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SEDUC-MT
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso
Perfil Profissional: Matemática
Edital Nº 01/2017 - 03 de Julho de 2017
JL024-2017
DADOS DA OBRA
Título da obra: Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer do Estado de Mato Grosso
- SEDUC-MT
• Conhecimentos Específicos
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Suelen Domenica Pereira
Capa
Natália Maio
Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO
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SUMÁRIO
Conhecimentos Específicos
1. Conjuntos...........................................................................................................................................................................................................................01
1.1. Representação e relação: pertinência, inclusão e igualdade..............................................................................................................01
1.2. Operações: união, intercessão.........................................................................................................................................................................01
1.3. Conjuntos numéricos: naturais, inteiros, racionais e reais...................................................................................................................01
2. Funções...............................................................................................................................................................................................................................25
2.1. Definição, domínio, imagem, gráficos, crescimento e decrescimento..........................................................................................25
2.2. Funções: afim, quadrática, exponencial e logarítmica..........................................................................................................................25
3. Trigonometria...................................................................................................................................................................................................................42
3.1. Arcos e ângulos.....................................................................................................................................................................................................42
3.2. Redução no 1º quadrante.................................................................................................................................................................................42
3.3. Relações métricas e trigonométricas no Triângulo................................................................................................................................42
3.4. Funções trigonométricas...................................................................................................................................................................................42
4. Análise combinatória....................................................................................................................................................................................................48
4.1. Teorema fundamental da contagem............................................................................................................................................................48
4.2. Agrupamentos simples: arranjos, combinação e permutação..........................................................................................................48
5. Noções de probabilidade...........................................................................................................................................................................................53
5.1. Espaço amostral e evento.................................................................................................................................................................................53
5.2. Definição, propriedades e operações de probabilidade......................................................................................................................53
6. Noções de estatística....................................................................................................................................................................................................57
6.1. Conceito, universo estatístico e amostra....................................................................................................................................................57
6.2. Frequência e amplitude......................................................................................................................................................................................57
6.3. Representação gráfica.........................................................................................................................................................................................57
6.4. Medidas de posição e dispersão....................................................................................................................................................................57
7. Sequência...........................................................................................................................................................................................................................72
7.1. Progressões aritméticas.....................................................................................................................................................................................72
7.2. Progressões geométricas...................................................................................................................................................................................72
8. Matrizes e determinantes...........................................................................................................................................................................................80
8.1. Conceito, igualdade, tipos, operações e propriedades das matrizes.............................................................................................80
8.2. Definição, propriedades e cálculo dos determinantes.........................................................................................................................80
9. Geometria analítica..................................................................................................................................................................................................... 103
9.1. Ponto, reta e circunferência........................................................................................................................................................................... 103
10. Geometria Espacial................................................................................................................................................................................................... 110
10.1. Sólidos geométricos: prisma, pirâmide, cilindro, cone e esfera.................................................................................................. 110
11. Noções de matemática financeira..................................................................................................................................................................... 117
11.1. Juros simples e juros compostos.............................................................................................................................................................. 117
12. Metodologia do ensino da Matemática......................................................................................................................................................... 123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
1. Conjuntos...........................................................................................................................................................................................................................01
1.1. Representação e relação: pertinência, inclusão e igualdade..............................................................................................................01
1.2. Operações: união, intercessão.........................................................................................................................................................................01
1.3. Conjuntos numéricos: naturais, inteiros, racionais e reais...................................................................................................................01
2. Funções...............................................................................................................................................................................................................................25
2.1. Definição, domínio, imagem, gráficos, crescimento e decrescimento..........................................................................................25
2.2. Funções: afim, quadrática, exponencial e logarítmica..........................................................................................................................25
3. Trigonometria...................................................................................................................................................................................................................42
3.1. Arcos e ângulos.....................................................................................................................................................................................................42
3.2. Redução no 1º quadrante.................................................................................................................................................................................42
3.3. Relações métricas e trigonométricas no Triângulo................................................................................................................................42
3.4. Funções trigonométricas...................................................................................................................................................................................42
4. Análise combinatória....................................................................................................................................................................................................48
4.1. Teorema fundamental da contagem............................................................................................................................................................48
4.2. Agrupamentos simples: arranjos, combinação e permutação..........................................................................................................48
5. Noções de probabilidade...........................................................................................................................................................................................53
5.1. Espaço amostral e evento.................................................................................................................................................................................53
5.2. Definição, propriedades e operações de probabilidade......................................................................................................................53
6. Noções de estatística....................................................................................................................................................................................................57
6.1. Conceito, universo estatístico e amostra....................................................................................................................................................57
6.2. Frequência e amplitude......................................................................................................................................................................................57
6.3. Representação gráfica.........................................................................................................................................................................................57
6.4. Medidas de posição e dispersão....................................................................................................................................................................57
7. Sequência...........................................................................................................................................................................................................................72
7.1. Progressões aritméticas.....................................................................................................................................................................................72
7.2. Progressões geométricas...................................................................................................................................................................................72
8. Matrizes e determinantes...........................................................................................................................................................................................80
8.1. Conceito, igualdade, tipos, operações e propriedades das matrizes.............................................................................................80
8.2. Definição, propriedades e cálculo dos determinantes.........................................................................................................................80
9. Geometria analítica..................................................................................................................................................................................................... 103
9.1. Ponto, reta e circunferência........................................................................................................................................................................... 103
10. Geometria Espacial................................................................................................................................................................................................... 110
10.1. Sólidos geométricos: prisma, pirâmide, cilindro, cone e esfera.................................................................................................. 110
11. Noções de matemática financeira..................................................................................................................................................................... 117
11.1. Juros simples e juros compostos.............................................................................................................................................................. 117
12. Metodologia do ensino da Matemática......................................................................................................................................................... 123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
Igualdade 0/ ≠( 0/ ) 0/ ∉ 0/ 0/ ⊂ 0/ 0/ ∈ { 0/ }
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B 0/ ⊂ A ⇔ 0/ ∈ P(A) A ⊂ A ⇔ A ∈ P(A)
e indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de
B e B é também subconjunto de A.
Simbolicamente: A = B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equi- e, portanto, P(A) possui 2n elementos.
vale, segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B e B
⊂ A. União de conjuntos
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e
somente se, possuem os mesmos elementos. A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portan- formado por todos os elementos que pertencem a A ou a
to A ≠ B se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B B. Representa-se por A ∪ B.
não é subconjunto de A. Simbolicamente: A ≠ B ⇔ A ⊄ B Simbolicamente: A 4 ∉BN = {X | X ∈ A ou X ∈ B}
ou B ⊄ A
Exemplos
- {2,4} = {4,2}, pois {2,4} ⊂ {4,2} e {4,2} ⊂ {2,4}. Isto nos
mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não
deve ser levada em consideração. Em outras palavras, um
conjunto fica determinado pelos elementos que o mesmo
possui e não pela ordem em que esses elementos são des-
critos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exemplos Observações:
Exemplos
- {2,3,4} ∩ {3,5}={3}
- {1,2,3} ∩ {2,3,4}={2,3}
- {2,3} ∩ {1,2,3,5}={2,3}
- {2,4} ∩ {3,5,7}= φ Subtração
Observação: Se A ∩ B= φ , dizemos que A e B são con- A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto for-
juntos disjuntos. mado por todos os elementos que pertencem a A e não
pertencem a B. Representa-se por A – B. Simbolicamente:
A – B = {X | X ∈ A e X ∉ B}
Exemplos
- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A = φ
- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}
- A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5}
Note que ao subtrairmos os elementos comuns Observações: Alguns autores preferem utilizar o con-
evitamos que eles sejam contados duas vezes. ceito de completar de B em relação a A somente nos casos
em que B ⊂ A.
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Assim sendo
a) O número total de crianças da escola é:
n( A ∪ B ∪ C ∪ D ) = n( A) + n( B ) + n(C ) + n( D ) = 15 + 9 + 13 + 33 = 70
b) O número de crianças que são meninas ou são rui-
vas é:
n[( A ∪ B ) ∪ ( B ∪ D )] = n( A) + n( B ) + n( D ) = 15 + 9 + 33 = 57
Exemplos Questões
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Intersecções:
6 - RESPOSTA: “E”.
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é ele-
mento de B.
Os que dirigem automóveis e motocicleta: 8 A-B são os elementos que tem em A e não em B.
Os que dirigem apenas automóvel: 28-8 = 20 Então de A∪B, tiramos que B={0;3;5}.
Os que dirigem apenas motocicleta: 12-8= 4
A quantidade de motoristas é o somatório: 20+8+4 =
32 motoristas. 7 - Resposta “A”.
3 - RESPOSTA: “B”.
Técnicos arquivam e classificam: 15
Arquivam e atendem: 46-15=31
classificam e atendem: 4
Classificam: 15+4=19 como são 27 faltam 8
Dos 11 técnicos aptos a atender ao público 4 são capa-
zes de classificar processos, logo apenas 11-4 = 7 técnicos 70 – 50 = 20.
são aptos a atender ao público. 20% utilizam as duas empresas.
Somando todos os valores obtidos no diagrama tere-
mos: 31+15+7+4+8 = 65 técnicos.
8 - RESPOSTA: “E”.
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Respostas
2 - RESPOSTA: “B”.
2000-200=1800-35=1765 9 - RESPOSTA: “A”.
O salário líquido de José é R$1765,00. Se o sucessor é 23, o dobro do número é 22, portanto
o número é 11.
(11+1) → 2=24
3 - RESPOSTA: “E”.
D= dividendo
d= divisor 10 - RESPOSTA: “E”.
Q = quociente = 10 364098 → 5=1820490 automóveis
R= resto = 0 (divisão exata)
Equacionando:
D= d.Q + R
D= d.10 + 0 → D= 10d
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Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros Divisão de Números Inteiros
é o mesmo que adicionar o primeiro com o oposto do se-
gundo. Dividendo divisor dividendo:
Divisor = quociente 0
Multiplicação de Números Inteiros
Quociente . divisor = dividendo
A multiplicação funciona como uma forma simplificada
de uma adição quando os números são repetidos. Podería- Sabemos que na divisão exata dos números naturais:
mos analisar tal situação como o fato de estarmos ganhan- 40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40
do repetidamente alguma quantidade, como por exemplo, 36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36
ganhar 1 objeto por 30 vezes consecutivas, significa ganhar
30 objetos e esta repetição pode ser indicada por um x, Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a di-
isto é: 1 + 1 + 1 ... + 1 + 1 = 30 x 1 = 30 visão exata de números inteiros. Veja o cálculo:
Se trocarmos o número 1 pelo número 2, obteremos: 2 (–20) : (+5) = q (+5) . q = (–20) q = (–4)
+ 2 + 2 + ... + 2 + 2 = 30 x 2 = 60 Logo: (–20) : (+5) = - 4
Se trocarmos o número 2 pelo número -2, obteremos:
(–2) + (–2) + ... + (–2) = 30 x (-2) = –60 Considerando os exemplos dados, concluímos que,
Observamos que a multiplicação é um caso particular para efetuar a divisão exata de um número inteiro por ou-
da adição onde os valores são repetidos. tro número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode do dividendo pelo módulo do divisor. Daí:
ser indicado por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal - Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, o
entre as letras. quociente é um número inteiro positivo.
Para realizar a multiplicação de números inteiros, deve- - Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes,
mos obedecer à seguinte regra de sinais: o quociente é um número inteiro negativo.
(+1) x (+1) = (+1) - A divisão nem sempre pode ser realizada no conjunto
(+1) x (-1) = (-1) Z. Por exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que
(-1) x (+1) = (-1)
não podem ser realizadas em Z, pois o resultado não é um
(-1) x (-1) = (+1)
número inteiro.
Com o uso das regras acima, podemos concluir que:
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é as-
sociativa e não tem a propriedade da existência do ele-
Sinais dos números Resultado do produto mento neutro.
Iguais Positivo 1- Não existe divisão por zero.
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe
um número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15.
Diferentes Negativo
2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente
Propriedades da multiplicação de números intei-
de zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro
ros: O conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a
por zero é igual a zero.
multiplicação de dois números inteiros ainda é um número
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1)
inteiro.
=0
Associativa: Para todos a,b,c em Z:
a x (b x c) = (a x b) x c Potenciação de Números Inteiros
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
A potência an do número inteiro a, é definida como um
Comutativa: Para todos a,b em Z: produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
axb=bxa base e o número n é o expoente.
3x7=7x3 an = a x a x a x a x ... x a
a é multiplicado por a n vezes
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por
todo z em Z, proporciona o próprio z, isto é: Exemplos:33 = (3) x (3) x (3) = 27
zx1=z (-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
7x1=7 (-7)² = (-7) x (-7) = 49
Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de (+9)² = (+9) x (+9) = 81
zero, existe um inverso z–1=1/z em Z, tal que - Toda potência de base positiva é um número inteiro
z x z–1 = z x (1/z) = 1 positivo.
9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1 Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9
Distributiva: Para todos a,b,c em Z: - Toda potência de base negativa e expoente par é
a x (b + c) = (a x b) + (a x c) um número inteiro positivo.
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5) Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o
um número inteiro negativo. produto de números inteiros, concluímos que:
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125 (a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número
inteiro negativo.
Propriedades da Potenciação: (b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz
Produtos de Potências com bases iguais: Conserva- de qualquer número inteiro.
se a base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6
= (–7)9 Questões
Quocientes de Potências com bases iguais: Conser- 1 - (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) Uma
va-se a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 = operação λ é definida por:
(+13)8 – 6 = (+13)2 wλ = 1 − 6w, para todo inteiro w.
Com base nessa definição, é correto afirmar que a
Potência de Potência: Conserva-se a base e multipli- soma 2λ + (1λ) λ é igual a
cam-se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10 A) −20.
B) −15.
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1 C) −12.
= +9 (–13)1 = –13 D) 15.
E) 20.
Potência de expoente zero e base diferente de zero:
É igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1 2 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)
Ruth tem somente R$ 2.200,00 e deseja gastar a maior
Radiciação de Números Inteiros quantidade possível, sem ficar devendo na loja.
A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a é Verificou o preço de alguns produtos:
a operação que resulta em outro número inteiro não ne- TV: R$ 562,00
gativo b que elevado à potência n fornece o número a. O DVD: R$ 399,00
número n é o índice da raiz enquanto que o número a é o Micro-ondas: R$ 429,00
radicando (que fica sob o sinal do radical). Geladeira: R$ 1.213,00
A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a Na aquisição dos produtos, conforme as condições
é a operação que resulta em outro número inteiro não ne- mencionadas, e pagando a compra em dinheiro, o troco
gativo que elevado ao quadrado coincide com o número a. recebido será de:
A) R$ 84,00
Observação: Não existe a raiz quadrada de um núme- B) R$ 74,00
ro inteiro negativo no conjunto dos números inteiros. C) R$ 36,00
D) R$ 26,00
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais di- E) R$ 16,00
dáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas aparecimen-
to de: 3 - (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
√9 = ±3 MA/2013) Analise as operações a seguir:
mas isto está errado. O certo é:
√9 = +3
I abac=ax
Observamos que não existe um número inteiro não
negativo que multiplicado por ele mesmo resulte em um
número negativo.
A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a II
operação que resulta em outro número inteiro que elevado
ao cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os
nossos cálculos somente aos números não negativos.
III
Exemplos
3 De acordo com as propriedades da potenciação, temos
(a) 8 = 2, pois 2³ = 8. que, respectivamente, nas operações I, II e III:
A) x=b-c, y=b+c e z=c/2.
(b)
3
− 8 = –2, pois (–2)³ = -8. B) x=b+c, y=b-c e z=2c.
C) x=2bc, y=-2bc e z=2c.
(c) 27 = 3, pois 3³ = 27. D) x=c-b, y=b-c e z=c-2.
3
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6 – (Operador de máq./Pref.Coronel Fabriciano/MG) Quantos são os valores inteiros e positivos de x para os quais
é um número inteiro?
A) 0
B) 1
C) 2
D) 3
E) 4
7- (CASA DA MOEDA) O quadro abaixo indica o número de passageiros num vôo entre Curitiba e Belém, com duas
escalas, uma no Rio de Janeiro e outra em Brasília. Os números indicam a quantidade de passageiros que subiram no avião
e os negativos, a quantidade dos que desceram em cada cidade.
Curtiba +240
-194
Rio de Janeiro
+158
-108
Brasília
+94
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= 0,333...
1
3
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Representação Fracionária dos Números Decimais 990x = 1234,34... – 12,34... ⇒ 990x = 1222 ⇒ x
= 1222/990
Trata-se do problema inverso: estando o número ra-
cional escrito na forma decimal, procuremos escrevê-lo na
Simplificando, obtemos x = 611 , a fração geratriz da
forma de fração. Temos dois casos:
dízima 1, 23434... 495
3,48 = 348
100 Soma (Adição) de Números Racionais
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O produto dos números racionais a e b também pode - Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
ser indicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab sem nenhum
sinal entre as letras. ⎛ 9⎞
1
Propriedades da Multiplicação de Números Racionais - Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo si-
O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, nal da base.
o produto de dois números racionais ainda é um número 3
racional.
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ 8
⎜⎝ ⎟⎠ = ⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ =
- Associativa: Para todos a, b, c em Q: a × ( b × c ) = ( 3 3 3 3 27
a×b)×c
- Comutativa: Para todos a, b em Q: a × b = b × a - Toda potência com expoente par é um número po-
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por sitivo.
todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q × 1 = q 2
- Elemento inverso: Para todo q =
a em Q, q diferen- ⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ 1
⎜⎝ − ⎟⎠ = ⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ =
te de zero, existe q-1 = b em Q: q × qb-1 = 1 a 5 5 5 25
x b =1 a b
a - Produto de potências de mesma base. Para reduzir
- Distributiva: Para todos a, b, c em Q: a × ( b + c ) = ( um produto de potências de mesma base a uma só potên-
a×b)+(a×c) cia, conservamos a base e somamos os expoentes.
2 3 2+3 5
Divisão de Números Racionais ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2 2⎞ ⎛ 2 2 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞
⎜⎝ ⎟⎠ .⎜ ⎟ = ⎜ . ⎟ .⎜ . . ⎟ = ⎜ ⎟ =⎜ ⎟
A divisão de dois números racionais p e q é a própria 5 ⎝ 5⎠ ⎝ 5 5⎠ ⎝ 5 5 5⎠ ⎝ 5⎠ ⎝ 5⎠
operação de multiplicação do número p pelo inverso de q,
isto é: p ÷ q = p × q-1 - Quociente de potências de mesma base. Para redu-
zir um quociente de potências de mesma base a uma só
Potenciação de Números Racionais potência, conservamos a base e subtraímos os expoentes.
b)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exemplo 2 A) 6.
B) 7.
Representa o produto 3 . 3 ou . Logo, é a raiz C) 8.
2
1 1 1 ⎛ 1⎞ 1
⎜⎝ ⎟⎠ 3
quadrada de 19 .Indica-se 1 = 3 D) 9.
9 1 3
E) 10.
9
Exemplo 3
0,216 Representa o produto 0,6 . 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. 4 - (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERA-
Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3 0,216 = 0,6. CIONAL – VUNESP/2013) Em um estado do Sudeste, um
Agente de Apoio Operacional tem um salário mensal de:
Assim, podemos construir o diagrama: saláriobase R$ 617,16 e uma gratificação de R$ 185,15. No
mês passado, ele fez 8 horas extras a R$ 8,50 cada hora,
mas precisou faltar um dia e foi descontado em R$ 28,40.
N Z Q
No mês passado, seu salário totalizou
A) R$ 810,81.
B) R$ 821,31.
C) R$ 838,51.
D) R$ 841,91.
Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá E) R$ 870,31.
o número zero ou um número racional positivo. Logo, os
números racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.
5 - (Pref. Niterói) Simplificando a expressão abaixo
O número -100 não tem raiz quadrada em Q, pois tan-
to como +10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 . Obtém-se :
-10 9
A) ½
3 3 9
18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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1 - RESPOSTA: “B”.
Somando português e matemática: 7 - RESPOSTA: “B”.
x=0,181818... temos então pela transformação na fra-
ção geratriz: 18/99 = 2/11, substituindo:
19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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9 - RESPOSTA: “A”.
ou 800-600=200 mulheres
10 - RESPOSTA: “C”.
Números Reais
O conjunto dos números reais R é uma expansão do Podemos concluir que na representação dos números
conjunto dos números racionais que engloba não só os in- Reais sobre uma reta, dados uma origem e uma unidade, a
teiros e os fracionários, positivos e negativos, mas também cada ponto da reta corresponde um número Real e a cada
todos os números irracionais. número Real corresponde um ponto na reta.
Os números reais são números usados para represen-
tar uma quantidade contínua (incluindo o zero e os nega-
tivos). Pode-se pensar num número real como uma fração
decimal possivelmente infinita, como 3,141592(...). Os nú-
meros reais têm uma correspondência biunívoca com os
pontos de uma reta.
Denomina-se corpo dos números reais a coleção dos
elementos pertencentes à conclusão dos racionais, forma- Ordenação dos números Reais
do pelo corpo de frações associado aos inteiros (números A representação dos números Reais permite definir
racionais) e a norma associada ao infinito. uma relação de ordem entre eles. Os números Reais positi-
Existem também outras conclusões dos racionais, uma vos são maiores que zero e os negativos, menores. Expres-
para cada número primo p, chamadas números p-ádicos. O samos a relação de ordem da seguinte maneira: Dados dois
corpo dos números p-ádicos é formado pelos racionais e a números Reais a e b,
norma associada a p! a≤b↔b–a≥0
20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Restam :1000-850=R$150,00
23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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6 - RESPOSTA: “D”.
Primeiro balde: 2. FUNÇÕES.
2.1. DEFINIÇÃO, DOMÍNIO, IMAGEM,
GRÁFICOS, CRESCIMENTO
Segundo balde: E DECRESCIMENTO.
2.2. FUNÇÕES:
AFIM, QUADRÁTICA, EXPONENCIAL E
LOGARÍTMICA.
Terceiro balde:
Função do 1˚ Grau
A soma dos volumes é : 10+9+9,5=28,5 litros
Dados dois conjuntos A e B, não-vazios, função é uma
relação binária de A em B de tal maneira que todo elemen-
7 - RESPOSTA: “C”. to x, pertencente ao conjunto A, tem para si um único cor-
A caminhada sempre vai ser 5 minutos e depois 2 mi- respondente y, pertencente ao conjunto B, que é chamado
nutos, então 7 minutos ao total. de imagem de x.
Dividindo o total da caminhada pelo tempo, temos:
8 - RESPOSTA: “D”.
A) errada - O conjunto dos números reais tem os con- Notemos que, para uma relação binária dos conjuntos
juntos: naturais, inteiros, racionais e irracionais. A e B, nesta ordem, representarem uma função é preciso
B) errada – R* são os reais sem o zero. que:
C) errada - -1 e 0 são números reais.
- Todo elemento do conjunto A tenha algum corres-
9 - RESPOSTA: “C”. pondente (imagem) no conjunto B;
1 a 9 =9 algarismos=0,001⋅9=0,009 ml - Para cada elemento do conjunto A exista um único
De 10 a 99, temos que saber quantos números tem. correspondente (imagem) no conjunto B.
99-10+1=90.
OBS: soma 1, pois quanto subtraímos exclui-se o pri- Assim como em relação, usamos para as funções, que
meiro número. são relações especiais, a seguinte linguagem:
90 números de 2 algarismos: 0,002⋅90=0,18ml
Domínio: Conjunto dos elementos que possuem ima-
De 100 a 999 gem. Portanto, todo o conjunto A, ou seja, D = A.
999-100+1=900 números
Contradomínio: Conjunto dos elementos que se colo-
900⋅0,003=2,7ml cam à disposição para serem ou não imagem dos elemen-
1000=0,004ml tos de A. Portanto, todo conjunto B, ou seja, CD = B.
Somando: 0,009+0,18+2,7+0,004=2,893
Conjunto Imagem: Subconjunto do conjunto B forma-
10 - RESPOSTA: “E”. do por todos os elementos que são imagens dos elementos
Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3 do conjunto A, ou seja, no exemplo anterior: Im = {a, b, c}.
de R$ 0,50 e 1 de R$ 0,25(maiores valores).
Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75 Exemplo
E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de
R$ 0,10=R$ 0,40. Consideremos os conjuntos A = {0, 1, 2, 3, 5} e B = {0,
A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}.
Dica: sempre que fala a maior diferença tem que o
maior valor possível – o menor valor. Vamos definir a função f de A em B com f(x) = x + 1.
24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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f: A → B
y = f(x) = x + 1
f(x) é sobrejetora g(x) não é sobrejetora
(não interceptou o gráfico)
Tipos de Função
Bijetora: Quando apresentar as características de fun-
Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-
ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja,
mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
mínio.
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.
x1<x2 → f(x1)>f(x2)
25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exemplo x f(x)
Consideremos a função real f(x) = 2x – 1. Vamos cons- -1 2
truir uma tabela fornecendo valores para x e, por meio da
sentença f(x), obteremos as imagens y correspondentes.
0 1
1 0
2 -1
x y = 2x – 1
–2 –5
–1 –3
0 –1
1 1
2 3
3 5
Transportados os pares ordenados para o plano carte- Consideremos a função f(x) = ax + b com a ≠ 0, em que
siano, vamos obter o gráfico correspondente à função f(x). x0 é a raiz da função f(x).
a>0 a<0
x>x0⇒f(x)>0 x>x0⇒f(x)<0
x=x0⇒f(x)=0 x=x0⇒f(x)=0
x<x0⇒f(x)<0 x<x0⇒f(x)>0
26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau y = ax + b) Quais valores de x tornam positiva a função?
b o valor de x que anula a função, isto é, o valor de x para y>0
que y seja igual à zero. 2x – 4 > 0
Assim, para achar o zero da função y = ax + b, basta 2x > 4
resolver a equação ax + b = 0.
x> 4
Exemplo 2
Determinar o zero da função: x>2
y = 2x – 4.
2x – 4 = 0 A função é positiva para todo x real maior que 2.
2x = 4
x= 4 c) Quais valores de x tornam negativa a função?
x = 22
y<0
O zero da função y = 2x – 4 é 2. 2x – 4 < 0
2x < 4
No plano cartesiano, o zero da função do 1º grau é
representado pela abscissa do ponto onde a reta corta o x<
4
eixo x.
2
x<2
x y (x,y)
1 -2 (1, -2) A função é negativa para todo x real menor que 2.
3 2 (3,2)
Podemos também estudar o sinal da função por meio
de seu gráfico:
27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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saldo de gols. Assim, para uma equipe com 12 pontos ga- b) Diagrama de flechas
nhos e saldo de gols igual a 18, podemos fazer a indicação Apresentamos o produto cartesiano por meio do dia-
(12, 18), já tendo combinado, previamente, que o primeiro grama de flechas, quando representamos cada um dos
número se refere ao número de pontos ganhos, e o segun- conjuntos no diagrama de Euler-Venn, e os pares ordena-
do número, ao saldo de gols. dos por “flechas” que partem do 1º elemento do par or-
Portanto, quando tivermos para outra equipe a infor- denado (no 1º conjunto) e chegam ao 2º elemento do par
mação de que a sua situação é (2, -8) entenderemos, que ordenado (no 2º conjunto).
esta equipe apresenta 2 pontos ganhos e saldo de gols -8. Considerando os conjuntos A e B do nosso exemplo, o
Note que é importante a ordem em que se apresenta este produto cartesiano A x B fica assim representado no dia-
par de números, pois a situação (3, 5) é totalmente diferen- grama de flechas:
te da situação (5,3). Fica, assim, estabelecida a idéia de par
ordenado: um par de valores cuja ordem de apresentação
é importante.
Produto Cartesiano
Dados dois conjuntos A e B, chamamos de produto
cartesiano A x B ao conjunto de todos os possíveis pares
ordenados, de tal maneira que o 1º elemento pertença ao c) Plano cartesiano
1º conjunto (A) e o 2º elemento pertença ao 2º conjunto Apresentamos o produto cartesiano, no plano carte-
(B). siano, quando representamos o 1º conjunto num eixo hori-
zontal, e o 2º conjunto num eixo vertical de mesma origem
A x B= {(x,y) / x ∈ A e y ∈ B} e, por meio de pontos, marcamos os elementos desses
conjuntos. Em cada um dos pontos que representam os
Quando o produto cartesiano for efetuado entre o elementos passamos retas (horizontais ou verticais). Nos
conjunto A e o conjunto A, podemos representar A x A = cruzamentos dessas retas, teremos pontos que estarão re-
A2. Vejamos, por meio de o exemplo a seguir, as formas de presentando, no plano cartesiano, cada um dos pares or-
apresentação do produto cartesiano. denados do conjunto A cartesiano B (B x A).
Exemplo
28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Para determinarmos o domínio de uma função, por- 3. Considere a função f, de domínio N, definida por
tanto, basta garantirmos que as operações indicadas na f(1) = 4 e f(x+1) = 3f(x)-2. O valor de f(0) é:
sentença são possíveis de serem executadas. Dessa forma, a) 0
apenas algumas situações nos causam preocupação e elas b) 1
serão estudadas a seguir. c) 2
d) 3
1ª y= √f(x) f(x)≥(n∈N*) e) 4
2n
d) f(x)= √2x+1 b) 3x – 6 ≠ 0
3
x≠2
e) f(x)= 4x D = R –{2}
√7x+5
c) x + 2 ≥ 0
2. Um número mais a sua metade é igual a 150. x ≥ -2
Qual é esse número? D = {x ∈ R/ x ≥ -2}
29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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d) D = R x+1=0
Devemos observar que o radicando deve ser maior ou x = -1
igual a zero para raízes de índice par.
Dizemos que -1 é a raiz ou zero da função.
e) Temos uma raiz de índice par no denominado, assim:
7x + 5 > 0
x > - 7/5
D = {x ∈ R/ x > -5/7}.
2) Resposta “100”.
Solução:
n + n/2 = 150
2n/2 + n/2 = 300/2
2n + n = 300
3n = 300
n = 300/3
n = 100. Note que o gráfico da função y = x + 1, interceptará
(cortará) o eixo x em -1, que é a raiz da função.
4) Resposta “E”.
Solução: Começamos encontrando f(3):
f(3) = 2.(3) + 1, ou seja, f(3) = 7
Se está pedindo g[f(3)] então está pedindo g(7): Note que o gráfico da função y = -x + 1, interceptará
g(7) = 7 - 3 = 4 (cortará) o eixo x em 1, que é a raiz da função.
30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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10) Solução:
4 5 (4,5)
f(1) = 1² = 1
O gráfico da função de 2º grau é uma curva aberta cha-
f(3) = 3² = 9
mada parábola.
f(5) = 5² = 25
O ponto V indicado na figura chama-se vértice da pa-
Logo: Im(f) = {1, 9, 25}
rábola.
Função do 2º Grau
Concavidade da Parábola
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática
No caso das funções do 2º grau, a parábola pode ter
toda função f de R em R definida por um polinômio do 2º
sua concavidade voltada para cima (a > 0) ou voltada para
grau da forma f(x) = ax2 + bx + c ou y = ax2 + bx + c , com
baixo (a < 0).
a, b e c reais e a ≠ 0.
Exemplo
- y = x2 – 5x + 4, sendo a = 1, b = –5 e c = 4
- y = x2 – 9, sendo a = 1, b = 0 e c = –9
- y = x2, sendo a = 1, b = 0 e c = 0
Exemplo
Se a função f de R em R definida pela equação y = x2
– 2x – 3. Atribuindo à variável x qualquer valor real, obtere-
a>0 a<0
mos em correspondência os valores de y:
Podemos por meio do gráfico de uma função, reco-
Para x = –2 temos y = (–2)2 – 2(–2) –3 = 4 + 4 – 3 = 5
nhecer o seu domínio e o conjunto imagem.
Para x = –1 temos y = (–1)2 – 2(–1) –3 = 1 + 2 – 3 = 0
Para x = 0 temos y = (0)2 – 2(0) –3 = – 3
Consideremos a função f(x) definida por A = [a, b] em R.
Para x = 1 temos y = (1)2 – 2(1) –3 = 1 – 2 – 3 = –4
Para x = 2 temos y = (2)2 – 2(2) –3 = 4 – 4 – 3 = –3
Para x = 3 temos y = (3)2 – 2(3) –3 = 9 – 6 – 3 = 0
Para x = 4 temos y = (4)2 – 2(4) –3 = 16 – 8 – 3 = 5
31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Vértice (V)
Conjunto Imagem: Projeção ortogonal do gráfico da
função no eixo y. Assim, Im = [c, d].
ax2 + bx + c = 0 Exemplo
A resolução de uma equação do 2º grau é feita com o Vamos determinar as coordenadas do vértice da pará-
auxílio da chamada “fórmula de Bhaskara”. bola da seguinte função quadrática: y = x2 – 8x + 15.
Δ
-b +- √
x=
2.a Onde Δ = b2 – 4.a.c
Cálculo da abscissa do vértice:
As raízes (quando são reais), o vértice e a intersecção
com o eixo y são fundamentais para traçarmos um esboço xv= -b =
-(-8)
= 8 =4
do gráfico de uma função do 2º grau. 2a 2(1) 2
f(x) = ax2 + bx + c com a ≠ 0
Cálculo da ordenada do vértice:
Δ>0 Δ=0 Δ<0 Substituindo x por 4 na função dada:
a>0
yV = (4)2 – 8(4) + 15 = 16 – 32 + 15 = –1
32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem or- Estudos do sinal da função do 2º grau
denada máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de máximo e Estudar o sinal de uma função quadrática é determinar
a ordenada do vértice é chamada valor máximo da função. os valores reais de x que tornam a função positiva, negativa
ou nula.
Exemplo
y = x2 – 6x + 8
Estudo do Sinal:
Construção do gráfico da função do 2º grau
- Determinamos as coordenadas do vértice;
- Atribuímos a x valores menores e maiores que xv e 6+2 8
= =4 Para x < 2 ou x > 4 temos y > 0
6±2
calculamos os correspondentes valores de y; x= 2 2 Para x = 2 ou x = 4 temos y = 0
- Construímos assim uma tabela de valores;
2 6−2 4
= =2 Para 2 < x < 4 temos y < 0
- Marcamos os pontos obtidos no sistema cartesiano; 2 2
- Traçamos a curva.
Exercícios
Exemplo
y = x2 – 4x + 3 1. O triplo do quadrado do número de filhos de Pedro
é igual a 63 menos 12 vezes o número de filhos. Quantos
Coordenadas do vértice: filhos Pedro tem?
33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Temos agora uma sentença matemática reduzida à A solução desta equação do 2° grau completa nós dará
forma ax2 + bx + c = 0, que é denominada equação do a resposta deste problema. Vejamos:
2° grau. Vamos então encontrar as raízes da equação, que
-(-1) ± √(-1)2 - 4 . 1 . (-1980)
será a solução do nosso problema: x2 - x - 1980 = ⇒ x =
Primeiramente calculemos o valor de Δ:
2.1
1 ± √7921
Δ = b2 - 4.a.c = 122 - 4 . 3 .(-63) = 144 + 756 = 900 ⇒x=
2
Como Δ é maior que zero, de antemão sabemos que 1 + 89
⇒ x1 = 45
a equação possui duas raízes reais distintas. Vamos calcu-
x1 =
2
lá-las: ⇒x=
1 ± 89
⇒ 1 - 89
2 x2 = ⇒ x2 = -44
3x2 + 12 - 63 = 0 ⇒ x = -12 ± √Δ ⇒
2
2.3
As raízes reais da equação são -44 e 45. Como eu não
x1 =
-12 + √900
⇒x1 = -12 ± 30 ⇒ x1 =
18
⇒ x1 = 3 posso ter -44 anos, é óbvio que só posso ter 45 anos.
6 6 6 Logo, agora eu tenho 45 anos.
-12 - √900 4) Resposta “12”.
Solução: O enunciado nos diz que os dois tipos de lan-
-42
x2 = ⇒x1 = -12 - 30 ⇒ x2 = ⇒ x2 = -7
6
che têm o mesmo valor unitário. Vamos denominá-lo então
6 6
A raízes encontradas são 3 e -7, mas como o número de x.
de filhos de uma pessoa não pode ser negativo, descarta- Ainda segundo o enunciado, de um dos produtos eu
mos então a raiz -7. comprei 4 unidades e do outro eu comprei x unidades.
Sabendo-se que recebi R$ 8,00 de troco ao pa-
Portanto, Pedro tem 3 filhos. gar R$ 200,00 pela mercadoria, temos as informações ne-
cessárias para montarmos a seguinte equação:
2) Resposta “80cm; 120 cm”. 4 . x + x . x + 8 = 200
Solução: Se chamarmos de x altura da tela, temos Ou então:
que 1,5x será a sua largura. Sabemos que a área de uma 4.x + x . x + 8 = 200 ⇒ 4x + x2 + 8 = 200 ⇒ x2 + 4x -
figura geométrica retangular 192=0
é calculada multiplicando-se a medida da sua largura,
pela medida da sua altura. Escrevendo o enunciado na for- Como x representa o valor unitário de cada lanche, va-
ma de uma sentença matemática temos: mos solucionar a equação para descobrimos que valor é
x . 1,5x = 9600 este:
Que pode ser expressa como:
-4 ± √42 - 4 . 1 . (-192)
1,5x2 - 9600 = 0 x2 + 4x - 192 = 0 ⇒ x =
Note que temos uma equação do 2° grau incompleta,
2.1
-4 ± √784
que como já vimos terá duas raízes reais opostas, situação ⇒x=
que ocorre sempre que o coeficiente b é igual a zero. Va-
2 -4 + 28
x1 = ⇒ x1 = 12
mos aos cálculos: 2
⇒x=
-4 ± 28
⇒ -4 - 89
1,5x2 - 9600 = 0 ⇒ 1,5x2 = 9600 ⇒ x2 =
9600 2 x2 = ⇒ x2 = -16
1,5 2
⇒ x = ±√6400 ⇒ x = ±80
As raízes reais da equação são -16 e 12. Como o preço
As raízes reais encontradas são -80 e 80, no entanto não pode ser negativo, a raiz igual -16 deve ser descartada.
como uma tela não pode ter dimensões negativas, deve- Assim, o preço unitário de cada produto é de R$ 12,00.
mos desconsiderar a raiz -80.
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Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um Segundo a definição de logaritmo nós sabemos que:
número racional, então: log2 x = 3 ⇔ 23 = x
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y Logo x é igual a 8:23 = x ⇒ X = 2.2.2 ⇒ x= 8
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx De acordo com a definição de logaritmo o logarit-
- (a / b)x = ax / bx mando deve ser um número real positivo e já que 8 é um
- a-x = 1 / ax número real positivo, podemos aceitá-lo como solução da
Estas relações também são válidas para exponenciais equação. A esta restrição damos o nome de condição de
de base e (e = número de Euller = 2,718...) existência.
- y = ex se, e somente se, x = ln(y) logx 100 = 2
- ln(ex) =x Pela definição de logaritmo a base deve ser um núme-
- ex+y= ex.ey ro real e positivo além de ser diferente de 1. Então a nossa
- ex-y = ex/ey condição de existência da equação acima é que:
- ex.k = (ex)k
x ∈R+* − {1}
A Constante de Euler
Em relação a esta segunda equação nós podemos es-
Existe uma importantíssima constante matemática de- crever a seguinte sentença: logx 100 = 2 ⇔ x2 = 100
finida por
e = exp(1) Que nos leva aos seguintes valores de x:
O número e é um número irracional e positivo e em ⎧ x = −10
função da definição da função exponencial, temos que: x 2 = 100 ⇒ x = ± 100 ⇒ ⎨
Ln(e) = 1 ⎩ x = 10
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Note que x = -10 não pode ser solução desta equação, Como x = -2, então x também não satisfaz esta condi-
pois este valor de x não satisfaz a condição de existência, já ção de existência, mas não é isto que eu quero que você
que -10 é um número negativo. veja. O que eu quero que você perceba, é que enquanto
Já no caso de x = 10 temos uma solução da equação, uma condição diz que x < -6, a outra diz que x > 0. Qual
pois 10 é um valor que atribuído a x satisfaz a condição de é o número real que além de ser menor que -6 é também
existência, visto que 10 é positivo e diferente de 1. maior que 0?
Como não existe um número real negativo, que sendo
7log5 625x = 42 menor que -6, também seja positivo para que seja maior
que zero, então sem solucionarmos a equação nós po-
Neste caso temos a seguinte condição de existência: demos perceber que a mesma não possui solução, já que
625x > 0 ⇒ x >
0
⇒x>0 nunca conseguiremos satisfazer as duas condições simul-
625 taneamente. O conjunto solução da equação é portanto S
Voltando à equação temos: = {}, já que não existe nenhuma solução real que satisfaça
42 as condições de existência da equação.
7 log 5 625x = 42 ⇒ log 5 625x = ⇒ log 5 625x = 6
7 Função Logarítmica
Aplicando a mesma propriedade que aplicamos nos A função logaritmo natural mais simples é a função y=-
casos anteriores e desenvolvendo os cálculos temos: Como f0(x)=lnx. Cada ponto do gráfico é da forma (x, lnx) pois a
25 satisfaz a condição de existência, então S = {25} é o con- ordenada é sempre igual ao logaritmo natural da abscissa.
junto solução da equação. Se quisermos recorrer a outras
propriedades dos logaritmos também podemos resolver
este exercício assim:
⇒ log5 x=2 ⇔ 52 = x ⇒ x = 25
38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Podemos observar neste tipo de função que a variável Função Crescente e Decrescente
independente x é um logaritmando, por isto a denomina- Assim como no caso das funções exponenciais, as fun-
mos função logarítmica. Observe que a base a é um valor ções logarítmicas também podem ser classificadas como
real constante, não é uma variável, mas sim um número real. função crescente ou função decrescente. Isto se dará em
função da base a ser maior ou menor que 1. Lembre-se
A função logarítmica de *+ → é inversa da função que segundo a definição da função logarítmica f : + →
*
exponencial de → + e vice-versa, pois: , definida por f(x) = Loga x, temos que e a > 0 e a ≠ 1
*
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Consideremos p e q polinômios em P[x], definidos por: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x], tem-se que:
p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +... + anxn (p · q) · r = p · (q · r)
q(x) = bo + b1x + b2x² + b3x³ +... + bnxn
Comutativa
Definimos a soma de p e q, por:
(p + q)(x) = (ao + bo) + (a1 + b1)x + (a2 + b2)x² +... + (an Quaisquer que sejam p, q em P[x], tem-se que:
+ bn)xn p·q=q·p
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8. Multiplicando (2x2 + x + 1) por (5x – 2), teremos: P(2) = Q(2) + 22 + 2 + 1 0 = Q(2) + 7,
Logo Q(2) = -7.
9. Se multiplicarmos 3 por (2x2 + x + 5), teremos: Conclui-se que P(1) - Q(2) = 3 - (-7) = 3 + 7 = 10.
6) Resposta “10”.
Solução: Se 2 é raiz de P(x), então sabemos que P(2) =
0 e se 1 é raiz de Q(x) então Q(1) = 0.
Temos então substituindo x por 1 na expressão dada:
42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um Triângulo Isóscele: Pelo menos dois lados têm medi-
vértice de forma a encontrar o lado oposto ao vértice for- das iguais. m(AB) = m(AC).
mando um ângulo reto. BH é uma altura do triângulo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Considerando o triângulo abaixo, podemos escrever Dois triângulos são congruentes, se os seus elementos
que: 70º + 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos x = 180º correspondentes são ordenadamente congruentes, isto é,
- 70º - 60º = 50º. os três lados e os três ângulos de cada triângulo têm res-
pectivamente as mesmas medidas.
Para verificar se um triângulo é congruente a outro,
não é necessário saber a medida de todos os seis elemen-
tos, basta conhecerem três elementos, entre os quais esteja
presente pelo menos um lado. Para facilitar o estudo, indi-
caremos os lados correspondentes congruentes marcados
com símbolos gráficos iguais.
Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC.
Como observamos no desenho, em anexo, as letras minús- Casos de Congruência de Triângulos
culas representam os ângulos internos e as respectivas le- LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos.
tras maiúsculas os ângulos externos. Dois triângulos são congruentes quando têm, respec-
tivamente, os três lados congruentes. Observe que os ele-
mentos congruentes têm a mesma marca.
Congruência de Triângulos
ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e
A idéia de congruência: Duas figuras planas são con- um lado
gruentes quando têm a mesma forma e as mesmas dimen- Dois triângulos são congruentes quando têm um lado e dois
sões, isto é, o mesmo tamanho. ângulos adjacentes a esse lado, respectivamente, congruentes.
Para escrever que dois triângulos ABC e DEF são con-
gruentes, usaremos a notação: ABC ~ DEF
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Semelhança de Triângulos
Se A~D e C~F então: ABC~DEF
A idéia de semelhança: Duas figuras são semelhantes
quando têm a mesma forma, mas não necessariamente o Dois lados congruentes: Se dois triângulos tem dois
mesmo tamanho. lados correspondentes proporcionais e os ângulos forma-
Se duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: dos por esses lados também são congruentes, então os
R~S. triângulos são semelhantes.
Exemplo
Exemplo
Na figura abaixo, observamos que um triângulo pode
os três ângulos são respectivamente congruentes, isto ser “rodado” sobre o outro para gerar dois triângulos se-
é: A~R, B~S, C~T melhantes e o valor de x será igual a 8.
45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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4. Determine os valores literais indicados na figura: 9. Calcule o perímetro do triângulo retângulo ABC da
figura, sabendo que o segmento BC é igual a 10 m e cos
α = 3/5
46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Respostas 5) Solução:
d2 = 52 + 42
1) Solução: d2 = 25 + 16
a² = b² + c² → a² = 6² + 8² → a² = 100 → a = 10 d2 = 41
b.c = a.h → 8.6 = 10.h → h = 48/10 = 4,8 d = √41
c² = a.m → 6² = 10.m → m = 36/10 = 3,6
b² = a.n → 8² = 10.n → n = 64/10 = 6,4
6) Solução:
2
⎛ 1⎞
2) Solução: l 2 = h2 ⎜ ⎟
13² = 12² + x² ⎝ 2⎠
169 = 144 + x² 12
x² = 25 l 2 = h2 +
4
x=5
12
h2 = l 2 −
5.12 = 13.y 4
y = 60/13 4l − l 2
2
h2 =
4
3) Solução:
2
3l
h2 =
52 = 32 + x2 4
25 = 9 + x2 3l 2 l 3
x2 = 16 h= =
x = √16 = 4 4 2
32 = 5m
7) Solução: O triângulo ABC é equilátero.
9
m=
5 l 3
x=
4 = 5n
2
2
16 8 3
n= x= =4 3
5 2
9 16
h = x
2
5 5
144 8) Solução:
h2 = d2 = l2 + 12
25 d2 = 2l2
144 d = √2l2
h= d = 1√2
25
12
h=
5 9) Solução:
x
cos α =
4) Solução:
10
3 x
=
AC = 10 → e ← AB = 24 5 10
(O é o centro da circunferência) 5x = 30
Solução:
30
(BC)2 = 10 2 + 24 2 x= =6
5
(BC)2 = 100 + 576 10 2 = 6 2 + y 2
(BC)2 = 676 100 = 36 + y2
BC = 676 = 26 y 2 = 100 − 36
26 y 2 = 64 ⇒ y = 64 = 8
x= = 13
2 P = 10 + 6 + 8 = 24m
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Análise Combinatória
Princípio fundamental da contagem: é o mesmo que ab e ac são agrupamentos sempre distintos, pois se
a Regra do Produto, um princípio combinatório que indi- diferenciam pela natureza de um dos elemento.
ca quantas vezes e as diferentes formas que um aconteci- ac e ca são agrupamentos que podem ser considera-
mento pode ocorrer. O acontecimento é formado por dois dos distintos ou não distintos pois se diferenciam somente
estágios caracterizados como sucessivos e independentes: pela ordem dos elementos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Quando os elementos de um determinado conjunto A Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições
forem algarismos, A = {0, 1, 2, 3, …, 9}, e com estes algaris- em que um grupo se torna diferente do outro pela ordem
mos pretendemos obter números, neste caso, os agrupa- ou pela natureza dos elementos componentes. Seja A um
mentos de 13 e 31 são considerados distintos, pois indicam conjunto com n elementos e k um natural menor ou igual
números diferentes. a n. Os arranjos simples k a k dos n elementos de A, são os
agrupamentos, de k elementos distintos cada, que diferem
Quando os elementos de um determinado conjunto A entre si ou pela natureza ou pela ordem de seus elementos.
forem pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes pon-
tos pretendemos obter retas, neste caso os agrupamentos Cálculos do número de arranjos simples:
são iguais, pois indicam a mesma reta.
Na formação de todos os arranjos simples dos n ele-
Conclusão: Os agrupamentos... mentos de A, tomados k a k:
Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1)
(n – 2) . … .1 = n!
Portanto: Pn = n!
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Portanto: Cn,k . Pk = An,k ou 01. Quantos números de três algarismos distintos po-
dem ser formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8?
A n,k
C n,k = 02. Organiza-se um campeonato de futebol com 14
Pk
clubes, sendo a disputa feita em dois turnos, para que cada
clube enfrente o outro no seu campo e no campo deste. O
número total de jogos a serem realizados é:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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(A)182 (A) 80
(B) 91 (B) 96
(C)169 (C) 240
(D)196 (D) 640
(E)160 (E) 1.280
03. Deseja-se criar uma senha para os usuários de um 08. Numa clínica hospitalar, as cirurgias são sempre as-
sistema, começando por três letras escolhidas entre as cin- sistidas por 3 dos seus 5 enfermeiros, sendo que, para uma
co A, B, C, D e E, seguidas de quatro algarismos escolhidos eventualidade qualquer, dois particulares enfermeiros, por
entre 0, 2, 4, 6 e 8. Se entre as letras puder haver repetição, serem os mais experientes, nunca são escalados para tra-
mas se os algarismos forem todos distintos, o número total balharem juntos. Sabendo-se que em todos os grupos par-
de senhas possíveis é: ticipa um dos dois enfermeiros mais experientes, quantos
(A) 78.125 grupos distintos de 3 enfermeiros podem ser formados?
(A) 06
(B) 7.200
(B) 10
(C) 15.000
(C) 12
(D) 6.420
(D) 15
(E) 50 (E) 20
04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões 09. Seis pessoas serão distribuídas em duas equipes
com todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia para concorrer a uma gincana. O número de maneiras dife-
executou a tarefa considerando as letras A e à como dife- rentes de formar duas equipes é
rentes, contudo, João queria que elas fossem consideradas (A) 10
como mesma letra. A diferença entre o número de cartões (B) 15
feitos por Cláudia e o número de cartões esperados por (C) 20
João é igual a (D) 25
(A) 720 (E) 30
(B) 1.680
(C) 2.420 10. Considere os números de quatro algarismos do sis-
(D) 3.360 tema decimal de numeração. Calcule:
(E) 4.320 a) quantos são no total;
b) quantos não possuem o algarismo 2;
05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra c) em quantos deles o algarismo 2 aparece ao menos
PROVA foram listadas em ordem alfabética, como se fos- uma vez;
sem palavras de cinco letras em um dicionário. A 73ª pala- d) quantos têm os algarismos distintos;
vra nessa lista é e) quantos têm pelo menos dois algarismos iguais.
(A) PROVA.
(B) VAPOR. Resoluções
(C) RAPOV.
(D) ROVAP. 01.
(E) RAOPV.
02. O número total de jogos a serem realizados é A14,2
06. (MACKENZIE) – Numa empresa existem 10 dire-
= 14 . 13 = 182.
tores, dos quais 6 estão sob suspeita de corrupção. Para
que se analisem as suspeitas, será formada uma comissão 03.
especial com 5 diretores, na qual os suspeitos não sejam
maioria. O número de possíveis comissões é:
(A) 66 Algarismos
(B) 72
(C) 90
(D) 120
(E) 124 Letras
07. (ESPCEX) – A equipe de professores de uma escola As três letras poderão ser escolhidas de 5 . 5 . 5 =125
possui um banco de questões de matemática composto maneiras.
de 5 questões sobre parábolas, 4 sobre circunferências e 4 Os quatro algarismos poderão ser escolhidos de 5 . 4 .
sobre retas. De quantas maneiras distintas a equipe pode 3 . 2 = 120 maneiras.
montar uma prova com 8 questões, sendo 3 de parábolas, O número total de senhas distintas, portanto, é igual a
2 de circunferências e 3 de retas? 125 . 120 = 15.000.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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04. 10.
I) O número de cartões feitos por Cláudia foi a) 9 . A*10,3 = 9 . 103 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000
b) 8 . A*9,3 = 8 . 93 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832
c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168
d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536
II) O número de cartões esperados por João era e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464
Binômio de Newton
Assim, a diferença obtida foi 2.520 – 840 = 1.680 Denomina-se Binômio de Newton , a todo binômio da
forma (a + b)n , sendo n um número natural .
05. Se as permutações das letras da palavra PROVA fo-
rem listadas em ordem alfabética, então teremos: Exemplo:
P4 = 24 que começam por A B = (3x - 2y)4 ( onde a = 3x, b = -2y e n = 4 [grau do
P4 = 24 que começam por O binômio] ).
P4 = 24 que começam por P
Exemplos de desenvolvimento de binômios de Newton :
A 73.ª palavra nessa lista é a primeira permutação que
começa por R. Ela é RAOPV. a) (a + b)2 = a2 + 2ab + b2
b) (a + b)3 = a3 + 3 a2b + 3ab2 + b3
06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita c) (a + b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4ab3 + b4
de corrupção, 4 não estão. Assim, para formar uma comis- d) (a + b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5ab4 + b5
são de 5 diretores na qual os suspeitos não sejam maioria,
podem ser escolhidos, no máximo, 2 suspeitos. Portanto, o Nota:
número de possíveis comissões é Não é necessário memorizar as fórmulas acima, já que
elas possuem uma lei de formação bem definida, senão ve-
jamos:
Vamos tomar, por exemplo, o item (d) acima:
Observe que o expoente do primeiro e últimos termos
são iguais ao expoente do binômio, ou seja, igual a 5.
A partir do segundo termo, os coeficientes podem ser
obtidos a partir da seguinte regra prática de fácil memori-
07. C5,3 . C4,2 . C4,3 = 10 . 6 . 4 = 240 zação:
Multiplicamos o coeficiente de a pelo seu expoente e
dividimos o resultado pela ordem do termo. O resultado
08. será o coeficiente do próximo termo. Assim por exemplo,
I) Existem 5 enfermeiros disponíveis: 2 mais experientes para obter o coeficiente do terceiro termo do item (d) aci-
e outros 3. ma teríamos:
II) Para formar grupos com 3 enfermeiros, conforme o 5.4 = 20; agora dividimos 20 pela ordem do termo an-
enunciado, devemos escolher 1 entre os 2 mais experientes terior (2 por se tratar do segundo termo) 20:2 = 10 que é o
e 2 entre os 3 restantes. coeficiente do terceiro termo procurado.
III) O número de possibilidades para se escolher 1 entre Observe que os expoentes da variável a decrescem de
os 2 mais experientes é n até 0 e os expoentes de b crescem de 0 até n. Assim o
terceiro termo é 10 a3b2 (observe que o expoente de a de-
cresceu de 4 para 3 e o de b cresceu de 1 para 2).
Usando a regra prática acima, o desenvolvimento do
binômio de Newton (a + b)7 será:
IV) O número de possibilidades para se escolher 2 en- (a + b)7 = a7 + 7 a6b + 21 a5b2 + 35 a4b3 + 35 a3b4 + 21
tre 3 restantes é a2b5 + 7 ab6 + b7
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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é denominado Número Binomial e Cn.p é o número de Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não
combinações simples de n elementos, agrupados p a p, ou Vazio
seja, o número de combinações simples de n elementos
de taxa p. - Em um evento impossível a probabilidade é igual a
Este número é também conhecido como Número zero. Em um evento certo S a probabilidade é igual a 1.
Combinatório. Simbolicamente: P(Ø) = 0 e P(S) = 1.
- Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤
P(A) ≤ 1.
- Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A)
5. NOÇÕES DE PROBABILIDADE. = 1 - P(A).
5.1. ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO.
5.2. DEFINIÇÃO, PROPRIEDADES E Demonstração das Propriedades
OPERAÇÕES DE PROBABILIDADE.
Considerando S como um espaço finito e não vazio,
temos:
Probabilidade
53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Veja:
A
B
S
Eventos Independentes
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral
S, finito e não vazio. Estes serão independentes somente
Logo: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B) quando:
Eventos Mutuamente Exclusivos
P(A/N) = P(A) P(B/A) = P(B)
A Intersecção de Eventos
Considerando A e B como dois eventos de um espaço
amostral S, finito e não vazio, logo:
B
S
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1 Problema: Realizando-se a experiência descrita exata-
mente n vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o evento
Probabilidade Condicionada A só k vezes?
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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- As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer 07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com proba-
entre as n vezes possíveis. O número de maneiras de esco- bilidade 40% e 30%, respectivamente, de acertar. Nestas
lher k vezes o evento A é, portanto Cn,k. condições, a probabilidade de apenas uma delas acertar
- Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que pos- o alvo é:
suem a mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a (A) 42%
probabilidade desejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k (B) 45%
(C) 46%
QUESTÕES (D) 48%
(E) 50%
01. A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se
retirar uma única bola de uma urna que contém, exatamen- 08. Num espaço amostral, dois eventos independentes
te, 4 bolas brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é: A e B são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos
concluir que o valor de P(B) é:
(A) 0,5
(A) (B) (C) (D) (E) (B) 5/7
(C) 0,6
02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o (D) 7/15
Ensino Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião (E) 0,7
comemorativa. Várias delas haviam se casado e tido filhos.
A distribuição das mulheres, de acordo com a quantidade 09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro
de filhos, é mostrada no gráfico abaixo. Um prêmio foi sor- pretas. Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de
teado entre todos os filhos dessas ex-alunas. A probabili- cada bola antes de retirar a seguinte. A probabilidade de só
dade de que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) a primeira e a terceira serem brancas é:
único(a) é
(A) (B) (C) (D) (E)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Assim, temos:
04. No lançamento de dois dados de 6 faces, nu- P (A B) = P (A) + P (B)
meradas de 1 a 6, são 36 casos possíveis. Consi- P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
derando os eventos A (dois números ímpares) e B P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
(dois números iguais), a probabilidade pedida é: P (A B) = 0,28 + 0,18
P (A B) = 0,46
P (A B) = 46%
Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do ter- 09. Representando por a proba-
mo geral da P.A., em que bilidade pedida, temos:
a1 = 10 =
an = 500 =
r = 10
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 →
n = 50
A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10; 10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três
A Ω B = {100, 110, ..., 500}. tipos de sucos e que os nove primeiros clientes foram ser-
De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10 vidos com apenas um desses sucos, então:
→ n = 41 e p(A B) = 41/500 I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é
possível fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros
Por fim, p(A.B) = clientes, pois seriam necessárias 27 laranjas.
II- Para que não haja laranjas suficientes para o próxi-
mo cliente, é necessário que, entre os nove primeiros, oito
06. tenham pedido sucos de laranjas, e um deles tenha pedido
Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas outro suco.
e V1, V2, V3 as vermelhas. A probabilidade de isso ocorrer é:
Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2
56
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nificado” exceto em termos de relações entre quantidades variáveis em questão seria igual ou mais forte do que a que
ou qualidades, e ambos os casos envolvem relações entre foi observada naquela amostra anterior. Em muitas áreas
variáveis. Assim, o avanço da ciência sempre tem que en- de pesquisa, o nível-p de 0,05 é costumeiramente tratado
volver a descoberta de novas relações entre variáveis. Em como um “limite aceitável” de erro.
pesquisas correlacionais a medida destas relações é feita
de forma bastante direta, bem como nas pesquisas expe- Como determinar que um resultado é “realmente”
rimentais. Por exemplo, o experimento já mencionado de significante: Não há meio de evitar arbitrariedade na de-
comparar WCC em homens e mulheres pode ser descrito cisão final de qual nível de significância será tratado como
como procura de uma correlação entre 2 variáveis: sexo e realmente “significante”. Ou seja, a seleção de um nível de
WCC. A Estatística nada mais faz do que auxiliar na avalia- significância acima do qual os resultados serão rejeitados
ção de relações entre variáveis. como inválidos é arbitrária. Na prática, a decisão final de-
pende usualmente de: se o resultado foi previsto a priori ou
Aspectos básicos da relação entre variáveis: As duas apenas a posteriori no curso de muitas análises e compara-
propriedades formais mais elementares de qualquer rela- ções efetuadas no conjunto de dados; no total de evidên-
ção entre variáveis são a magnitude (“tamanho”) e a con- cias consistentes do conjunto de dados; e nas “tradições”
fiabilidade da relação. existentes na área particular de pesquisa. Tipicamente, em
- Magnitude é muito mais fácil de entender e medir muitas ciências resultados que atingem nível-p 0,05 são
do que a confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em considerados estatisticamente significantes, mas este nível
nossa amostra tem um WCC maior do que o de qualquer ainda envolve uma probabilidade de erro razoável (5%).
mulher da amostra, poderia-se dizer que a magnitude da Resultados com um nível-p 0,01 são comumente conside-
relação entre as duas variáveis (sexo e WCC) é muito alta rados estatisticamente significantes, e com nível-p 0,005 ou
em nossa amostra. Em outras palavras, poderia-se prever nível-p 0,001 são freqüentemente chamados “altamente”
uma baseada na outra (ao menos na amostra em questão). significantes. Estas classificações, porém, são convenções
- Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, arbitrárias e apenas informalmente baseadas em experiên-
mas extremamente importante. Relaciona-se à “represen- cia geral de pesquisa. Uma conseqüência óbvia é que um
tatividade” do resultado encontrado em uma amostra es- resultado considerado significante a 0,05, por exemplo,
pecífica de toda a população. Em outras palavras, diz quão pode não sê-lo a 0,01.
provável será encontrar uma relação similar se o experi-
mento fosse feito com outras amostras retiradas da mesma Significância estatística e o número de análises rea-
população, lembrando que o maior interesse está na po- lizadas: Desnecessário dizer quanto mais análises sejam
pulação. O interesse na amostra reside na informação que realizadas em um conjunto de dados, mais os resultados
ela pode prover sobre a população. Se o estudo atender atingirão “por acaso” o nível de significância convenciona-
certos critérios específicos (que serão mencionados pos- do. Por exemplo, ao calcular correlações entre dez variáveis
teriormente) então a confiabilidade de uma relação obser- (45 diferentes coeficientes de correlação), seria razoável es-
vada entre variáveis na amostra pode ser estimada quan- perar encontrar por acaso que cerca de dois (um em cada
titativamente e representada usando uma medida padrão 20) coeficientes de correlação são significantes ao nível-p
(chamada tecnicamente de nível-p ou nível de significância 0,05, mesmo que os valores das variáveis sejam totalmente
estatística). aleatórios, e aquelas variáveis não se correlacionem na po-
pulação. Alguns métodos estatísticos que envolvem muitas
Significância Estatística (nível-p): A significância es- comparações, e portanto uma boa chance para tais erros,
tatística de um resultado é uma medida estimada do grau incluem alguma “correção” ou ajuste para o número total
em que este resultado é “verdadeiro” (no sentido de que de comparações. Entretanto, muitos métodos estatísticos
seja realmente o que ocorre na população, ou seja no sen- (especialmente análises exploratórias simples de dados)
tido de “representatividade da população”). Mais tecnica- não oferecem nenhum remédio direto para este problema.
mente, o valor do nível-p representa um índice decrescen- Cabe então ao pesquisador avaliar cuidadosamente a con-
te da confiabilidade de um resultado. Quanto mais alto o fiabilidade de descobertas não esperadas.
nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada
entre as variáveis na amostra é um indicador confiável da Força X Confiabilidade de uma relação entre va-
relação entre as respectivas variáveis na população. Especi- riáveis: Foi dito anteriormente que força (magnitude) e
ficamente, o nível-p representa a probabilidade de erro en- confiabilidade são dois aspectos diferentes dos relaciona-
volvida em aceitar o resultado observado como válido, isto mentos entre variáveis. Contudo, eles não são totalmente
é, como “representativo da população”. Por exemplo, um independentes. Em geral, em uma amostra de um certo
nível-p de 0,05 (1/20) indica que há 5% de probabilidade tamanho quanto maior a magnitude da relação entre va-
de que a relação entre as variáveis, encontrada na amostra, riáveis, mais confiável a relação.
seja um “acaso feliz”. Em outras palavras, assumindo que Assumindo que não há relação entre as variáveis na
não haja relação entre aquelas variáveis na população, e o população, o resultado mais provável deveria ser também
experimento de interesse seja repetido várias vezes, pode- não encontrar relação entre as mesmas variáveis na amos-
ria-se esperar que em aproximadamente 20 realizações do tra da pesquisa. Assim, quanto mais forte a relação encon-
experimento haveria apenas uma em que a relação entre as trada na amostra menos provável é a não existência da re-
59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
lação correspondente na população. Então a magnitude e Por que pequenas relações podem ser provadas
a significância de uma relação aparentam estar fortemente como significantes apenas por grandes amostras: Os
relacionadas, e seria possível calcular a significância a partir exemplos dos parágrafos anteriores indicam que se um re-
da magnitude e vice-versa. Entretanto, isso é válido ape- lacionamento entre as variáveis em questão (na população)
nas se o tamanho da amostra é mantido constante, por- é pequeno, então não há meio de identificar tal relação em
que uma relação de certa força poderia ser tanto altamente um estudo a não ser que a amostra seja correspondente-
significante ou não significante de todo dependendo do mente grande. Mesmo que a amostra seja de fato “per-
tamanho da amostra. feitamente representativa” da população o efeito não será
Por que a significância de uma relação entre va- estatisticamente significante se a amostra for pequena.
Analogamente, se a relação em questão é muito grande na
riáveis depende do tamanho da amostra: Se há muito
população então poderá ser constatada como altamente
poucas observações então há também poucas possibili-
significante mesmo em um estudo baseado em uma pe-
dades de combinação dos valores das variáveis, e então a quena amostra. Mais um exemplo:
probabilidade de obter por acaso uma combinação desses Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que
valores que indique uma forte relação é relativamente alta. quando lançada é ligeiramente mais provável que ocorram
Considere-se o seguinte exemplo: caras do que coroas (por exemplo uma proporção 60%
Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher; para 40%). Então dez lançamentos não seriam suficientes
WCC: alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra para convencer alguém de que a moeda é viciada, mesmo
(2 homens e 2 mulheres). A probabilidade de se encontrar, que o resultado obtido (6 caras e 4 coroas) seja perfeita-
puramente por acaso, uma relação de 100% entre as duas mente representativo do viesamento da moeda. Entretan-
variáveis pode ser tão alta quanto 1/8. Explicando, há uma to, dez lançamentos não são suficientes para provar nada?
chance em oito de que os dois homens tenham alta WCC Não, se o efeito em questão for grande o bastante, os dez
e que as duas mulheres tenham baixa WCC, ou vice-versa, lançamentos serão suficientes. Por exemplo, imagine-se
que a moeda seja tão viciada que não importe como ve-
mesmo que tal relação não exista na população. Agora con-
nha a ser lançada o resultado será cara. Se tal moeda fos-
sidere-se a probabilidade de obter tal resultado por acaso
se lançada dez vezes, e cada lançamento produzisse caras,
se a amostra consistisse de 100 sujeitos: a probabilidade de muitas pessoas considerariam isso prova suficiente de que
obter aquele resultado por acaso seria praticamente zero. há “algo errado” com a moeda. Em outras palavras, seria
Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma considerada prova convincente de que a população teórica
população teórica em que a média de WCC em homens de um número infinito de lançamentos desta moeda teria
e mulheres é exatamente a mesma. Supondo um experi- mais caras do que coroas. Assim, se a relação é grande,
mento em que se retiram pares de amostras (homens e então poderá ser considerada significante mesmo em uma
mulheres) de um certo tamanho da população e calcula-se pequena amostra.
a diferença entre a média de WCC em cada par de amostras
(supor ainda que o experimento será repetido várias vezes). Pode uma “relação inexistente” ser um resultado
Na maioria dos experimento os resultados das diferenças significante: Quanto menor a relação entre as variáveis
serão próximos de zero. Contudo, de vez em quando, um maior o tamanho de amostra necessário para prová-la sig-
par de amostra apresentará uma diferença entre homens nificante. Por exemplo, imagine-se quantos lançamentos
seriam necessários para provar que uma moeda é viciada
e mulheres consideravelmente diferente de zero. Com que
se seu viesamento for de apenas 0,000001 %! Então, o ta-
freqüência isso acontece? Quanto menor a amostra em
manho mínimo de amostra necessário cresce na mesma
cada experimento maior a probabilidade de obter esses proporção em que a magnitude do efeito a ser demonstra-
resultados errôneos, que, neste caso, indicariam a exis- do decresce. Quando a magnitude do efeito aproxima-se
tência de uma relação entre sexo e WCC obtida de uma de zero, o tamanho de amostra necessário para prová-lo
população em que tal relação não existe. Observe-se mais aproxima-se do infinito. Isso quer dizer que, se quase não
um exemplo (“razão meninos para meninas”, Nisbett et al., há relação entre duas variáveis o tamanho da amostra pre-
1987): cisa quase ser igual ao tamanho da população, que teorica-
Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a mente é considerado infinitamente grande. A significância
cada dia e no outro apenas 12. Em média a razão de me- estatística representa a probabilidade de que um resultado
ninos para meninas nascidos a cada dia em cada hospital similar seja obtido se toda a população fosse testada. As-
é de 50/50. Contudo, certo dia, em um dos hospitais nas- sim, qualquer coisa que fosse encontrada após testar toda
ceram duas vezes mais meninas do que meninos. Em que a população seria, por definição, significante ao mais alto
nível possível, e isso também inclui todos os resultados de
hospital isso provavelmente aconteceu? A resposta é óbvia
“relação inexistente”.
para um estatístico, mas não tão óbvia para os leigos: é
muito mais provável que tal fato tenha ocorrido no hospi- Como medir a magnitude (força) das relações en-
tal menor. A razão para isso é que a probabilidade de um tre variáveis: Há muitas medidas da magnitude do rela-
desvio aleatório da média da população aumenta com a cionamento entre variáveis que foram desenvolvidas por
diminuição do tamanho da amostra (e diminui com o au- estatísticos: a escolha de uma medida específica em dadas
mento do tamanho da amostra). circunstâncias depende do número de variáveis envolvidas,
60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
níveis de mensuração usados, natureza das relações, etc. Como é calculado o nível de significância estatís-
Quase todas, porém, seguem um princípio geral: elas pro- tico: Assuma-se que já tenha sido calculada uma medida
curam avaliar a relação comparando-a de alguma forma da relação entre duas variáveis (como explicado acima). A
com a “máxima relação imaginável” entre aquelas variáveis próxima questão é “quão significante é esta relação”? Por
específicas. Tecnicamente, um modo comum de realizar exemplo, 40% da variação global ser explicada pela relação
tais avaliações é observar quão diferenciados são os valo- entre duas variáveis é suficiente para considerar a relação
res das variáveis, e então calcular qual parte desta “diferen- significante? “Depende”. Especificamente, a significância
ça global disponível” seria detectada na ocasião se aquela depende principalmente do tamanho da amostra. Como já
diferença fosse “comum” (fosse apenas devida à relação foi explicado, em amostras muito grandes mesmo relações
entre as variáveis) nas duas (ou mais) variáveis em questão. muito pequenas entre variáveis serão significantes, en-
Falando menos tecnicamente, compara-se “o que é comum quanto que em amostras muito pequenas mesmo relações
naquelas variáveis” com “o que potencialmente poderia muito grandes não poderão ser consideradas confiáveis
haver em comum se as variáveis fossem perfeitamente re- (significantes). Assim, para determinar o nível de significân-
lacionadas”. Outro exemplo: cia estatística torna-se necessária uma função que repre-
Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a 100 sente o relacionamento entre “magnitude” e “significância”
em homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se dizer das relações entre duas variáveis, dependendo do tama-
que, em média, o desvio de cada valor da média de ambos nho da amostra. Tal função diria exatamente “quão prová-
(101) contém uma componente devida ao sexo do sujeito, vel é obter uma relação de dada magnitude (ou maior) de
e o tamanho desta componente é 1. Este valor, em certo uma amostra de dado tamanho, assumindo que não há tal
sentido, representa uma medida da relação entre sexo e relação entre aquelas variáveis na população”. Em outras
WCC. Contudo, este valor é uma medida muito pobre, por- palavras, aquela função forneceria o nível de significância
que não diz quão relativamente grande é aquela compo- (nível-p), e isso permitiria conhecer a probabilidade de erro
nente em relação à “diferença global” dos valores de WCC. envolvida em rejeitar a idéia de que a relação em ques-
Há duas possibilidades extremas: S tão não existe na população. Esta hipótese “alternativa” (de
- Se todos os valore de WCC de homens são exata- que não há relação na população) é usualmente chamada
mente iguais a 100 e os das mulheres iguais a 102 então de hipótese nula. Seria ideal se a função de probabilidade
todos os desvios da média conjunta na amostra seriam in- fosse linear, e por exemplo, apenas tivesse diferentes incli-
teiramente causados pelo sexo. Poderia-se dizer que nesta nações para diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente,
a função é mais complexa, e não é sempre exatamente a
amostra sexo é perfeitamente correlacionado a WCC, ou
mesma. Entretanto, em muitos casos, sua forma é conhe-
seja, 100% das diferenças observadas entre os sujeitos re-
cida e isso pode ser usado para determinar os níveis de
lativas a suas WCC’s devem-se a seu sexo.
significância para os resultados obtidos em amostras de
- Se todos os valores de WCC estão em um intervalo de
certo tamanho. Muitas daquelas funções são relacionadas
0 a 1000, a mesma diferença (de 2) entre a WCC média de
a um tipo geral de função que é chamada de normal (ou
homens e mulheres encontrada no estudo seria uma par-
gaussiana).
te tão pequena na diferença global dos valores que muito
provavelmente seria considerada desprezível. Por exemplo, Por que a distribuição normal é importante: A “dis-
um sujeito a mais que fosse considerado poderia mudar, tribuição normal” é importante porque em muitos casos
ou mesmo reverter, a direção da diferença. Portanto, toda ela se aproxima bem da função introduzida no item ante-
boa medida das relações entre variáveis tem que levar em rior. A distribuição de muitas estatísticas de teste é normal
conta a diferenciação global dos valores individuais na ou segue alguma forma que pode ser derivada da distribui-
amostra e avaliar a relação em termos (relativos) de quanto ção normal. Neste sentido, filosoficamente, a distribuição
desta diferenciação se deve à relação em questão. normal representa uma das elementares “verdades acerca
“Formato geral” de muitos testes estatísticos: Como da natureza geral da realidade”, verificada empiricamente,
o objetivo principal de muitos testes estatísticos é avaliar e seu status pode ser comparado a uma das leis funda-
relações entre variáveis, muitos desses testes seguem o mentais das ciências naturais. A forma exata da distribuição
princípio exposto no item anterior. Tecnicamente, eles re- normal (a característica “curva do sino”) é definida por uma
presentam uma razão de alguma medida da diferenciação função que tem apenas dois parâmetros: média e desvio
comum nas variáveis em análise (devido à sua relação) pela padrão.
diferenciação global daquelas variáveis. Por exemplo, teria- Uma propriedade característica da distribuição normal
se uma razão da parte da diferenciação global dos valores é que 68% de todas as suas observações caem dentro de
de WCC que podem se dever ao sexo pela diferenciação um intervalo de 1 desvio padrão da média, um intervalo de
global dos valores de WCC. Esta razão é usualmente cha- 2 desvios padrões inclui 95% dos valores, e 99% das obser-
mada de razão da variação explicada pela variação total. vações caem dentro de um intervalo de 3 desvios padrões
Em estatística o termo variação explicada não implica ne- da média. Em outras palavras, em uma distribuição normal
cessariamente que tal variação é “compreendida concei- as observações que tem um valor padronizado de menos
tualmente”. O termo é usado apenas para denotar a va- do que -2 ou mais do que +2 tem uma freqüência relativa
riação comum às variáveis em questão, ou seja, a parte da de 5% ou menos (valor padronizado significa que um valor
variação de uma variável que é “explicada” pelos valores é expresso em termos de sua diferença em relação à média,
específicos da outra variável e vice-versa. dividida pelo desvio padrão).
61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Ilustração de como a distribuição normal é usada mulações usando geração aleatória de números). Nestes
em raciocínio estatístico (indução): Retomando o exem- experimentos grandes números de amostras são geradas
plo já discutido, onde pares de amostras de homens e mu- por um computador seguindo especificações pré-designa-
lheres foram retirados de uma população em que o valor das e os resultados de tais amostras são analisados usando
médio de WCC em homens e mulheres era exatamente o uma grande variedade de testes. Este é o modo empírico
mesmo. Embora o resultado mais provável para tais expe- de avaliar o tipo e magnitude dos erros ou viesamentos a
rimentos (um par de amostras por experimento) é que a que se expõe o pesquisador quando certas suposições teó-
diferença entre a WCC média em homens e mulheres em ricas dos testes usados não são verificadas nos dados sob
cada par seja próxima de zero, de vez em quando um par análise. Especificamente, os estudos de Monte Carlo foram
de amostras apresentará uma diferença substancialmente usados extensivamente com testes baseados na distribui-
diferente de zero. Quão freqüentemente isso ocorre? Se o ção normal para determinar quão sensíveis eles eram à vio-
tamanho da amostra é grande o bastante, os resultados lações da suposição de que as variáveis analisadas tinham
de tais repetições são “normalmente distribuídos”, e assim, distribuição normal na população. A conclusão geral destes
conhecendo a forma da curva normal pode-se calcular pre- estudos é que as conseqüências de tais violações são me-
cisamente a probabilidade de obter “por acaso” resultados nos severas do que se tinha pensado a princípio. Embora
representando vários níveis de desvio da hipotética média estas conclusões não devam desencorajar ninguém de se
populacional 0 (zero). Se tal probabilidade calculada é tão preocupar com a suposição de normalidade, elas aumenta-
pequena que satisfaz ao critério previamente aceito de sig- ram a popularidade geral dos testes estatísticos dependen-
nificância estatística, então pode-se concluir que o resul- tes da distribuição normal em todas as áreas de pesquisa.
tado obtido produz uma melhor aproximação do que está
acontecendo na população do que a “hipótese nula”. Lem- Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata
brando ainda que a hipótese nula foi considerada apenas que visa fornecer subsídios ao analista para coletar, orga-
por “razões técnicas” como uma referência contra a qual o nizar, resumir, analisar e apresentar dados. Trata de parâ-
resultado empírico (dos experimentos) foi avaliado. metros extraídos da população, tais como média ou desvio
padrão. A estatística fornece-nos as técnicas para extrair
Todos os testes estatísticos são normalmente dis- informação de dados, os quais são muitas vezes incom-
tribuídos: Não todos, mas muitos são ou baseados na pletos, na medida em que nos dão informação útil sobre
distribuição normal diretamente ou em distribuições a ela o problema em estudo, sendo assim, é objetivo da Estatís-
relacionadas, e que podem ser derivadas da normal, como tica extrair informação dos dados para obter uma melhor
as distribuições t, F ou Chi-quadrado (Qui-quadrado). Tipi- compreensão das situações que representam. Quando se
camente, estes testes requerem que as variáveis analisadas aborda uma problemática envolvendo métodos estatísti-
sejam normalmente distribuídas na população, ou seja, que cos, estes devem ser utilizados mesmo antes de se recolher
elas atendam à “suposição de normalidade”. Muitas variá- a amostra, isto é, deve-se planejar a experiência que nos vai
veis observadas realmente são normalmente distribuídas, permitir recolher os dados, de modo que, posteriormente,
o que é outra razão por que a distribuição normal repre- se possa extrair o máximo de informação relevante para o
senta uma “característica geral” da realidade empírica. O problema em estudo, ou seja, para a população de onde
problema pode surgir quando se tenta usar um teste ba- os dados provêm. Quando de posse dos dados, procura-se
seado na distribuição normal para analisar dados de variá- agrupá-los e reduzi-los, sob forma de amostra, deixando de
veis que não são normalmente distribuídas. Em tais casos lado a aleatoriedade presente. Seguidamente o objetivo do
há duas opções. Primeiramente, pode-se usar algum teste estudo estatístico pode ser o de estimar uma quantidade
“não paramétrico” alternativo (ou teste “livre de distribui- ou testar uma hipótese, utilizando-se técnicas estatísticas
ção”); mas isso é freqüentemente inconveniente porque convenientes, as quais realçam toda a potencialidade da
tais testes são tipicamente menos poderosos e menos fle- Estatística, na medida em que vão permitir tirar conclusões
xíveis em termos dos tipos de conclusões que eles podem acerca de uma população, baseando-se numa pequena
proporcionar. Alternativamente, em muitos casos ainda amostra, dando-nos ainda uma medida do erro cometido.
se pode usar um teste baseado na distribuição normal se Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não pre-
apenas houver certeza de que o tamanho das amostras é cisamos comer todos os tipos de saladas, de sobremesas
suficientemente grande. Esta última opção é baseada em e de carnes disponíveis, para conseguirmos chegar a con-
um princípio extremamente importante que é largamente clusão de que a comida é de boa qualidade. Basta que seja
responsável pela popularidade dos testes baseados na dis- provado um tipo de cada opção para concluirmos que es-
tribuição normal. Nominalmente, quanto mais o tamanho tamos sendo bem servidos e que a comida está dentro dos
da amostra aumente, mais a forma da distribuição amos- padrões.
tral (a distribuição de uma estatística da amostra) da média
aproxima-se da forma da normal, mesmo que a distribui- Noção Geral de Média
ção da variável em questão não seja normal. Este princípio
é chamado de Teorema Central do Limite. Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} e
Como se conhece as consequências de violar a supo- efetue uma certa operação com todos os elementos de A.
sição de normalidade: Embora muitas das declarações fei- Se for possível substituir cada um dos elementos do
tas anteriormente possam ser provadas matematicamente, conjunto A por um número x de modo que o resultado da
algumas não têm provas teóricas e podem demonstradas operação citada seja o mesmo diz-se, por definição, que x
apenas empiricamente via experimentos Monte Carlo (si- será a média dos elementos de A relativa a essa operação.
62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exemplo
x1; x2 ; x3;...; xn
x=
n
Calcular a média aritmética ponderada dos números
Conclusão 35, 20 e 10 com pesos 2, 3, e 5, respectivamente.
A média aritmética dos n elementos do conjunto nu-
mérico A é a soma de todos os seus elementos, dividida Resolução
por n.
Se x for a média aritmética ponderada, então:
Exemplo
2.35 + 3.20 + 5.10 70 + 60 + 50 180
x= ↔x= ↔x= ↔ x = 18
Calcular a média aritmética entre os números 3, 4, 6, 2 + 3+ 5 10 10
9, e 13.
A média aritmética ponderada é 18.
Resolução
Observação: A palavra média, sem especificar se é arit-
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto mética, deve ser entendida como média aritmética.
(3, 4, 6, 9, 13), então x será a soma dos 5 elementos, dividi-
da por 5. Assim: Exercícios
3 + 4 + 6 + 9 + 13
1. Determine a média aritmética entre 2 e 8.
35
x= ↔x= ↔x=7
15 5
2. Determine a média aritmética entre 3, 5 e 10.
A média aritmética é 7.
3. Qual é a média aritmética simples dos números 11,
7, 13 e 9?
Média Aritmética Ponderada 4. A média aritmética simples de 4 números pares
distintos, pertences ao conjunto dos números inteiros não
Definição nulos é igual a 44. Qual é o maior valor que um desses
números pode ter?
A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado 5. Calcule a média aritmética simples em cada um dos
peso” é chamada média aritmética ponderada. seguintes casos:
a) 15; 48; 36
Cálculo da média aritmética ponderada b) 80; 71; 95; 100
c) 59; 84; 37; 62; 10
Se x for a média aritmética ponderada dos elementos d) 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9
do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} com “pesos” P1;
P2; P3; ...; Pn, respectivamente, então, por definição: 6. Qual é a média aritmética ponderada dos números
10, 14, 18 e 30 sabendo-se que os seus pesos são respecti-
P1 . x + P2 . x + P3 . x + ... + Pn . x = vamente 1, 2, 3 e 5?
= P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn
(P1 + P2 + P3 + ... + Pn) . x = 7. Calcular a média ponderada entre 3, 6 e 8 para os
= P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn e, portanto, respectivos pesos 5 , 3 e 2.
63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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8. Numa turma de 8ª série 10 alunos possuem 14 Logo, o maior valor que um desses números pode ter
anos, 12 alunos possuem 15 anos e oito deles 16 anos de é 164.
idade. Qual será a idade média dessa turma?
5) Solução:
9. Determine a média salarial de uma empresa, cuja fo- a) (15 + 48 + 36)/3 =
lha de pagamento é assim discriminada: 99/3 = 33
3) Resposta “10”.
Solução: Para resolver esse exercício basta fazer a 7) Resposta “4,9”.
soma dos números e dividi-los por quatro, que é a quanti- Solução:
dade de números, portanto: 3.5 + 6.3 + 8.2 15 + 18 + 16 49
MP = = = = 4,9
11+ 7 + 13 + 9 40 5 + 3+ 2 10 10
M .A = = = 10
4 4
8) Resposta “ ±14,93 ”
Logo, a média aritmética é 10. Solução:
4) Resposta “164”. 14.10 + 15.12 + 16.8 140 + 180 + 128 448
Solução: Quando falamos de média aritmética simples, MP = = = = ±14,93
10 + 12 + 8 30 30
ao diminuirmos um dos valores que a compõe, precisamos
aumentar a mesma quantidade em outro valor, ou distribuí
-la entre vários outros valores, de sorte que a soma total 9) Resposta “ ≅ R$651, 43 ”
não se altere, se quisermos obter a mesma média. Solução: Estamos diante de um problema de média
Neste exercício, três dos elementos devem ter o me- aritmética ponderada, onde as quantidades de profissio-
nor valor possível, de sorte que o quarto elemento tenha nais serão os pesos. E com isso calcularemos a média pon-
o maior valor dentre eles, tal que a média aritmética seja derada entre R$ 320,00 , R$ 840,00 e R$ 1 600,00 e seus
igual a 44. Este será o maior valor que o quarto elemento respectivos pesos 20 , 10 e 5. Portanto:
poderá assumir.
Em função do enunciado, os três menores valores intei- 320.20 + 840.10 + 1600.5 22.800
ros, pares, distintos e não nulos são:2, 4 e 6. Identificando MP = = ≅ R$651, 43
20 + 10 + 5 35
como x este quarto valor, vamos montar a seguinte equa-
ção:
10) Resposta “11,42”.
2+4+6+x Solução:
= 44
4 5.10 + 10.5 + 15.20 50 + 50 + 300 400
Solucionando-a temos: MP = = = = 11, 42
10 + 5 + 20 35 35
64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Uma das utilizações deste tipo de média é na definição Observe que o resultado final de R$ 1.438,08 é o mes-
de uma progressão geométrica que diz que em toda PG., mo nos dois casos. Se tivéssemos utilizado a média aritmé-
qualquer termo é média geométrica entre o seu antece- tica no lugar da média geométrica, os valores finais seriam
dente e o seu consequente: distintos, pois a média aritmética de 13% resultaria em um
salário final de R$ 1.442,90, ligeiramente maior como já era
an = an−1 .an+1
esperado, já que o percentual de 13% utilizado é ligeira-
Tomemos como exemplo três termos consecutivos de mente maior que os 12, 8417% da média geométrica.
uma PG.: 7, 21 e 63.
Temos então que o termo 21 é média geométrica dos Cálculo da Média Geométrica
termos 7 e 63.
Em uma fórmula: a média geométrica de a1, a2, ..., an é
Vejamos: ⎛ n ⎞
1/n
65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Bom primeiro observamos o mapa e somamos as áreas 1. Determine a média proporcional ou geométrica
dos quadrados catetos e dividimos pela hipotenusa e no entre 2 e 8.
final pegamos a soma dos ângulos subtraindo o que esta
entre os catetos e dividimos por PI(3,1415...) assim desco- 2. Determine a média geométrica entre 1, 2 e 4.
brimos a media geométrica dos triângulos.
3. Determine a média geométrica entre dois números
Exemplo sabendo que a média aritmética e a média harmônica entre
eles são, respectivamente, iguais a 4 e 9.
A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e
345, é dada por: 4. A média geométrica entre 3 números é 4. Quanto
devo multiplicar um desses números para que a média
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013 aumente 2 unidades ?
3) Resposta “6”.
Solução: Aplicando a relação: g2 = a.h, teremos:
66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Note que para facilitar a extração da raiz cúbica, rea- Como medida de localização, a mediana é mais robusta
lizamos a decomposição dos números 36 e 48 em fatores do que a média, pois não é tão sensível aos dados. Consi-
primos. Acesse a página decomposição de um número na- deremos o seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve
tural em fatores primos para maiores informações sobre as seguintes notas: 10, 10, 10, 11, 11, 11, 11, 12. A média e a
este assunto. mediana da amostra anterior são respectivamente.
8) Resposta “6”.
Solução: G = 2 4.9 = 6
9) Resposta “9”.
Admitamos que uma das notas de 10 foi substituída
Solução: G = 4 3.3.9.81 = 9
por uma de 18. Neste caso a mediana continuaria a ser
igual a 11, enquanto que a média subiria para 11.75.
10) Resposta “6”.
Solução: G = 5 1.1.1.32.243 = 6
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Dado um histograma é fácil obter a posição da media- Representando as distribuições dos dados (esta obser-
na, pois esta está na posição em que passando uma linha vação é válida para as representações gráficas na forma de
vertical por esse ponto o histograma fica dividido em duas diagramas de barras ou de histograma) na forma de uma
partes com áreas iguais. mancha, temos, de um modo geral:
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Qp =
52 56 62 54 52 51 60 61 56 55 56 54 57 67 61 49
4ª (5)
a) 16 . 1/7 = 16/7, onde [16/7] = 2 e Q1/7 = x3 : 16 = 52
5ª (4)
16 . 1/4 = 4, onde Q1/2 = [x8 : 16 + x9 : 16]/2 = 56
= 1 unidade
16 . 1/2 = 8, onde Q1/4 = [x4 : 16 + x5 : 16]/2 = 53
16 . 3/4 = 12, onde Q3/4 = [x12 : 16 + x13 : 16]/2 = 60.5
Tabela de Frequências: Como o nome indica, conte-
b) Um aluno com 61 kg pode ser considerado um pou-
rá os valores da variável e suas respectivas contagens, as
co “forte”, pois naquela turma só 25% dos alunos é que
quais são denominadas frequências absolutas ou simples-
têm peso maior ou igual a 60.5 kg.
mente, frequências. No caso de variáveis qualitativas ou
quantitativas discretas, a tabela de freqüência consiste em
Escalas – Tabelas – Gráficos
listar os valores possíveis da variável, numéricos ou não, e
fazer a contagem na tabela de dados brutos do número de
Tipos de gráficos: Os dados podem então ser repre-
suas ocorrências. A frequência do valor i será representada
sentados de várias formas:
por ni, a frequência total por n e a freqüência relativa por
fi = ni/n.
Diagramas de Barras
Para variáveis cujos valores possuem ordenação natu-
ral (qualitativas ordinais e quantitativas em geral), faz sen-
tido incluirmos também uma coluna contendo as frequên-
cias acumuladas f ac, obtidas pela soma das frequências
de todos os valores da variável, menores ou iguais ao valor
considerado.
No caso das variáveis quantitativas contínuas, que po-
dem assumir infinitos valores diferentes, é inviável cons-
truir a tabela de frequência nos mesmos moldes do caso
anterior, pois obteríamos praticamente os valores originais
da tabela de dados brutos. Para resolver este problema,
determinamos classes ou faixas de valores e contamos o
número de ocorrências em cada faixa. Por ex., no caso da
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exemplo
A sequência (x, y, z, t) poderá ser considerada igual à
sequência (5, 8, 15, 17) se, e somente se, x = 5; y = 8; z =
15; e t = 17.
Notemos que as sequências (0, 1, 2, 3, 4, 5) e (5, 4, 3,
2, 1) são diferentes, pois, embora apresentem os mesmos
elementos, eles estão em ordem diferente.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Teremos: Exemplo
a12 = 45 – 4 . 12 a a12 = -3
a23 = 45 – 4 . 23 a a23 = -47 - Determinar os números a, b e c cuja soma é, igual a
15, o produto é igual a 105 e formam uma PA crescente.
3. Lei de Recorrências
Uma sequência pode ser definida quando oferecemos Teremos:
o valor do primeiro termo e um “caminho” (uma formula) Fazendo a = (b – r) e c = (b + r) e sendo a + b + c =
que permite a determinação de cada termo conhecendo- 15, teremos:
se o seu antecedente. Essa forma de apresentação de uma (b – r) + b + (b + r) = 15 → 3b = 15 → b = 5.
sucessão é dita de recorrências.
Assim, um dos números, o termo médio da PA, já é
Exemplos conhecido.
- Escrever os cinco primeiros termos de uma sequência Dessa forma a sequência passa a ser:
em que: (5 – r), 5 e ( 5 + r ), cujo produto é igual a 105, ou seja:
a1 = 3 e an+1 = 2 . an - 4, em que n € N*.
(5 – r) .5 . (5 + r) = 105 → 52 – r2 = 21
Teremos: r2 = 4 → 2 ou r = -2.
a1 = 3 Sendo a PA crescente, ficaremos apenas com r= 2.
a2 = 2 . a1 – 4 a a2 = 2 . 3 – 4 a a2 = 2 Finalmente, teremos a = 3, b = 5 e c= 7.
a3 = 2 . a2 – 4 a a3 = 2 . 2 - 4 a a3 = 0
a4 = 2 . a3 – 4 a a4 = 2 . 0 - 4 a a4 = -4 5. Propriedades
a5 = 2 . a4 – 4 a a5 = 2 .(-4) – 4 a a5 = -12
- Determinar o termo a5 de uma sequência em que: P1: para três termos consecutivos de uma PA, o termo
a1 = 12 e an+ 1 = an – 2, em que n € N*. médio é a media aritmética dos outros dois termos.
a2 = a1 – 2 → a2 = 12 – 2 → a2=10 Exemplo
a3 = a2 – 2 → a3 = 10 – 2 → a3 = 8
Vamos considerar três termos consecutivos de uma PA:
a4 = a3 – 2 → a4 = 8 – 2 → a4 = 6
an-1, an e an+1. Podemos afirmar que:
a5 = a4 – 2 → a5 = 6 – 2 → a5 = 4
I - an = an-1 + r
II - an = an+ 1 –r
Observação 1
Fazendo I + II, obteremos:
Devemos observar que a apresentação de uma se-
2an = an-1 + r + an +1 - r
quência através do termo geral é mais pratica, visto que
2an = an -1+ an + 1
podemos determinar um termo no “meio” da sequência
sem a necessidade de determinarmos os termos interme- Logo: an = an-1 +
an + 1
diários, como ocorre na apresentação da sequência através 2
da lei de recorrências. Portanto, para três termos consecutivos de uma PA o
Observação 2 termo médio é a media aritmética dos outros dois termos.
6. Termos Equidistantes dos Extremos
Algumas sequências não podem, pela sua forma “de-
sorganizada” de se apresentarem, ser definidas nem pela Numa sequência finita, dizemos que dois termos são
lei das recorrências, nem pela formula do termo geral. Um equidistantes dos extremos se a quantidade de termos que
exemplo de uma sequência como esta é a sucessão de nú- precederem o primeiro deles for igual à quantidade de ter-
meros naturais primos que já “destruiu” todas as tentativas mos que sucederem ao outro termo. Assim, na sucessão:
de se encontrar uma formula geral para seus termos.
(a1, a2, a3, a4,..., ap,..., ak,..., an-3, an-2, an-1, an), temos:
4. Artifícios de Resolução
a2 e an-1 são termos equidistantes dos extremos;
Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas a3 e an-2 são termos equidistantes dos extremos;
alguns elementos da PA, é possível, através de artifícios de a4 an-3 são termos equidistantes dos extremos.
resolução, tornar o procedimento mais simples:
PA com três termos: (a – r), a e (a + r), razão igual a r. Notemos que sempre que dois termos são equidistan-
PA com quatro termos: (a – 3r), (a – r), (a + r) e (a + 3r), tes dos extremos, a soma dos seus índices é igual ao valor
razão igual a 2r. de n + 1. Assim sendo, podemos generalizar que, se os
PA com cinco termos: (a – 2r), (a – r), a, (a + r) e (a + 2r), termos ap e ak são equidistantes dos extremos, então: p +
razão igual a r. k = n+1.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Propriedade Dados: a1 = 2
r=5–2=3
Numa PA com n termos, a soma de dois termos equi- Calculo de a60:
distantes dos extremos é igual à soma destes extremos. A60 = a1 + 59r → a60 = 2 + 59 . 3
a60 = 2 + 177
Exemplo a60 = 179
Portanto numa PA com n termos, em que n é um nu- PG é uma sequência numérica onde cada termo, a par-
mero ímpar, o termo médios (am) é a media aritmética dos tir do segundo, é o anterior multiplicado por uma constan-
extremos. te q chamada razão da PG.
a1 + an an+1 = an . q
Am =
2 Com a1 conhecido e n € N*
7. Soma dos n Primeiros Termos de uma PA
Exemplos
Vamos considerar a PA (a1, a2, a3,…,an-2, an-1,an ) e repre- - (3, 6, 12, 24, 48,...) é uma PG de primeiro termo a1 =
sentar por Sn a soma dos seus n termos, ou seja: 3 e razão q = 2.
Sn = a1 + a2 + a3 + …+ an-2 + an-1 + an
(igualdade I) - (-36, -18, -9, −9 , −9 ,...) é uma PG de primeiro termo
a1= -36 e razão q =2 1 . 4
Podemos escrever também: 2
Sn = an + an-1 + an-2 + ...+ a3 + a2 + a1 - (15, 5, 5 , 5 ,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 15
1
(igualdade II) e razão q = 3 . 9
- (-2, -6, 3-18, -54, ...) é uma PG de primeiro termo a1 =
Somando-se I e II, temos: -2 e razão q = 3.
2Sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + …+ (an-2 + a3) + - (1, -3, 9, -27, 81, -243, ...) é uma PG de primeiro termo
(an-1 + a2) + (an + a1) a1 = 1 e razão q = -3.
- (5, 5, 5, 5, 5, 5,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 5
e razão q = 1.
Considerando que todas estas parcelas, colocadas en- - (7, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 7
tre parênteses, são formadas por termos equidistantes dos e razão q = 0.
extremos e que a soma destes termos é igual à soma dos - (0, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 0
extremos, temos: e razão q qualquer.
2Sn = (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) + Observação: Para determinar a razão de uma PG, basta
+… + (a1 + an) → 2Sn = ( a1 + an) . n efetuar o quociente entre dois termos consecutivos: o pos-
terior dividido pelo anterior.
E, assim, finalmente: an + 1
(a + a ).n q= (an ≠ 0)
Sn = 1 n an
2 Classificação
Exemplo As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
- Ache a soma dos sessenta primeiros termos da PA (2 rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
, 5, 8,...). 0 < q < 1.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exemplos Temos:
3
- Numa PG de primeiro termo a1 = 2 e razão q = 3, + 3 +3q = 13 → 3q2 – 10q + 3 = 0 a
temos o termo geral na igual a: q
an = a1 . qn-1 → an = 2 . 3n-1 q = 3 ou q = 1
Assim, se quisermos determinar o termo a5 desta PG, 3
faremos: Sendo a PG crescente, consideramos apenas q = 3. E,
A5 = 2 . 34 → a5 = 162 assim, a nossa PG é dada pelos números: 1, 3 e 9.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Observação: Se a PG for positive, o termo médio será a Se tivéssemos efetuado a subtração das equações em
media geométrica dos outros dois: ordem inversa, a fórmula da soma dos termos da PG ficaria:
an = √an-1 . an+1
a1 .(1+ q n )
P2: Numa PG, com n termos, o produto de dois termos Sn =
1− q
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes ex-
tremos. Evidentemente que por qualquer um dos “caminhos”
o resultado final é o mesmo. É somente uma questão de
Exemplo forma de apresentação.
Sejam, numa PG de n termos, ap e ak dois termos equi-
distantes dos extremos. Observação: Para q = 1, teremos sn = n . a1
Soma dos termos de uma PG Os termos que vão determinar a progressão geo-
métrica são: (4, 2, 1, 1 , 1, 1, 1, 1, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64,
Soma dos n Primeiros Termos de uma PG 1 1 1 ...) 2
, ,
Vamos considerar a PG (a1, a2, a3, ..., an-2, an-1, an), com 128 256 512
q diferente de 1 e representar por Sn a soma dos seus n
termos, ou seja: E, portanto, a série correspondente será:
Sn = a1 + a2 + a3 + ...+an-2 + an-1 + an S1 = 4
( igualdade I) S2 = 4 + 2 = 6
Podemos escrever, multiplicando-se, membro a mem- S3 = 4 + 2 + 1 = 7
bro, a igualdade ( I ) por q:
1 15
S4 = 4 + 2 + 1 + = = 7, 5
q . Sn = q . a1 + q . a2 + q . a3 + ...+ q . an-2 + 2 2
1 1 31
+ q . an-1 + q . an S5 = 4 + 2 + 1 + + = = 7, 75
2 4 4
Utilizando a formula do termo geral da PG, ou seja, an 1 1 1 63
= a1 . qn-1, teremos: S6 = 4 + 2 + 1 + + + = = 7, 875
q . Sn = a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an + a1 . qn 2 4 8 8
(igualdade II) 1 1 1 1 127
S7 = 4 + 2 + 1 + + + + = = 7, 9375
Subtraindo-se a equação I da equação II, teremos: 2 4 8 16 16
1 1 1 1 1 255
q . Sn – Sn = a1 . qn – a1 → sn . (q – 1) = S8 = 4 + 2 + 1 + + + + + = = 7, 96875
= a1 . (qn – 1) 2 4 8 16 32 32
1 1 1 1 1 1 511
E assim: S = a1 .(q − 1) S9 = 4 + 2 + 1 + + + + + + =
n
2 4 8 16 32 64 64 = 7,
q −1 984375
n
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1 1 1 1 1 1 1 1023 Solução:
S10 = 4 + 2 + 1 + + + + + + + =
= 7, 9921875 2 4 8 16 32 64 128 128
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a) 3,1 Respostas
b) 3,9
c) 3,99 1) Resposta “D”.
d) 3, 999 Solução:
e) 4 Sejam (a1, a2, a3,…) a PA de r e (g1, g2, g3, …) a PG de
razão q. Temos como condições iniciais:
1 - a1 = g1 = 4
5. A soma dos vinte primeiros termos de uma progres- 2 - a3 > 0, g3 > 0 e a3 = g3
são aritmética é -15. A soma do sexto termo dessa PA., com 3 - a2 = g2 + 2
o décimo quinto termo, vale:
a) 3,0 Reescrevendo (2) e (3) utilizando as fórmulas gerais dos
b) 1,0 termos de uma PA e de uma PG e (1) obtemos o seguinte
c) 1,5 sistema de equações:
d) -1,5 4 - a3 = a1 + 2r e g3 = g1 . q2 → 4 + 2r = 4q2
e) -3,0 5 - a2 = a1 + r e g2 = g1 . q → 4 + r = 4q + 2
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4) Resposta “E”.
Solução: Sejam S as somas dos elementos da sequên- Substituindo em S, vem:
cia e S1 a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q S = [(10n+1 – 10) / 9] – n
= 10 - 1 = 0,1. Assim:
S = 3 + S1 Deseja-se calcular o valor de 10n+1 - 9(S + n)
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma Temos que S + n = [(10n+1 – 10) / 9] – n + n = (10n+1 –
de uma PG infinita para obter S1: 10) / 9
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
Substituindo o valor de S + n encontrado acima, fica:
10n+1 – 9(S + n) = 10n+1 – 9(10n+1 – 10) / 9 = 10n+1 –
5) Resposta “D”. (10 – 10) = 10.
n+1
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b11 = 1; b12 = 0; b13 = 3; Observações: Quando uma matriz não é quadrada, ela
b21 = 2; b22 = -1; b23 = 4 é chamada de retangular.
Dada uma matriz quadrada de ordem n, chamamos de
Observação: O elemento b23, por exemplo, lemos assim: diagonal principal da matriz ao conjunto dos elementos
“b dois três” que possuem índices iguais.
⎢ ⎥
1ª. Matriz Linha ⎢⎣ 0 0 3 ⎥⎦
É a matriz que possui uma única linha.
⎡ 1 2 ⎤
4ª. Matriz Quadrada ⎡ 1 0 3 ⎤ ⎢ ⎥
É a matriz que possui o número de linhas igual ao A=⎢ ⎥ ,então At =⎢ 0 1 ⎥
⎢⎣ 2 1 4 ⎥⎦ ⎢ ⎥
número de linhas igual ao número de colunas. ⎢⎣ 3 4 ⎥⎦
Exemplos Observação: Se uma matriz A é de ordem m x n, a ma-
triz At, transposta de A, é de ordem n x m.
⎡ 1 3 ⎤
1 )A = ⎢ ⎥
⎢⎣ 2 −1 ⎥⎦ É a matriz quadrada de ordem 2.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Sendo A e B duas matriz de mesma ordem, dizemos Sendo A, B e C matrizes m x n e O a matriz nula m s n,
que um elemento de matriz A é correspondente a um ele- valem as seguintes propriedades.
mento de B quando eles ocupam a mesma posição nas res- - A + B = B + A (comutativa)
pectivas matrizes. - (A + B) + C = A + (B + C) (associativa)
- A + O = O + A = A (elemento neutro)
Exemplo - A + (-A) = (-A) + A = O (elemento oposto)
- (A + B)t = At + Bt
Sendo A e B duas matrizes de ordem 2 x 2,
Definição
⎡ a11 a12 ⎤ ⎡ b11 b12 ⎤
Consideremos duas matrizes A e B, ambas de mesma
A=⎢ ⎥ e B= ⎢ ⎥
ordem m x n. Chamamos de diferença entre A e B (indica-
⎢ a ⎥ ⎢ b ⎥
mos com A – B) a soma de A com a oposta de B.
a b
⎣ 21 22 ⎦ ⎣ 21 22 ⎦
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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A.B=B.A=In
⎡ 2.1 2.3 ⎤ ⎡ 2 6 ⎤
A matriz B é denominada inversa de A e indicada por
2 . A =⎢ ⎥=⎢ ⎥
⎢⎣ 2.2 2.5 ⎥⎦ ⎢⎣ 4 10 ⎥⎦ A-1.
Exemplos 4 − 3
Matrizes – Produtos - Verifique que a matriz B= é a inversa da matriz
A= 1 3 − 1 1
1 4
Multiplicação de Matrizes
O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)
mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n, Resolução
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se 1 3 4 − 3 1 0
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele- A.B= . =
1 4 − 1 1 0 1
mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim
obtidos. Indicamos:
B.A= 4 − 3 . 1 3 = 1 0
B= α . A − 1 1 1 4 0 1
83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Observação: Quando uma matriz é inversível, dizemos Determinante de uma Matriz de ordem 2
que ela é uma matriz não-singular; caso a matriz não seja
inversível, dizemos que ela é uma matriz singular. Seja a matriz quadrada de ordem 2:
⎡ a11 a12 ⎤
Propriedades
Sendo A e B matrizes quadradas de ordem n e inversí- A=⎢ ⎥
⎢ a ⎥
veis, temos as seguintes propriedades: a
⎣ 21 22 ⎦
- (A-1)-1=A
- (A-1)t= At)-1 Chamamos de determinante dessa matriz o número:
- (A.B)-1=B-1..A-1
- Dada A, se existir A-1, então A-1 é única.
⎡ a11 a12 ⎤
det A = ⎢ ⎥=a . a −a . a
⎢ a ⎥ 11 22 21 12
Exemplo a
⎣ 21 22 ⎦
Sendo A, B e X matrizes inversíveis de ordem n, isolar
X em (X.A)-1‑=B.
Para facilitar a memorização desse número, podemos
dizer que o determinante é a diferença entre o produto dos
Resolução
elementos da diagonal principal e o produto dos elemen-
(X.A)-1=B⇒ A-1.X-1=B
tos da diagonal secundária. Esquematicamente:
Multiplicando os dois membros à esquerda por A, en- ⎡ a11 a12 ⎤
contramos: det A = ⎢ ⎥=a . a −a . a
A.A-1.X-1=A.B ⎢ a a ⎥ 11 22 21 12
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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1º) Repetimos a 1º e a 2º colunas às direita da matriz. Propriedade 3: Sendo B uma matriz que obtemos de
a11 a12 a13 a11 a12 uma matriz quadrada A, quando multiplicamos uma de sua
a21 a22 a23 a21 a22 filas (linha ou coluna) por uma constante k, então detB =
a31 a32 a33 a31 a32 k.detA
2º) Multiplicando os termos entre si, seguindo os tra- Consequência da Propriedade 3: Ao calcularmos um
ços em diagonal e associando o sinal indicado dos produ- determinante, podemos “colocar em evidência”um “fator
tos, temos: comum” de uma fila (linha ou coluna).
Exemplo
ka kb ⎡ a b ⎤
= k. ⎢ ⎥
c d ⎢⎣ c d ⎥⎦
detA= a11 a22 a33+ a12 a23 a31+a13 a21 a32-a13 a22 a31+
- Sendo A uma matriz quadrada de ordem n, a matriz
-a11 a23 a32-a12 a21 a33
k. A é obtida multiplicando todos os elementos de A por
Observação: A regra de Sarrus também pode ser utili- k, então:
zada repetindo a 1º e 2º linhas, ao invés de repetirmos a 1º
e 2º colunas. det(k.A)=kn.detA
85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exemplo
Exemplo
abc
Considere o determinante detA= d e f 1 2 8
g hi SejaD = 3 2 12
Somando a 3ª coluna com a 1ª multiplicada por m, te- 4 −1 05
remos:
86
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Exemplo 1 3
1 2 3 A23=(-1)2+3. =10
4 2
4 1 0
Sendo A= , temos: 3 2
2 1 2 A31=(-1)3+1. =-3
0 −1
1 0
M11= =2 1 2
1 2 A32=(-1)3+2. =3
1 −1
M12= 4 0 =8 1 3
2 2 A33=(-1)3+3. =-3
1 0
M13= 4 1 =2
2 1 Assim:
87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Nota: Observamos que esse valor coincide com a defi- recairmos em determinantes de matrizes de ordem 3, que
nição vista anteriormente. calculamos com a regra de Sarrus, por exemplo.
5 0 1 2 −1 2 1 −1 2 1
4 = 7
3 2 1 0 detA=1.(-1) 1+1
. 7 7
7 4
Sendo A= − 2 − 3 0 − 2 − 3 0
4 1 0 0
3 − 2 2 0 Aplicamos a regra de Sarrus,
Assim:
88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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0
Que é um determinante de Vandermonde de ordem
1 0 0
0 1 0 0 3, então:
In= 0 0 1 0 detA=(4-2).(7-2).(7-4)=2.5.3=30
0 0 0 1
det/n=1
Exercícios
Determinante de Vandermonde e Regra de Chió
1. Escreva a matriz A = (aij)2 x 3 tal que aij = 2i + j.
Uma determinante de ordem n ≥ 2 é chamada deter-
minante de Vandermonde ou determinante das potências 2. Obtenha o valor de x e y sabendo que a matriz A
se, e somente se, na 1ª linha (coluna) os elementos forem = é nula.
todos iguais a 1; na 2ª, números quaisquer; na 3ª, os seus
quadrados; na 4ª, os seus cubos e assim sucessivamente. 3. Calcule a soma dos elementos da diagonal princi-
pal com os elementos da diagonal secundária da matriz
Exemplos .
89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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B= 8) Solução:
⎡ a11 a12 a13 ⎤
Respostas ⎢ ⎥
A = ⎢ a 21 a22 a23 ⎥
⎢ ⎥
1) Solução: Sendo a matriz A do tipo 2 x 3, temos: ⎢ ⎥
⎢⎣ a31 a32 a33 ⎥⎦
⎡ a11 a12 a13 ⎤ a11 = 1 – 2 . 1 = -1
A=⎢ ⎥ a12 = 1 – 2 . 2 = -3
⎢ a ⎥
a
⎣ 21 22
a23
⎦ a13 = 1 – 2 . 3 = -5
a21 = 2 – 2 . 1 = 0
a11 = 2 . 1 + 1 = 3 a22 = 2 – 2 . 2 = -2
a12 = 2 . 1 + 2 = 4 a23 = 2 – 2 . 3 = -4
a13 = 2 . 1 + 3 = 5 a31 = 3 – 2 . 1 = 1
a21 = 2 . 2 + 1 = 5 a32 = 3 – 2 . 2 = -1
a22 = 2 . 2 + 2 = 6 a33 = 3 – 2 . 3 = -3
a23 = 2 . 2 + 3 = 7
⎡ −1 −3 −5 ⎤ ⎡ −1 0 1 ⎤
Portanto, A = ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
Portanto, A = ⎢ 0 −2 −4 ⎥ e At = ⎢ −3 −2 −1 ⎥
2) Solução: Como a matriz A é nula, então todos os . ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣ 1 −1 −3 ⎥⎦ ⎢⎣ −5 −4 −3 ⎥⎦
seus elementos são nulos. Logo:
90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Equações Lineares
Equação linear é toda equação do tipo a1x1 + a2x2 +
a3x3+...anxn = b, onde a1, a2, a3,.., an e b são números reais e
x1, x2, x3,.., xn são as incógnitas.
Os números reais a1, a2, a3,.., an são chamados de coefi-
cientes e b é o termo independente.
Exemplos
- São equações lineares:
x1 - 5x2 + 3x3 = 3
2x – y + 2z = 1
0x + 0y + 0z = 2 Equação Linear Homogênea
0x + 0y + 0z = 0 Uma equação linear é chamada homogênea quando o
- Não são equações lineares: seu termo independente for nulo.
x3-2y+z = 3
(x3 é o impedimento) Exemplo
2x1 – 3x1x2 + x3 = -1 2x1 + 3x2 - 4x3 + 5x4 - x5 = 0
(-3x1x2 é o impedimento)
Observação: Toda equação homogênea admite como
2x1 – 3 3 + x3 = 0 solução o conjunto ordenado de “zeros” que chamamos
3
x2
solução nula ou solução trivial.
( x2 é o impedimento)
Exemplo
Observação: Uma equação é linear quando os expoen- (0, 0, 0) é solução de 3x + y - z – 0
tes das incógnitas forem iguais a l e em cada termo da
equação existir uma única incógnita. Equações Lineares Especiais
Dada a equação:
Solução de ama Equação Linear a1x1 + a2x2 +a3x3+...anxn = b, temos:
Uma solução de uma equação linear a1xl +a2x2 +a3x3+...
anxn = b, é um conjunto ordenado de números reais α1, α2, - Se a1 = a2 = a3 =...= na = b = 0, ficamos com:
α3,..., αn para o qual a sentença a1{α1) + a2{αa2) + a3(α3) +... 0x1 + 0x2 +0x3 +...+0xn, e, neste caso, qualquer seqüên-
+ an(αn) = b é verdadeira. cias (α1, α2, α3,..., αn) será solução da equação dada.
- Se a1 = a2 = a3 =... = an = 0 e b ≠ 0, ficamos com:
0x1 +0x2 + 0x3 +...+0xn= b ≠0, e, neste caso, não exis-
Exemplos te seqüências de reais (α1, α2, α3,...,αn) que seja solução da
- A terna (2, 3, 1) é solução da equação: equação dada.
x1 – 2x2 + 3x3 = -1 pois:
(2) – 2.((3) + 3.(1) = -1 Sistema Linear 2 x 2
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o conjunto de equa-
- A quadra (5, 2, 7, 4) é solução da equação: ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea-
0x1 - 0x2 + 0x3 + 0x4 = 0 pois: mente.
0.(5) + 0.(2) + 0.(7) + 0.(4) = 0 Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:
91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Resolução de um Sistema 2 x 2
8 − 2x
Resolver um sistema linear 2 x 2 significa obter o con- -4x-6. 3/
=-16 →-4x-2(8-2x)=-16
junto solução do sistema.
Os dois métodos mais utilizados para a resolução de -4x-16+4x=-16→-16=-16
um sistema linear 2x2 são o método da substituição e o - 16= -16 é uma igualdade verdadeira e existem infini-
método da adição. tos pares ordenados que são soluções do sistema.
Para exemplificar, vamos resolver o sistema 2 x 2 abai- 5 8
xo usando os dois métodos citados. Entre outros, (1, 2), (4, 0), ,1 e 0, são soluções
2 3
do sistema.
2x + 3y = 8 Sendo a, um número real qualquer, dizemos que
⎛ 8 − 2α ⎞
x - y = - 1 ⎜⎝ α , ⎟ é solução do sistema.
3 ⎠
(Obtemos 8 − 2α substituindo x =α na equação (I)).
1. Método da Substituição: 3
2x + 3y = 8 (I)
Sistema Linear 2 x 2 com nenhuma solução
x - y = - 1 (II)
Quando duas equações lineares têm os mesmos coe-
Da equação (II), obtemos x = y -1, que substituímos na ficientes, porém os termos independentes são diferentes,
equação (I) dizemos que não existe solução comum para as duas equa-
2(y- 1) +3y = 8 5y = 10 y = 2 ções, pois substituindo uma na outra, obtemos uma igual-
dade sempre falsa.
Fazendo y = 2 na equação (I), por exemplo, obtemos: Exemplo
Assim: S = {(1,2)} 2x+3y=6(I) e 2x+3y=5(II)
92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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3. x1
b1
x + 2 y = 1 b2
x2
x − y = 4
2 x − 3 y = 0 X = x3 e B = b3
(sistema 3 x 2)
xn bm
93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Resolução
x + 2 y − 3z = 4
2º) Na equação (IV), temos:
y + 2z = 3 3t = 6 → t = 2
z =1
Substituindo t = 2 na equação (III), temos:
2z – 2 = 0 → z = 1
Substituindo t = 2 e z = 1 na equação (II), temos:
x + y + z + t = 5 y + 1 +3 . 2 = 9 → y = 2
3º) Substituindo t = 2, z = 1 e y = 2, na equação (I), temos:
y−t =2
2x + 2 – 1 + 2 = 5 → x = 1
2 x1 + 3x2 − x3 + x4 = 1
Assim:
S {(1, 2, 1, 2)}
x 2 + x3 − x 4 = 0
4º) Tipo: número de equações menor que o número de
3 x4 = 5 incógnitas.
Existem dois tipos de sistemas escalonados: Para resolvermos os sistemas lineares deste tipo, de-
Tipo: número de equações igual ao número de incóg- vemos transformá-los em sistemas do 1º tipo, do seguinte
nitas. modo:
a11 x1 + a12 x2 + a13 x 3 + + a1n xn = b1 - As incógnitas que não aparecem no inicio de nenhu-
ma das equações do sistema, chamadas variáveis livres,
a22 x2 + a23 x3 + + a2 n xn = b2 devem ser “passadas” para os segundos membros das
equações. Obtemos, assim, um sistema em que conside-
ramos incógnitas apenas as equações que “sobraram” nos
a33 x33 + + a3n xn = b3
primeiros membros.
................................................... - Atribuímos às variáveis livres valores literais, na ver-
dade “valores variáveis”, e resolvemos o sistema por subs-
ann xn = bn
tituição.
95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exemplo Exemplo
x + 3 y = 2 2 x − y = 5
Resolver o sistema: (S ) = ~ ( S1 )
2 x − y = 5 x + 3 y = 2
x + y + 2 z = 1
2y − z = 2
- Inverter a ordem em que as incógnitas aparecem nas
equações.
Resolução Exemplo
Fazendo z = α, temos:
- Multiplicar (ou dividir) uma equação por um número
⎪⎧ x + y = 1− 2α real não-nulo.
⎨
⎩⎪ 2y = 2 + α
Exemplo
2 +α
2y = 2 + α → y = x + 2 y = 3
2 x + 2 y = 3
( S ) ~ ( S1 )
3 x − y = 1 6 x − 2 y = 3
Substituindo y =
2 + α na 1ª equação, temos:
2 Multiplicamos a 2ª equação de S por 2, para obtermos
2 +α
x+ = 1− 2α S1.
2 - Adicionar a uma equação uma outra equação do sis-
Agora para continuar fazemos o mmc de 2, e teremos: tema, previamente multiplicada por um número real não
-nulo.
2x + 2α = 2(1-2α)
2x + 2α = 2 - 4α Exemplo
4α + 2x + 2 + α - 2 = 0
5α + 2x = 0 x + 3 y = 5 x + 3 y = 5
(S ) = ~ ( S1 )
2x = -5α 2 x + y = 3 − 5 y = −7
x = −5α
2
Multiplicamos a 1ª equação do S por -2 e a adiciona-
Assim: mos à 2ª equação para obtermos s1.
⎧⎛ 5α 2 + α ⎞ ⎫
S = ⎨⎜ , , α ⎟ , α ∈R ⎬ Para transformarmos um sistema linear (S) em outro,
⎩ ⎝ ⎠ ⎭ equivalente e escalonado (S1), seguimos os seguintes pas-
2 2
sos.
Observações: Para cada valor real atribuído a α, en-
contramos uma solução do sistema, o que permite concluir - Usando os recursos das três primeiras transforma-
que o sistema é possível e indeterminado. ções elementares, devemos obter um sistema em que a 1ª
- A quantidade de variáveis livres que um sistema apre- equação tem a 1ª incógnita com o coeficiente igual a 1.
senta é chamada de grau de liberdade ou grau de inde- - Usando a quarta transformação elementar, devemos
terminação do sistema. “zerar” todos os coeficientes da 1ª incógnita em todas as
Sistema Lineares – Escalonamento (II) equações restantes.
- “Abandonamos”a 1ª equação e repetimos os dois
Escalonamento de um Sistema primeiros passos com as equações restantes, e assim por
diante, até a penúltima equação do sistema.
Todo sistema linear possível pode ser transformado
num sistema linear escalonado equivalente, através das
transformações elementares a seguir.
- Trocar a ordem em que as equações aparecem no
sistema.
96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Resolução
⎧ x + 2y − z = 1 ⎧ x + 2y − z = 1 ⎧ x + 2y − z = 1
⎪ ⎪ ⎪
⎨ 3x − y − 2z = −2 ~ ⎨ 3x − y − 2z = −2 ← −3 ~ ⎨−7y + z = −5
⎪2x + y + z = 5 ⎪ ⎪
⎩ ⎩ 2x + y + z = 5 ← −2 ⎩−3y + 3z = 3 : −3
⎧ x + 2y − z = −1 ⎧ x + 2y − z = 1 ⎧ x + 2y − z = 1
⎪ ⎪ ⎪
⎨−7y + z = 5 ~ ⎨ y − z = −1 ~ ⎨ y − z = −1
⎪ y − z = −1 ⎪−7y + z = −5 ← 7 ⎪
⎩ ⎩ ⎩ − 6z = −12 O sistema obtido é impossível, pois a terceira equação
nunca será verificada para valores reais de y e z.
O sistema obtido está escalonado e é do 1º tipo (nº de
equações igual ao nº de incógnitas), portanto, é um siste- Observação
ma possível e determinado. Dado um sistema linear, sempre podemos “tentar” o
seu escalonamento. Caso ele seja impossível, isto ficará evi-
dente pela presença de uma equação que não é satisfeita
2º) Escalonar e classificar o sistema: por valores reais (exemplo: 0x + 0y = 3). No entanto, se o
sistema é possível, nós sempre conseguimos um sistema
escalonado equivalente, que terá nº de equações igual ao
3 x + y − z = 3 nº de incógnitas (possível e determinado), ou então o nº
2 x − y + 3 z = 5 de equações será menor que o nº de incógnitas (possível e
8 x + y + z = 11 indeterminado).
Este tratamento dado a um sistema linear para a sua
resolução é chamado de método de eliminação de Gauss.
O sistema obtido está escalonado e é do 2º tipo (nº de Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-
equações menor que o nº de incógnitas), portanto, é um ro de Incógnitas
sistema possível e indeterminado.
Quando o sistema linear apresenta nº de equações
(*) A terceira equação foi eliminada do sistema, visto igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
que ela é equivalente à segunda equação. Se nós não ti- cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
véssemos percebido essa equivalência, no passo seguin- ficientes (incompleta), e:
te obteríamos na terceira equação: 0x+0z=0, que é uma 1º) Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.
equação satisfeita para todos os valores reais de x e z. 2º) Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.
Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-
nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
Resolução
Assim, para a≠6, o sistema é possível e determinado.
Para a≠6, temos: m 1
x + 3 y = 5 x + 3 y = 5 D= = m2 −1
2 x + 6 y = 1 ← −2
~ 1 m
0 x + 0 y = −9
Assim, temos:
x + y − z =1
x + y − z = 1 x + y − z = 1
m = +1 e k = 0 ou k = 1 ⎫
2 x + 3 y − 3 z = 3 ← −2 ~ y − z =1 ~ y − z =1
⎪
x − 3 y + 3z = 2 ← −1 − 4 y + 4 z = 1 ←4 y + z = 5 sistema impossível ou ⎬ ⇒ SPI
m = −1 e k = 0 ou k = −1⎪⎪
⎭
Para a=2, temos: m = +1 e k ≠ 0 ou k ≠ 1 ⎫
⎪
ou ⎬ ⇒ SI
x + y − z =1
x + y − z = 1 x + y − z = 1
⎪
m = −1 e k ≠ 0 ou k ≠ −1⎪
2 x + 3 y + 2 z = 3 ← −2
~ y + 4z = 1
~ ⎭
y + 4z = 1 sistema possível in det er min ado
x + 2 y + 3 z = 2 ← −1 y + 4z = 1
98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Resolução Exercícios
2 x + 3 y = 8
1. Resolver e classificar o sistema:
1 1 2
D = 1− 3 − 2 = 0 3 x − 2 y = −1
2 3
D= = −4 − 9 = −13
3 −2
100
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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6) Solução:
Podemos escrever: 5 α- 2 β + γ = 14. Daí, tiramos: γ =
14 - 5 α + 2 β. Portanto, a solução genérica será o terno
ordenado (α,β, 14 - 5 α + 2 β).
101
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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O r 3- Medida Algébrica
u Considere-se sobre um eixo r um segmento orientado
Tome-se na reta r os pontos P à direita de O e P’ à es- .
querda de O, tais que, relativamente a (u), os segmentos e r
tenham a mesma medida m.
A B
P’ O P r
m m A medida algébrica de , que será indicada por ,é
O sentido de O para P será considerado positivo e in- definida pelo número XB – XA, onde XB e XA são respectiva-
dicado por uma ponta de seta. Assim associa-se ao ponto mente as abscissas de B e de A.
P o número real positivo m e ao ponto P’, o número –m.
Assim:
P’(-m) O P(m) r
= XB – XA
Dessa forma, associa-se a cada ponto da reta r um úni-
co número real, que será denominado abscissa (ou coorde- Exemplo 2
nada) do ponto; a abscissa é positiva se, a partir da origem, a) A(3)
o ponto for marcado no sentido positivo, e é negativa em B(10)
= XB – XA = 10 – 3 = 7
caso contrário.
b) A(1)
= XB – XA = 1 – 8 = 7
B O A r B(8)
-2 3
Observações
A(3): ponto A de abscissa 3 1) Quando o sentido de é o mesmo do eixo, a me-
B (-2): ponto B de abscissa -2 dida algébrica é positiva; em caso contrário, é negativa.
Nessas condições, se tem medida algébrica positiva,
O conjunto {reta, origem, unidade, sentido} será cha- então tem medida algébrica negativa.
mado eixo.
Notas 2) O comprimento d de um segmento orientado ,é
1) A abscissa da origem é o número real 0 (zero). o módulo (valor absoluto) da medida algébrica de , ou
2) Cada ponto de um eixo possui uma única abscissa, e seja, .
reciprocamente para cada abscissa existe um único ponto Em símbolos:
do eixo. d= = |XB - XA|
103
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Calcular:
a)
b)
c)
De fato,
Resolução XA XB
c)
Resolução
Substituindo-se as coordenadas dos pontos:
XC – 1 = 3(9 - XC) . XC = 7
Resposta: C(7). Resposta: M(4).
104
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Exemplo 8 Exemplo 1
Dados os pontos A(1) e B(16), obter os pontos que divi-
dem o segmento em três partes congruentes. Os pontos, no sistema cartesiano abaixo, têm suas
coordenadas escritas ao lado da figura.
Resolução
Considere-se a figura abaixo, onde R e S são os pontos A (3, 2)
pedidos. B (0, 2)
1 16 C (-3, 2)
D (-3, 0)
A R S B E (-3, -2)
Como são iguais, pode-se escrever F (0, -2)
, ou seja, G (3, -2)
XS – XA = 2(XB – XS) H (3, 0)
XS – 1 = 2(16 – XS) ∴ XS = 11 O (0, 0)
B A
Resposta: R(6) e S(11). C 2
Sistema Cartesiano -3 -2 -1
1 1 2 3 x
•
1- Coordenadas de um ponto D 0 H
Sejam x e y dois eixos perpendiculares entre si e com -1
origem O comum, conforme a figura abaixo. Nessas condi-
ções, diz-se que x e y formam um sistema cartesiano re- E -2
G
tangular (ou ortogonal), e o plano por eles determinado é
F
chamado plano cartesiano.
Eixo x (ou Ox): eixo das abscissas Nota
Eixo y (ou Ou): eixo das ordenadas
O: origem do sistema Neste estudo, será utilizado somente o sistema carte-
y siano retangular, que se chamará simplesmente sistema
cartesiano.
Observações
1 x
1) Os eixos x e y dividem o plano cartesiano em quatro
0 1 regiões ou quadrantes (Q), que são numeradas, como na
figura abaixo.
x
2) Neste curso, a reta suporte das bissetrizes do 1º e
• •
0
3º quadrantes será chamada bissetriz dos quandrantes
a
ímapares e indica-se por bi.a do 2º e 4º quadrantes será
chamado bissetriz dos quadrantes pares e indica-se por bp.
105
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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3 x
2- Propriedades 0
P(a, b) 1º Q a>0eb>0 5) Todo eixo das abscissas tem ordenada nula e reci-
procamente.
Assim P(3, 2) 1º Q P(a, b) Ox b=0
y Assim P(3, 0) Ox
y
2 P
x
P x
0 3
0 3
2) Todo ponto P(a, b) do 2º quadrante tem abscissa ne-
gativa (a < 0) e ordenada positiva (B > 0) e reciprocamente.
P(a, b) 2º Q a<0eb>0 6) Todo ponto do eixo das ordenadas tem abscissa nula
e reciprocamente.
Assim P(-3, 2) 2º quadrante P(a, b) Oy a=0
y Assim P(0, 3) Oy
y
3 P
P 2
x
x
-3 0
0
3) Todo ponto P(a, b) do 3º quadrante tem abscissa ne-
gativa (a < 0) e ordenada negativa (b < 0) e reciprocamente. 7) Todo ponto P(a, b) da bissetriz dos quadrantes ímpa-
P(a, b) 3º Q a<0eb<0 res tem abscissa e ordenada iguais (a = b) e reciprocamente.
P(a, b) bi a=b
Assim P(-3, -2) 3º Q
Assim P(-2, -2) bi
y
y
x -2 0 x
-3
0
P -2 P -2
106
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Assim P(-2, 2) bp
y
P
2
Analogicamente, para o eixo y, tem-se
x
-2 0
Portanto, as coordenadas do ponto médio M do seg-
mento (ou ) são respectivamente as médias das abs-
cissas de A e B e das ordenadas de A e B.
Exemplo 4
Exemplo 2 Obter o ponto médio M do segmento , sendo da-
Obter a, sabendo-se que o ponto A(4, 3ª -6) está no dos: A(-1, 3) e B(0, 1).
eixo das abscissas.
Resolução
Resolução
A Ox 3a – 6 = 0 ∴ a = 2
Resposta: 2.
Exemplo 3
Obter m, sabendo-se que o ponto M(2m – 1, m + 3)
está na bissetriz dos quadrantes ímpares. Resposta: .
Resolução
M bi 2m – 1 = m + 3 ∴ m = 4 4 – Baricentro
Seja o triângulo ABC de vértices A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC,
Resposta: 4. yC). sendo G(xG, yG) o baricentro (ponto de encontro das
medianas) do triângulo ABC, tem-se:
3- Ponto Médio
Considerem-se os pontoa A(xA, yA) e B(xB, yB). Sendo
M(xM, yM) o ponto médio de (ou ), tem-se:
y
y
C
B’’ (yB)
M
M’’ (yM)
G
A’’ (yA)
A
x B x
0 A’ (yA) M’ (yM) B’ (yB) 0 A’(xA) G’(xG) M’(xM)
107
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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De fato, considerando a mediana AM, o baricentro G é A distância entre os pontos A e B qie se indica por d é
tal que tal que
Portanto:
e, como , vem
Observações
d
Quadrando
A (2 – a)2 + (2 + a )2 = 16
•
C
a=2
x 4 – 4a + a2 + 4 + 4a + a2 = 16 ∴ a2 = 4 ou
a = -2
0
Assim se a = 2, tem-se o ponto (2, -2)
se a = -2, tem-se o ponto (-2, 2)
108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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-2
P
07- Achar o ponto T da bissetriz dos quadrantes ímpa-
res que enxerga o segmento de extremindades A(2, 1) e
B(5, 2) sob ângulo reto.
Exercícios
01- Dar as coordenadas dos pontos A, B, C, D, E, F e G 08- O paralelogramo ABCD tem lados , , e
da figura abaixo: y . Sendo A(0, 0), B(4, 2) e D(8, 0), determine as coordenadas
do ponto C.
B Respostas
C
A
1
01- Resposta: A(5, 1); B(0, 3); C(-3, 2); D(-2, 0); E(-1, -4);
D x
•
F
G 02- Resposta: E.
E
Resolução
Como A pertence à bissetriz dos quadrantes ímapres xA
= yA ⇒ 3p – 1 = p – 3 ⇒ p = 1.
02- Seja o ponto A(3p – 1, p – 3) um ponto pertencente Logo, o ponto A(-4, -4) tem ordenada igual a -4.
à bissetriz dos quadrantes ímpares, então a ordenada do
ponto A é:
a) 0 03- Resposta: B’(5, 3).
b) –1
c) –2 Resolução
d)
Se A pertence ao eixo das ordenadas, temos que p – 2
e) –4 = 0 ⇒ p = 2, logo, B(5, –3).
03- O ponto A(p – 2, 2p – 3) pertence ao eixo das or- Como B’ é o simétrico de B em relação ao eixo das abs-
denadas. Obter o ponto B’ simétrico de B(3p – 1, p – 5) em cissas, temos a mesma abscissa e a ordenada oposta, logo,
relação ao eixo das abscissas. B’(5, 3) é o ponto procurado.
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X2 – 4x + 4 + x2 – 2x + 1 + x2 – 10x + 25 + x2 – 4x + 4 =
9+1
x
A (0, 0) y
4x2 – 20x + 24 = 0
B (6, 0)
•
X2 – 5x + 6 = 0 ⇒ x = 2 ou x = 3.
Resolução
06- Resposta: D
⇒
Resolução
A
a) A figura representa a planificação de um prisma reto;
110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas; - Altura: Distância do vértice do cone ao plano da base.
d) O volume do cilindro também se pode calcular da - Superfície lateral: A superfície lateral do cone é a
mesma forma que o volume de um prisma reto. reunião de todos os segmentos de reta que tem uma extre-
Os formulários seguintes, das figuras geométricas são midade em P e a outra na curva que envolve a base.
para calcular da mesma forma que as acima apresentadas:
- Superfície do cone: A superfície do cone é a reunião
Figuras Geométricas: da superfície lateral com a base do cone que é o círculo.
- Seção meridiana: A seção meridiana de um cone é
uma região triangular obtida pela interseção do cone com
um plano que contem o eixo do mesmo.
Classificação do cone
- Eixo: Quando a base do cone é uma região que pos- 3. Em um cone circular reto, todas as geratrizes são
sui centro, o eixo é o segmento de reta que passa pelo congruentes entre si. Se g é a medida de cada geratriz en-
vértice P e pelo centro da base. tão, pelo Teorema de Pitágoras, temos: g2 = h2 + R2
- Geratriz: Qualquer segmento que tenha uma extre- 4. A Área Lateral de um cone circular reto pode ser
midade no vértice do cone e a outra na curva que envolve obtida em função de g (medida da geratriz) e R (raio da
a base. base do cone):ALat = Pi R g
111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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5. A Área total de um cone circular reto pode ser ob- comprimento, mas o volume tem medida nula. Há outras
tida em função de g (medida da geratriz) e R (raio da base esferas, cada uma definida no seu respectivo espaço n-di-
do cone): mensional. Um caso interessante é a esfera na reta unidi-
mensional:
ATotal = Pi R g + Pi R2 So = {x em R: x²=1} = {+1,-1}
Por exemplo, a esfera
S1 = { (x,y) em R²: x² + y² = 1 }
é conhecida por nós como uma circunferência de raio
unitário centrada na origem do plano cartesiano.
Assim:
h=R
Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto
da área da base pela altura, então:
112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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É comum encontrarmos na literatura básica a definição Seccionando a esfera x²+y²+z²=R² com o plano z=0,
de esfera como sendo o sólido esférico, no entanto não obteremos duas superfícies semelhantes: o hemisfério
se devem confundir estes conceitos. Se houver interesse Norte (“boca para baixo”) que é o conjunto de todos os
em aprofundar os estudos desses detalhes, deve-se tomar pontos da esfera onde a cota z é não negativa e o hemis-
algum bom livro de Geometria Diferencial que é a área da fério Sul (“boca para cima”) que é o conjunto de todos os
Matemática que trata do detalhamento de tais situações. pontos da esfera onde a cota z não é positiva.
Se seccionarmos a esfera x²+y²+z²=R² por um plano
vertical que passa em (0,0,0), por exemplo, o plano x=0, te-
remos uma circunferência maximal C da esfera que é uma
circunferência contida na esfera cuja medida do raio coin-
cide com a medida do raio da esfera, construída no plano
YZ e a equação desta circunferência será:
x=0, y² + z² = R2
113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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De um ponto de vista prático, consideremos uma me- A equação desta esfera será dada por:
lancia esférica. Com uma faca, cortamos uma “calota esféri- x² + y² + (z-R)² = R²
ca” superior e uma “calota esférica” inferior. O que sobra da A altura da calota será indicada pela letra h e o plano
melancia é uma região sólida envolvida pela zona esférica, que coincide com o nível do líquido (cota) será indicado
algumas vezes denominada zona esférica. por z=h. A interseção entre a esfera e este plano é dado
pela circunferência
Consideremos uma “calota esférica” com altura h1 e x² + y² = R² - (h-R)²
raio da base r1 e retiremos desta calota uma outra “calota
esférica” com altura h2 e raio da base r2, de tal modo que Obteremos o volume da calota esférica com a altura
os planos das bases de ambas sejam paralelos. A região só- h menor ou igual ao raio R da esfera, isto é, h pertence ao
lida determinada pela calota maior menos a calota menor intervalo [0,R] e neste caso poderemos explicitar o valor de
recebe o nome de segmento esférico com bases paralelas. z em função de x e y para obter:
z = R − R 2 − (x 2 + y 2 )
Para simplificar as operações algébricas, usaremos a
letra r para indicar:
r² = R² - (h-R)² = h(2R-h)
A região circular S de integração será descrita por
x²+y²<R² ou em coordenadas polares através de:
No que segue, usaremos esfera tanto para o sólido 0<m<R, 0<t<2Pi
como para a superfície, “calota esférica” para o sólido en- A integral dupla que representa o volume da calota em
volvido pela calota esférica, a letra maiúscula R para en- função da altura h é dada por:
tender o raio da esfera sobre a qual estamos realizando Vc(h) = ∫ ∫ s (h − z)dxdy
os cálculos, V será o volume, A(lateral) será a área lateral e
A(total) será a área total. ou seja
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − R + R 2 − (x 2 + y 2 ))dxdy
Algumas fórmulas (relações) para objetos esféricos
Objeto Relações e fórmulas Escrita em Coordenadas Polares, esta integral fica na
Volume = (4/3) Pi R³ forma:
Esfera
A(total) = 4 Pi R² 2x R
R² = h (2R-h)
Calota esférica (altura h, raio A(lateral) = 2 Pi R h
Vc(h) = ∫ ∫ (h − R +
t=0 m=0
R 2 − m 2 )mdmdt
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Poliedros Regulares
Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo
Seções de um prisma
Um poliedro é regular se todas as suas faces são re-
giões poligonais regulares com n lados, o que significa que
Seção transversal
o mesmo número de arestas se encontram em cada vértice.
É a região poligonal obtida pela interseção do prisma
com um plano paralelo às bases, sendo que esta região
poligonal é congruente a cada uma das bases.
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Princípio de Cavaliere
Consideremos um plano P sobre o qual estão apoiados
dois sólidos com a mesma altura. Se todo plano paralelo
ao plano dado interceptar os sólidos com seções de áreas
iguais, então os volumes dos sólidos também serão iguais. Seja P um plano e nele vamos construir um círculo de
raio r. Tomemos também um segmento de reta PQ que não
Prisma regular seja paralelo ao plano P e nem esteja contido neste plano
É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais P.
regulares. Um cilindro circular é a reunião de todos os segmentos
congruentes e paralelos a PQ com uma extremidade no
Exemplos: círculo.
Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja Observamos que um cilindro é uma superfície no es-
base é um triângulo equilátero. paço R3, mas muitas vezes vale a pena considerar o cilindro
Um prisma quadrangular regular é um prisma reto cuja com a região sólida contida dentro do cilindro. Quando
base é um quadrado. nos referirmos ao cilindro como um sólido usaremos aspas,
isto é, “cilindro” e quando for à superfície, simplesmente
Planificação do prisma escreveremos cilindro.
A reta que contém o segmento PQ é denominada ge-
ratriz e a curva que fica no plano do “chão” é a diretriz.
116
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2. Seja um cilindro circular reto de raio igual a 2cm e al- Juros Simples
tura 3cm. Calcular a área lateral, área total e o seu volume. Toda vez que falamos em juros estamos nos referin-
do a uma quantia em dinheiro que deve ser paga por um
3. As áreas das bases de um cone circular reto e de um devedor, pela utilização de dinheiro de um credor (aquele
prisma quadrangular reto são iguais. O prisma tem altura que empresta).
12 cm e volume igual ao dobro do volume do cone. Deter- - Os juros são representados pela letra j.
minar a altura do cone. - O dinheiro que se deposita ou se empresta chama-
mos de capital e é representado pela letra C.
4. Anderson colocou uma casquinha de sorvete dentro - O tempo de depósito ou de empréstimo é represen-
de uma lata cilíndrica de mesma base, mesmo raio R e mes- tado pela letra t.
ma altura h da casquinha. Qual é o volume do espaço (va- - A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre
zio) compreendido entre a lata e a casquinha de sorvete? um capital durante certo tempo. É representado pela letra i
e utilizada para calcular juros.
117
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Portanto, temos:
Observe que o crescimento do principal segundo ju-
J=C.i.t ros simples é LINEAR enquanto que o crescimento segun-
do juros compostos é EXPONENCIAL, e, portanto tem um
Observações: crescimento muito mais “rápido”. Isto poderia ser ilustrado
graficamente da seguinte forma:
1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma
unidade.
2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma
decimal.
3) Chamamos de montante (M) a soma do capital com
os juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro va-
riáveis. Se três delas forem valores conhecidos, podemos
calcular o 4º valor.
M=C+ j
118
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Na prática, as empresas, órgãos governamentais e Solução: Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital
investidores particulares costumam reinvestir as quantias inicial estiver duplicado, teremos S = 2P.
geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o em- Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100
prego mais comum de juros compostos na Economia. Na = 2%]
verdade, o uso de juros simples não se justifica em estudos Simplificando, fica:
econômicos. 2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples.
Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103
Fórmula para o cálculo de Juros compostos / 0,00860 = 35
Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplica-
do a uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de 10% (i = Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores
10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal + juros), podem ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras
mês a mês: científicas. Caso uma questão assim caia no vestibular, o
Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = examinador teria de informar os valores dos logaritmos ne-
1000(1 + 0,1) cessários, ou então permitir o uso de calculadora na prova,
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = o que não é comum no Brasil.
1000(1 + 0,1)2 Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = (observe que a taxa de juros do problema é mensal), o que
1000(1 + 0,1)3 equivale a 2 anos e 11 meses.
................................................................................................. Resposta: 2 anos e 11 meses.
Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, tere-
mos evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)n
Exercícios
De uma forma genérica, teremos para um principal P,
aplicado a uma taxa de juros compostos i durante o perío- 1. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDA-
do n : S = P (1 + i)n onde S = montante, P = principal, i = DE – FCC/2012) Renato aplicou uma quantia no regime de
taxa de juros e n = número de períodos que o principal P capitalização de juros simples de 1,25% ao mês. Ao final de
(capital inicial) foi aplicado. um ano, sacou todo o dinheiro da aplicação, gastou meta-
Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo refe- de dele para comprar um imóvel e aplicou o restante, por
rentes à taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser neces- quatro meses, em outro fundo, que rendia juros simples de
sariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que 1,5% ao mês. Ao final desse período, ele encerrou a aplica-
não pode ser esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa for ção, sacando um total de R$ 95.082,00. A quantia inicial, em
2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% reais, aplicada por Renato no primeiro investimento foi de
ao mês durante 3x12=36 meses. A) 154.000,00
B) 156.000,00
Exemplos C) 158.000,00
1 – Expresse o número de períodos n de uma aplica- D) 160.000,00
ção, em função do montante S e da taxa de aplicação i por E) 162.000,00
período.
2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
Solução: NISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00
Temos S = P(1+i)n num fundo de investimento, em regime de juros compos-
Logo, S/P = (1+i)n tos, com taxa de 2% ao mês. Após 3 meses, o montante
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos es- que José Luiz poderá sacar é
crever: A) R$63.600,00.
n = log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal B) R$63.672,48.
(base 10), vem: C) R$63.854,58.
D) R$62.425,00.
log(S / P) log S − log P E) R$62.400,00.
n= =
log(1+ i) log(1+ i)
3. CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA-
Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) = TEC/2013) Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago no
logS – logP prazo de 5 meses, com juros simples de 2,5% a.m. (ao mês).
Nesse sentido, o valor da dívida na data do seu vencimento
Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos será:
juros compostos é uma aplicação prática do estudo dos A) R$6.250,00.
logaritmos. B) R$16.250,00.
2 – Um capital é aplicado em regime de juros compos- C) R$42.650,00.
tos a uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de quanto D) R$56.250,00.
tempo este capital estará duplicado? E) R$62.250,00.
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4. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYAMA/2013) Teresa pagou uma conta no valor de R$ 400,00 com seis dias
de atraso. Por isso, foi acrescido, sobre o valor da conta, juro de 0,5% em regime simples, para cada dia de atraso. Com isso,
qual foi o valor total pago por Teresa?
A) R$ 420,00.
B) R$ 412,00.
C) R$ 410,00.
D) R$ 415,00.
E) R$ 422,00.
5. PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Polícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca
No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia de Polícia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Estado de Ser-
gipe realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar. Durante a ação, a polícia autuou 16 condutores.
Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CPTran, 12 pessoas foram notificadas por infrações diversas e qua-
tro por desobediência à Lei Seca[...].
O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e teve a Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa por um ano.
(Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)
Investindo um capital inicial no valor total das quatros mulas durante um período de dez meses, com juros de 5% ao
mês, no sistema de juros simples, o total de juros obtidos será:
A) R$2.768,15
B) R$1.595,27
C) R$3.821,08
D) R$9.552,70
E) R$1.910,54
6. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Uma aplicação financeira rende mensalmente 0,72%.
Após 3 meses, um capital investido de R$ 14.000,00 renderá: (Considere juros compostos)
A) R$ 267,92
B) R$ 285,49
C) R$300,45
D) R$304,58
8. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo aplicar em um fundo que rende juros compostos, um investidor
fez uma simulação. Na simulação feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a um ano, e não fizer nenhuma
retirada, o saldo daqui a dois anos será de R$ 38.400,00. Desse modo, é correto afirmar que a taxa anual de juros conside-
rada nessa simulação foi de
A) 12%.
B) 15%.
C) 18%.
D) 20%.
E) 21%.
9. (TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2013) Juliano possui R$ 29.000,00 aplicados em
um regime de juros compostos e deseja comprar um carro cujo preço à vista é R$30.000,00. Se nos próximos meses essa
aplicação render 1% ao mês e o preço do carro se mantiver, o número mínimo de meses necessário para que Juliano tenha
em sua aplicação uma quantia suficiente para comprar o carro é
A) 7.
B) 4.
C) 5.
D) 6.
E) 3.
120
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10. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO/2012) João tomou um empréstimo de R$900,00 a juros com-
postos de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou R$600,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou o empréstimo.
O valor desse último pagamento foi, em reais, aproximadamente,
A) 240,00
B) 330,00
C) 429,00
D) 489,00
E) 538,00
Respostas
1 - RESPOSTA: “B”.
Quantia inicial: C= 25.000 ; i=1,25% a.m = 0,0125 ; t= 1 ano = 12 meses
M= J+C e J= C.i.t da junção dessas duas fórmulas temos : M=C.(1+i.t),aplicando
Como ele gastou metade e a outra metade ele aplicou a uma taxa i=1,5% a.m=0,015 e t=4m e sacou após esse período
R$ 95.082,00
2 - RESPOSTA: “B”.
C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m
3 - RESPOSTA: “D”.
J=C.i.t C = 50.000 ; i = 2,5% a.m = 0,025 ; t = 5m
J=50 000.0,025.5
J=6250
M=C+J
M=50 000+6 250=56250
O valor da dívida é R$56.250,00.
4 – RESPOSTA: “B”.
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5 - RESPOSTA: “C”.
6 - RESPOSTA: “D”.
i = 0,72%a.m = 0,0072 ; t = 3m ; C = 14.000
7 - RESPOSTA: “C”.
C = 5.000 ; J = 420 ; t = 6m
J=C.i.t ➜ 420=5000.i.6
8 - RESPOSTA: “D”.
C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000
M1+M2 = 384000
122
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9 - RESPOSTA: “B”.
Teremos que substituir os valores de t, portanto vamos começar dos números mais baixos:
1,013=1,0303, está próximo, mas ainda é menor
1,014=1,0406
Como t=4 passou o número que precisava(1,0344), então ele tem que aplicar no mínimo por 4 meses.
10 - RESPOSTA: “E”.
C = 900 ; i = 10% a.m=0,10 ; t = 2m ; pagou 2 meses depois R$ 600,00 e liquidou após 1 mês
1089-600=489
12. METODOLOGIA DO
ENSINO DA MATEMÁTICA
A Matemática sofreu um longo caminho de reformas, para conseguir seu grau de abstração, elaboração e acabamento
conhecido nos dias de hoje. O conhecimento da matemática inicia-se na infância, por meio de uma cultura direcionada a
essa idade e construída pelo homem para transformar o ambiente em que vive. Para a criança se adaptar ao ambiente pre-
sente e atuar nele com clareza e determinação e preciso conhecer as etapas de construção da matemática e suas funções.
Dessa forma, da para estabelecer um paralelo entre a historia da Matemática e o desenvolvimento da criança, em uma
sequência que mostra as etapas da construção dessa ciência:
• A matemática do Período Paleolítico esta associada à fabricação de objetos utilizados, também, para a representa-
ção de símbolos – sugere sua aplicação em atividades para criança da pré-escola.
• No Neolítico foram construídas praticas de atividades do cotidiano – sugerem atividades de operações concretas
para crianças de primeira a quarta serie.
• A Geometria – sugere atividades para alunos da quinta serie em diante.
• A Álgebra – passa a ser operada a partir da sétima serie.
• Os símbolos operáveis do renascimento – começa no segundo grau.
• O Calculo Diferencial e Integral – estuda-se nas faculdades de Ciências Exatas
• A reordenação lógica moderna – estuda-se nas faculdades de Matemática.
A historia da construção da Matemática pode ser um referencial para o professor ter noção dos estágios do desenvol-
vimento cognitivo do aluno.
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O trabalho ganha então uma nova exigência, que é a • utilizar com confiança procedimentos de resolução
de aprender continuamente em um processo não mais so- de problemas para desenvolver a compreensão dos con-
litário. O indivíduo, imerso em um mar de informações, se ceitos matemáticos;
liga a outras pessoas, que, juntas, complementar-se-ão em • expressar-se oral, escrita e graficamente em situações
um exercício coletivo de memória, imaginação, percepção, matemáticas e valorizar a precisão da linguagem e as de-
raciocínios e competências para a produção e transmissão monstrações em Matemática;
de conhecimentos. • estabelecer conexões entre diferentes temas mate-
Esse impacto da tecnologia, cujo instrumento mais re- máticos e entre esses temas e o conhecimento de outras
levante é hoje o computador, exigirá do ensino de Mate- áreas do currículo;
mática um redirecionamento sob uma perspectiva curricu- • reconhecer representações equivalentes de um mes-
lar que favoreça o desenvolvimento de habilidades e pro- mo onceito, relacionando procedimentos associados às di-
cedimentos com os quais o indivíduo possa se reconhecer ferentes representações;
e se orientar nesse mundo do conhecimento em constante • promover a realização pessoal mediante o sentimen-
movimento. to de segurança em relação às suas capacidades matemá-
Para isso, habilidades como selecionar informações, ticas, o desenvolvimento de atitudes de autonomia e coo-
analisar as informações obtidas e, a partir disso, tomar peração.
decisões exigirão linguagem, procedimentos e formas de Essencial é a atenção que devemos dar ao desenvol-
pensar matemáticos que devem ser desenvolvidos ao lon- vimento de valores, habilidades e atitudes desses alunos
go do Ensino Médio, bem como a capacidade de avaliar em relação ao conhecimento e às relações entre colegas e
limites, possibilidades e adequação das tecnologias em di- professores. A preocupação com esses aspectos da forma-
ferentes situações. ção dos indivíduos estabelece uma característica distintiva
Assim, as funções da Matemática descritas anterior- desta proposta, pois valores, habilidades e atitudes são, a
mente e a presença da tecnologia nos permitem afirmar um só tempo, objetivos centrais da educação e também
que aprender Matemática no Ensino Médio deve ser mais são elas que permitem ou impossibilitam a aprendizagem,
do que memorizar resultados dessa ciência e que a aqui- quaisquer que sejam os conteúdos e as metodologias de
sição do conhecimento matemático deve estar vinculada trabalho. Descuidar do trabalho com a formação geral do
ao domínio de um saber fazer Matemática e de um saber indivíduo impede o desenvolvimento do pensamento cien-
pensar matemático. tífico, pois o pano de fundo das salas de aula se constitui
Esse domínio passa por um processo lento, trabalho- dos preconceitos e concepções errôneas que esses alunos
so, cujo começo deve ser uma prolongada atividade sobre trazem sobre o que é aprender, sobre o significado das ati-
resolução de problemas de diversos tipos, com o objetivo vidades matemáticas e a natureza da própria ciência.
de elaborar conjecturas, de estimular a busca de regula- Como vimos, a Matemática, integrando a área das
ridades, a generalização de padrões, a capacidade de ar- Ciências da Natureza e Tecnologia do Ensino Médio, tem
gumentação, elementos fundamentais para o processo de caráter instrumental mais amplo, além de sua dimensão
formalização do conhecimento matemático e para o de- própria, de investigação e invenção. Certamente, ela se si-
senvolvimento de habilidades essenciais à leitura e inter- tua como linguagem, instrumento portanto de expressão
pretação da realidade e de outras áreas do conhecimento. e raciocínio, estabelecendo-se também como espaço de
elaboração e compreensão de ideias que se desenvolvem
Feitas as considerações sobre a importância da Ma- em estreita relação com o todo social e cultural, portan-
temática no Ensino Médio, devemos agora estabelecer os to ela possui também uma dimensão histórica. Por isso, o
objetivos para que o ensino dessa disciplina possa resultar conjunto de competências e habilidades que o trabalho de
em aprendizagem real e significativa para os alunos. Matemática deve auxiliar a desenvolver pode ser descrito
tendo em vista este relacionamento com as demais áreas
As finalidades do ensino de Matemática no nível médio do saber, cada uma delas aglutinadora de área correspon-
indicam como objetivos levar o aluno a: dente no Ensino Médio, o que consta do quadro resumo
• compreender os conceitos, procedimentos e estraté- das competências e habilidades gerais da área.
gias matemáticas que permitam a ele desenvolver estudos Para que essa etapa da escolaridade possa comple-
posteriores e adquirir uma formação científica geral; mentar a formação iniciada na escola básica e permitir o
• aplicar seus conhecimentos matemáticos a situações desenvolvimento das capacidades que são os objetivos do
diversas, utilizando-os na interpretação da ciência, na ativi- ensino de Matemática, é preciso rever e redimensionar al-
dade tecnológica e nas atividades cotidianas; guns dos temas tradicionalmente ensinados.
• analisar e valorizar informações provenientes de di- De fato, não basta revermos a forma ou metodologia
ferentes fontes, utilizando ferramentas matemáticas para de ensino, se mantivermos o conhecimento matemático
formar uma opinião própria que lhe permita expressar-se restrito à informação, com as definições e os exemplos, as-
criticamente sobre problemas da Matemática, das outras sim como a exercitação, ou seja, exercícios de aplicação ou
áreas do conhecimento e da atualidade; fixação. Pois, se os conceitos são apresentados de forma
• desenvolver as capacidades de raciocínio e resolução fragmentada, mesmo que de forma completa e aprofunda-
de problemas, de comunicação, bem como o espírito críti- da, nada garante que o aluno estabeleça alguma significa-
co e criativo; ção para as ideias isoladas e desconectadas umas das ou-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
tras. Acredita-se que o aluno sozinho seja capaz de construir para o indivíduo que não prosseguirá seus estudos nas carrei-
as múltiplas relações entre os conceitos e formas de raciocínio ras ditas exatas, o que deve ser assegurado são as aplicações
envolvidas nos diversos conteúdos; no entanto, o fracasso es- da Trigonometria na resolução de problemas que envolvem
colar e as dificuldades dos alunos frente à Matemática mos- medições, em especial o cálculo de distâncias inacessíveis, e
tram claramente que isso não é verdade. na construção de modelos que correspondem a fenômenos
Também por isso, o currículo a ser elaborado deve cor- periódicos. Nesse sentido, um projeto envolvendo também a
responder a uma boa seleção, deve contemplar aspectos dos Física pode ser uma grande oportunidade de aprendizagem
conteúdos e práticas que precisam ser enfatizados. Outros significativa.
aspectos merecem menor ênfase e devem mesmo ser aban- O currículo do Ensino Médio deve garantir também es-
donados por parte dos organizadores de currículos e profes- paço para que os alunos possam estender e aprofundar seus
sores. Essa organização terá de cuidar dos conteúdos míni- conhecimentos sobre números e álgebra, mas não isolada-
mos da Base Nacional Comum, assim como fazer algumas mente de outros conceitos, nem em separado dos problemas
indicações sobre possíveis temas que podem compor a parte e da perspectiva sócio-histórica que está na origem desses
do currículo flexível, a ser organizado em cada unidade esco- temas. Estes conteúdos estão diretamente relacionados ao
lar, podendo ser de aprofundamento ou direcionar-se para as desenvolvimento de habilidades que dizem respeito à reso-
necessidades e interesses da escola e da comunidade em que lução de problemas, à apropriação da linguagem simbólica, à
ela está inserida. validação de argumentos, à descrição de modelos e à capaci-
Sem dúvida, os elementos essenciais de um núcleo co- dade de utilizar a Matemática na interpretação e intervenção
mum devem compor uma série de temas ou tópicos em no real.
Matemática escolhidos a partir de critérios que visam ao de- O trabalho com números pode também permitir que os
senvolvimento das atitudes e habilidades descritas anterior- alunos se apropriem da capacidade de estimativa, para que
mente. possam ter controle sobre a ordem de grandeza de resulta-
O critério central é o da contextualização e da interdisci- dos de cálculo ou medições e tratar com valores numéricos
plinaridade, ou seja, é o potencial de um tema permitir cone- aproximados de acordo com a situação e o instrumental dis-
xões entre diversos conceitos matemáticos e entre diferentes ponível.
formas de pensamento matemático, ou, ainda, a relevância Numa outra direção, as habilidades de visualização, de-
cultural do tema, tanto no que diz respeito às suas aplicações senho, argumentação lógica e de aplicação na busca de solu-
dentro ou fora da Matemática, como à sua importância histó- ções para problemas podem ser desenvolvidas com um tra-
rica no desenvolvimento da própria ciência. balho adequado de Geometria, para que o aluno possa usar
Um primeiro exemplo disso pode ser observado com re- as formas e propriedades geométricas na representação e
lação às funções. O ensino isolado desse tema não permite visualização de partes do mundo que o cerca.
a exploração do caráter integrador que ele possui. Devemos Essas competências são importantes na compreensão e
observar que uma parte importante da Trigonometria diz res- ampliação da percepção de espaço e construção de modelos
peito às funções trigonométricas e seus gráficos. As sequên- para interpretar questões da Matemática e de outras áreas
cias, em especial progressões aritméticas e progressões geo- do conhecimento. De fato, perceber as relações entre as re-
métricas, nada mais são que particulares funções. As proprie- presentações planas nos desenhos, mapas e na tela do com-
dades de retas e parábolas estudadas em Geometria Analítica putador com os objetos que lhes deram origem, conceber
são propriedades dos gráficos das funções correspondentes. novas formas planas ou espaciais e suas propriedades a partir
Aspectos do estudo de polinômios e equações algébricas po- dessas representações são essenciais para a leitura do mundo
dem ser incluídos no estudo de funções polinomiais, enrique- através dos olhos das outras ciências, em especial a Física.
cendo o enfoque algébrico que é feito tradicionalmente. As habilidades de descrever e analisar um grande núme-
Além das conexões internas à própria Matemática, o con- ro de dados, realizar inferências e fazer predições com base
ceito de função desempenha também papel importante para numa amostra de população, aplicar as ideias de probabilida-
descrever e estudar através da leitura, interpretação e cons- de e combinatória a fenômenos naturais e do cotidiano são
trução de gráficos, o comportamento de certos fenômenos aplicações da Matemática em questões do mundo real que
tanto do cotidiano, como de outras áreas do conhecimento, tiveram um crescimento muito grande e se tornaram bastante
como a Física, Geografia ou Economia. Cabe, portanto, ao complexas. Técnicas e raciocínios estatísticos e probabilísticos
ensino de Matemática garantir que o aluno adquira certa são, sem dúvida, instrumentos tanto das Ciências da Natureza
flexibilidade para lidar com o conceito de função em situa- quanto das Ciências Humanas. Isto mostra como será impor-
ções diversas e, nesse sentido, através de uma variedade de tante uma cuidadosa abordagem dos conteúdos de conta-
situações problema de Matemática e de outras áreas, o aluno gem, estatística e probabilidade no Ensino Médio, ampliando
pode ser incentivado a buscar a solução, ajustando seus co- a interface entre o aprendizado da Matemática e das demais
nhecimentos sobre funções para construir um modelo para ciências e áreas. Os conceitos matemáticos que dizem respei-
interpretação e investigação em Matemática. to a conjuntos finitos de dados ganham também papel de
Outro tema que exemplifica a relação da aprendiza- destaque para as Ciências Humanas e para o cidadão comum,
gem de Matemática com o desenvolvimento de habilida- que se vê imerso numa enorme quantidade de informações
des e competências é a Trigonometria, desde que seu estu- de natureza estatística ou probabilística. No tratamento des-
do esteja ligado às aplicações, evitando-se o investimento ses temas, a mídia, as calculadoras e o computadores ad-
excessivo no cálculo algébrico das identidades e equações quirem importância natural como recursos que permitem
para enfatizar os aspectos importantes das funções trigo- a abordagem de problemas com dados reais e requerem
nométricas e da análise de seus gráficos. Especialmente habilidades de seleção e análise de informações.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
Não são suficientes metas e princípios que norteiem a • Relacionar etapas da história da Matemática com a
seleção de temas e conceitos, mas são também essenciais es- evolução da humanidade.
colhas de natureza metodológica e didática, para compor o • Utilizar adequadamente calculadoras e computador, re-
par indissociável conteúdo e forma. Algumas diretrizes para conhecendo suas limitações e potencialidades.
se alcançar esse equilíbrio estão sintetizadas no terceiro item
desse documento de área, entre elas algumas de particular RUMOS E DESAFIOS
importância para o aprendizado matemático.
Integrando o currículo, com o mesmo peso que os con- A educação em geral e o ensino das Ciências da Natureza,
ceitos e os procedimentos, o desenvolvimento de valores e Matemática e das Tecnologias não se estabelecem como ime-
atitudes são fundamentais para que o aluno aprenda a apren- diata realização de definições legais ou como simples expres-
der. Omitir ou descuidar do trabalho com esse aspecto da são de convicções teóricas. Mais do que isso, refletem tam-
formação pode impedir a aprendizagem inclusive da própria bém as condições políticas, sociais e econômicas de cada pe-
Matemática. Dentre esses valores e atitudes, podemos des- ríodo e região, assim como são diretamente relevantes para
tacar que ter iniciativa na busca de informações, demonstrar o desenvolvimento cultural e produtivo. As ideias dominantes
responsabilidade, ter confiança em suas formas de pensar, ou hegemônicas em cada época sobre a educação e a ciência,
fundamentar suas ideias e argumentações são essenciais para seja entre os teóricos da educação, seja entre as instâncias
que o aluno possa aprender, se comunicar, perceber o valor de decisão política, raramente coincidem com a educação
da Matemática como bem cultural de leitura e interpretação efetivamente praticada no sistema escolar, que reflete uma
da realidade e possa estar melhor preparado para sua inser- situação real nem sempre considerada, onde as condições es-
ção no mundo do conhecimento e do trabalho. colares são muito distintas das idealizadas.
Por isso, na elaboração de propostas educacionais, além
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES de se considerarem as variáveis regionais, de sentido cultural e
A SEREM DESENVOLVIDAS EM sócio-econômico, tão significativas em um país de dimensões
MATEMÁTICA REPRESENTAÇÃO E e de contrastes sociais como o Brasil, é preciso ter clareza de
COMUNICAÇÃO que as propostas, oficiais ou não, na melhor da hipóteses são
o início de um processo de transformação, de reacomodação
• Ler e interpretar textos de Matemática. e de readequação. Os rumos desse processo dependem não
• Ler, interpretar e utilizar representações matemáticas só do mérito da proposta, que condicionará as reações a ela,
(tabelas, gráficos, expressões etc). mas também da história pregressa e dos meios empregados.
• Transcrever mensagens matemáticas da linguagem cor- Isto foi verdade para iniciativas anteriores e, com certeza, será
rente para linguagem simbólica (equações, gráficos, diagra- verdade para a atual.
mas, fórmulas, tabelas etc.) e vice-versa. Quando foi promulgada a LDB 4024/61, o cenário escolar
• Exprimir-se com correção e clareza, tanto na língua ma- era dominado pelo ensino tradicional, ainda que esforços de
terna, como na linguagem matemática, usando a terminolo- renovação estivessem em processo. As propostas para o ensi-
gia correta. no de ciências debatidas para a confecção daquela lei orienta-
• Produzir textos matemáticos adequados. vam-se pela necessidade de o currículo responder ao avanço
• Utilizar adequadamente os recursos tecnológicos como do conhecimento científico e às novas concepções educacio-
instrumentos de produção e de comunicação. nais, deslocando o eixo da questão pedagógica, dos aspectos
• Utilizar corretamente instrumentos de medição e de de- puramente lógicos para aspectos psicológicos, valorizando a
senho. participação ativa do aluno no processo de aprendizagem.
No período subsequente, o Brasil buscou novos rumos
INVESTIGAÇÃO E COMPREENSÃO para o ensino de Biologia, Física, Matemática e Química, no
• Identificar o problema (compreender enunciados, for- seguimento de linha de ação dos países centrais do chamado
mular questões etc). “bloco ocidental”, que patrocinaram a produção de projetos
• Procurar, selecionar e interpretar informações relativas como o BSCS – Biological Sciences Curriculum Study – para
ao problema. Biologia, PSSC – Physical Sciences Study Committee – para
• Formular hipóteses e prever resultados. Física, Chem Study e o Chemical Bound Approach para a Quí-
• Selecionar estratégias de resolução de problemas. mica. Também nesse período surge a Matemática moderna,
• Interpretar e criticar resultados numa situação concreta. que aproxima o ensino básico escolar de uma particular refor-
• Distinguir e utilizar raciocínios dedutivos e indutivos. mulação acadêmica do conhecimento matemático, com ênfa-
• Fazer e validar conjecturas, experimentando, recorrendo se na teoria de conjuntos e estruturas algébricas. A formação
a modelos, esboços, fatos conhecidos, relações e proprieda- e expansão de centros de Ciências e de Matemática, em vá-
des. rios Estados, teve a finalidade de preparar professores para o
• Discutir ideias e produzir argumentos convincentes. desenvolvimento de ensino proposto nos projetos traduzidos
e em produções próprias que tiveram grande influência na
CONTEXTUALIZAÇÃO SÓCIO-CULTURAL década seguinte.
• Desenvolver a capacidade de utilizar a Matemática na Nesta década de 70, já se propunha uma democrati-
interpretação e intervenção no real. zação do conhecimento científico, reconhecendo-se a im-
• Aplicar conhecimentos e métodos matemáticos em portância da vivência científica não apenas para eventuais
situações reais, em especial em outras áreas do conheci- futuros cientistas, mas também para o cidadão comum,
mento. paralelamente a um crescimento da parcela da população
130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
atendida pela rede escolar. Esse crescimento, especialmente formação humana mais ampla, não só técnica, já recomen-
no tocante ao Ensino Médio, não foi acompanhado pela ne- dando uma maior relação entre teoria e prática no próprio
cessária formação docente, resultando assim em acentuada processo de aprendizado.
carência de professores qualificados, carência que só tem se Entre os maiores desafios para a atualização pretendida
agravado até a atualidade. Sem pretender subestimar a im- no aprendizado de Ciência e Tecnologia, no Ensino Médio,
portância das discussões ocorridas naquele período para a está a formação adequada de professores, a elaboração de
mudança de mentalidade do professor, que começa a assi- materiais instrucionais apropriados e até mesmo a modifi-
milar, mesmo que num plano teórico, novos objetivos para o cação do posicionamento e da estrutura da própria escola,
ensino, é preciso saber que a aplicação efetiva dos projetos relativamente ao aprendizado individual e coletivo e a sua
em sala de aula acabou se dando apenas em alguns estabele- avaliação.
cimentos de ensino de grandes centros. Esta afirmação pode ser feita acerca de todo aprendizado
Ainda nessa época, o modelo de industrialização acele- escolar de Ciências, desde a alfabetização científico-tecnoló-
rada impôs, em todo o mundo, custos sociais e ambientais gica das primeiras séries do Ensino Fundamental. O significa-
altos, de forma que, particularmente no Ensino Fundamental, do dessas deficiências se agrava, contudo, na escola média,
os problemas relativos ao meio ambiente e à saúde huma- etapa final da Educação Básica, nessa época caracterizada
na começaram a estar presentes em currículos de ciências. pelo ritmo vertiginoso de mudanças econômicas e culturais,
Discutiam-se implicações políticas e sociais da produção e aceleradas por uma revolução científico-tecnológica mal
aplicação dos conhecimentos científicos e tecnológicos, com acompanhada pelo desenvolvimento na educação.
algum reflexo nas salas de aula. Foi nesse momento que se Não se deve pretender, aliás, depositar a esperança des-
inaugurou a ideia de que tecnologia é integrante efetiva dos se acompanhamento simplesmente numa exigência maior
conteúdos educacionais, lado a lado com as ciências. Não se sobre a cultura científica do professor que, afinal, não deve
deve confundir essa ideia, contudo, com a real ou pretensa ser pensado como detentor de todo o saber da ciência con-
introdução, em todo o Ensino Médio, de disciplinas técnicas temporânea. Vale insistir que a atualização curricular não deve
separadas das disciplinas científicas, como preconizado pela significar complementação de ementas, ao se acrescentarem
já mencionada Lei 5692/71, cuja perspectiva era a de formar tópicos a uma lista de assuntos. Ao contrário, é preciso su-
profissionais de nível médio, e que teve resultados frustrantes. perar a visão enciclopédica do currículo, que é um obstáculo
No âmbito da pedagogia geral, naquele período, aprofunda- à verdadeira atualização do ensino, porque estabelece uma
ram-se discussões sobre as relações entre educação e socie- ordem tão artificial quanto arbitrária, em que pré-requisitos
dade, determinantes para o surgimento de tendências cujo fechados proíbem o aprendizado de aspectos modernos
traço comum era atribuir particular importância a conteúdos antes de se completar o aprendizado clássico e em que os
socialmente relevantes e aos processos de discussão em gru- aspectos “aplicados” ou tecnológicos só teriam lugar após a
po. Na mesma época, e pouco depois, estabeleceu-se um nú- ciência “pura” ter sido extensivamente dominada. Tal visão di-
cleo conceitual teórico de diferentes correntes denominadas ficulta tanto a organização dos conteúdos escolares quanto a
construtivistas, cujo pressuposto básico é tomar a aprendiza- formação dos professores.
gem como resultado da construção do conhecimento pelo É claro que se demanda um preparo adequado dos pro-
aluno, processo em que se respeitam as ideias dos alunos fessores de Biologia, Física, Química e Matemática, para que
prévias ao processo de aprendizagem. a modernidade de seu conhecimento não tenha como con-
Esta proposta de condução do aprendizado tem sido trapartida a superficialidade ou o empobrecimento cogniti-
aperfeiçoada no sentido de se levar em conta que a cons- vo. Além disso, um desenvolvimento mais eficaz, científico e
trução de conhecimento científico envolve valores humanos, pedagógico exige também mudanças na própria escola, de
relaciona-se com a tecnologia e, mais em geral, com toda a forma a promover novas atitudes nos alunos e na comuni-
vida em sociedade, de se enfatizar a organicidade conceitual dade. É preciso mudar convicções equivocadas, culturalmen-
das teorias científicas, de se explicitar a função essencial do te difundidas em toda a sociedade, de que os alunos são os
diálogo e da interação social na produção coletiva. Tais redire- pacientes, de que os agentes são os professores e de que a
cionamentos têm sido relevantes para a educação científica e escola estabelece simplesmente o cenário do processo de en-
matemática e, certamente, suas ideias influenciam o presente sino. Quando o aprendizado das Ciências e da Matemática,
esforço de revisão de conteúdos e métodos para a educação além de promover competências como o domínio de concei-
científica. Será preciso, além disso, procurar suprir a carência tos e a capacidade de utilizar fórmulas, pretende desenvolver
de propostas interdisciplinares para o aprendizado, que tem atitudes e valores, através de atividades dos educandos, como
contribuído para uma educação científica excessivamente discussões, leituras, observações, experimentações e projetos,
compartimentada, especialmente no Ensino Médio, fazendo toda a escola deve ter uma nova postura metodológica difícil
uso, por exemplo, de instrumentos com natural interdiscipli- de implementar, pois exige a alteração de hábitos de ensino
naridade, como os modelos moleculares, os conceitos evolu- há muito consolidados.
tivos e as leis de conservação. Especialmente nas ciências, aprendizado ativo é, às ve-
Felizmente, pelo menos no plano das leis e das diretrizes, zes, equivocadamente confundido com algum tipo de experi-
a definição para o Ensino Médio estabelecida na LDB/96, as- mentalismo puro e simples, que não é praticável nem sequer
sim como seu detalhamento e encaminhamento pela Resolu- recomendável, pois a atividade deve envolver muitas outras
ção CNE/98, apontam para uma revisão e uma atualização dimensões, além da observação e das medidas, como o
na direção correta. Vários dos artigos daquela Resolução diálogo ou a participação em discussões coletivas e a lei-
são dedicados a orientar o aprendizado para uma maior tura autônoma. Não basta, no entanto, que tais atividades
contextualização, uma efetiva interdisciplinaridade e uma sejam recomendadas. É preciso que elas se revelem ne-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
cessárias e sejam propiciadas e viabilizadas como partes pios e outros equipamentos experimentais convencionais,
integrantes do projeto pedagógico. Isso depende da esco- com tendência a se tornarem cada vez mais acessíveis. Isso
la, não só do professor. Para a Matemática, em particular, eliminará, em muito pouco tempo, os obstáculos à incor-
dado seu caráter de linguagem e de instrumental universal, poração desses instrumentos do processo de aprendizado,
os desvios no aprendizado influenciam muito duramente o seja como meio indireto, na utilização de textos e vídeos
aprendizado das demais ciências. didáticos apropriados a cada momento e local, seja como
Pode-se perceber, por exemplo, quão significativa teria meio direto e objeto de aprendizado, usado pelos alunos
de ser a reformulação de postura pedagógica na maioria na produção de textos e vídeos, aprendizado prático, por-
de nossas escolas para que assumissem, como parte re- tanto.
gular da promoção da educação científico-tecnológica, a O desenvolvimento de projetos, conduzidos por gru-
concepção e a condução de projetos de trabalho coletivo, pos de alunos com a supervisão de professores, pode dar
interdisciplinares. Entre outras coisas, a comunidade esco- oportunidade de utilização dessas e de outras tecnologias,
lar deveria estar envolvida na concepção do projeto peda- especialmente no Ensino Médio. Isso, é claro, não ocorre
gógico e, em muitas situações, um apoio científico e edu- espontaneamente, mas sim como uma das iniciativas inte-
cacional das universidades ou de outros centros formado- grantes do projeto pedagógico de cada unidade escolar,
res pode ser necessário. Por um lado, a complexidade dos projeto que pode mesmo ser estimulado pelas redes edu-
temas pode tornar indispensável tal apoio; por outro, os cacionais. Para a elaboração de tal projeto, pode-se con-
programas de formação inicial e continuada de professores ceber, com vantagem, uma nucleação prévia de disciplinas
da área de Ciências da Natureza, Matemática e Tecnolo- de uma área, como a Matemática e Ciências da Natureza,
gia, conduzidos por esses centros ou universidades, seriam articulando-se em seguida com as demais áreas.
mais eficazes se conduzidos em função das necessidades Modificações como essas, no aprendizado, vão de-
identificadas na prática docente. mandar e induzir novos conceitos de avaliação. Isso tem
Nessa área, que mais tradicionalmente seria a das aspectos específicos para a área de Ciência e Tecnologia,
Ciências e da Matemática, é tão difícil promover uma nova mas tem validade mais ampla, para todas as áreas e dis-
postura didática quanto introduzir novos e mais significati-
ciplinas. Há aspectos bastante particulares da avaliação
vos conteúdos. A simples menção de “tecnologia” ao lado
que deverão ser tratados em cada disciplina, no contexto
da “ciência” não promove a nova postura e os novos con-
de suas didáticas específicas, mas há aspectos gerais que
teúdos. Usualmente, não se costuma passar do discurso
podem ser desde já enunciados. É imprópria a avaliação
geral e abstrato, ao se conceituar tecnologia, sem mesmo
que só se realiza numa prova isolada, pois deve ser um
se explicitar de que forma ela demanda conhecimento e,
processo contínuo que sirva à permanente orientação da
portanto, educação científica, e por que processos ela fo-
prática docente. Como parte do processo de aprendizado,
menta desenvolvimento científico.
precisa incluir registros e comentários da produção cole-
Com o advento do que se denomina sociedade pós
tiva e individual do conhecimento e, por isso mesmo, não
-industrial, a disseminação das tecnologias da informação
deve ser um procedimento aplicado nos alunos, mas um
nos produtos e nos serviços, a crescente complexidade dos
processo que conte com a participação deles. É pobre a
equipamentos individuais e coletivos e a necessidade de
avaliação que se constitua em cobrança da repetição do
conhecimentos cada vez mais elaborados para a vida so-
que foi ensinado, pois deveria apresentar situações em que
cial e produtiva, as tecnologias precisam encontrar espaço
os alunos utilizem e vejam que realmente podem utilizar os
próprio no aprendizado escolar regular, de forma seme-
conhecimentos, valores e habilidades que desenvolveram.
lhante ao que aconteceu com as ciências, muitas décadas
Esses e outros recursos e instrumentos educacionais
antes, devendo ser vistas também como processo, e não
têm validade praticamente universal, ainda que se apre-
simplesmente como produto. A tecnologia no aprendiza-
sentem com característica e ênfases específicas, no proces-
do escolar deve constituir-se também em instrumento da
so de ensino-aprendizagem das Ciências e da Matemática.
cidadania, para a vida social e para o trabalho. No Ensino
Por isso, é justo que tratemos de, pelo menos, arrolar ou
Médio, a familiarização com as modernas técnicas de edi-
elencar seu conjunto, ilustrando como eles podem ser uti-
ção, de uso democratizado pelos computadores pessoais,
lizados pelas várias disciplinas.
é só um exemplo das vivências reais que é preciso garantir,
Há características comuns, entre as várias ciências, a
ultrapassando-se assim o “discurso sobre as tecnologias”
Matemática e as tecnologias, pelo tipo de rigor que pres-
de utilidade questionável. É preciso identificar na Matemá-
supõem, pelo tipo de correspondência entre suas formula-
tica, nas Ciências Naturais, Ciências Humanas, Comunica-
ções e os fatos observáveis ou pelo tipo de sentido práti-
ções e nas Artes, os elementos de tecnologia que lhes são
co que frequentemente ostentam, que é também comum
essenciais e desenvolvê-los como conteúdos vivos, como
parte significativa das didáticas utilizadas em seu ensino,
objetivos da educação e, ao mesmo tempo, como meios
ainda que com distintas ênfases adotadas pelas diferen-
para tanto.
tes disciplinas dessa área. Em parte, isso já pode ser per-
A incorporação de tais elementos às práticas escolares,
cebido a partir do histórico da evolução do ensino dessas
alguns imediatamente, é mais realizável do que se pode
disciplinas, feito há pouco, mostrando que elas viveram as
imaginar. Até por já se constituirem em objetos de consu-
mesmas fases e tendências, mais ou menos na mesma épo-
mo relativamente triviais, câmeras de vídeo e computado-
ca. Se é fato que isso, de certa forma, reflete movimentos
res estão hoje se tornando mais baratos do que microscó-
gerais da educação, não é menos verdade que, frequen-
132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
temente, o ensino de Ciências tem estado na vanguarda zar dados, a sistematizar resultados, a validar soluções;
desses movimentos, especialmente nos últimos cinquen- desenvolvem sua capacidade de raciocínio, adquirem au-
ta anos,Sem pretender estabelecer qualquer hierarquia de to-confiança e sentido de responsabilidade; e, finalmente,
prioridades, rapidamente descreveremos alguns aspectos, ampliam sua autonomia e capacidade de comunicação e
conceitos ou instrumentos didáticos partilhados no ensino de argumentação.
de todas as ciências e no da Matemática, começando por O aprendizado que tem seu ponto de partida no uni-
considerações sobre o papel do professor, que, conhecen- verso vivencial comum entre os alunos e os professores,
do os conteúdos de sua disciplina e estando convicto da que investiga ativamente o meio natural ou social real, ou
importância e da possibilidade de seu aprendizado por to- que faz uso do conhecimento prático de especialistas e
dos os seus alunos, é quem seleciona conteúdos instrucio- outros profissionais, desenvolve com vantagem o apren-
nais compatíveis com os objetivos definidos no projeto pe- dizado significativo, criando condições para um diálogo
dagógico; problematiza tais conteúdos, promove e media efetivo, de caráter interdisciplinar, em oposição ao discurso
o diálogo educativo; favorece o surgimento de condições abstrato do saber, prerrogativa do professor. Além disso,
para que os alunos assumam o centro da atividade educa- aproxima a escola do mundo real, entrando em contato
tiva, tornando-se agentes do aprendizado; articula abstrato com a realidade natural, social, cultural e produtiva, em
e concreto, assim como teoria e prática; cuida da contínua visitas de campo, entrevistas, visitas industriais, excursões
adequação da linguagem, com a crescente capacidade do ambientais. Tal sistema de aprendizado também atribui
aluno, evitando a fala e os símbolos incompreensíveis, as- sentido imediato ao conhecimento, fundamentando sua
sim como as repetições desnecessárias e desmotivantes.O subsequente ampliação de caráter abstrato.
conhecimento prévio dos alunos, tema que tem mobiliza- Para o aprendizado científico, matemático e tecnoló-
do educadores, especialmente nas últimas duas décadas, é gico, a experimentação, seja ela de demonstração, seja de
particularmente relevante para o aprendizado científico e observação e manipulação de situações e equipamentos
matemático. Os alunos chegam à escola já trazendo con- do cotidiano do aluno e até mesmo a laboratorial, pro-
ceitos próprios para as coisas que observam e modelos ela- priamente dita, é distinta daquela conduzida para a des-
borados autonomamente para explicar sua realidade vivida, coberta científica e é particularmente importante quando
inclusive para os fatos de interesse científico. É importante permite ao estudante diferentes e concomitantes formas
levar em conta tais conhecimentos, no processo pedagó- de percepção qualitativa e quantitativa, de manuseio, ob-
gico, porque o efetivo diálogo pedagógico só se verifica servação, confronto, dúvida e de construção conceitual. A
quando há uma confrontação verdadeira de visões e opi- experimentação permite ainda ao aluno a tomada de da-
niões; o aprendizado da ciência é um processo de transição dos significativos, com as quais possa verificar ou propor
da visão intuitiva, de senso comum ou de auto-elaboração, hipóteses explicativas e, preferencialmente, fazer previsões
pela visão de caráter científico construída pelo aluno, como sobre outras experiências não realizadas.
produto do embate de visões. Se há uma unanimidade, As ciências e as tecnologias, assim como seu aprendi-
pelo menos no plano dos conceitos entre educadores para zado, podem fazer uso de uma grande variedade de lin-
as Ciências e a Matemática, é quanto à necessidade de se guagens e recursos, de meios e de formas de expressão, a
adotarem métodos de aprendizado ativo e interativo. Os exemplo dos mais tradicionais, os textos e as aulas expo-
alunos alcançam o aprendizado em um processo comple- sitivas em sala de aula. Os textos nem sempre são essen-
xo, de elaboração pessoal, para o qual o professor e a esco- ciais, mas podem ser utilizados com vantagem, uma vez
la contribuem permitindo ao aluno se comunicar, situar-se verificada sua adequação, como introdução ao estudo de
em seu grupo, debater sua compreensão, aprender a res- um dado conteúdo, síntese do conteúdo desenvolvido ou
peitar e a fazer-se respeitar; dando ao aluno oportunidade leitura complementar. Um texto apresenta concepções filo-
de construir modelos explicativos, linhas de argumentação sóficas, visões de mundo, e deve-se estimular o aluno a ler
e instrumentos de verificação de contradições; criando si- além das palavras, aprender, avaliar e mesmo se contrapor
tuações em que o aluno é instigado ou desafiado a parti- ao que lê. A leitura de um texto deve ser sempre um dos re-
cipar e questionar; valorizando as atividades coletivas que cursos e não o essencial da aula. Assim, cabe ao professor
propiciem a discussão e a elaboração conjunta de ideias e problematizar o texto e oferecer novas informações que
de práticas; desenvolvendo atividades lúdicas, nos quais o caminhem para a compreensão do conceito pretendido.
aluno deve se sentir desafiado pelo jogo do conhecimento Quanto às aulas expositivas, é comum que sejam o úni-
e não somente pelos outros participantes. co meio utilizado, ao mesmo tempo em que deixam a ideia
Não somente em Matemática, mas até particularmente de que correspondem a uma técnica pedagógica sempre
nessa disciplina, a resolução de problemas é uma impor- cansativa e desinteressante. Não precisa ser assim. A aula
tante estratégia de ensino. Os alunos, confrontados com expositiva é só um dos muitos meios e deve ser o momento
situações-problema, novas mas compatíveis com os instru- do diálogo, do exercício da criatividade e do trabalho cole-
mentos que já possuem ou que possam adquirir no proces- tivo de elaboração do conhecimento. Através dessa técnica
so, aprendem a desenvolver estratégia de enfrentamento, podemos, por exemplo, fornecer informações preparató-
planejando etapas, estabelecendo relações, verificando rias para um debate, jogo ou outra atividade em classe,
regularidades, fazendo uso dos próprios erros cometidos análise e interpretação dos dados coletados nos estudo do
para buscar novas alternativas; adquirem espírito de pes- meio e laboratório.
quisa, aprendendo a consultar, a experimentar, a organi-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor de Educação Básica do Estado de Mato Grosso - Matemática
Aulas e livros, contudo, em nenhuma hipótese resu- A compreensão da relação entre o aprendizado cientí-
mem a enorme diversidade de recursos didáticos, meios e fico, matemático e das tecnologias e as questões de alcan-
estratégias que podem ser utilizados no ensino das Ciên- ce social são a um só tempo meio para o ensino e objetivo
cias e da Matemática. O uso dessa diversidade é de fun- da educação. Isso pode ser desenvolvido em atividades
damental importância para o aprendizado porque tabelas, como os projetos acima sugeridos, ou se analisando his-
gráficos, desenhos, fotos, vídeos, câmeras, computadores e toricamente o processo de desenvolvimento das Ciências
outros equipamentos não são só meios. Dominar seu ma- e da Matemática. Nessa medida, a história das Ciências é
nuseio é também um dos objetivos do próprio ensino das um importante recurso. A importância da história das Ciên-
Ciências, Matemática e suas Tecnologias. Determinados as- cias e da Matemática, contudo, tem uma relevância para o
pectos exigem imagens e, mais vantajosamente, imagens aprendizado que transcende a relação social, pois ilustra
dinâmicas; outros necessitam de cálculos ou de tabelas também o desenvolvimento e a evolução dos conceitos a
de gráfico; outros podem demandar expressões analíticas, serem aprendidos.
sendo sempre vantajosa a redundância de meios para ga- A confluência entre os meios utilizados para o apren-
rantir confiabilidade de registro e/ou reforço no aprendi- dizado e os objetivos pretendidos para a educação deve
zado. ser observada com especial atenção, como algo a ser cul-
Outro aspecto metodológico a ser considerado, no tivado no projeto pedagógico de cada escola, em todos os
ensino das ciências em geral, com possível destaque para aspectos do processo educacional. Quando, por exemplo,
a Química e a Física, diz respeito às abordagens quanti- são propostas atividades coletivas, de cooperação entre
tativas e às qualitativas. Deve-se iniciar o estudo sempre estudantes e de elaboração de projetos conjuntos, quer se
pelos aspectos qualitativos e só então introduzir tratamen- tornar o aprendizado das Ciências e da Matemática mais
to quantitativo. Este deve ser feito de tal maneira que os eficaz, mas, ao mesmo tempo, quer se promover o apren-
alunos percebam as relações quantitativas sem a necessi- dizado do trabalho coletivo e cooperativo, como compe-
dade de utilização de algoritmos. Os alunos, a partir do tência humana. Aliás, são absolutamente raros os trabalhos
entendimento do assunto, poderão construir seus próprios demandados na vida real que não exijam precisamente ati-
algoritmos vidades conjuntas e cooperativas.
A própria avaliação deve ser também tratada como es- Quando, noutro exemplo, se propõem métodos de
tratégia de ensino, de promoção do aprendizado das Ciên- aprendizado ativo, em que os alunos se tornem protago-
cias e da Matemática. A avaliação pode assumir um cará- nistas do processo educacional, não pacientes deste, quer
ter eminentemente formativo, favorecedor do progresso se ter a certeza de que o conhecimento foi de fato apro-
pessoal e da autonomia do aluno, integrada ao processo priado pelos alunos, ou mesmo elaborado por eles. Mas o
ensino-aprendizagem, para permitir ao aluno consciência que também se pretende é educar para a iniciativa, pois a
de seu próprio caminhar em relação ao conhecimento e cidadania que se quer construir implica participação e não
permitir ao professor controlar e melhorar a sua prática se realiza na passividade.
pedagógica. Uma vez que os conteúdos de aprendizagem Cada um dos elementos pedagógicos da sequência
abrangem os domínios dos conceitos, das capacidades e acima, que sequer tem a pretensão de ser completa, pode
das atitudes, é objeto da avaliação o progresso do aluno ser visto como meio e fim, como processo e como pro-
em todos estes domínios. De comum acordo com o ensino duto da educação, devendo ser promovido, portanto, com
desenvolvido, a avaliação deve dar informação sobre o co- o cuidado de se estar lidando com algo necessário, não
nhecimento e compreensão de conceitos e procedimentos; como eventual expediente de que se lança mão, na falta de
a capacidade para aplicar conhecimentos na resolução de outro. Mesmo computadores, câmeras e outros recursos,
problemas do cotidiano; a capacidade para utilizar as lin- aos quais se fez tão breve menção, devem ser percebidos
guagens das Ciências, da Matemática e suas Tecnologias como algo mais do que instrumentos do aprendizado, pois,
para comunicar ideias; e as habilidades de pensamento quando for possível aprender a usá-los como ferramenta
como analisar, generalizar, inferir. de trabalho, de vida e de formação permanente, se estará
O aprendizado das Ciências, da Matemática e suas Tec- complementando as metas da Educação Básica.
nologias pode ser conduzido de forma a estimular a efetiva Concluindo essas considerações sobre fins e meios
participação e responsabilidade social dos alunos, discu- da educação, é justo se acrescentarem alguns ingredien-
tindo possíveis ações na realidade em que vivem, desde tes frequentemente esquecidos, quando se fala do ensino
a difusão de conhecimento a ações de controle ambiental das Ciências, da Matemática e suas Tecnologias, que são o
ou intervenções significativas no bairro ou localidade, de apreço pela cultura e a alegria do aprendizado. Quando a
forma a que os alunos sintam-se de fato detentores de um escola promove uma condição de aprendizado em que há
saber significativo. entusiasmo nos fazeres, paixão nos desafios, cooperação
Os projetos coletivos são particularmente apropriados entre os partícipes, ética nos procedimentos, esta cons-
para esse propósito educacional, envolvendo turmas de truindo a cidadania em sua prática, dando as condições
alunos em projetos de produção e de difusão do conheci- para a formação dos valores humanos fundamentais, que
mento, em torno de temas amplos, como edificações e ha- são centrais entre os objetivos da educação.
bitação ou veículos e transporte, ou ambiente, saneamento
e poluição, ou ainda produção, distribuição e uso social da
energia, temas geralmente interdisciplinares.
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