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INTRODUÇÃO
Este conhecimento não é nenhum segredo, bem pelo contrário. Basta ter Internet
para o encontrar. E não é preciso gastar dinheiro, nem submeter-se a outras pessoas,
incluindo lideres espirituais, sacerdotes, gurus, etc., nem é preciso realizar rituais, sejam
eles de que espécie forem. É, antes de mais, um processo de auto-conhecimento e auto-
aperfeiçoamento e não superstição nem irracionalidade.
Para que o conhecimento espiritual seja útil não basta memorizar a informação. É
necessário que o individuo a aceite para si e a interiorize. A aceitação deve ser
simultaneamente da razão (entender) e do coração (sentir). Primeiro é preciso estudar o
assunto, sem preconceitos, e, depois, então, temos bases para aceitar ou para rejeitar a
visão da vida que nos é proposta.
Felizmente, cada pessoa é livre de pensar, aceitar ou rejeitar o que bem entender.
Se ninguém quiser saber das minhas palavras para nada, é porque o texto foi mal escrito
ou simplesmente porque as crenças e o sentir das pessoas é demasiado diferente da
minha forma de ver o mundo. Dai não vem mal nenhum. Terá sido apenas um esforço
inglório.
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Espiritualidade racional sem superstições e preconceitos
PORQUÊ ESPIRITUALIDADE?
Conhecimento espiritual não é uma fórmula para ter sucesso material aqui na terra.
É a resposta às velhas questões essenciais: quem sou? O que faço aqui? De onde venho?
Para onde vou?, etc. A sobrevivência material é imprescindível, no nosso
estado actual, mas esse problema resolve-se através do trabalho. Eu não
vendo promessas, e ninguém faz milagres. Tudo está sujeito às leis da
natureza. Mesmo aquilo que a ciência ainda não consegue explicar, são,
simplesmente, fenómenos naturais desconhecidos.
A ideia que nos pode bloquear é a ideia de que a natureza espiritual do homem não
se pode mudar. Pelo contrário, a mudança para melhor é uma lei da natureza
incontornável, no que diz respeito às leis espirituais, como veremos adiante.
A felicidade, a meu ver, está muito ligada ao facto de agirmos tal como somos,
independentemente de juízos morais.
Aquele que age como um bruto, se é realmente um bruto, sente-se feliz assim,
porque é essa a sua natureza. Se ele não é assim, enquanto assim agir, não se pode sentir
feliz.
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Aquele que nos parece ter um comportamento moralmente irrepreensível, pode ser
de boa natureza, ou ter apenas um verniz de bondade, que estala com facilidade quando
os seus interesses forem colocados à prova.
É preciso também desmistificar que a boa prática moral não deve ser concretizada
por medo de julgamentos divinos. Se a intenção se resumir a isso, assim que as pessoas
são confrontadas com algo que afronta os seus interesses mais fortes e profundos,
dificilmente manterão a sua coerência e acabarão por violar as regras da boa moral e da
boa ética, pelo menos em ocasiões mais criticas.
Para dar sentido às minhas palavras, necessito de explicar qual é o meu modelo
teórico em relação à espiritualidade. Vamos a isso (sem preconceitos, de preferência)!
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O homem não é uma máquina biológica. Dizer isso, a meu ver, é confundir o corpo
de carne, que é um acessório, com o ser essencial.
Tudo o que acontece, resulta das leis que Deus estipulou, ao criar o universo. O que
consideramos mal, não é uma obra de entidades que escapam ao controle de Deus, ao
contrário do que dizem as religiões tradicionais, que inventaram a personagem do Diabo.
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com os interesses materiais da terra. Agora já não mais necessita de alimentar e proteger
o corpo de carne e estão mais livres para a usar a inteligência para outros fins, alcançando
mais longe e compreendo melhor a futilidade que deixaram na terra. Que importa o tempo
de uma reencarnação? Não é mais do que um pequeno instante na eternidade. É a
felicidade eterna que interessa conquistar. E isso depende do nosso esforço
pessoal e não de favores divinos. A vida eterna está garantida à partida.
Até aqui na terra compreendemos que vale a pena fazer sacrifícios para obter um
bem maior no futuro. Aquele que não sabe aproveitar a vida, no sentido do seu próprio
interesse, de um ponto de vista espiritual, é como o homem imprudente, que só vê o
momento presente, e que não pode esperar o bem futuro, se não trabalhou e se
disciplinou para isso.
Parece-me evidente que a ciência nem confirma nem desmente aquilo em que
acredito. Independentemente daquilo que cada cientista, a titulo individual,
acredita ou sabe sobre o assunto, enquanto representante sério e
honesto da ciência, tanto para confirmar como para desmentir,
precisa de provas. Para ter provas é preciso estudar o assunto a fundo. Por
enquanto há muito poucos investidores, públicos ou privados, interessados
nisso. Mesmo assim há investigações sérias realizadas nessa área, por
investigadores de ciência, universidades e empresas, que vão avançando
timidamente (ver bibliografia). Todavia ainda não foi o suficiente para convencer a
comunidade cientifica mundial e os investidores a apostar a fundo nesta área, canalizando
para o efeito todos os meios humanos e materiais necessários.
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Uma vez criado o universo, ficaram determinadas pelo Criador as leis que regem o
mesmo, muitas das quais a ciência convencional vai descobrindo progressivamente, no
que diz respeito à matéria.
Tal como a teoria cientifica da geração espontânea da vida sofreu um golpe fatal,
quando, ainda no séc. XIX, Pasteur demonstrou experimentalmente que a vida não foi
nem é gerada espontaneamente, estou convicto de que as teorias de geração espontânea
do universo também têm os dias contados. O futuro o dirá.
“O espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade
cósmica. Ela se distingue da crença das multidões ingénuas que consideram Deus um Ser
de quem esperam benignidade e do qual temem o castigo - uma espécie de sentimento
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exaltado da mesma natureza que os laços do filho com o pai, um ser com quem também
estabelecem relações pessoais, por respeitosas que sejam. Mas o sábio, bem convencido,
da lei de causalidade de qualquer acontecimento, decifra o futuro e o passado submetidos
às mesmas regras de necessidade e determinismo. A moral não lhe suscita problemas
com os deuses, mas simplesmente com os homens. Sua religiosidade consiste em
espantar-se, em extasiar-se diante da harmonia das leis da natureza, revelando
uma inteligência tão superior que todos os pensamentos humanos e todo seu
engenho não podem desvendar, diante dela, a não ser seu nada irrisório. Este
sentimento desenvolve a regra dominante de sua vida, de sua coragem, na medida em
que supera a servidão dos desejos egoístas. Indubitavelmente, este sentimento se
compara àquele que animou os espíritos criadores religiosos em todos os tempos.”
E será que a ciência é incompatível com a ideia de que somos espíritos imortais?
Para descrever os conhecimentos, que para mim adoptei, a este respeito, ocorre-
me contar uma pequena história de ficção cientifica, que talvez permita ilustrar
adequadamente o meu pensamento:
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nosso homem do séc. XIX, foi largado, sem que os operadores da máquina do tempo
dessem por isso.
Os comandos das máquinas estavam situados numa sala onde existia uma enorme
consola cheia de leds de várias cores (para quem não sabe, um led – iniciais de light
emissor diode - é uma lâmpada pequenina, como aquelas que vemos nos
electrodomésticos, no interior dos automóveis, etc.).
“O local onde nos encontramos, é um animal que mais parece uma máquina viva
que funciona de forma autónoma”. E já descobrimos onde é o
cérebro da mesma. Não sabemos explicar como tudo isto
funciona, mas já descobrimos que é esse cérebro que comanda
tudo. Efectivamente, as inúmeras luzinhas que existem no
mesmo, acendem, por zonas, de acordo com o funcionamento
de tudo o resto. A máquina viva parece alimentar-se da luz do
sol, tal como as plantas e as árvores. Os dejectos são de uma
espécie de cartão, que fica armazenado numa determinada
zona. De vez em quando chega outra máquina, voadora, no
interior da qual são colocados os dejectos. Serão o equivalente
às carochas que transportam os dejectos dos animais nas nossas florestas? O cérebro da
máquina parece falar, mas não entendemos o que diz, nem como produz os sons.
Contudo, parece querer interagir connosco, reagindo às nossas palavras.”
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Podemos fazer um paralelo entre esta história e a investigação levada a cabo pelos
neurocientistas de hoje. Tal como os homens do séc. XIX observaram os leds, os
investigadores têm observado as áreas do cérebro, que são activadas em determinadas
circunstâncias. Daí não se pode concluir que a nossa consciência, que nos leva a nos
concebermos como um “eu”, se explica por essa análise tão limitada.
Não há dúvida que o cérebro controla a máquina biológica de que faz parte. Até já
é possível fazer comandos electrónicos que ligam ou interligam os nervos humanos,
comandando assim funções motoras. Também acredito que a maior parte da nossa
atenção e do funcionamento do cérebro está ligado à sobrevivência física.
Contudo, a interpretação dos factos observados, por parte do António Damásio, por
exemplo, tal como a investigação dos homens do séc. XIX da história, pode estar limitada.
Se fosse demonstrada a esses homens que existia uma relação causa-efeito entre as
instruções de comando, por parte dos funcionários que tinham a seu cargo a configuração
de comando remoto da fábrica, eles poderiam ficar confusos com a tecnologia, mas a
investigação conduziria a um resultado completamente diferente, tornando até as
conclusões anteriores quase ridículas.
Os factos que ocorrem que me levam a chegar a essa conclusão, são de várias naturezas
distintas:
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Para mim não há santos nem milagres. Allan Kardec era um homem,
bem como Jesus. Contudo tanto um como outro encarnaram como a
missão de esclarecer a humanidade, salvas as devidas distâncias.
A certa altura tornaram-se moda, tanto na Europa, como nos EUA e noutros países
da chamada civilização ocidental, as reuniões para comunicar com os espíritos. A maior
parte dessas reuniões era uma galhofa, em que as pessoas perguntavam tudo aos
espíritos, desde as coisas mais fúteis até ao que ocorria, na altura, aos participantes.
Allan kardec (trato-o pelo pseudónimo e não pelo verdadeiro nome porque o
primeiro é muito mais conhecido), não era do tipo de pessoa que se prestava a esse tipo
de reuniões.
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Contudo, um dia, uma pessoa que para ele era credível, assegurou-lhe que,
naquelas reuniões havia manifestações inteligentes de entidades distintas dos encarnados
presentes na sala. Mais tarde Kardec resolveu ir desmascarar aquilo, achando, talvez, que
estava na hora de desmistificar aquelas reuniões, que estavam a levar pessoas sérias e
credíveis a pensar tais disparates.
Ser médium não significa ser espirita, nem ser espirita significa ser médium. Há
médiuns espíritas como os há ateus e de todas as religiões e crenças. Ser espirita é
simplesmente ser adepto das ideias essenciais da obra de Kardec, ou seja as relacionadas
com a espiritualidade. No que diz respeito à visão cientifica do mundo material, a obra de
Kardec seria, talvez, um pouco diferente, se ele vivesse actualmente, pois a tecnologia
evoluiu muito. Já o nível moral da humanidade cresce mais lentamente, quando
comparado com o desenvolvimento cientifico da mesma, segundo me parece.
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Logo à partida a doutrina espirita distingue-se das religiões tradicionais e dos cultos
das instituições religiosas, pois ela ensina que a evolução espiritual não depende das
instituições religiosas, de lideres espirituais, de sacerdotes, gurus, etc. Muito menos
depende de rituais.
Com isso não quero dizer que os sócios das associações espíritas têm de pagar, do
seu bolso, os custos de livros, de aluguer de auditórios, etc., para que os outros deles
possam usufruir. Não devem, em meu entender, é obter proveitos materiais pessoais, de
qualquer espécie.
Contudo, conheço várias pessoas que, nas suas horas livres, prestam
serviços em associações espíritas e que ainda suportam as quotas de sócios,
das suas associações. Acabam por pagar para prestar serviços. Isso é muito
bom, mas já é mais do que se poderia pedir, em minha opinião. É uma
demonstração da gratidão dessas pessoas pelo bem que lhe fez o conhecimento
da doutrina e por quem lha apresentou. Aproveito também para agradecer aqui,
a essas pessoas fantásticas e incansáveis que tenho conhecido. São eles, com o
seu exemplo, os elementos chave da divulgação espirita. São as formiguinhas e
não as cigarras de boa voz e bom discurso que fazem realmente a diferença, no
terreno e não apenas em palanques.
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As razões pelas quais estamos aqui não são iguais para todos. Dependem da
maturidade do espírito que encarna.
Existem aqui espíritos na infância espiritual, digamos assim, que ainda são
muito ignorantes. São aqueles que se sentem bem a cometer atrocidades contra os
outros. Aquelas pessoas a quem a consciência não acusa. Agem de acordo com a
sua própria natureza. Podem nem estar aqui por vontade própria.
As leis de Deus podem obrigar os espíritos a encarnar. Isso acontece, imagino eu,
porque, de outra forma, o espírito seria ignorante, e, por consequência, infeliz, para a
eternidade. Isso sim, seria o tal inferno inventado pelas religiões tradicionais. Não se
trata de uma concessão de Deus aquele espírito, em particular, mas de uma lei
geral e universal, a que ninguém escapa.
Existem por aqui espíritos já espiritualmente jovens, digamos assim, que são
as pessoas que desejam ser úteis e que sentem o desejo de fazer o bem (aquilo
que não reprovam em outrem e que gostavam que lhes fosse feito). Não quer dizer que
não tenham falhas, mas é a fazer o bem que se sentem realmente mais felizes.
Quando assim não procedem sentem-se muito mal e são infelizes. São pessoas sensíveis
ao sofrimento alheio. Quando fazem o bem retiram prazer disso.
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É importante fazer aqui uma distinção entre aceitar e conformar-se sem lutar e
procurar melhorar. É nossa obrigação lutar sempre por melhorar e conservar as nossas
condições de saúde. Para isso são necessários bens materiais e disciplina. Não podemos
ignorar as necessidades do corpo, senão ele morre antes do tempo, obviamente. Mas o
ideal é não viver apenas em função das necessidades do corpo. Caso contrário temos uma
perspectiva demasiado estreita da vida, em meu entender.
No topo desta escala simbólica, que é limitada aos que encarnam aqui na terra,
está Jesus. Espírito cuja encarnação era um estado que, aparentemente lhe limitava pouco
a percepção espiritual. Daí as curas que ele fazia, usando capacidades só possíveis em
estados de maior liberdade, em relação ao corpo. A elevação destes espíritos confere-lhes
uma autoridade muito grande sobre os outros, autoridade essa que só utilizam para bons
fins.
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Por fim deixo um resumo dos pilares do conhecimento espirita e da coerência dos
mesmos com alguns ensinamentos de Jesus, entendidos na minha perspectiva, que em
regra, foi adoptada da interpretação de Kardec. A quem estou eternamente grato.
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“1 E Havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2 Este
foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus;
porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
3 Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
4 Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura,
tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
5 Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e
do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
8 O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem,
nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
Há quem imagine que Jesus quer dizer baptismo, ao dizer “nascer da água”. Cada
um adopta o que bem entende, mas essa interpretação das palavras de Jesus não me
parece lógica, com base na leitura integral dos Evangelhos. Também temos de
compreender que Jesus falava para homens que viveram na terra há mais de 2000 anos.
Ainda hoje há muitas pessoas com pouca capacidade de abstracção, de forma a
aceitar a realidade, que é mais fantástica e intrigante do que qualquer obra
humana de ficção.
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Aqui na terra, em regra, cada trabalhador é (ou deve ser) seleccionado de acordo
com as capacidades. Assim, o cientista tem de ser alguém com uma enorme formação
cientifica. Não faria sentido colocar um analfabeto a trabalhar em ciência, num centro de
investigação. O analfabeto pode ser um espírito extremamente inteligente. Pode ser até
bastante mais inteligente do que um académico de elevado grau de formação cientifica.
Mas não tem meios para prestar um serviço dessa natureza.
Desde o elemento mais baixo na hierarquia de uma grande empresa bem gerida, no
sentido de garantir os interesses da mesma e obter bons lucros, as tarefas e as
remunerações são atribuídas em função das capacidades das pessoas.
Como existem bons espíritos que nos influenciam, através da indução de bons
pensamentos, existem outros que estão num baixo grau de maturidade e que nos
induzem maus conselhos. Em regra não conseguimos distinguir os nossos pensamentos
dos induzidos pelos espíritos. Mas há ocasiões, em que, se estivermos atentos, damos
connosco a ter pensamentos que não são coerentes com a nossa natureza, a nossa
maneira de pensar e os nossos hábitos.
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SUICIDIO
O que nós dizemos aos outros sobre as nossas crenças, nada ou pouco significa,
como é fácil de entender. O problema é se acreditamos firmemente que nada mais existe
do que a matéria. Todos aqueles que assim pensam têm dificuldade de se reconhecer do
lado de lá da vida, ao partir.
Mesmo os que são crentes sinceros podem sofrer problemas dessa natureza.
Cremos que a natureza e duração da perturbação depende do grau de maturidade do
espírito e das circunstâncias da morte e não do que ele diz acreditar. Quanto mais maduro
o espírito, mais fácil e maior é a satisfação de acordar no além. Sendo um espírito mais
maduro, é mais provável que os objectivos que delineou antes de encarnar sejam
alcançados. Não tendo feito mal a ninguém, não deixou ressentimentos durante a sua vida
carnal. De qualquer forma, entre dois espíritos hipoteticamente de igual maturidade,
aquele que aceita como possibilidade a crença na vida para além do corpo de carne, ainda
que não se sinta seguro a esse respeito, vai ter, decerto, mais facilidade em se reconhecer
após o desencarne. Aquele que rejeita sinceramente esta possibilidade, terá sempre
dificuldade.
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Os espíritos menos maduros que nos conhecem e que, eventualmente nos possam
odiar, pelo que lhes fizemos, ou que pensam que lhes fizemos, em regra, não têm ainda a
capacidade de perdoar e podem tentar vingar-se (tal como demonstram aqui na terra,
enquanto cá estão). Quanto apanham do lado de lá o espírito que odeiam, ainda
desorientado, podem fazê-lo sofrer muito.
Para além do mal que nos pode poupar a nós mesmos, em termos de saúde física e
prolongamento evitável de um sofrimento já passado, o perdão tem vantagens inegáveis
no que diz respeito à perspectiva espiritual da vida.
Quando tentam exorcismos e rituais contra eles, eles divertem-se imenso e não
ligam nada a isso.
Com paciência tentam convencer os espíritos da sua situação real e das vantagens
de se dedicarem a obras mais nobres do que atormentar e vingar-se das pessoas. O
doutrinador (pessoa que dirige os trabalhos e comunica com o espírito, através de um
médium) é parecido com o trabalho que um psicólogo que tenta mostrar ao paciente a
melhor forma de encarar a vida, para contornar ou resolver as suas dificuldades. O espírito
tem, contudo, que confiar e aceitar voluntariamente aquilo que lhe dizem, como o
paciente tem de aceitar voluntariamente os argumentos do psicólogo, que no fundo é um
facilitador do auto-conhecimento e aceitação da situação presente. Isso nem sempre é
fácil.
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Grande parte dos fenómenos que as pessoas atribuem aos espíritos nada têm a
haver com isso. Sobretudo aqueles em que não se vislumbra nenhuma acção que
possamos considerar característica de um ser inteligente.
O espirita não tem mais razões para temer a morte do que o descrente.
A posição espirita em relação à vida, que não é mais do que o que ensinou
Jesus de Nazaré, bem interpretado, conduz à solidariedade, à preservação do
corpo físico, evitando aquilo que o possa danificar e acelerar a sua inevitável
degradação, à compreensão de que o amor, a tolerância, o perdão, a paz são
objectivos indispensáveis ao progresso da humanidade.
Podemos dizer que esses valores morais são antigos. É verdade. Eles foram
ensinados de forma mais clara há mais de 2000 anos de idade, na terra. Mas há uma
grande diferença entre conhecer esses valores, interiorizá-los e aplicá-los em
concreto à nossa vida. A diferença na doutrina espirita é mostrar as vantagens da
mudança para a adopção progressiva desses valores, e que é esse o nosso interesse e
alvo principal, que devemos ter como objectivo mais do que esta estadia efémera na terra.
Cada um a seu tempo compreenderá estas coisas, porque é essa a lei que Deus
imprimiu no universo que Criou. A paz de espírito, amar e ser amado fraternalmente, eis a
face da verdadeira felicidade. Aquela felicidade que condiz com o que está imprimido na
nossa consciência, que liberta e nos aproxima de Deus.
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RELATO DO ALÉM
JOSEPH BRÊ
P. Caro avô, podeis dizer-me como vos encontrais no mundo dos Espíritos, dando-me
quaisquer pormenores úteis ao nosso progresso?
R. Tudo que quiseres, querida filha. Eu expio a minha descrença; porém, grande é a bondade de Deus, que
atende às circunstâncias. Sofro, mas não como poderias imaginar: é o desgosto de não ter melhor
aproveitado o tempo aí na Terra.
R. Sim, no juízo dos homens; mas há um abismo entre a honestidade perante os homens e a honestidade
perante Deus. E uma vez que desejas instruir-te, procurarei demonstrar-te a diferença. Aí, entre vós, é
reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, respeito arbitrário para muitos.
Honesto é aquele que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas
vezes a felicidade e a honra, visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado
hipócrita.
Em podendo fazer gravar na pedra do túmulo um epitáfio de virtude, julgam muitos terem pago sua dívida à
Humanidade! Erro! Não basta, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso
antes de tudo não haver transgredido as leis divinas. Honesto aos olhos de Deus será aquele que,
possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus
semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for activo na vida; activo no
cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao
trabalho; activo nas boas acções, sem esquecer a condição de servo ao qual o Senhor pedirá
contas, um dia, do emprego do seu tempo; activo finalmente na prática do amor de Deus e do
próximo.
Assim o homem honesto, perante Deus, deve evitar cuidadoso as palavras mordazes, veneno oculto sob
flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de ridículo. O homem
honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a quaisquer germes de orgulho, de inveja, de
ambição;
Deve ser paciente e benévolo para com os que o agredirem; deve perdoar do fundo da alma, sem esforços e
sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o preceito conciso e grandioso
que se resume "no amor de Deus sobre todas as coisas e do próximo como a si mesmo".
Eis aí, querida filha, aproximadamente o que deve ser o homem honesto perante Deus. Pois bem: tê-lo-ia eu
sido? Não. Confesso sem corar que faltei a muitos desses deveres; que não tive a actividade necessária; que
o esquecimento de Deus impeliu-me a outras faltas, as quais, por não serem passíveis às leis humanas, nem
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por isso deixam de ser atentatórias à lei de Deus. Compreendendo-o, muito sofri, e assim é que hoje espero
mais consolado a misericórdia desse Deus de bondade, que perscruta o meu arrependimento. Transmite,
cara filha, repete tudo o que aí fica a quantos tiverem a consciência onerada, para que reparem suas faltas
à força de boas obras, a fim de que a misericórdia de Deus se estenda por sobre eles. Seus olhos paternais
lhes calcularão as provações. Sua mão potente lhes apagará as faltas.
Amar Deus é facilitar a própria progressão espiritual, nos actos da nossa vida
material, compreender a infinita bondade e justiça das leis de Dele. Na verdade as
encarnações são oportunidades de progresso, no sentido da felicidade e no âmbito da
eterna vida do espírito.
Ao ler Kardec, devemos ter atenção a esta importante informação, que ele escreveu
e que foi retirada do livro “O evangelho segundo o espiritismo”:
que os Espíritos vulgares mais não sabem do que muitos homens; que entre eles,
como entre estes, há presunçosos e sofômanos, que julgam saber o que ignoram;
sistemáticos, que tomam por verdades as suas ideias; enfim, que só os Espíritos da
categoria mais elevada, os que já estão completamente desmaterializados, se
encontram despidos das ideias e preconceitos terrenos;
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Incompleto, porém, ficará esse exame em muitos casos, por efeito da falta de luzes de
certas pessoas e das tendências de não poucas a tomar as próprias opiniões como juízes
únicos da verdade. Assim sendo, que hão de fazer aqueles que não depositam confiança
absoluta em si mesmos? Buscar o parecer da maioria e tomar por guia a opinião desta. De
tal modo é que se deve proceder em face do que digam os Espíritos, que são os primeiros
a nos fornecer os meios de consegui-lo.
A concordância no que ensinem os Espíritos é, pois, a melhor comprovação.
Importa, no entanto, que ela se dê em determinadas condições. A mais fraca de
todas ocorre quando um médium, a sós, interroga muitos Espíritos acerca de
um ponto duvidoso. É evidente que, se ele estiver sob o império de uma
obsessão, ou lidando com um Espírito mistificador, este lhe pode dizer a mesma
coisa sob diferentes nomes. Tampouco garantia alguma suficiente haverá na
conformidade que apresente o que se possa obter por diversos médiuns, num
mesmo centro, porque podem estar todos sob a mesma influência.
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Aos bons espíritos agradeço que ajudem os seus protegidos a compreender estas
coisas através deste texto, se assim acharem por conveniente, que, quem sabe, possa ter
sido inspirado por eles, não obstante as minhas limitações como espírito e como ser
humano.
Aos leitores agradeço a atenção, e a paciência por terem chegado ao fim da leitura.
Obrigado Senhor, Pai de infinita bondade, por tudo, sem qualquer excepção!
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1) “O livro dos espíritos”, de Allan Kardec (primeiro a ler dos livros de Kardec, na minha
opinião);
2) “O evangelho segundo o espiritismo”, de Allan Kardec (interpreta os evangelhos de
Jesus, numa perspectiva espirita);
3) “O céu e o inferno”, de Allan Kardec (contém a transcrição de comunicações de
espíritos, de vários graus de maturidade, sobre a experiência do desencarne e sobre a
forma como percepcionam o mundo espiritual);
4) “O livro dos médiuns”, de Allan Kardec (para quem pretende conhecer melhor o
fenómeno da mediunidade, as suas causas e consequências);
5) “A génese”, de Allan Kardec (é um livro em que Kardec disserta e em que transcreve
dissertações de espíritos, uma parte das quais, são, na minha opinião, opiniões
pessoais que carecem de maior comprovação);
6) www.adeportugal.pt – Associação divulgação espiritismo em Portugal (pode encontrar
várias entrevista de membros da ADEP, nos meios de comunicação social, em Portugal)
7) http://www.healthsystem.virginia.edu/internet/personalitystudies/ : site da Universi-
dade da Virgínia, em que estão mencionados estudos de vários casos sugestivos de
reencarnação (crianças que dizem lembrar-se de uma vida anterior); O Dr Ian.
Stevenson, desencarnado ainda há pouco tempo, fez milhares de estudos sobre o
assunto ao longo da vida. Mas o site não se resume a este tipo de estudos
Um espirita, que se comporte como tal, não divulga a doutrina para obter lucros ou
remunerações de qualquer espécie, pelo tempo gasto nessa actividade. Nem dá sinais de
querer forçar a opinião alheia. Os espíritas não são profissionais do espiritismo, são
pessoas como quaisquer outras, que trabalham nas suas profissões. Alguns pertencem a
associações espíritas, a que se dedicam apenas nas horas livres.
Ser espirita não é pertencer a nenhuma organização, mas ser adepto dos
conhecimentos que tentei explicar, embora de forma sumária.
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