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HISTÓRIA E TRADIÇÕES
DA CIDADE DE SÃO PAULO
VOLUME I
EDITORA HUCIT1EC
PREFEITU RA D O M U N ICÍPIO DE SÃO PAULO
Secretaria M unicipal de C ultura
s:)
Ernani Silva Bruno, nascido cm 1912 em Cu-
' ritiba (Paraná), jornalista e escritor, membro
da Academia Paulista de Letras, é autor de
História e Tradições da Cidade de São
Paulo (1953):
Imagens da Formação do Brasil (1962);
Viagem ao País dos Paulistas (1962), Prê
mio de Ensaios “ Otávio Tarquínio de
Sousa” , da Livraria Editora José Olympio;
História do Brasil: Geral e Regional, 1 vo
lumes (1966/67)e
0 Equipamento da Casa Bandeirista Se
gundo os Antigos Inventários (1977)
VOLUME I
ERNANI SILVA BRUNO
HISTÓRL\ E TRADIÇÕES
DA CIDADE DE SÃO PAULO
VOLUME I
ARRAL\L DE SERTANISTAS (1554-1828)
Terceira edição
EDITORA HUCITEC
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Secretaria Municipal de Cultura
São Paulo, 1984
© Direitos autorais, 1983, de Ernani Silva Bruno. Direitos de publi
cação reservados pela Editora de Humanismo, Ciência e Tecnologia
“ Hucitec” Ltda., Rua Comendador Eduardo Saccab, 344. 04602 São
Paulo, Brasil. Telefone: (011)61-6319.
VOLUM E I
INTRODUÇÃO
P R I M E IR A PARTE
A R R A IA L D E S E R T A N IS T A S (1554-1828) .... 71
VOLUME II
SEGUNDA PARTE
V O L U M E III
TERCEIRA PARTE
A P E N D IC E
VOLUME I
FO RA DO T E X T O
E ntre as págs.
Capitania de São Vicente — mapa de Albernaz, 1631 ---- 37/38
Reprodução fotográfica do mural de Clóvis Graciano: A
Partid<i da Bandeira .................................................................... 83/84
-Assinaturas dos membros do 1.® governo da vila de São Paulo
(1556) ............................................................................................ 401/402
Reprodução de uma ata da Câmara da vila de São Paulo
(1564) ............................................................................................ 415/416
X OTA DOS E D IT O R E S À 1.^ ED IÇ Ã O
E. S. B.
São Paulo, janeiro de 1953.
cidade — no conceito de Geddes e
B randford — acumula e incorpora a
herança de uma região, combinando
pssa herança em certa medida e de certa form a com
a herança cultural de unidades maiores, nacionais, ra
ciais, religiosas e humanas. Ou, na sintese de Lewis
M um ford: “ N a cidade fôrças e influências remotas
se fundem com o local”\ Nem aquelas fôrças e in
fluências remotas nem êsse elemento local podem ser
perdidos de vista quando se procura reconstituir a vida
de imia cidade em várias fases de sua história. As
etapas da evolução humana, através de suas m anifesta
ções religiosas ou politicas e de suas diferenciações
raciais e culturais condicionam e limitam a estrutura,
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ARRAIAL DE
SERTANISTAS
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a fase histórica que a gente podia
delimitar aproximadamente entre os
anos de 1554 e 182*8 São Paulo (de
primeiro São Paulo do Campo ou São Paulo de
P iratininga) mais do que outra coisa qualquer foi
uma espécie de arraial de sertanistas. Mais do que
um entreposto comercial no jeito das feitorias da costa.
Mais do que um núcleo urbano no sentido clássico da
expressão.
N ão podia ser de outra forma. A sua fundação
— proeza quase miraculosa, como escreveu Silvio R o
mero, pois era “ fato excepcional em pleno século
dezesseis”^ — marcou o comêço de uma fase nova no
povoamento da América pelos portuguêses, até então
e em outras regiões até muito depois arrranhando
as praias como caranguejos, na tão repetida compa
ração do velho cronista. Deve-se recordar que quando
os primeiros povoadores vieram se estabelecer nos
campos de Piratininga^ havia na capitania vicentina
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— Fernão Dias Pais, o sertanista famoso, íoi quem reform ou em 1650 a igreja
e o convento dos Beneditinos.
( retrato S U P O S IT ÍC S O , DE CLOVIS G R A C IA N O ).
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distribuição dos a-
limentos e das be
bidas — através de fei
ras, de quitandas, de
tavernas, de hospedarias
— e das outras coisas
produzidas na povoação
— panos grosseiros, cha
péus, rêdes, louça de
barro — ou ini|x>rtadas do Reino ou por meio do co
mércio português, se fêz em São Paulo mediante
sistemas que certamente se desenvolveram a partir de
fins do quinhentismo, mas que só em fins do setecentis
mo e comêço do oitocentismo começaram a se revestir
de traços mais caracteristicamente urbanos. A or
denação maior das atividades de quitandeiros, de fei
rantes, de estalajadeiros, de lojistas, de oficiais me
cânicos e de fabricantes foi um processo bastante
lento. Decorreram quase duzentos anos para que em
lugar dos artífices que nas horas vagas tinham “ coisas
de comer e beber” nos tempos primitivos, surgisse
um estalajadeiro cem por cento como o Bexiga, apesar
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centismo não foram menores os danos causados à
p^uTãção paulistana pelas epidemias de varíola,
m u it^ vêzes trazidas por negros procedentes das
Minas ou do Htoral, e combatidas por meio de drogas
caseiras, de medidas extravagantes das autoridades,
de preces públicas. Ao lado da varíola, a lepra, as
icterícias, as febres que se transmitiam provàvelmente
em conseqüência de condições criadas pela alimentação
e pela água_de_que se serviarn os moradores de menos
recursos. E tudo agravado ainda pela pobreza de
recursos hospitalares — apesar da existência de algu
mas casas de saúde improvisadas — e pela dificuldade
de qualquer policiamento sanitário. As atividades
policiais comuns continuaram sendo dirigidas sobre
tudo contra bandos de índios e então também de
negros armados, freqüentemente aquilombados nos
arredores da cidade e assaltando viajantes pelos ca
minhos, e contra a.chusm a de forasteiros de tôda
parte que transitavam por São Paulo a caminho das
minas de ouro. No primeiro quartel do século deze-
nove instituiu-se a vacinação dos habitantes e pare
ceram dominados — pelo menos temporariamente —
o^ surtos de bexigas, mas um fator novo de insalu-
bridade surgiu desafiando o poder m^Tcipal: aquêle
representado pelos pântanos e pelas águas estagnadas
da várzea do Tamanduateí que se formaram em con
seqüência do desvio do leito primitivo do rio por pes
soas gananciosas.
Remontando aos primeiros tempos da povoação
sabe-se que os seus njoradores, em caso de moléstia,
eram socorridos pelos padres da Companhia de Jesus,
que eram os médicos e os enfermeiros. Foi o que
se deu por ocasião da peste de 1563 — escreveu
Alcântara Machado — “ espécie de varíola de quali
dade muito brava” : começando pela garganta e pela
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sileiras no tempo da Co
lónia — ou talvez mais-
do que elas, por causa
de sua origem ligada ao^
estabelecimento de uma
casa dos padres da Com
panhia de Jésus — viveu
a vila de São Paulo de Piratininga marcada pela
presença dominadora das associações, das cerimó
nias e dos símbolos católicos. Na antiga cidade de São
Paulo — escreveu a propósito Fernando de Azevedo —
erguida à sombra do Colégio dos Jesuítas, seu núcleo
inicial, o triângulo formado pelos seculares mosteiros
de São Bento, do Carmo e de São Francisco repre
sentou como em um símbolo o domínio da vida reli
giosa e a influência preponderante que exerciam os
estabelecimentos monásticos na história dos tempos
coloniais'. Conventos cujas Ordens se enraizaram
profundamente na região piratiningana, pois contavam
* Fernando de Azevedo, A Cultura Brasileira, pág. 136.
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ninga, vila e depois
cidade pobre, quase iso
lada do mundo, e sede de
uma capitania de expres
são econômica secundá
ria na América Portu
guêsa, cumpriu na medi
da do possível — isto é,
pobremente — sua missão de núcleo urbano e
de centro regional, na medida em que essa missão se
exprime na organização do ensino, na formação de
bibliotecas, nos contactos que multiplicam as possibili
dades de desenvolvimento e realização das vocações
literárias ou científicas. Embora nas próprias raízes
da povoação se encontrasse o esfòrço de Anchieta,
com sua humilde escola para curumins, o Colégio dos
Jesuítas foi pràticamente o seu centro único de educa
ção até meados do setecentismo. Só depois se funda
ram as chamadas “ escolas menores” e, no comêço do
oitocentismo, os bons cursos de matemática e de filoso
fia que se deram em alguns de seus conventos. Fora
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Alcaide e Guarda Mor
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Procurador do ConselKo ^ Alcàide
Francisco Avel
Diogo f e r n a n d e s M a „ „ „ f , ^ ^ ^ ^ J ^ ^
Vereador.
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Affonso Sardinha
Vereador
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Ata da Câmara da Vila dc São PaUlo (1564) que traz a declaração de que João Ramall
rf-rrsou o cargo de vereador. (Documento reproduzido das A ta s da Câmara da Vila. de S
P aulo, I, págs. 35-36. Veja-se a interpretação desta ata cm Notas sôbre as G ravuras, )
fim do vol. I I I ) .
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O Encilhamento
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Colonização e Monopólio
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José Ribeiro Júnior
Memórias (9 volumes)
Paulo Duarte
EDITORA HUCITEC