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Cananéia, foi iniciada no ano de 1502, por um Bacharel Português, um homem ilustre, chamado Mestre Cosme

Fernandes, que as autoridades portuguesas desterraram para o Brasil em 1501, em nome de EL REI D.
MANOEL.

Mestre Cosme Fernandes, o Bacharel, era um dos muitos Judeus da alta cultura, que por conveniência religiosa
e política e, em conseqüência de uma Lei de Expulsão de 1497, saiu de Portugal, com destino certo e
determinado, inscrito no Livro dos Degredos, e no caso de Mestre Cosme Fernandes, o destino era 25 Graus de
“Ladeza”, na Costa do Brasil – o que coincidia com a Ponta Sul da Ilha do Meio, onde surgiria o primeiro
povoado da futura capitania, com o nome de Maratayama. Naquele tempo, os índios Tupiniquins nunca tinham
visto um navio tão grande e cheio de velas brancas, todos vieram ao mar deslumbrados, como se estivessem
sonhando, mas ainda curiosos e desconfiados com o primeiro homem branco, de cabelos de fogo e fala macia
deixado pelo grande navio, que o chamava de “MUTUPAPABA” (Coisa Maravilhosa).

Comprovam tal evento histórico, de um valor incalculável, o Mapa Mundi com seus roteiros de viagens em
mármore, junto ao Monumento dos Descobrimentos em Lisboa, que confirmam a 2ª chegada no Brasil pelos
Portugueses de 1502 – logo após o descobrimento em Porto Seguro em 1500.

Nenhum historiador poderá discutir essa verdade fixada, numa Seta em Mármore Negro, partindo de Portugal
para Cananéia – 1502, num mapa feito pelos próprios descobridores lusitanos.

A lenda de Caniné

O Bacharel, entre os Tupiniquins, foi logo desejado pelos famintos, mas a linda Caniné, filha do Chefe Ariró,
apaixonou-se pelo louro de fala macia. Ariró permitiu o casamento, era gratidão ao que lhe ensinara o
inteligente Bacharel. Festa estrondosa se realizou.

O Bacharel depois de dois anos partiu, deixando a já conhecida Terra de Caniné, que foi sofrendo corrupções –
Caniné e Cananea (Cananéia). Indo para as terras de Guaiaó, futura São Vicente para conquistar terras e
prometendo voltar. Desesperou-se Caniné, que todos os dias tomava sua canoa e na Ilha, subia na mais alta
forquilha de uma árvore e esperava as velas brancas que trariam de volta o seu amor.
Mas o Bacharel aportou em Guaiaó, fez aliança com o grande Chefe Tupi, Piqueroby e casou-se com sua filha.
Caniné soube disso e na tristeza, do alto de uma árvore, via o mar pela última vez. Ariró, na espera
angustiante, envia índios em sua busca, nada mais viram no alto do penhasco e sim uma linda ararapira (a que
Tupã lhe fez vestes com penas vermelhas e azuis e transformou em imensa Arara). Depois de 20 anos o
Bacharel voltou expulso de Guaiaó, lhe mostraram a linda arara. Nem lembrava de Caniné e, seus caçadores
portugueses desavisados mataram a arara, que deu nome a Ilha, hoje com a morte fatídica, a maldição de
Ariró, graz ao povoado de Caniné, e os Tupiniquins se alongaram na mata e o Bacharel perde se em guerra
contra Guaiaó. Os jesuítas Leonardo Nunes “O ABAREBE” Padre Voador e o Taumaturgo José de Anchieta, das
primeiras reduções missionárias de Jesus no Brasil, da praia de Tapirema, hoje Peruíbe, alcançaram Paranaguá
e Cananéia, numa catequese vitoriosa, sobre os Carijós dos Itatins, Caioás Tupiniquins.

A história

Portugal tendo suas conquistas ameaçadas de incurso piratas, sentiu-se impelido a protegê-las. Por tal motivo
Martim Afonso de Souza, já em 1531, abordava por aqui cumprido ordens reais à costa brasileira, comandando
uma esquadra. Para ancoradouro escolheu o navegante luso um lugar abrigado dos ventos e que a esquadra
estivesse segura. Ancorou na enseada de uma pequena Ilha a qual denominaram Bom Abrigo (atualmente o
Bom Abrigo acolhe também as embarcações que para lá se dirigem acossados pelo tempo em alto mar).

Ficaram surpresos os portugueses que vieram com Martim Afonso, ao depararem com patrícios seus, por estas
plagas remotas ambientados ao clima tendo já os seus meios de vida e muito mais perfeita harmonia com os
aborígenes da região.

A caça e a pesca abundavam naquelas paragens tendo então os recém chegados, verificando que de fato a
região oferece a excelentes meios de subsistência e ainda mais, que esta parte da costa brasileira era abrigada
de ventos e temporais. Entre os habitantes do lugar, achava-se o sempre citado “BACHAREL” (cujo o nome foi
dado ao Porto de Bacharel, até hoje existente em Cananéia), que seria Cosme Fernandes, o qual se casara com
filha do Cacique Ariró.

Cananéia, considerada a cidade mais antiga do Brasil, surge de um povoado de castelhanos e mestiços fundado
antes dos portugueses chegarem à região em 1531, com Martim Afonso de Souza, a cidade guarda algumas
relíquias dessa época, sendo a mais antiga, a Igreja de São João Baptista, datada de 1577, verdadeira
fortaleza, com parede de enorme espessura, tendo as seteiras por janelas, para se defender dos ataques dos
índios bravios e estrangeiros. Este monumento construído de cal de berbigão calcinado e azeite de baleia,
punchadas e derretidas na Ilha do Bom Abrigo e hoje o único baluarte, ao lado dos canhões do extinto forte da
Praia da Trincheira, que testemunha uma história linda e que precisa ser divulgado porque confirma aos que
desconhecem que, ali iniciou-se a civilização brasileira, e na face sul do Morro de São João, há um Marco
Histórico: os argolões, onde Martim Afonso de Souza atracava suas caravelas. Foi colocado na Ilha do Cardoso,
a mando de Martim Afonso, um marco de pedra em forma de cruz, assinalando a posse do lugar pela coroa
portuguesa. Este marco, por ser de pedra e ter inscrições em cores, foi que deu origem ao nome ITACOATIARA,
uma vez que anteriormente, o lugar não tinha denominação. O mesmo marco encontra-se hoje no Museu
Histórico do Rio de Janeiro. Dele também originou-se o nome de uma das mais belas praias da região, a praia
do Itacuruçá, que em Tupi também significa CRUZ DE PEDRA. Por ser difícil a comunicação e o acesso ao
continente, não foi escolhido a Ilha do Cardoso para Fundação da vila, a primeira fundada oficialmente pela
coroa portuguesa. Foi escolhida então a Ilha Comprida (que pertencia à Cananéia), esta achava-se mais perto
do continente, embora oferecesse menos condições de vida para os habitantes, no que concernia em caça
permanente, porém havia pesca em abundância. Esta vila foi fundada, provavelmente, no sítio que atualmente
se denomina Boa Vista e teve o nome do cacique do lugar: MARATAYAMA (do Tupi Guarani – valoroso
guerreiro). Durante o decorrer de setenta anos o povoado de Maratayama permaneceu na Ilha Comprida, sem
grandes pretensões de cidade colonial. Com o desenvolvimento da vila, a população sofreu com a escassez de
água potável e de terreno mais amplo e seco, para desenvolvimento de suas pequenas culturas. Mudaram-se
então para a Ilha de Cananéia, entre aquela e o continente. Ignora-se da data da elevação do povoado a
freguesia, por provisão de 13 de Julho de 1600 foi criada a Vila (Município). São João Baptista de Cananéia, a
qual foi elevada à categoria de Cidade em 06 de julho de 1892. A Lei n.º 975 de 20/12/1905, abreviou seu
nome para “CANANÉIA”. Em 21 de Julho de 1907, foi incorporado ao município o Distrito de Paz do Ariri.
Consta atualmente de 01 de Distrito de Paz, a sede de Comarca foi extinta em 31/10/1969, data em que
passou a pertencer à Comarca de Jacupiranga, que é de 1ª Estância, sendo que em 1983, retornou à Comarca
para Cananéia.
O colonizador e povoador quinhentista Martim Afonso de Souza, teve notícia de “grandes minas de ouro e prata
que havia naquelas paragens”, e os quais Francisco de Chaves se propunha trazer a bandeira galgando o
planalto por aquelas “Varedas Naturais”, que o afastamento da Serra do Mar sempre facilitou e deste tempos
pré-cabralino eram conhecidas e utilizadas pelos aborígenes. A expedição comandada por Pero Lobo levava
como guia o próprio Francisco de Chaves e mais quarenta besteiros e quarenta espingardeiros, isso em 1º de
Setembro de 1531. Embora seu retorno estivesse previsto para 10 meses, e que possivelmente voltaria com
400 escravos carregados de ouro e prata, esta primeira bandeira, a de Pero Lobo não mais regressou. Foi
trucidado pelos indígenas Carijós nas nascentes do Iguaçú. Entretanto a de Pero Lobo não foi a única dessas
expedições que daquele sítio partiu. Segundo alguns historiadores, teria Aleixo Garcia, também dali saído, pelo
chamado “Caminho do Paraguai” (Peabirú) em busca do Peru, país que logrou alcançar entre Misque e Tomina
(na Bolívia).
Demorou-se Martim Afonso de Souza naquelas terras, quarenta e quatro dias, levantou ferros. Porém, não sem
ter tido o cuidado de plantar na Ilha do Cardoso os Celebres “Padrões” do Itacuruçá dada a presença de tantos
Castelhanos em terras de Portugal, pois pelo Tratado de Tordesilhas havia, a divisão das terras do novo mundo,
a do domínio Luso e a de Castela. Daí a afirmativa de Américo Vespúcio, que de Cananéia para o Sul – “Todos
lo mas és de Castella”. Estas circunstâncias como era natural, foram origem de sérias desinteligências entre
portugueses e espanhóis, por intermédio de Rui Mosqueira, a fundar em 1533 ou 1535, um forte na Ilha
Comprida no local chamado hoje “Poço do Bicho”, como base de operações contra os moradores de São
Vicente, povoação esta, que atacou e saqueou, bem como Iguape e mesmo Cananéia, ceifando vidas,
queimando casas, e destruindo muitos documentos importantes.

Brasão de Cananéia

Escudo redondo, português, antigo, encimado pela coroa mural das cidades e aquartelado.
No primeiro quartel, um pedrão, com a Cruz de Cristo, remora os marcos que Martim Afonso de Souza, em
1531, chantou à barra de Cananéia, no pontal do Itacuruçá, primeiro ponto do litoral paulista a que aportou: no
segundo os castelos das armas de Castella os escudetes das quinas de Portugal, acantonados e uma cabeça de
índio no meio do quartel, relembram que nas décadas quinhentistas foi Cananéia, local onde existiu importante
núcleo hispano-português de náufragos e degredados vivendo entre índios.
No terreno em casco, especado, de nau em construção, recorda a existência dos antigos e vultuosos estaleiros
Cananeenses, sobretudo no século XVIII. No quarto, três bateias, rememoram a assaz importante mineração
aurífera da região, sobretudo no século XVII.

O traço da convenção geográfica Hispano-Portuguesa de 1494, relativa ao meridiano lindeiro, sobreposto à


linha do PARTIDO do escudo evocam o tão citado e celebrado “Meridiano de Cananéia”, das discussões dos
antigos cosmógrafos, a propósito de demarcação dos domínios das coroas de Portugal e Espanha, em virtude
do Tratado de Tordesilhas.
Como tenentes do escudo figuram, a esta, um homem de armas portuguesa quinhentista, e lembra Pero Lobo e
a sua malograda expedição exterminada no sertão do Iguaçú.
Foi a primeira bandeira de que falam os nossos anais, partida de Cananéia como se sabe, a busca de minas de
ouro, e o mandado de Martim Afonso de Souza por instigação do famoso e misterioso Bacharel de Cananéia. E
este rememorando na figura do tenente de senestra, - vestido da loba e dos arminhos dos letrados
quinhentistas.
No listel enramado de canas e arroz, culturas antigas e recentes do município, inscreve-se a divisa: URBS
Brasiliae Clara ou Cidade Ilustre do Brasil. Sobre o torreão central da coroa mural, coloca-se, como timbre o
elmo do brasão de Martim Afonso de Souza, com o seu leão purpurino, lembra este capacete o papel
proeminente de Cananéia no conjunto da viagem, pelo Brasil e por São Paulo, do famoso navegador e povoador
quinhentista.
Sobre a porta do mesmo torreão vê-se um escudete com o cordeiro e a bandeirola, simbólicos de São João
Baptista, orago da Cidade e o Trigrama I.H.S. da Companhia de Jesus a cujos missionários deveu-se a primeira
fundação da Villa Cananeense entre os índios.

As datas históricas

1º- Antes do ano de 1531 era chamada simplesmente de Maratayama.


2º - Cananéa, foi explorada em 1502 por André Gonçalves e Américo Vespúcio, os quais foram dando nomes
aos acidentes geográficos (topônimos), levantando a cartografia da costa e plantando padrões, deixando eles
em terra um “bacharel” (Cosme Fernandes) degredado, que viajava em uma das naus da expedição. Conforme
se constatou em documentações, inclusive alemã, que para guia de suas frotas, existia um único lugar no
ocidente com o nome de Cananéa, na nova terra descoberta que era o Brasil em 1502. Usavam um mapa de
1503, obra impressa em 1508 em Roma – Itália., porém os nossos descobridores extraíram da hagiografia
católica suas denominações, e o caso da Cananéa bíblica vem do calendário cristão.
3º - Em 12 de Agosto do século XVI foi erigida a Igreja do Padroeiro São João Baptista de Cananéa, pelos
Jesuítas da Companhia de Jesus, a mando de Martim Afonso de Souza, e de acordo com manuscrito trazido de
Portugal por ordem de Dom Manoel – Rei de Portugal, na época dos fatos, mandou que fosse também elevada
o nome do povoado para Vila de São João Batista de Cananéa. A esquadra de Martim Afonso de Souza, trouxe
algumas imagens de santo e inclusive a do padroeiro São João Batista, cuja igreja é a mesma dos dias atuais.
4º - Cananéa foi elevada à categoria de Distrito de Paz e Vila, por carta Régia de 18 de Julho de 1578 e
município em 1587.
5º - Por provisão de 13 de Julho de 1600 foi criada e reconhecida a Vila (Município) de São João Baptista de
Cananéa.
6º - Foi designada sede de Comarca pela Lei n.º 80, de 20 de Agosto de 1892.
7º - Em 06 de Julho de 1895, foi São João Baptista de Cananéa, elevada a categoria da Cidade.
8º - Faço saber que o Congresso Legislativo decretou e eu promulgo a Lei seguinte:
A Lei n.º 975, de 20 de Dezembro de 1905, abreviou o nome de São João Baptista de Cananéa, para
“Cananéa”, pelo então Doutor Jorge Tibiriçá, Presidente do Estado de São Paulo.
9º - Em 21 de Julho de 1907, foi incorporado ao município o Distrito de Paz do Ariri.
10º - Em 1932 pela nova ortografia, foi acrescentada mais uma vogal I no nome de Cananéa, passando-se a
escrever, “CANANÉIA”

Lendas

Cananéia teria mais o que escrever, como o dilúvio do Mandira em 25 de março de 1795, sobre o aparecimento
do Pau de Onça, sobre o Saci de Cananéia, sobre o Vulcão, sobre suas riquezas em ouro e prata, pois afinal
Cananéia é uma cidade mais antiga. Quem não ouviu falar o caso do fazendeiro que tinha uma rês quase a
morrer e a prometeu ao Divino, e que se arrependeu da oferta depois que o animal sarou e se encheu de Viço?
Quando o Divino deixava a fazenda, no ano seguinte, a rês, que pastava ao longe, afastou-se da manada, veio
em doida carreira até junto a bandeira, e ali sucumbia, a vista dos “foliões” atônitos.

É o caso do rico sitiante que não permitia que a Bandeira do Divino molhada pela chuva torrencial que caia
entrasse em sua casa e a recebeu no paiol de cereais; nesse mesmo dia, depois que a “Folia”, com sua
Bandeira rubro beijada pela vespertina, foi a casa arrasada pelas águas que desciam dos morros próximos, em
enxurrada. E com ela toda a lavoura e criação se perderam.

É possível que haja uma ligação com o Dilúvio, assinalado aos 25 de Março de 1795, em Cananéia, embora a
data não coincida com a época das Folias.

Sobre o assunto, o correio de Cananéia numa crônica de autoria de um escritor da região relata. Após longos
dias e noites de chuvas incessantes, as águas do salto do Mandira, represadas pelas madeiras. O temporal
arrastava em sua passagem em dado momento rompendo todos os obstáculos, invadiram as margens dos rios,
produzindo enormes estragos não só como campos de cultura, como também a criação, tudo resultando em
meio dos maiores horrores. A população da cidade impressionada então pelo contínuo temporal, não se
cansava de elevar suas preces a Deus, percorrendo as ruas em procissão e conduzindo imagens. Findo o
cataclismo, só então pode ser verificado o prejuízo decorrente do mesmo.

O gado das fazendas arrastados para longe muitos animais suspensos em árvores gigantescas casas e
plantações, tudo levado pela correnteza. Pelo que pudemos averiguar foi de fato nada mais, nada menos que
um autêntico Dilúvio, e assim ainda e lembrado pelos mais antigos, com base neste fato nasceram diversas
histórias; uma delas contamos a seguir com o Título de “Pau de Onça”.

Pau da Onça:- Na parte compreendida entre as Ilhas de Cananéia e do Cardoso, a baia de Trapandé, por
ocasião do Dilúvio do Mandira, ficava atravancada por enormes árvores cujos troncos segundo rezam as lendas
aproveitaram-se armadores para as suas construções navais. Defronte a Barra do Rio das Minas grande
enchente no furor de suas águas, depositou ali uma gigantesca árvore bem no meio da barra, e este imenso
tronco sobre ele agarrada como um náufrago, fora então encontrada uma grande Onça Pintada, que a violência
das águas arrastou para o mar.

Crença do Saci:- Nos arredores da cidade está o Rocio. No Rocio centenas de casinhas de sapé abrigava uma
população talvez maior que a da cidade, que vivia da venda de lenha da mata próxima da lavagem de lavouras.
E é nesta parte da Cidade que ainda se ouvem histórias fantásticas em noites de sexta feira, como grandes
cães, percorrem os monturos catando ossos.

A saber do Saci; dizem que ele durante a noite costuma trançar a crina dos cavalos e muares, sobre os quais
dá longos passeios pelas fazendas e sítios provocando com seus assobios os pescadores retardatários, e muitas
vezes pregando-lhe das suas. Se o Saci assobia perto, dizem os pescadores é porque se encontra distante. Se o
assobio parece vir de longe então cuidado é que ele bem próximo se acha!
Relatam certa vez alguns pescadores de rede miúda, que num “lanço” de noite, nos baixos da baia de
Trapandé, apagou-se o Farol a que traziam na Canoa, fato de estranhar porque nele havia bastante óleo diesel,
não faltando a necessária renovação do oxigênio nem tão pouco soprava vento excessivo que pudesse apagar a
chama. Fazendo luz, com espanto notaram que costeira próxima denunciava o atrevido...

Outra passagem do Saci:- Em escura noite viajava certo pescador, de canoa pelo costão do Morro de São João,
quando ouviu como vindo de muito longe o assobio do Saci. Querendo divertiu-se cada vez que o Saci
assobiava por acinte, o homem respondia com outro assobio. Não demorou porém, que tanta ousadia tivesse a
recompensa: um valente soco nas faces e alguns dentes avariados obrigaram o pescador a regressar ao lar,
deixando a pescaria para melhores dias. E digno de fé, parte da história pois, efetivamente teve o pescador as
faces contundidas e perdeu alguns dentes. Porém, não foi obra do Saci, e sim porque um galho de mangue se
embaraçara à proa da canoa que estava muito próxima do mangue do Morro e, ao desprender-se, vergastou
com violência o pobre homem no rosto.
E é nesta esquecida cidade de Cananéia, pequenina, mas sem poluição que ainda se ouvem fantásticas
histórias e proezas de Pedro Malazarte, do Velho Tio Antonio, ao pé da fogueira em noite de luar.

E assim é nossa cidade pacata, acolhedora relicário de quatro séculos da nossa história, toda alegria de viver,
numa região onde o ar puro, ionizado, assegura a recuperação das energias, sendo que hoje você pode optar:
Pela beleza e rapidez da Ponte da Aroeira, ou pelo romantismo da balsa para visitar a acolhedora e histórica
Cidade de Cananéia.

Figueira Lendária:- Um ponto pitoresco de Cananéia é a árvore do coração de Pedra. Junto a uma ruína brotou
uma semente. Desenvolveu-se e se tornou árvore envolvendo toda a ruína de pedra. O estranho fenômeno
provocou a imaginação popular e naturalmente surgiu uma lenda.
Diz a lenda, que à sombra dessa árvore vivia uma mulher misteriosa, que usava sete saias (símbolo de seu
isolamento), possuidora de poderes prodígios, que afastava a todos, protegendo um tesouro. O seu
desaparecimento materializou-se na árvore, que envolveu em seu abraço materno a ruína como se fosse
resguardá-la da fúria iconoclasta do tempo e de estranhos. E até hoje ela continua a assustar aqueles que
querem se aproximar e ameaçar seu tesouro, zelosamente guardado como um relicário. É um encanto da
natureza, símbolo de um abraço protetor e maternal.

A Lenda da Sereia:- Entre as Ilhas Comprida, Cananéia e Cardoso, segundo os relatos de muitas pessoas
humildes dos sítios, pescadores das altas horas da noite em pleno mar pequeno, existiu e, segundo muitos,
ainda existe uma sereia.
Em uma bela noite enluarada na baía denominada Trapandé, depois do costão do Morro do São João, o luar
estava maravilhoso, dando um tom de prata às pequenas elevações das marulhadas.
Eis que parece em frente ao pescador sentado em sua canoa fundeada na ponta do morro de São João, a
“Sereia Encantada”, surgindo de dentro do mar junto ao costão do morro. Era realmente uma mulher de
cabelos compridos, totalmente dourados, pois reflexo do luar iluminava bem a mulher linda com cabelos de
ouro.

Ela então falou ao pescador: Vou lhe pedir duas coisas, você vai me atender?

O pescador levantou-se e ficando de pé na canoa, pois havia ido pescar sozinho, disse: Que queres deste
pescador mais pobre do mundo? Respondeu então a Sereia: Faz-me um favor pescador, vá à Vila e traga-me
um pente uma fita.

O Pescador que morava na Vila, levantou a poita, colocou-a dentro da canoa e para lá rumou. Lá chegando
amarrou a canoa e foi até a casa de seu velho camarada de pescaria, passando pelas sombras dos casarões
refletidos pelo luar da madrugada, quando os latidos de cãozinhos de longe o amedrontavam, deixando-o
mesmo arrepiado, mas, ainda com coragem para enfrentar a Sereia, que para ele representava riqueza para
sua família.

Na casa do seu velho camarada de pescaria, contou o acontecido. Este então lhe disse: não seja bobo, leve
minha espingarda que está carregada e quando o Sereia aparecer de dentro da água e perguntar se o seu
pedido foi atendido. Você atira, é toda de ouro e você vai ficar podre de rico. O velho camarada de pescaria
resolveu, porém ir junto também, não apenas para encorajar o outro, mas também por estar ambicioso por tal
fortuna. Resolveram dessa maneira ir junto, a fim de resolverem a situação. Deixaram a casa e seguiram para
o porto do Bacharel, apanharam a canoa e remaram até as rochas do costão do Morro São João, lá quando
chegaram, o primeiro pescador disse ao velho camarada: Foi aqui que estive antes e que a Sereia apareceu.

Respondeu o velho camarada, jogue a poita para ficarmos fundeados no local exato; tudo foi feito no maior
silêncio, ficando é claro, logo após ambos os pescadores sentados um em cada banco da canoa, esperando pelo
aparecimento da mulher encantada. Não levou muito tempo para que ela aparecesse, surgindo mesmo de
dentro da água próximo ao costão do morro, toda brilhando em ouro com reflexos do luar da madrugada. É
totalmente de ouro suas vestes, disse um dos pescadores.

A sereia perguntou: trouxeram o pedido que fiz, o pente e a fita? Responderam incontinente: Sim, trouxemos,
está aqui! Um dos pescadores pegando a espingarda do fundo da canoa, apontou em direção a Sereia
encantada e puxando o gatilho disparou. Ela por sua vez levantou os braços e disse simplesmente estas
palavras: Acabou-se Cananéia, desaparecendo misteriosamente logo a seguir na superfície do mar pequeno
próximo ao costão do morro São João.
Os dois pescadores apavorados, voltaram para a Vila descontentes com o acontecido, uma vez que não tiveram
coragem de se aproximar da Sereia, achando mesmo que poderiam ficar ricos com tanta fortuna em ouro e
suas pretensões tinham ido água abaixo.

Comentando no dia seguinte o acontecido a população da Vila foi unânime em dizer que os pescadores tinham
sido bobos, deveriam ter levado o pente e a fita que a Sereia do Mar pedia.

Isto ao que se afirma hoje aconteceu no século XVIII. Para muitos não passa de lenda, mas, outros sustentam
a confirmação dos pais, avós, bisavós e enfim dos seus antepassados que contavam esta história, confirmavam
realmente ter existido uma Sereia do Mar Encantada na ponta do Morro de São João ao lado sul da Vila.

A pirataria e barras de ouro enterradas no Bom Abrigo:- Os canhões que os ingleses deixaram no pontal da
Trincheira, quando de sua pirataria, fazendo contrabando de ouro em barras, tanto é verdade, que na Capital
do Estado de São Paulo, morava ou anda mora um Inglês, o qual deu uma entrevista aos repórteres dos jornais
da Capital e não faz muito tempo, vindo diretamente da Inglaterra, e que trouxe um mapa da região do Bom
Abrigo em Cananéia, publicado até por muitos jornais, principalmente a Folha de São Paulo, quando de sua
entrevista, alegava o inglês, que aquele mapa era verdadeiro, onde se deu o feito dos acontecimentos do
esconderijo de um grande tesouro em barras de ouro em toneladas escondido enterrado na praia da Ilha do
Bom Abrigo em frente à barra de Cananéia, entre três marinheiros mortos a bordo pelo Comandante daquele
navio pirata inglês, com os pés juntos fazendo um círculo entre três enormes pedras da rocha da Ilha do Bom
Abrigo, dando o formato de triângulo ali formado na ilha, como um marco da natureza que ficou plantado
eternamente no sopé da Ilha do Bom Abrigo em Cananéia, com as ondas do oceano rebentando de vez em
quando sobre as mesmas. Cada uma das pedras tem uma cruz pintada e uma dessas pedras, a do meio, é bem
chata e a cruz está mais em cima: nela está gravada a seguinte frase em inglês: The Classic – poety celebrates
the deeds of famous sallors to plunges in the beautiful beaches in isle of Bom Abrigo in Cananéia. O motivo pelo
qual os três marinheiros foram mortos, foi o fato de terem os mesmos denunciado o comandante navios piratas
franceses, holandeses, portugueses, espanhóis, etc.
Outras naus, como a do Capitão Bow Legged, estavam mergulhando sob as ondas encrespadas do oceano
negro de tempestades no sul de Cananéia, o Capitão que estava vivo e são como um pero, diziam os
marinheiros; porque vaso ruim não quebra, puderam avaliar as proporções do desastre com o náufrago do
navio. O “Havelock”, na corrida maluca em que ia, na direção do Bom Abrigo em Cananéia, se atirara contra as
pedras do costão da Ilha do Bom Abrigo, adernando de bombordo. A água entrava e saía do casco
despedaçado. Da sua equipagem só se haviam salvo o Capitão, o Grumete Sharp, de uma escuna inglesa
saqueada na última abordagem, e meia dúzia de marinheiros. Não havia sinal dos mortos. Naturalmente a
maré os havia levado para bem longe, ou os peixes se haviam banqueteado à sua custa. Neste ponto, seu Lolô
intervém na narrativa para esclarecer alguns passos históricos. A galera naufragou ali na Ponta de Leste isto é,
um entreposto destinado à extração de azeite de baleia. O que existe atualmente na ilha do Bom Abrigo são
fornos com tachos enormes de bronze, os quais serviam para derreter o óleo de baleia, que se misturava com a
cal de ostra e areia da praia para a liga da argamassa que servia para a construção de casas de pedras na Vila
de São João Baptista de Cananéia, as quais existem até hoje e os argolões de bronze chumbados na enorme
pedra, os quais serviam de amarração das naus européias, existem até hoje no sopé do morro de São João
Baptista, ao lado sul da cidade, próximo ao bairro do Carijó, cujo lugar é chamado de estaleiro, porque foi o
primeiro estaleiro a se instalar no Brasil, no século XVI, para a construção de barcos de madeira de certo porte,
os quais partiam para Europa.
Mas, voltando ao caso do Capitão Bow Legged e a meia dúzia de marinheiros, o quais já em outra nau, com
certo carregamento de ouro em barras, foram encalhar num baixio de lama movediça, na qual se afunda mais
de 2 metros, isto em 1645.
Seu Piropava, em viagem constante pelas proximidades pelo século XVIII, ainda tinha encontrado restos do
barco naufragado. Os pescadores ate agora chamam esse lugar de “Saco Grande” ou mesmo de “Saco do
Brocuanha”. E a ponta se tornou famosa por ser um baixo perigosíssimo e refúgio aos piratas que infestavam
os mares do sul. Naturalmente, o Capitão Bow Legged, conseguindo regressar às pressas do Brocuanha para o
Bom Abrigo em Cananéia, veio em mais de uma expedição à procura do seu tesouro no Saco de Brocuanha em
Cananéia, os holandeses, franceses, espanhóis e portugueses, antes que fosse perseguido e descoberto pelos
piratas os quais infestavam a costa cananeense. Os fatos que se seguiram abonam essa hipótese. A manhã
seguinte ao sinistro estava limpa, o mar bonançoso. Não dava nem de longe idéia de fúria desencadeada
durante a noite, quando de seu regresso do Saco do Brocuanha para a Ilha do Bom Abrigo. Os mares do Sul
cananeenses são assim, estão sempre agitando, isso proveniente dos ventos fortes que sopram do quadrante
sul.

A trincheira e seus canhões ingleses:- Do lado oposto ou seja na trincheira, se encontravam alguns canhões de
fabricação inglesa, deixados ali pelas naus inglesas, quando ali se achavam das costas cananeenses, entre a
região de Iguape e Paranaguá.
Os canhões deixados pelos ingleses no pontal da trincheira, em número de 20 aproximadamente, foram rolando
para o fundo do mar, na proporção que ia desmoronando o barranco de blocos de piçarra, comido ou tragado
pelo mar, e somente quatro dos canhões foram trazidos com muito custo da trincheira para a cidade, pois cada
canhão pesava uma tonelada e meia, tendo sido levados para a Praça Martim Afonso de Souza dois deles
dormem serenamente sem vomitar balas, expostos e fixados em base de cimento ao lado do obelisco, em data
de 12 de Agosto de 1931, quando Cananéia comemorava com festividades a passagem do seu quarto
centenário de fundação.
Um dos outros dois canhões foi levado para o alto do morro de São João e lá foi a experiência, carregado de
pólvora e outros apetrechos pela boca e feito o estopim, na hora exata ou seja no dia dos festejos do 4.º
Centenário da fundação da cidade de Cananéia, o encarregado com pouca prática naturalmente, tocou fogo no
estopim, resultado, explodiu totalmente o canhão tendo caído seus estilhaços a uma distância de 500 metros
atingindo a histórica árvore figueira escapando o autor do evento, por estar bem protegido e seguro, atrás de
uma enorme pedra, mas, a poeira na hora da explosão, o cobriu totalmente.
O 4.º e último canhão foi levado para a cidade de Iguape em 1936 ou 1938, quando Iguape comemorava com
festejos o seu 4.º centenário de fundação, em cuja homenagem foi prestada pelo povo de Cananéia a sua co-
irmã, a cidade de Iguape, gravada numa placa de metal e fixada no obelisco ali plantado na praça pública na
frente da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus de Iguape.
Esse canhão foi exposto à margem do Valo Grande ao lado da cidade, próximo ao porto de atracação de navios,
barcos e lanchas.
No dia dos festejos da fundação de Iguape, estava atracado o navio “Itaypava” da “Companhia de Navegação
Costeira – Lage”, o qual trouxe entre convidados bastante passageiros e uma banda de música do Rio de
Janeiro, o canhão que foi preparado para vomitar balas, no dia da comemoração de fundação de Iguape,
também explodiu, indo um dos estilhaços bater de encontro ao navio Itaypava, que se achava ancorado no
trapiche do Valo Grande, arrancando-lhe um pedaço de sua proa.

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