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Comercialização de Energia
Elétrica
11.01.2017
Versão: 2
CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA – CCEE
CARTILHA
São Paulo – SP
2017
1
ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 3
2. COMO FUNCIONA O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO? ...................................................... 4
3. VOCÊ CONHECE AS ATRIBUIÇÕES DA CCEE?.................................................................. 6
3.1. Informação aos Fiscos Estaduais: .............................................................................. 7
4. OBRIGAÇÕES SETORIAIS E TRIBUTÁRIAS - FIQUE ATENTO! ............................................ 8
4.1. Do transporte da energia elétrica ............................................................................. 8
4.2. Dos Encargos Setoriais ............................................................................................. 9
5. VEJA OS AMBIENTES DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ........................................... 13
6. TRIBUTAÇÃO DO PIS E COFINS NA COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ............................ 15
7. TRIBUTAÇÃO DO ICMS NO MERCADO LIVRE ............................................................... 17
7.1. Da obrigação principal de recolhimento .................................................................. 17
7.2. Da obrigação acessória (Nota Fiscal e/ou DEVEC) .................................................... 21
7.3. Cessão de montantes de energia ............................................................................ 23
8. TRIBUTAÇÃO DO ICMS NO MERCADO DE CURTO PRAZO ............................................. 26
8.1. Noções gerais sobre o recolhimento ....................................................................... 26
8.2. Obrigações acessórias (Notas Fiscais e relatório CONFAZ) ........................................ 28
9. BANCO DE NORMAS .................................................................................................. 32
10. PERGUNTAS FREQUENTES ......................................................................................... 34
Anexo I - Ofício CONFAZ nº 202/2015/CONFAZ/MF-DF ...................................................... 41
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1. APRESENTAÇÃO
Nota: Toda a legislação citada nesta cartilha foi verificada até dezembro de 2016. É de responsabilidade
do agente da CCEE a observância de qualquer alteração do conteúdo das normas, após essa data.
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2. COMO FUNCIONA O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO?
Verifica-se que o Ministério da Fazenda - MF, Receita Federal do Brasil - RFB, Conselho
Nacional de Política Fazendária - CONFAZ, por exemplo, não estão ligados diretamente à
estrutura de Governança apresentada, nos termos do Decreto nº 7.482/2011. Diante disso, a
conjugação das normas regulatórias com as fiscais se torna necessária para sua adequada
aplicação.
4
Veja o funcionamento do sistema físico do setor elétrico:
5
3. VOCÊ CONHECE AS ATRIBUIÇÕES DA CCEE?
6
3.1. Informação aos Fiscos Estaduais:
A CCEE detém o dever instrumental de prestar informações aos Fiscos Estaduais. Tais dados
fornecidos podem ser localizados no relatório CONFAZ e SUM001, disponíveis na
ferramenta de Divulgação de Resultados e Informações – DRI.
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4. OBRIGAÇÕES SETORIAIS E TRIBUTÁRIAS - FIQUE ATENTO!
Vejamos:
TUST1 e TUSD2 decorrem dos serviços Tributo é o valor devido aos cofres
de transmissão e/ou distribuição. públicos, previsto nas legislações
Encargos Setoriais: valores devidos nos Federal, Estadual e Municipal.
termos da legislação e regulação da
Aneel.
1
Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão
2
Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição
8
4.2. Dos Encargos Setoriais
*OPERACIONALIZAÇÃO:
REGRA GERAL
REGRA GERAL dos valores
Homologação Repasse dos valores para os
pela Aneel consumidores via
TUSD/TUST
3
Dentre os objetivos destaca-se a finalidade de prover recursos para cobertura dos dispêndios da Conta de
Consumo de Combustíveis – CCC e da Reserva Global de Reversão – RGR, incorporados na CDE.
9
REGRA ESPECÍFICA
ÍFICA
Contabilizados e liquidados na
CCEE para cobrança dos
agentes nas respectivas
liquidações do Mercado de
Curto Prazo e de Energia de
ESS e EER Reserva4. Tais dados podem
ser verificados no relatório de
Encargos, disponíveis na DRI,
bem como no InfoMercado –
dados gerais e/ou individuais.
4 As liquidações do Mercado de Curto Prazo e da Energia de Reserva são feitas pela CCEE e podem ser melhor compreendidas acessando o
site da CCEE e os respectivos Procedimentos de Comercialização e Regras.
10
Assim, os agentes da CCEE, na qualidade de sujeito passivo da obrigação tributária e o Fisco
Federal, Estadual e/ou Municipal, no papel de sujeito ativo, atuam nesta relação jurídica
tributária, sem interferência da Câmara de Comercialização.
“... À exceção dos impostos que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e
II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica,
serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do
País.” (Art. 155, § 3º, da Constituição Federal de 1988).
11
Destaca-se a incidência do ICMS apurado no consumo de energia elétrica, sendo o ônus
financeiro pertencente ao consumidor, com forma de recolhimento variável, a depender do
ambiente de contratação de energia elétrica.
Embora não afete as operações dos agentes na CCEE, destaca-se que no âmbito Municipal, há
uma possível incidência de Contribuição de Iluminação Púbica (CIP).
O Município é responsável por instituir este tributo, por meio de lei específica. A arrecadação
é realizada via de regra pela Distribuidora.
Para entender melhor o faturamento pela Distribuidora, veja a Resolução Normativa ANEEL
nº 414/2010, que estabelece as condições gerais de fornecimento de energia elétrica.
VOCÊ SABIA?
12
5. VEJA OS AMBIENTES DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA
No setor elétrico brasileiro, além das obrigações setoriais e tributárias citadas anteriormente,
destaca-se a observância quanto ao ambiente de comercialização dessa energia,
fundamental para a melhor compreensão das regras de incidência do ICMS.
Em síntese:
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(iii) Mercado de Curto Prazo (MCP): ocorre a liquidação das diferenças apuradas entre a
energia medida e a contratada por cada agente, com valoração via Preço de Liquidação
das Diferenças - PLD. Não há identificação de parte e contraparte, cabendo à CCEE
viabilizar a realização das compensações financeiras.
FIQUE ATENTO!
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6. TRIBUTAÇÃO DO PIS E COFINS NA COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA
A tributação do PIS e COFINS é decorrente do total de receitas auferidas pela pessoa jurídica,
nos termos das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003.
Neste caso, o agente deve oferecer a tributação de todos os valores entendidos como
receita tributável à RFB, destacando-se os regimes de apuração abaixo.
“... O regime especial em questão foi mantido após a extinção do MAE, o qual foi
sucedido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (...) Daí se retira o que
seja excedente de energia elétrica: na linha do já adiantado acima e limitando-se à
etapa de comercialização, o excedente é a diferença entre o montante de energia
elétrica contratada e o total efetivamente consumido. Essa “sobra”, sendo positiva
(a diferença negativa envolve a aplicação de penalidades ao agente responsável), é
vendida para o mercado, a preços fixados pela CCEE, o que gera receita para o agente
comercializador. Esta é a receita que poderá ser submetida ao regime cumulativo das
contribuições (...) às demais receitas da consulente aplicam-se as normas gerais
previstas na legislação de regência das contribuições, do que decorre, como regra e
considerando-se a tributação do Imposto sobre a Renda mediante apuração pelo lucro
real ...” (Solução de Consulta SRRF/9ª RF/DISIT nº 170/2006).
5 Hipóteses extraídas do art. 8º, da Lei 10.637/2002 e art. 10, Lei nº 10.833/2003.
6
Fragmentos extraídos do art. 1º, §2º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003.
15
Veja o entendimento da RFB sobre o conceito de insumo aplicável para a energia
elétrica:
“... a energia adquirida de terceiros atende aos requisitos para ser considerada
insumo, pois se trata de um bem que é aplicado na prestação de serviço, pela
consulente, não estando incluído no ativo imobilizado desta última. Portanto, pode
a empresa efetuar o cálculo de crédito em relação às aquisições de energia que fizer,
para descontá-lo do valor a recolher da contribuição para o PIS/Pasep, devendo,
porém, observar que tal prática lhe foi facultada a partir de 1º de janeiro de 2003,
que alcança somente as aquisições feitas de pessoas jurídicas domiciliadas no país e
que não inclui as operações que efetua no âmbito do MAE/CCEE, que são objeto do
regime especial de tributação previsto no artigo 47 da Lei nº 10.637, de 2002.”
(Solução de Consulta SRRF/8ª RF/DISIT nº 116/2005).
LEMBRE-SE!
Por meio do tutorial sobre Relatórios na DRI, disponível no Portal
A competência de
de Aprendizado, é possível encontrar relatórios que auxiliem na interpretar norma
gestão das operações e localização das eventuais receitas tributária não é da
auferidas, tais como os relatórios SUM_001 e LFIN_001. CCEE, mas do Fisco e
dos contribuintes
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7. TRIBUTAÇÃO DO ICMS NO MERCADO LIVRE
Sobre o tema, o CONFAZ, por meio dos Convênios ICMS nº 83/2000, nº 15/2007 e nº 77/2011,
apresenta formas de harmonização das obrigações fiscais para seu regular cumprimento
aplicáveis na ocorrência do consumo de energia elétrica proveniente do ACL.
(i) Convênio ICMS Nº 15/2007, que apresenta: (a) a forma de apuração do ICMS pelo
fornecedor nos contratos bilaterais no ACL; (b) os critérios específicos na emissão de
notas fiscais; e (c) necessidade da CCEE emitir relatório fiscal a cada liquidação.
(iii) Convênio ICMS nº 83/2000, que aborda questões referentes ao regime de substituição
tributária nas operações interestaduais com energia elétrica não destinada à
comercialização ou à industrialização e critérios para recolhimento do imposto, dos
Estados signatários ao referido Convênio.
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RICMS ESTADO/SEFAZ RICMS ESTADO/SEFAZ
FIQUE ATENTO!
Os convênios celebrados, no âmbito do CONFAZ, autorizam aos Estados, quando
signatários, a instituição de regras específicas contidas na norma.
Conforme regra geral do ICMS prevista pela legislação, quando a energia é destinada aos
consumidores, destaca-se a responsabilidade dos fornecedores por este recolhimento. Esta
situação não dispensa a observação por parte do agente das premissas adotadas pelo
Convênio ICMS nº 15/2007, em que o imposto é devido no próprio local de consumo da
energia elétrica, com obrigatoriedade de emissão de nota fiscal quando o Estado de consumo
for signatário do Convênio – Fique atento!
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APURAÇÃO DO ICMS – CONTRIBUINTES
(Convênio ICMS nº 15/2007)
LEMBRE-SE!
Contribuinte é qualquer pessoa
que pratique com habitualidade
operação de circulação de
mercadoria, com caráter
comercial.
Por outro lado, nos Estados signatários do Convênio ICMS nº 77/2011, instituiu-se a
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.
O Convênio ICMS nº 77/2011, em grande parte dos casos, atribui a responsabilidade pelo
recolhimento do ICMS às distribuidoras, sendo possível, no entanto, a atribuição aos
geradores ou aos próprios consumidores, conforme exemplo ilustrativo a seguir:
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(i) Substituto tributário: APURAÇÃO DO ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
(Convênio ICMS nº 77/2011)
responsável tributário (terceiro
não ligado diretamente a
operação comercial), indicado
pela lei para efetuar o
recolhimento, em nome do
contribuinte.
NOTA: Acesse o Convênio ICMS nº 133/1997, que aborda as formalidades quanto a publicação
e ratificação dos Convênios e Ajustes SINIEF, disponível no site do CONFAZ.
Dessa forma, a tributação do ICMS na contratação bilateral do ACL pode ocorrer com o
recolhimento efetuado diretamente pelo contribuinte ou substituto tributário.
A responsabilidade tributária aos geradores é passível de atribuição, quando este: (i) pratique
a última operação; (ii) faça uso de linha de distribuição ou transmissão por ela operada; (iii)
não esteja ligada ao SIN; (iv) não tenha por objeto nova comercialização ou industrialização;
e (v) execute a operação por força do contrato de compra e venda do respectivo destinatário
no ACL.
Por sua vez, a atribuição da responsabilidade tributária aos consumidores poderá ser adotada
pelo Estado, quando destinatário da energia: (i) estiver conectado diretamente à Rede Básica
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de transmissão; e (ii) promova a entrada de energia elétrica no seu estabelecimento ou
domicílio para fins do seu próprio consumo.
Na contratação de energia no ACL, são indicados os Convênios abaixo, que tratam dos
modelos de notas fiscais citadas pelo Convênio ICMS nº 15/2007 e nota fiscal de energia
elétrica sinalizada pelo Convênio ICMS nº 06/1989.
Nota Fiscal
Modelo 55 Modelo 6
(Convênio ICMS nº (Convênio/SINIEF 06/89)
15/2007) (Convênio ICMS 115/03)
NOTA: Há Estados que aderiram à nota fiscal eletrônica. Assim, cabe ao agente verificar
especificidade da norma interna de seu Estado.
Dentre os dados a serem indicados nos documentos fiscais, destaca-se o Código Fiscal de
Operações e de Prestações (CFOP), que sinaliza o tipo de operação praticada pelo emitente
da nota fiscal.
A codificação atribuída pelo CFOP pode ser referência em declarações, guias e escrituração de
livros, a depender da forma da regulamentação interna do Estado.
Quanto a compra e venda de energia no ACL, destacamos, sem prejuízo de outros aplicáveis
conforme a atividade do agente:
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CFOP (Convênio S/Nº, 15.12.1970)
1.250 - Compra de energia elétrica (Nota entrada - Operação estadual)
2.250 - Compra de energia elétrica (Nota Entrada - Operação interestadual)
5.250 - Venda de energia elétrica (Nota saída – Operação estadual)
6.250 - Venda de energia elétrica (Nota saída – Operação Interestadual)
Outra obrigação acessória é a reservada aos destinatários de energia elétrica quando situados
em Estados signatários do Convênio ICMS nº 77/2011. Neste caso, deverão apresentar
declaração ao Fisco Estadual do valor devido, cobrado ou pago pela energia elétrica por ele
consumida no mês imediatamente anterior, costumeiramente denominada DEVEC.
(i) Consumidores de Estados com DEVEC instituída via sistema fornecidos pelo Fisco
Estadual;
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Veja abaixo a operação fiscal praticada por cada Estado signatário:
23
(i) PORTARIA Nº 185/2013 – MME
Os Consumidores Livres e Consumidores Especiais poderão ceder, a preços livremente
negociados, montantes de energia elétrica e de potência que sejam objeto de Contrato
de Compra e Venda de Energia Elétrica, registrado e validado na Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, de acordo com as diretrizes estabelecidas
nesta Portaria, demais normas e regulamentos setoriais (Art. 2º).
Sob a ótica tributária, diante da cessão da energia elétrica a preços livremente negociados,
por exemplo, verifica-se a incidência de ICMS, nos moldes a seguir:
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SOLUÇÃO – OFÍCIO Nº 202/2015/CONFAZ/MF-DF
Cabe destacar ainda, a observância de eventual normativo específico que aborde a questão
da emissão de notas fiscais e CFOP resultante da operação de cessão, pois há Estados, por
exemplo (i) com normatização específica; e (ii) que utilizam as normas gerais para emissão de
notas.
NOTA: Na entrega da DEVEC, alguns Estados fazem referência ao Código do Ativo, que é o
número de identificação do ponto de consumo na CCEE, com até 5 dígitos, bem como
descrição da Unidade Consumidora, que corresponde ao número do medidor da distribuidora.
25
8. TRIBUTAÇÃO DO ICMS NO MERCADO DE CURTO PRAZO
26
É importante observar que eventuais ajustes de recontabilização na operação do agente
podem impactar na apuração da base de cálculo do ICMS proveniente do MCP.
Ressalta-se ainda que, com a recente alteração do CONFAZ, ficam excluídas as parcelas
relativas aos ajustes de inadimplência, sobre as quais não incide o imposto e as que já
tenham sido tributadas em liquidações anteriores, bem como juros e multa moratórios.
FIQUE ATENTO!
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NOTA: A existência do Convênio citado acima não
dispensa a observância da regulamentação
interna do Estado que, eventualmente, pode
adotar as regras do referido Convênio acumulada
com as regras do Convênio ICMS nº 77/2011
(Exemplo 1) ou especificar normas do próprio
Convênio ICMS nº 15/2007 (Exemplo 2).
EXEMPLO 1 EXEMPLO 2
Neste tópico, destaca-se a emissão de notas fiscais por todos os agentes participantes do MCP,
independentemente da posição credora (venda de energia) ou devedora (compra de energia),
nos termos do Convênio ICMS nº 15/2007.
De igual modo, o normativo, detém referências especiais, quando da emissão de notas fiscais
e o Estado for signatário ao referido Convênio, tais como no campo:
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(iv) Natureza da operação: indicação compra ou venda de energia elétrica, com
indicação dos CFOP correspondentes.
Nessa linha, o Convênio ICMS nº 15/2007 aborda a possibilidade de emissão das notas fiscais,
no modelo indicado abaixo:
Nota Fiscal
Modelo 55
(Convênio ICMS nº 15/2007)
Aplicam-se os CFOP’s específicos para compra e venda de energia, que constam nos grupos
destacados a seguir, sem prejuízo de outros aplicáveis conforme atividade do agente:
29
Veja o entendimento recente da SEFAZ SP sobre notas fiscais no MCP:
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RELATÓRIO NOTA EXPLICATIVA FUNDAMENTO
CONFAZ
CFZ005 - Preço Apresentação do PLD R$/MWh, considerando cada *Cláusula Quarta, inciso I, alínea a,
submercado e patamar de carga, em relação a cada do Convênio ICMS nº 15/2007.
período.
CFZ006 - Apresentação dos dados, a seguir: *Cláusula Quarta, inciso II, alínea a,
Geração (i) mês/ano de operação, evento, Sigla, CNPJ e dados do Convênio ICMS nº 15/2007.
de identificação do Agente; e
(ii) identificação e localização dos pontos de geração
de energia.
CFZ007 - Apresentação dos dados, a seguir: *Cláusula Quarta, inciso I, alínea c,
Contratos (i) mês/ano de operação, evento, Sigla, CNPJ, dados do Convênio ICMS nº 15/2007.
de identificação do agente Comprador e Vendedor, *Cláusula Quarta, inciso I, do
dados de cadastro e cessão de energia. Convênio ICMS nº 77/2011.
*Ato Cotepe nº 31/2012.
*Portaria nº 185/2013, do MME.
*Resolução Normativa nº
611/2014, da ANEEL.
*Regra - Contratos.
CFZ008 - Apresentação de dados, a seguir: *Cláusula Quarta, inciso I, do
Alocação (i) percentuais de alocação dos contratos aos ativos Convênio ICMS nº 77/2011.
modelados na CCEE, de acordo com declaração *Ato Cotepe nº 31/2012.
prestada pelo agente.
CFZ009 - Apresentação dos dados, a seguir: *Cláusula Quarta, inciso I, alínea c,
Contratos com (i) mês/ano de operação, evento, Sigla, CNPJ, dados do Convênio ICMS nº 15/2007.
Cessão de identificação do agente comprador, dados do *Cláusula Quarta, inciso I, do
contrato bilateral objeto de cessão, quantidade de Convênio ICMS nº 77/2011.
energia original, cedida e restante. *Ato Cotepe nº 31/2012.
*Portaria nº 185/2013, do MME.
*Resolução Normativa nº
611/2014, da ANEEL.
*Regra - Contratos.
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9. BANCO DE NORMAS
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(v) Regime Especial de PIS e COFINS da CCEE
Lei nº 10.637/2002 – Trata da tributação do PIS/PASEP.
Lei nº 10.833/2003 – Trata da tributação da COFINS.
Instrução Normativa da RFB nº 247/2002 – Regulamenta o Regime Especial de
apuração do PIS e COFINS no âmbito da CCEE.
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10. PERGUNTAS FREQUENTES
1. Quais os normativos que tratam das diretrizes gerais para apuração do ICMS na
comercialização de energia?
No tocante à apuração do ICMS sobre energia elétrica, temos os Convênios ICMS nº 15/2007
e nº 77/2011, que devem ser observados pelos contribuintes, quando pertencentes a Estados
signatários, em linhas gerais abordam:
(ii) Convênio ICMS nº 77/2011: trata sobre a substituição tributária pela distribuidora,
sendo que nessa hipótese a distribuidora é responsável pelo recolhimento integral do ICMS,
cabendo ao consumidor informar o valor pago, devido ou cobrado pela energia à Secretaria
da Fazenda de cada Estado, para a apuração do valor devido de ICMS. No caso de não serem
enviados os valores, ou na hipótese desses não merecerem fé, é utilizado o valor da tarifa da
distribuidora para o recolhimento do ICMS.
Importante observar as definições aprovadas pela Aneel, por meio do Caderno de Regras que
trata da Consolidação de Resultados e Balanço Energético, indicadas na Resoluções
34
Normativas nº 428/2011 e nº 719/2016, com observância da descrição dos acrônimos: (i)
TM_MCPa,m: Resultado financeiro da exposição energética no MCP; (ii) TGGa,s,r,w:
Informação consolidada de cada perfil de agente; (iii) TGGGCa,s,r,w: Informação consolidada
correspondente ao consumo da geração de cada perfil; (iv) TRCa,s,r,w: Informação
consolidada correspondente ao consumo de cada perfil; (v) PCLa,s,r,w: Informação resultante
da diferença entre os contratos de venda e de compra; e (vi) MREa,s,r,w: Totalização dos
ajustes aplicados às usinas, participantes do MRE, bem como a alteração promovida pelo
Convênio ICMS nº 127/2016 no Convênio ICMS nº 15/2007, com efeitos a partir 01.02.2017.
A CCEE não possui competência legal ou regulatória para definir o dado ou valor a ser
apontado na base de cálculo do ICMS utilizado pelo agente, cabendo a este a análise para
tomada de decisão. Com o intuito de auxiliar, o §1º, cláusula 1ª, do Convênio ICMS nº 77/2011,
indica a utilização da base de cálculo o valor da última operação, nele incluídos, o valor devido,
cobrado ou pago pela energia elétrica, os valores e encargos cobrados pelas empresas
responsáveis pela operação da rede ou da linha de distribuição ou de transmissão à qual
estiver conectado o destinatário, e quaisquer outros valores e encargos inerentes ao consumo
da energia elétrica, ainda que devidos a terceiros. O normativo não identifica a distinção dos
valores movimentados na contratação bilateral ou MCP. Assim, cabe a observância da
existência de legislação interna específica sobre o tema no Estado. Como exemplo, cita-se a
Resposta de Consulta Tributária do Estado de São Paulo nº 4.934/2015, de 22.01.2015, que
desconhece a liquidação financeira do MCP, conforme trecho a seguir:
"... Ainda da leitura do referido artigo, é possível verificar que a base de cálculo do
ICMS na operação é o valor devido, cobrado ou pago pela energia elétrica, somado
dos encargos, ainda que devidos a terceiros. Não há previsão de pagamento do
imposto estadual em valores diferentes dos discriminados pelo dispositivo, nem
mesmo dos valores recebidos a título de ajuste positivo ou negativo em liquidação
da CCEE, não deverá haver, portanto, nesta situação, por parte da consulente,
pagamento de ICMS, tampouco haverá direito ao crédito do imposto."
35
4. Há conflito sobre os Convênios ICMS nº 15/2007 e nº 77/2011?
A legislação interna do Estado é norma a ser observada pelos contribuintes. Os Convênios são
diretrizes gerais para harmonização das obrigações fiscais, desde que os Estados sejam
signatários e não rejeitem os dispositivos, conforme prevê o Convênio ICMS nº 133/1997.
A CCEE não é parte nas contratações de energia elétrica efetuadas por seus associados,
apenas viabiliza a operação de comercialização e não detém a obrigação legal de reter
tributos decorrentes da comercialização praticada pelos associados, de modo, que não deve
figurar como parte nas notas fiscais das operações dos agentes, cabendo a estes a análise e
recolhimento dos tributos incidentes, bem como cumprimento de obrigações tributárias
acessórias (a exemplo de registros contábeis, fiscais e emissão de notas).
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7. Há legislação que trata da dispensa de emissão de notas fiscais, a depender da
operação?
Tratam-se de obrigações acessórias distintas, ambas de caráter obrigatório. Ver tópico 7.3. da
Cartilha, que trata das obrigações acessórias. Quanto à entrega da DEVEC, destaca-se que em
Goiás7 e Bahia8, por exemplo, a substituição tributária aos consumidores de energia tornou
dispensável a regulamentação do tema quanto à entrega da DEVEC, pois o próprio consumidor
da energia efetua o recolhimento do tributo, e não a distribuidora, como costumeiramente
praticado pelos demais Estados.
8
No parecer nº 07211/2013, de 26.03.2013, o Estado da Bahia indica a responsabilidade pelo recolhimento o próprio consumidor.
37
promovidas no Estado signatário. Temos conhecimento, que a retificação é permitida pelos
Estados, apenas no período que antecede a data de entrega da declaração.
Além dos indicados no Convênio ICMS nº 15/2007, que indicam a possibilidade do uso da
expressão “Relativa à liquidação do MCP”, no campo descrição do produto, observa-se a
utilização dos dados do emitente da nota fiscal, conforme indicações realizadas no tópico 8.2,
bem como quadro destinatário e remetente e CNPJ e número do cadastro de contribuinte do
ICMS do apuração de eventual especificidade existente emitente é também importante
verificar nas normas internas do Estado do contribuinte.
A regulamentação setorial sobre cessão dos montantes de energia não alterou os efeitos da
legislação tributária, que indica que a comercialização de energia elétrica deve ser oferecida
à tributação do ICMS, nos termos da Lei Complementar nº 87/1996. O recolhimento do ICMS
na operação de cessão acompanha as regras de tributação da comercialização de energia, as
quais podem ser identificadas nos Convênios ICMS nº 15/2007 e nº 77/2011, com observância
do Regulamento do ICMS e legislação interna do Estado de consumo.
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13. Há bitributação na cessão de montantes de energia praticada pelo consumidor livre e
especial?
14. A adesão ao Regime Especial da CCEE gera o recolhimento exclusivo do PIS e COFINS
pelo excedente de energia vendida no MCP?
A adesão ao regime especial da CCEE não gera o recolhimento exclusivo de PIS e COFINS sobre
os montantes auferidos no MCP, pois devem ser oferecidos à tributação todos os demais
valores considerados pelo agente como representativos de seu faturamento mensal, nos
termos da Lei nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003.
15. É possível a tomada de crédito de PIS e COFINS sobre todos os valores pagos no
âmbito da CCEE?
A tomada de créditos é permitida somente para contribuintes que apurem o PIS e COFINS
pelo regime não cumulativo. A leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003 apresentam os fatos
passíveis de creditamento, bem como a energia adquirida para prestação de serviços e não
incorporada no ativo imobilizado. Sobre o tema a RFB se pronunciou na Solução de Consulta
Tributária SRRF/8ª RF/DISIT nº 116/2005, quando o contribuinte for adepto ao regime
especial de tributação da CCEE.
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16. Quais os efeitos das Consultas Tributárias?
40
Anexo I - Ofício CONFAZ nº 202/2015/CONFAZ/MF-DF
41