
0). Como estamos estudando
ondas harmônicas, em qualquer
instante de tempo, o padrão
espacial da onda é dado por uma
30
Guia de Estudo – FÍSICA II
função harmônica (seno ou cosseno). Assim, para t = 0:
y ( x, t 0) A senkx
y ( x, t ) y ( x', t 0)
ou:
y ( x, t ) y ( x vt, t 0) ,
y ( x, t ) A sen(kx t ) .
y ( x, t ) A sen(kx t )
y ( x, t ) A sen(kx t ) .
31
Guia de Estudo – FÍSICA II
posição x = /k, é um oscilador harmônico. O mesmo cálculo pode ser feito para
outra posição, levando a conclusão de que a partícula correspondente tem, também
ela, um MHS, mas com uma diferença de fase em relação ao MHS da primeira
partícula. Isso já era de se esperar já que estamos considerando ondas harmônicas.
Embora a discussão acima tenha sido baseada nas ondas transversais por
questões didáticas, as fórmulas obtidas valem também para as ondas longitudinais.
Solução:
Comparando esta função de onda com a equação geral da onda, podemos
ver que a amplitude é A = 0,03m, o número de onda é K = 2,2m -1 e a freqüência
2
angular é 3,5s 1 . Então o comprimento de onda é 2,86m e o período é
K
2
T 1,80s . A velocidade da onda é, portanto,
2,86m
v . f 1,59m / s .
T 1,80s
Princípio de Superposição
32
Guia de Estudo – FÍSICA II
Em um instante de tempo qualquer (t fixo), y1 e y2 representam duas ondas
separadas por uma distância / k sobre o eixo X (Fig.(a)). Numa dada posição (x
fixo), y1 e y2 representam dois movimentos harmônicos simples defasados por um
intervalo de tempo / . A onda resultante da superposição de y1 e y2 é dada por:
y1 y2 A [ sen(kx t ) sen(kx t )] ,
Ondas Estacionárias
33
Guia de Estudo – FÍSICA II
eixo. Ao alcançar o ponto 0, a onda é refletida, propagando-se no sentido contrário
(ver figura). As ondas incidente e refletida são descritas, respectivamente, pelas
expressões:
yI ( x, t ) A sen(kx t ) e yR ( x, t ) A' sen(kx t ) .
ou
y( x, t ) A sen(kx t ) A' sen(kx t ) .
y( x, t ) 2A senkx cos t .
Como as fases (kx + t) e (kx t) não aparecem em y(x,t), a expressão
acima não descreve uma onda viajante mas o que se chama de onda estacionária.
Observe que todas as partículas da corda descrevem movimentos harmônicos
simples de mesma freqüência [y ~ cos t] e que a amplitude de cada movimento [2A
sen kx] depende da posição da partícula em questão.
A amplitude da onda estacionária é nula para kx = n onde n = 0, 1, 2, ...
Como k = 2/, podemos escrever:
x n ( / 2) .
Os pontos dados por essa expressão são chamados nós. Dois nós
consecutivos estão separados por uma distância /2. O comprimento de onda é
determinado pela freqüência e pela velocidade de propagação, pela fórmula = v/f.
Se em x = L a corda tem a outra extremidade fixa, y (L,t) = 0 para qualquer t.
Então, 0 = 2A sen kL cos t, ou seja, sen kL = 0, kL = n’ onde n’ = 1, 2, 3, ... e:
2L / n, .
34
Guia de Estudo – FÍSICA II
f n, ( v / 2 L) ,
Uma corda está esticada entre dois suportes fixos, separados por
1m, e a tensão da corda ajustada até sua freqüência fundamental
ser 440Hz. Qual a velocidade das ondas transversais nesta corda?
SOM E ACÚSTICA
35
Guia de Estudo – FÍSICA II
de um meio. A perturbação é propagada no meio graças às interações moleculares.
A vibração das moléculas ocorre na direção de propagação da onda. Como no caso
das ondas numa corda, apenas a perturbação se propaga; as moléculas apenas
vibram, para frente e para trás, em torno das respectivas posições de equilíbrio.
B
v
RT
v
M
T tC 273 .
A constante R é a constante universal dos gases que tem o valor
R 8,314 J / mol.K .
A constante M é a massa molecular do gás (ou seja, a massa de um mol do gás),
que para o ar é
M 29 x103 Kg / mol ,
36
Guia de Estudo – FÍSICA II
e é uma constante que depende da espécie do gás e tem o valor 1,4 para o ar.
Solução:
(a) A temperatura absoluta correspondente à temperatura Celsius 0ºC é
T tC 273 0 273 273K .
A velocidade do som a 0ºC é, portanto,
RT (1,4)(8,31J / mol.K )(273K )
v 331m / s .
M 29 x10 3 Kg / mol
v293 293
v273 273
ou
293
v (331m / s) 343m / s .
273
As ondas sonoras harmônicas podem ser geradas por uma fonte que vibra
com um movimento harmônico simples, como um diapasão, ou um alto-falante
excitado por um oscilador de áudio. A fonte vibratória provoca a oscilação das
moléculas de ar que estão nas suas vizinhanças, e essas moléculas se movem com
um movimento harmônico simples em torno das posições de equilíbrio. Estas
moléculas colidem com as moléculas que estão um pouco mais afastadas e
provocam também a oscilação destas moléculas, e assim se propaga a onda
sonora. O deslocamento das moléculas s( x, t ) pode ser escrito
37
Guia de Estudo – FÍSICA II
s( x, t ) s0 sen( Kx t )
e é a freqüência angular
2
2f .
T
Solução:
Se a velocidade do som no ar for 340 m/s, o comprimento de onda
correspondente à freqüência audível mais baixa é
v 340m / s
17m ,
f 20 Hz
v 340m / s
1,7cm .
f 20.000 Hz
38
Guia de Estudo – FÍSICA II
ONDAS EM TRÊS DIMENSÕES – INTENSIDADE
O movimento de um
conjunto de frentes de onda
pode ser indicado pelos raios,
que são retas perpendiculares
às frentes de onda (ver figura).
No caso de ondas circulares,
ou de ondas esféricas, os raios
são retas radiais.
Se uma fonte
puntiforme emite
uniformemente ondas em todas
as direções, a energia a uma distância r da fonte estará uniformemente distribuída
sobre uma superfície esférica de raio r e área 4r 2 . Se P for a potência emitida pela
fonte, a potência por unidade de área à distância r da fonte será P / 4r 2 . A potência
média por unidade de área, perpendicular à direção de propagação, é a
intensidade:
Pm
I .
A
Pm
I .
4r 2
39
Guia de Estudo – FÍSICA II
percorre uma pequena distância r vt . A energia total no meio aumenta pela
energia na casca esférica de área superficial A, espessura vt e volume v Avt .
A energia adicional na casca esférica é
E v Avt ,
onde é a energia média por unidade de volume na casca que agora passou a ter
energia. A taxa de aumento de energia é a potência injetada na casca esférica. A
fonte dessa energia é a energia gerada no centro da esfera de onde a onda está
sendo irradiada. Então, a potência média incidente é
E
Pm Av ,
t
e a intensidade da onda é
Pm
I v .
A
40
Guia de Estudo – FÍSICA II
I
10 log
I0
I 0 1012W / m2 .
I0
Neste caso, o limiar da audição é 10 log 0dB , e o limiar de audição dolorosa
I0
1
é 10 log 12
10 log1012 120dB .
10
Então, a faixa de intensidade sonora vai de 1012W / m2 até 1W / m2 , o que
corresponde a uma faixa de níveis de intensidade de 0 dB até 120dB. Na tabela
abaixo, estão os níveis de intensidade de algumas fontes sonoras comuns.
41
Guia de Estudo – FÍSICA II
Um cachorro, ao ladrar, emite cerca de 10-3 W de potência.
(a) Se esta potência estiver uniformemente distribuída em todas
as direções, qual o nível de intensidade a uma distância de 5 m?
(b) Qual seria o nível de intensidade de dois cachorros latindo
em uníssono, cada qual emitindo 10-3 W de potência?
Solução:
(a) A intensidade a uma distância de 5m é a potência dividida pela área:
P 103W
I 3,18 x10 6W / m2 .
4r 4 (5m) 2
10 log( 3,18x106 )
Podemos ver, por este exemplo, que se a intensidade for duplicada, o nível de
intensidade aumentará 3 dB.
42
Guia de Estudo – FÍSICA II
Solução:
Pela tabela das intensidades e nível de intensidade de alguns ruídos,
podemos ver que para cada 10dB de diminuição no nível de intensidade, a
intensidade diminui por um fator de 10. Então, uma queda de 30 dB corresponde a
uma diminuição da intensidade por um fator de 103 = 1000.
A sensação de sonoridade
depende da freqüência e também da
intensidade do som. A figura ao lado é
um gráfico do nível de intensidade contra
a freqüência para sons de igual
sonoridade ao ouvido humano. Nesta
figura, a freqüência está plotada numa
escala logarítmica a fim de cobrir o largo
intervalo de freqüência que vai de 20 Hz
até 10 KHz. A curva mais baixa
corresponde ao limiar de audição de
pessoas com o ouvido muito sensível.
Podemos ver que o limiar da audição é 0
dB a 1KHz, mas cerca de 50 dB a 60 Hz. Aproximadamente 1% da população tem
esse limiar da audição muito baixo. A segunda curva de baixo para cima, é uma
curva de limiar de audição mais típica, que vale para cerca de 50% da população. A
curva superior assinala o limiar da audição dolorosa. Esta curva não varia tanto com
a freqüência, como as curvas que estão mais embaixo. Observa-se nesse gráfico,
que o ouvido humano é mais sensível a cerca de 4 KHz, para todos os níveis de
intensidade.
DIFRAÇÃO
43
Guia de Estudo – FÍSICA II
REFLEXÃO
Leis da Reflexão
Na figura a seguir temos uma superfície refletora na qual uma onda incide e
sofre reflexão.
RI : raio incidente
44
Guia de Estudo – FÍSICA II
Reflexão de Ondas Transversais em Cordas
45
Guia de Estudo – FÍSICA II
Quando a reflexão se dá numa extremidade livre, não ocorre inversão de
fase:
Neste caso, quando o pulso chega no anel, por este ser leve e estar livre,
não reage sobre a corda, comportando-se como qualquer ponto da corda, o anel
sobe e desce, e o pulso retorna à corda (reflete) sem inverter-se e, com velocidade
v. Ocorre, portanto, uma reflexão sem inversão de fase quando a extremidade for
livre.
Quando a pessoa grita, ela ouve dois sons: um ao gritar e outro que chega a
ela após sofrer reflexão na parede. Se este último demorar mais de 0,1s para ir até
a parede e voltar à pessoa, ele será ouvido separado do primeiro: é o eco. Se
demorar menos que 0,1s será percebido como uma continuação do primeiro: é a
reverberação. A reverberação atrapalha o entendimento de conversas, e a audição
musical. Por isso, os auditórios são projetados de modo que suas paredes
absorvam intensamente o som, reduzindo as reflexões.
46
Guia de Estudo – FÍSICA II
REFRAÇÃO
Leis da refração
47
Guia de Estudo – FÍSICA II
2ª. Lei (Lei de Snell)
Na figura temos:
1 : ângulo de incidência – é o ângulo entre o raio incidente e N
ou entre a frente de onda incidente e F
2 : ângulo de refração – é o ângulo entre o raio refratado e N ou
entre a frente de onda refratada e F
sen1 v1 1
A lei de Snell é expressa por: .
sen 2 v2 2
S1 v .t
sen1 sen1 1 (I)
AB AB
S 2 v .t
sen 2 sen 2 2 (II)
AB AB
sen1 v1
sen 2 v 2
Então:
sen1 v1 1 . f
1
sen 2 v2 2 . f 2
Quando uma onda transversal incide na fronteira entre elas, ocorre refração
e reflexão, havendo dois casos a considerar:
48
Guia de Estudo – FÍSICA II
Na figura 1 temos a onda incidente dirigindo-se da corda de menor para a corda de
maior densidade linear: a onda refratada está em fase com a onda incidente; a
onda refletida está em oposição de fase em relação à onda incidente.
49
Guia de Estudo – FÍSICA II
INTERFERÊNCIA
Assim, quando duas cristas (ou dois vales) se encontram, seus efeitos se
somam; o efeito de uma onda é reforçado pelo efeito de outra. Esse fenômeno é
chamado de interferência construtiva.
50
Guia de Estudo – FÍSICA II
Interferência destrutiva: no encontro dos pulsos há um enfraquecimento do efeito produzido
pelas ondas (um completo aniquilamento, se as amplitudes forem iguais e de sinal contrário).
Determine:
a) a amplitude do pulso resultante no instante da superposição
b) qual a configuração da corda após a superposição.
Solução:
a = a1 + a2
a = +1 + (-5)
a = -4cm
51
Guia de Estudo – FÍSICA II
EFEITO DOPPLER
(v uS )t (v uS )t
f
N f 0 t
ou
v uS v u
f 1 S .
f0 f0 v
v uS v u
a 1 S .
f0 f0 v
52
Guia de Estudo – FÍSICA II
(Fonte se aproximando)
v f0
f'
a 1 uS / v
(Fonte se afastando)
vt ur t v ur
N t .
N v ur
f'
t
ou u
f ' f 0 1
v (Receptor se aproximando)
( u
f ' f 0 1 r
v
(Receptor se afastando)
53
Guia de Estudo – FÍSICA II
A escolha correta dos sinais mais e menos é fácil de memorizar observando
que a freqüência aumenta quando a fonte e o receptor se aproximam, e diminui
quando um se afasta do outro. Assim, por exemplo, se a fonte estiver em
movimento para o receptor e se o receptor estiver em movimento para a fonte, o
sinal positivo aparece no numerador e o negativo no denominador.
Solução:
No caso de um receptor móvel, o comprimento de onda não se altera; o
receptor simplesmente recebe mais ondas num certo intervalo de tempo. A
freqüência observada é:
u 34
f ' f 0 1 r (400 Hz)1 440 Hz .
v 340
54
Guia de Estudo – FÍSICA II
Caro (a) aluno (a), neste momento é hora de realizar atividades sobre
esta unidade. As atividades serão colocadas no ambiente pelo
professor, devendo você realizá-las e publicá-las.
55
Guia de Estudo – FÍSICA II
REFERÊNCIAS
Bibliografia Básica:
ALONSO & FINN. Física – Um curso Universitário. V.1-4. Edgard Blucher Ltda.
Bibliografia Complementar:
56
Guia de Estudo – FÍSICA II