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METROLOGIA-2003 – Metrologia para a Vida

Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM)


Setembro 01−05, 2003, Recife, Pernambuco - BRASIL

A CERTIFICAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA A PROMOÇÃO DA


SEGURANÇA ALIMENTAR

Nívea Maria Vicentini1, Roberta Mara Züge2, Júlio C. Felix3


1
ENG. AGR., MSc., DR., TECPAR, Curitiba, Brasil
2
DVM, MSc., DR., TECPAR, Curitiba, Brasil
3
ENG., Diretor de Certificação, TECPAR, Curitiba, Brasil

Resumo: Os consumidores estão cada vez mais mesa do consumidor. Alguns parâmetros importantes como,
preocupados com o tema Segurança Alimentar, exigindo qualidade da matéria-prima, padronização do processamento
que todo o sistema alimentício, incluindo produção no e a manutenção das temperaturas na saídas da indústria até
campo, produção na indústria, transporte, distribuição, as gôndolas do supermercado, tem sido observados mais
varejo e serviços de alimentação garanta-lhes o atentamente para se evitar as toxinfecções alimentares.
fornecimento de alimentos inócuos. Uma das medidas
Entretanto, apenas estes parâmetros não são suficientes para
adotada pelas companhias processadoras de alimentos para
garantir a segurança alimentar. Uma outra maneira de
solucionar este problema foi a implantação do sistema de
assegurar a inocuidade dos alimentos é através da
gestão de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
implantação do sistema de gestão de Análise de Perigos e
(APPCC) ou Hazard Analysis and Critical Control Points
Pontos Críticos de Controle (APPCC) ou Hazard Analysis
(HACCP), que permite a identificação dos perigos
and Critical Control Points (HACCP). Concebido para
potenciais de segurança alimentar da cadeia produtiva,
prevenir a ocorrência de potenciais problemas durante a
permitindo sua avaliação e controle, garantindo a segurança
operação com alimentos, o sistema implantado
do produto. Cada vez mais, as empresas da cadeia de
originalmente pela Nasa, nos anos 60, foi ampliamente
alimentos devem ser capazes de demostrar a implantação de
utilizado em todo o mundo nas indústria de elaboração e
um sistema APPCC eficaz, esta comprovação pode ser
processamento de alimentos (2). O sistema passou a ser
demostrada através da certificação do sistema. O presente
recomendado por organismos internacionais como a
trabalho explora os principais benefícios da implementação
Organização Mundial de Comércio (OMC), Organização
de tal sistema, e como a certificação do mesmo pode
Mundial de Saúde (OMS) e Organização das Nações Unidas
contribuir para a maior competitividade do setor alimentício
para a Alimentação e Agricultura (FAO) (3). Este sistema
através do incremento da segurança alimentar.
pode ser aplicado em todos os estágios da cadeia alimentar,
Palavras chave: certificação, segurança alimentar, desde o plantio, cultivo, colheita, processamento, criação
competitividade animal, fabricação, distribuição e comercialização, até o seu
preparo para o consumo (4).
Porém, apenas a implantação do sistema APPCC não é
1. INTRODUÇÃO suficiente para garantir a qualidade dos alimentos, é
O interesse dos consumidores em relação a Segurança necessário que o sistema seja aplicado corretamente. Neste
Alimentar tem aumentado consideravelmente, uma vez que ínterim, a certificação surge como uma alternativa para
cresce o número de doenças transmitidas por alimentos. comprovar a eficácia da implantação deste sistema, fazendo
com que os consumidores tenham certeza sobre a qualidade
Várias são as definições para Segurança Alimentar, de dos alimentos que estão consumindo.
acordo com Machado (1) segurança alimentar e nutricional
significa garantir a todos, condições de acesso a alimentos Além de melhorar a segurança e a qualidade dos alimentos,
básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo a certificação também é uma forma de evitar ações
permanente e sem comprometer o acesso a outras oportunistas por parte das empresas que alegam ter o
necessidades essenciais, com base em práticas alimentares sistema APPCC implantado. Ou seja, a certificação de
saudáveis, contribuindo, assim, para uma existência digna, sucesso evita ações oportunistas como a propaganda
em um contexto de desenvolvimento integral do ser enganosa.
humano.
O presente trabalho explora os principais benefícios da
Por outro lado, a preocupação em atender a demanda dos implementação de tal sistema, e como a certificação do
consumidores por alimentos cada vez mais seguros tem feito mesmo pode contribuir para a maior competitividade do
com que as empresas atentem para a segurança alimentar setor alimentício através do incremento da segurança
como componente da qualidade dos alimentos colocados na alimentar.
2. O SISTEMA APPCC Os limites críticos devem estar associados a medidas como
temperatura, tempo (período de exposição mínima),
O objetivo do sistema APPCC é identificar os perigos que
dimensões físicas do produto, atividade de água, nível de
podem ocorrer em qualquer etapa da cadeia produtiva do
umidade, acidez, pH, resíduos de antibióticos, etc.
alimento, estabelecendo os processos de controle
preventivos para garantir a inocuidade, isto é, a ausência de IV – Estabelecimento dos procedimentos de
contaminantes biológicos, químicos ou físicos no do produto Monitoramento do PCC
final oferecido ao consumidor (2).
As diretrizes para aplicação do Sistema APPCC do Codex
Por ser científica e sistemática, a implementação do sistema Alimentarius definem monitoramento como o ato de realizar
APPCC reduz a necessidade de inspeção e testes no produto uma seqüência planejada de observações ou medidas de
final, aumenta a confiança do consumidor e resulta num parâmetros de controle para avaliar se um PCC está sob
produto comercialmente viável. Além disso, facilita o controle.
cumprimento de exigências legais e permite o uso mais
O monitoramento determina, em cada PCC, se os limites
eficiente de recursos, acarretando redução nos custos em
críticos estão sendo respeitados. Os procedimentos de
todas as etapas da produção e uma resposta mais imediata
monitoramento devem detectar qualquer perda de controle
para as questões de inocuidade.
de um PCC a tempo de evitar a produção de alimento
A metodologia é lógica, ordenada e possui sete princípios, potencialmente perigoso ou de interrompê-la.
através dos quais pode-se controlar os perigos para a saúde
dos consumidores. Estes princípios são aplicados na
seguinte seqüência, de maneira organizada e sistemática (2): V – Estabelecimento de Ações Corretivas
As diretrizes para aplicação do Sistema APPCC do Codex
Alimentarius definem ação corretiva como qualquer ação a
I - Análise de Perigos e Identificação das respectivas
ser tomada quando os resultados do monitoramento do PCC
medidas preventivas
indicarem perda de controle.
O termo perigo é definido pela Comissão do Codex
A perda de controle é considerada um desvio do limite
Alimentarius como uma propriedade biológica, física ou
crítico de um PCC. A resposta rápida diante da identificação
química, que pode tornar um alimento prejudicial para o
de um processo fora de controle é uma das principais
consumo humano.
vantagens do sistema APPCC. As ações corretivas deverão
Este princípio tem como objetivos identificar os perigos ser adotadas no momento ou imediatamente após a
significativos e caracterizar as medidas preventivas identificação dos desvios, devendo ser registradas, e estes
correspondentes, bem como avaliar a necessidade de registros devem ser devidamente arquivados. A causa que
mudança de um processo ou etapa de um processo e servir gerou os desvios deve ser identificada e eliminada para que
de base para a identificação dos pontos críticos de controle não volte a ocorrer.
(PCCs). Para isso é necessário a definição dos passos
operacionais do alimento desde as matérias-primas até o
produto acabado. VI – Estabelecimento dos procedimentos de verificação
Verificação é definida pelas diretrizes do Codex como a
aplicação de métodos, procedimentos, testes e outras
II – Identificação dos Pontos Críticos de Controle (PCC)
avaliações, além do monitoramento, para determinar o
As diretrizes do Codex Alimentarius definem Ponto Crítico cumprimento do plano APPCC.
de Controle (PCC) como uma etapa em que se pode aplicar
Verificação e métodos de auditoria, procedimentos e testes,
um controle e que seja essencial para evitar ou eliminar um
inclusive amostras aleatórias e análises, podem ser usadas
perigo à inocuidade do alimento ou para reduzi-lo a um
para determinar se o sistema de APPCC está trabalhando
nível aceitável.
corretamente. O procedimento de verificação deve
Se um perigo for identificado em uma etapa onde é especificar o que será feito, como, quem será o responsável
necessário o controle em termos de inocuidade, e se não e com que freqüência (periodicidade).
existir qualquer medida de controle naquela etapa ou em
qualquer outra, então o produto ou o processo deve ser
modificado naquela etapa, ou em um estágio anterior ou VII – Estabelecimento dos procedimentos de Registros
posterior, de modo a incluir uma medida de controle para Todo mecanismo utilizado para avaliar se um PCC e/ou
este perigo. perigo está sob controle, por observações ou medidas deve
ser registrado. Os registros são provas escritas que
documentam um ato que ocorreu. São essenciais para revisar
III – Estabelecimento dos Limites Críticos
a adequação do plano APPCC e sua capacidade de garantir a
Limite crítico é um valor máximo e/ou mínimo de inocuidade.
parâmetros biológicos, químicos ou físicos que assegure o
O documento é o próprio plano APPCC, manuais de Boas
controle do perigo estabelecido. Os limites críticos são
Práticas de Fabricação ou de Boas Práticas Agrícolas, os
estabelecidos para cada medida preventiva monitorada dos
Procedimentos de Higiene e outras fontes de informação
PCCs.
usadas para garantir a inocuidade dos alimentos. Os 4. BENEFÍCIOS DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA
registros mostram o histórico do processo, o monitoramento, APPCC E DA CERTIFICAÇÃO
os desvios e as ações corretivas (inclusive descarte de
De acordo com Valois (8) a implantação do Sistema APPCC
produto) aplicadas ao PCC identificado. Os registros podem
ou de seus pré-requisitos (Boas Práticas, Procedimentos
ter diversos formatos, como um quadro de processamento,
Padrões de Higiene Operacional, Procedimentos
um registro escrito ou eletrônico. Depois de terminado, o
Operacionais Padronizados) em todo Brasil, atingindo toda a
registro se torna um documento que comprova o controle da
cadeia produtiva, é resultado de várias demandas, tais como:
inocuidade do alimento, ou seja, comprova que as
informações e instruções dos documentos citados acima • do mercado nacional e internacional, que estão exigindo a
foram obedecidas e cumpridas. implantação das ferramentas por seus fornecedores;
A importância de registros para o sistema de APPCC não • de legislações internacionais e nacionais que já obrigam as
pode ser subestimada. É imprescindível que o produtor empresas de alimentos a adotarem o sistema APPCC e seus
mantenha registros completos, atualizados, corretamente pré-requisitos em suas linhas de produção;
arquivados e precisos. Sempre que há suspeita de algum
desvio ou no momento da verificação de um plano APPCC, • do consumidor, que cada vez mais consciente e mais
os registros são usados como fonte valiosa de informação. exigente, está a procura e querendo alimentos mais sadios e
seguros.
Portanto, a adoção do sistema APPCC desde a produção de
3. A CERTIFICAÇÃO alimentos até o seu consumo final, faz com que o Brasil
concorra em condições de igualdade em controle de
A importância da Avaliação da Conformidade como
segurança de alimentos no cenário mundial (8). Isto traz
instrumento regulador do mercado interno e do mercado
inúmeras vantagens tanto para os produtores de alimentos
globalizado é crescente, entretanto, observa-se que é grande
quanto para os consumidores. No caso dos produtores vale
o desconhecimento do seu significado, até mesmo
apenas destacar ainda como vantagens a redução de custos,
empresarial e mais ainda junto ao cidadão (5).
redução de perdas, aumento da confiança dos clientes, maior
A Avaliação da Conformidade engloba vários mecanismos competitividade, redução do risco de perda da imagem, fácil
para verificar a conformidade em relação as normas e integração com outros sistemas de gestão.
regulamentos; sendo 5 os principais mecanismos de
De acordo com Lazzarotto (7) os principais benefícios da
avaliação da conformidade praticados no Brasil: a
certificação para o consumidor são: obtenção de informação
certificação, a declaração da conformidade pelo fornecedor,
imparcial sobre o produto e sua respectiva qualidade
a inspeção, a etiquetagem e o ensaio (5).
podendo, dessa forma, melhorar seu critério de escolha,
A certificação de produtos, processos ou serviços, sistemas garantindo a qualidade dos produtos adquiridos, além da
de gestão e pessoal é, por definição, realizada por terceira facilidade de avaliação entre o preço e o desempenho do
parte, e possui dois objetivos principais. Primeiramente, produto comprado. No caso dos fornecedores, a presença de
pode ser vista como um instrumento para as empresas certificados de qualidade pode significar o acesso a novos
gerenciarem e garantirem o nível de qualidade de seus nichos de mercado; outro é poder diferenciar os produtos
produtos e, como segundo objetivo, informar e garantir aos através dos certificados, proporcionando aos eles maior
consumidores que os produtos certificados possuem os valor agregado. “A grande vantagem da certificação ao
atributos procurados (6). produtor está no valor agregado na venda de alimentos
diferenciados. Os consumidores mais instruídos e de melhor
Dentro das várias modalidades de certificação o sistema poder aquisitivo reconhecem a qualidade e pagam um preço
APPCC se enquadra na certificação dos Sistemas de Gestão
maior. Na medida em que a tendência for popularizada,
o qual atesta a conformidade do modelo de gestão de
serão diluídos com aumento das vendas, que permitirão
produção do alimento em relação a requisitos normativos. A
maior acesso à população. A exclusão de produtores que não
certificação de sistemas de gestão garante que a organização conseguirem se adequar, porém é inevitável” (7).
funciona de maneira consistente, preocupada com a
qualidade, e que seus empregados têm noção clara de como
obter a qualidade.
3. CONCLUSÃO
A certificação de terceira parte envolve três fatores: normas,
Entre os principais benefício da certificação do sistema
órgãos certificadores e organismos credenciadores, portanto
APPCC, além da garantia da segurança alimentar estão,
devem possuir um agente regulamentador (que dita as
maior competitividade do produto na comercialização
normas ou utiliza normas já existentes), que pode ser o
devido ao atendimento dos requisitos legais do Ministério da
governo ou uma instituição internacional; e um agente
Saúde e legislações internacionais; diminuição nos testes de
coordenador (órgão certificador que coordenada o processo),
produtos acabados; diminuição dos custos operacionais pela
que pode ser uma associação privada, uma organização não
redução das perdas no processo produtivo.
governamental, uma empresa privada ou uma empresa
estatal (7).
REFERÊNCIAS
(1) MACHADO, J. A qualidade como requisito de
competitividade. CONFERENCIA INTERNACIONAL
VIRTUAL SOBRE QUALIDADE DE CARNE SUÍNA, 2,
2001. Disponível em:
<http:www.conferencia.uncnet.br/pork/seg/palestra.html>.
Acesso em: 08/08/2003.
(2) RASZI, S.M. A inocuidade como parâmetro de qualidade – o
HACCP na produção de carne suína. CONFERENCIA
INTERNACIONAL VIRTUAL SOBRE QUALIDADE DE
CARNE SUÍNA, 2, 2001. Disponível em:
<http:www.conferencia.uncnet.br/pork/seg/palestra.html>.
Acesso em: 08/08/2003.
(3) NOGUEIRA, K.A.. O sistema HACCP como instrumento
para garantir a inocuidade dos alimentos. Beefpoint, 2003.
Disponível em: <http:www.beefpoint.com.br>. Acesso em:
02/06/2003.
(4) FERMAM, R.K.S. HACCP e as barreiras técnicas, 2003.
Disponível em: <http:www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas>.
Acesso em: 25/04/2003.
(5) INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA,
NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL.
Avaliação da conformidade, 36p. 2002. Disponível em:
<http:www.inmetro.gov.br>. Acesso em: 28/04/2003.
(6) SPERS, E.E., ZYLBERSZTAJN, D., BERTRAIT, A.,
BANKUTI, F.I. Dungullin Estate. Certificação de qualidade
na agricultura australiana. Estudo temático apresentado no IX
Seminário Internacional PENSA de Agribusiness. 1999.
Águas de São Pedro.
(7) LAZZAROTTO, N. F. Estudos sobre o mercado de
certificações de qualidade em alimentos no Brasil, SEMEAD,
2001. Disponível em:
<http:www.fearp.usp.br/egna/resumos/lazzarotto.pdf>.
Acesso em: 08/08/2003.
(8) VALOIS, A.C.C. Alimentos seguros. CONFERENCIA
INTERNACIONAL VIRTUAL SOBRE QUALIDADE DE
CARNE SUÍNA, 2, 2001. Disponível em:
<http:www.conferencia.uncnet.br/pork/seg/palestra.html>.
Acesso em: 20/05/2003.

Autores:
Nívea Maria Vicentini
Engenheira Agrônoma e Doutora em Horticultura
Diretoria de Certificação – TECPAR
Contatos: Tel. (41) 316-3070
nvicentini@tecpar.br

Roberta Mara Zuge


Médica Veterinária e Doutora em Produção Animal
Diretoria de Certificação – TECPAR
Contatos: Tel. (41) 316-3070
zuge@tecpar.br
Júlio C. Felix
Engenheiro Civil e Especialista em Production Engineering
Material Testing and Qualit – Kobe/Japão
Diretor de Certificação – TECPAR
Contatos: Tel. (41) 316-3070
jfelix@tecpar.br

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