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Direito Administrativo para Magistratura Federal

Teoria e exercícios comentados


Prof. Erick Alves – Aula 12

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AULA 12
Ol‡ pessoal!

Na aula de hoje estudaremos o Processo Administrativo segundo a


Lei 9.784/1999.

Para um melhor aproveitamento da aula, seria interessante ter a


referida lei em m‹os.

Seguiremos o seguinte sum‡rio:

SUMÁRIO

Processo Administrativo Federal – Lei 9.784/1999 .....................................................................................3


Abrangência e aplicação ..............................................................................................................................................6
Princípios............................................................................................................................................................................8
Direitos e deveres dos administrados ................................................................................................................16
Início do processo........................................................................................................................................................19
Legitimados ....................................................................................................................................................................21
Impedimento e suspeição ........................................................................................................................................21
Forma, tempo e lugar dos atos do processo.....................................................................................................24
Intimação do interessado .........................................................................................................................................26
Instrução e decisão......................................................................................................................................................28
Desistência e extinção do processo......................................................................................................................32
Recurso administrativo e revisão do processo ...............................................................................................33
Contagem de prazos ...................................................................................................................................................40
Mais questões de prova ..............................................................................................................................................43
Jurisprudência .................................................................................................................................................................65
RESUMÃO DA AULA.......................................................................................................................................................68
Questões comentadas na aula ................................................................................................................................71
Gabarito...............................................................................................................................................................................81

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PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL – LEI 9.784/1999

A palavra ÒprocessoÓ, etimologicamente, significa marcha para a


frente, avan•o, progresso. Nesse sentido, a doutrina define processo, em
sentido amplo, como uma sŽrie de atos coordenados para a
realiza•‹o dos fins estatais1.
Geralmente, a ideia de processo no setor pœblico est‡ associada ao
exerc’cio da atividade jurisdicional. E isso tem a sua raz‹o de ser, afinal, a
senten•a do magistrado Ž apenas a consequ•ncia de uma sŽrie de outros
atos praticados ao longo do processo judicial, tanto pelo juiz como pelas
partes (intima•›es, medidas liminares, requerimentos de prorroga•‹o de
prazo, oitivas de testemunhas etc.).
No entanto, o processo n‹o Ž exclusividade da pr‡tica jurisdicional.
O Poder Legislativo e a Administra•‹o Pœblica tambŽm utilizam esse meio.
Assim, da mesma forma que o processo judicial deve ser entendido
como o encadeamento de atos tendentes ˆ produ•‹o da senten•a, o
processo legislativo Ž o encadeamento de atos voltados ˆ elabora•‹o de
leis, de emendas constitucionais, de resolu•›es etc., e o
processo administrativo, objeto do nosso estudo, est‡ voltado ˆ
produ•‹o de um ato administrativo ou de uma decis‹o da
Administra•‹o2.
Nessa linha, a doutrina apresenta o seguinte conceito para processo
administrativo3:

Processo administrativo: uma sŽrie de atos ordenados em


sequ•ncia, com a finalidade de possibilitar ˆ Administra•‹o Pœblica a
pr‡tica de um ato administrativo final ou a prola•‹o de uma decis‹o
administrativa final.

O processo administrativo Ž o instrumento de trabalho utilizado


pela Administra•‹o Pœblica para ordenar e documentar as informa•›es
necess‡rias ˆ pr‡tica de um ato ou ˆ tomada de uma decis‹o de natureza
administrativa. Com efeito, um ato administrativo, de regra, n‹o surge do
nada; existe todo um conjunto de circunst‰ncias e de atos anteriores,
previamente ordenados, que levaram ˆquele resultado final.

1 Maria Sylvia Di Pietro (2009, p. 618),


2 Maria Sylvia Di Pietro classifica o processo em duas vertentes: de um lado, o processo legislativo, pelo

qual o Estado elabora a lei; de outro, os processos judicial e administrativo, pelos quais o Estado aplica a
lei.
3 Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 870).

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PRINCÍPIOS

Como visto, a Lei 9.784/1999, ao estabelecer normas b‡sicas sobre o


processo administrativo, visa, em especial, ˆ prote•‹o dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administra•‹o.
Para atingir esse objetivo, o art. 2¼, caput da Lei enumera v‡rios
princ’pios a serem observados nos processos administrativos. Vejamos:

Art. 2o A Administra•‹o Pœblica obedecer‡, dentre outros, aos princ’pios da


legalidade, finalidade, motiva•‹o, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contradit—rio, seguran•a jur’dica, interesse
pœblico e efici•ncia.

Perceba que tais princ’pios n‹o s‹o exclusivos do processo


administrativo, mas se aplicam a qualquer atividade da Administra•‹o. Por
essa raz‹o, eles j‡ foram estudados de forma detalhada na nossa aula
sobre princ’pios, sendo desnecess‡rio repetir aqui5.
Afora esses princ’pios expressos no caput do art. 2¼ da Lei 9.784, a
doutrina aponta a aplicabilidade de outros princ’pios que estariam
impl’citos na lei, como a publicidade e a impessoalidade, alŽm de
outros, tambŽm impl’citos, mas s— que caracter’sticos (pr—prios) dos
processos administrativos. S‹o eles:
! Oficialidade

! Informalismo

! Instrumentalidade das formas

! Verdade material

! Gratuidade

Vamos ent‹o estudar cada um desses princ’pios impl’citos pr—prios


dos processos administrativos.

Oficialidade
O processo administrativo pode ser instaurado por iniciativa do
administrado (quando ele apresenta um requerimento, por exemplo) ou
por iniciativa da pr—pria Administra•‹o (de of’cio).
O princ’pio da oficialidade, tambŽm chamado de princ’pio do
impulso oficial do processo, Ž que possibilita a Administra•‹o instaurar

5Mais a frente, ao estudarmos o parágrafo único do art. 2º, faremos uma tabela que ajudará a relembrar
esses princípios.

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2. (Cespe – Suframa 2014) Considerando que uma empresa tenha solicitado à


SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as empresas da
ZFM que observassem o processo produtivo básico previsto em regulamento, julgue
o item abaixo.
O princípio da inércia impede que a autoridade responsável pelo julgamento do
pedido realize, por conta própria, diligência não solicitada pela empresa, ainda que
necessária para a comprovação do direito.
Comentário: O princípio da inércia ou da demanda é típico da atividade
jurisdicional, afinal, o Judiciário, de regra, só atua mediante provocação dos
interessados. Por sua vez, na esfera administrativa, o princípio que vigora é o
da oficialidade ou do impulso oficial. Segundo esse princípio, ainda que a
provocação inicial tenha sido do particular, o impulso do processo compete à
Administração. A razão disso é que os processos administrativos iniciados
pelos particulares não só atendem ao seu interesse, mas também ao interesse
público, impelindo a Administração a reavaliar a legalidade e a conveniência
dos atos que ela mesma praticou, para, se for o caso, anuláXlos, modificaXlos
ou revogaXlos.
Portanto, no caso concreto, a autoridade não só pode como deve
proceder às diligências necessárias para a conclusão do processo, daí o erro.
Gabarito: Errado

3. (Cespe – CADE 2014) Considere que, em auditoria para a verificação da


regularidade da concessão de determinado direito, tenha sido constatado que alguns
administrados foram injustamente excluídos. Nessa hipótese, em se tratando de
interesses individuais, o processo administrativo para a extensão de tal direito só
poderá ser iniciado após provocação da parte interessada.
Comentário: Nos termos do art. 1º da Lei 9.784/1999, as normas aplicáveis
ao processo administrativo federal têm como objetivo, em especial, a proteção
dos direitos dos administrados e o melhor cumprimento dos fins da
Administração. Assim, diante da exclusão injusta do direito dos administrados,
caberá à Administração, com base no princípio da oficialidade, instaurar por
iniciativa própria um processo administrativo visando à reparação do erro,
independentemente de provocação da parte interessada.
Gabarito: Errado

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Informalismo
Nos processos administrativos, a necessidade de obedi•ncia ˆ forma
Ž muito menos rigorosa do que nos processos judiciais. Por isso Ž que se
diz que os processos administrativos s‹o regidos pelo informalismo ou,
segundo alguns autores, pelo formalismo moderado.

Informalismo n‹o significa aus•ncia de


forma.

O processo administrativo Ž formal, no sentido de que deve ser


escrito 7 , numerado e assinado, alŽm de conter documentado tudo o
que ocorre no seu desenvolvimento; por outro lado, Ž informal, no
sentido de que n‹o est‡ sujeito a formas r’gidas.
Com efeito, o princ’pio do informalismo preceitua que, embora
seja formal, o processo administrativo deve adotar formas simples,
apenas suficientes para proporcionar seguran•a jur’dica e garantir o
direito de defesa quando necess‡rio.
O art. 22 da Lei 9.784/1999 consagra o informalismo do processo
administrativo ao estabelecer:

Art. 22. Os atos do processo administrativo n‹o dependem de forma


determinada sen‹o quando a lei expressamente a exigir.

Assim, em regra, n‹o s‹o exigidas formas ou formalidades especiais


para os atos praticados no processo administrativo, sobretudo para
aqueles a cargo do particular (por exemplo, para o particular fazer um
requerimento junto ˆ Administra•‹o, n‹o Ž exigido que ele redija o texto
usando determinada fonte, margem, cor do papel etc.; ao contr‡rio, ele
pode atŽ fazer um requerimento manuscrito).
Entretanto, deve-se ressaltar que o informalismo dos atos
processuais no processo administrativo Ž uma regra geral. Isso porque,
conforme destacado no final do art. 22, se a lei exigir uma forma
espec’fica como requisito para a validade de determinado ato, tal forma
dever‡ ser observada, sob pena de nulidade.

7 Quando for admitido atos processuais produzidos verbalmente, seu conteúdo deve ser reduzido a termo,

isto é, passado a escrito.

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A necessidade de maior formalismo existe, em especial, nos


processos que envolvem interesses dos administrados, como Ž o caso
dos processos de licita•‹o, disciplinar e tribut‡rio8.

4. (Cespe – MDIC 2014) Em razão da simetria com o processo judicial, vigora, no


processo administrativo, o princípio do formalismo procedimental, em que se afasta
a flexibilização na tramitação do processo para evitar os arbítrios das autoridades e
garantir a legitimidade das decisões administrativas.
Comentário: Ao contrário do processo judicial, no processo
administrativo vigora o princípio do informalismo ou formalismo moderado,
pelo qual os atos processuais, de regra, não dependem de forma determinada,
senão quando a lei expressamente exigir. Como decorrência desse princípio, a
Administração não deve ficar presa a regras rígidas, mas sim buscar as
melhores soluções para o atendimento dos interesses públicos.
Gabarito: Errado

Instrumentalidade das formas


O processo Ž mero instrumento para aplica•‹o da lei, de modo que
as exig•ncias de forma a ele pertinentes devem ser adequadas e
proporcionais ao fim que se pretende atingir.
Sendo assim, pelo princ’pio da instrumentalidade das formas,
se, no curso do processo, a finalidade de determinado ato processual for
alcan•ada, mesmo que n‹o tenha sido observada a forma prescrita, pode-
se considerar sanada a falta formal, desde que essa inobserv‰ncia n‹o
prejudique a Administra•‹o ou o administrado.
A instrumentalidade das formas relaciona-se com outro princ’pio, o
da economia processual. Simplificadamente, pode-se dizer que da
no•‹o de Òeconomia processualÓ resulta que um ato processual praticado
com alguma irregularidade s— deve ser desconstitu’do e repetido se esse
defeito efetivamente puder influenciar o resultado a que o processo
chegaria se o v’cio n‹o tivesse ocorrido9.
Exemplo da aplica•‹o desse princ’pio pode ser encontrado no art. 26,
¤5¼ da Lei 9.784/1999:

8 Maria Sylvia Di Pietro (2009, p. 626i627).


9 Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 881).

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¤5o As intima•›es ser‹o nulas quando feitas sem observ‰ncia das


prescri•›es legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta
ou irregularidade.

Vamos analisar esse dispositivo para entender o alcance do princ’pio


da instrumentalidade das formas. A finalidade da intima•‹o Ž dar ci•ncia
ao administrado acerca de determinado ato praticado no processo, o que
Ž importante para que ele possa apresentar sua defesa ou cumprir alguma
obriga•‹o, caso necess‡rio. Por isso, a Lei 9.784 estabelece algumas
formalidades essenciais a serem observadas na intima•‹o, como as
informa•›es que ela dever‡ conter e o prazo de anteced•ncia m’nimo
(3 dias œteis). Tais formalidades servem justamente para assegurar que a
intima•‹o cumpra a sua finalidade, qual seja, a de dar ci•ncia ao
administrado. Em outras palavras, o legislador entende que, sem essas
formalidades, existiria grande chance de a finalidade do ato n‹o ser
atingida. PorŽm, caso ocorra de o administrado comparecer ao processo
(o que demonstra que ele tomou ci•ncia do ato), ainda que alguma
formalidade prevista na lei n‹o tenha sido observada (por exemplo,
mesmo que a intima•‹o lhe tenha sido entregue com apenas 2 dias de
anteced•ncia), significa que a intima•‹o cumpriu a sua finalidade e, pelo
princ’pio da instrumentalidade das formas e da economia processual, a
n‹o observ‰ncia da formalidade prescrita na lei n‹o impactar‡ o
prosseguimento do processo.

Verdade material
Nos processos administrativos, diversamente do que ocorre nos
processos judiciais, os respons‡veis pela condu•‹o do processo n‹o
precisam ficar restritos ˆs informa•›es constantes dos autos para a
forma•‹o das suas convic•›es e para a constru•‹o das decis›es a serem
proferidas.
Ao contr‡rio, a Administra•‹o deve procurar conhecer como o fato
efetivamente ocorreu no mundo real, e n‹o ficar presa ˆs informa•›es
trazidas aos autos do processo. Trata-se do denominado princ’pio da
verdade material, ou da verdade real ou, ainda, da liberdade da
prova10.
Em decorr•ncia desse princ’pio, a Administra•‹o Pœblica pode trazer
aos autos quaisquer informa•›es que possam auxiliar na apura•‹o dos

10 Nos processos judiciais, ao contrário, aplicaise a chamada verdade formal ou verdade dos autos, de

modo que o juiz só aprecia os fatos e as provas trazidas aos autos pelas partes.

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fatos efetivamente ocorridos, inclusive mediante a produ•‹o de provas de


of’cio ou a utiliza•‹o de provas constantes de outro processo
administrativo ou judicial, como tambŽm recebendo os elementos
apresentados pelo administrado em qualquer fase do processo.
Por exemplo, num processo licitat—rio, a Administra•‹o poder‡
consultar sites na internet ou fazer dilig•ncias a outros —rg‹os para
confirmar informa•›es apresentadas pelas licitantes, e n‹o apenas se ater
aos documentos juntados ao processo nas fases processuais pr—prias.
Enfim, nos processos administrativos, importa saber o que ocorreu de
fato, e n‹o propriamente o que est‡ nos autos.

5. (Cespe – TRE/MS 2013) No processo administrativo, a administração pública tem


o poder dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos, não
devendo, por isso, ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento.
Esse pressuposto, conforme a doutrina pertinente, refereRse ao princípio da
a) da gratuidade.
b) oficialidade.
c) lealdade e boaRfé.
d) do informalismo.
e) da verdade material.
Comentário: TrataXse, sem sombra de dúvidas, do princípio da verdade
material.
Gabarito: alternativa “e”

Gratuidade
Nos processos administrativos, diversamente do que ocorre nos
processos judiciais, Ž proibida a cobran•a de despesas processuais. N‹o
podem ser cobrados, por exemplo, custas processuais e ™nus de
sucumb•ncia.
Em outras palavras, a regra Ž a gratuidade dos atos processuais.
Contudo, Ž poss’vel a cobran•a caso haja previs‹o legal. No concurso
pœblico, por exemplo, Ž l’cita a cobran•a de taxa de inscri•‹o.
*****

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Por fim, vale saber que, inexistindo compet•ncia legal espec’fica, o


processo administrativo dever‡ ser iniciado perante a autoridade de
menor grau hier‡rquico para decidir (art. 17).

6. (Cespe – ICMBio 2014) Considere que, ao conferir o conteúdo de requerimento


apresentado por um cidadão ao ICMBio, o analista responsável tenha recusado o
recebimento do documento por ausência de alguns dados. Nessa situação, é
vedada à administração a recusa imotivada do documento, cabendo ao servidor
orientar o cidadão a suprir as falhas.
Comentário: A questão está em perfeita consonância com o art. 6º,
parágrafo único da Lei 9.784/1999:
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida
solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I ; órgão ou autoridade administrativa a que se dirige>
II ; identificação do interessado ou de quem o represente>
III ; domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações>
IV ; formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos>
V ; data e assinatura do requerente ou de seu representante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de
documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento
de eventuais falhas.

Gabarito: Certo
7. (Cespe – CNJ 2013) É defeso à administração recusar imotivadamente o
recebimento de documentos. Nesse caso, o servidor deverá orientar o interessado
quanto ao suprimento de eventuais falhas.
Comentário: “Defeso” quer dizer “vedado”, “proibido”. Portanto, a
questão está de acordo com o art. 6º transcrito na questão anterior, ou seja,
está correta.
Gabarito: Certo

8. (Cespe – TJDFT 2013) O processo administrativo pode ser iniciado a pedido do


interessado, mediante formulação escrita, não sendo admitida solicitação oral.
Comentário: De fato, a regra é o requerimento inicial ser formulado por
escrito. Contudo, podem existir situações em que seja admitida solicitação
oral, conforme previsto no caput do art. 6º transcrito anteriormente, daí o erro.
Gabarito: Errado

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9. (Cespe – MIN 2013) Qualquer autoridade de menor grau hierárquico em uma


organização pública pode iniciar um processo administrativo, desde que não tenha
sido definida competência legal específica para esse fim.
Comentário: Segundo o art. 17 da Lei 9.784/99, “inexistindo competência
legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a
autoridade de menor grau hierárquico para decidir”. O item está correto,
portanto. A ideia subjacente é não sobrecarregar a autoridade máxima do
órgão e, ainda, possibilitar que haja uma autoridade superior a quem o
interessado possa apresentar recurso, caso entenda necessário (se o
processo já iniciasse perante a autoridade máxima, o interessado não teria a
quem recorrer na esfera administrativa).
Gabarito: Certo

LEGITIMADOS

AlŽm da pessoa que deu in’cio ao processo (Administra•‹o ou


administrado), outras pessoas e entidades podem intervir e se manifestar
nos autos, especialmente quando tiverem algum interesse pr—prio ou de
seus representados em jogo. O art. 9¼ da Lei 9.784 enumera os
legitimados no processo, na qualidade de interessados, quais sejam:
" Pessoas f’sicas ou jur’dicas que o iniciem como titulares de direitos ou
interesses individuais ou no exerc’cio do direito de representa•‹o;

" Aqueles que, sem terem iniciado o processo, t•m direitos ou interesses
que possam ser afetados pela decis‹o a ser adotada;

" As organiza•›es e associa•›es representativas, no tocante a direitos e


interesses coletivos;

" As pessoas ou as associa•›es legalmente constitu’das quanto a direitos


ou interesses difusos.

IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO

As situa•›es que caracterizam o impedimento ou a suspei•‹o do


agente pœblico constituem aplica•‹o direta do princ’pio da impessoalidade.
Trata-se de situa•›es pessoais dos servidores, mas que s‹o pass’veis
de comprometer a necess‡ria imparcialidade dos respons‡veis pela
condu•‹o do processo. Assim, se houver alguma tend•ncia em prejudicar
ou favorecer quem quer que seja, Ž dever da Administra•‹o afastar o
servidor ou autoridade do processo.

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interessado for seu primo, a menos que haja alguma norma específica para os
processos que tramitam no referido Tribunal.
Gabarito: Errado

11. (Cespe – TJDFT 2013) O servidor que estiver litigando judicialmente contra a
companheira de um interessado em determinado processo administrativo estará
impedido de atuar nesse processo.
Comentário: Estar litigando judicial ou administrativamente com o
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro é uma das causas de
impedimento para atuar em processo administrativo (art. 18, III). O servidor que
incorrer nesse tipo de situação deve comunicar o fato à autoridade competente
e absterXse de atuar. A omissão do dever de comunicar o impedimento
constitui falta grave, para efeitos disciplinares (art. 19).
Gabarito: Certo

FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

Como vimos, nos termos do art. 22 da Lei 9.784/1999, Òos atos do


processo administrativo n‹o dependem de forma determinada sen‹o
quando a lei expressamente a exigirÓ. Trata-se da aplica•‹o do princ’pio
do informalismo ou do formalismo moderado.
Contudo, a pr—pria Lei 9.784 determina, no ¤1¼ do mesmo art. 22,
que os atos do processo sejam produzidos "por escrito, em vern‡culo12,
com a data e o local de sua realiza•‹o e a assinatura da autoridade
respons‡vel". Ademais, Òo processo dever‡ ter suas p‡ginas numeradas
sequencialmente e rubricadasÓ (art. 22, ¤4¼).
A Lei tambŽm disciplina que o reconhecimento de firma somente ser‡
exigido quando houver imposi•‹o ou em caso de dœvida de autenticidade
(¤2¼) e a autentica•‹o de documentos exigidos em c—pia poder‡ ser feita
pelo —rg‹o administrativo (¤3¼), ou seja, n‹o precisa ser feita em cart—rio.
Quanto ao momento de realiza•‹o dos atos do processo, a Lei 9.784
estipula que, de regra, devem realizar-se em dias œteis, no hor‡rio
normal de funcionamento da reparti•‹o na qual tramitar o processo
(art. 23, caput). Entretanto, a Lei possibilita a conclus‹o depois do
hor‡rio normal dos atos j‡ iniciados, cujo adiamento prejudique o
curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou ˆ
Administra•‹o (art. 23, par‡grafo œnico).

12 Língua nativa, ou seja, em língua portuguesa.

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Os atos processuais de incumb•ncia da Administra•‹o ou dos


administrados devem ser realizados, quando inexistirem disposi•›es
espec’ficas, no prazo de cinco dias, ressalvados motivo de for•a
maior (art. 24, caput). Esse prazo de cinco dias por ser prorrogado por
atŽ igual per’odo (a Lei diz ÒatŽ o dobroÓ), desde que devidamente
justificado (art. 24, par‡grafo œnico).
Preferencialmente, os atos do processo dever‹o ser realizados na
sede do —rg‹o, mas podem tambŽm ser realizados em outro local,
hip—tese na qual o interessado dever‡ ser cientificado (art. 25).
Certos procedimentos administrativos ter‹o prioridade na
tramita•‹o, em qualquer —rg‹o ou inst‰ncia. Essa prioridade ser‡
garantida nos procedimentos em que figure como parte ou interessado
(art. 69-A):
" Pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;

" Pessoa portadora de defici•ncia, f’sica ou mental

" Pessoa portadora de doen•a grave.

Quanto a este œltimo item, a lei apresenta uma lista exemplificativa


de doen•as consideradas graves: tuberculose ativa, esclerose mœltipla,
neoplasia maligna, hansen’ase, paralisia irrevers’vel e incapacitante,
cardiopatia grave, doen•a de Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avan•ados da doen•a de
Paget (oste’te deformante), contamina•‹o por radia•‹o e s’ndrome de
imunodefici•ncia adquirida (AIDS). AlŽm disso, a lei assegura o mesmo
direito aos portadores de Òoutra doen•a grave, com base em conclus‹o da
medicina especializadaÓ.
Importante ressaltar que o direito ˆ tramita•‹o priorit‡ria existe
mesmo que a doen•a tenha sido contra’da ap—s o in’cio do processo.
Frise-se que a tramita•‹o priorit‡ria n‹o acontece de of’cio. A
pessoa interessada na obten•‹o do benef’cio dever‡ requer•-lo ˆ
autoridade administrativa competente, juntando prova de sua condi•‹o.
Deferida a prioridade, os autos receber‹o identifica•‹o pr—pria que
evidencie o regime de tramita•‹o priorit‡ria.

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INTIMAÇÃO DO INTERESSADO

Intimar Ž, simplesmente, dar ci•ncia ao interessado de algum ato


praticado no processo, ou de alguma provid•ncia que deva ser adotada,
dependa ou n‹o, do comparecimento do interessado ˆ reparti•‹o13.
Segundo o art. 26 da Lei 9.784, o interessado dever‡ ser intimado
para ci•ncia de decis‹o ou a efetiva•‹o de dilig•ncias. Mais
especificamente, devem ser objeto de intima•‹o os atos do processo que
resultem para o interessado em imposi•‹o de deveres, ™nus, san•›es
ou restri•‹o ao exerc’cio de direitos e atividades e os atos de outra
natureza, de seu interesse (art. 28).
A intima•‹o dever‡ conter (art. 26, ¤1¼):
" Identifica•‹o do intimado e nome do —rg‹o ou entidade administrativa;

" Finalidade da intima•‹o;

" Data, hora e local em que deve comparecer;

" Se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;

" Informa•‹o da continuidade do processo independentemente do seu


comparecimento;

" Indica•‹o dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

Quando for necess‡rio o comparecimento do interessado ˆ reparti•‹o,


a intima•‹o dever‡ ser promovida com anteced•ncia m’nima de 3 dias
œteis (art. 26, ¤2¼).
Em rela•‹o ˆ forma, a intima•‹o poder‡ ser (art. 26, ¤3¼):
" Pessoal, mediante ci•ncia no processo, por ocasi‹o do comparecimento
do interessado;

" Por via postal com aviso de recebimento;

" Por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ci•ncia do


interessado;

" Por meio de publica•‹o oficial, no caso de interessados indeterminados,


desconhecidos ou com domic’lio indefinido.

N‹o h‡ ordem de prefer•ncia com rela•‹o ˆs tr•s primeiras


hip—teses. J‡ a publica•‹o oficial cabe somente na hip—tese listada, qual
seja, no caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com
domic’lio indefinido.

13 Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 987).

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O art. 26, ¤5¼, segundo o qual Òas intima•›es ser‹o nulas quando
feitas sem observ‰ncia das prescri•›es legais, mas o comparecimento
do administrado supre sua falta ou irregularidadeÓ, apresenta o j‡
comentado exemplo de aplica•‹o do princ’pio da instrumentalidade das
formas.
J‡ o art. 27 consagra o princ’pio da verdade material, ao estabelecer
que Òo desatendimento da intima•‹o n‹o importa o reconhecimento da
verdade dos fatos, nem a renœncia a direito pelo administradoÓ. Quer dizer
que o simples fato de o administrado desatender ˆ intima•‹o n‹o implica
a presun•‹o da sua culpa, tampouco significa confiss‹o ou renœncia a
direitos que porventura lhes sejam assegurados, como o direito ˆ ampla
defesa. Entretanto, se o interessado desatender a intima•‹o, seu direito
de ampla defesa ser‡ garantido no prosseguimento do processo, ou seja,
a tramita•‹o processual n‹o ir‡ retroceder para lhe dar oportunidade de
se manifestar14.

12. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Em processos administrativos, é


obrigatória a intimação do envolvido, sob pena de nulidade do ato.
Comentário: Nos termos do art. 26, caput da Lei 9.784/1999, “o órgão
competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a
intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
diligências”. Ou seja, a intimação do interessado é obrigatória e necessária
para que este tome ciência das decisões, cumpra as diligências e, mais
importante, exerça o seu direito de defesa. Assim, o ato que reflita nos
interesses do administrado e que seja praticado sem a devida intimação será
nulo.
Gabarito: Certo

14Vale lembrar que o interessado tem o direito de apresentar documentos até antes da fase de decisão,
sendo a Administração obrigada a apreciáilos (art. 3º, III). Portanto, ainda que o interessado tenha
perdido a oportunidade de se manifestar na intimação, poderá apresentar suas alegações posteriormente,
ainda antes da decisão final.

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INSTRUÇÃO E DECISÃO

A fase de instru•‹o destina-se a averiguar e comprovar os dados


necess‡rios ˆ tomada de decis‹o (art. 29).
Em raz‹o do princ’pio da oficialidade, as atividades de instru•‹o
realizam-se de of’cio, ou seja, por iniciativa da pr—pria Administra•‹o,
que poder‡ determinar dilig•ncias, produzir provas, intimar os
administrados a prestar depoimentos etc.
Obviamente, isso n‹o exclui o direito dos interessados de, na fase
instrut—ria e antes da tomada da decis‹o, propor atua•›es probat—rias,
isto Ž, juntar documentos e pareceres, requerer dilig•ncias e per’cias,
bem como aduzir alega•›es referentes ˆ matŽria objeto do processo.
Nessa hip—tese, a Administra•‹o dever‡ impulsionar a instru•‹o, vale
dizer, analisar os elementos probat—rios apresentados pelo administrado e
considera-los na motiva•‹o do relat—rio e da decis‹o (art. 38).
No processo administrativo, o ™nus da prova Ž do interessado, isto
Ž, cabe a ele provar os fatos que alega, sem preju’zo do dever atribu’do
ao —rg‹o competente para a instru•‹o de realiza-la de of’cio ou mediante
impuls‹o (art. 36). H‡, contudo, uma exce•‹o: quando o interessado
declarar que fatos e dados est‹o registrados em documentos existentes
na pr—pria Administra•‹o respons‡vel pelo processo ou em outro —rg‹o
administrativo, o —rg‹o competente para a instru•‹o prover‡, de of’cio, ˆ
obten•‹o dos documentos ou das respectivas c—pias, a t’tulo de prova em
favor do interessado (art. 37).
Somente poder‹o ser recusadas, mediante decis‹o fundamentada,
as provas propostas pelos interessados quando sejam il’citas,
impertinentes, desnecess‡rias ou protelat—rias. Ressalte-se que s‹o
inadmiss’veis no processo administrativo as provas obtidas por
meios il’citos, tanto por parte do interessado como por parte da
Administra•‹o (art. 30).
Quando a matŽria do processo envolver assunto de interesse geral,
o —rg‹o competente poder‡ abrir per’odo de consulta pœblica, a fim de
que terceiros (pessoas f’sicas e jur’dicas n‹o enquadradas no conceito de
interessados previsto no art. 9¼) possam examinar os autos e apresentar
suas considera•›es (por escrito), antes da decis‹o. A Administra•‹o
dever‡ oferecer resposta fundamentada a todas as considera•›es
recebidas, podendo elaborar uma resposta comum para atender ˆs
alega•›es substancialmente iguais (art. 31).

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AlŽm disso, antes da tomada de decis‹o, se a autoridade competente


entender que o processo cuida de quest‹o relevante, poder‡ realizar
audi•ncia pœblica para debates sobre a matŽria (art. 32). A diferen•a
para a consulta pœblica Ž que, na audi•ncia, n‹o haver‡ acesso aos autos
por parte de terceiros n‹o interessados, nem direito de resposta ˆs
considera•›es, mas apenas debates sobre a matŽria do processo.
Todos os dados levantados durante a instru•‹o, tanto os obtidos de
of’cio pela Administra•‹o como os produzidos por iniciativa do
interessado, ou, ainda, nas consultas e audi•ncias pœblicas, devem ser
juntados aos autos para fundamentar a decis‹o do processo (art. 29,
¤1¼).
Quando for necess‡ria a presta•‹o de informa•›es ou a apresenta•‹o
de provas pelos interessados ou terceiros, ser‹o expedidas intima•›es
para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condi•›es de
atendimento (art. 39). Caso se trate de intima•‹o para a produ•‹o de
uma prova ou a realiza•‹o de dilig•ncia, os interessados ser‹o
intimados com anteced•ncia m’nima de 3 dias œteis, mencionando-se
data, hora e local de realiza•‹o (art. 41).
N‹o sendo atendida a intima•‹o, poder‡ o —rg‹o competente, se
entender relevante a matŽria, suprir de of’cio a omiss‹o (princ’pio da
oficialidade), n‹o se eximindo de proferir a decis‹o (art. 39, par‡grafo
œnico).
Todavia, quando dados, atua•›es ou documentos solicitados ao
interessado forem necess‡rios ˆ aprecia•‹o de pedido formulado, o n‹o
atendimento da intima•‹o no prazo fixado pela Administra•‹o para a
apresenta•‹o dessas informa•›es implicar‡ arquivamento do processo.
Essa hip—tese ocorre quando a Administra•‹o n‹o teve como suprir de
of’cio a omiss‹o, ou entendeu que a matŽria n‹o era relevante o suficiente
para tanto, de tal sorte que sua decis‹o dever‡ ser simplesmente pelo
arquivamento do processo (art. 40).
Durante a instru•‹o, pode ser necess‡ria a produ•‹o de pareceres
por —rg‹os consultivos. O prazo para emiss‹o do parecer Ž de 15 dias,
salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo (art. 42)
E se o parecer deixar de ser emitido no prazo fixado? Se for um
parecer obrigat—rio e vinculante, o processo n‹o ter‡ seguimento atŽ a
respectiva apresenta•‹o do parecer, responsabilizando-se quem der causa
ao atraso. J‡ se for um parecer obrigat—rio e n‹o vinculante, o
processo poder‡ ter prosseguimento e ser decidido com dispensa do

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parecer, sem preju’zo da responsabilidade de quem se omitiu no


atendimento (art. 42, ¤¤1¼ e 2¼).
Encerrada a instru•‹o, o interessado ter‡ o direito de manifestar-
se no prazo m‡ximo de 10 dias, salvo se outro prazo for legalmente
fixado (art. 44).
Em caso de risco iminente, a Administra•‹o Pœblica poder‡
motivadamente adotar provid•ncias acauteladoras sem a prŽvia
manifesta•‹o do interessado (art. 45). ƒ o caso, por exemplo, de um
processo administrativo em que se constate a imin•ncia de ocorrer um
dano ao er‡rio, hip—tese em que a Administra•‹o poder‡ adotar as
provid•ncias necess‡rias para evitar o dano, sem que tenha de ouvir o
interessado previamente (poder‡ ouvi-lo depois).
Quando o —rg‹o de instru•‹o n‹o for competente para emitir a
decis‹o final, elaborar‡ relat—rio com o resumo do processo, indicando o
pedido inicial, o conteœdo das fases do procedimento e formular‡
proposta de decis‹o, objetivamente justificada, encaminhando o
processo ˆ autoridade competente (art. 47).
ƒ importante salientar que a Administra•‹o tem o dever de,
explicitamente, emitir decis‹o nos processos administrativos (art. 49).
A decis‹o pode ser tanto no sentido de resolver o mŽrito do processo (por
exemplo, deferindo ou indeferindo o pedido formulado, adjudicando a
licita•‹o etc.) como tambŽm de arquiv‡-lo, quando estiverem ausentes
elementos necess‡rios ˆ decis‹o.
O prazo para Administra•‹o decidir Ž de 30 dias a partir do tŽrmino
da instru•‹o, prorrog‡vel, motivadamente, por igual per’odo (art. 49).
Por fim, como aplica•‹o direta do princ’pio da publicidade, a Lei 9.784
estabelece que os interessados t•m direito ˆ vista do processo e a obter
certid›es ou c—pias reprogr‡ficas dos dados e documentos que o
integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por
sigilo ou pelo direito ˆ privacidade, ˆ honra e ˆ imagem (art. 46).

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13. (Cespe – CNJ 2013) As atividades desenvolvidas na fase instrutória do processo


administrativo destinamRse a averiguar e a comprovar os dados necessários à
tomada de decisão e são realizadas pela administração em observância ao princípio
da oficialidade, não competindo ao administrado a proposição de atos probatórios.
Comentário: O quesito ia bem, mas escorregou na parte final, pois os
administrados podem sim propor atuações probatórias, como a oitiva de
testemunhas, a juntada de documentos etc. É o que diz o art. 29 da Lei 9.784:
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados
necessários à tomada de decisão realizam;se de ofício ou mediante impulsão do
órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de
propor atuações probatórias.

Gabarito: Errado

14. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Ao proferir uma decisão em processo


administrativo, o administrador é isento de apresentar as razões jurídicas que
embasam sua decisão quando esta impuser determinado tipo de sanção à terceiro.
Comentário: O art. 50 da Lei 9.784/1999 enumera os atos administrativos
em que motivação, ou seja, a indicação expressa dos fatos e fundamentos
jurídicos, é necessária. TrataXse de uma lista bastante ampla, fazendo com que
a motivação seja a regra. Vamos ver:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando:
I ; neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses>
II ; imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções>
III ; decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública>
IV ; dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório>
V ; decidam recursos administrativos>
VI ; decorram de reexame de ofício>
VII ; deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais>
VIII ; importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.

Portanto, voltando à questão, ao proferir decisão em processo


administrativo que imponha sanção a terceiro, o administrador tem a
obrigação de apresentar as razões jurídicas e factuais que embasaram sua

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decisão, daí o erro.


Gabarito: Errado

15. (Cespe – Bacen 2013) Encerrada a instrução, o processo deverá ser


imediatamente remetido à autoridade competente para julgáRlo, para decisão.
Comentário: Segundo o art. 44 da Lei 9.784/1999, encerrada a instrução, o
interessado terá o direito de manifestarXse no prazo máximo de 10 dias, salvo
se outro prazo for legalmente fixado. Portanto, encerrada a instrução, o
processo não é remetido imediatamente para decisãoo antes disso, deveXse dar
oportunidade para o interessado se manifestar.
Gabarito: Errado

16. (Cespe – ICMBio 2014) Considere que o ICMBio tenha instaurado processo
administrativo que necessite da realização de atos em município que não tenha
órgão hierarquicamente subordinado ao instituto. Nessa situação, se houver,
naquela localidade, outro órgão administrativo apto a executar os atos necessários à
instrução do processo, é possível que parte da competência do instituto lhe seja
delegada.
Comentário: TrataXse de assunto delegação de competências, estudado
na aula sobre atos administrativos. A resposta está no art. 12 da
Lei 9.784/1999:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial.

Gabarito: Certo

DESISTÊNCIA E EXTINÇÃO DO PROCESSO

O interessado poder‡, mediante manifesta•‹o escrita, desistir


total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a
direitos dispon’veis (art. 51). A sua desist•ncia ou renœncia, porŽm, n‹o
prejudica o prosseguimento do processo, se a Administra•‹o considerar
que o interesse pœblico assim o exige (art. 51, ¤2¼).
Por exemplo, o servidor entra com um requerimento para pleitear
uma gratifica•‹o que julga ter direito, mas n‹o vem recebendo. O pedido
dar‡ in’cio a um processo administrativo. PorŽm, uma conversa com
amigos o faz mudar de ideia quanto ao seu direito ˆ gratifica•‹o e, por
isso, ele resolve desistir do processo. N‹o obstante o pedido do

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interessado, se a Administra•‹o entender que a solu•‹o do feito ser‡


importante para orientar futuros requerimentos semelhantes, poder‡
decidir manter o processo aberto e ir atŽ o fim.
Ressalte-se que a desist•ncia ou renœncia de um interessado n‹o
atinge outros eventuais interessados habilitados no processo (art. 51,
¤1¼).
O —rg‹o competente poder‡ declarar extinto o processo quando
exaurida sua finalidade ou quando o objeto da decis‹o se tornar
imposs’vel, inœtil ou prejudicado por fato superveniente (art. 52).

17. (Cespe – Bacen 2013) O interessado que der início a um processo


administrativo não poderá desistir do pedido formulado, devendo o processo tramitar
até seu julgamento final.
Comentário: Segundo o art. 51 da Lei 9.784/1999, o interessado pode,
mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido
formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. Tal desistência, contudo,
não prejudica o andamento o processo, caso a Administração conclua que a
matéria tratada seja de interesse público. E isso se dá em decorrência do
princípio da oficialidade, pelo qual a Administração deve impulsionar o
processo, ainda que instaurado pelo particular, e também do princípio da
verdade material, pelo qual a Administração deve buscar a verdade dos fatos,
ou seja, o que realmente ocorreu.
Não obstante, ressalteXse que, de acordo com o art. 52 da Lei 9.784/1999,
o processo administrativo poderá ser extinto pelo órgão competente quando
exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou
prejudicado por fato superveniente.
Gabarito: Errado

RECURSO ADMINISTRATIVO E REVISÃO DO PROCESSO

Recurso administrativo Ž o meio de que disp›e o administrado


para que, ao discordar de determinada decis‹o adotada pela
Administra•‹o, solicite que esta reavalie a quest‹o.
A Lei 9.784/1999 prev• a possibilidade de se apresentar recurso
contra a decis‹o adotada ao final do processo administrativo, por raz›es
de legalidade ou de mŽrito. Assim, por exemplo, o interessado pode

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recorrer por achar que o processo n‹o foi decidido pela autoridade
competente ou porque n‹o lhe foi dado o necess‡rio direito de defesa
(raz›es de legalidade) ou, ainda, por entender que a decis‹o da
Administra•‹o n‹o foi a melhor para o caso (raz›es de mŽrito).
T•m legitimidade para interpor recurso administrativo (art. 58):
" Os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

" Aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela


decis‹o recorrida;

" As organiza•›es e associa•›es representativas, no tocante a direitos e


interesses coletivos;

" Os cidad‹os ou associa•›es, quanto a direitos ou interesses difusos.

O recurso interp›e-se por meio de requerimento no qual o recorrente


dever‡ expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os
documentos que julgar convenientes (art. 60).
De regra, o prazo a interposi•‹o de recursos administrativos Ž de
10 dias, salvo disposi•‹o legal espec’fica em sentido diverso. O prazo Ž
contado a partir da ci•ncia ou da divulga•‹o oficial do ato contra o qual
ser‡ proposto (art. 59). Note que Ž poss’vel recursos administrativos com
outros prazos, desde que a lei espec’fica assim estabele•a. Exemplo disso
s‹o os prazos recursais contidos no art. 109 da Lei 8.666/1993, que cuida
especificamente de recursos em processos licitat—rios (5 dias œteis, em
regra).
Interposto o recurso, o —rg‹o competente para dele conhecer dever‡
intimar os demais interessados no processo, se houver, para que, no
prazo de 5 dias œteis, apresentem alega•›es (art. 62). Essa oportunidade
Ž para evitar que o recurso apresentado por um dos interessados
prejudique os demais.
Quando a lei n‹o fixar prazo diferente, o recurso administrativo
dever‡ ser decidido no prazo m‡ximo de 30 dias, a partir do
recebimento dos autos pelo —rg‹o competente (art. 59). Tal prazo poder‡
ser prorrogado por igual per’odo, ante justificativa expl’cita (art. 59,
¤1¼).
Vale destacar que o descumprimento pela Administra•‹o do prazo
para decidir n‹o acarreta nulidade da decis‹o (diz-se que Ž um prazo
impr—prio), mas poder‡ resultar na responsabilidade funcional de
quem houver, de maneira injustificada, dado causa ao atraso.

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responsabiliza•‹o pessoal nas esferas c’vel, administrativa e penal


(art. 64-B).
Segundo o art. 56, ¤2¼ da Lei 9.784/99, a interposi•‹o de recurso
administrativo independe de cau•‹o, salvo exig•ncia legal. Significa
que, nos processos administrativos, n‹o Ž admitida a chamada garantia
de inst‰ncia, ou seja, n‹o Ž necess‡rio o dep—sito de valores ou
oferecimento de bens em garantia para que o recurso seja admitido.
Ali‡s, tal veda•‹o Ž objeto da Sœmula Vinculante n¼ 21 do STF:

Sœmula Vinculante n¼ 21 - ƒ inconstitucional a exig•ncia de dep—sito ou


arrolamento prŽvios de dinheiro ou bem para admissibilidade de recurso
administrativo.

Outra regra importante encontra-se no art. 61 da Lei 9.784/99, pelo


qual Òsalvo disposi•‹o legal em contr‡rio, o recurso n‹o tem
efeito suspensivoÓ, isto Ž, n‹o suspende os efeitos da decis‹o recorrida.
Dessa forma, a Administra•‹o n‹o fica impedida de praticar o ato que
esteja sendo alvo de impugna•‹o. Costuma-se dizer que os recursos
administrativos possuem efeito apenas efeito devolutivo, que Ž um
efeito inerente a qualquer recurso, e significa simplesmente que a matŽria
recorrida Ž submetida a nova aprecia•‹o e decis‹o pelo —rg‹o com
compet•ncia recursal.
Por exemplo: imagine um comerciante que tem sua licen•a cassada
pela Administra•‹o em fun•‹o do descumprimento de determinadas
normas e apresenta recurso contra essa cassa•‹o; este recurso ter‡ efeito
devolutivo, uma vez que obrigar‡ a Administra•‹o a reavaliar o ato de
cassa•‹o; entretanto, n‹o ter‡, de regra, efeito suspensivo, significando
que, enquanto a Administra•‹o n‹o decidir sobre o recurso, a licen•a
continuar‡ cassada, impedindo o comerciante de exercer suas atividades.
Todavia, a autoridade competente (ou aquela imediatamente
superior) para aprecia•‹o do recurso administrativo poder‡, de of’cio ou
a pedido, de modo excepcional, conceder efeito suspensivo ao
expediente recursal, se houver justo receio de preju’zo de dif’cil ou
incerta repara•‹o decorrente da decis‹o recorrida (art. 61, par‡grafo
œnico). Em outras palavras, caso a Administra•‹o verifique a possibilidade
de que o particular tenha raz‹o em seu recurso, e de que este venha a ter
um preju’zo irrepar‡vel com o ato administrativo, poder‡ dar efeito
suspensivo ao recurso. ƒ o que pode acontecer no exemplo da licen•a
cassada, quando o recurso poder‡ ser recebido com efeito suspensivo,

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liberando o exerc’cio da atividade no per’odo de aprecia•‹o do recurso, o


que evitaria causar preju’zos ao particular. Esse procedimento, alŽm de
beneficiar o particular, tambŽm beneficiaria a pr—pria Administra•‹o, eis
que, caso fosse verificada irregularidade na cassa•‹o da licen•a, poderia a
Administra•‹o ser obrigada a indeniz‡-lo por todo o per’odo da
paralisa•‹o.
Por oportuno, registre-se que, em alguns casos, a legisla•‹o
reconhece a necessidade de efeito suspensivo para alguns recursos
administrativos, em raz‹o do potencial preju’zo que poderia ser resultante
da n‹o atribui•‹o de tal efeito. ƒ o que o ocorre, por exemplo, nos
recursos administrativos quanto ˆs fases de habilita•‹o e julgamento de
licita•‹o, os quais t•m efeitos suspensivos por determina•‹o expressa da
Lei 8.666/1993.
O efeito devolutivo dos recursos administrativos Ž bastante amplo.
Segundo o art. 64 da Lei 9.784/1999, o —rg‹o competente para decidir o
recurso poder‡ confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
parcialmente, a decis‹o recorrida, desde que se trate de matŽria da sua
compet•ncia. ƒ poss’vel, inclusive, que a autoridade superior reforme a
decis‹o em preju’zo do recorrente, ou seja, agravando a sua
situa•‹o inicial (a denominada reformatio in pejus). Se a decis‹o do
recurso puder causar o agravamento da situa•‹o do recorrente, este
dever‡ ser cientificado previamente para que formule suas alega•›es
antes da decis‹o (art. 64, par‡grafo œnico).
Pois bem, vamos falar agora da revis‹o.
Os processos administrativos de que resultem san•›es podem ser
objeto de revis‹o, a qualquer tempo, a pedido ou de of’cio, quando
surgirem fatos novos ou circunst‰ncias relevantes suscet’veis de justificar
a inadequa•‹o da san•‹o aplicada (art. 65).
Os fundamentos da revis‹o, portanto, s‹o os fatos novos ou as
circunst‰ncias relevantes que justifiquem a inadequa•‹o da penalidade
aplicada. Dessa forma, n‹o cabe revis‹o por conta de alega•‹o de
injusti•a ou ˆ luz das provas que j‡ foram produzidas e constam do
processo.
Cumpre destacar que, segundo o par‡grafo œnico do art. 65, da
revis‹o do processo n‹o poder‡ resultar agravamento da san•‹o.
Ou seja, diferentemente do que ocorre nos recursos administrativos em
geral, na revis‹o dos processos de que resultem san•›es Ž vedada a

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aplica•‹o da reformatio in pejus (agravamento da situa•‹o do


interessado).

18. (Cespe – Suframa 2014) Considerando que uma empresa tenha solicitado à
SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as empresas da
ZFM que observassem o processo produtivo básico previsto em regulamento, julgue
o item abaixo.
Em caso de indeferimento do pedido da empresa, caberá recurso administrativo, que
será dirigido à autoridade que proferiu a decisão. Se não a reconsiderar no prazo de
cinco dias, a autoridade o encaminhará à autoridade superior.
Comentário: O recurso administrativo regido pela Lei 9.784/1999
desenvolveXse em três instâncias, sendo a primeira delas a própria autoridade
autora da decisão impugnada, a quem o recurso deverá ser dirigido
inicialmente. Na verdade, trataXse de um pedido de reconsideração, para que a
autoridade “pense melhor” a respeito da decisão que tomou. O prazo para ela
decidir se reconsidera ou não seu ato anterior é de 5 diaso caso não
reconsidere, deverá encaminhar o recurso à autoridade superior, aí sim
configurando um recurso hierárquico. É o que diz o art. 56 da Lei 9.784:
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade
e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

Gabarito: Certo

19. (Cespe – CADE 2014) Considere que Paulo figure como interessado em
processo administrativo em tramitação em determinada autarquia e que tenha sido
prolatada decisão desfavorável pelo órgão administrativo colegiado competente.
Considere, ainda, que Paulo, em razão da delegação de competência feita pelo
órgão colegiado, tenha interposto recurso administrativo decidido pelo presidente do
órgão colegiado. Nessa situação, deverá haver nulidade na decisão prolatada pelo
presidente.
Comentário: Conforme o art. 13 da Lei 9.784, a decisão de recursos
administrativos é um ato indelegável. Portanto, o órgão colegiado não poderia
ter delegado a competência ao presidente do órgão, de modo que a decisão
por ele prolatada no recurso padece de vício insanável de competência, ou
seja, é nula.

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Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:


I ; a edição de atos de caráter normativo>
II ; a decisão de recursos administrativos>
III ; as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Gabarito: Certo

20. (Cespe – DP/DF 2013) Considere que, negado o pleito de um indivíduo perante
a administração pública, o chefe da respectiva repartição pública tenha inadmitido o
recurso administrativo sob a alegação de que o recorrente não teria apresentado
prévio depósito ou caução, exigidos por lei. Nessa situação hipotética, o agente
público agiu de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, visto que, segundo
entendimento do STF, a exigência de depósito ou caução pode ser realizada desde
que amparada por lei.
Comentário: Embora a Lei 9.784/1999 disponha que “salvo exigência
legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução” (art. 56,
§2º), a Súmula Vinculante nº 21 do STF é taxativa ao enunciar que a exigência
de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro ou bem para a admissibilidade
de recurso administrativo é inconstitucional. Assim, eventual lei que trouxesse
em seu texto exigência de caução como requisito para a admissibilidade de
recurso seria inconstitucional nessa parte. Portanto, na situação hipotética, o
agente público não agiu de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro,
visto que, segundo entendimento do STF, a exigência de depósito ou caução
ofende a CF, e não pode ser realizada nem mesmo se amparada por lei.
Gabarito: Errado

CONTAGEM DE PRAZOS

Os prazos no processo administrativo federal come•am a correr a


partir da data da cientifica•‹o oficial, excluindo-se da contagem o dia
do come•o e incluindo-se o do vencimento (art. 66).
Por exemplo, se o administrado tomou ci•ncia da intima•‹o no dia 10
(segunda-feira), o prazo de 3 dias œteis venceria no dia 13 (quinta-
feira)16.
Os prazos expressos em dias contam-se de modo cont’nuo (art. 66,
¤2¼). Por exemplo, prazo de 5 dias iniciado no dia 10 (quinta-feira), vence
no dia 15 (ter•a-feira), incluindo, portanto, os dias de final de semana (a
menos que houvesse men•‹o a dias œteis).

16 O primeiro dia da contagem seria o dia 11 (terçaifeira), o segundo 12 (quartaifeira) e o terceiro, que

coincide com o vencimento, seria o dia 13 (quintaifeira).

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21. (Cespe – CADE 2014) Nos processos administrativos, os prazos, expressos em


dias, são contados em dias úteis, de acordo com a legislação de regência.
Comentário: Os prazos expressos em dias são contados em dias
contínuos, nos termos do art. 66, §2º da Lei 9.784/1999.
Gabarito: Errado

*****
Com isso terminamos a parte te—rica da aula de hoje. Como j‡ Ž de
praxe, vamos resolver mais algumas quest›es de prova #

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MAIS QUESTÕES DE PROVA

22. (FCC – TRT23 2016) Em dois processos administrativos distintos, de âmbito


federal, constatouRse a obrigatoriedade de ser ouvido órgão consultivo, devendo os
respectivos pareceres serem emitidos no prazo de quinze dias, porém não foram
apresentados. No primeiro processo, o parecer era obrigatório e vinculante e deixou
de ser emitido no prazo fixado. No segundo processo, o parecer era obrigatório mas
não vinculante e também deixou de ser emitido no prazo fixado. Nos termos da Lei
no 9.784/1999 e independentemente da responsabilização cabível,
a) apenas na segunda hipótese, o processo poderá ter prosseguimento e ser
decidido com sua dispensa.
b) em ambas as hipóteses, os processos não terão seguimento até que os pareceres
sejam apresentados.
c) apenas na segunda hipótese, o processo poderá ter prosseguimento, mas a
decisão só será possível após a apresentação do parecer.
d) em ambas as hipóteses, os processos poderão ter prosseguimentoa no entanto,
apenas no segundo caso, poderá ser decidido com sua dispensa.
e) em ambas as hipóteses, os processos terão seguimento normalmente,
independentemente do momento da apresentação dos pareceres.
Comentários: A resposta está no art. 42 da Lei 9.784/99:
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer
deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
comprovada necessidade de maior prazo.
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo
fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação,
responsabilizandoLse quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo
fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa,
sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

Assim, se o parecer é obrigatório e vinculante, o processo não poderá ter


seguimento até a respectiva apresentaçãoo se, por outro lado, o parecer for
obrigatório e não vinculante, o processo poderá seguir e ser decidido sem o
parecer, sem prejuízo da responsabilidade de quem deu causa à omissão.
Correta, portanto, a opção “a”.
Gabarito: alternativa “a”

23. (FCC – TRT14 2016) No curso de determinado processo administrativo de


âmbito federal, a norma administrativa em discussão foi devidamente interpretada e,
em seguida, extinto o processo. Posteriormente, a Administração pública deu nova

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interpretação à mesma norma, e desarquivou o mencionado processo administrativo


para aplicáRla retroativamente. Nos termos da Lei nº 9.784/1999,
a) só será possível a aplicação retroativa de nova interpretação quando deferida
pelo Chefe do Poder Executivo.
b) é possível aplicação retroativa de nova interpretação, desde que em prol do
interesse particular.
c) sempre será possível a aplicação retroativa de nova interpretação.
d) só será possível a aplicação retroativa de nova interpretação quando postulada
pelo particular.
e) é vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
Comentários: A Lei 9.784/99 taxativamente veda a aplicação retroativa de
nova interpretação. Veja:
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:
(...)
XIII L interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.

Gabarito: alternativa “e”

24. (FCC – TRT14 2016) Manoel e Manoela, além de irmãos, são partes
interessadas no mesmo processo administrativo em curso perante a Administração
Pública Federal. No curso do feito, Manoel desistiu do pedido. Em razão disso, a
Administração estendeu a desistência a ambas as partes e extinguiu o processo. Em
outro processo administrativo, a parte interessada, Ricardo, também desistiu do seu
pedido, o que foi negado pela Administração por considerar que o interesse público
justificava a continuidade do feito. Nos termos da Lei nº 9.784/1999, a conduta da
Administração Pública Federal está
a) incorreta apenas no segundo caso, pois a desistência do pedido diz respeito a
direito disponível da parte e deve ser prontamente acolhida pela Administração.
b) correta em ambos os casos.
c) incorreta em ambos os casos, pois não é cabível desistência em processo
administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.
d) incorreta apenas no primeiro caso, pois a desistência atinge somente quem a
formulou.

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e) incorreta no primeiro caso, vez que a lei veda duas partes no mesmo processo
administrativo e também incorreta no segundo processo, pois não é possível
contrariar o interesse da parte, haja vista tratarRse de direito disponível.
Comentários: No primeiro caso, a Administração agiu incorretamente,
pois, segundo o art. 51, §1º da Lei, “havendo vários interessados, a desistência
ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado”. Ou seja, a
Administração não poderia ter estendido a desistência de Manoel à outra parte.
No segundo caso, a Administração agiu corretamente, pois, segundo o
art. 51, §2º da Lei, “a desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar
que o interesse público assim o exige”.
Gabarito: alternativa “d”

25. (FCC – Procurador TCM/GO 2015) Durante a tramitação de processo


administrativo disciplinar para apuração de ilícito administrativo supostamente
cometido por um servidor, foi proferida decisão desfavorável àquele. Transcorrido o
prazo para recurso, o servidor não interpôs a peça. Foi então certificado o trancurso
do prazo e o processo foi encaminhamento para cumprimento da decisão. A certidão
lançada no processo administrativo
a) reconhece, na verdade, preclusão administrativa, que não se estende à esfera
judicial, na qual ainda pode ser questionada a decisão administrativa.
b) consubstanciaRse, em verdade, em decadência do direito de questionar a decisão,
tanto no âmbito administrativo, quando no âmbito judicial, para o qual se estende.
c) configura materialização da prescrição administrativa, impedindo o
questionamento judicial da decisão, na medida em que houve a opção de não
recorrer.
d) tanto pode ser qualificada como prescrição, quanto como decadência, tendo em
vista que no âmbito administrativo pouco diferem, na medida em que ambos
impedem o questionamento judicial da decisão.
e) não é relevante para fins funcionais, tendo em vista que os processos
disciplinares exigem a observância do recurso ex officio em defesa do administrado.
Comentários: Preclusão administrativa nada mais é que a impossibilidade
de se apreciar novamente a matéria na esfera administrativa. Nesse sentido, o
art. 63, incisos I e IV da Lei 9.784/99 estabelecem que o recurso não será
conhecido quando interposto fora do prazo e nem após exaurida a esfera
administrativa. No caso, portanto, a certidão lançada no processo
administrativo deve reconhecer a preclusão administrativa, em vista do
esgotamento do prazo para a interposição do recurso, o que não impede,
logicamente, que o interessado acesse o Poder Judiciário para rediscutir a

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matéria, diante da inafastabilidade da tutela jurisdicional. Correta, portanto, a


alternativa “a”.
Nas alternativas “b”, “c” e “d”, o erro é que se trata de preclusão
administrativa, e não propriamente de prescrição ou decadência. Ademais, as
assertivas afirmam que não seria possível a ação no âmbito judicial, o que não
é verdade.
Por fim, a opção “e” erra porque, em processos disciplinares, não há
previsão de recurso de ofício da Administração em favor do administrado.
Gabarito: alternativa “a”

26. (FCC – Procurador TCM/RJ 2015) O processo administrativo é informado por


regras e princípios, assemelhandoRse, neste ponto, ao processo judicial, mas com
sensíveis distinções. No caso do processo administrativo disciplinar, há
semelhanças ou distribuições ainda mais específicas, tais como:
I. O processo administrativo disciplinar, diferentemente do processo administrativo
comum, não admite o indeferimento de provas consideradas impertinentes ou
prescindíveis a elucidação dos fatos, tendo em vista ter potencial condenatório,
independentemente do grau da pena.
II. O processo administrativo disciplinar admite o emprego da discricionariedade, nos
moldes do que autoriza a legislação pertinente, quando, por exemplo, permite a
opção por pena mais grave, desde que de forma fundamentada e coerente com o
conjunto probatório dos autos, não sendo permitido que o Poder Judiciário reforme
essa decisão no que concerne ao juízo de escolha de conveniência e oportunidade.
III. As nulidades no processo administrativo disciplinar, diferentemente do processo
administrativo comum e do processo judicial, não são admitidas em nenhuma
hipótese, sendo imperiosa a declaração das mesmas, em qualquer das fases do
processo, mesmo que delas não decorra nenhum prejuízo à defesa do servidor.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) I.
d) II.
e) III.
Comentários: vamos analisar cada item:
I) ERRADA. No processo administrativo em geral, e no processo
disciplinar em particular, é possível sim o indeferimento de provas
impertinentes, meramente protelatórias ou de nenhum interesse para o

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esclarecimento dos fatos. Tal hipótese, inclusive, é prevista de forma expressa


na Lei 8.112/90:
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente
ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados
impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o
esclarecimento dos fatos.
§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato
independer de conhecimento especial de perito.

II) CERTA. De fato, a Administração possui discricionariedade no


exercício do poder disciplinar, notadamente na escolha da gradação das
penalidades a serem impostas, desde que respeitados os limites da Lei e a
proporcionalidade com a gravidade da infração. Assim, por exemplo, é que a
autoridade competente pode usar seu poder discricionário para aplicar uma
suspensão de 10 dias ou uma de 30 dias, mediante a sua avaliação própria a
respeito da gravidade da infração. Essa avaliação discricionária, caso tenha
observado os limites da lei e os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, não pode ser revista pelo Poder Judiciário, cuja atuação é
restrita ao exame de legalidade. Nesse sentido, o Judiciário poderia anular um
ato de aplicação de penalidade que não tenham observado o devido processo
legal, mas não poderia, por exemplo, alterar a suspensão de 30 para 10 dias,
pois essa ponderação está dentro do juízo de discricionariedade próprio da
Administração.
III) ERRADA. As nulidades são sim admitidas no processo disciplinar,
especialmente quando for verificada a ocorrência de vício insanável (ex: não
observância do direito de defesa).
Gabarito: alternativa “d”

27. (FCC – TRT9 2015) Alguns princípios processuais têm conteúdo peculiar
quando dirigidos especificamente ao processo administrativo, como o princípio
a) da oficialidade, pois no processo administrativo não vigora o princípio da inércia,
podendo ser instaurado e movimentado de ofício, com vistas à completa instrução e
conclusão do processo.
b) da publicidade, que no processo administrativo é mais amplo do que no processo
judicial, na medida em que é vedada qualquer forma de sigilo de informações.
c) do contraditório e da ampla defesa, que no processo administrativo é
sensivelmente mais brando, quando não facultativo, tendo em vista que poderá ser
garantido ao administrado, posteriormente, na fase judicial.

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d) da formalidade, que prevê obediência estrita à forma prescrita em lei para a


instauração e tramitação do processo administrativo, sob pena de nulidade, em
razão de representar garantia ao administrado, considerando que os demais
princípios são flexíveis.
e) da tipicidade, que se aplica ao processo administrativo com maior rigor, no sentido
de exigir a que a infração administrativa seja precisamente descrita e tipificada, pois
representa garantia à defesa do administrado.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA. O princípio da oficialidade é característico dos processos
administrativos que, diferentemente dos processos judiciais, podem ser
instaurados de ofício, e não apenas mediante provocação dos interessados.
b) ERRADA. Embora a publicidade seja a regra nos processos
administrativos, é possível sim manter o sigilo de informações, nas hipóteses
previstas em lei.
c) ERRADA. O princípio do contraditório e da ampla defesa não é mais
brando, muito menos facultativo nos processos administrativos. Tal direito
deve ser necessariamente assegurado nos processos de que possam resultar
restrições de direitos ou sanções administrativas.
d) ERRADA. O processo administrativo é regido pelo princípio do
formalismo moderado, segundo o qual devem ser observadas apenas as
formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados. Ou seja, a
rigor, não há necessidade de obediência “estrita” à forma. Vale lembrar que,
segundo o art. 22 da Lei 9.784/99, “os atos do processo administrativo não
dependem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir”.
e) ERRADA. A tipicidade é um princípio próprio dos processos judiciais,
de modo que não é correto afirmar que se aplica ao processo administrativo
com maior rigor. Assim, nos processos administrativos não é necessário que a
infração administrativa seja precisamente descrita e tipificada, como nos
processos judiciais.
Gabarito: alternativa “a”

28. (FCC – Juiz TJ/PE 2015) Acerca do processo administrativo, tal como
disciplinado na Lei Federal no 9.784/99, é correto afirmar que
a) a ausência de parecer obrigatório nem sempre impedirá o prosseguimento do
processo administrativo até final decisão.
b) se aplica ao processo administrativo o princípio que veda a reformatio in pejus, o
que se justifica em razão da observância do princípio do devido processo legal.

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c) o processo administrativo deve ser formalista, o que se impõe, em observância ao


princípio da segurança jurídica.
d) em virtude da indisponibilidade do interesse público, é vedado ao particular
interessado no processo formular desistência ou renúncia.
e) se aplica no processo administrativo o princípio da identidade física do juiz, pelo
qual o órgão que promoveu a instrução deve ser o mesmo a decidir a questão
controversa.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA. Se o parecer for obrigatório e vinculante, o processo não
poderá prosseguir sem sua emissão. Por outro lado, se o parecer for não
vinculante, ainda que obrigatório, o processo poderá seguir, sem prejuízo da
responsabilidade de quem deu causa à omissão.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer
deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
comprovada necessidade de maior prazo.
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo
fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação,
responsabilizandoLse quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo
fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa,
sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

b) ERRADA. Os recursos administrativos podem sim agravar a situação


dos recorrentes, ou seja, no processo administrativo é admitido a reformatio in
pejus.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de
sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer
gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule
suas alegações antes da decisão.

c) ERRADA. O processo administrativo se rege pelo princípio do


formalismo moderado, segundo o qual devem ser observadas apenas as
formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:
(...)

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VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos


administradosR

d) ERRADA. O particular pode sim formular desistência ou renúncia:


Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou
parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.

e) ERRADA. Nos processos administrativos não há a obrigatoriedade


informada no item, que é própria dos processos judiciais.
Gabarito: alternativa “a”

29. (FCC – Manausprev 2015, adaptada) A instauração de processo


administrativo, nos termos do que dispõe a Lei nº 9.784/99,
a) depende de provocação do interessado, sendo vedada a instauração de ofício ou
requerida por terceiros.
b) deve se dar por meio de ofício, vedada a participação de interessados indiretos no
objeto do processo.
c) deve se dar após autorização judicial quando houver potencial de aplicação de
pena de demissão a servidor público.
d) pode se dar a pedido de pessoa física ou jurídica titular do interesse em questão,
ou mesmo ser instaurada de ofício.
e) deve se dar por provocação do interessado ou do Ministério Público, vedada
instauração de ofício.
Comentários: A instauração do processo administrativo pode se dar de
ofício, ou seja, pela própria Administração, assim como por iniciativa do
interessado. É o que prevê o art. 5º da Lei 9.784/99:
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar;se de ofício ou a pedido de interessado.

Gabarito: alternativa “d”

30. (FCC – TCE/CE 2015) O artigo 5º, inciso LV, da CF dispõe que “aos litigantes,
em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a elas inerentes”. A partir
da constitucionalização do processo administrativo muitos doutrinadores passaram a
defender o entendimento segundo o qual não há mais dúvida quanto à natureza
processual do denominado “processo administrativo”, razão porque não haveria mais
espaço para teorias tal qual a do procedimento. Considerando o regime jurídico
incidente no denominado processo administrativo a partir da Constituição Federal de
1998, é correto afirmar:

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a) Não há mais distinção substancial entre o processo civil e o processo


administrativo, uma vez que o Estado deve assegurar também, neste último, o
contraditório e a ampla defesa.
b) Os princípios da oficialidade e da inércia incidem tanto no processo administrativo
como no judicial, ambos iniciandoRse por provocação e desenvolvendoRse
posteriormente por impulso oficial.
c) A desistência ou a renúncia do autor no processo civil e do interessado no
processo administrativo implicam o arquivamento do processo, que não poderá
prosseguir mesmo que haja interesse da Administração.
d) O princípio do formalismo vige tanto no processo civil como no processo
administrativo, incidindo, em ambos os procedimentos, da mesma forma e com a
mesma intensidade.
e) No processo administrativo, há regras próprias de impedimento e suspeição, que
visam a garantir a imparcialidade na apreciação da autoridade competente, como
também há no processo jurisdicional regras próprias de impedimento e suspeição.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Embora seja certo que o contraditório e a ampla defesa
devam ser assegurados também nos processos administrativos, é errado
afirmar, de forma genérica, que não há distinção substancial com o processo
civil, pois existem sim várias diferenças. Por exemplo, os processos
administrativos podem ser instaurados de ofício e por provocação do
interessado, enquanto o processo civil só se inicia por provocaçãoo nos
processos administrativos vigora o princípio do formalismo moderado,
enquanto que no processo civil a forma deve ser observada com rigor.
b) ERRADA. O princípio da oficialidade incide apenas no processo
administrativo, mas não no judicial. O processo judicial só se inicia por
provocação, enquanto o processo administrativo também pode ser instaurado
de ofício. O processo administrativo se desenvolve por impulso oficial,
enquanto a movimentação do processo judicial somente ocorre por
provocação das partes.
c) ERRADA. A desistência ou a renúncia do interessado não
necessariamente implicam o arquivamento do processo administrativo. Se
houver interesse público, a Administração pode escolher dar continuidade ao
processo.
d) ERRADA. O princípio do formalismo vige com menos intensidade no
processo administrativo que no processo judicial. No processo administrativo,
só devem ser observadas as formalidades essenciais para assegurar o direito
dos administrados.

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e) CERTA. Tanto no processo administrativo como no judicial existem


regras de impedimento e suspeição, que são situações que podem
comprometer a imparcialidade do agente competente pela decisão. As regras
aplicáveis aos processos administrativos e aos processos judiciais não são
necessariamente as mesmas. A Lei 9.784/99, por exemplo, estabelece as
hipóteses específicas de impedimento e suspeição aplicáveis aos processos
administrativos por ela regidos.
Gabarito: alternativa “e”

31. (FCC – TJ/AL Juiz 2015) Suponha uma lei estadual que considere obrigatória
a presença de defesa técnica por advogado em processo administrativo disciplinar
no âmbito do respectivo Estado, fornecendo, inclusive, meios para suprir essa
defesa no caso de hipossuficiência do acusado. Considerando a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, inclusive a matéria sumulada, e tomando tão somente os
elementos indicados nesta questão, essa lei seria considerada
a) constitucional, eis que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não veda
essa opção política ao legislador.
b) inconstitucional, por versar matéria de competência privativa da União, qual seja,
especificamente, processo disciplinar.
c) inconstitucional, por considerar obrigatória a presença de advogado no processo
administrativo disciplinar.
d) inconstitucional, por propiciar meios públicos para a defesa do servidor, ainda que
hipossuficiente, em potencial litígio com o próprio poder público.
e) constitucional, por versar matéria de competência privativa expressa dos EstadosR
Membros, qual seja, processo administrativo em geral.
Comentários: Sobre a necessidade de advogado no processo
administrativo, o STF editou a Súmula Vinculante 5, com o seguinte teor:
Súmula Vinculante nº 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

Note que a Súmula apenas diz que a falta de defesa técnica por advogado
no processo administrativo não ofende a Constituição, ou seja, uma lei que
não prevê a obrigatoriedade de defesa por advogado não seria
inconstitucional. Mas a Súmula não diz que seria contrário à Constituição
exigir a defesa técnica por advogado no processo administrativo, caso seja
essa a opção do legislador. Em outras palavras, não seria inconstitucional
considerar obrigatória a presença de advogado no processo administrativo
disciplinar. Correta, portanto, a opção “a”.
Gabarito: alternativa “a”

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32. (FCC – TRE/AP 2015) Sobre o processo administrativo no âmbito da


Administração Pública Federal, disciplinado pela Lei nº 9.784/99, é correto afirmar
que:
a) os atos administrativos a ele relacionados, sem exceção, devem ser divulgados
oficialmente.
b) é impulsionado de ofício, sem prejuízo da atuação dos interessados.
c) é incabível a cobrança de despesas processuais.
d) a constituição de advogado pelo administrado é obrigatória.
e) é vedada a formulação de alegações após a instauração do processo.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Os atos protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à
honra e à imagem não precisam ser divulgados:
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:
V ; divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo
previstas na Constituição>
(...)
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e
documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à
honra e à imagem.

b) CERTA, nos termos do seguinte dispositivo:


Art. 2o (...)
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:
XII ; impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação
dos interessadosR

c) ERRADA. Como regra, não podem ser cobradas despesas processuais,


salvo quando houver previsão legal específica:
Art. 2º (...)
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:
XI ; proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas
em leiR

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d) ERRADA. A constituição de advogado não é obrigatória:


Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo
de outros que lhe sejam assegurados:
(...)
IV ; fazerLse assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
sua representação, por força de Lei.

e) ERRADA. O interessado pode sim formular alegações após a


instauração do processo, na fase de instrução, antes da decisão e nos
recursos:
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão,
juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir
alegações referentes à matéria objeto do processo.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar
os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem
alegações.

Gabarito: alternativa “b”

33. (FCC – Sefaz/PE 2015, adaptada) De acordo com as disposições da


Lei 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da União,
a) o processo administrativo iniciaRse sempre a requerimento do interessado, sendo
vedada a instauração de ofício, salvo para os casos de aplicação de penalidades.
b) as organizações e associações representativas são legitimadas como
interessados no processo administrativo, no tocante a direitos e interesses coletivos.
c) a edição de atos de caráter normativo pode ser objeto de delegação, publicada no
órgão oficial, vedada a subdelegação.
d) pode ser arguido o impedimento para atuar no processo administrativo do servidor
ou autoridade que tenha inimizade notória com algum dos interessados.
e) as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais,
sendo que o comparecimento do administrado não supre sua falta ou irregularidade.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O processo administrativo pode se iniciar tanto a
requerimento do interessado como de ofício:
Art. 5º O processo administrativo pode iniciar;se de ofício ou a pedido de
interessado.

b) CERTA, nos termos do art. 9º, III da Lei 9.784/99:


Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:

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I ; pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses


individuais ou no exercício do direito de representação>
II ; aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão a ser adotada>
III ; as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e
interesses coletivosR
IV ; as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou
interesses difusos.

c) ERRADA. Segundo o art. 13, I da Lei 9.784/99, a edição de atos de


caráter normativo não pode ser objeto de delegação.
d) ERRADA. Pode ser arguida a suspeição, e não o impedimento, para
atuar no processo administrativo do servidor ou autoridade que tenha
inimizade notória com algum dos interessados:
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade
íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

e) ERRADA. Pelo princípio do formalismo moderado, o comparecimento


do administrado supre sim a falta ou irregularidade da intimação, nos termos
do art. 26, §5º da Lei 9.784/99:
§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais,
mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.

Gabarito: alternativa “b”

34. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) À luz da Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção
correta.
A) Os prazos fixados em meses ou anos contamRse de data a data. Se, no mês do
vencimento, não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, e referido mês
terminar em dia útil, terRseRá como termo final do prazo o primeiro dia útil do mês
seguinte.
B) A revisão do processo administrativo que resultar em aplicação de sanção
dependerá da manifestação do apenado.
C) Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial do
interessado, incluindoRse na contagem o dia da notificação.
D) Para efeito de prioridade na tramitação dos procedimentos administrativos, são
consideradas idosas as pessoas com mais de sessenta e cinco anos de idade.
E) O recurso administrativo deve ser dirigido à autoridade que proferir a decisão
recorridaa se não reconsiderar a decisão, tal autoridade terá de encaminhar o
recurso à autoridade que lhe for superior.

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Comentário:
a) ERRADA. A regra correta é a seguinte, prevista no art. 66, §3º da Lei
9.784/99:
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam;se de data a data. Se no mês do
vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem;se como
termo o último dia do mês.

b) ERRADA. Os processos administrativos de que resultem sanções


podem ser objeto de revisão, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a
inadequação da sanção aplicada (Lei 9.784/99, art. 65).
c) ERRADA. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação
oficial, excluindoXse da contagem o dia do começo e incluindoXse o do
vencimento (Lei 9.784/99, caput).
d) ERRADA. Terão prioridade na tramitação dos processos
administrativos as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos de idade
(Lei 9.784/99, art. 69XA, I).
e) CERTA, nos termos do art. 56, §1º da Lei 9.784/99:
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

Gabarito: alternativa “e”

35. (Cespe – CGEXPI 2015) A edição de atos de caráter normativo e a decisão de


recursos administrativos não podem ser objetos de delegação.
Comentário: de acordo com o art. 13 da Lei 9.784/1999, não podem ser
objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativoo
II – a decisão de recursos administrativoso
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Portanto, o item está perfeito. Vale reforçar que, para o Cespe, REGRA
GERAL, questão incompleta não está errada. Portanto, a ausência de menção
ao item III acima, não torna a questão errada. Isso ocorreria apenas se a
questão apresentasse algum termo limitador, como “apenas”, “somente”,
entre outros.
Gabarito: Certo

36. (Cespe – CGEXPI 2015) O processo administrativo poderá iniciarRse de ofício


ou em razão de requerimento do interessado.

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Comentário: o art. 5º da Lei 9.784/1999 dispõe que o processo


administrativo poderá ser iniciado de ofício ou a pedido do interessado. Logo,
o item está correto.
Gabarito: Certo

37. (ESAF – MIN 2012) O desatendimento, pelo particular, de intimação realizada


pela Administração Pública Federal em processo administrativo
a) não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo
administrado.
b) não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, mas constitui renúncia a
direito pelo administrado, se se tratar de direito disponível.
c) importa o reconhecimento da verdade dos fatos, mas não constitui renúncia
automática a direito pelo administrado, tratandoRse de direito indisponível.
d) importa o reconhecimento da verdade dos fatos, e a renúncia a direito pelo
administrado.
e) opera extinção do direito de defesa, por opção do próprio particular.
Comentário: A questão trata do art. 27 da Lei 9.784/1999, in verbis:
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade
dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla
defesa ao interessado.

Esse dispositivo consagra o princípio da verdade material, pelo qual a


Administração deve procurar conhecer a verdade dos fatos, e não
simplesmente ficar apegada às formalidades processuais. Assim, mesmo que
o administrado não apresente defesa em resposta à intimação, a
Administração deverá empregar outros meios para avaliar o que realmente
aconteceu no caso, e não simplesmente assumir a culpa do administrado. Em
outras palavras, o desatendimento da intimação não importa reconhecer que
os fatos imputados ao administrado (sobre os quais ele foi chamado a se
defender) são verdadeiros. Tampouco significa que o administrado está
renunciando a seu direito de defesa, o qual deverá serXlhe garantido
novamente no prosseguimento do processo, inclusive mediante o recebimento
das alegações por ele apresentadas a qualquer momento, antes da decisão.
Pelo exposto, verificaXse que a única alternativa correta é a primeira.
Gabarito: alternativa “a”

38. (ESAF – CGU 2012) A respeito dos prazos atinentes aos processos
administrativos em geral e sua forma de contagem, nos termos da Lei n. 9.784/99,
assinale a opção correta.

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a) Não há distinção na forma de contagem entre prazos fixados em dias e fixados


em meses ou anos.
b) Prazo fixado em meses cujo vencimento se daria em 28 de fevereiro, tem seu
termo em 10 de março.
c) Prazos fixados em dias ou meses contamRse de modo contínuo.
d) Os prazos começam a correr da data em que foi praticado o ato ou a tomada de
decisão.
e) Ameaça de bomba que força o encerramento do expediente, antes da hora
normal, prorroga o prazo até o primeiro dia útil seguinte.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa.
a) ERRADA. Nos termos do art. 66, §§2º e 3º da Lei 9.784/99, os prazos
expressos em dias contamXse de modo contínuo, enquanto os prazos fixados
em meses ou anos contamXse de data a data (ex: prazo de um mês iniciado em
1º de janeiro vence em 1º de fevereiro).
b) ERRADA. Os prazos fixados em meses são contados de data a data.
Assim, um prazo iniciado em 28 de fevereiro, contado em meses, só poderia
ter seu termo em 28 de março (um mês), 28 de abril (dois meses) e assim por
diante. Jamais poderia ser em 10 de março, pois quebraria a regra do “data a
data”.
c) ERRADA. Apenas os prazos fixados em dias são contados de modo
contínuoo os fixados em meses contamXse “data a data”.
d) ERRADA. Nos termos do art. 66, caput da Lei 9.784/99, os prazos
começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindoXse da
contagem o dia do começo e incluindoXse o do vencimento. Ou seja, cotamXse
a partir da data em que o interessado tomou ciência do ato ou decisão.
e) CERTA. Nos termos do art. 66, §1º da Lei 9.784/99, “consideraXse
prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia
em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal”.
Gabarito: alternativa “e”

39. (ESAF – CGU 2012) A Lei n. 9.784/99, que regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal, aplicaRse, subsidiariamente, nos
processos administrativos específicos, a exemplo do Processo Administrativo
Disciplinar. A respeito de suas disposições, assinale a opção incorreta.
a) Considerando a ausência de disposição na Lei n. 8.112/90, a Lei n. 9.784/99
limitou em 3 (três) o número de testemunhas indicadas pelo acusado a ser ouvidas
pela comissão.

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b) É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos,


devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
c) A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão
administrativo.
d) O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos
fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
e) A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso
de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do
interessado.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa, buscando a incorreta.
a) ERRADA. De fato, a Lei 8.112/1990 não fixa o número de testemunhas a
serem ouvidas no PAD. Tampouco o faz a Lei 9.784/1999, daí o erro. Aliás, essa
ausência de limite pode ser considerada uma aplicação do princípio da
verdade material e do informalismo no PADo afinal, um número restrito de
testemunhas poderia prejudicar a completa elucidação de determinados casos.
As demais alternativas são transcrições de literais de artigos da
Lei 9.784/1999. Vejamos:
b) CERTA. Art. 6º, parágrafo único.
c) CERTA. Art. 22, §3º.
d) CERTA. Art. 22, caput.
e) CERTA. Art. 26, §3º.
Gabarito: alternativa “a”

40. (ESAF – CGU 2012) Determinado cidadão ostenta a condição de anistiado


político, vez que fora beneficiado por ato administrativo, praticado em 05/10/2005,
que lhe atribuiu tal condição, bem como determinou a reparação econômica dela
decorrente.
Mediante acompanhamento das atividades da Administração Pública e usufruindo
da transparência imposta pela Lei do Acesso à Informação, o cidadão descobre, em
consulta ao sítio eletrônico do Ministério da Justiça, que havia sido formado grupo de
trabalho para a realização de estudos preliminares acerca das anistias políticas até
então concedidas.
Irresignado e temeroso de que as futuras decisões do referido grupo de trabalho
viessem a afetar sua esfera patrimonial, o cidadão impetra mandado de segurança
preventivo para desconstituir o ato que instaurou o grupo de trabalho.
Acerca do caso concreto acima narrado, assinale a opção incorreta, considerando a
jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre a questão.

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a) A criação do mencionado grupo de trabalho insereRse no poder de autotutela


administrativa.
b) Por força do art. 54 da Lei n. 9.784/99, há prazo decadencial para que a
Administração revise seus atos.
c) Caso o grupo de trabalho encontre ilegalidades na concessão da anistia, será
preciso ouvir o cidadão por ela beneficiado, garantindoRlhe o contraditório e a ampla
defesa.
d) Não houve ato ilegal ou abusivo da Administração passível de correção pela via
do mandado de segurança.
e) A Administração conduzirá os processos submetidos ao grupo de trabalho
baseada no princípio da oficialidade.
Comentários: Vamos analisar cada alternativa, buscando a opção
incorreta:
a) CERTA. O poder de autotutela permite à Administração anular atos
ilegais ou revogar atos inoportunos e inconvenientes. A criação do grupo de
trabalho para reavaliar as anistias concedidas pode sim ser enquadrada como
um exercício desse poder, pois, na reavaliação, é possível que sejam
identificados atos passíveis de anulação ou revogação.
b) ERRADA. Primeiramente, cumpre transcrever o art. 54 da
Lei 9.784/1999:
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em
que foram praticados, salvo comprovada máLfé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar;se;á da
percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera;se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.

Como se nota, o prazo decadencial previsto no art. 54 da Lei 9.784/99, de


cinco anos, é para a Administração anular atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários, e não para simplesmente
revisáXlos. Afinal, o próprio art. 54 ressalva do prazo decadencial os atos
praticados com comprovada máXfé, os quais, por consequência, poderão ser
anulados a qualquer tempo. Sendo assim, o grupo de trabalho poderia revisar
(analisar) sem problemas as anistias concedidas, ainda que ultrapassado o
prazo decadencial de cinco anos. Porém, só poderia propor a anulação
daqueles em que ficasse evidenciada máXfé. Essa, aliás, é a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, conforme se depreende do MS 15.457/DF:

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ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ANISTIA POLÍTICA.


INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO TENDENTE A REVER O ATO. ALEGAÇÃO
DE DECADÊNCIA. ART 54 DA LEI Nº 9.784/99. NECESSIDADE DE DILAÇÃO
PROBATÓRIA. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA.
1. O mero decurso do prazo de 5 (cinco) anos não tem o condão, por si só, de
obstar que a Administração Pública revise determinado ato, haja vista que a
ressalva constante do art. 54, parte final do caput, da Lei nº 9.784/99 permite sua
anulação a qualquer tempo caso fique demonstrada, no âmbito de procedimento
administrativo, a máLfé do beneficiário, tema esse que não é suscetível de
análise na via estreita do mandamus em função da necessidade de dilação
probatória.
2. O art. 54, § 2º, da Lei nº 9.784/99 preconiza que a adoção pela Administração de
qualquer medida tendente a questionar o ato no prazo de 5 (cinco) anos de sua edição
já se mostra suficiente a afastar a decadência, não sendo indispensável, para tanto, a
instauração de procedimento administrativo.
3. A concessão da segurança exigiria profunda investigação acerca da existência ou
não de medida prévia tomada com o escopo de contestar o ato de anistia, o que
novamente não se coaduna com os estreitos contornos do mandado de segurança, o
qual, como é cediço, requer prova pré;constituída do suposto direito líquido e certo
vindicado.
4. Inadequação da via eleita.
5. Segurança denegada.

c) CERTA. Sempre que a prática do ato administrativo puder resultar em


prejuízo ao administrado, este deverá ser ouvido previamente, em homenagem
ao princípio do contraditório e da ampla defesa.
d) CERTA. Como se percebe na jurisprudência acima, não existe óbice
para que a Administração revise o ato após o transcurso do prazo decadencial.
Logo, não existe “direito líquido e certo” a ser tutelado, condição
indispensável para a concessão do mandado de segurança. RessalteXse que,
para a concessão MS, é necessário que as provas sejam “indiscutíveis”, pois,
nessa via judicial, não é possível a produção de novas provas.
e) CERTA. O princípio da oficialidade aplicaXse aos processos
administrativos em geral. Por esse princípio, a Administração pode conduzir
de ofício o processo, sem precisar ser demandada.
Gabarito: alternativa “b”

41. (ESAF – ATRFB 2012) Quanto ao recurso administrativo previsto na Lei n.


9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, é incorreto afirmar que:
a) salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.

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b) em regra, a interposição de recurso administrativo depende de caução prestada


pelo requerente.
c) o recurso administrativo tramitará, no máximo, por três instâncias administrativas,
salvo disposição legal diversa.
d) entre outros, têm legitimidade para interpor recurso administrativo as
organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos.
e) quando interposto fora do prazo, o recurso não será conhecido.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, buscando a incorreta.
a) CERTA. Segundo o art. 61 da Lei 9.784/99, “salvo disposição legal em
contrário, o recurso não tem efeito suspensivo”. Entretanto, conforme o
parágrafo único do mesmo artigo, “havendo justo receio de prejuízo de difícil
ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a
imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao
recurso”.
b) ERRADA. Ao contrário do que afirma o quesito, é vedada a exigência
de caução para a interposição de recurso administrativo. Embora no art. 56,
§2º conste a expressão “salvo exigência legal”, dando a entender que a lei
poderia condicionar a admissibilidade do recurso ao recolhimento de caução
pelo interessado, a Súmula Vinculante 21 do STF afasta totalmente essa
possibilidade, ao afirmar que tal exigência seria inconstitucional.
c) CERTA. TrataXse da transcrição literal do art. 57 da Lei 9.784/99.
RessalteXse que, por conta da ressalva prevista no art. 57, leis específicas
poderão prever número maior de instâncias.
d) CERTA, nos termos do art. 58, III da Lei 9.784/99:
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I ; os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo>
II ; aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão
recorrida>
III ; as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e
interesses coletivos>
IV ; os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

e) CERTA, nos termos do art. 63, I da Lei 9.784/99:


Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I ; fora do prazo>
II ; perante órgão incompetente>

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III ; por quem não seja legitimado>


IV ; após exaurida a esfera administrativa.

Cumpre salientar que o não conhecimento do recurso não impede a


Administração de rever de ofício o ato ilegal (art. 63, §2º). TrataXse de mais uma
aplicação do princípio da verdade material. Ou seja, ainda que o recurso
apresente alguma impropriedade formal, como a interposição fora do prazo, a
Administração poderá considerar os argumentos ali expostos e, com base no
seu poder de autotutela, poderá rever de ofício o ato impugnado, caso
reconheça a sua ilegalidade. A revisão de ofício não poderá ocorrer, contudo,
se já tiver ocorrido a preclusão administrativa (impossibilidade de apreciar
novamente a matéria na via administrativa), hipótese prevista no inciso IV do
art. 63 acima transcrito.
Gabarito: alternativa “b”

42. (Cespe – TJ/RR 2013) Com base no disposto na Lei n.º 9.784/1999, que
regula os processos administrativos, assinale a opção correta.
a) A competência, irrenunciável, pode ser delegada a outros órgãos ou titulares,
ainda que estes não sejam hierarquicamente subordinados ao órgão originalmente
competente, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica,
social, econômica, jurídica ou territorial.
b) O não atendimento da intimação para ciência de decisão importa o
reconhecimento da verdade dos fatos pelo administrado.
c) O andamento do processo administrativo deve ser feito mediante atuação do
interessado, vedada a impulsão de ofício.
d) A edição de atos de caráter normativo poderá ser delegada, desde que a
delegação se mostre conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica,
social, econômica, jurídica ou territorial.
e) O descumprimento do regime de tramitação prioritária dos processos em que
figurem como parte ou interessado maiores de sessenta anos de idade e portadores
de deficiência física ou mental sujeitará o magistrado ou servidor público
responsável às penalidades previstas em lei e à reparação das perdas e danos
sofridos pelo beneficiado.
Comentários: Vamos analisar cada assertiva:
a) CERTA, nos termos do art. 12 da Lei 9.784/1999:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

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JURISPRUDÊNCIA

STJ Ð REsp 1.092.202/DF (11/4/2013)


AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR
PòBLICO APOSENTADO. REVISÌO DE PROVENTOS PELA ADMINISTRA‚ÌO.
DECADæNCIA ADMINISTRATIVA. TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL.
EDI‚ÌO DE LEI ESPECêFICA SOBRE O TEMA. EXISTæNCIA DA LEI FEDERAL N¼
9.784/99. APLICA‚ÌO SUBSIDIçRIA AOS ESTADOS E MUNICêPIOS.
SUPERVENIæNCIA DA LEI DISTRITAL N¼ 2.834/2001. FATO QUE NÌO
INTERROMPE A CONTAGEM DO PRAZO Jç INICIADO. DECADæNCIA
CONFIGURADA.

1. A Corte Especial deste Tribunal Superior consagrou o entendimento de que atŽ


a edi•‹o da Lei Federal n¼ 9.784/99 a Administra•‹o Pœblica poderia rever os
seus atos a qualquer tempo, quando eivados de v’cios e ilegalidades, conforme
os enunciados das Sœmulas nos 346 e 473 do STF e o disposto no art. 114 da Lei
Federal n¼ 8.112/90. Ficou estabelecido tambŽm que a lei que definisse prazo
para que a Administra•‹o Pœblica pudesse revogar seus atos teria incid•ncia
somente a partir de sua vig•ncia, n‹o podendo retroagir.

2. No ‰mbito estadual ou municipal, ausente lei espec’fica, a Lei Federal


n¼ 9.784/99 pode ser aplicada de forma subsidi‡ria, haja vista tratar-se
de norma que deve nortear toda a Administra•‹o Pœblica, servindo de
diretriz aos seus —rg‹os. Destarte, editada lei local posteriormente, essa
incidir‡ apenas a partir dos atos administrativos praticados ap—s sua vig•ncia,
n‹o interrompendo a contagem do prazo decadencial j‡ iniciado com a
publica•‹o da norma federal.

3. Com efeito, "a superveni•ncia da Lei Distrital 2.834/01 n‹o interrompe a


contagem do prazo decadencial iniciado com a publica•‹o da Lei 9.784/99, uma
vez que sua œnica finalidade Ž aplicar, no ‰mbito do Distrito Federal, as regras
previstas na referida lei federal" (REsp n¼ 852.493/DF, Relator o Ministro Arnaldo
Esteves Lima, DJe de 25/8/2008).

4. Agravo regimental a que se nega provimento.

STF Ð SS-AgR 3.902/SP (9/6/2011)


Ementa: SUSPENSÌO DE SEGURAN‚A. ACîRDÌOS QUE IMPEDIAM A
DIVULGA‚ÌO, EM SêTIO ELETRïNICO OFICIAL, DE INFORMA‚ÍES FUNCIONAIS
DE SERVIDORES PòBLICOS, INCLUSIVE A RESPECTIVA REMUNERA‚ÌO.
DEFERIMENTO DA MEDIDA DE SUSPENSÌO PELO PRESIDENTE DO STF. AGRAVO
REGIMENTAL. CONFLITO APARENTE DE NORMAS CONSTITUCIONAIS. DIREITO Ë
INFORMA‚ÌO DE ATOS ESTATAIS, NELES EMBUTIDA A FOLHA DE PAGAMENTO
DE îRGÌOS E ENTIDADES PòBLICAS. PRINCêPIO DA PUBLICIDADE
ADMINISTRATIVA. NÌO RECONHECIMENTO DE VIOLA‚ÌO Ë PRIVACIDADE,
INTIMIDADE E SEGURAN‚A DE SERVIDOR PòBLICO. AGRAVOS DESPROVIDOS.

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1. Caso em que a situa•‹o espec’fica dos servidores pœblicos Ž regida pela 1»


parte do inciso XXXIII do art. 5¼ da Constitui•‹o. Sua remunera•‹o bruta,
cargos e fun•›es por eles titularizados, —rg‹os de sua formal lota•‹o,
tudo Ž constitutivo de informa•‹o de interesse coletivo ou geral.
Expondo-se, portanto, a divulga•‹o oficial. Sem que a intimidade deles,
vida privada e seguran•a pessoal e familiar se encaixem nas exce•›es de
que trata a parte derradeira do mesmo dispositivo constitucional (inciso
XXXIII do art. 5¼), pois o fato Ž que n‹o est‹o em jogo nem a seguran•a do
Estado nem do conjunto da sociedade. 2. N‹o cabe, no caso, falar de
intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulga•‹o em
causa dizem respeito a agentes pœblicos enquanto agentes pœblicos
mesmos; ou, na linguagem da pr—pria Constitui•‹o, agentes estatais agindo
Ònessa qualidadeÓ (¤6¼ do art. 37). E quanto ˆ seguran•a f’sica ou corporal dos
servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que ela resultar‡ um tanto ou
quanto fragilizada com a divulga•‹o nominalizada dos dados em debate, mas Ž
um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua com a proibi•‹o de se
revelar o endere•o residencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais, Ž o
pre•o que se paga pela op•‹o por uma carreira pœblica no seio de um Estado
republicano. 3. A preval•ncia do princ’pio da publicidade administrativa outra
coisa n‹o Ž sen‹o um dos mais altaneiros modos de concretizar a Repœblica
enquanto forma de governo. Se, por um lado, h‡ um necess‡rio modo
republicano de administrar o Estado brasileiro, de outra parte Ž a cidadania
mesma que tem o direito de ver o seu Estado republicanamente administrado. O
ÒcomoÓ se administra a coisa pœblica a preponderar sobre o ÒquemÓ administra Ð
falaria Norberto Bobbio -, e o fato Ž que esse modo pœblico de gerir a m‡quina
estatal Ž elemento conceitual da nossa Repœblica. O olho e a p‡lpebra da nossa
fisionomia constitucional republicana. 4. A negativa de preval•ncia do princ’pio
da publicidade administrativa implicaria, no caso, inadmiss’vel situa•‹o de grave
les‹o ˆ ordem pœblica. 5. Agravos Regimentais desprovidos.

STJ Ð MS 15.457/DF (14/3/2012)


ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURAN‚A. ANISTIA POLêTICA.
INSTAURA‚ÌO DE PROCEDIMENTO TENDENTE A REVER O ATO. ALEGA‚ÌO DE
DECADæNCIA. ART 54 DA LEI N¼ 9.784/99. NECESSIDADE DE DILA‚ÌO
PROBATîRIA. INADEQUA‚ÌO DA VIA ELEITA.

1. O mero decurso do prazo de 5 (cinco) anos n‹o tem o cond‹o, por si


s—, de obstar que a Administra•‹o Pœblica revise determinado ato, haja
vista que a ressalva constante do art. 54, parte final do caput, da Lei n¼
9.784/99 permite sua anula•‹o a qualquer tempo caso fique demonstrada, no
‰mbito de procedimento administrativo, a m‡-fŽ do benefici‡rio, tema esse que
n‹o Ž suscet’vel de an‡lise na via estreita do mandamus em fun•‹o da
necessidade de dila•‹o probat—ria.

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2. O art. 54, ¤ 2¼, da Lei n¼ 9.784/99 preconiza que a ado•‹o pela Administra•‹o
de qualquer medida tendente a questionar o ato no prazo de 5 (cinco) anos de
sua edi•‹o j‡ se mostra suficiente a afastar a decad•ncia, n‹o sendo
indispens‡vel, para tanto, a instaura•‹o de procedimento administrativo.

3. A concess‹o da seguran•a exigiria profunda investiga•‹o acerca da exist•ncia


ou n‹o de medida prŽvia tomada com o escopo de contestar o ato de anistia, o
que novamente n‹o se coaduna com os estreitos contornos do mandado de
seguran•a, o qual, como Ž cedi•o, requer prova prŽ-constitu’da do suposto
direito l’quido e certo vindicado.

4. Inadequa•‹o da via eleita.

5. Seguran•a denegada.

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RESUMÃO DA AULA
PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL – LEI 9.784/1999

" Administração Federal direta e indireta.


Lei 9.784 aplicaLse " Órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, Ministério Público e Tribunal de
Contas, quando exercem função administrativa.

Lei 9.784 aplica[se " Estados, DF e Municípios que não possuem leis próprias (jurisprudência STJ).
de forma subsidiária " Processos administrativos federais regulados por leis específicas (ex: PAD).

$ Princípios expressos: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla


defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

$ Princípios característicos do processo administrativo (implícitos na Lei 9.784):


" Oficialidade: instauração e impulsão de ofício do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos
interessados.
" Informalismo: adoção de formas simples, não rígidas, suficientes para dar segurança aos administrados.
" Instrumentalidade das formas: possibilidade de aproveitamento dos atos processuais que tenham
cumprido sua finalidade, ainda que com algum vício de forma.
" Verdade material: busca pela realidade dos fatos, além do que está nos autos; permite a produção de
provas pela própria Administração.
" Gratuidade: proíbe a cobrança de despesas processuais.

" ser tratado com respeito e executar os atos processuais com facilidade
" ter ciência dos atos processuais e obter cópias de documentos;
Direitos dos
administrados " apresentar elementos até antes da decisão, os quais devem ser considerados;
" fazer[se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei.

" expor os fatos conforme a verdade;


Deveres dos " proceder com lealdade, urbanidade e boa[fé;
administrados " não agir de modo temerário;
" prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para esclarecer os fatos.

$ Trâmite processual:
" Início do processo [> de ofício ou a pedido (de regra, por escrito, salvo quando admitida solicitação oral).
" É vedada a recusa imotivada de recebimento de documentos. O servidor deve orientar o interessado.
" Vários interessados com pedido idêntico podem formular um único requerimento.
" Inexistindo competência legal específica, o processo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
grau hierárquico para decidir.
" Impedimento [> situações objetivas [> Interesse direto ou indireto na matéria; participação no processo
(do servidor ou de seu cônjuge e parente e afins até 3º grau) como perito, testemunha ou representante;
litígio judicial ou administrativo com o interessado e respectivo cônjuge ou companheiro [> Deve ser
declarado pelo próprio servidor [> Obrigatório!
" Suspeição [> situações subjetivas [> Amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou
com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o 3º grau [> Pode ser arguida pelo
próprio servidor ou por outros interessados [> Facultativo!

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Contagem de prazos:
% Os prazos expressos em dias contam[se de modo contínuo.
% Os prazos fixados em meses ou anos contam[se de data a data; se no mês do vencimento não houver o
dia equivalente àquele do início do prazo, tem[se como termo o último dia do mês.
% Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – CNJ 2013) As normas básicas do processo administrativo não se aplicam ao


Poder Judiciário da União, pois, no desempenho da função administrativa, devem ser
observadas as regras dispostas nos regimentos internos de cada órgão integrante da sua
estrutura.

2. (Cespe – Suframa 2014) Considerando que uma empresa tenha solicitado à


SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as empresas da ZFM
que observassem o processo produtivo básico previsto em regulamento, julgue o item
abaixo.
O princípio da inércia impede que a autoridade responsável pelo julgamento do pedido
realize, por conta própria, diligência não solicitada pela empresa, ainda que necessária para
a comprovação do direito.

3. (Cespe – CADE 2014) Considere que, em auditoria para a verificação da regularidade


da concessão de determinado direito, tenha sido constatado que alguns administrados
foram injustamente excluídos. Nessa hipótese, em se tratando de interesses individuais, o
processo administrativo para a extensão de tal direito só poderá ser iniciado após
provocação da parte interessada.

4. (Cespe – MDIC 2014) Em razão da simetria com o processo judicial, vigora, no


processo administrativo, o princípio do formalismo procedimental, em que se afasta a
flexibilização na tramitação do processo para evitar os arbítrios das autoridades e garantir a
legitimidade das decisões administrativas.

5. (Cespe – TRE/MS 2013) No processo administrativo, a administração pública tem o


poder dever de produzir provas com o fim de atingir a verdade dos fatos, não devendo, por
isso, ficar restrita ao que as partes demonstrarem no procedimento. Esse pressuposto,
conforme a doutrina pertinente, refereRse ao princípio da
a) da gratuidade.
b) oficialidade.
c) lealdade e boaRfé.
d) do informalismo.
e) da verdade material.

6. (Cespe – ICMBio 2014) Considere que, ao conferir o conteúdo de requerimento


apresentado por um cidadão ao ICMBio, o analista responsável tenha recusado o
recebimento do documento por ausência de alguns dados. Nessa situação, é vedada à
administração a recusa imotivada do documento, cabendo ao servidor orientar o cidadão a
suprir as falhas.

7. (Cespe – CNJ 2013) É defeso à administração recusar imotivadamente o recebimento


de documentos. Nesse caso, o servidor deverá orientar o interessado quanto ao suprimento
de eventuais falhas.

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8. (Cespe – TJDFT 2013) O processo administrativo pode ser iniciado a pedido do


interessado, mediante formulação escrita, não sendo admitida solicitação oral.

9. (Cespe – MIN 2013) Qualquer autoridade de menor grau hierárquico em uma


organização pública pode iniciar um processo administrativo, desde que não tenha sido
definida competência legal específica para esse fim.

10. (Cespe – MPTCE/PB 2014) Servidor de tribunal de contas estadual está impedido de
atuar em processo administrativo em trâmite naquele órgão quando o interessado for seu
primo, e a não abstenção em atuar nesse feito gerará nulidade processual.

11. (Cespe – TJDFT 2013) O servidor que estiver litigando judicialmente contra a
companheira de um interessado em determinado processo administrativo estará impedido
de atuar nesse processo.

12. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Em processos administrativos, é obrigatória a


intimação do envolvido, sob pena de nulidade do ato.

13. (Cespe – CNJ 2013) As atividades desenvolvidas na fase instrutória do processo


administrativo destinamRse a averiguar e a comprovar os dados necessários à tomada de
decisão e são realizadas pela administração em observância ao princípio da oficialidade,
não competindo ao administrado a proposição de atos probatórios.

14. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Ao proferir uma decisão em processo


administrativo, o administrador é isento de apresentar as razões jurídicas que embasam sua
decisão quando esta impuser determinado tipo de sanção à terceiro.

15. (Cespe – Bacen 2013) Encerrada a instrução, o processo deverá ser imediatamente
remetido à autoridade competente para julgáRlo, para decisão.

16. (Cespe – ICMBio 2014) Considere que o ICMBio tenha instaurado processo
administrativo que necessite da realização de atos em município que não tenha órgão
hierarquicamente subordinado ao instituto. Nessa situação, se houver, naquela localidade,
outro órgão administrativo apto a executar os atos necessários à instrução do processo, é
possível que parte da competência do instituto lhe seja delegada.

17. (Cespe – Bacen 2013) O interessado que der início a um processo administrativo não
poderá desistir do pedido formulado, devendo o processo tramitar até seu julgamento final.

18. (Cespe – Suframa 2014) Considerando que uma empresa tenha solicitado à
SUFRAMA a concessão de benefícios fiscais previstos em lei para as empresas da ZFM
que observassem o processo produtivo básico previsto em regulamento, julgue o item
abaixo.
Em caso de indeferimento do pedido da empresa, caberá recurso administrativo, que será
dirigido à autoridade que proferiu a decisão. Se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, a
autoridade o encaminhará à autoridade superior.

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19. (Cespe – CADE 2014) Considere que Paulo figure como interessado em processo
administrativo em tramitação em determinada autarquia e que tenha sido prolatada decisão
desfavorável pelo órgão administrativo colegiado competente. Considere, ainda, que Paulo,
em razão da delegação de competência feita pelo órgão colegiado, tenha interposto recurso
administrativo decidido pelo presidente do órgão colegiado. Nessa situação, deverá haver
nulidade na decisão prolatada pelo presidente.

20. (Cespe – DP/DF 2013) Considere que, negado o pleito de um indivíduo perante a
administração pública, o chefe da respectiva repartição pública tenha inadmitido o recurso
administrativo sob a alegação de que o recorrente não teria apresentado prévio depósito ou
caução, exigidos por lei. Nessa situação hipotética, o agente público agiu de acordo com o
ordenamento jurídico brasileiro, visto que, segundo entendimento do STF, a exigência de
depósito ou caução pode ser realizada desde que amparada por lei.

21. (Cespe – CADE 2014) Nos processos administrativos, os prazos, expressos em dias,
são contados em dias úteis, de acordo com a legislação de regência.

22. (FCC – TRT23 2016) Em dois processos administrativos distintos, de âmbito federal,
constatouRse a obrigatoriedade de ser ouvido órgão consultivo, devendo os respectivos
pareceres serem emitidos no prazo de quinze dias, porém não foram apresentados. No
primeiro processo, o parecer era obrigatório e vinculante e deixou de ser emitido no prazo
fixado. No segundo processo, o parecer era obrigatório mas não vinculante e também
deixou de ser emitido no prazo fixado. Nos termos da Lei no 9.784/1999 e
independentemente da responsabilização cabível,
a) apenas na segunda hipótese, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com
sua dispensa.
b) em ambas as hipóteses, os processos não terão seguimento até que os pareceres sejam
apresentados.
c) apenas na segunda hipótese, o processo poderá ter prosseguimento, mas a decisão só
será possível após a apresentação do parecer.
d) em ambas as hipóteses, os processos poderão ter prosseguimentoa no entanto, apenas
no segundo caso, poderá ser decidido com sua dispensa.
e) em ambas as hipóteses, os processos terão seguimento normalmente,
independentemente do momento da apresentação dos pareceres.

23. (FCC – TRT14 2016) No curso de determinado processo administrativo de âmbito


federal, a norma administrativa em discussão foi devidamente interpretada e, em seguida,
extinto o processo. Posteriormente, a Administração pública deu nova interpretação à
mesma norma, e desarquivou o mencionado processo administrativo para aplicáRla
retroativamente. Nos termos da Lei nº 9.784/1999,
a) só será possível a aplicação retroativa de nova interpretação quando deferida pelo Chefe
do Poder Executivo.
b) é possível aplicação retroativa de nova interpretação, desde que em prol do interesse
particular.

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c) sempre será possível a aplicação retroativa de nova interpretação.


d) só será possível a aplicação retroativa de nova interpretação quando postulada pelo
particular.
e) é vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

24. (FCC – TRT14 2016) Manoel e Manoela, além de irmãos, são partes interessadas no
mesmo processo administrativo em curso perante a Administração Pública Federal. No
curso do feito, Manoel desistiu do pedido. Em razão disso, a Administração estendeu a
desistência a ambas as partes e extinguiu o processo. Em outro processo administrativo, a
parte interessada, Ricardo, também desistiu do seu pedido, o que foi negado pela
Administração por considerar que o interesse público justificava a continuidade do feito. Nos
termos da Lei nº 9.784/1999, a conduta da Administração Pública Federal está
a) incorreta apenas no segundo caso, pois a desistência do pedido diz respeito a direito
disponível da parte e deve ser prontamente acolhida pela Administração.
b) correta em ambos os casos.
c) incorreta em ambos os casos, pois não é cabível desistência em processo administrativo
no âmbito da Administração Pública Federal.
d) incorreta apenas no primeiro caso, pois a desistência atinge somente quem a formulou.
e) incorreta no primeiro caso, vez que a lei veda duas partes no mesmo processo
administrativo e também incorreta no segundo processo, pois não é possível contrariar o
interesse da parte, haja vista tratarRse de direito disponível.

25. (FCC – Procurador TCM/GO 2015) Durante a tramitação de processo administrativo


disciplinar para apuração de ilícito administrativo supostamente cometido por um servidor,
foi proferida decisão desfavorável àquele. Transcorrido o prazo para recurso, o servidor não
interpôs a peça. Foi então certificado o trancurso do prazo e o processo foi encaminhamento
para cumprimento da decisão. A certidão lançada no processo administrativo
a) reconhece, na verdade, preclusão administrativa, que não se estende à esfera judicial, na
qual ainda pode ser questionada a decisão administrativa.
b) consubstanciaRse, em verdade, em decadência do direito de questionar a decisão, tanto
no âmbito administrativo, quando no âmbito judicial, para o qual se estende.
c) configura materialização da prescrição administrativa, impedindo o questionamento
judicial da decisão, na medida em que houve a opção de não recorrer.
d) tanto pode ser qualificada como prescrição, quanto como decadência, tendo em vista que
no âmbito administrativo pouco diferem, na medida em que ambos impedem o
questionamento judicial da decisão.
e) não é relevante para fins funcionais, tendo em vista que os processos disciplinares
exigem a observância do recurso ex officio em defesa do administrado.

26. (FCC – Procurador TCM/RJ 2015) O processo administrativo é informado por regras
e princípios, assemelhandoRse, neste ponto, ao processo judicial, mas com sensíveis

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distinções. No caso do processo administrativo disciplinar, há semelhanças ou distribuições


ainda mais específicas, tais como:
I. O processo administrativo disciplinar, diferentemente do processo administrativo comum,
não admite o indeferimento de provas consideradas impertinentes ou prescindíveis a
elucidação dos fatos, tendo em vista ter potencial condenatório, independentemente do grau
da pena.
II. O processo administrativo disciplinar admite o emprego da discricionariedade, nos moldes
do que autoriza a legislação pertinente, quando, por exemplo, permite a opção por pena
mais grave, desde que de forma fundamentada e coerente com o conjunto probatório dos
autos, não sendo permitido que o Poder Judiciário reforme essa decisão no que concerne
ao juízo de escolha de conveniência e oportunidade.
III. As nulidades no processo administrativo disciplinar, diferentemente do processo
administrativo comum e do processo judicial, não são admitidas em nenhuma hipótese,
sendo imperiosa a declaração das mesmas, em qualquer das fases do processo, mesmo
que delas não decorra nenhum prejuízo à defesa do servidor.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) I.
d) II.
e) III.

27. (FCC – TRT9 2015) Alguns princípios processuais têm conteúdo peculiar quando
dirigidos especificamente ao processo administrativo, como o princípio
a) da oficialidade, pois no processo administrativo não vigora o princípio da inércia, podendo
ser instaurado e movimentado de ofício, com vistas à completa instrução e conclusão do
processo.
b) da publicidade, que no processo administrativo é mais amplo do que no processo judicial,
na medida em que é vedada qualquer forma de sigilo de informações.
c) do contraditório e da ampla defesa, que no processo administrativo é sensivelmente mais
brando, quando não facultativo, tendo em vista que poderá ser garantido ao administrado,
posteriormente, na fase judicial.
d) da formalidade, que prevê obediência estrita à forma prescrita em lei para a instauração e
tramitação do processo administrativo, sob pena de nulidade, em razão de representar
garantia ao administrado, considerando que os demais princípios são flexíveis.
e) da tipicidade, que se aplica ao processo administrativo com maior rigor, no sentido de
exigir a que a infração administrativa seja precisamente descrita e tipificada, pois representa
garantia à defesa do administrado.

28. (FCC – Juiz TJ/PE 2015) Acerca do processo administrativo, tal como disciplinado na
Lei Federal no 9.784/99, é correto afirmar que

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a) a ausência de parecer obrigatório nem sempre impedirá o prosseguimento do processo


administrativo até final decisão.
b) se aplica ao processo administrativo o princípio que veda a reformatio in pejus, o que se
justifica em razão da observância do princípio do devido processo legal.
c) o processo administrativo deve ser formalista, o que se impõe, em observância ao
princípio da segurança jurídica.
d) em virtude da indisponibilidade do interesse público, é vedado ao particular interessado
no processo formular desistência ou renúncia.
e) se aplica no processo administrativo o princípio da identidade física do juiz, pelo qual o
órgão que promoveu a instrução deve ser o mesmo a decidir a questão controversa.

29. (FCC – Manausprev 2015, adaptada) A instauração de processo administrativo, nos


termos do que dispõe a Lei nº 9.784/99,
a) depende de provocação do interessado, sendo vedada a instauração de ofício ou
requerida por terceiros.
b) deve se dar por meio de ofício, vedada a participação de interessados indiretos no objeto
do processo.
c) deve se dar após autorização judicial quando houver potencial de aplicação de pena de
demissão a servidor público.
d) pode se dar a pedido de pessoa física ou jurídica titular do interesse em questão, ou
mesmo ser instaurada de ofício.
e) deve se dar por provocação do interessado ou do Ministério Público, vedada instauração
de ofício.

30. (FCC – TCE/CE 2015) O artigo 5º, inciso LV, da CF dispõe que “aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a elas inerentes”. A partir da
constitucionalização do processo administrativo muitos doutrinadores passaram a defender
o entendimento segundo o qual não há mais dúvida quanto à natureza processual do
denominado “processo administrativo”, razão porque não haveria mais espaço para teorias
tal qual a do procedimento. Considerando o regime jurídico incidente no denominado
processo administrativo a partir da Constituição Federal de 1998, é correto afirmar:
a) Não há mais distinção substancial entre o processo civil e o processo administrativo, uma
vez que o Estado deve assegurar também, neste último, o contraditório e a ampla defesa.
b) Os princípios da oficialidade e da inércia incidem tanto no processo administrativo como
no judicial, ambos iniciandoRse por provocação e desenvolvendoRse posteriormente por
impulso oficial.
c) A desistência ou a renúncia do autor no processo civil e do interessado no processo
administrativo implicam o arquivamento do processo, que não poderá prosseguir mesmo
que haja interesse da Administração.

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d) O princípio do formalismo vige tanto no processo civil como no processo administrativo,


incidindo, em ambos os procedimentos, da mesma forma e com a mesma intensidade.
e) No processo administrativo, há regras próprias de impedimento e suspeição, que visam a
garantir a imparcialidade na apreciação da autoridade competente, como também há no
processo jurisdicional regras próprias de impedimento e suspeição.

31. (FCC – TJ/AL Juiz 2015) Suponha uma lei estadual que considere obrigatória a
presença de defesa técnica por advogado em processo administrativo disciplinar no âmbito
do respectivo Estado, fornecendo, inclusive, meios para suprir essa defesa no caso de
hipossuficiência do acusado. Considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
inclusive a matéria sumulada, e tomando tão somente os elementos indicados nesta
questão, essa lei seria considerada
a) constitucional, eis que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não veda essa
opção política ao legislador.
b) inconstitucional, por versar matéria de competência privativa da União, qual seja,
especificamente, processo disciplinar.
c) inconstitucional, por considerar obrigatória a presença de advogado no processo
administrativo disciplinar.
d) inconstitucional, por propiciar meios públicos para a defesa do servidor, ainda que
hipossuficiente, em potencial litígio com o próprio poder público.
e) constitucional, por versar matéria de competência privativa expressa dos EstadosR
Membros, qual seja, processo administrativo em geral.

32. (FCC – TRE/AP 2015) Sobre o processo administrativo no âmbito da Administração


Pública Federal, disciplinado pela Lei nº 9.784/99, é correto afirmar que:
a) os atos administrativos a ele relacionados, sem exceção, devem ser divulgados
oficialmente.
b) é impulsionado de ofício, sem prejuízo da atuação dos interessados.
c) é incabível a cobrança de despesas processuais.
d) a constituição de advogado pelo administrado é obrigatória.
e) é vedada a formulação de alegações após a instauração do processo.

33. (FCC – Sefaz/PE 2015, adaptada) De acordo com as disposições da Lei 9.784/1999,
que regula o processo administrativo no âmbito da União,
a) o processo administrativo iniciaRse sempre a requerimento do interessado, sendo vedada
a instauração de ofício, salvo para os casos de aplicação de penalidades.
b) as organizações e associações representativas são legitimadas como interessados no
processo administrativo, no tocante a direitos e interesses coletivos.
c) a edição de atos de caráter normativo pode ser objeto de delegação, publicada no órgão
oficial, vedada a subdelegação.

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d) pode ser arguido o impedimento para atuar no processo administrativo do servidor ou


autoridade que tenha inimizade notória com algum dos interessados.
e) as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, sendo
que o comparecimento do administrado não supre sua falta ou irregularidade.

34. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) À luz da Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção
correta.
A) Os prazos fixados em meses ou anos contamRse de data a data. Se, no mês do
vencimento, não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, e referido mês terminar
em dia útil, terRseRá como termo final do prazo o primeiro dia útil do mês seguinte.
B) A revisão do processo administrativo que resultar em aplicação de sanção dependerá da
manifestação do apenado.
C) Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial do interessado,
incluindoRse na contagem o dia da notificação.
D) Para efeito de prioridade na tramitação dos procedimentos administrativos, são
consideradas idosas as pessoas com mais de sessenta e cinco anos de idade.
E) O recurso administrativo deve ser dirigido à autoridade que proferir a decisão recorridaa
se não reconsiderar a decisão, tal autoridade terá de encaminhar o recurso à autoridade que
lhe for superior.

35. (Cespe – CGEXPI 2015) A edição de atos de caráter normativo e a decisão de


recursos administrativos não podem ser objetos de delegação.

36. (Cespe – CGEXPI 2015) O processo administrativo poderá iniciarRse de ofício ou em


razão de requerimento do interessado.

37. (ESAF – MIN 2012) O desatendimento, pelo particular, de intimação realizada pela
Administração Pública Federal em processo administrativo
a) não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo
administrado.
b) não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, mas constitui renúncia a direito pelo
administrado, se se tratar de direito disponível.
c) importa o reconhecimento da verdade dos fatos, mas não constitui renúncia automática a
direito pelo administrado, tratandoRse de direito indisponível.
d) importa o reconhecimento da verdade dos fatos, e a renúncia a direito pelo administrado.
e) opera extinção do direito de defesa, por opção do próprio particular.

38. (ESAF – CGU 2012) A respeito dos prazos atinentes aos processos administrativos
em geral e sua forma de contagem, nos termos da Lei n. 9.784/99, assinale a opção correta.
a) Não há distinção na forma de contagem entre prazos fixados em dias e fixados em meses
ou anos.

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b) Prazo fixado em meses cujo vencimento se daria em 28 de fevereiro, tem seu termo em
10 de março.
c) Prazos fixados em dias ou meses contamRse de modo contínuo.
d) Os prazos começam a correr da data em que foi praticado o ato ou a tomada de decisão.
e) Ameaça de bomba que força o encerramento do expediente, antes da hora normal,
prorroga o prazo até o primeiro dia útil seguinte.

39. (ESAF – CGU 2012) A Lei n. 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal, aplicaRse, subsidiariamente, nos processos
administrativos específicos, a exemplo do Processo Administrativo Disciplinar. A respeito de
suas disposições, assinale a opção incorreta.
a) Considerando a ausência de disposição na Lei n. 8.112/90, a Lei n. 9.784/99 limitou em 3
(três) o número de testemunhas indicadas pelo acusado a ser ouvidas pela comissão.
b) É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
c) A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão
administrativo.
d) O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem
a renúncia a direito pelo administrado.
e) A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do
interessado.

40. (ESAF – CGU 2012) Determinado cidadão ostenta a condição de anistiado político,
vez que fora beneficiado por ato administrativo, praticado em 05/10/2005, que lhe atribuiu tal
condição, bem como determinou a reparação econômica dela decorrente.
Mediante acompanhamento das atividades da Administração Pública e usufruindo da
transparência imposta pela Lei do Acesso à Informação, o cidadão descobre, em consulta
ao sítio eletrônico do Ministério da Justiça, que havia sido formado grupo de trabalho para a
realização de estudos preliminares acerca das anistias políticas até então concedidas.
Irresignado e temeroso de que as futuras decisões do referido grupo de trabalho viessem a
afetar sua esfera patrimonial, o cidadão impetra mandado de segurança preventivo para
desconstituir o ato que instaurou o grupo de trabalho.
Acerca do caso concreto acima narrado, assinale a opção incorreta, considerando a
jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre a questão.
a) A criação do mencionado grupo de trabalho insereRse no poder de autotutela
administrativa.
b) Por força do art. 54 da Lei n. 9.784/99, há prazo decadencial para que a Administração
revise seus atos.
c) Caso o grupo de trabalho encontre ilegalidades na concessão da anistia, será preciso
ouvir o cidadão por ela beneficiado, garantindoRlhe o contraditório e a ampla defesa.

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d) Não houve ato ilegal ou abusivo da Administração passível de correção pela via do
mandado de segurança.
e) A Administração conduzirá os processos submetidos ao grupo de trabalho baseada no
princípio da oficialidade.

41. (ESAF – ATRFB 2012) Quanto ao recurso administrativo previsto na Lei n. 9.784, de
29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Federal, é incorreto afirmar que:
a) salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
b) em regra, a interposição de recurso administrativo depende de caução prestada pelo
requerente.
c) o recurso administrativo tramitará, no máximo, por três instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.
d) entre outros, têm legitimidade para interpor recurso administrativo as organizações e
associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos.
e) quando interposto fora do prazo, o recurso não será conhecido.

42. (Cespe – TJ/RR 2013) Com base no disposto na Lei n.º 9.784/1999, que regula os
processos administrativos, assinale a opção correta.
a) A competência, irrenunciável, pode ser delegada a outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não sejam hierarquicamente subordinados ao órgão originalmente competente,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.
b) O não atendimento da intimação para ciência de decisão importa o reconhecimento da
verdade dos fatos pelo administrado.
c) O andamento do processo administrativo deve ser feito mediante atuação do interessado,
vedada a impulsão de ofício.
d) A edição de atos de caráter normativo poderá ser delegada, desde que a delegação se
mostre conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.
e) O descumprimento do regime de tramitação prioritária dos processos em que figurem
como parte ou interessado maiores de sessenta anos de idade e portadores de deficiência
física ou mental sujeitará o magistrado ou servidor público responsável às penalidades
previstas em lei e à reparação das perdas e danos sofridos pelo beneficiado.

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GABARITO

2) E 3) E 4) E 5) e
1) E
7) C 8) E 9) C 10) E
6) C
12) C 13) E 14) E 15) E
11) C
17) E 18) C 19) C 20) E
16) C
22) a 23) e 24) d 25) a
21) E
27) a 28) a 29) d 30) e
26) d
32) b 33) b 34) e 35) C
31) a
37) a 38) e 39) a 40) b
36) C
42) a
41) b

Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo: Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

Borges, C. Curso de Direito Administrativo para AFRB 2014: teoria e questões comentadas.
Estratégia Concursos, 2014.

Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 22ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.


Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2013.
Júnior, C. F; Bernardes, S. H. Licitações e Contratos. Rio de Janeiro: Elsevier: 2008

Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.
Marrara, Thiago. As fontes do direito administrativo e o princípio da legalidade. Revista Digital de
Direito Administrativo. Ribeirão Preto. V. 1, n. 1, p. 23i51, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 40ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.

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