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Revista

Multidisciplinar de ENSINO &


Licenciatura e
Formação Docente PESQUISA
METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM:
UMA ABORDAGEM DE INICIAÇÃO À PESQUISA

Diógenes Gewehr1, Andreia Aparecida Guimarães Strohschoen2, Miriam Ines


Marchi3, Silvana Neumann Martins3 e Rogério José Schuck3

1. Mestrando do programa de pós-graduação em Ensino. Centro Universitário Univates. E-mail:


diogenes.gewehr@universo.univates.br
2. Doutora em Ciências: Ecologia. Professora dos programas de pós-graduação em Ensino e Ensino de
Ciências Exatas do Centro Universitário Univates.
3. Professor(a) dos programas de pós-graduação em Ensino e Ensino de Ciências Exatas do Centro
Universitário Univates.

Resumo: O atual contexto educacional apresenta-se como um verdadeiro mosaico. Enquanto alguns
professores utilizam estratégias tradicionais de ensino, altamente repetitivas; outros profissionais
fazem uso de práticas pedagógicas, consideradas inovadoras, as quais tem sido nomeadas como
metodologias ativas de ensino e de aprendizagem. Acreditando nesta segunda abordagem, este
estudo busca problematizar as implicações do uso de estratégias norteadas por metodologias ativas na
iniciação à pesquisa dos alunos, especificamente discutindo a construção de projetos de pesquisa para
Feiras de Ciências. Foi realizado seguindo abordagem qualitativa, sendo uma pesquisa-ação,
desenvolvida em uma escola do interior do Estado do Rio Grande do Sul/Brasil, tendo como sujeitos
de investigação dois professores de Ciências e duas turmas de alunos do Ensino Fundamental, sétimo
e oitavo anos, dos quais, seis alunos Bolsistas de Iniciação Científica Júnior (BICJr). Professores e BICJr
elaboraram portfólios reflexivos, os quais compõem os instrumentos de análise deste estudo. Este teve
início em novembro de 2014 e término em outubro de 2015. Os portfólios produzidos foram
analisados segundo análise descritiva. Foi possível constatar que os alunos mostraram-se mais
empolgados com as estratégias pedagógicas inovadoras, tornando-se mais participativos e
interessados, em comparação às aulas “normais”. As duas turmas elaboraram e desenvolveram
projetos de pesquisa para a Feira de Ciências, assumindo uma nova postura, principalmente no que se
refere à capacidade de comunicação, expressando-se com mais facilidade, clareza e segurança. Para os
professores, as estratégias pedagógicas norteadas por metodologias ativas foram as principais
responsáveis pelas mudanças no perfil dos alunos, pois passaram a exercitar capacidade de reflexão,
autonomia e senso crítico. Pode-se observar a importância da pesquisa e o incentivo desta como
instrumento pedagógico, de modo que os alunos deem o primeiro passo para a iniciação científica,
sendo isto grandemente facilitado pelo uso de estratégias pedagógicas norteadas por metodologias
ativas de ensino e de aprendizagem.

Palavras-chave: Estratégias de ensino inovadoras, Portfólio reflexivo, Iniciação científica, Feira de


Ciências.

ACTIVE TEACHING AND LEARNING METHODOLOGIES:


AN INITIATION APPROACH THE RESEARCH

Revista Ensino & Pesquisa, v.14 n.01 p.225-246 jan/jun 2016 ISSN 2359-4381
Gewehr, D. et al. 226

Abstract: The current context of education Ensinar é um desafio. Isso porque,


comes amid several realities. While some
teachers use traditional teaching strategies, não existe uma receita pronta que se
other professionals make use of pedagogical aplique, com sucesso, em toda e qualquer
practices considered innovative, which has
been named as active methods of teaching and situação. Cada aluno é único e responde
learning. Believing this second approach, this
article seeks to discuss the implications of de modo particular às diferentes
using strategies guided by active methods in atividades. Assim, o que interessa a alguns
the beginning research of students, specifically
discussing the construction of research projects e favorece o aprendizado, a outros pode
for Fair of Science. This study was conducted
with a qualitative approach, being an action não implicar sentido, tornando o ensino
research, developed at a school in Rio Grande complexo.
do Sul/Brazil, whose research subjects two
science teachers and two classes of elementary O atual contexto educacional
school students, seventh and eighth years, of
which six students Scholarship Studentsof
apresenta-se como um verdadeiro
Scientific Initiation (BICJr). Teachers and BICJr mosaico. Enquanto alguns professores
developed reflexive portfolios, which make up
the instruments of analysis in this study. This utilizam estratégias tradicionais, com
began in November 2014 and ending in
aulas essencialmente expositivas, tendo
October 2015. The portfolios produced were
analyzed using descriptive analysis. It was como instrumentos principais o quadro
found that students were more excited about
the innovative teaching strategies, becoming negro, giz e livro didático, outros
more involved and interested, compared to
profissionais fazem uso de práticas
"normal" classes. The two classes have
designed and developed research projects for pedagógicas inovadoras, diversificando as
the Science Fair, assuming a new position,
especially with regard to communication estratégias de ensino a serem exploradas
skills, express themselves with more ease,
(ANTUNES, 2014).
clarity and certainty. For teachers, the
pedagogical strategies guided by active Acreditando nesta segunda
methodologies were the main responsible for
the changes in the profile of students, since abordagem será problematizado neste
they began to exercise reflection capability, estudo o desenvolvimento de projetos de
autonomy and critical sense. One can observe
the importance of research and encouraging pesquisa de ciências por alunos das séries
this as a teaching tool, so that students deem
the first step in the scientific research, and this finais do Ensino Fundamental, norteando-
is greatly facilitated by the use of teaching se pelo uso de metodologias ativas em sala
strategies guided by active methods of
teaching and learning. de aula. Este estudo fez parte das

Keywords: Innovative teaching strategies, atividades desenvolvidas no projeto


Reflexive portfolio, Scientific research, Fair of promovido pelo Programa de Iniciação em
Science.
Ciências, Matemática, Engenharias,
Tecnologias Criativas e Letras (PICMEL).
Introdução
O Projeto PICMEL é um programa
de incentivo à pesquisa cujo objetivo é
despertar a vocação científica e incentivar

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talentos potenciais em Ciências, pedagógicas norteadas por metodologias


Matemática, Engenharias, Tecnologias ativas na iniciação à pesquisa dos alunos,
Criativas e Letras, em alunos do ensino especificamente problematizando a
público, Fundamental ou Médio do Rio construção de projetos de pesquisa para
Grande do Sul. O presente estudo é Feiras de Ciências.
decorrente da aprovação e
desenvolvimento de uma proposta
aprovada no edital 03/2014 da Fundação Escola contemporânea: um novo
de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio século, um novo contexto
Grande do Sul (FAPERGS), em parceria
com a Coordenação de Aperfeiçoamento O mundo atual, com rápidas e

de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O frequentes mudanças, tem exigido dos

projeto denominou-se “Metodologias ativas indivíduos novas habilidades e atitudes

de ensino e aprendizagem na educação básica, diferentes das necessárias em épocas

buscando a iniciação à pesquisa”, o projeto foi anteriores (ULHÔA, 2008). Estamos diante
proposto a partir de discussões de um contexto nunca antes visto na

provenientes de dois grupos de pesquisas humanidade, onde a quantidade de


de um Centro Universitário do interior do informações disponíveis, no que se pode
Rio Grande do Sul, a saber: "Iniciação à chamar de era tecnológica, está ao alcance

pesquisa e ensino: do sul ao norte e dos sujeitos numa velocidade muito

nordeste do Brasil" e “Mestrado para rápida, onde as informações são

formação de docentes: um locus de vinculadas no instante dos fatos, através


(re)construção e aprendizagem” sendo de meios de comunicação cada vez mais

estas duas pesquisas vinculadas aos avançados. Diante desta evolução,

programas de Pós-Graduação: Mestrado constantemente é exigido das pessoas a


em Ensino e Mestrado Profissional em capacidade de atenderem às necessidades
Ensino de Ciências Exatas, desta mesma do momento atual, com autonomia e

instituição de ensino superior. posicionamento não exigido há algumas

Neste relato serão problematizadas décadas (FREIBERGER; BERBEL, 2010).

as atividades desenvolvidas com alunos As facilidades com que hoje é

das séries finais do Ensino Fundamental possível acessar as informações fazem com

de uma escola pública do interior do que seja necessário trabalhar na formação

estado do RS, buscando inferir sobre as de um indivíduo que tenha opinião


implicações do uso de estratégias própria e consciência de seu papel na

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sociedade, a qual passa por frequentes mais ser vista como transmissora de
mudanças. “O cidadão deste século não conteúdos, e sim, deve formar alunos
pode ter o mesmo perfil de habilidades do capazes de pensar, refletir e propor
século passado. Não pode mais ignorar o soluções diante de questões atuais.
que se passa no mundo, necessita se Trabalho em equipe e cooperação devem
inserir de maneira adequada no meio ser o foco dos educadores modernos,
social. Esse cidadão precisa, antes de tudo, favorecendo a formação de indivíduos
ser crítico, ativo, pensar e agir” (ULHÔA, críticos e participativos diante das novas
2008, p. 2). demandas exigidas.
Neste contexto, Freiberger e Berbel Por isso é preciso repensar a sala de
(2010) citam que é papel da escola aula clássica. “Não é educativo reforçar a
desenvolver em seus estudantes imagem autoritária do professor; indicada
competências e habilidades para uma pelo púlpito de onde leciona, pelo
sociedade cada vez mais complexa. Para auditório cativo obrigado a escutá-lo, pelo
isso, o estudante deve ser orientado a poder discricionário que pode reprovar a
assumir uma postura mais participativa quem queira, pela diferença ostensiva
em sala de aula para, consequentemente, entre alguém que só ensina e outros que só
também agir assim na vida em sociedade aprendem” (DEMO, 2011, p. 20).
(KOMATZU; ZANOLLI; LIMA; 1998). Ainda que seja muito discutida a
importância de uma prática docente
O estudante precisa assumir um reflexiva, que promova o pensamento
papel cada vez mais ativo,
descondicionando-se da atitude crítico, parece que as metodologias
de mero receptor de conteúdos,
utilizadas pelos professores não
buscando efetivamente
conhecimentos relevantes aos conseguem, efetivamente, se articular
problemas e aos objetivos da
aprendizagem. Iniciativa criadora, neste sentido, pois, segundo Freiberger e
curiosidade científica, espírito
Berbel (2010, p. 211), a ênfase em
crítico reflexivo, capacidade para
auto-avaliação, cooperação para o “conteúdos que ‘precisam ser vencidos’ no
trabalho em equipe, senso de
responsabilidade, ética e decorrer dos bimestres letivos, a busca
sensibilidade na assistência são
prioritária pelos resultados e, em alguns
características fundamentais a
serem desenvolvidas em seu casos pelas notas, faz com que o professor
perfil (KOMATZU; ZANOLLI;
LIMA, 1998, p. 234). acabe sendo um transmissor desses
conteúdos” e assim adote metodologias
Ulhôa (2008) concorda ao afirmar mais mecânicas, como a cópia e a
que a escola contemporânea não pode

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resolução de questionários mais diretos, Isto muitas vezes não é possível, pois
onde não há muito estímulo à discussão. depende principalmente das estratégias
Diante disto, Freiberger e Berbel pedagógicas propostas pelos professores
(2010, p. 224) sugerem que a educação pela (PIZARRO; LOPES Jr., 2015).
pesquisa pode ser um meio de promover Segundo referenciado por Freiberger
aprendizagens que favoreçam a e Berbel (2010), a pesquisa conduzida
autonomia e o desenvolvimento desta forma socializa o conhecimento,
intelectual dos sujeitos, onde o professor favorece o desenvolvimento cognitivo e
não é mais visto como transmissor, mas intelectual do aluno, tornando-o mais
sim “encontra seu papel insubstituível na independente em um processo de
reconstrução do conhecimento, o que se dá construção que deve ser permanente, não
por meio da pesquisa”. se desenvolvendo de modo isolado, e sim
no contexto das relações. Como nos relata
Miranda (2011)

Educar pela pesquisa


[...] há uma nova subjetividade, a
escola agora terá uma gestão
“Educar pela pesquisa” é uma das participativa e tudo deve ser
planejado e avaliado; porque há a
obras de Pedro Demo, na qual o escritor internet, porque a escola precisa
se abrir para a participação da
nos diz ser necessário superar o “mero
comunidade, os alunos devem
aprender” pelo “aprender a aprender”, construir seu próprio
conhecimento e também os
substituindo procedimentos de cópias professores precisam reconstruir
diretas de conteúdos por tarefas mais seus conhecimentos e suas
práticas. Enfim, um mundo novo,
complexas, como “contraler, reelaborando com novos problemas, novos
significados, novas exigências,
a argumentação; refazer com linguagem novas soluções, novas práticas e,
própria, interpretando com autonomia; consequentemente, novos
professores (MIRANDA, 2011, p.
reescrever criticamente; elaborar texto 129-130).

próprio, experiência própria; formular


No entanto, para Ninin (2008, p. 19)
proposta e contraproposta” (DEMO, 2011,
as atividades de pesquisa nem sempre
p. 36). A argumentação, pode assim, ser
oportunizam o desenvolvimento do
considerada como um exercício contínuo a
pensamento crítico. Muitas vezes
ser realizado pelo estudante especialmente
mostram-se como uma atividade onde os
porque, é preciso que seja exercitada
estudantes “revelam sua dependência e
diariamente, havendo um espaço de fala
sua falta de autonomia em relação à
para este estudante dentro da sala de aula.

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discussão de determinado assunto, visto


que se resume a um texto composto de Para Demo (2006, p. 12-13), isso se
fragmentos de outros textos e/ou de deve ao fato da grande maioria dos
informações obtidas por meio de buscas professores não dominar as técnicas da
na internet, quase sempre copiadas”, além pesquisa, ou por ter feito a opção de
da falta de argumento e escrita reflexiva. “apenas ensinar”, e passam suas vidas
Certamente atividades assim não podem “imitando e reproduzindo
ser consideradas pesquisas que subsidiariamente” o que lhes foi passado
oportunizam a criticidade do aluno, pois por outrem. Em contraponto, o autor nos
muito pouco, ou em nada permitem o diz que a pesquisa deve ser vista como
exercício da argumentação. uma forma de dialogar, no sentido da
A autora ainda enfatiza como de produção de conhecimento do outro para
fundamental importância a escolha correta si, e de si para o outro. “Quem pesquisa
dos assuntos e de como os conduzir, visto tem o que comunicar. Quem não pesquisa
que, apenas buscar um determinado tema apenas reproduz ou apenas escuta. [...]
sem que haja qualquer intervenção na Quem não pesquisa assiste à comunicação
escrita não permite o desenvolvimento de dos outros” (DEMO, 2006, p. 39).
competências como a argumentação, indo A arte de pesquisar não é um
em caminho oposto à formação do sujeito processo imediato, há um consenso de que
crítico e autônomo (NININ, 2008). a adoção da pesquisa como princípio
educativo se incorpora gradativamente.
Por exemplo: pesquisar sobre as Por isso, vale a pena insistir em sua
obras e a vida de Picasso pode ser
uma tarefa para a qual os alunos efetivação como método de ensino e
apenas exercitam a habilidade de aprendizagem, pois as manifestações de
compilar diferentes informações
sobre o artista, ao passo que educadores e educandos “revelam a
pesquisar como e por que alguns
artistas contemporâneos contribuição para um ensino mais criativo
produzem obras sob a influência e inovador e para uma aprendizagem mais
de Picasso pode exigir uma
competência dos alunos voltada à autônoma. É uma atividade realizada,
comparação e à análise de obras
artísticas, situadas social e inicialmente, por uma minoria, mas
culturalmente. Ideal seria, ainda, nenhuma iniciativa começa grande
que uma pesquisa com esse
propósito desencadeasse (GRILLO, 2006, p. 10).
discussões sobre o papel da arte
na vida humana, o papel da arte
Conforme Ninin (2008, p. 23), a
da vida do estudante-autor, a pesquisa oportuniza espaço para que o
relevância da arte em nossa
cultura... (NININ, 2008, p.24). aluno busque e esclareça suas

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inquietações, desenvolvendo opinião Metodologias ativas de ensino e


própria. “É entendida como um de aprendizagem
instrumento problematizador que, quando
planejada e mediada pelo professor, faz do A expressão “metodologias ativas de

aluno-copiador um aluno-pesquisador”. ensino e de aprendizagem” pode parecer

Este autor cita ainda que o professor novidade, ou mesmo algo desconhecido

precisa responder a perguntas fazendo para muitos dos profissionais da

outras perguntas, além de direcionar a educação. Porém, pelo menos de um

pesquisa para a produção de novos modo mais simples, os professores

conhecimentos, e não simplesmente conhecem formas de ensino e

repetir aqueles já existentes. aprendizagem que são consideradas

Para Bagno (2014) e Bortoni-Ricardo metodologias ativas. O ensino através de

(2008), é fundamental que o professor seja projetos, bem como, através da solução de

um pesquisador para tornar seus alunos problemas, pode ser considerado

também pesquisadores. Gessinger (2004) exemplos de metodologias ativas

reforça que este deve habituar os alunos a (BARBOSA; MOURA, 2013).

terem iniciativa própria na busca pelas Estes autores utilizam, para melhor

informações, ao invés de recebê-las facilitar a compreensão dos métodos

prontas. Assim, o aluno sai de uma ativos, um provérbio chinês dito pelo

postura passiva tornando-se ativo, diante filósofo Confúcio: “O que eu ouço, eu

de estratégias de ensino que oportunizem esqueço; o que eu vejo, eu lembro; o que

sua autonomia. eu faço, eu compreendo” (BARBOSA;

Tratando-se de estímulo à MOURA, 2013, p. 54). Tal provérbio foi

autonomia dos alunos, tem sido modificado com a seguinte redação:

amplamente divulgado em universidades


do exterior, e implantadas em instituições O que eu ouço, eu esqueço; O que
eu ouço e vejo, eu me lembro; O
brasileiras, as chamadas metodologias que eu ouço, vejo e pergunto ou
discuto, eu começo a
ativas, que são estratégias didáticas cuja
compreender; O que eu ouço,
centralidade do processo está no aluno, vejo, discuto e faço, eu aprendo
desenvolvendo conhecimento e
em oposição a figura central do professor habilidade; O que eu ensino para
alguém, eu domino com maestria
e do livro didático como meios exclusivos
(BARBOSA; MOURA, 2013, p.
do saber em sala de aula (PEREIRA, 2012). 54).

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Assim, se na prática pedagógica atualidade; Geração de ideias


(brainstorming) para buscar a
houver o favorecimento para que o aluno solução de um problema;
ouça, veja, pergunte, discuta, faça e ensine, Produção de mapas conceituais
para esclarecer e aprofundar
se estará no caminho da aprendizagem conceitos e ideias; [...]; Criação de
sites ou redes sociais visando
ativa, estimulando o estudante a construir aprendizagem cooperativa; [...].
o conhecimento, e não o receber pronto
passivamente do professor. Neste Para Berbel (2011), as metodologias

ambiente ativo o professor deve atuar ativas trazem novos elementos às aulas,

como orientador, facilitador e supervisor apresentando potencial para despertar a

do processo, e não como única fonte de curiosidade do aluno e novas perspectivas

conhecimento e informação. Em outras de ensino ao professor. Berbel (2011, p. 28)

palavras, o que caracteriza um contexto enfatiza os resultados positivos

ativo é a “atitude ativa da inteligência” apresentados por alunos que se percebem

(BARBOSA; MOURA, 2013, p. 55). autônomos no decorrer das interações em

A utilização de metodologias ativas, sala de aula:

por parte do professor, requer capacidade


de articulação para alcançar um sujeito 1 - à motivação (apresentando
motivação intrínseca, a percepção
ativo, capaz de transformar a si e seu de competência, pertencimento,
curiosidade, internalização de
contexto, através de uma consciência valores); 2 - ao engajamento (com
crítica (MITRE, 2008). Assim, as estratégias emoções positivas, persistência
presença nas aulas, [...]; 3 - ao
de ensino utilizadas devem estimular a desenvolvimento (evidenciando
autoestima, autovalor, preferência
cooperação para o trabalho em equipe e a por desafios ótimos, criatividade);
comunicação, considerando as 4 - à aprendizagem (melhor
entendimento conceitual
peculiaridades de cada aluno, respeitando processamento profundo de
informações, uso de estratégias
seu tempo de aprendizagem (WALL;
autorreguladas); 5 - à melhoria do
PRADO; CARRARO, 2008, p. 517). desempenho em notas, nas
atividades, nos resultados em
Dentre as variadas estratégias que testes padronizados); e 6 - ao
estado psicológico (apresentando
podem ser utilizadas para se conseguir
indicadores de bem-estar,
ambientes de aprendizagem realmente satisfação com a vida, vitalidade)
(BERBEL, 2011, p. 28) .
ativa em sala de aula Barbosa e Moura
(2013, p. 57) citam algumas destas: Segundo revisão apresentada por
Barbosa e Moura (2013), alunos que
[...] Trabalho em equipe com vivenciam os métodos ativos desenvolvem
tarefas que exigem colaboração de
todos; [...] Debates sobre temas da maior confiança em suas tomadas de

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decisões e na aplicação prática do como sujeitos de investigação dois


conhecimento; melhoram a expressividade professores de Ciências e duas turmas de
oral e escrita e a capacidade de se alunos do Ensino Fundamental, sétimo e
relacionar com os colegas, “reforçando a oitavo anos, de uma escola pública do
autonomia no pensar e no atuar”. interior do Estado do Rio Grande do
Porém, para que as metodologias Sul/Brasil. As turmas eram compostas por
ativas possam, de fato, causar os efeitos 15 e 18 alunos, respectivamente. Destas
desejados, é necessário que os duas turmas, foram selecionados por
participantes do processo acreditem em adesão seis alunos Bolsistas de Iniciação
suas potencialidades e as compreendam, Científica Júnior (BICJr), três de cada
incluindo uma “boa dose de turma, para auxiliarem diretamente no
disponibilidade intelectual e afetiva”, visto desenvolvimento da pesquisa. Os dois
que são muitas as dificuldades no professores e os seis BICJr receberam
cotidiano escolar que podem comprometer auxílio financeiro, sendo a bolsa de
“ou mesmo impedir esse intento” orientação dos professores fomentada pela
(BERBEL, 2011, p. 37). CAPES e dos BICJr concedida pela
Berbel (2011) reflete a importância FAPERGS.
da consciência que as metodologias ativas A pesquisa ocorreu em uma
podem desenvolver, uma vez que alunos abordagem qualitativa, seguindo os
expostos a esses tipos de situações de pressupostos da pesquisa-ação, pois os
aprendizagens “se sentirem falta de algum dois professores investigados também
tópico, saberão onde encontrá-lo e o que atuam como pesquisadores, pesquisando a
fazer para aprendê-lo” tendo a noção que própria prática pedagógica. De acordo
a aprendizagem não termina com a com Thiollent (1986, p. 4) a pesquisa-ação,
conclusão da escola, e sim, deve ser uma
busca constante. é um tipo de pesquisa social com
base empírica que é concebida e
realizada em estreita associação
com uma ação ou com a resolução
de um problema coletivo e no
Procedimentos metodológicos qual os pesquisadores e os
participantes representativos da
situação ou problema estão
envolvidos de modo cooperativo
O presente estudo foi desenvolvido ou participativo.
no período compreendido entre
novembro/2014 a outubro/2015, em uma Miguel (2012) complementa ao

perspectiva de análise qualitativa, tendo esclarecer que o termo pesquisa diz

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respeito à produção do conhecimento, já o projetos elaborados pelos alunos das duas


termo ação está relacionado a uma turmas foram analisados e discutidos, e
“modificação intencional de uma dada estes incentivados a participarem da V
realidade”. Assim, neste método de Feira de Ciências Univates, de modo a
pesquisa “o conhecimento é produzido e a vivenciar mais efetivamente a
realidade é modificada simultaneamente, comunicação e a divulgação científica.
cada um ocorrendo devido ao outro”. No decorrer do ano letivo de 2015,
Os dois professores pesquisadores, os seis alunos BICJr leram artigos
juntamente com a equipe de referentes a metodologias da pesquisa e
pesquisadores selecionaram e iniciação científica. A cada semana,
desenvolveram, nas duas turmas, expressavam em portfólios reflexivos as
diferentes estratégias pedagógicas que atividades desenvolvidas em aula, suas
englobaram o desenvolvimento de percepções, facilidades e dificuldades.
competências e habilidades, formação Estes alunos foram fundamentais para o
intelectual, autonomia, interpretação e andamento da pesquisa, visto que,
linguagem, buscando a iniciação à serviram de parâmetro para o grupo de
pesquisa dos educandos, sendo todas as pesquisadores analisar as estratégias
atividades norteadas pelas metodologias pedagógicas utilizadas. Os professores
ativas de ensino e de aprendizagem. pesquisadores também realizavam, a cada
Foram inicialmente discutidos com aula, suas considerações em portfólios
os alunos das duas turmas participantes (AMBRÓSIO, 2015), denominados
assuntos relacionados à pesquisa, como: reflexivos, os quais constituem,
conceituação de pesquisa; projeto de juntamente com os portfólios dos BICJr,
pesquisa; concepção de ciência; evolução uma das principais bases de dados para a
do conhecimento científico; como análise desta pesquisa.
trabalham os cientistas; metodologia Prado e Simas (2012, p. 1), destacam
científica; como podem ser desenvolvidos a importância do portfólio reflexivo no
projetos de pesquisa para Feiras de processo de ensino e aprendizagem. Para
Ciências; entre outros temas solicitados eles, ao elaborar o portfólio reflexivo o
pelos alunos. Após as discussões os alunos estudante sente-se
foram desafiados a pensar em assuntos a
serem investigados e então elaborar [...] parte integrante do processo
de ensino-aprendizagem, estando
projetos de pesquisa, seguindo as etapas constantemente motivado a
do método científico. Posteriormente os aprender e fazer reflexões, uma
vez que passa a ser encarado

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Metodologias ativas de ensino e de aprendizagem ... 235

enquanto produtor de relataram em relação aos alunos com o


conhecimento. [...] Em suma, o
portfólio se traduz num desenvolvimento de metodologias ativas,
instrumento autobiográfico na visto que os estudantes estavam
medida em que os educandos
descobrem suas potencialidades habituados a estratégias pedagógicas que
ao analisar seu próprio trabalho e,
é devido à proposta que recebe de pouco envolviam efetivamente, de um
escrever sobre a sua modo mais ativo, suas participações.
aprendizagem que o educando é
posto a refletir sobre esta”. O rompimento das aulas
tradicionais, nas quais os professores
Ao final do processo os portfólios
assumiam à frente das atividades, para um
reflexivos estão sendo explorados pela
novo momento, onde os alunos passaram
equipe de pesquisadores, a fim de
a refletir de uma maneira mais autônoma
problematizar se as diferentes estratégias
e crítica, foi um grande desafio para
pedagógicas implementadas pelos
professores e alunos. Inicialmente, os
professores em sala de aula contribuíram
alunos tiveram certa resistência à
para a produção de projetos de pesquisa
proposta, alguns entenderem que agora o
inovadores, analisando através dos
professor não iria mais “dar aula”, pois as
registros se os alunos foram percebendo-se
estratégias metodológicas ativas tiram o
mais preparados ao longo das atividades,
foco do professor como responsável direto
compreendendo com mais dinamismo o
do “fazer acontecer”. Mas aos poucos os
processo da iniciação à pesquisa.
alunos foram compreendendo que o
professor passou a ser um incentivador,
procurando instigar neles a autonomia,
Resultados e discussão através de tarefas mais complexas, que
foram além do copiar e resolver questões
A análise dos portfólios reflexivos do livro didático. Foi preciso mostrar aos
ainda está em andamento e nesta alunos a importância do desenvolvimento
discussão inicial é possível obter algumas da capacidade de argumentação, tão
inferências importantes para os processos necessária para a iniciação à pesquisa
de ensino e de aprendizagem, (RAMOS, 2012).
principalmente considerando a iniciação à Para despertar nos alunos o gosto
pesquisa dos alunos. Nos portfólios pelas novas estratégias pedagógicas, os
reflexivos dos dois professores professores selecionaram algumas que
participantes da pesquisa, é possível julgaram apropriadas, tais como mapas
perceber as dificuldades iniciais que estes conceituais, peer instruction e a estratégia

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de verbalização e observação (GV/GO), pensamento mais aprofundado do que a


de modo a tentar motivar os alunos a simples reprodução de conteúdos,
pensarem de forma autônoma, não conforme abordado por Demo (2010,
esperando tudo pronto do professor. 2011a, b).
Quanto aos mapas conceituais, os alunos Nesta etapa, os professores
individualmente produziam mapas relataram novamente muita dificuldade
esquemáticos sobre diferentes temas. Após dos alunos em compreender como deve
este momento inicial o professor instigava ser realizada uma pesquisa, indo além da
os alunos a buscarem informações em cópia puramente dita, em uma linguagem
diferentes fontes (livros, revistas, sites de popular, o “CTRL+C; CTRL+V”, no
internet), discutirem em pequenos grupos processo de copiar e colar no computador.
os assuntos e depois com a mediação deste “Os alunos têm a ideia de que pesquisar é
realizavam a socialização das pesquisas. abrir o livro e copiar de ‘um ponto ao
Ao final destas atividades os alunos outro’, ou acessar a internet e copiar desde
analisaram os mapas conceituais a primeira página que aparece o assunto.
produzidos inicialmente e fizeram as Alguns, copiam os trechos do resultado de
adequações necessárias, sendo após estes busca que aparece no navegador, sem nem
mapas recolhidos pelo professor para mesmo abrir a página e visualizar o
análise e avaliação. Com a realização conteúdo” (professor A). O professor
destas atividades os alunos puderam ainda relata que a maioria dos alunos
analisar a trajetória de sua construção do tinha a ideia de que tudo o que está na
conhecimento, identificando os pontos que internet é “verdade absoluta”, não tendo a
demandam atenção especial, participando visão crítica de questionar ou mesmo
do seu processo avaliativo (AMBRÓSIO, analisar a origem da fonte de notícia.
2015). Ainda apresentavam ideias de
Tais atividades tiveram o objetivo de infalibilidade do conhecimento científico,
instigar o desenvolvimento do não vendo a necessidade de
pensamento crítico e reflexivo (RAMOS, questionamentos e discussões referente ao
2012) e, posteriormente, trabalhar com os conhecimento ora existente, como
alunos o real conceito de pesquisa abordado por Fourez (1995).
(DEMO, 2010), finalizando com a Outra fala que chamou a atenção foi
elaboração de projetos de pesquisa para a a do professor B, ao citar que os alunos
Feira de Ciências, seguindo as etapas do entendiam a pesquisa científica como algo
método científico, que exigem um destinado exclusivamente a cientistas,

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Metodologias ativas de ensino e de aprendizagem ... 237

como geralmente a mídia mostra: “àqueles em relação a dificuldade de conciliar as


que atuam em um laboratório todo pesquisas específicas e o ensino dos
equipado, utilizando jaleco branco, tubos demais conteúdos. Isto também é
de ensaio e microscópio”. Essa visão verificado em outros trabalhos, como
distorcida do processo de pesquisa Martins e Varani (2012) que apresentam a
também é observada na fala do professor luta diária enfrentada pelo professor
A, tratando-se da Feira de Ciências: “Os pesquisador.
alunos acham que para participar de uma Dentre as dificuldades apontadas
Feira de Ciências é preciso ter, pelos alunos, citamos algumas: “Tínhamos
necessariamente, uma experiência, algo que tirar muito mais tempo para estudar
que exploda, como um vulcão, ou algo [...]. Foi difícil se acostumar com tantas
palpável, com resultado visível”, em atividades novas e diferentes, pois
relação a dificuldade de fazê-los ficávamos preocupados quando o
compreender que pesquisar é investigar professor nos mandava estudar alguma
um determinado problema ou fenômeno, coisa, não sabíamos o que ele ia fazer, e
nem sempre mensurável. Estas isso preocupava” (aluno BICJr A). Outro
informações já foram observadas e aspecto levantado por alguns alunos
relatadas por nosso grupo de refere-se à dificuldade em atividades
pesquisadores com estudantes da coletivas: “difícil de fazer o trabalho pois
Educação Básica de diferentes regiões do alguns grupos não se dedicavam, não
Brasil (AUTOR X, et al. 2014). davam bola, o problema mesmo era fazer
Como é normal na atividade o trabalho sozinho” (aluno BICJr D).
docente, nem todas as propostas tiveram Apesar das dificuldades, muitos
aceitação positiva por parte de todos os foram os momentos de destaque positivo
alunos: “o que me aflige é a falta de nas atividades norteadas pelas
interesse dos alunos, apenas os grupos metodologias ativas. Os professores
onde tem os BICJr trabalham” (professor relataram o quanto os alunos, no decorrer
A). Assim como, a condução das próprias do projeto, mostraram-se mais
atividades algumas vezes não atingiram o empolgados com as estratégias
êxito esperado: “Fico bastante angustiada pedagógicas inovadoras, o que
pois vejo que precisam ter tempo em aula demonstrou que atividades diferenciadas
para se reunir e para poder ajudá-los mas, atraem a maioria dos estudantes,
desse modo, os conteúdos não estão tornando-os mais participativos e
andando como deveriam” (professor B)

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Gewehr, D. et al. 238

interessados, em comparação com as aulas Anastasiou e Alves (2012)


consideradas “normais”. fundamentam esta ideia ao citar que
Dentre as estratégias pedagógicas durante a interação dos mapas conceituais
inovadoras experimentadas com as turmas individuais em sala de aula, ao se verificar
de alunos, os professores destacaram a semelhanças e diferenças entre os colegas,
utilização de mapas conceituais, que são novas conexões podem ser estabelecidas,
estratégias para a organização do enriquecendo os mapas. “Gostei muito
conhecimento, a partir da relação entre desta aula, acho que poderíamos fazer
conceitos, por meio de conectivos de mais aulas como esta, onde todos
ligação (NOVAK; CAÑAS, 2010). trabalham em grupo” (aluno BICJr A) em
Conforme o pesquisador norte-americano relação ao momento de explanação e
David Ausubel, o armazenamento de trocas de informações entre os mapas
informações no cérebro humano ocorre de conceituais na turma. Para o professor este
modo organizado, onde uma nova é o momento em que se consegue perceber
informação relaciona-se com algum o crescimento cognitivo dos alunos,
conhecimento que o indivíduo já possua comparando os mapas no início e no fim
(MOREIRA, 2011a). Os mapas conceituais do processo.
refletem a compreensão de quem os Outra estratégia vivenciada nas
produz naquele momento, podendo turmas foi a metodologia peer instruction,
adquirir novos contextos à medida que se que pode ser traduzida como “instrução
aprende novos conhecimentos entre pares”, esta utiliza a discussão
(MOREIRA, 2011b). gerada pelos próprios alunos, a qual é
Os relatos nos portfólios dos vista como uma linguagem mais simples
professores pesquisadores e dos alunos do que a explicação do professor,
BICJr vem ao encontro das citações de permitindo uma maior clareza no
Moreira (2011a,b), ao afirmarem que a entendimento dos conceitos. Dentro desta
utilização dos mapas conceituais estratégia pedagógica, se o índice de
oportunizou uma maior reflexão do acertos de uma determinada questão for
conteúdo do que se este tivesse sido baixo, permite-se a discussão da questão
apenas passado no quadro para copiar, entre os participantes, para que procurem
pois permitiu aos alunos construir e juntos chegar na resposta correta (PINTO
reconstruir seus mapas à medida que o et al., 2012).
conteúdo ia sendo discutido e socializado A metodologia do “peer
instruction”
entre eles. envolve/compromete/mantém

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Metodologias ativas de ensino e de aprendizagem ... 239

atentos os alunos durante a aula ‘mais fracos’ se sentiram envergonhados,


por meio de atividades que
exigem de cada um a aplicação os não aproveitando o momento”. O
conceitos fundamentais que estão professor A ainda cita que “os alunos vêm
sendo apresentados, e, em
seguida, a explicação desses de uma ‘cultura’ onde o professor
conceitos aos seus colegas. Ao
contrário da prática comum de ‘mastiga’ tudo, e esta atividade é oposta a
fazer perguntas informais, este tipo de aula”, pois depende de um
durante uma aula tradicional, que
normalmente envolve uns poucos prévio estudo do aluno antes da aula, o
alunos altamente motivados, a
metodologia do “peer instruction” que nem sempre acontece,
pressupõe questionamentos mais comprometendo a atividade. Já os alunos
estruturados e que envolvem
todos os alunos na aula (PINTO et BICJr desta turma gostaram da atividade:
al., 2012).
“foi bom, me interessei pela aula e vi que
não foi só eu, pois não houve muita
Também traduzida como “instrução
conversa e bagunça” (aluno BICJr D).
pelos colegas”, o método permite que os
Por sua vez, o professor B achou a
alunos passem mais tempo discutindo
estratégia positiva: “Gostei muito da
entre si, do que ficar passivamente
atividade. Os alunos estavam muito
assistindo aulas expositivas conduzidas
ansiosos e preparados (a maioria). Muitos
somente pelo professor. O estudo prévio
alunos fizeram apontamentos (resumos)
do conteúdo pelos alunos é fundamental,
no caderno”. Os BICJr desta turma
através de material disponibilizado pelo
também acharam a atividade válida: “a
professor, onde os alunos irão discutir,
turma gostou por ser algo diferente,
trocar opiniões e interagir de uma maneira
sempre mostram interesse em coisas
mais dinâmica. Neste formato de instrução
novas” (aluno BICJr C) – revelando o
os alunos respondem questões
contento dos alunos em relação a aulas
individualmente, e depois discutem com
que propõem estratégias inovadoras.
os colegas (ARAUJO; MAZUR, 2013).
A estratégia GV/GO, denominada
Para o professor A o resultado da
Grupo de Verbalização e Grupo de
aplicabilidade desta estratégia foi
Observação, foi experimentada somente
frustrante: “na minha avaliação foi um
pelo professor B. Nesta estratégia, a turma
fracasso, pois só gerou insegurança”, em
de alunos deve ser dividida pelo professor
relação as muitas dúvidas questionadas
em dois grupos, chamados: GV (grupo
pelos alunos. Ele segue: “na hora de
que fala) e GO (grupo que apenas observa,
formar as duplas [...] os ‘mais espertos’
escutando os colegas). É necessário que
sentam com os semelhantes e não com os
haja leituras ou estudos prévios sobre o
que apresentam dificuldades. Os alunos

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Gewehr, D. et al. 240

conteúdo antes de iniciar a atividade. Os por serem muitas atividades” (aluno BICJr
grupos devem então ser organizados em C).
dois círculos, um interno (GV) e um A turma do professor A não realizou
externo (GO). O GV inicia seus debates, e a estratégia GV/GO, pois os alunos
o GO apenas observa. Após, o GO vai para estavam muito eufóricos para iniciar o
o centro do círculo e faz suas processo de escrita dos projetos de
contribuições, enquanto que o GV assume pesquisa para a Feira de Ciências. O
o papel de ouvinte. O fechamento da professor julgou que estes já estavam
atividade é conduzido pelo professor, que aptos, visto que demonstravam uma
faz suas considerações diante das maior compreensão das propostas após o
discussões apresentadas pela turma uso das estratégias de ensino consideradas
(ANASTASIOU; ALVES, 2012, p. 95). inovadoras para a turma, conduzindo as
Sant'anna e Menegolla (2002, p. 81) tarefas com mais seriedade, segurança e
lembram que as observações do professor responsabilidade.
devem ser apenas complementares, visto Os BICJr orientados pelo professor A
que, neste momento, a classe como um juntamente com os demais colegas,
todo terá a oportunidade de estar elaboraram quatro projetos de pesquisa
opinando sobre estas considerações ou preliminares e destes selecionaram dois
outros aspectos não abordados e/ou projetos para participar da V Feira de
esclarecidos insuficientemente. Ciências Univates. O processo de escolha
O professor B gostou da atividade: ocorreu na turma, envolvendo todo o
“muito interessante, pois envolve todos os grupo, que analisou os projetos iniciais
alunos e mostra quem leu e quem não leu julgando as etapas do método científico,
sobre o assunto”. Apenas observou como anteriormente estudado, exercitando a
negativo a repetição entre os estudantes reflexão e a criticidade. Os projetos
daquilo que já havia sido falado selecionados e efetivamente
anteriormente por outro colega, na ocasião desenvolvidos foram: “Depressão: uma
de sua verbalização, ocorrendo poucas tristeza que não acaba mais” e
variações de respostas. Os alunos BICJr “Levantamento dos casos de separação de
também relataram gostar da atividade: “a casais das famílias dos alunos do 5° ao 9°
turma gostou da primeira parte da aula, ano da escola São Caetano/Arroio do
por ser algo diferente que ninguém Meio/RS”.
conhecia, já nas atividades do livro Já a turma de alunos dos BICJr
novamente foi uma coisa muito cansativa orientados pelo professor B optou por

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Metodologias ativas de ensino e de aprendizagem ... 241

uma estratégia diferente: cada BICJr foi passar do tempo e o uso de metodologias
responsabilizado por coordenar e elaborar, ativas contribui muito para que isso
juntamente com sua equipe, um projeto de ocorresse” (professor B). “Posso concluir
pesquisa. Assim, nesta turma foram que as metodologias ativas são
desenvolvidas três pesquisas: “Batata-doce extremamente positivas e fazem a maioria
com gosto de abóbora”, “Conhecimentos dos alunos aprenderem melhor e se
dos alunos do 7º ao 9º ano da escola São interessarem mais. A própria discussão
Caetano/Arroio do Meio/RS sobre com eles sobre as formas como cada um
transmissão da AIDS” e “Consumo de aprende [...] fazem eles mais
água das famílias de alunos da Escola participativos” (professor A).
Municipal de Ensino Fundamental São Os alunos também reconheceram
Caetano/Arroio do Meio/RS”. seu crescimento:
Os projetos de pesquisa foram
apresentados na V Feira de Ciências “Me admirei do meu crescimento,
percebi muita diferença sei que
Univates, sendo que o projeto de pesquisa agora estou preparado para o
“Depressão: uma tristeza que não acaba futuro, não totalmente, mas se
vier algo parecido me garanto
mais” foi premiado com o 2º lugar na mais, não irei ficar tão nervoso,
com tanta ansiedade, etc. Pude
categoria Ensino Fundamental, e o projeto identificar mais qualidades
de pesquisa “Consumo de água das minhas em função desse projeto,
mais melhorias, ver como eu
famílias de alunos da Escola Municipal de estava em aula, meu
comportamento com colegas,
Ensino Fundamental São Caetano/Arroio professores etc. [...] Jeitos
do Meio/RS” conquistou o 3º lugar, na melhores em pesquisar, estudar,
como fazer um trabalho melhor,
mesma categoria, entre 127 trabalhos com mais qualidade e
aprendizado. Aprendi que nem
inscritos, ambos recebendo “Menção todo trabalho é como se pensa,
Honrosa” e convidados a participar da fazer por fazer sem querer
aprender, só para ter nota, mas
Mostra Internacional de Ciências e sim fazer para ter um
conhecimento novo” (aluno BICJr
Tecnologia (MOSTRATEC), na cidade de
D).
Novo Hamburgo/RS, em 2016.
Conforme relatos dos professores Igualmente observa-se esta ideia na
pesquisadores é visível o crescimento dos seguinte fala: “Essa atividade (pesquisa)
alunos no decorrer do processo: “no mudou o pensamento de alguns alunos,
começo foi difícil convencê-los da pois achavam que ciência era só natureza
importância da escrita própria, sem cópia, ou corpo humano” (aluno BICJr E).
mas isso foi sendo construído com o “Comecei a olhar as aulas de uma maneira

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Gewehr, D. et al. 242

diferente, passei a gostar mais da matéria ensinar e aprender, pois, para o professor,
e acho que também adquiri mais ocorreu uma mudança no seu papel, não
conhecimento e experiência, e se surgirem tendo mais o comando da aula a todo
mais projetos de pesquisa estarei mais instante, e sim, intermediando a
preparado” (aluno BICJr F). Estas construção feita pelo próprio aluno. Para o
observações validam a proposta ora aqui salunos, estas aulas, chamadas por eles
apresentada. como diferentes, onde estes se viam
também responsáveis por sua
aprendizagem, oportunizaram uma maior

Considerações finais autonomia, já que o professor não trazia o


conteúdo pronto, e sim os incentivava a

Ao término de um ano de atividades buscar, pesquisar, dialogar, refletir, etc.

com o foco na iniciação à pesquisa dos Acompanhando as reuniões entre os

alunos norteando-se por metodologias pesquisadores da equipe, nas quais os

ativas de ensino e de aprendizagem, é alunos BICJr eram integrantes, bem como,

possível perceber através dos registros nos assistindo as apresentações no XIV Salão

portfólios reflexivos dos alunos BICJr e de Iniciação Científica, Tecnológica e de

dos professores pesquisadores, que as Inovação da Univates, e também na V

estratégias pedagógicas inovadoras Feira de Ciências Univates, pode-se

desenvolvidas nas duas turmas de alunos perceber que, ao longo do projeto, os

investigadas, foi muito positiva. alunos BICJr assumiram uma nova

Observou-se que efetivamente as postura, principalmente no que se refere à

atividades buscaram e mesmo de forma capacidade de comunicação, expressando-

incipiente desenvolveram nos alunos um se com maior fluência, clareza e

espírito mais investigativo, crítico e segurança.

reflexivo. Na maioria das situações, os Questionados se tinham a intenção

BICJr relataram que eles e seus colegas de participar novamente de atividades

sentiam-se mais motivados com as como a Feira de Ciências e o Salão de

atividades diferenciadas, as quais Iniciação Científica, os alunos foram

tornavam as aulas mais envolventes, em unânimes em afirmar que sim, pois agora

comparação as atividades tradicionais. sentem-se mais aptos para a escolha de

As estratégias pedagógicas novos temas à serem pesquisados.

norteadas por metodologias ativas Relatam que compreendem melhor o

oportunizaram uma forma inovadora de processo da pesquisa, já que passaram a

Revista Ensino & Pesquisa, v.14; n.01; 2016


Metodologias ativas de ensino e de aprendizagem ... 243

ser conhecedores, mesmo que de forma mas da forma como foi conduzida, em
incipiente, do método científico. Para os horário de aula, não foi legal [...] pois
professores, as metodologias ativas foram exige muita atenção individual e enquanto
as responsáveis pelas mudanças no perfil isso os demais alunos ficam dispersos”.
dos alunos, pois passaram a exercitar sua Diante das falas dos professores,
capacidade de reflexão e senso crítico, pode-se constatar que o trabalho
principalmente nas atividades de pedagógico de projetos de pesquisas tende
elaboração dos projetos para a Feira de a ser mais viável em turno oposto ao das
Ciência, que envolveu a todos, os quais aulas, onde o atendimento possa ser mais
foram muito bem avaliados. focado, em pequenos grupos, de modo
Porém, os professores pesquisadores que haja tempo de realizar pesquisas mais
registram que, da forma como a pesquisa aprimoradas, com mais qualidade. Os
foi conduzida, em sua grande parte dentro professores reforçaram a importância da
do horário de aula, houve certo pesquisa e a incentivam como instrumento
comprometimento do andamento normal pedagógico, de modo que os alunos deem
do conteúdo previsto para o ano letivo. o primeiro passo para a iniciação
Isto, pois, mesmo os alunos BICJr e científica, ingressando mais preparados no
professores pesquisadores encontrando-se Ensino Superior, e não meros repetidores
semanalmente no contraturno escolar, era de conteúdos decorados apenas para o
na sala de aula que, de fato, a pesquisa vestibular.
acontecia, pois os outros momentos Quanto às metodologias ativas,
ficavam mais focados nas discussões, através dos relatos dos envolvidos pode-se
preparação das tarefas e registros das perceber que o uso é muito válido, mas
atividades nos portfólios reflexivos. É que somente uma ou outra estratégia
preciso, assim, que seja destinada horas satura o estudante, devendo estas serem
adicionais para que estas atividades de mescladas também com as aulas
pesquisa possam ser efetivamente chamadas tradicionais, quando forem
desenvolvidas. Segundo o professor B, mais convenientes, conforme o conteúdo e
“essa atividade exige muito tempo e ajuda as características da turma. Assim, a
do professor, [...] foram necessários muitos diversidade das estratégias atinge um
períodos para os projetos, e os alunos maior número de estudantes em suas
tiveram muitas dificuldades, pois nunca peculiaridades.
tinham feito um projeto científico”. O No presente estudo, observou-se que
professor A concorda: “foi superpositivo, o uso de metodologias ativas de ensino e

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Gewehr, D. et al. 244

de aprendizagem mostra-se adequado ARAUJO, I. S.; MAZUR, E. Instrução pelos


colegas e ensino sob medida: uma
para desenvolver a iniciação à pesquisa na
proposta para o engajamento dos alunos
Educação Básica, considerando no processo de ensino-aprendizagem de
Física. Cad. Bras. Ens. Fís., 30 (2), p. 362-
especificamente o Ensino Fundamental.
384, 2013.
Espera-se assim, que este estudo possa
BAGNO, M. Pesquisa na escola: o que é e
incentivar os professores a buscarem
como se faz. 26. ed. São Paulo: Edições
estratégias inovadoras, sempre instigando Loyola, 2014.
os alunos a serem autores da busca pelo
BARBOSA, E. F.; MOURA, D. G. de.
conhecimento, auxiliando-os a aprender a Metodologias ativas de aprendizagem na
educação profissional e tecnológica.
aprender, proporcionado condições para
Boletim Técnico Senac, 39 (2), p. 48-67,
que cada aluno alcance o máximo de suas 2013.
potencialidades.
BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas
e a promoção da autonomia de estudantes.
Semina: Ciências Sociais e Humanas, 32
(1), p. 25-40, 2011.
Agradecimentos
BORTONI-RICARDO, S. M. O Professor
pesquisador: introdução à pesquisa
A equipe de pesquisadores qualitativa. São Paulo: Parábola editorial,
2008.
agradece a CAPES e FAPERGS pelo
auxílio financeiro recebido. DEMO, P. Educação e Alfabetização
Científica. Campinas/SP: Papirus, 2010.

______. Pesquisa: princípio científico e


educativo. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
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Aceito em: 15/05/2016

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