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Educação: saber, sabor e prazer

José Antonio Mangoni

Para falar de educação há que se partir da


realidade: o Brasil nunca fez da educação prioridade. Saber sem sabor
Para comprovar isso vamos buscar os dados (José AntonioMangoni)
econômicos: em 2009, dos 1,068 trilhão de reais do
Orçamento Geral da União,foram investidos apenas Saber sem sabor
2,88% em educação; em 2010, dos 1,414 trilhões de não tem graça,
não tem vida.
reais foram investidos apenas 2,89% em educação.
A pergunta não tem aroma,
(Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida)
a resposta é insossa,
Perguntamos: será que o provérbio “É preciso e amanhã... já esqueci...
estudar para ser alguém”, é verdadeiro ou é uma ilusão?
Michele, esposa de Obama, afirmou quando esteve no Ah, mas saber com sabor
Brasil em uma comunidade: Eu era pobre, estudei e faz a gente sentir de longe o aroma;
cheguei onde estou hoje. a pergunta ativa as papilas da curiosidade
Nas entrelinhas podemos interpretar que quem e a resposta afirma sem nada dizer:
foi à escola e não se tornou alguém, ou não estudou quero mais!
direito (não aproveitou a oportunidade!) ou é burro. O
A saudade do sabor faz do mundo
não ter conseguido ser alguém torna-se, assim, culpa do
uma deliciosa cozinha,
próprio estudante!
repleta de temperos e aromas,
Esquecemos de perguntar: em que escolas estão sempre prontos a serem descobertos.
nossas crianças e jovens? São escolas de qualidade?
As perguntas continuam: as crianças e jovens
gostam de ir à Escola? De que escola elas gostam e de que não gostam?
A escola é um dever ou é algo que deveria dar prazer?
Um grande estudioso da religião Hindu, Henrich Zimmer, dizia que a diferença do Oriente e do
Ocidente é que lá há uma preocupação central com “formação”, e aqui no Ocidente a única
preocupação é com “informação”: muito conteúdo e pouca vida!
Por isso Gandhi apontou a educação sem caráter como um dos principais pecados modernos
ocidentais (os outros são: política sem princípios; negócios sem moral; riqueza sem trabalho; ciência
sem humanidade; prazer sem consciência e religião sem sacrifício).
As palavras saber e sabor tem origem no verbo latino sapare. Por isso, o conhecimentoé para
ser provado, degustado, saboreado. Será que a educação está perdendo o sabor e o saber?
Será que manter o provérbio “estudar para ser alguém” não condena o estudante ao
reconhecimento de sua incapacidade, e acaba por eximir o Estado de seu dever?
Meu pai pouco foi à escola, e quando era época de exames, não podia fazer as provas, pois era
época da colheita do trigo, e assim era reprovado. Mas ele sempre falou da importância da escola e de
como a educação (caráter) era fundamental. E aprendi dele a olhar para a vida e, por incrível que
pareça, aprendi muito do conteúdo de 7ª, 8ª série e ensino médio com ele, que foi até o 3º Livro (como
chamavam naquele tempo). Minha mãe também não pode frequentar por muitos anos a escola, pois
como era a primeira filha a ela coube a educação e cuidado de seus irmãos menores. Mas minha letra
perto da dela, bem, nem vou falar. E quanto à sabedoria de vida? Os 3 filhos que o digam.
Hoje, muitos chegam ao ensino superior sem quase saber ler, escrever e quanto ao caráter...
bem a realidade do Brasil que o diga!
Um pequeno parêntese: como a reflexão é sobre educação, quase nada escrevi sobre família,
primeira responsável na formação do caráter. Aqui também vem a pergunta: o modelo de família que
temos hoje é responsabilidade exclusivamente dela mesma, ou é fruto de uma realidade social?
O desafio é fazer da escola um lugar de saber, de sabor e de prazer. De busca, de encontro, de
convivência, de conquista do aprendizado, de vida.
Paul Valéry diz que um homem feliz é aquele que, ao despertar, se reencontra com prazer, se
reconhece como aquele que gosta de ser. Saber o que se é e o que se deseja ser: quanto sabor há nisso!
A escola terá se tornado verdadeiramente dever do Estado e direito do cidadão quando
contribuir para que o ser humano seja de fato humano, feliz!

(sugestão)
Eu não acredito em educação...
Não nessa educação que vemos todo dia na televisão.

Uma educação onde o professor é sempre o carrasco, onde ele sempre é o bandido, o que humilha, que
maltrata, que desdenha...

Não acredito nessa educação de teoria, onde uns poucos sentam-se em frente ao notebook e escrevem
bestsellers sobre os problemas dos alunos, as variadas deficiências e suas consequências, a maneira
correta de trabalhar com este ou aquele aluno.

Não acredito na educação apregoada pelo sistema, que dá notas as escolas, sem conhecer a realidade
em que as mesmas estão inseridas,

nessa educação que não valoriza o professor e o faz ter jornadas duplas, triplas, quádruplas.

Não acredito em educação de relato de novela, onde o portador de deficiência sempre tem que brigar
na justiça pra ser aceito, pra conseguir ser incluído, onde o professor causou traumas irreparáveis em
seu aluno.

Não acredito na educação que desvia milhões e milhões que deveriam ser revertidos para a construção
de escolas, quadras, aquisição de materiais pedagógicos e tecnológicos...

Não acredito e nem posso acreditar na educação que não acredita nos professores!

Eu acredito sim, na educação praticada no dia a dia, onde tantos professores querem e fazem a
diferença: Falam mal dos professores, acusam-no de agressivo? Levantamos a bandeira da paz.

Minha escola não obteve a nota desejada pelo sistema? Mas eu sei que meus alunos estão aprendendo
e isso se deve muito ao meu esforço.

Saiu um livro novo sobre essa ou aquela nova metodologia? Já que comprar eu não posso, quem sabe
eu consiga ler alguns trechos na net ( mesmo que depois da meia noite) e descubra que a dica é aquela
mesma que eu já usava na prática.

Só ouvimos relatos que nos colocam na berlinda, nenhunzinho que enaltece nosso trabalho de
inclusão ( mesmo que sem preparação nenhuma) ? Tem problema não, toda vez que eles chegam as
nossas escolas, somos nós mesmos que temos que acolhê-los e sem ninguém pra nos filmar...
Temos que trabalhar sem material pedagógico ou com pouquíssimo arsenal tecólógico? E a minha
inventividade, serve pra quê?

Só acredito nessa educação.

A do dia a dia.

Aquela que é feita por quem arregaça as mangas todo dia, encara de frente os fatos e não tem medo de
tentar de novo e mais uma vez.

Acredito.

Só não sei até quando essa minha crença vai durar...


Wanda Campos
25/03/2010

http://sitedepoesias.com/poesias/55693

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