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1. O QUE É LITERATURA
TEXTO A
Amor (ô). (Do lat. amore) S.m. 1.: Sentimento que predispõe alguém a desejar
o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio
artístico de sua terra. 2. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro
ser ou a uma coisa; devoção, culto; adoração: amor à Pátria; amor a uma
causa. (...)
TEXTO B
Amor é fogo que arde sem se ver; É Ferida que dói e não se sente;É um
contentamento descontente;É dor que desatina sem doer. Luis de Camões.
Lírica, Cultrix.
Observe que no texto A, o autor preocupou-se em definir “amor”, usando uma
linguagem objetiva, científica, sem preocupação artística. Enquanto, no texto B, o autor
trata do mesmo assunto, mas com preocupação literária, artística.
4. FIGURAS DE LINGUAGEM
SEMÂNTICO (sentido)
SINTÁTICO (disposição de palavras)
FONÉTICA (som)
SEMÂNTICO
METÁFORA
(METÁFORA)
Na metáfora existe sempre uma comparação implícita e mental ou um elemento comum
entre os dois termos comparados. Faz-se relações entre um elemento e outro, mas não
no campo real e sim no figurado.
ANTÍTESE
É uma figura de linguagem que consiste no uso de palavras ou idéias de sentido
contrário (mas, possíveis)
PARADOXO / OXÍMORO
Mistura conceitos opostos em um mesmo enunciado.
"É ferida que DÓI e NÃO SE SENTE" ou "Já estou CHEIO de me sentir VAZIO"
PERSONIFICAÇÃO / PROSOPOPEIA
(PROSOPOPEIA)
A prosopopéia ou personificação se dá quando atribuímos a animais ou seres
inanimados ações e sentimentos próprios do ser humano.
"Teu OLHAR não me DIZ exato quem tu és, mesmo assim eu te devoro".
HIPÉRBOLE
É a figura de linguagem que consiste em aumentar exageradamente a verdade. É um
exagero com a finalidade de destacar uma idéia, chamar a atenção ou dar um toque
humorístico no texto ou na fala.
"Nossa, mas meu cérebro vai explodir antes de eu aprender tudo isso"
SINESTESIA
Figura que combina sensações diferentes. Usa expressões que misturam os sentidos
como audição, visão, tato, olfato e paladar.
METONÍMIA
(METONÍMIA)
É o emprego de uma palavra por outra, baseando-se numa relação constante entre as
duas. Uso de uma parte pelo seu todo.
IRONIA
É a figura de linguagem que consiste em dizer o contrário do que pensamos, geralmente
num tom de zombaria. A ironia depende do contexto, da expressão, dos gestos, da voz.
“Cada vez que interrompe o colega, sem pedir licença, percebo o quanto é educado.”
GRADAÇÃO / CLÍMAX
Uso de uma sequência de palavras de maneira gradual (por graus), que vai aumentando
ou diminuindo dentro do mesmo sentido.
APÓSTROFE
Invocar alguém ou algo para intervir.
FONÉTICO
ALITERAÇÃO
É a repetição intencional de várias fonemas consonantais para produzir os efeitos
desejados.
ASSONÂNCIA
É a repetição intencional de várias fonemas com vogais para produzir os efeitos
desejados.
ONOMATOPEIA
(ONOMATOPEIA)
É um recurso de linguagem que consiste em imitar sons e ruídos dos seres por meio de
palavras.É um recurso de linguagem que consiste em imitar sons e ruídos dos seres por
meio de palavras.
SINTÁTICO
POLISSÍNDETO
Repetição de conectivos entre palavras.
(...) "E me aperta pra eu quase sufocar. E me beija com a boca de hortelã."
ASSÍNDETO
Ausência de conectivos entre palavras.
ELIPSE
Acontece quando alguma palavra ou expressão é omitida de uma frase, fica
subentendida, sem deixar perder o sentido da oração.
"Nesta apostila, figuras de linguagem e escolas literárias" (ausência do HÁ, mesmo
assim a frase foi compreendida).
PLEONASMO
Uso de palavras que, quando juntas, ficam redundantes; repetição da mesma ideia
podendo ser com o sentido de ênfase (no literário) ou vicioso.
HIPÉRBATO
Inversão da ordem natural de palavras em uma oração (uma ordem diferente da que
estamos acostumadas com SUJEITO, VERBO e OBJETO), para um efeito de estilo.
ANÁFORA
Repetição de uma ou mais palavras no início de frases.
5. FUNÇÕES DE LINGUAGEM
Você tem um objetivo? A linguagem literária também tem! Por isso, vamos falar agora
das Funções de Linguagem.
FUNÇÃO EMOTIVA/EXPRESSIVA
Emoção e subjetividade. Diz respeito ao EMISSOR, uma vez que mostra a emoção e
expressão de quem está passando a mensagem. Normalmente usa a primeira pessoa.
(APELATIVA)
FÁTICA
Para estabelecer um contato, uma comunicação. O mais importante é o contato entre o
emissor e receptor, Centraliza no CANAL.
FUNÇÃO REFERENCIAL
Comunicação objetiva, a informação nua e crua, que usa dados do mundo real e não tem
outra função a não ser trazer referências.
FUNÇÃO POÉTICA
Tem como preocupação a forma, a estética. De qual maneira algo está sendo dito?
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
(METALINGUÍSTICA)
Código pelo próprio código, linguagem pela própria linguagem. Aparece em
dicionários, por exemplo, onde há letras e palavras para explicar letras e palavras.
6. PERÍODOS LITERÁRIOS
TROVADORISMO
O trovadorismo foi o primeiro movimento literário na história das literaturas modernas.
Suas origens se encontram no sul da França.
HUMANISMO
A Segunda Época Medieval ou Humanismo corresponde ao período que vai desde a
nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo, em 1434,
até o retorno de Sá de Miranda da Itália, introduzindo em Portugal a nova estética
clássica, no ano de 1527.
QUINHENTISMO
Quinhentismo é a denominação genérica de todas as manifestações literárias ocorridas
no Brasil durante o século XVI, correspondendo à introdução da cultura européia em
terras brasileiras. Não podemos falar numa literatura do Brasil, aquela que reflete a
cosmovisão do homem brasileiro, e sim numa literatura no Brasil, ou seja, uma
literatura ligada ao Brasil, mas que denota a cosmovisão, as ambições e as intenções do
homem europeu: a conquista material, resultante da política das Grandes Navegações, e
a conquista espiritual, resultante, no caso português, do movimento de Contra-Reforma.
Essas preocupações determinaram as duas manifestações literárias do Quinhentismo
brasileiro: a literatura informativa, com os olhos voltados para as riquezas materiais
(ouro, prata, ferro, madeira, etc.) e a literatura dos jesuítas, voltada para o trabalho de
catequese.
Por outro lado, afora a carta de Pero Vaz de Caminha, considerada o primeiro
documento da literatura no Brasil, as principais crônicas da literatura informativa datam
da segunda metade do século XVI, fato compreensível, uma vez que a colonização só
pode ser contada a partir de 1530. A literatura jesuítica, por seu lado, também
caracteriza o final do Quinhentismo, tendo esse religiosos pisado o solo brasileiro
somente em 1549.
BARROCO
O Humanismo renascentista, valorizando o homem e seu “estar no mundo”, por um
lado, e a antiguidade clássica, suas artes, sua filosofia de vida, seus costumes, por outro,
levou-o a pensar de maneira não só diferente, mas até mesmo oposta, a encarar a vida,
as partes e a religião de modo muito diverso daquele da Idade Média. Uma série de
acontecimentos políticos e sociais vieram dar ao homem medieval, ignorante, rude e
amedrontado, nova medida de seu valor.
Alertado pela Contrarreforma para sua alma imortal, da qual já pouco se lembrava –
pois importava-se mais consigo como ser que está no mundo – o homem sentiu mais
que nunca o drama de possuir um corpo mortal, impelido por desejos e amando o
material, como continente da alma imortal e espiritualista.
Tudo isso gera na alma do homem um estado de tensão, de angústia e de incertezas que
se manifestam literariamente através do estilo a que se chamou Barroco.
Depreende-se do que ficou dito que o Barroco é, antes de tudo, a arte das oposições,
geradas exatamente pelo conflito desencadeado na alma humana pela luta entre o
materialismo renascentista e o espiritualismo medieval, entre o sagrado e o profano, o
espírito e a carne. Daí ser o Barroco literário essencialmente antagônico, e as antíteses
constituírem sua característica mais marcante.
ARCADISMO / NEOCLASSICISMO
O Arcadismo, Setecentismo (os anos 1700) ou Neoclassicismo é o período que
caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII, tingindo as artes de uma
nova tonalidade burguesa. Vive-se, agora, o Século das Luzes, o Iluminismo burguês
que prepara o caminho para a Revolução Francesa.
PRINCIPAIS NOMES: Tomás Antônio Gonzaga, Santa Rita Durão, Basílio da Gama e
Cláudio Manuel da Costa.
ROMANTISMO
O Romantismo origina-se no século XVIII, na Inglaterra e na Alemanha, de onde se
espalha para a França, Itália e os demais países da Europa.
REALISMO
O Realismo é um movimento literário que surgiu na Europa, na segunda metade do
século XIX, influenciado pelas transformações que ali se operavam no âmbito
econômico, político, social e científico.
NATURALISMO
Os ideais do Realismo levados às ultimas conseqüências originaram o que se chamou de
Naturalismo, movimento que considera o ser humano como um produto biológico,
profundamente marcado pelo meio ambiente, pela educação, pelas pressões sociais e
pela hereditariedade. Todos esses fatores determinam a sua condição, o seu
comportamento. O escritor naturalista observa, estuda, segue o seu personagem de
perto, para entender as causas desse comportamento e chegar ao conhecimento objetivo
dos fatos e situações.
PARNASIANISMO
O Realismo, na poesia, chamou-se Parnasianismo. Os poetas parnasianos adotam a
teoria da “arte pela arte” e deixam transparecer, em suas obras, uma espécie de
impassividade, de indiferença moral. Muitas vezes pintam uma beleza exterior, arcaica,
exótica. Protestam contra o individualismo e subjetivismo exagerado dos românticos e
valorizam a forma do poema; usam uma linguagem extremamente elaborada, indo à
procura de palavras incomuns; adotam a observância rígida das regras da metrificação.
SIMBOLISMO
Contrariamente aos parnasianos, que tinham uma visão objetiva e científica do mundo,
os simbolistas procuraram expressar de maneira subjetiva o mundo do inconsciente, do
vago, do nebuloso, da ilusão, do caos, do ilógico e do mistério.
Trazido da França, onde o poeta Boudelaire havia publicado Flores do Mal, em 1857,
inaugurando a nova estética, o Simbolismo teve início em Portugal com a publicação de
Oaristos (1890), de Eugênio de Castro, e, no Brasil com a publicação de Missal e
Broquéis (1893), de Cruz e Sousa.
Singularmente, nota-se neste estilo um ponto de contato com o Romantismo, uma vez
que os autores simbolistas retornavam ao antigo subjetivismo, dando ênfase ao “eu” do
poeta, à exploração de sua alma, de seu sentimento, de sua sensibilidade.
Entretanto, se os autores românticos nessa introversão não passam das camadas mais
superficiais da alma humana, o mesmo não acontece com os simbolistas, de vez que a
sua auto-sondagem é muito mais profunda e significativa, atingindo os limites do
inconsciente. Acreditavam eles estar aí, nestas regiões desconhecidas e inexplicáveis da
alma humana, o repositório de sensações e emoções que caracterizam a essência de
todas as coisas. Os autores do movimento aprenderam da evolução da psicanálise que o
ser humano não era apenas um todo orgânico-biológico, mas sobretudo que esse “todo”
se orientava por uma série de reflexos íntimos, alucinantes às vezes, que seriam o
manancial de toda a emotividade. Perseguia-se, pois, nessa introversão, a potencialidade
humana de abstração do belo e do sublime, fazendo da Arte a representação desse
sentimento de êxtase e finura estética.
MODERNISMO
O início do Modernismo no Brasil é assinalado pela Semana de Arte Moderna, ocorrida
em São Paulo, em fevereiro de 1922. A Semana de 22, como também é conhecida, foi o
resultado de uma séria de eventos que marcaram a vida cultura brasileira nas duas
primeiras décadas do século XX. Para que a Semana de 22 ocorresse era necessário que
nossos modernistas tivessem algum tipo de contato com as vanguardas européias para
poderem adequá-las a nossa realidade. Assim, temos Oswald de Andrade em 1912,
retornando da Europa, imbuído do Futurismo de Marinetti; exposição da pintura
expressionista de Lasar Segall em 1913 e a exposição de Anita Malfatti e seu cubismo;
entre outros acontecimentos importantes.
Todos esses fatos ocorriam, enquanto o país passava por um período histórico
conturbado, que resultaria no fim da República Velha (1889-1930). O ano de 1922 foi
muito especial nesse contexto. Justamente no centenário da Independência, em meio a
crises no cenário político e militar (a Revolta dos 18 do Forte, no Rio de Janeiro),
intelectuais e artistas, influenciados pelas idéias de vanguarda européia, organizaram,
então, a Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Vale lembrar, que a modernidade
deu-se em função da industrialização, havendo, pois, uma mudança de eixo cultural,
uma vez que quase todas as escolas desenvolveram-se no Rio de Janeiro e, desta vez, a
escola modernista se desenvolveria em São Paulo, pólo da industrialização. Os eventos
– sessões, conferências, recitais, exposições de artes plásticas – se deram no Teatro
Municipal, com a participação de: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme
de Almeida, Menotti DelPicchia, Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Guiomar Novais,
Heitor Villa-Lobos, Paulo Prado, etc. Iniciava-se o Modernismo no Brasil, renovando a
mentalidade nacional e colocando o país na atualidade do mundo.
- 1ª Fase (1922-1930)
1. pelo menosprezo e pela destruição de tudo o que havia sido feito anteriormente,
isto é, rompimento total com o passado;
2. pelos ideais anárquicos;
3. por um nacionalismo exagerado;
4. pelo primitivismo, isto é, pela volta às origens.
- 2ª Fase (1930-1945)
1. por uma literatura construtiva e com consciência política, que não quer negar as
mudanças dessa época;
2. por uma reflexão e posterior amadurecimento das idéias da Semana de 22. A
grande maioria de autores dessa segunda fase são os mesmos da primeira fase,
mas a eles novos nomes se juntaram. A saber: na Poesia – Carlos Drummond de
Andrade, Cecília Meireles, Augusto Frederico Schmidt, Jorge de Lima, Vinícius
de Moraes, etc.
3. O romance urbano e psicológico (romance intimista) – Clarice Lispector,
Marques Rebelo, Lúcio Cardoso, Octávio de Faria, José Geraldo Vieira,
Cornélio Pena;
4. O romance “do Nordeste” (ou Regionalismo de 1930) – Érico Veríssimo, Jorge
Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz;
- 3ª Fase (1945)
Rosa cria um tipo de texto diferente; não faz parte de nenhum grupo, não é regionalista,
nem intimista; diz-se que pegou um pouco das características modernistas da 1ª fase e
mais um pouco das características da 2ª fase e criou um terceiro estilo, o qual chamamos
de Regionalismo Universalista. Assim, tudo que o Modernismo conquistou mais aquilo
que os modernistas não conseguiram copiar, Rosa inseriu em “Grande Sertão: veredas”,
sua obra mais importante. Vale lembrar, que dentro da prosa, Guimarães Rosa e
Machado de Assis são tidos como os dois autores brasileiros de maior importância, pois,
apesar de não serem contemporâneos (Machado morreu no ano em que nascia Rosa)
possuem a mesma sofisticação e qualidade literárias.
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