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COMISSÃO DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL

Ata da Audiência Pública realizada no Auditório Senador Sérgio Guerra do edifício


Plenário Governador Miguel Arraes de Alencar no dia 07 de agosto de 2017.

SITUAÇÃO DA HEMOBRÁS NO ESTADO DE PERNAMBUCO.

Aos sete dias do mês de agosto de dois mil e dezessete, às dez horas, reuniu-se no Auditório
Senador Sérgio Guerra a Comissão de Saúde e Assistência Social da Assembleia Legislativa,
sob a presidência da Deputada Roberta Arraes, para discutir a situação da HEMOBRÁS no
Estado de Pernambuco. Presentes os Deputados Bispo Ossésio Silva, Augusto César
e__________. Havendo quórum regimental a Presidente declarou aberta a Audiência Pública,
convidando para compor a Mesa a Deputada Priscila Krause, autora do Requerimento
solicitando a esta Reunião, que tem o objetivo de discutir a situação da Empresa Brasileira de
Hemoderivados e Bio Tecnologia (HEMOBRÁS) no Estado de Pernambuco, o Doutor Flávio
Vormittag, Coordenador-Geral de Sangue e Hemoderivados, representando o Ministério da
Saúde, representando o Tribunal de Contas da União, Doutor Messias Alves Trindade, , o
Presidente da HEMOBRÁS Doutor Oswaldo Castilho, Deputado Federal João Fernando
Coutinho, representando a Secretaria de Saúde do Estado e o HEMOPE, Doutora Ieda Maia de
Albuquerque, representando a Federação Brasileira dos Hemofílicos, o Presidente Doutor
Alexandre de Mattos, Representando o Ministério Publico Federal, Doutor Marinos Máximos,
Prefeito em exercício de Goiana, Eduardo Honório, representando o Governador do Estado e o
Vice Governador, Presidente da AD Diper Leonardo Cerquinho e o Senador Humberto Costa. A
Presidente destacou que a CF de 1988 proíbe comércio de sangue e seus derivados no Brasil,
baseada nos aspectos políticos, econômicos, sociais e tecnológicos, aumentando ainda mais a
responsabilidade do Estado em garantir a entrega de medicamentos essenciais à população, em
especial ligados à hemofilia, o que representa alto custo para a saúde publica, principalmente
porque importamos grande parte de hemoderivados, o que levou vários governos e especialistas
a discutirem a viabilidade do País estruturar uma fabrica capaz de alcançarmos a
autossuficiência no setor, o País dispor de vários hemocentros estruturados, aptos a recolherem
grandes quantidades de plasma, matéria prima dos hemoderivados, sendo o HEMOPE uma
referência, razão que levou o Estado a ser escolhido para sediar a primeira fábrica. Ressaltou
que a fábrica da HEMOBRÁS já deveria está em pleno funcionamento, produzindo os seis
hemoderivados de maior consumo do mundo, no entanto as obras estão paralisadas e
exportamos matéria prima recebendo produtos acabados, com gastos de quase 800.000.000,00
por ano para o SUS. Ressaltou ainda que segundo o TCU as obras poderiam se estender até
2021, que não se justifica abandonar empreendimento que já custou mais de um bilhão de reais,
com 70% das instalações físicas executadas e 60% dos sistemas de tecnologias e
equipamentos adquiridos. Em seguida a Deputada Roberta Arraes passou a presidência dos
trabalhos da Audiência Pública para a Deputada Priscila Krause, que convidou o Senador
Armando Monteiro Neto, que não tem medido esforços no apoio a essa causa, para a mesa,
registrou a presença do deputado Federal Silvio Costa, Deputados Estaduais Rodrigo Novaes,
Teresa Leitão, Ricardo Costa, José Humberto, Silvio Costa Filho e Joel da Harpa.

Doutora Silvia Regina Pontes Lopes, Procuradora da Republica no Estado


de Pernambuco. Vereadores, o Presidente Carlos Viegas Junior, os
Vereadores Josemar Leite, Del do Bode, a Vereadora Olga Sena, André
Rabicó, Sargento Torres, Marcos Leal, chegou mais algum Vereador? De
Goiana! Mais vai chegar, mais a gente já tem quórum para deliberar, pode
fazer uma sessão aqui na Casa. Queria também agradecer a presença do
vereador Nicó do Cimento da Cidade de Carpina, do Vereador Cosme Alves
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da Silva, também da Cidade de Carpina, o Senhor Hélio Roberto da Silva,
Chefe do Cerimonial da prefeitura de Olinda, que aqui representa o Prefeito
Professor Lupércio, nosso colega aqui nessa Casa, Doutora Ana Fausta
Diretora Médica do (Hemope), Mário Moreira Diretor Geral de Assistência
Farmacêutica da Secretaria de Saúde de Pernambuco, Daniel Uchoa
gerente Geral, da Decima Segunda (Geres) da Secretaria de Saúde, Doutor
Humberto Antunes Diretor de Planejamento, também da Secretaria de
Saúde, Doutor Bruno Medeiros Paparielo da 1ª Diretoria da Secretaria de
Controle Externo em Pernambuco, Doutor Bruno de Freitas Freire, também
da secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contas também, Doutor
Carlos Alberto de Sá Costa, Gerente de Interiorização do Hemope, unidade
de Garanhuns, gostaria de registrar a presença e de convidar para a mesa
do Senador Humberto Costa, de registrar também a presença do Deputado
Augusto Coutinho, Deputado Augusto Coutinho eu falei como Deputado
Silvio Costa, para que os Senhores se sentissem imesado, porque a gente
não tem..., tem como pegar cadeira lá a trás, e dar uma empresadinha,
tenta, tenta porque ruim é quando a gente tem uma causa que ninguém
brigue por ela, mas quando a gente tem uma causa como essa, que tem
gente aqui lutando e querendo resolver da melhor forma possível, essa é a
melhor coisa que pode acontecer. Bom terminando por enquanto o registro
das presenças, eu queria também fazer o registro até para que a gente dê
continuidade, aqui o mais importante são as falas de cada um e escutar
vocês, eu queria só registrara presença também, uma das que eu de maior
importância, junto com a de Alexandre Mattos que representa a Federação
dos Hemofílicos do Brasil, queria registrara a presença do Senhor Vicente
de Paula Ferreira de Souza, que veio lá do Ceará, pai de hemofílico, cadê
ele, está ali, pai de hemofílico e junto ai nessa luta ai, e nessa causa.
Senhoras e Senhores, para a gente falar da Hemobrás bem rapidamente,
eu queria fazer um histórico, a gente não pode deixar de fazer. Nós não
temos como falar da Hemobrás a partir de 2004, nós temos que ir ao ano de
sua fundação de sua criação, através de Propositura Legislativa, a gente
tem na verdade que voltar quarenta anos no tempo, gostaria de registrar a
presença de Pedro Marinho, Vereador da Cidade do Paulista. Muito
obrigada pela presença, Vereador. A gente tem que voltar quarenta anos no
tempo, Dra. Yêda. Na verdade, lá atrás, e com uma homenagem muito
grande a uma pessoa chamada Dr. Luiz Gonzaga dos Santos, que foi o
grande idealizador, ainda no Governo Moura Cavalcanti, da Fundação
HEMOPE, referência nacional em hematologia. E, a partir daí todos os
Governos de Pernambuco deram a sua contribuição para a consolidação do
HEMOPE, enquanto autoridade no assunto, ao longo do tempo. Não fosse
assim, em 85 não teria sido feito o projeto de implantação, ainda em 85 ou
já em 85, de implantação da unidade piloto de produção de hemoderivados
aqui, para Pernambuco. Entre 89 e 91 foram feitos projetos de expansão e
de modernização da capacidade de produção industrial de hemoderivados
do HEMOPE: um grupo de trabalho técnico para o projeto HEMOPOLO,
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responsável pela concepção de empreendimento da unidade industrial de
processamento de plasma, ainda em 1992; o projeto de ampliação do
sistema de controle de qualidade da unidade industrial de processamento
de plasma, também em 92. O projeto HEMOPOLO, Senador Armando
Monteiro, através de uma unidade industrial de processamento de plasma,
teve seu pré-estudo de viabilidade feito em 93; o projeto de ampliação da
capacidade de produção de albumina humana a 20%, em 95; o projeto de
ampliação da área de produção de hemoglobina intravenosa de 2,5 da
Fundação HEMOPE se concluiu em julho de 96; o projeto de
desenvolvimento tecnológico para otimizar a produção de concentrados de
fatores VIII e IX, também em 96. Continuando com essa história, com a
nossa história, com a história de Pernambuco, com a história da política de
sangue desenvolvida no Estado de Pernambuco, em maio de 97 o Estado
disputa uma indústria de processamento de plasma, quando recebeu aqui
uma delegação do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e
Econômico, e que teve cedido pelo Governo do Estado, na época
Governador Miguel Arraes de Alencar, terrenos em São Lourenço, próximos
à instalação do TIP. E, naquele momento, já foi dito que Pernambuco
levava vantagem em relação aos outros estados que disputam a indústria
por ser o único que já produz hemoderivados em escala industrial, por
intermédio do HEMOPE. Ainda em 97, o anúncio de que o HEMOPE
reproduziria remédios para hemofílicos; e o que foi dito por um técnico de
uma empresa do Instituto Bertoni de Bordeaux, na França, dizendo que o
Governo do Estado deveria se esforçar para implantar um centro que
permita o processamento de sangue dentro dos mais avançados padrões
de tecnologia, um projeto ousado, mas possível no Estado de Pernambuco.
Já no ano de 2000, já no Governo Jarbas Vasconcelos, Pernambuco recebe
uma missão chinesa e discute uma possível parceria com o HEMOPE e,
naquele momento, havia a garantia, através do Vice-Presidente, Marco
Maciel, e do então Ministro José Serra, de que Pernambuco seria o primeiro
Estado brasileiro a receber um centro, uma fábrica de processamento de
plasma a ser montada no Brasil, a instalação seria aqui. Essa mesma
delegação foi recebida pelo então Vice-Governador Mendonça Filho. Ainda
no ano de 2000, no mês de outubro, tem o anúncio de que o Estado
produziria derivados de plasma. Naquele momento, o Secretário de Saúde
Guilherme Robalinho confirmou a decisão e o empenho do Governo do
Estado em instalar no HEMOPE uma unidade de produção de derivado do
plasma. Segundo ele, uma carta consulta enviada à SUDENE foi aprovada
e o Tribunal de Contas também deu parecer favorável. Ainda no ano de
2000, assinados convênios na área de Saúde, entre eles o convênio
assinado com o Vice-Presidente da República, Marco Maciel, e Ministro da
Saúde, José Serra, um convênio para transferência de recursos para
investimento na saúde pública do Estado com a presença de Dr. Guilherme
Robalinho, Secretário de Saúde à época, da Secretária Municipal Jane
Lemos e do Vice-Governador Mendonça Filho, entre outras coisas para
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contemplar a implantação da unidade de processamento industrial de
plasma de Pernambuco. Em 2001, em maio de 2001, o Estado segue na
negociação da instalação da fábrica de hemoderivados, a primeira fábrica
da América Latina, com parceria com uma empresa suíça chamada
Octapharma, que seguia em estágio transparente e avançado. O Secretário
Guilherme Robalinho frisou que a cooperação não se resume à planta
industrial, mas especificamente e muito importante, à transferência de
tecnologia de ponta, incluindo a doação de equipamentos de última geração
e treinamento de pessoal. Em 2002, chega a esta Casa, no dia 15 de
novembro de 2002 chega a esta Casa a mensagem do então Governador
Jarbas Vasconcelos para um projeto de lei que criava a Companhia de
Produção de Hemoderivados, uma empresa estadual, uma empresa pública
estadual para produção de hemoderivados aqui, em Pernambuco. A lei é
aprovada e é publicada a sua sanção em 19 de dezembro de 2002. Em
fevereiro de 2003, seguem os encaminhamentos e os entendimentos, já
com o Presidente Lula eleito e o Senador Humberto Costa, como ministro
da Saúde, que durante uma visita confirmou a decisão de instalar em
Pernambuco a primeira fábrica de hemoderivados do País, num
investimento inicial de 35 milhões de dólares. Um grupo de trabalho foi
criado para discutir a instalação da unidade que irá produzir os
hemoderivados: fator VIII, fator IX e imunoglobulina. A Companhia de
Produção de Hemoderivados deverá ser instalada em Goiana, numa
sociedade entre a empresa suíça Octapharma, Governo de Pernambuco,
HEMOPE, LAFEPE e Ministério da Saúde. Segue, ainda em 2004, com a
posse do novo Secretário de Saúde, Dr. Anderson Araújo, dar segmento às
tratativas que foram iniciadas com o Governo de Pernambuco e o Governo
Federal. A essa altura, havia um entendimento do Governo Federal de que
essa empresa, ela não poderia ser uma empresa estadual, fazendo-se,
assim, a necessidade de criação de uma empresa nacional. E, daí, foi
criada a HEMOBRÁS, que é uma empresa pública nacional para fazer
aquilo que a empresa pernambucana faria e mais completamente, não só
hemoderivados, mas biotecnologia também. E, em 2005, o Governador
Jarbas Vasconcelos assina o decreto de desapropriação da área do
Município de Goiana, onde seria construída a fábrica de hemoderivados.
Em novembro de 2005 é realizada uma audiência pública na Cidade de
Goiana, em dezembro de 2005 é publicado o decreto de desapropriação,
em maio de 2006 a cessão do Estado, a posse do Estado é transferida para
a HEMOBRÁS. Em 2006 ainda, o Estado de Pernambuco confirma o termo
de compromisso do Estado de Pernambuco, através do HEMOPE com a
HEMOBRÁS com o objetivo da disponibilização da posse das terras. Em
2008, há o anúncio, através do Governador Eduardo Campos, com a
presença do Presidente Lula, de que as obras começariam em cinco dias.
Ainda em 2009, há o anúncio de que viria uma nova fábrica para compor o
polo da HEMOBRÁS, uma fábrica no polo farmacoquímico e que iria fazer a
cola biológica usada como bloqueio hemorrágico na extração dentária de
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hemofílicos e em cirurgias ortopédicas, cardíacas, neurológicas, plásticas,
microcirurgias e também em transplante. Em 2009, aqui, nesta Casa,
também foi feita uma audiência pública para tratar dos impactos da
HEMOBRÁS aqui, em Pernambuco. Eu fiz questão de fazer esse histórico
porque em alguns momentos pairou no ar a razão da HEMOBRÁS vir para
Pernambuco, como se fosse, inclusive, da forma que foi publicada num
jornal do Sudeste do País, através de uma decisão inexplicável. A decisão
não foi inexplicável, foi, sim, uma decisão, Deputado Sílvio Costa Filho,
baseada em elementos técnicos, em uma história de vanguarda em
hemoderivados aqui, do Estado de Pernambuco e, sim, numa decisão
política porque políticas são as decisões estratégicas de desenvolvimento
que têm que ser tomadas não apenas no Estado de Pernambuco, mas no
Brasil, no nosso País. E isso se trata, Senador Humberto Costa, Deputado
João Fernando Coutinho, Senador Armando Monteiro, Deputado Augusto
Coutinho, Deputado Silvio Costa, Vereador Rodrigo Coutinho, que chega
aqui também, vereadores da Cidade de Goiânia, Prefeito Eduardo, trata-se,
sim, de uma decisão política e estratégica para levar a descentralização do
desenvolvimento, desenvolvimento tecnológico de ponta e produção
científica para todos os lugares do País, saindo do eixo Sul/Sudeste, que
necessariamente não tem que monopolizar o desenvolvimento científico
brasileiro. É por conta disso e por conta de todos esses fatores, que desde
o Governo Fernando Henrique Cardoso, quando tínhamos como Ministro da
Saúde o Ministro José Serra, tendo confirmado no Governo Lula, tendo
como Ministro o atual Senador Humberto Costa e uma política desenvolvida
desde o Governo Moura Cavalcanti, passando por todos os Governos de
Pernambuco, que o Estado de Pernambuco se credenciou para receber
este investimento. E não apenas isso, tudo ali foi pensado para que as
atividades voltadas para os hemoderivados e para os recombinantes,
através de biotecnologia, fossem feitas naquela planta industrial E é
exatamente por isso que eu queria, aqui, fazer um cumprimento muito
especial, muito especial a todos os servidores, funcionários, gestores da
HEMOBRÁS, de que desde que tomaram posse levam aquela empresa
com todo o empenho e toda a dedicação saindo, sim, de suas casas,
pegando ônibus, alguns para chegar até Goiana, outros para chegar na
administração aqui, no Recife, saindo às cinco da manhã, mas para cuidar
da qualidade e do referenciamento de hemocentros espalhados no País
inteiro, da qualidade do plasma que é coletado, do seu armazenamento, da
sua distribuição, da sua exportação para o fracionamento, o que é verdade,
nós ainda fazemos aqui porque não temos ainda a capacidade técnica para
isso, mas teremos essa capacidade técnica, que prepara aquela planta para
que receba a fábrica de recombinantes e que possa, dessa forma, ter uma
atividade que sustente financeiramente, orçamentariamente a HEMOBRÁS
e que possa, o mais importante, servir a todo cidadão brasileiro, no início, e
mundial, em médio prazo, que precisem de hemoderivados e de
recombinantes que sertão produzidos ali, em Goiana, em Pernambuco mas,
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acima de tudo, no Brasil, dentro de uma saúde financeira que é possível,
sim, nós alcançarmos e nós buscarmos, como deve ser, por excelência, em
toda e qualquer empresa, seja ela privada e pública. Mais do que justificada
a chamada, o chamamento desta audiência pública, seguindo a ordem que
ficou combinada, de usar a palavra, eu gostaria, neste momento, de passar
o Presidente da HEMOBRÁS, Dr. Osvaldo Castilho, e sempre agradecendo
a presença de todos. Obrigada.

O SR. OSVALDO CASTILHO- Deputada Roberta Arraes, Deputada


Priscila Krause, Senador Armando Monteiro, Senador Humberto Costa,
Deputado João Fernando, Deputado Sílvio Costa, Dr. Flávio Vormittag e
demais componentes da Mesa. Me desculpar se esqueci algum nome, mas
eu gostaria, inicialmente, de agradecer o convite recebido em nome da
HEMOBRÁS para apresentar a esta plateia e a todos efetivamente o que é
que nós estamos fazendo durante este último ano, nos últimos dez meses,
desde que eu assumi a Presidência da HEMOBRÁS. Eu devo, inicialmente,
informar que sou um técnico do Ministério da Fazenda que foi convocado
para assumir esta posição, e com muito prazer estou tentando, de alguma
forma levar adiante a missão que me foi confiada e que é importante não só
para o País, mas, principalmente, para o povo brasileiro. Eu entrei nessa
empresa em meados de outubro e ao longo desses 10 meses que eu estou
à frente, junto com toda a equipe técnica da HEMOBRÁS, e que devo
ressaltar que é extremamente competente e dedicada a essa tarefa. Por
mais que nós tenhamos tido vários percalços ao longo do processo de
implantação dessa fábrica, eles têm correspondido tecnicamente e com
muito esforço a essa missão que nós devemos finalizar em alguns anos.
Eu gostaria também de informar que ao longo desse processo, pela
primeira vez, em 2016, essa empresa, que foi deficitária ao longo de toda a
sua criação, ela teve lucro. Lucro escritural, naturalmente, porque
efetivamente nós temos uma dívida muito grande com uma empresa e que
depois, ao longo da minha apresentação, eu vou detalhar. Mas, em termos
de lucro operacional, ela foi efetivamente superavitária, o que demonstra
efetivamente um trabalho exaustivo de toda a equipe da HEMOBRÁS, no
sentido de atingir os seus objetivos. Essa empresa hoje tem 70% da sua
fábrica construída, ainda falta uns 30%, que é o assunto que nós estamos
agora e que vamos apresentar. Assim que eu cheguei à HEMOBRÁS, me
foi comunicado pelo Ministro que, mediante a crise financeira vivida pelo
País, o Ministério da Saúde estabeleceu uma diretriz de que parceiros de
transferência de tecnologia, no âmbito das PDPs, deveriam participar de
investimentos. Nesse sentido, foi solicitado ao Ministro das Saúde que o
parceiro privado da HEMOBRÁS apresentasse uma proposta de
investimento à empresa. Ou seja, isso foi uma iniciativa do Ministro da
Saúde, Dr. Ricardo Barros, em que haveria a necessidade de que a
empresa que estava no processo de PDPs, efetivamente entrasse com
recursos, uma vez que, dada a situação financeira no País não haveria
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condições de investimentos. Eu devo esclarecer que essa fábrica, ela tem
duas tecnologias: uma é originária do fracionamento do plasma e onde, a
partir desse fracionamento, nós temos uma série de produtos; e uma outra,
que é a de recombinante, e que produz um produto chamado fator VIII
recombinante. Esse fator VIII recombinante, hoje ele é responsável por 90%
da necessidade da hemofilia no País e os outros 10% são atendidos pelo
fator VIII plasmático. Ou seja, ele é um produto extremamente importante
na composição do atendimento para a área de hemofilia. A partir dessa
determinação do Senhor Ministro, a HEMOBRÁS iniciou um processo de
negociação com a empresa Shire e que resultou numa reestruturação da
PDP com o investimento de 250 Milhões de dólares dessa empresa na
fábrica. Ou seja, essa empresa chamada Bats Out Shire está disposta a
investir 250 milhões de dólares para fazer o recombinante na HEMOBRÁS
Para que isso seja feito, há uma necessidade efetiva, de que esses
recursos venham à complementar os vários blocos que seriam utilizados
conjuntamente pelas duas tecnologias, Em outras palavras nós temos
vários blocos tá que serão efetivamente concluídas para que possam
atender a fabricação do recombinante, com isso especificamente há
necessidade de que para a outra tecnologia que é de fracionamento fosse
reduzido em termos de valores efetivos, então hoje o que é que nós temos
uma proposta dessa empresa no sentido de investir 250 milhões de dólares
e precisaríamos de aproximadamente 290 milhões de reais para terminar a
outra fábrica de plasmático devo esclarecer com essa empresa Hemobrás,
tem uma dívida de 175 Milhões de dólares, originária de um processo de
cambial 2014 e 2015 e 2016 essa empresa na sua proposta apresenta, ela
afirma categoricamente que dá um prazo de oito, nove anos para que a
Hemobrás possa pagar essa dívida e ao mesmo tempo abre mão de toda a
área de juros e possíveis juros e mora que porventura viesse a ser cobrado
futuramente, ou seja, 40 milhões que ela abre mão. Bom, nesse sentido, a
fábrica, ou seja, que nós precisamos com essa proposta dessa empresa
nós teremos efetivamente, uma fábrica construída praticamente todos os
blocos, apenas bloco de fracionamento não estaria envolvido dentro desses
250 milhões de dólares, mas precisaria aproximadamente 290 milhões de
reais, para que efetivamente nós estivéssemos as duas fábricas produzindo
em cinco anos, e também, não teríamos efetivamente nenhuma
judicialização do processo da dívida que porventura nós viéssemos se por
acaso a empresa não fosse continuar no processo, paralelamente a isso, o
Ministério da Saúde em conjunto com a Tecnologia do Paraná TECPAR,
empresa Octapharma apresentou uma proposta através do TECPAR, uma
empresa pública do Estado do Paraná, ao Ministério, TECPAR no valor do
investimento 450 milhão de dólares, sendo que 250 milhões seria para
fábrica Hemobrás e 200 milhões de dólares, para o sendo que o 250
milhões, para Hemobrás seria para conclusão da fábrica fracionamento o
plasma 250 milhão de dólares, para uma construção de uma fábrica em
Maringá. No Estado do Paraná para o recombinante, e com a série
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condicionamentos, que seria a substituição das transferências da
tecnologia, tanto empresa francesa, LFB, eu devo esclarecer caso
especifico a transferência com a LFB, Nós temos dois contratos e são
separados e devem ser analisado separadamente, um é de transferência de
tecnologia e a transferência do conhecimento essa transferência de
tecnologia ela está hoje suspenso em função da nossa dificuldade em
atender a evolução da fábrica dos sentidos a construção, mas efetivamente
a LFB, de estatal francesa tem todo o normal de transferência de
propriedade transferir tecnologia uma vez que está sendo construído a
fabrica idêntica a nossa, na França uma fabrica nova um contato específico
que gostaria que separado e temos outro contratante fracionamento do
plasma que são contratos distintos e esse contrato está tendo um expansão
da ANVISA, ter questionado de ter tirado o certificado de boas práticas, mas
são coisas totalmente diferentes que eu gostaria de colocar para vocês para
que não misture as coisas quando foram analisadas, essa proposta também
do TECPAR, com a octapharma ela era um pouco diferente da proposta
que hoje nós temos no caso específico da proposta da cheire Basalto Shine
a partir do quinto ano é nós teremos a produção do recombinante essa
produção ela seria totalmente pública, ou seja, não haveria a participação
da empresa Cheire no processo apenas passaria por mais de dois anos
para validação do processo como assistência técnica, mas não teria
efetivamente nenhuma participação na gestão e na operação da fábrica em
Goiânia, no caso específico da proposta da Octapharma com TECPAR os
prazos seriam as condições seriam diferentes, nós teremos 20 anos a
empresa octapharma administrando e operando a fábrica de plasmáticos
em Goiânia e 15 anos operando a fábrica de recombinante no Estado do
Paraná,

São situações um pouco diferentes nesse caso específico a partir do 5º 6º


ano em que nós teremos essa fábrica de recombinante todo faturamento da
empresa no caso da proposta da Cheire seja revertido para a empresa
Hemobrás, no caso específico da proposta da Ultrafarma apenas 5% seria
do faturamento líquido seria destinada a Hemobrás, ou seja, 5% para o que
é de 90% do faturamento líquido e seria destinados a empresa octapharma
que talvez seja a forma do playback dessa empresa do sentido de recuperar
o investimento que haveria feito outras situações que essa empresa, essa
proposta, ela apresenta na sua proposta a necessidade de um
fracionamento.

de um milhão de litros de plasma anual, a nossa fabrica que está Projetada


para 500 milhões, mas poderia chegar a 1milhão o grande problema tá
certo aqui efetivamente o país tá certo não está o nosso entendimento apto
a fornecer eu disse um milhão de litros, existe uma dificuldade muito grande
de que haja uma evolução em curto prazo não fornecimento desse plasma
eu não saberia exatamente como seria feito isso, mas existe na proposta
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clausulas renegociação dos valores apresentados caso não fosse atingido
esse valor, nós fizemos um gráfico efetivo né em que a variação dessa
possibilidade a realidade é que efetivamente o país ao longo desses anos e
10 anos não tem mais condições novamente teria que importar plasma de
algum lugar e um acústico diferente do que hoje é feito, o que esclarece o
seguinte que existe sim uma necessidade afetiva de um aumento na
possibilidade de fornecimento de plasma pelos hemocentros, mas isso é um
investimento em longo prazo e necessariamente precisa de grandes
investimentos na qualificação dos hemocentros e investimentos inclusive
com recursos o próprio Ministério da Saúde no sentido de que possa
efetivamente repassar esse recurso para as emoções para que possa
atingir esse resultado, o que nós estamos fazendo agora em efetivamente,
a essas duas propostas estão sendo analisada detalhadamente em termos
jurídicos, econômicos, financeiros eu tenho que me reportar toda Diretoria
da Hemobrás ao Conselho de administração e foi solicitada formalmente
essa diretoria que fizesse uma análise exaustiva muito detalhada na
composição financeira Econômica financeira e jurídica dessas propostas
comparativamente as propostas nós pretendemos apresentar análise
económica e financeira na reunião financeira do conselho de administração
no dia 23 próximo e a questão jurídica nós temos algumas dificuldades em
apresentar uma solução por que afinal de contas nós não sabemos
juridicamente como seria um processo no caso específico da proposta da
Octafarma ele fosse viável uma vês que você teria uma empresa privada
uma publica estatal uma empresa pública estadual essa arquitetura nós não
conseguimos até agora definir um padrão para finalizar eu gostaria de
informar que nós estamos dentro dessa proposta analisando Tecnicamente
também a parte de transferência de tecnologia e como seria feita, a isso
que nós vamos apresentar amanhã ao conselho, eu tenho acho que um
minuto ainda que nós queiramos efetivamente achar uma solução viável
esta certa e temos efetivamente hoje na realidade duas propostas sendo
que uma é efetivamente nós temos contratos específicos de uma
continuidade dessa parceria seria de interesse da Hemobrás eu estou à
disposição para algumas perguntas quando for e eu agradeceria muito
obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Gostaria de agradecer a


participação do Doutor Osvaldo Castilho e já imediatamente passar para
Doutor Flávio Vormittag Coordenador Geral de sangue e hemoderivados do
Ministério da Saúde.

O SR. FLAVIO VORMITTAG- Bom dia a todos, eu gostaria de cumprimentar


os nobres Senadores, Humberto Costa, Armando Monteiro, Deputada
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Priscila Krause, a Deputada Roberta Arraes, agradecer o convite que foi
feito ao Ministério da Saúde, não estou achando onde fácil o slide
aqui, estou aqui representando o Ministério da Saúde, coordenador da área
de sangue hemoderivados Ministério da Saúde eu vou me prender talvez
alguns aspectos técnicos, mas que seriam importantes para a compreensão
da nossa situação se organograma Ministério da Saúde. Seguinte apenas
para você também para colocar ali em baixo dentro da estrutura do
ministério chamamos do Sistema Nacional de sangue, no qual estão no
qual a Hemobrás está inserida a Hemobrás é uma empresa estatal
diretamente ligado ao Ministro e a coordenação do sangue, a hemorredes
que são a rede de hemocentros e transfusão do Brasil seguinte, aqui mostra
o número de pacientes hemofílicos que são o principal ponto de atenção de
preocupação do Ministério da Saúde, importante que nunca teremos de
foco verdadeiro objetivo da nossa política de sangue e atendimento ao
paciente que necessita de medicamentos, que são de alto custo e hoje o
Brasil consegue fornecer para toda a rede SUS esses produtos de alto
custo tanto através da Hemobrás como também de outras aquisições no
mercado, 100% dos produtos são de origem importado mesmo o produto
que vai sendo fracionado na França, para Hemobrás o Brasil acaba sendo
enviado para França e Rubi do Brasil.

Ali existe uma proporção de pacientes no Brasil sendo que a maior


concentração tá na região Sudeste, Nordeste e Sul. Hoje o orçamento da
área de sangue é de cerca de 1.3 bilhão de reais para aquisição de
medicamento que reduz orçamento do Ministério da Saúde, seguinte no
Brasil são Reis nada será que de 3,3 milhões de doações de sangue, isso é
sangue doado e forma altruísta, pelos nossos cidadãos sem que haja
nenhum tipo de remuneração. Esse sangue ele é utilizado para os
pacientes uma parte de sangue seja os glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos e plaquetas e gestão por tudo o que é o plasma é destinado a uso
industrial no Brasil existe um potencial de cerca de 500 ml de plasma, para
fazer esse processamento o que esse processamento faz a industrialização
e onde se retiram outros componentes do sangue importante principalmente
aí para os hemofílicos, que é o fator oito para hemofilia A, fator nove,
hemofilia B, além de albumina, imunoglobulina. Que tem grande custo é
uma das grandes despesas Ministério da Saúde. Ali também no gráfico
mostrando no gráfico onde estão os locais e mar coleta de sangue do Brasil
região Sudeste a maior em seguida Nordeste, possui e as demais Centro-

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oeste e Norte. Seguinte, dentro de toda essa cadeia de captação e
utilização de sangue, nosso foco é justamente aquele pequeno círculo
direita embaixo que é o plasma que não é utilizado nas transfusões e que aí
é direcionado para o processamento. Então disso aqui falamos, quando
falamos o fracionamento sem esquecer que a Hemobrás foi inicialmente
criada para poder processar esse plasma que é o sangue doado em todo
País. Seguinte, essa também já foi comentada, pela nobre Deputada
Priscila Krause, de uma certa tecnologia onde quais são os principais
passos da implantação dessa questão da Hemobrás de ela tem essa
responsabilidade, até recentemente do gerenciamento do plasma no Brasil.
Então desde 2010, ela tem feito isso faz parte do processo de transferência
de tecnologia do fracionamento ou qualificação da rede de fornecedores da
Hemorrede, ela conseguiu recolher mais de 650 mil litros de plasma, 430
mil fone gás para fracionamento e ela também desenvolveu a área de
logística e Hemoderivados. É importante lembrar, que esse sangue que é
coletado nos diversos locais do país ele tem que ser coletado e
transportado a menos 20 graus vem até Goiana onde se faz um processo
de triagem e isso é enviado para França, para o processamento e depois
volta e novamente a Hemobrás distribui isso para todo País. Toda essa
cadeia de logística uma cadeia bastante sofisticado, bastante cara, porque
toda ela é feita a menos 20 graus, entre 20 menos 30 graus. Seguinte, eu
não vou falar da cronologia de todos os dados só destacando recentemente
que foi feito uma chamada pelo grupo do complexo industrial da saúde
para, foi feita uma chamada onde estavam entre os itens elencados para
essa chamada pública os hemoderivados também. Vou só pedir para trazer
o computador porque eu tenho uma dificuldade de enxergar de longe para
acompanhar melhor aqui, seguinte, por favor, uma rápida passada nos
contratos da LFB como foi mencionada, foram vários contratos, contratos de
transferências das tecnologias de fracionamentos depois ouve outro
contrato para que se pudesse fazer o fracionamento na França, todo esse
fracionamento que é feito na França volta os fatores de coagulação
(inaudível) globulina que são adquiridos pelo ministério da saúde, então
temos já diversos contratos e estamos fazendo o acompanhamento desses
contratos seguindo agora aqui. Basicamente só para ter uma ideia de
valores de cerca de 107 milhões no primeiro contrato 60 milhões no
segundo, houve diversas dificuldades para esse fracionamento, rendimento
etc. sendo que é muito importante para o Brasil que se faça esse
fracionamento do plasma brasileiro, não por todos os motivos além de
poder utilizar esse plasma que é doado, como também representa uma

11
enorme economia do país. A produção da Hemobrás até o momento,
respondido por 13,25% da necessidade do Brasil em imunoglobulina 1.85%
da necessidade fator 8 e 5% de fator 9, então realmente demonstra que a
necessidade brasileira o custo da compra desses produtos no exterior ainda
é grande para o Ministério da Saúde. Isso é basicamente só para ter um
panorama que o contrato do Ministério da Saúde com a Hemobrás, e a
Hemobrás tem o seu contrato com a FLB onde ela todo esse
posicionamento. Entretanto devido a diversas dificuldades da Hemobrás
inclusive a proibição de funcionamento questões da própria LFD está no
momento interditada na Anvisa na França por questões de ??? de
fabricação existem cerca de 250 mil litros de plasma armazenado sem
destinação, sem processamento. O Ministério da Saúde está fazendo uma
licitação para 153 mil desses litros para tentar escoar esse estoque que
está dentro da Hemobrás e já existem 100 mil litros que estão na França
para o processamento, estou aqui com uma interdição de plasma brasileiro
está na França sem que se disponível ser utilizado.

A SRA. PRISCILA KRAUSE – Dr. Flávio é só uma questãozinha porque eu


sei que todo mundo está se perguntando o que é que está acontecendo
com este barulho, tem uma parte do prédio que ainda está em obra eu já
pedi aqui pelo WhatsApp para alguém da acessória ir lá e pedir para parar a
obra parar o que tiverem fazendo se tiver alguma dificuldade liga para a
Primeira Secretária.

O SR. FLÁVIO VORMITTAG – houve diversas intercorrências eu não vou


entrar em detalhes, diversas diligências, diversas intervenções do Tribunal
de Contas da União, houve a paralização das obras já há dois anos atrás
por questão dessas situações e investimentos feitos na Hemobrás passam
de 1 bilhão de reais como bem colocou a Deputada, e só resumindo alguns
dos principais situações de risco dos plasmáticas eu vou só, não vou
pontuar todos mais vou pontuar alguns. Primeiro que existe na verdade uma
necessidade de 600 milhões de reais em investimentos para terminar a obra
não são 500 nós fizemos uma reavaliação recente e são 600. Ainda assim
mais 2 ou três para iniciar uma produção, esses investimentos hoje nós
temos 70% da obra física determinada e ainda há necessidade dos 30% e
60% da parte eletrônica embarcada que provavelmente será toda refeita
comprada novamente porque se torna obsoleta de forma muito rápida.
Tivemos no momento uma interrupção da tecnologia da LFD pelo menos
temporariamente até que se possa ser resolvido isso, existe a questão do
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plasma na França 100 mil litros de plasma está na França, é importante
observa que esse plasma está na França enviado pela Hemobrás não tem
cobertura contratual comercial da Saúde foi enviado antes que houvesse o
contrato com o Ministério da Saúde que gera uma outra dificuldade para
todos nós e desde outubro de 2016 a coleta de plasma nos diversos
hemocentros no país está paralisada, ou seja, os hemocentros, banco de
sangue estão colhendo sangue, estão estocando esse plasma que seria
destinado para a Hemobrás isso não está sendo recolhido justamente
porque houve a paralisação, os depósitos de Hemobrás estão lotados a
própria Hemobrás teve que alugar diversos depósitos aqui na região do
Recife para o poder contemplar isso. Uma das coisas também é importante
discutir é que quando houve isso já vem a mais de um ano sendo discutido
uma solução para a questão do sangue no Brasil envolvendo três
laboratórios que foram definidos como os que seriam os responsáveis pela
a questão de plasma, sangue e hemoderivados. Uma é a própria Hemobrás
que sem duvida nenhuma uma empresa criada para isso o Instituto
Butantan que já tem uma planta para fracionamento praticamente pronta
falta cerca de cinquenta milhões de dólares em investimento ela poderá
fabricar em oito a dez meses e recentemente foi semana passada para ser
mais preciso foi publicado um decreto do Governador do Estado de São
Paulo dando para o Instituto Butantan todo ao direito de recolhimento e
processamento do plasma do Estado de São Paulo. Então isso é algo real é
um fato não é uma questão que estamos discutindo e nós vimos bem aqui
uma parte grande do que vinha para a Hemobrás vem do sudeste do qual
São Paulo é o seu maior fornecedor. Então a questão de Butantan está
posta e eu vou mostrar mais na frente e a proposta que foi feita pela TEC
PARK incluía o Butantan a Hemobrás e o Tec Park do Paraná, aviam 50
milhões de dólares destinados a terminar a obra do Butantan, o Butantan
declinou desta proposta, essa proposta é uma proposta que está posta na
mesa para todos, o Butantan analisou e preferiu não participar desse
projeto porque eles tem um plano próprio através de uma parceria pública
privada que será feita pelo o Estado de São Paulo. Portanto a fabrica de
São Paulo pode chegar a fabricar 500 mil litros, processar de 500 mil litros
de plasma que é basicamente uma mesma quantidade que a Hemobrás
consegue processar. E existe uma PDT para uma plataforma tecnológica
funcionamento recombinante, quanto a recombinante que é talvez um
pontos de maior preocupação aqui mostram a duração de consumo de fator
8 no Brasil tanto recombinante como plasmático ao longo dos anos tem
crescido muito o consumo tem sido por uma necessidade real dos pacientes

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isso não é uma questão de que esta se comprando demais pelo contrario se
compra no limite, mas que está vendo é uma maior necessidade, porque
uma maior necessidade? Que muitos pacientes que agora estão sendo
melhor atendidos tem que fazer elevadas uso Para lidar com estas
questões de resistência ou criação de anticorpos contra os fatores Isso é
uma questão de qualidade de vida para a possibilidade de vida, então hoje
o Ministério da Saúde está oferecendo para o Brasil inteiro esta
possibilidade de um tratamento mais adequado basicamente o projeto
recombinante Backster comissão de 2002 como foi falado, em 2012 foi feito
em cooperação pelo sistema único de saúde a partir de 2013 isso foi
incorporado no programa de coagulopatia do Ministério sendo que está
adquirindo todo esse produto produzido na Hemobrás. O projeto inicial
previa cinco anos para transferência completa da tecnologia o que inclui o
banco máster essa é a tecnologia que realmente deve acontecer, trazer
esse banco de células para que se possa ser produzido no solo brasileiro,
no solo de nosso país. Isso até hoje não aconteceu e não há uma previsão
para isso porque a Backster não nos vários ela foi até autuada no motivo de
analise do proprio TCU mostrando que a Backster não pretendeu e não
pretende transferir esse banco de células para, isso é o que realmente se
percebe da coisa. Foram vendidos cerca de 2 milhões de unidades ao
Ministério da Saúde o preço de venda estimado inicial era 70,00 reais, esse
preço é um preço cheio ele inclui tanto o preço do produto como o
pagamento da transferência de tecnologia que de forma clara e fática não
aconteceu, até hoje nós compramos produtos fabricados por Backster ou
pela Chair hoje da Irlanda e outros países sem que houvesse nenhum tipo
desse valor também que serviria de pagamento estaria prevista que uma
parte desse pagamento fosse revertido isso que é pago pela Hemobrás
revertida na construção da planta de hemoderivados que é uma planta
completamente diferente da de fracionamento uma parte dela talvez a final
que seja embalagem colocar no frasco e na caixinha pode ser aproveitada
para as duas porem a produção de fator recombinante é completamente
diversa. Esse aqui também é só como um outro mostrando o contrato do
ministério da Saúde com a Hemobrás e a Hemobrás tem seu contrato com
a Chair dentro de um PDP recentemente houve uma suspensão por 10
dias, dando 10 dias de prazo a Hemobrás para esclarecer alguns pontos
desse contrato o principal ponto é um atendimento o não atendimento a
essa questão da não transferência do banco de células, Hemobrás
tempestivamente respondeu está sendo analisado pelo Ministério. Só para
ter uma ideia das diversas fases desse tecnologia de fator recombinante

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deverá ser feito pela a primeira parte é a fase 2 como eu falei que é
acondicionamento é colocar o produto no frasco e depois na caixinha, a
seguir seria essa fase 3 que é envase localização isso aí já é uma parte
Industrial que tem que ser colocado, aí a fase 4 é a produção do Bur só que
o principal é começo do processo todo e transferência de células que não
faz parte da PDT. Então é preocupação do Ministério da Saúde, faz parte
de legislação das PDP que isso aconteça. Então esse é um dos aspectos
de grande preocupação do Ministério da Saúde. Essa fase que a Chair
propõe de fazer um investimento é nesses dois blocos aqui que é os blocos
de fracionamento, envaso e embalagem. Só estou repetindo alguns aspecto
desta transferência que estão sobre analise no momento eu vou deixar
como obvia essa apresentação para que depois seja documentado na Casa
eu vou passar um pouco mais rápido, aqui só alguns números importantes
que a proposta PDP era a 0,70 centavos por unidade isso foi acordado
quando da aprovação dessa parceria, ao longo do tempo esses preços
foram subindo quando a lógica da PDP é cair 5% ao ano o preço do produto
o que não aconteceu, diversos fatores, variações cambiais e outros. Então
na proposta da PDP havia a compra de 2 Bilhões e 17 milhões de unidades
efetivamente o Ministério comprou mais 2 bilhões e 75. Então esse é um
aspecto que é importante que seja conhecido que não houve compra
previsto na PDP, a PDP não pressupõe um contrato entre o Ministério da
Saúde e a Hemobrás é uma parceria que é baseada que é baseada em
algumas premissas, nesse caso as premissas que foram baseadas no PDP
do ponto de vista do Ministério da Saúde elas foram plenamente cumpridas
nunca houve compra menor do que estava previsto pelo o contrario houve
compra maior e em relação a valores estava previsto 1 bi e 400 de compra
e efetivamente como os aumentos de preços foram comprados da
Hemobrás, Chair mais de 2 bilhões de reais sendo que ainda resta uma
divida da Hemobrás com a Chair de 630 milhões além de se pagar 2 bilhões
ainda tem uma divida de quase 700 milhões de reais ao longo dos anos e a
transferência não aconteceu essa é a realidade dos fatos que o Ministério
da Saúde se debruça em cima para o poder continuar mesmo na
capacidade de entrega total da Hemobrás nessa questão de todo a
Hemobrás ainda assim alguns fatores não cobrem a necessidade do Brasil
nós sempre vamos ter que adquirir produtos no exterior. Aqui também eu
não vou entrar nos detalhes também fica para os anais Casa e só um rápido
eu estou já terminando um aspecto da tecnologia, hoje a tecnologia do
produto da Backster é um fator 8 chamado de terceira geração porque?
Porque ele ainda é feito de a partir de células animais no seu processo de

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produção existem células animais, células de hamster-chinês do ovário de
hamster-chinês. Então é um produto de uma geração anterior que ela está
sendo substituída no mundo inteiro por esses produtos, isso não na questão
do fator 8 em todos os biológicos se procura sair a questão do uso de
células animais pelos os seus evidentes riscos que pode acontecer então
hoje se procura ir diretamente para células humanas. Então esse é um
ponto estratégico que sempre é procurado na evolução dos dados das
informações ir para frente. Então aqui mostra que além dos aspectos éticos,
existe um potencial risco pelo uso de células animais sempre se procura na
evolução da pesquisa ir a frente disso aqui é uma comparação dos fatores 8
hoje que está sendo comprada pela Hemobrás o que está sendo proposto
pela octafarma um deles é backster de terceira geração o da octafarma é de
quarta geração, os preços são menores embora hoje a Backster pratique
praticamente o mesmo preço, aqui não tem células não humanas apenas
células humanas e meios de cultura também são isentos de proteínas
animais ou não humanos. Então esse é o comparativo também técnico para
enxergarmos que nós estamos indo para o futuro, hoje a matriz atual que
existe hoje no Brasil é o fracionamento do plasma para obtenção de
hemoderivados e um fator 8 recombinante de terceira geração, se espera
que dez quinze anos é isso que nós temos que olhar, nós temos um
problema hoje para resolver mais temos outras possibilidades e outras
oportunidades, estão no futuro onde deve estar a tecnologia cada vez mais
dentro dos recombinantes e recombinantes de cada vez de melhoras
características, de melhor qualidade e mais confortáveis para o hemofílico
por exemplo novas fatores de coagulação e permitam menos aplicações por
semana, hoje ele chega às vezes aplique até 3 vezes por semana isso são
infusões é são uma aplicação endovenosa. Então existem agora já fatores
de coagulação que permitem às vezes a cada dois vezes por semana uma
vez por semana, uma vez a cada 9 dias tudo isso é o futuro é isso que nós
temos que buscar para o nosso paciente brasileiro o melhor produto sempre
para ele e não podemos fechar os olhos o que vem porque, porque não é o
que vem para o futuro longe isso já tem pesquisa, já está sendo colocado
em registro nos diversos países e mais importante ainda é a questão da
terapia gênica e terapia celular recentemente uma reportagem do que está
se fazendo de novos procedimentos nessa área. A questão das hemofilias
também passa existem diversos estudos nessa área e demanda de
imunoglobulina é importante está crescente no mundo então cada vez mais
uma necessidade que esse fracionamento não seja esquecido, ele é
importante o fracionamento que é tudo que está na Hemobrás construindo

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foi feito para o fracionamento, não podemos esquecer isso. Só rapidamente
uma comparação entre as propostas a Chair basicamente só fala do fator 8
recombinante a da octafarma contempla todos os produtos derivados,
hemoderivados, fatores de coagulação 8, 10, 7, 13 ao globulina, então, aí
para a gente percebe uma diferença das propostas, na proposta que hoje
tem Chair ela se propõe a investir 825 milhões de dólares só na planta de
recombinantes esse investimento requerera do Estado mais 600 milhões de
reais para acompanhar esse investimento e esse investimento também é
condicionado ao pagamento daquela dívida de são 175 milhões de dólares
que vai ser pago, e sendo reinvestido na verdade não há dinheiro novo
entrando é dinheiro que já é dado escritural mente como perda que vai ser
recuperado, no caso da octafarma também são 250 milhões de dólares para
a Hemobrás tinha 50 milhões de dólares para o Butantan e 200 milhões
com uma planta no Paraná de inativação processo viral que é outro
processo importante e para a questão do fator 8, onde se fará o núcleo a
transferência do banco mastercell ou seja o envazo toda essa parte feito
na Hemobrás continuará só que em vez dela importar para Irlanda, o fator
dos bancos etc, etc, ela vai trazendo do Paraná. Essa é basicamente uma
das grandes diferenças. Eu não vou entrar nos outros detalhes, também,
mas é só para ter uma ideia do que nós estamos falando. Os investimentos
só para resumir – tanto do privado como do público, como eu falei,
seiscentos e pouco ( inaudível ) isso está terminado, é... - eu vou só colocar
aqui, também não vou entrar nos detalhes, a questão de que o Instituto
Butantã está avançando de forma independente, ou seja, não há
obrigatoriedade nenhuma de que essa proposta seja aceita pela Hemobrás.
É uma decisão da Hemobrás. A Hemobrás é uma empresa, tem o seu
Conselho de Administração, tem os seus propósitos estratégicos. Na
verdade essa é uma proposta colocada que resolveria o problema do
fracionamento que é uma importante atividade da Hemobrás. A gente tem
que saber que a Hemobrás tem essa importante finalidade e precisa ser
resolvido. E também do fator 8. Sem que a parte de construção da parte
jurídica etc, tem que ser montada de modo que não haja prejuízo para a
Hemobrás. Não é esse objetivo, nunca foi. Então, só resumindo, a questão
da profissão da Hemobrás que têm uma série de dificuldades para resolver,
a potência é o PDP do Butantã, existe uma PDP em avaliação, houve
propostas de fracionamento etc, dentro do Ministério da Saúde, da
necessidade do Ministério da Saúde em garantir o abastecimento para os
cidadãos brasileiros que precisam hemofilia. A hemofilia é uma doença que
infelizmente ela é transmitida de forma hereditária, genética; a pessoa não

17
tem como evitar e depende desse medicamento que são de altíssimo custo.
Como vocês viram o orçamento da área de sangue é cerca de um e meio
porcento do orçamento de todo o Ministério da Saúde. Então, por favor,
essa é uma das questões que nós temos que ter em mente. Muito obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Eu agradeço a participação


de Dr. Flávio. Gostaria de registrar a presença do Deputado Zé Maurício e o
Deputado Bispo Ossidésio. Dando sequência, eu queria justificar a saída do
Deputado João Fernando Coutinho, ele realmente não pode mais esperar,
mas é o deputado vem acompanhando, assim como outros deputados da
bancada todo o desenrolar e enfim trabalhando e lutando para que a gente
tenha aí o maior, o melhor dos desfechos. É... Na ordem de fala está para
seguir para Doutor Marinus Marsico, do Ministério Público junto ao Tribunal
de Contas da União. Mas de acordo também, por conta de compromissos
dos outros senadores e deputados, eu gostaria de passar a palavra para o
Senador Armando Monteiro, tendo em vista, Dr. Marinus, tanto o Senador
Armando Monteiro quanto o Senador Humberto Costa, o deputado Augusto
Coutinho, estão bem por dentro e mantendo já o diálogo com os senhores
em Brasília sabem mais ou menos o que é que, o que é que vai ser
colocado. Então, eu queria abrir essa oportunidade que a gente não queria
também deixar de aproveitar a presença deles aqui.

O SR. SENADOR ARMANDO MONTEIRO. Bom dia a todos. Eu quero


cumprimentar a Presidente da Comissão, a Deputada Roberta Arraes,
Cumprimentar a nossa Deputada Priscila Krause, autora do requerimento
dessa Audiência Pública e quero desde já me congratular com ambas, e
creio que seja muito oportuna essa audiência. Esse é um assunto de
grande importância para Pernambuco, de importância estratégica,
fundamental e cuja solução vocês viram aqui nas disposições do Doutor
Oswaldo e do Doutor Flávio, é uma matéria muito complexa do ponto de
vista técnico, mas que vai exigir uma decisão de caráter político estratégico.
E ao ponto no qual Pernambuco não vai transigir, ou seja, a sociedade de
Pernambuco se mobilizará amplamente; ou seja, nós não permitiremos o
esvaziamento do Polo Farmacoquímico de Goiana. (palmas) Esse é o ponto
fundamental. Eu quero dizer, cumprimentando toda a Mesa (Já foram
nominadas aqui as autoridades, quero saudar os deputados federais e
estaduais aqui presentes, quero cumprimentar os funcionários da
Hemobrás, gerentes servidores de vários níveis aqui, e os nossos
companheiros de Goiana que aqui comparecem, o Prefeito em exercício
Eduardo Honório, os vereadores de Goiana E todos que estão aqui
participando desse Encontro). Bom, quando a Hemobrás foi criada o ponto
que justificou a criação dessa estatal era garantir o fornecimento de prazo
longo desse produto que é de competência e disposição constitucional, é
uma prerrogativa do Estado brasileiro garantir que se pudesse reduzir a
18
dependência externa gradualmente e a dependência privada do
fornecimento desse insumo fundamental, reduzir custos de importação mas,
também, e sobretudo garantir a capacitação tecnológica do Brasil numa
área de Fronteira de conhecimento, especialmente na área de Engenharia
Genética. Então, o Projeto da Hemobrás tem duas vertentes: uma de
produtos tradicionais, que aí se relaciona com fracionamento de plasma, e
uma para o desenvolvimento de produtos biotecnológicos reagentes e
produtos que estão associados a essa área de Engenharia Genética.
Portanto, esse elemento de capacitação, de agregação de conhecimento é
algo fundamental para que esse Polo Farmacoquímico tenha futuro. Para
vocês terem uma ideia do que é que representa o peso econômico dessas
duas vertentes, no orçamento do Ministério da Saúde desse ano existe uma
destinação de setenta e três milhões para compra de fator 8 de origem
plasmática; e setecentos milhões para compra do fator coagulante do
recombinante de origem não plasmática. Isso dá ideia de tudo que nós
possamos aqui tá falando. Se o Polo da Hemobrás não, não agregar a
produção do fator recombinante, ele terá a sua expressão econômica
dramaticamente reduzida. Então, nós temos que garantir que o Polo de
Goiana se consolide com a fabricação de produtos de última geração e que
estejam, e que estejam na fronteira tecnológica. Se assim não for, nós
estaremos condenando essa planta a ter um papel extremamente
irrelevante do ponto de vista dessa área de hemoderivados do futuro. O
que é que eu gostaria de dizer sobre o que vem sendo discutido? A primeira
coisa é que há uma parceria uma PDP que foi firmada com uma empresa
internacional de inquestionável conhecimento e expertise. Houve uma série
de percalços ao longo desse tempo. Quando se diz, por exemplo, que a
empresa não cumpriu o que estava prometido no processo de transferência,
há de se ouvir a empresa, porque há uma discussão sobre aquilo que
corresponderia as contrapartidas do Ministério da Saúde e da própria
empresa que não foram cumpridas. Por exemplo, ao não concluir a planta
da Hemobrás há uma parte da infra-estrutura que seria utilizada para o
pleno desenvolvimento da PDP que não pôde ser concluída. Portanto, nós
vamos ter, se não tivermos cuidado, um processo de judicialização que vai
nos impor ou poderá nos impor uma situação que de resto atinge a própria
reputação do país na medida em que uma quebra de contrato que não
esteja claramente respaldada significa algo que não é, não se, não se
coaduna com um país que quer respeitar contratos, que quer ter uma
respeitabilidade no plano externo. Então, nós temos que encontrar uma
solução que ao final proporcione uma solução equilibrada e nós temos que
partir, e temos que reconhecer, de algumas premissas, por exemplo: com a
crise fiscal que está instalada com a baixíssima capacidade de investimento
do Estado brasileiro, é evidente que a solução desse problema vai envolver
necessariamente uma parceria com o setor privado. Mas ao tratar essa
questão das parcerias com setor privado os agentes públicos especialmente
precisam ter muito cuidado para não parecer que ao final o agente público
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se vincula a proposta de empresas, quando na realidade cabe ao agente
público, garantindo as regras de transparência de isonomia e de
publicidade, vincular-se a modelos e não a proposta de empresas. Então,
eu quero dizer e tive a oportunidade de transmitir ao Ministro Ricardo
Barros, no dia 2, que nós entendemos que precisamos buscar um modelo
de parceria para com privado. O que é que cumpre ao Ministério da Saúde
nesse momento a partir de um diagnóstico técnico que seja feito? Inclusive
com a participação de um concurso até de empresas especializadas. Feito
o diagnóstico cabe ao Ministério da Saúde definir condições, uma
modelagem adequada de natureza técnica e também de natureza jurídica,
porque há questões. Por exemplo: no marco regulatório atual o contrato de
transferência de tecnologia nessa área só pode durar até 10 anos. Essa
proposta da empresa que está propondo levar a planta de recombinante
para o Paraná, ela se estende em função da capacidade, vamos dizer, da
baixa de retorno desejada por 25 anos, mais de 20 anos. E uma coisa se
relaciona com a outra: você vai ficar, você continuará a comprar os produtos
ao longo de todo esse tempo. De modo que eu queria, para não me
estender, dizer: Pernambuco não pode abrir mão da planta de
recombinantes; (palmas) segundo, não há possibilidade de construir uma
saída para esse complexo problema sem uma discussão ampla,
transparente que assegure condições de absoluta igualdade e isonomia
para que nessa modelagem de parceria público-privada várias empresas,
sejam laboratórios públicos e empresas privadas, apresentem propostas e
ao final com transparência nós vamos avaliar o que é melhor do ponto de
vista da preservação dos objetivos estratégicos desse projeto e garantia à
consolidação de um polo farmacoquímico de grande importância regional e
que portanto, não poderá ser esvaziado com uma decisão, que de resto
está sendo apresentada como sendo a partir de uma lógica do investidor,
quando nós sabemos que essa proposta se define, fundamentalmente, por
um processo de indução do Ministério da Saúde. Porque nesse caso o
comprador explosivo é o Ministério da Saúde; quem define de resto das
questões de caráter regulatório, todas as premissas são definidas com forte,
se não de forma direta, mas com forte influência do Ministério da Saúde.
Então, meus amigos, vamos entender que para um problema complexo não
pode existir soluções apressadas, simplistas e enviesadas do ponto de vista
do interesse regional. (palmas) Vamos assegurar condições isonômicas,
transparentes e eu tenho certeza que para isso a Bancada Federal de
Pernambuco, os seus senadores, os seus deputados federais, a sociedade
de Pernambuco irá contribuir de maneira construtiva para que encontremos
a solução mais adequada. E essa solução é aquela que contemple a
preservação desse investimento estratégico para Pernambuco e para o
país. Muito obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) – Eu agradeço demais as


palavras de empenho e acima de tudo o compromisso do Senador Armando
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Monteiro, nessa questão relativa à Hemobrás e aos rumos da Hemobrás
diante do que se coloca e do que foi, e do que foi colocado. Algumas coisas
no decorrer dessa audiência elas vão ficar cada vez mais esclarecidas.
Algumas pessoas podem estar se perguntando em relação a essa questão
do Butantã, que de uma hora para outra, de uma hora para outra “entre
aspas” o Butantã se arvora em colocar em funcionamento e buscar os, os
investimentos para que funcione sua, sua planta de fabril de
hemoderivados. Acontece que dentro daquela lógica de decisão estratégica,
em relação à política de sangue do país, no momento da, da criação da
Hemobrás e um pouco mais à frente, foi assegurada através da Portaria do
então Ministro de que seria destinado à Hemobrás todos os excedentes de
plasma e que apenas o excedente de 500ml poderia ir para outra, para
outra unidade. O que é aí poderia ser o Butantã ou qualquer outra, ou
qualquer outro laboratório, qualquer outra empresa no Brasil. Acontece que
também através de Portaria do Ministro, do atual Ministro Ricardo Barros,
essa Portaria foi revogada, o que na verdade dá possibilidade de outra
empresa, que não é a Hemobrás, fazer essa, fazer essa exploração, fazer
esse fracionamento. Mas, aí, eu gostaria de no decorrer da audiência nós
vamos esclarecendo essas, essas coisas. O Senador Armando Monteiro
pede licença. Eu gostaria de convidar o Deputado Augusto Coutinho para
fazer parte aqui da Mesa, uma vez também que o Deputado João Fernando
Coutinho também precisou sair. E, aí, passando a palavra para o Senador
Humberto Costa.

O SR. SENADOR HUMBERTO COSTA – Bem, bom dia a todos e a todas.


Eu queria começar saudando o representante do Ministério da Saúde, o
Senhor Flávio, Coordenador Geral de sangue e hemoderivados; o
representante do Tribunal de Contas da União – Brasília, Senhor Messias
Alves Trindade; Senador Armando Monteiro que acaba de sair; Presidente
da Hemobrás, Doutor Oswaldo Castilho; Presidente do Hemope,
representando a Secretaria de Saúde do Estado, senhora Yeda Maia; a
Federação Brasileira dos hemofílicos, aqui representada por Alexandre
Mattos; representante do Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da
União Marinus Marsico; o Prefeito em exercício de Goiana, Eduardo
Honório; Agência de Desenvolvimento de Pernambuco, por intermédio de
Leonardo Cerquine; Deputado João Fernando Coutinho, que saiu; e
gostaria de fazer uma saudação muito especial aqui à Deputada Priscila
Krause que teve a iniciativa de convocar essa audiência e de nos convidar a
todos num gesto que eu entendo como fundamental na concepção de que
essa é uma luta suprapartidária, pouco interessa quem vem a ser
beneficiado, quem fez ou deixou de fazer. Quero saudar a Deputada Teresa
Leitão, que também tem participado dessa luta; o Deputado Sílvio Costa
Filho, a Deputada Roberta Arraes; também o representante do Sindicato da
Hemobrás, Xavier; enfim a todos e a todas aqui presentes; vereadores de
Paulista que aqui estão... Goiana, que aqui, aqui estão presentes.
21
Desculpem. Vejam, eu queria ressalvar, ressaltar aqui alguns aspectos que
inicialmente foram ditos pela Deputada Priscila Krause para corroborar o
que ela falou e reforçar os nossos argumentos nessa disputa. De fato, o que
fez com que a decisão de sediar a Hemobrás em Pernambuco, que foi
tomada pelo Presidente Lula, baseou-se em duas questões fundamentais:
Pernambuco reunia todas as condições de ordem técnica; tinha importantes
representantes da Hematologia no Brasil; tinha o Hemope que já era
produtor de alguns hemoderivados e portanto se equivalia tecnicamente a
os Hemocentros de São Paulo, no caso o Butantã, fazia essa disputa mais
do que o Hemocentro do Rio de Janeiro e de Minas Gerais que eram os
nossos concorrentes diretos. Então, nós tínhamos a mesma condição que
qualquer um deles para fazer isso. Os governos estaduais todos eles
ofereciam as mesmas condições, mas o que é que foi fundamental para a
decisão? O investimento inicialmente previsto para Hemobrás era de 350
milhões de reais, então raciocínio do Presidente Lula, o nosso a época
também conversamos com o Governador Jarbas Vasconcelos era o
seguinte, o investimento a 150 milhões para o Rio de Janeiro, para Minas
Gerais ou para São Paulo, não tem efeito multiplicador quase nenhum, mas
para um Estado do nordeste, um estado como Pernambuco, que tinha já
também esse desejo de instituíram um pólo farmacêutico farmacoquímico
aqui ele seria fundamental, principalmente porque a empresa a ser criada
ela seria uma empresa de hemoderivados, mas de biotecnologia, era isso
que fazia a diferença fundamental, tanto que no período em que eu tava no
Ministério da Saúde nós fizemos vários movimentos para atrair algumas
ações importantes nessa área por exemplo, hoje nós temos lá no Rio de
Janeiro decisão do Ministro da Saúde na época uma fábrica de produção de
insulina por Engenharia Genética, essa fábrica era para ter vindo para cá e
se agregar a esse componente da Hemobrás, mas paciência, e o fato é que
essa foi a definição que nós tomamos o processo da Hemobrás ele sempre
foi um tanto difícil, porque lógico a escassez de recursos vem de muito
tempo embora ao longo dos governos Dilma e Lula nós nunca deixamos
faltar recursos para Hemobrás, segundo porque ela é feita de uma
tecnologia que varia muito com o tempo, as mudanças são muito rápidas e
ao longo do tempo é preciso fazer alterações no projeto que por vezes
elevam o custo mas principalmente fazem com que o processo não tenha a
velocidade desejada. Então a Hemobrás ela é hoje uma realidade, essa
empresa Inclusive era importante até para agregar aqui ao relato feito pela
Deputada Estadual Priscila Krause, que nós não tínhamos nenhum fetiche
para construir uma empresa estatal Na verdade o posicionamento da área
jurídica da Anvisa o posicionamento da Advocacia-geral da União, era que
dado que o sangue ele é monopólio da união, e aí já é um complicador
nessa história desse projeto Outside The Butantã, como é um monopólio da
União era necessário que houvesse uma empresa estatal que fizesse a
função de produzir esse sangue no Brasil, e essa empresa Aí entra um
dado que ninguém falou aqui mas que é importante, ela é uma empresa do
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Ministério da Saúde, é uma empresa do Governo de Pernambuco.
Pernambuco não integralizou a sua parte do capital por razões óbvias nós
somos um Estado que passou por dificuldades e passa por dificuldades,
mas Pernambuco deu várias contrapartidas para a implantação da fábrica,
Pernambuco inclusive indica um diretor daquela fábrica. Então a
participação do Governo do Estado nessa questão tem que ser muito mais
ativo do que está sendo até agora com todo respeito ao Governador Paulo
Câmara, ao Secretário de Saúde Pernambuco, é coproprietário da
Hemobrás e não pode assistir esse investimento sair daqui se não fosse
conosco Isso é uma outra questão fundamental para nós discutirmos aqui e
os Deputados Estaduais particularmente que tem a relação mais direta com
o Governo do Estado, precisa cobrar do Governo do Estado um papel mais
ativo nessa questão, A outra coisa que é fundamental então criamos essa
empresa o objetivo da empresa era buscar autossuficiência na produção de
hemoderivados no Brasil, ter acesso a tecnologia que permite a produção
do fator 8 recombinante, e para que vocês tenham ideia hoje o Brasil gasta
com hemoderivados 1,3 bi por ano Compra lá fora em alguma coisa produz
1,3 bi para um Estado como Pernambuco, é muita coisa gente por ano
sendo Ministério da Saúde comprador exclusivo, comprador exclusivo.
Então nós não podemos abrir mão disso, e o recombinante é exatamente o
que há de mais importante nesse projeto, o fracionamento daqui a um
tempo pode ser obsoleto e nós vamos ficar com elefante branco que de
nada serve, outros componentes do sangue podem passar a ser feitos por
intermédio da biotecnologia, se nós tivermos já fábrica de biotecnologia que
trabalha para produção do fator 8 nós vamos ter as condições de aqui
também produzir tecnologia para esses outros componentes do sangue do
tratamento de doenças graves no Brasil. Então não é como o Ministro tenta
passar a coisa não, ninguém está tomando nada de ninguém , como se
uma coisa que é estatal é monopólio da União, a opinião do Ministério da
Saúde então não tem nenhum valor, o Ministério está querendo levar para o
Paraná e se não tem nenhum valor para que vai fazer o investimento é claro
que tem é ele que compra então sinceramente nós estamos diante de uma
afronta ao nosso Estado, uma afronta, uma afronta que o Ministro faz, me
perdoe o Senhor representante do Ministro, mas como desfaçatez que eu
poucas vezes vi na minha vida, porque pensa que nós somos idiotas, pensa
que nós somos idiotas e nós vamos fazer esse papel de idiotas aqui?
Quando nós brigamos aqui pela vinda da Hemobrás, nós tínhamos aqui os
Ministros de Pernambuco, eu e o Ex-governador Eduardo Campos e eu,
que éramos Ministros de Pernambuco, naquela época nós brigamos para a
Hemobrás vir para cá, eu pergunto e os nossos 4 Ministros nesse Governo
vão perder para um? Eu não vi ate agora nenhuma manifestação de
nenhum deles para dizer que a Hemobrás tem que ficar aqui, que nós
vamos dá um enfrentamento político a essa questão. Então eu também faço
já fiz publicamente mais de uma vez, eu sei que é que tem pessoas que se
relacionam com eles que ele se manifestam, nosso estado nós passamos
23
um ano aqui brigando para ver se trazia um Rabi da TAM uma bobagem e
nós temos uma coisa como essa aí, estamos assistindo eles quererem levar
o mais importante para outro estado. A outra coisa é que realmente isso vai
isso vai gerar muita controvérsia, tem que ser analisado sob a ótica da lei
do sangue no Brasil não sei se é possível isso, uma empresa multinacional
ser gestora da fábrica de hemoderivados da de biotecnologia, ser gestora
do sangue na verdade, as decisões que ela tomar vão influenciar
fortemente toda política do sangue no Brasil e se ela resolver parar de
produzir e só importar? E esse dinheiro que vai lá para fora que podia ficar
aqui? Não dá minha gente fazer a gente sinceramente de bobo, 20 anos
para fazer transferência de tecnologia você sabe como funciona a
transferência de tecnologia? Por que que isso acontece e é vantajosa para
as empresas e para o país? Você assume o monopólio durante aquele
período a Octafarma ou a Brastner se for ela, vai vender para o SUS e só
ela, mas ninguém, durante 10 durante 10 anos, é aí que ela tira a
transferência de tecnologia que ela vai fazer isso não é de graça, imagina
outra que quer 20 ou 25 ela vai querer nos manter como dependentes da
produção da tecnologia que ela faz e quem me garante que daqui a pouco
não aparece aí um bonitão para dizer: olha tem que tirar o Estado disso aí
também vamos privatizar e vende a preço de banana e acabou e acabou.
Portanto eu entendo que essa discussão está muito mal conduzida pelo
Ministério, nós vamos continuar denunciando o tempo inteiro, ele já deu
demonstrações claras que não vai quer respeitar a lei, na audiência que eu
estava com o Senador Armando Monteiro, estava também, quando nós
falamos da decisão da Justiça Federal, eles disseram aplica não contrato e
eu vou fazer um negócio lá no Paraná, quando no nosso entendimento uma
decisão dele romper o contrato com a xayah é suspensa pela lei, esse
contrato está prevalecendo, porque que ele vai dar continuidade a outro
como se não tivesse absolutamente nada a ver, e vamos lá minha gente a
necessidade para terminar essa fábrica de 600 milhões, eu não quero fazer
comparações rasteiras não, não vou aqui falar de Deputado que se vendeu,
que teve emendas ai de bilhões não vou nem falar nisso, mas o tanto do
orçamento da União que tem ido para tantas coisas que não são tão
relevantes, nos preocupa inclusive aqui tem um representante Tribunal de
Contas da União, que o Tribunal de Contas da União faz uma leitura de que
isso não é investimento em saúde ainda há essa possibilidade, se isso não
for entendido como investimento em saúde significa que vai tá fora do
orçamento da saúde, das vinculações que o orçamento da saúde têm, nós
vamos mendigar para ter recursos para Hemobrás. Além do mais nós
podemos como bancada apresentar emendas, o Governo pode nos pedir,
nós podemos tomar a iniciativa em conjunto apresentar emendas que chega
em aí no espaço de 2 anos a 600 milhões de reais, então sinceramente eu
não consigo entender a não ser por um pensamento político mesquinho, até
porque a Tecpá não tem essa competência para fazer, ela já foi barrada em
mais de um projeto de PDP porque não tinha competência para fazer e era
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na área de sangue também, então só pode ser por uma razão política e
Pernambuco historicamente sempre caracterizou-se e não tem medo de
enfrentar e tem outros aspectos técnicos que a gente tem que ouvir mais
gente, eu não quero ouvir só a equipe do Ministro não, o Ministro já decidiu
quer levar para o Paraná, o resto vamos ouvir mais gente, os técnicos que
são daqui de outros estados, por exemplo: essa história de que o fator 8
recombinante da octapharma é de quarta geração, nós vamos ver onde é
que estão as evidências de que ele é melhor do que o outro que é de
terceira geração, hoje em dia a tecnologia também é assim faz a tecnologia
para ganhar dinheiro, porque é que a Anvisa é tão rigorosa Para incorporar
medicamentos na relação do SUS? É porque muitas vezes o custo
benefício é quase zero e o preço é 10 vezes maior. Então não vamos
engolir essa perua não, nós precisamos lutar, nós precisamos nos unir,
meus parabéns a Deputada Priscila Krause que lidera esse movimento, eu
quero fazer parte sim sem nenhum problema, porque eu acho que isso que
se ta montando para Pernambuco é expressão de uma visão que a gente
conheceu durante tanto tempo né para que esses cabeça-chata fazer
tecnologia avançada ou coisa assim, deixa lá pros olhos azuis e cabelos
louros do Paraná. Muito obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Eu agradeço a participação,


a fala do Senador Humberto Costa, mas a gente é mal criada aqui mesmo,
por isso que a gente é assim se impõe tem que ser, principalmente quando
se está com a razão. Eu gostaria de passar a palavra para o Deputado
Augusto Coutinho.

O SR. AUGUSTO COUTINHO – Bom dia á todos, eu vou ser muito breve,
inicialmente cumprimentando a Presidente da Comissão de Saúde a
Deputada Roberto Arraes, a Deputada autora do requerimento sobre essa
audiência pública minha querida Priscila Krause, cumprimentando ou
cumprimento a todos os presentes aqui na Mesa e de fato é um assunto
que tem preocupado muito a todos nós que vivenciamos os interesses do
Estado de Pernambuco. Primeiro dizer que Priscila que foi muito precisa
quando colocou tudo e relembrou todo o processo, toda a cadeia da
definição até quando chegamos a fazer e instalar aqui a Hemobrás, eu me
acordava e fui Deputado Estadual nessa Casa com muito orgulho e me
25
lembrava que nós tomamos aqui muitas vezes iniciativas para que tudo
fosse consolidado, e na verdade o que eu quero dizer com isso aqui isso é
uma obra de várias mãos, isso é uma obra de vários governos essa é uma
obra de Pernambuco, não é uma questão política partidária e por isso é
importante que se diga que nós temos uma característica que nos
mobilizarmos e defendermos os interesses de Pernambuco. A bancada de
Pernambuco na Câmara Federal e no Senado é diferenciada e Pernambuco
tem essa característica, e nós estamos todos mobilizados, participei de
todas as reuniões que tiveram que fomos convocados para tratar esse
assunto, naturalmente entrar tecnicamente porque acho que já foi muito
bem forma lado aqui pelo Senador Armando Monteiro, pelo Senador
Humberto Costa e dizer que de fato não temos a menor dúvida que isso é
uma decisão indutora e política do Governo e nós não vamos aceitar, eu
tive a oportunidade de ir inclusive com a bancada de Pernambuco ao
Tribunal de Contas, questionar o Tribunal de Contas e ao Ministro relator da
Hemobrás como se pode um investimento de um bilhão de reais com
funcionários públicos contratados e trabalhando aqui, e o próprio Ministério
da Saúde desarticular toda essa estrutura para levar a fábrica, para levar
parte disso para a cidade por coincidência a cidade do Ministro da Saúde
Então não podemos na verdade aceitar passivamente,, tive a iniciativa e fui
ao Presidente Michel Temer para dizer a ele que nós não íamos aceitar que
Pernambuco não se curvaria a isso, e junto com o Ministro Mendonça Filho
ouvido o Presidente da República que não seria que os interesses de
Pernambuco seriam preservados, e foi isso que nós ouvimos a gente
mobilizou entendi mobilizar e aqui foi dito muito bem os quatro Ministros do
Estado de Pernambuco, Pernambuco tem quatro Ministros do Governo
Federal, nós precisamos nos mobilizar, não é questão se a favor de Temer
ou contra Temer, nós somos a favor de Pernambuco, isso é que importa e
por Pernambuco a gente vai lutar, nós não vamos aceitar definições
partidárias, definições de interesses pessoais para que a gente coloque em
risco investimento do povo brasileiro que não é irrelevante, volto a dizer de
mais de um bilhão de reais, é muito dinheiro público está envolvido. Temos
inclusive e aqui vai falar o representante do Ministério do Tribunal de
Contas, fomos pedir ao Ministro que fizesse uma liminar para que o
Governo nada pudesse fazer isso, não é uma contradição, isso precisa ser
muito bem explicado, isso precisa ser muito bem explicado. Uma coisa
inclusive muito difícil de se entender, mas é importante que a gente tenha
efetivamente essa união em torno dessa causa por Pernambuco, a causa
da Hemobrás de investimento de uma construção que foi feita por vários por

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vários governos uma construção que foi feita por vários Pernambucanos
relevantes e que a gente precisa agora finalizar, concordo quando diz aqui o
Senador Humberto Costa de que 600 milhões a gente consegue sim, a
gente consegue se mobilizar, a gente consegue fazer com que esse
recursos para finalização de toda essa obra ela seja consolidada. Então
Presidente Roberto Arraes, Priscila Krause, eu quero parabenizar é
importante a Assembleia Legislativa tomar essa iniciativa, dizer que nós de
Pernambuco não vamos emagrecer a esse assunto é um assunto muito
importante, e que não pode se colocar o dinheiro público por uma decisão
pessoal a gente colocar em dúvida isso porque não deixa de ser como bem
disse aqui o Senador Armando Monteiro o estado é que vai induzir
politicamente a solução dessa questão e nós não vamos aceitar
passivamente aqui seja de onde de que partido seja, a gente a gente aceitar
que isso seja tirado de Pernambuco. Era só isso e muito obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) – Eu agradeço a participação


do Deputado Augusto Coutinho que traz aí o testemunho da mobilização de
toda a bancada Federal, dos ministros, enfim, de todos aqueles envolvidos
nessa questão, envolvidos com Pernambuco. Voltou, o Deputado Sílvio
Costa, o que é muito bom, daqui um pouco ele vai falar, senão ele puxa
minha orelha. Só se ele for puxar minha orelha, eu jogo Sílvio Costa Filho,
assim, junto, do lado. Mas, antes eu gostaria de passar a palavra para o
representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União,
Doutor Marinus Marsico. Doutor Marinus, só uma coisa. A gente vai
começar a pegar as inscrições dos senhores que estão aí na plateia. Cadê
Patrícia? Pronto. Aí quem quiser se inscrever levanta a mão que Patrícia
enxerga e fica aí atenta e pega o nome.

O SR. MARINUS MARSICO – OK. Boa tarde a todos. Eu gostaria de


homenagear todos os presentes na figura da Deputada Priscila, que me
honrou com esse convite e também gostaria de, já de antemão, alertá-los
de que recebi aqui uma notícia de imprensa da minha colega Silvia Regina,
do Ministério Público Federal, que muito nos honra com a sua presença,
mostrando que o Ministério Público de Pernambuco está impedindo a
nomeação de lobista na Hemobrás. Trata-se, na verdade... todos nós,
sabemos, trata-se, na verdade, de um Diretor da empresa Octafarma
que está sendo... há instâncias para que ele seja nomeado na Hemobrás.
Isso, em 22 anos de Ministério Público eu nunca vi algo parecido que
aconteça e mostra, digamos assim, como que é um jogo pesado nessa
27
questão. Eu tô vendo aqui em relação aos presentes eu gostaria de saber
dos presentes quais são hemofílicos, têm coagulopatias ou parentes deles.
Deputado, Deputado Sílvio, você me dá mais 5 minutos que eu só falo. Mais
5 minutos e a gente termina aqui. Bom, esse assunto começou, eu vou falar
rápido, o tempo, esse assunto começou no Ministério Público há coisa de 9
anos atrás e todos que militam nessa área conhecem a Doutora Jussara,
que esteve em meu gabinete no ministério público e mostrou uma situação
catastrófica. Naquele momento, esse mercado aí, oligopolizado, e nós
tínhamos um desabastecimento de ordem mundial, uma vez que Rússia e
China compravam um monte de medicamentos naquela época se tinha
muito era plasmático pouco recombinante e no Brasil para que um
hemofílico sobreviva é necessário que ele tenha 24 mil unidades em média.
Isso, o tratamento por demanda, não o tratamento profilático, ou seja,
aquele tratamento que você sangra e vai para o Hemocentro parar de
sangrar. E o Brasil estava comprando 19 mil unidades, ou seja, abaixo do
limite mínimo de sobrevivência do hemofílico no Brasil. Nós tivemos casos,
casos que nos comoveram. Por exemplo, o de uma criança no Hemocentro,
ter um médico deixado ela mais de 30 minutos sangrando para que essa
criança aprendesse a nunca na vida querer jogar futebol, porque ela se
machucou jogando futebol e era hemofílico. Ou outra criança de Araxá,
também, que vivia num quarto fechado e foi levada a Brasília e nessa época
Brasília era o local onde você tinha um tratamento decente para a hemofilia
e foi levado Hospital de Base, aquele hospital de que todos reclamam, e lá
pode ter um tratamento digno e ela perguntou para a mãe se ela estava
numa colônia de férias. Ou seja, desses hospitais da televisão e para ele
isso era uma colônia de férias, porque ele pode sair do seu quarto, poderia
estar sendo normal. Ou seja, o tratamento profilático e um tratamento que
torna o hemofílico um cidadão pleno. Então, é uma questão de cidadania. A
questão da hemofilia (???patias) não é uma questão só de saúde, é uma
questão de direitos humanos, uma vez que o estado brasileiro, por lei, se
compromete a dar o remédio para o paciente e proíbe que o paciente
compre o hemoderivado, ou seja, mesmo se o paciente tivesse dinheiro
para comprar o hemoderivado, ele está proibido disso. Ou seja, o estado
brasileiro tem o direito de vida e morte sobre quem, por azar, nasceu com
alguma coagulopatia e é por isso que o Ministério Público atuou nesse
sentido e, no transcorrer desse nosso trabalho, nós conseguimos, através
de outro ilustre cidadão de Pernambuco, Marcos Vilaça, Marcos Vinicius
Vilaça, através de uma iniciativa nossa, que fosse instituído o tratamento
profilático ao tratamento de hemofilia. Isso foi um divisor de águas, o
Ministro Vilaça está totalmente de parabéns quanto a isso, é um divisor de
águas no tratamento e a partir daí nós podemos ter outra dimensão. Tamtp
que o colega do Ministério da Saúde pode observar mesmo que as compras
são bastante elevadas se comparadas com anos anteriores. Entretanto, nós
estamos entrando aqui no assunto da Hemobrás e o assunto da Hemobrás
não é um assunto que se possa relacionar a regionalismo. Nossa atuação é
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em relação à União e eu posso dizer que o ??? da Hemobrás não tem
nenhum fundo de regionalismo. Na verdade, se nós tivermos que analisar
algum regionalismo é o fato de se querer construir uma fábrica no Município
de Maringá, isso para mim tenha sido chamado de regionalismo. A
Hemobrás foi criada por lei cabe, cabe ao Ministério Público não inovar,
mas, obedecer a lei. Acho até que a criação da Hemobrás foi acertada.
Mas, não me cabe questionar isso. o que me cabe como Ministério Público
é que se cumpra a Lei. Então dessa forma é que nós estamos atuando. Nós
temos uma liminar nesse momento, depois de todas as informações, de
todos os interessados, nós temos a medida cautelar, que já está com
pareceres favoráveis na unidade técnica do Tribunal, está na mesa do
Ministro e é o que nós estamos pedindo para que essa PDP continue e
infelizmente, estamos pedindo, inclusive, que o Ministério da Saúde não
interfira nessa PDP. Porque está havendo atraso na transferência de
tecnologia não é por culpa da empresa contratada nem por culpa da
Hemobrás. É porque, por uma série de problemas o Ministério da Saúde
deixou de dar cumprimento a isso. Eu posso citá-los, por exemplo:
contratou-se, à época, a empresa Barsa, que agora a sucessora é a Shaion,
para que se comprasse, durante dez anos o medicamento recombinante.
Nesse trajeto não se cumpriu o contrato. Passou-se a comprar os
medicamentos plasmáticos. Porque, naquele momento estariam um pouco
mais baratos. Estavam sendo vendidos, na verdade, até a preço abaixo de
custo. Então, com isso, nós começamos a boicotar, o Ministério, começou a
boicotar essa PDP e chegamos a essa situação, em que o Osvaldo foi até
generoso. Não são 175 milhões de dólares, isso é só de medicamentos.
Mas, nós temos dívidas. Temos juros, temos multas, temos tudo. Nós
estamos chegando próximos a 250 milhões de dólares, em que a Hemobrás
está devendo. A Hemobrás não sobrevive com plasmáticos e nós sabemos
disso. Por quê? Porque o Ministério da Saúde compra o plasmático, mas,
ele fala para a Hemobrás, “abra a sua planilha, vou pagar apenas o que
você gastou com o fracionamento”. Ou seja, a Hemobrás fica relegada a
não ser uma empresa viável se ela trabalhar só com plasmáticos, o
recombinante que seria a saída para a Hemobrás. Então, o que fez a
Hemobrás? Ela seguiu a Lei. Ou seja, foi ao mercado, mercado
oligopolizado, fez uma licitação e essa palavra é muito importante, licitação,
ou seja, seguiu os ditames legais; uma empresa ganhou uma licitação, essa
licitação foi contestada na justiça, ficou quase que um ano parado e a
justiça deu realmente ganho de causa à empresa vencedora e começou-se
uma PDP, uma PDP em que esse fornecimento, na verdade a transferência
tecnologia está aí vindo de graça, porque as compras, nós podemos
observar, estão ligeiramente inferiores ao preço praticado no mercado
internacional na compra desse recombinante. Então, o que acontece agora?
O que nós achamos bastante estranho, é que, bom, o ministro esteve no
tribunal de Contas da União, na sala de conferências, eu tive oportunidade
de conversar com ele. Era uma reunião formal em que inclusive as falas são
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gravadas, eu indaguei dele essas e ele, realmente, me disse que tinha
contatos com a Octafarma e através de uma empresa estatal do Paraná,
chamada Tecpar e que seria feito e a tecnologia dela seria mais avançada,
supostamente mais avançada. Vamos tratar desses assuntos. Em primeiro
lugar, eu vejo que o contrato pode até ser revogado, desde que você tenha
motivos para isso. Não tem motivos, eu não encontrei motivo nenhum para
que essa PDP possa ser revogada. Não encontrei nenhum motivo. Até mais
agora, que a empresa se comprometeu a construir a fábrica. Ou seja, antes
bastava menos de um ano, seis meses de compra de importação de
medicamentos e construiu essa fábrica. E agora a própria empresa vai
construir a fábrica. Pois bem, eu não consigo encontrar nenhum motivo
nenhum em relação a esse tipo de decisão. Veja bem, a Octafarma é uma
empresa bem pequena no mercado internacional. Não se fez nenhuma
análise sobre a capacidade que ela tem de assumir este tipo de tarefa. Na
verdade, nós estimamos que entre 60 e 70% de toda a receita mundial da
Octafarma tem que ser dedicada a só isso. Veja bem, 25 anos, daqui a 25
anos, me desculpe a sinceridade, mas, essa tecnologia você pode jogar no
lixo. A verdade é essa, em 25 anos já vai ter outra coisa. O que acontece é
que nessa PDP você tem condições de tornar não só o Estado de
Pernambuco, mas, a União, o Brasil, competitivo. Por quê? Porque vai
haver uma transferência de tecnologia e a partir daí nós não vamos deitar
em berço esplêndido, a partir de nós vamos começar a trabalhar para entrar
nesse tipo de mercado e conseguir nos manter no topo do desenvolvimento
tecnológico. O Brasil será o quarto país no mundo a deter essa tecnologia.
Não é pouca coisa, não. como eu disse por um preço que vem praticamente
de graça. E por outro lado mesmo que o Ministro quisesse fazer outra
licitação, eu entendo que ele não poderia contratar a Octafarma, porque
uma licitação tem que ter os princípios constitucionais, legalidade,
moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência. E eu vejo que não
cumpre nenhum desses princípios. Ou seja, a licitação você tem que atuar
de maneira impessoal, você não pode conversar com as pessoas, dizendo
que “eu vou contratar”. E não me venha dizer também que a União não vai
contratar a Octafarma, que vai contratar a Tecpar, o problema é deles. Não,
isso é uma maneira, digamos, primária, de se burlar o processo licitatório.
Ou seja, a Octafarma contrataria a Tecpar através de convênio e forneceria
à União. A União, o Brasil inteiro, estaria dependente de uma estatal do
Paraná e tudo no Paraná, tudo em Maringá. Então existe uma série de
problemas jurídicos que nós estamos atuando e que nós vamos realmente
dar uma solução a isso, sim. O Senador Humberto falou da questão do
Tribunal de Contas da União, de não se incluir em despesas de saúde e eu
pude falar ao Senador que na verdade nós já fizemos um recurso em
relação a isso e essa questão está sendo reanalisada pelo Tribunal de
Contas da União. Então, muito provavelmente essa situação vai ser
regularizada como despesa de saúde. Bom, também eu gostaria de falar do
ponto de vista técnico. Nós procuramos escutar, nossa atuação no IP,
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procuramos escutar todas as partes e também teríamos uma opinião em
relação à questão técnica dessa... digamos, desses fatores. Veja bem, pelo
que eu sei ambos os fatores são terceiro geração. Então, o fator fornecido
pela empresa, agora, Shaiya, é um M8R. Ele é um fator mais antigo, mas
testado. Mas não significa que por ser mais antigo ele é mais obsoleto ou
menos moderno do que o outro fator. Na verdade isso não é verdade. Ele é
feito, sim, de células de ovário de hamster chinês e através desse processo
ele está, desde a sua concepção e na sua fabricação, totalmente livre de
qualquer tipo de impureza, qualquer tipo de vírus que possa afetar a
condição humana, o genoma do ser humano. O Novik, que é o que é o que
a Octafarma se propõe a produzir. A Octafarma não produzia recombinante,
foi agora, muito recentemente que se produziu. É também certificado pela
Anvisa, porém, existem algumas diferenças. Ele é feito através da célula
humana, e essa célula, humana, tem que ser... há que se fazer um
processo de purificação a posteriori. Ou seja, não é um processo de
fabricação. Você fabrica, depois você faz o processo de purificação desse
tipo de produção e também o Novik não está assegurada a sua segurança
em relação a pacientes de 0 a 2 anos, recém-nascidos e em relação a
pacientes virgens, chamados os pacientes que não tomaram recombinante.
Ainda não tem estudo suficiente. Além disso, não estou aqui defendendo
empresa nenhuma, é uma situação impessoal, mas, procurei dados,
procurei me informar a respeito disso. Além disso, o M8R, a aplicação, que
já é conhecida bastante no mercado internacional, você tem um sistema
que vai junto com a essa transferência de tecnologia, em que você sabe
exatamente a dosagem que você vai dar para o paciente. Ou seja, evita que
você dê uma super-dosagem, com consequente desperdício de dinheiro
público e evita, pior ainda, que você dê uma sub-dosagem, com prejuízo
permanente para o paciente. Então, assim, eu acho prematuro que a gente
fale que o sistema é maior ou melhor do que o outro, ou o que quer que
seja. Na verdade, essas questões têm que ser ainda muito bem analisadas
e espero que prevaleça a racionalidade. O Senador falou uma coisa que me
alarmou bastante, que o Ministro procurou ignorar uma liminar na justiça
federal que a empresa conferiu. A nossa liminar está pronta e
provavelmente essa o Tribunal vai decidir. Essa liminar é mais abrangente,
como eu disse. Então, nós vamos simplesmente dizer que pare de criar
obstáculos à consecução desse objetivo. Bom, caso o Ministro procure
desobedecer uma decisão tribunal não haverá alternativa a nós do que
pedir em outro processo a inidoneidade do Ministro, ou seja, o afastamento
dele da função de ministro.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) – Eu gostaria de agradecer


Doutor Marinus, a precisão, firmeza e clareza nas informações que colocou
aqui, se detendo nas questões jurídicas, as questões técnicas. Enfim,
agradecer imensamente sua participação nessa Audiência. A gente vai dar
seguimento, eu estou preocupada, um pouquinho, com a hora. Eu só queria
31
pedir um pouquinho mais a vocês que resistam e permaneçam, porque
essa luta é grande. Então, a gente tem o Deputado Sílvio Costa, vai dar
uma palavra, Doutor Messias vai fazer a fala de complementação do
Tribunal de Contas, nós vamos passar para Doutor Alexandre Mattos que
está aqui representando... a grande razão dessa reunião e a grande razão,
lá atrás, da existência da Hemobrás, do Hemope, enfim, de todo esse
caminho, que são exatamente os hemofílicos e nós vamos escutar também
Doutora Ieda, Doutor Leonardo e temos cinco pessoas inscritas da plateia.
Vai ser uma maratona, mas, tem que ser assim mesmo. Deputado.

O SR. SÍLVIO COSTA FILHO - Boa tarde a todos e a todas! Eu quero


cumprimentar a todas as mulheres presentes na pessoa da Deputada
Priscila Krause; cumprimentar a todos os homens presentes, na pessoa do
Doutor Osvaldo, Presidente da Hemobrás, senhores deputados, senhoras
deputadas. Doutor Flávio Vormittag, representante do governo Temer e
representante do Ministro Ricardo Barros, essa decisão que já está tomada
por Ricardo Barros, dá vontade de vomitar. Não vi um nome mais
apropriado para vir representar Ricardo Barros do que esse Vormittag. E eu
vou dizer aqui porque. Nós, Deputados de Pernambuco, estivemos reunidos
com Ricardo Barros. Estivemos lá, reunidos com Ricardo Barros e o que eu
vou dizer aqui eu disse a Ricardo Barros. Eu conheço Ricardo Barros. Eu
conheço o PP. Eu disse, “Ô Ricardo, me diz uma coisa, qual é o argumento
técnico que você tem para tirar a Hemobrás de Pernambuco? Ele passou a
palavra para um técnico, o técnico apresentou os argumentos técnicos,
mas, os argumentos técnicos não foram convincentes. O papo deles o
tempo todo é que ia economizar, ia ter dinheiro na jogada, ia economizar
dinheiro, ia economizar dinheiro. Que tem dinheiro na jogada, não tenho a
menor dúvida! Senhor representante do Ministério Público, essa empresa
Tecpar - e eu quero que o Senhor Flávio confirme ou não, já foi citada aí,
em uma das operações lava-jato. Essa é a minha pergunta para o senhor.
Eu não vou poder ficar aqui porque eu tenho uma outra entrevista, mas eu
quero que o senhor diga aqui a esse público, ou não, se essa empresa
Tecpar, do Paraná, se ela não foi citada já numa das operações da
operação Lava-jato. Essa é a primeira questão. Segunda, o pessoal da
empresa Schahin, que eu nunca vi na minha vida, eu vi esse pessoal lá na
reunião da Câmara Federal, têm 175 milhões de dólares para receber da
união e da Hemobrás. E este pessoal disse lá, à bancada de Pernambuco,
que topa sentar à mesa para fazer qualquer entendimento financeiro. O
pessoal da Schahin disse isso lá. O senhor sabe disso, Doutor Osvaldo.
Sabe o que o Ministro disse lá, Doutor Flávio Vormittag. Disse que a
Octafarma, lá da Suíça, tinha uma proposta melhor. Pode ser que a um
curto prazo a proposta seja até melhor, financeira, porque sabe qual é a
lógica do Ministro? Primeiro, prejudicar Dr. Osvaldo, porque ele está
dizendo o seguinte: não, esses cento e setenta e cinco milhões de dólares -
e eu quero que o senhor afirme isso também Dr. Flávio, esses cento e
32
setenta e cinco milhões de dólares a gente bota na Justiça e aí a União
resolve, a Hemobrás resolve, essa é a lógica do Senhor Ricardo Barros. Só
que na hora que botar na Justiça está prejudicando Dr. Osvaldo e o Senhor
sabe que é verdade, seu CPF vai ser penalizado, essa é a primeira lógica.
Então a lógica do Senhor Ricardo Barros é essa - não, a gente se acerta lá
com a Octapharma e manda receber na Justiça, esse é o primeiro erro dele;
o correto é sentar com a Shire e buscar uma forma que a União realmente
economize e que dê agilidade. Sabe o que é que acontece pessoal, isso
não está me cheirando bem! O problema é que corrupção no Brasil, a gente
só prova depois que ela aparece, depois que a Polícia Federal investiga.
Isso não está me cheirando bem; isso não está me cheirando bem! Eu
estou dizendo aqui eu quero que Ricardo Barros que é meu colega
Deputado Federal escute pegue essa fita Ricardo; o histórico de Ricardo
Barros, ministro de Temer é um histórico de cerimônia com a ética, ele é
meio cerimonioso com a ética, ele tem um pouco de vergonha de conversar
com a ética, ele diálogo pouco com a ética, quem está dizendo é o
Deputado Sílvio Costa, vice Líder da Oposição desse governo de Michel
Temer. Ele não deu um argumento técnico para tirar a Hemobrás dos
pernambucanos, um argumento técnico; eu não conheço um técnico que
entenda efetivamente do que está acontecendo na Hemobrás para dizer
que ele tem razão! E além do mais, ainda vem com a cara de pau de dizer
que não está defendendo o Paraná! É cara de pau; é uso da máquina para
proteger o seu Estado, ele é ministro do Paraná, ele quer tirar a empresa de
Pernambuco e levar para o Paraná! Eu queria se não tivesse ocorrido o
golpe, o impeachment, eu queria ver a Hemobrás sair daqui! Sabe por que
não saía? Porque nós que estávamos no Governo nós tínhamos
compromisso com o Nordeste, com os menos favorecidos, não ia sair daqui
nunca! Agora esse Governo que está aí instalado, ao qual o Senhor Ricardo
Barros serve é um Governo que serve à parte dessa elite sulista que roubou
esse país durante quinhentos anos! A Hemobrás não pode sair de
Pernambuco. Para encerrar: ah! Sílvio Costa está fazendo política. Posso
até está fazendo política, porque a decisão é política e eu tenho que falar a
verdade para as pessoas e goste de mim quem quiser eu faço política
dessa forma olhando no olho e dizendo a verdade para as pessoas. Está
vendo esse Paulo Câmara, Governador de Pernambuco, é culpado
também, me desculpe os aliados dele. E sabe por que ele é culpado? Na
hora de atender senhor Michel Temer agora, porque esse cara foi pego
numa corrupção e continuou isso é uma vergonha, senhor Paulo Câmara
esteve lá em Brasília com ele e ele prometeu a senhor Paulo Câmara que ia
arrumar dinheiro para Pernambuco e sabe o que Paulo Câmara fez? Pegou
o Deputado Caio Maniçoba que estava dizendo lá abertamente que ia votar
contra Temer, botou Caio Maniçoba como secretário, o suplente foi para lá
e votou com Temer; pegou o Deputado Sebastião Oliveira, que é
Secretário, mandou voltar para lá para votar com Temer, ora Paulo Câmara
por que você como Governador não tomou postura de líder e foi lá: olhe
33
Temer é o seguinte velho; é o seguinte: eu não aceito essa história de tirar
a Hemobrás de Pernambuco. Por que ele não fez isso! Esses quatro
ministros de Pernambuco, esses quatro, por que eles não foram lá e
peitaram Temer – olha Temer é o seguinte: se você tirar a Hemobrás de
Pernambuco a gente sai; por que não fazem isso! Por que não vão na
política! Por que não esticam a corda! Ficam com essa conversa para lá e
para cá, por que não fazem isso! Eu queria ver se a Presidente Dilma um
dia - eu era Vice-líder dela, chegasse e dissesse: eu vou tomar a
Hemobrás. A primeira coisa que eu fazia era renunciar a liderança e ia para
cima dela, porque a Hemobrás é uma empresa de Pernambuco. Então
esses Deputados Federais de Pernambuco que são da base de Michel
Temer, por que esses que votaram sim por que não vão lá em Michel
Temer e peitam e dizem: olhe você tem que demitir esse Ministro, esse
Ministro quer prejudicar Pernambuco. Por quê? Pessoal, se vocês ficarem
conversando para lá e para cá; para lá e para cá, não vai resolver nada, tem
que ser força, sobretudo agora e se Deus quiser Janot vai fazer outra
denúncia contra esse cara, contra esse Michel Temer, não sei se ele vai
aguentar, agora eu vou dizer aqui viu Dr. Flávio vou dizer para o senhor
para vocês entenderem o que é a política de Brasília; sabe qual é o
problema? O PP, o partido do senhor Ricardo Barros ele tem 44 Deputados
se eu não me engano ou são 42, então o Ricardo Barros para tirar a
Hemobrás daqui ele não ia tomar essa decisão sozinho não, ele vai precisar
de sustentação política e sabe o que vai acontecer? Na hora que
Pernambuco peitar o PP também vai peitar lá – não Temer, não! Nós
estamos com Ricardo Barros! Tem que levar para o Paraná! A briga política
lá está instalada. Então Dra. Priscila Krause, Deputada diferenciada,
importante para Pernambuco ter a Senhora como Deputada em que pese à
gente estar sempre lamentavelmente em lados opostos, a senhora sabe o
carinho que eu lhe tenho; Deputada Roberta Arraes; Senhores Deputados;
Deputada Teresa Leitão; pessoal, vamos parar de conversar nós estamos
conversando e eu quero sugerir aqui uma pauta para os Deputados
Estaduais de Pernambuco, independente de ser Oposição ou de ser
Governo, queria sugerir aos Senhores e Senhoras que os 49 marcassem
uma audiência com o Governador Paulo Câmara e fossem lá os 49 e pedir
ao Governador Paulo Câmara que leve os 49 à Brasília para conversar com
Temer, depois os senhores marquem uma reunião os 49 Estaduais com os
quatro ministros de Pernambuco, os quatro lá em Brasília e peça aos quatro
ministros para irem lá em Michel Temer e digam a Michel Temer o seguinte,
simples: olha Michel, Ricardo Barros disse à Bancada de Pernambuco,
porque está lá gravado, porque tudo que eu disser aqui eu digo a ele lá,
disse à Bancada de Pernambuco que a decisão estava tomada, ele disse
isso lá e a única forma dele recuar é se nós exercemos um velho coração,
do velho Leão do Norte Pernambuco: Ricardo Barros respeite Pernambuco.
Muito obrigado.

34
A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Eu gostaria de agradecer a
presença e a fala do Deputado Sílvio Costa e a gente vai dar continuidade e
sempre lembrando o nosso objetivo e a nossa tentativa é fazer desse
debate, dessa discussão da Hemobrás uma bandeira, claro uma bandeira
pernambucana, porque ela é fundamental para o desenvolvimento de
Pernambuco, fundamental para o desenvolvimento do Nordeste dentro de
uma estratégia de descentralização; mas tem uma questão acima de todas
as outras, no nosso entendimento, no nosso entendimento a permanência
das atividades da Hemobrás de maneira completa aqui em Pernambuco,
seja através da produção de hemoderivados, seja através da fábrica de
biotecnologia dos recombinantes, ela atende claro e evidente e isso nos
move do ponto de vista da emoção e desse espírito patriótico que nós
temos, ela atende aos interesses de Pernambuco, mas atende também e,
principalmente, o interesse do qual nós não podemos nos afastar em nome
de absolutamente nada, nem do nosso sentimento patriótico, porque o
nosso primeiro país é Pernambuco, porque nós proclamamos a república
antes de qualquer outra coisa e a independência antes de qualquer outro
lugar, mas tem o interesse senhores que esse não pode ser abandonado e
que esse deve unir a todos nós - o interesse público, o interesse do país, a
Hemobrás está em Pernambuco, ela pertence a nós, mas ela é uma
empresa brasileira que precisa se viabilizar, que precisa se viabilizar como
tal e nós entendemos que a forma dela se viabilizar é com as duas
atividades aqui no mesmo lugar, na mesma sede e quem serão os nossos
parceiros essa é uma decisão que nem competência técnica para isso eu
tenho de dizer, agora a gente pode dizer com toda certeza que a viabilidade
passa pela permanência, seja da exploração de hemoderivados, seja de
biotecnologia dos recombinantes aqui em Pernambuco. Então nós vamos
seguir a despeito do posicionamento político partidário de cada um, nós
vamos seguir tendo como objetivo e como bandeira a viabilização da
Hemobrás aqui em Pernambuco, porque ela já está aqui em Pernambuco,
até porque e de certa forma como nós não somos, me permita eu sei do
adiantado da hora e das pessoas que querem falar e das pessoas que a
gente precisa ouvir, mas eu preciso dizer isso, porque o primeiro discurso
sobre a Hemobrás que eu fiz nesta Casa foi no início de março, a primeira
vez que eu botei os pés na Hemobrás foi em outubro de 2009, quando o
processo de construção dormia em berço esplêndido, dormia em berço
esplêndido, porque, infelizmente, a Hemobrás ficou reconhecida
nacionalmente e até internacionalmente por um capítulo da nossa história
que a gente não queria que fizesse parte dela, quando o que não pode ter
asa criou asa, só que a Hemobrás não se resume a isso, a Hemobrás não
se resume a dinheiro sendo voado pela janela não, a Hemobrás significa a
possibilidade de vida e vida com dignidade de milhões e milhões de
brasileiros! E como eu disse aqui, uma vez fazendo a fábrica de
recombinantes do mundo, do mundo, a Hemobrás significa isso e nós não
podemos deixar porque essa não deve ser a prática entranhada no poder
35
público brasileiro, que uma empresa do tipo da Hemobrás se resuma no seu
nascedouro àquilo que ela não deve ser, um lugar de desmando. E é
exatamente nessa tentativa que vem e eu venho acompanhando de perto,
tentando enquadrar a gestão e faço questão de dizer, a gestão de Doutor
Osvaldo Castilho com todo o apoio de um corpo técnico competente que
pode andar em qualquer país de primeiro mundo, que pode trabalhar em
qualquer uma dessas empresas que detêm a tecnologia. Essa é a
qualidade do corpo técnico da Hemobrás. Então é importante que esses
tempos dormidos, esses anos dormidos onde se calou, onde não se lutou
pela Hemobrás, que ele tenha um fim e ele está tendo fim. Então a despeito
de todas as diferenças, a despeito de um inventário enorme que a gente
podia colocar aqui nós vamos lutar pela Hemobrás, porque nós estamos
lutando pelo interesse público e, consequentemente, nós estamos lutando
por Pernambuco. Essa de fato eu precisava colocar isso e dizer isso e esse
comprometimento nós temos dos 25 Deputados Estaduais desse Estado e
eu tenho certeza absoluta do que eu estou dizendo e a gente tem
Deputados de diferentes posicionamentos políticos e ideológicos, os 25
Deputados estão comprometidos, os quatro Ministros estão comprometidos,
os quatro Ministros e estão participando de todo o processo de conversa, de
negociação e de demover o Ministro Ricardo Barros do seu posicionamento
inicial. Cada um faz do seu modo, agora há uma união os 49 Deputados
Estaduais desta Casa, sejam eles de que partido for, de que corrente
ideológica, de que cor partidária tenham estão comprometidos sim, assim
como todas as lideranças políticas de Pernambuco que precisam, aquelas
que ainda não estão precisam acordar e eu posso dizer que os 49
Deputados estão acordados e estão lutando por isso; eu posso dizer que os
25 Deputados Estaduais também os Deputados Federais também estão e
que os nossos três senadores também estão e olhe que eu estou falando
aqui do Senador Humberto Costa, estou falando aqui do senador Armando
Monteiro, do Senador Fernando Bezerra que eu não precisava estar
fazendo isso do ponto de vista político, mas acho que a gente tem que dar a
César o que é de César. Então a Bancada Pernambucana, seja ela
estadual ou federal está unida em torno dessa questão e nós vamos nos
impor não por uma bravata pernambucana não, mas por um
posicionamento de vanguarda e porque nós temos sim os melhores
argumentos, porque nos preparamos Doutora Ieda ao longo de 40 anos, na
verdade mais, porque foi em 73 que o primeiro técnico fez o primeiro curso
em hematologia que trouxe para cá o que se plantou a Hemobrás. Então
nós nos preparamos há 40 anos ou mais de 40 anos para termos os
melhores argumentos e a consolidação de uma empresa como a Hemobrás
aqui em Pernambuco. Bom, eu gostaria de passar a palavra para Dr.
Messias, em seguida para Doutor Alexandre, Dra. Ieda, Dr. Leonardo, eu
vou precisar ser um pouquinho mais exigente com o tempo, inclusive em
relação a mim, mas eu estava me segurando e tentando ser o mais objetiva
possível, mas eu tenho que dizer que talvez a fala do Deputado Sílvio Costa
36
tenha me provocado, porque a gente tava tentando até esse momento eu
acho que a gente vai conseguir de não politizar do ponto de vista partidário
essa questão da Hemobrás, porque aí sim vai ser um atraso para
Pernambuco e para o Brasil. Nós não precisamos disso e nós não podemos
nos render nem deixar nos levar por esse discurso, ele seria o mais fácil,
ele seria o que desse mais Ibope, mas é o que está mais distante da
solução.

O SR. MESSIAS - Boa tarde a todos, meu nome é Messias eu estou


representando o secretário da Sec Saúde em Brasília, o Tribunal atua
mediante unidades técnicas e também tem uma atuação da Secretaria de
obras, que foi importante na parte da obra em si, houve alguns problemas é
verdade, eu vou procurar ser bem breve, não falo em título de
complementação ao Procurador Marinus que está muito bem inteirado do
assunto e tem atuado intensivamente e eu louvo a participação dele. Eu
tinha feito uma apresentação, mas quem fica por último às vezes tem o
ônus de todas as informações acho que já foram levantadas, não é o caso,
comunidade técnica só dizer da nossa atuação, como o próprio nome diz
temos que atuar tecnicamente e levantamos informações para que o corpo
do Tribunal decida. As Informações estão levantadas e eu só queria dizer
que o mais importante em termos de a jurisprudência do Tribunal fala que o
Tribunal não substitui o gestor, a decisão é do gestor seja ela técnica, há
componentes políticos é inegável que há não temos como negar isso, agora
o Tribunal mesmo que ele respeite a decisão do gestor, ele procura olhar o
quê? Houve uma viabilidade técnica nisso tudo aí? O Tribunal tenta pegar a
decisão do gestor e compará-la se tecnicamente em termos de resultado,
de economia, de eficiência aquele foi o melhor caminho. Só queria a
respeito da liminar, só queria mencionar a decisão da acho que 10ª Vara
Federal de Brasília, nesse ponto queria deixar claro em concordância com o
Procurador Marinus, ela tem validade sim e é interessante até trazer se
também o Tribunal assim decidir, mas seriam duas liminares por instâncias
diferentes, dizer que a indicação básica que isso implica na não suspensão
da DDP atualmente e o próprio Ministério da Saúde ele estaria impedido de
fazer qualquer outra medida pela Portaria 704 do próprio gabinete do
Ministro que diz quanto que tem uma DDP em vigor com o mesmo objeto
nenhuma outra pode ser lançada enquanto àquela não tiver solucionada. Eu
queria agradecer a todos, acho que o tema é super importante, mais do que
questões políticas, independentemente que seja aqui em Pernambuco
como está tudo a indicar, até queria parabenizar à Deputada Priscila, até
desconhecia esse histórico todo, sabia que tinha uma referência, mas não
sabia que remontava tão longa data e há que se olhar com mais atenção
isso. Vou poupar a todos e prover a participação de mais pessoas eu queria
agradecer. Obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Dr. Messias arrasou foi o


melhor de todos! Doutor Alexandre o Deputado Silvio Costa Filho está ali
37
meu aperreado porque ele tem um compromisso e aí Silvio use a palavra eu
vou dar uma de Júlio Cavalcanti viu vou ficar no seu pé do tempo.

O SR. SILVIO COSTA FILHO - O meu muito boa tarde; boa tarde a todos e
a todas eu serei muito breve eu não vou nem citar a Mesa toda para não
perder muito tempo, mas se sintam todos homenageados e citados na
pessoa da amiga Deputada Priscila Krause e quero Deputada aproveitar a
oportunidade para discordar peremptoriamente da forma que o Deputado
Federal Silvio Costa veio a esta Tribuna. Acho que isso não é um jogo de
perde-perde nem de ganha-ganha, isso tem que ser um jogo de ganha-
ganha. E nós não podemos misturar bandeiras partidárias, ideologias,
misturar a política com a unidade que nós precisamos ter para fazer com
que a Hemobrás permaneça em Pernambuco. Eu digo sempre que na vida
muitas vezes as pessoas misturam os CPFs. E é natural, é da vida. Mas eu
digo sempre que ninguém por fazer uma fala mais durou mais incisiva vai
conseguir fazer um movimento de convencimento. E acho que nós
precisamos fazer nesse momento, todos nós, sociedade pernambucana,
Deputados estaduais, todos, a todos os canais institucionais de participação
popular é nós buscarmos a unidade para fazer com que a Hemobrás
permaneça em Pernambuco. Porque nós estamos lidando com sonhos,
com sentimentos e de pessoas que lá atrás acreditaram na força e no
potencial da Hemobrás. Eu só lamento Deputada Priscila Krause, e eu
tenho que concordar com ele, é a falta testemunhal de liderança do
Governador Paulo Câmara. O chefe de Estado era para ele está liderando
essa agenda no nosso Estado, junto ao Ministério Público Federal, aos
canais institucionais de Participação Popular, à bancada Federal à Bancada
dos Senadores. Nós não vemos uma declaração do Governador nessa
direção. Eu não vou adentrar nas questões técnicas que já foram muito bem
abordadas, mas eu quero Deputada Priscila, em nome da Bancada da
Oposição aqui na Casa, ao seu lado poder ajudar aonde for preciso. Marcar
essa audiência com o Governador Paulo Câmara. Vamos fazer hoje, na
tarde de hoje, encaminhar um apelo subscrito pelos 49 deputados estaduais
para chegar ao conhecimento do próprio Ministro Ricardo Barros e que a
gente possa de fato buscar a unidade independente da coloração partidária,
até porque o que está em jogo são sonhos e acima de tudo é Hemobrás
que é tão importante para a economia do nosso Estado. E eu não tenho
dúvida que tem um potencial grande na agenda econômica e administrativa
do Estado. Eu acho que o nosso representante do Ministério Público foi
muito preciso nas suas colocações. E a sua fala até emocionada, falou ali
não um chefe de poder e um representante de órgão, mas falou ali um
cidadão brasileiro que entende a importância da Hemobrás para saúde,
para as pessoas e acima de tudo para o Estado de Pernambuco. O
momento não é de divisão, o momento é de unidade, de unirmos forças
para buscarmos, se Deus quiser, a permanência, sobretudo, da Hemobrás

38
e mais do que isso, um plano estratégico de 10, 15, 20 anos que a gente
possa construir e fortalecer a Mata Norte de Pernambuco. Muito obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE )- Sobrou tempo, viu


Deputado. Queria agradecer e passar a palavra para o Dr. Alexandre
Mattos. Ele está representando a Presidente da Federação Brasileira dos
Hemofílicos, a Senhora Tânia Petrucelli.

O SR. ALEXANDRE MATTOS – Excelentíssimos Senhores parlamentares;


senhoras e senhores muito bom dia. Eu queria inicialmente agradecer o
convite e a Deputada Priscila Krause para poder estar aqui contribuindo
com esta audiência pública. Meu nome é Alexandre Mattos, eu sou médico
e hemofílico. Já fui Presidente da Sociedade Pernambucana de Hemofílico
por várias gestões e membros de outras gestões da Federação Brasileira
de hemofilia. Estou aqui hoje na presente data representando os
hemofílicos que são usuários de fator 8 ou 9 plasmáticos ou
biotecnológicos. Inicialmente, quero fazer um pequeno histórico do
tratamento dos hemofílicos no Brasil e no mundo para nos situar nesse
contexto. Na década de 70 surgiram os primeiros concentrados purificados
de fator 8 e 9 que passaram a ser utilizados nos países desenvolvidos.
Nesta época, nos Estados Unidos da América e muitos países os europeus,
surgiu o conceito de terapia domiciliar com mais independência e qualidade
de vida para os hemofílicos. Porém os hemofílicos do Brasil e outros países
não desenvolvidos ainda amargavam os tratamentos rudimentares com
transfusões de sangue crioprecipitado e plasma. No início dos anos 80 por
consequência das contaminações virais e da epidemia mundial da Aids este
período marcou o início das pesquisas pela melhoria das técnicas de
produção dos fatores de coagulação. Foi quando houve a introdução de
técnicas de inativação viral nos concentrados de fator. Após a constatação
da epidemia, da pandemia da Aids sofisticadas técnicas de eliminação e
inativação viral foram desenvolvidas, buscando oferecer um alto nível de
segurança os hemoderivados. Quando muitos países fingiram a segurança
de seus concentrados de fatores de coagulação, os hemofílicos brasileiros
ainda estavam convivendo com a realidade de um tratamento ultrapassado,
com crioprecipitado e plasma, um tratamento menos eficaz e pouco seguro,
Nos anos 90 o Brasil iniciou a importação de fatores de coagulação
seguros, com mínimo risco de contaminação e maior eficácia no tratamento.
E o mundo já iniciava na época pesquisas em torno da produção por
Engenharia Genética, quando surgem os primeiros estudos clínicos em
humanos utilizando concentrado de fator com tecnologia de DNA
recombinante. Os produtos recombinantes também foram se sofisticando e
utilizando novas tecnologias na busca de cada vez mais atingir o maior nível
de segurança, reduzindo significativamente os riscos de contaminação viral
e escassez dos produtos plasmáticos. Hoje em dia são três as propostas
possíveis de tratamento para pessoas com hemofilia no planeta. 1- os
produtos de origem plasmática extraídos do plasma humano e depois
39
purificado por métodos para garantir a segurança contra contaminações
virais; 2- produtos recombinantes obtido pela Engenharia Genética
contendo ainda componentes de origem sanguínea seja humana ou animal
na sua concepção; e 3- produtos recombinantes de última geração
produzidos através da Engenharia Genética e que já não contém vestígio
algum de derivados sanguíneo humano, animal. Eu ainda citaria que eu
tava conversando a pouco com o representante do Ministério Público de
Contas, e muito possivelmente, muito menos de 25 anos, nós teremos a
terapia gênica como uma realidade. No final de 2015 teve uma publicação
periódica muito importante na ciência da medicina que mostra uma terapia
gênica de sucesso na Inglaterra curando pacientes com hemofilia B,
deficiência de Fator 9. Então, toda essa tecnologia para o tratamento da
hemofilia corre a passos largos. Certamente muito antes de 20 ou 25 anos –
isso é importante que a gente coloque em relação a esse tempo – talvez
essa terapia só com fator vá ser algo já como tecnologia ultrapassada.
Lembro-me como hoje que nos anos de 2003 e 2004 participei de calorosos
debates na sede do Ministério Público, Distrito Federal, quando ainda se
desenvolvia a concepção da Hemobrás. E eu, assim como outros membros
da Federação Brasileira de Hemofilia, a época, fomos radicalmente contra -
um dos membros está aqui, inclusive, na época que teve conosco no
debate, o Vicente - fomos radicalmente contra a criação de uma Indústria
somente de hemoderivados, que buscaria autossuficiência em produtos
plasmáticos mas se distanciaria da realidade do uso de produtos
biotecnológicos. Coloco isso porque na época, próximo à criação da
Hemobrás, 2003 em 2004, no ano da criação, se discutia muito com um
grupo de trabalho do Ministério essa questão e era uma preocupação nossa
da FBH, porque a proposta inicial era para ter a planta fosse só de
hemoderivados e achávamos que isso seria uma condenação para
Hemobrás e para o tratamento do hemofílico porque logo, logo teria uma
programação fabril só de hemoderivados. Seria algo obsoleto até como do
ponto de vista estratégico. A partir desta discussão levantada pela
Federação Brasileira de Hemofilia o nome e a intenção da Hemobrás
naquela época mudaram: a Hemobrás passou de Empresa Brasileira de
Hemoderivados para Empresa Brasileira de Hemoderivados e
Biotecnologia. Até o nome foi alterado e a intenção também inicial que era
ser só de hemoderivados também foi corrigida. Mas é claro senhores. Ora,
não faria sentido produzir nosso próprio produto buscarmos autossuficiência
de plasmáticos e fecharmos as portas para os fatores biotecnológicos.
Enquanto todo o resto do mundo fazia o sentido contrário, diminuía a
produção nas plantas de plasmático e ampliavam as plantas de produtos
biotecnológicos. Seria ruim para os hemofílicos e também para a estatal
Hemobrás porque produziria apenas os plasmáticos, um produto de menor
valor agregado e que dependerá sempre de doações de sangue e do
processamento do plasma. E a partir dessas discussões com um grupo de
trabalho do Ministério da Saúde, a época, nasceu o conceito atual da
40
Hemobrás: Indústria Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia. Foi uma
grande Vitória a Federação Brasileira de Hemofilia, a representação oficial
dos hemofílicos do Brasil de portadores de outras coagulopatias, como
usando inebrandes e outras, que serão os principais usuários do produto da
Hemobrás tiveram suas reivindicações parcialmente atendidas na
formatação da Hemobrás. Com a inclusão da biotecnologia no projeto de
transferência de tecnologia não tivemos porém uma antiga reivindicação da
Federação Brasileira de Hemofilia atendido junto a Hemobrás, da inclusão
de representação dos hemofílicos do Brasil no Conselho de Administração
daquela estatal. O que seria o óbvio ter um representante dos principais
usuários da Hemobrás, que são os hemofílicos brasileiros, no Conselho de
Administração da Estatal ter um membro indicado pela Federação Brasileira
de Hemofilia na representação do usuário direto. O hemofílico é o principal
sentido de existir a Hemobrás. Então não faz nenhum sentido essa estatal
não ter um membro que representa diretamente os hemofílicos no seu
Conselho de Administração. Existe um membro que representa os usuários
do SUS, através do Conselho Nacional de Saúde mas não tem um acento
indicado pela Federação Brasileira de Hemofilia. Esse é um ponto que
estamos voltando a levantar aqui e que ainda pode ser resolvido ou sanado.
A fábrica da Hemobrás começou a ser construída em 2009 quando foi
publicado em Diário Oficial, logo após a ser publicado em 2005 Diário
Oficial da União Estatuto da Hemobrás. Por uma série de percalços alguns
já citados aqui, de atraso, sua conclusão ainda não foi finalizada e a
previsão de finalização é para 2019. Até agora mais de 70% da planta está
concluída. Um outro ponto principal que nos traz aqui, hoje, nessa audiência
pública, é para tentar compreender o recente movimento do Ministério da
Saúde em desistir da transferência de tecnologia para implantação da
planta de produtos biotecnológicos na Hemobrás, e buscar implantar no
Paraná na Cidade de Maringá... Esse é o movimento do Ministério da
Saúde que não ficou muito claro para nós usuários. Embora eu seja
pernambucano, nascido e criado em Recife, quero que vocês entendam que
não estou aqui hoje com vistas a defender apenas Pernambuco ou Estado x
ou Estado Y, ou Cidade X, ou Cidade Y. Muito menos pretendo defender a
parceria da Hemobrás empresa x ou y. O que me interessa primordialmente
aqui é o tratamento dos hemofílicos no Brasil; é a continuidade do nível de
tratamentos que atingimos hoje e a evolução deste tratamento ofertado. Foi
com muita estranheza que ficamos sabendo pela imprensa que o Ministério
da Saúde pretende suspender a transferência de tecnologia de implantação
de produção do fator 8 recombinante para o Estado do Paraná. Ora,
inicialmente na concepção da Hemobrás tivemos que gritar e lutar pela
vinda da tecnologia de recombinantes para Hemobrás. Agora se tenta
desmembrar o projeto original e levar o produto para o Estado do Paraná.
Confesso que não compreendi a indicação, nem o aspecto técnico, nem o
aspecto de gestão do sistema. Seria muito interessante que o Ministério da
Saúde nos explicasse melhor a intenção do desmembramento da
41
Hemobrás. Não se preocupar além do possível descuido com o erário
público, também o possível atraso em que as mudanças de planos e
cronogramas podem gerar com a possibilidade de desabastecimento de
fator 8 recombinante. Estou certo de que o Ministério da Saúde saberá
tomar a decisão mais acertada após a ampla participação e um amplo
debate com todas as partes envolvidas e interessadas. Cumprimento a
todos cordialmente. Muito obrigado.

A SR. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) – Agradeço a participação de


Doutor Alexandre e comungo dessa crença de que o melhor caminho vai
ser tomado e a decisão melhor vai a ser tomada e vai ser a decisão
acertada. E essa crença aí nos move nessa batalha. Eu gostaria de passar
a palavra a Doutora Ieda ou Doutor Leonardo. Quem falaria primeiro? A
Dra. Yeda tem uma responsabilidade enorme, porque não é em relação a
essa audiência, não, é em relação a tudo. Porque o Hemope, eu acho que é
a menina dos olhos de todo mundo pela importância que tem.

A SRA. DRA YEDA – Boa tarde. Eu queria agradecer o convite da


Deputada, aqui representando o Secretário de Saúde, Doutor Iran Costa. E
é verdade. a história que a gente tá conversando aqui ela começa lá no final
dos anos 60, tá. E só relembrando um pouquinho, o primeiro banco de
sangue do Brasil foi em 1940. A hemoterapia moderna ela começou em
1900 com a descoberta dos sistemas de grupos sanguíneos. E o Brasil é na
América Latina extremamente pioneiro. Nós temos a hemorrede que é
modelo para a América Latina. Isso começou com um pernambucano. Não
dá para não falar essa conversa nossa sem falar do Doutor Luiz, que foi a
primeira pessoa que... Só para vocês terem uma ideia lá, nos anos de 73 e
74 estava lá na França só pensando na Hemobrás. Seria a Hemobrás. As
primeiras tratativas para ter uma empresa de produção de fator... E por que
é a gente fala fator? Só para quem não sabe hemocomponente. É... O que
a gente faz no Hemope, plaquetas, plasma e hemácias; e hemoderivado é o
produto industrializado. A gente fala muito de fator e comprimento
Alexandre, porque eu sei que essa conversa toda envolve o nosso grande
cliente que é o hemofílico. Tá? Então assim, as tratativas começaram lá em
1982 com a França. Né. A ideia de ter uma fábrica e de ser auto-suficiente
até porque a época se falava muito que essa autonomia do sangue era
uma, uma medida de segurança nacional. Sangue e hemoderivados eram a
segurança nacional. Essa conversa começou aí e evoluiu a ponto de em
1985 o Hemope chegou fazer fator dentro do Hemope. O Hemope produziu
o fator a título experimental, mas produziu o fato 8. Conseguiu produzir
Albumina e comercializar Albumina, quer dizer, distribuir Albumina na rede
do SUS. Chegamos a processar trinta mil litros de plasma. É essa... Eu
chego aqui muito preocupada sobre a possibilidade da Hemobrás virar uma
empresa que vai só manusear plasma, fator de origem plasmática.
Concordo com o Doutor Alexandre, meu colega, ela vai ficar obsoleta. Nós
vamos ter uma empresa um elefante branco. Não tenho, não tenho dúvida,
42
A parte que vai trabalhar com plasma, albumina e imunoglobulina isso
significativa inativa no tamanho do negócio. Não tenho dúvida que ela não
vai se segurar e que a Hemobrás daqui alguns poucos anos ela vai fechar.
Isso é... E deveria ser uma questão de interesse nacional. Não é questão de
interesse de Pernambuco. Eu não consigo entender. Eu não sou
pernambucana, mas o Estado me acolheu É só uma questão de interesse
Nacional a defesa para que a Hemobrás execute a proposta dela, porque
uma proposta não pode ser uma decisão pessoal tomada agora. Quando o
produto está quase tudo pronto a gente vai mudar de ideia? Porque tem um
preço e um preço alto a ser pago. E quem paga o preço é todo mundo que
paga imposto neste País. E eu preciso levantar uma questão que a questão
da organização da dispensação do plasma que vai para a Hemobrás. Só
para vocês terem ideia, eu presido Hemope e Hemorrede ela não recebe
nada para trabalhar o plasma industrial, que é um plasma de muito mais
qualidade. Então o fortalecimento da Hemorrede não aconteceu. O
Ministério não investiu no fortalecimento da Hemorrede para ela garantir
esse plasma que vai para a Hemobrás. Afirmo mais uma vez não teremos
plasma porque também há investimento. Se a capacidade máxima de
operacionalização da Hemobrás é de 500.000 l. Hoje não deve chegar a
150.000 l. Não há investimento. Custa caro ter plasma industrializado. Eu
mantenho em freezer e em temperatura muito baixa com um gasto de
energia absurdo, sem nenhum ressarcimento. São todas essas questões
que precisam ser colocadas e é muito bom que as pessoas estejam aqui
para ouvir que é muito estranho para nós, nós da Hemorrede é saber por
um acaso até onde a gente tinha conhecimento todo plasma nosso é da
União e de repente o plasma de São Paulo não é mais da União, ele não
vem mais para Hemobrás. Da onde veio essa decisão? Como é que faz
isso, porque até o conhecimento que a gente tinha todo o plasma neste país
recolhido era da Hemobrás. Como é que muda a decisão? Ela vai para
onde? Qual é o objetivo? A gente programou errado lá atrás? Foi isso ou
não? É preciso fazer essa discussão, porque é claro e óbvio que na hora
que eu transformar a Hemobrás uma empresa que vai manusear apenas
plasma, ela não se segura e eu digo isso porque eu presido a Hemorrede
de Pernambuco, a Fundação Hemope. Só para vocês terem ideia dados de
2015 passados a mim por Doutor Bacará que era o Coordenador de
Sangue na época. O orçamento da Coordenação porque a Coordenação
Geral de Sangue e Hemoderivados, a Hemorrede é parte sangue,
hemoderivados fica Hemobrás. O orçamento era em torno de 850 milhões
dos quais 750 milhões já era o programa de coagulopatia. Toda a
Hemorrede Nacional eram 100 milhões. Essa era o tamanho do valor que a
gente tá conversando aqui, é o tamanho do problema. Esse momento é
extremamente importante. A Hemobrás está aí. Não acredito que começar
uma nova Hemobrás seja tão fácil. O que é o que precisa ser feito para que
isso seja um problema de interesse Nacional? Não é de Pernambuco. Eu
sou Alagoana, interessa ao povo de Alagoas que a Hemobrás permaneça
43
aqui. A gente quer ter fator. Eu quero continuar prescrevendo, eu sou
médica não quero que falte assistência ao paciente. Eu presido a
Hemorrede e eu sei das dificuldades de garantir o plasma de qualidade
industrial. Eu aproveito, inclusive, porque Dr. Flávio está aqui meu
coordenador, meu chefe porque é preciso esse olhar também, esse pleito
de investimento do Ministério na Hemorrede Nacional sobre a qualificação
do plasma para que a gente garante ou plasma, para indústria e que a
gente chega e nos 500.000 l que a Hemobrás tem condições de processar.
E pra chegar lá, precisa investir na Hemorrede Nacional. Não tem como
deixar isso a conta dos estados até porque nós conhecemos das
desigualdades dos estados e as dificuldades. A| gente não vai conseguir ter
os 500 mil vamos chegar muito longe disso. Acredito que hoje deve ser em
150.000 l e se chegar a isso e eu trouxe essas questões, eu estou à
disposição o Hemope não tem como se separar dessa história. A memória,
essa conversa e eu me lembro de ter visitado a fábrica de hemoderivado lá
em 1991 do Hemope. Eu me lembro das panelas enormes de Doutora
Canda fabricando albumina. Aquilo era um projeto piloto e sem ser piegas,
Pernambuco merece a Hemobrás. Pernambuco merece que a Hemobrás
atuei na sua plenitude, que ela cumpra o que foi programado, independente
isso não é uma decisão política. Hoje já é uma decisão de gente, da
população, já é uma necessidade nossa, já ultrapassou o limite da decisão
política. A Hemobrás ela já é uma realidade. Alguém tem dúvida que a
Hemobrás existe? Não! Ela já existe. A decisão agora é funciona ou não
funciona? E abre-se uma nova empresa em outro local para começar do
zero, eu assim quero deixar essa reflexão e se Doutor Luiz tivesse aqui ele
teria mais coisas para dizer e do quanto foi Pernambuco é pioneiro nessa
área. E enquanto Pernambuco merece essa discussão, Deputada. E
enquanto Pernambuco parece uma resposta do Presidente da República
favorável à ampla atuação da Hemobrás, até porque o Nordeste não dá
para deixar de falar na importância da descentralização do conhecimento. O
conhecimento precisa ser descentralizado. O Nordeste merece inclusive a
descentralização do conhecimento. Eu já me alonguei muito, muito obrigada
viu (aplausos).

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Eu agradeço demais a


participação de Doutora Ieda e aproveito para convidar a todos em
novembro e a gente vai ver a data direitinho. Em novembro, nós estaremos
aqui uma Sessão Solene, em comemoração aos 40 anos de Fundação do
Hemope e eu com muita felicidade de ter feito essa propositura. Doutor
Leonardo Presidente do ADD PACK aqui representa o Secretário de
Desenvolvimento Econômico, o Vice-Governador Raul Henry.

O SR. LEONARDO – Boa tarde a todos. Eu queria cumprimentar a


Deputada Roberta Arraes, a Deputada Priscila em nome de quem
cumprimentos dos demais da Mesa. Dizer Deputada Priscila, que a partir de
hoje você ganhou um admirador. Não só a importância desse evento mais
44
também a grandeza de tratar o assunto da forma como ele deve ser tratado
sem a politização pequena interiorizar a politização desse discurso isso
realmente não ajuda ninguém. Não esperem desse Governo gravatas,
socos na mesa, constrangimento de pessoas que estão presentes, porque
isso absolutamente não política que o Governo Paulo Câmara costuma
fazer. Eu sou testemunha do trabalho que o Governador tem feito, do Vice-
Governador Raul Henry em está presente, em Brasília. Só o Vice-
Governador Raul Henry já teve duas vezes pessoalmente com Ministro
Eliseu Padilha tratando do assunto. Então não vai ser com gravata não vai
ser com a interiorização da discussão política que a gente vai avançar. O
Governador Paulo Câmara tem muito claro. O importante agora a gente
trabalhar de forma unida toda bancada de Pernambuco, a bancada Federal,
bancada Estadual para que a gente trabalha de forma uníssona. Então isso
é um recado importante queria deixar. Eu queria dizer e até dizer
Coordenador Flávio que eu como técnico me digo, digamos assim, me
compadeço com constrangimento que deve ser defender algo indefensável.
Vamos fazer um esforço de ingenuidade em acreditar que se pode cancelar
o contrato da ???????08:00 sem maiores problemas. Vamos fazer um
esforço de ingenuidade em acreditar que a solução da Octapharma 08:10 é
melhor. Vamos fazer um esforço de ingenuidade tremenda em acreditar que
o bem público está sendo colocado. Digamos que a gente acredite em tudo
isso. Então vamos colocar da seguinte forma traga Octapharma para
produzir aqui e a gente encerra a discussão. Boa tarde a todos (aplausos).

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE)) - Eu gostaria de agradecer


também obrigado Dr. Leonardo pela generosidade e pela objetividade com
que colocou e exatamente isso, para nós, enfim, é claro que interessa do
ponto de vista técnico da qualidade dos termos de contrato. Mas o que nós
enxergamos é a viabilidade desse empreendimento desde que a coisa seja
feita de maneira conjunta aqui em Pernambuco. O prefeito de Goiana
gostaria de falar? O Prefeito Eduardo que tá em exercício né representando
o nosso Prefeito Osvaldinho que está no processo de tratamento de saúde
em São Paulo e que já, já ele está de volta. Não que a gente queira logo
que o senhor sai do cargo viu o Eduardo? Mas é porque a gente quer que
ele volte logo.

O SR. EDUARDO – Bom dia a todos e é com muito orgulho o qual me


encontro aqui ao lado de vocês e agradeço também a Jesus Cristo por esse
momento maravilhoso que ele está nos fornecendo. Em nome dessa
bancada maravilhosa né? a deputada isso aí é muito gratificante. E venho
dizer a vocês que eu tive a honra e orgulho eu e Osvaldo Rabelo Filho de
nos encontramos com o Ministro da Saúde do Estado de São Paulo. É o
Doutor David Uip Presidente atual do Instituto Butantan aonde ele foi bem
claro comigo e com Osvaldo Rabelo Filho. Disse que jamais assinaria a
saída da Hemobrás do Estado de Pernambuco, porque é a Hemobrás é
muito importante para o nosso município principalmente nesse setor
45
derivados do sangue e isso é importante muito mesmo o olho dele.
Também Oswaldinho junto com Gustavo Krause como falou o nosso colega
e com Raul Henry também, está tentando dar realmente uma definição no
que se refere a Hemobrás. E essa briga é uma briga de todo povo não só
pernambucano, como também a nossa colega acabou de dizer Estado de
Alagoas, Estado da Paraíba e diversos Estados, porque é como a gente
mesmo percebe ver vamos valorizar o dinheiro público. É mais de 800
milhões que já foi investido ali dentro de uma hora para outra essa obra ali
para vai para outro Estado. O que é que tá ficando no estado de
Pernambuco só o frigorífico? E isso é importante para o nosso Estado?
Não. Mais uma vez estou só repetindo que todos estão dizendo vai ficar o
quê? O frigorífico vai ficar praticamente o elefante branco para o nosso
Estado de Pernambuco. Isso é o que é uma perda de dinheiro a onde vem o
Brasil lutando pelo dinheiro e vem o que uma discrepância em relação ao
dinheiro público. Está aí se levar para outro estado vai acontecer o quê? Vai
começar da estaca zero de novo? Aonde está todo mundo lutando
procurando melhoramento do nosso país? Não é motivo para que vá levar
para outro Estado. Vamos se reunir fortalecer mais como todo mundo
independente de partido fortalecer mesmo e vamos para essa briga. Goiana
que é o meu Município não vai abrir da Hemobrás de jeito nenhum com o
meu povo Pernambucano. Meu povo Pernambucano é um povo heroico,
forte e guerreiro e a gente vamos para essa luta. Muito obrigado (aplausos).

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE)) – Bom, nós temos inscritos


algumas pessoas, começando pelo Deputado José Maurício depois,
obrigado a Prefeito, Vicente de Paula, Jaffe ou Jaffer, para eu falar o nome
certo? Jaffe que o Presidente do sindicato, Edmar Acioli, Alexandre de
Santana, Senhora Carla e Carlos Augusto Pereira. Deputado José Maurício.

O SR. ZÉ MAURÍCIO – Boa tarde a todos. Saudar aqui Deputada Roberta


Arraes, Presidente da Comissão de Saúde da nossa Casa. Saudar a
Deputada Priscila Krause por essa iniciativa. E saudar todos os membros
para economizar tempo e dizer a vocês que ouvir atentamente. Hoje minha
condição aqui é de ouvir. Ouvir, primeiramente, pela responsabilidade de
ser um Deputado do PP, pasta ocupada pelo Ministro Ricardo Barros e não
poderia de hipótese nenhuma deixar de acompanhar todo esse processo.
Processo que está ficando bem claro pelo que eu ouvir hoje aqui da
responsabilidade do que vem resultar uma atitude praticamente unilateral
pelo que eu tenho visto aqui. Fiquei muito preocupado e aumentando essa
preocupação depois que a Doutora Ieda falou sobre que existia o acordo
em que todo o plasma seria para a Hemobrás. E quando hoje nós vamos
que já está sendo desviado mais uma função da Hemobrás. Para mim que
não sou técnico ficou muito claro que até a mudança do nome da Hemobrás
para Biotecnologia vai ser um elefante branco. Não quero aqui fazer
nenhuma referência política, mas sim do uso dos investimentos que o
Governo Federal, Governo Estadual tem sido feito na Hemobrás onde já se
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vestiu mais de 800 milhões. Eu como economista vou para conta rápida, ou
seja, por que investir numa nova fábrica quando você tem 70% já feito aqui
em Pernambuco? E colocar justamente pelo que eu entendi a receita mais
favorável sendo desviada por uma fábrica que ainda será colocada em
prática? Portanto, minha gente nós estamos no momento que o país precisa
de uma reflexão, mas de atitudes responsáveis. Responsáveis pelo dinheiro
público, responsáveis sim, aqui está Doutor Flávio que eu tenho certeza que
irá levar ao Ministério da Saúde o que ouviu para uma reflexão, que eu
tenho certeza que o Ministro Ricardo Barros irá fazê-la porque não se pode
fazer com que Pernambuco perca uma unidade fabril, uma unidade que tem
aplicado seus recursos capacitando o seu pessoal. O que fazer com esses
técnicos que hoje são referências não só nacional, mas ela transcende por
Hemope ser uma referência Mundial? Portanto, não tem mais o que falar ao
não ser ouvir ainda mais a parte técnica, a parte sensível, mas o mais
importante é saber que o Brasil precisa virar a página de que levá-los
investimentos aonde não se senta e ver com responsabilidade aonde deve
ser aplicado e como deve ser o resultado dessa aplicação de investimentos
dessa monta e ainda por cima a responsabilidade social que a Hemobrás
como todo banco de sangue tem para com a saúde da população. Portanto,
quero dizer aqui, Deputada Priscila Krause, que formarei na trincheira da
linha de frente não só por ser pernambucano não, mas sim para que o
Brasil tenha a responsabilidade na colocação dos seus investimentos. Não
se admite como disse o Doutor Leonardo aqui e o Prefeito quando falou que
o Doutor Davi Uip, Secretário de São Paulo mostrou acessibilidade com
relação a Hemobrás. Conheço pessoalmente o Doutor David Uip que já
teve uma intervenção com o meu pai, e tive a oportunidade de conversar
com ele como também Doutor Abílio Jatene. Tenho certeza que ele irá
informar fileiras, porque ele sabe da importância que a Hemobrás pode ter,
não só para Pernambuco, mas sim para o Brasil e para o mundo, porque,
com certeza, estes investimentos e o resultado do que vi aqui, é justamente
o planejamento que a Hemobrás foi feita e criada lá atrás há 40 anos atrás,
com Doutora Ieda falou, o resultado dela tá claro e evidente, então para
que essa tomada de decisão do Ministro Ricardo Barros, seja refeita de
forma transparente mas que, não só aqui Pernambuco, mas se uma
Câmara Federal também exponha as suas ações, para essa realidade seja
ponto decisivo para que a Hemobrás não seja esvaziada mas que a
biotecnologia como, eu estou aprendendo, a gente vai chegar lá. Mas o
importante aqui Pernambuco não irá se curvar não estamos aqui só na
questão Politica que eu discordo da maneira como Deputado Sílvio Costa,
colocou aqui para a maneira agressiva porque o Governo Paulo Câmara
tem mostrado com equilíbrio que as coisas se resolvem com os dados e
com as medidas que sejam necessárias para o equilíbrio não só do Estado
mas também do País, por tanto, fica aqui Priscila, o meu apoio até como
Deputado do PP para que a gente forma fileiras e vamos trabalhar para que
Pernambuco, não perca mais esse investimento tanto social como
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econômico, mas sim que Pernambuco der a resposta de que é capaz e seu
corpo técnico da Hemobrás tem capacidade suficiente para gerir e fazer
que a Hemobrás seja uma empresa respeitada.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) – Eu queria agradecer o


Deputado Zé Mauricio, gostaria de chamar para fazer parte da Mesa, e
representando Doutor Osvaldo Castilho, Doutora Laura Carneiro, Doutor
Oswaldo teve que se retirar, infelizmente bem como Doutor Marinos e
Doutor Messias, que tem um voo agora não início da tarde de volta para
Brasília, então fica aqui o meu agradecimento para os dois vieram de
Brasília ontem à noite, exclusivamente para fazer parte da dessa Audiência,
queria chamar Vicente de Paula que veio do Ceará também chegou ontem
à noite, exclusivamente para fazer parte aqui, da dessa Audiência.

O SR. VICENTE DE PAULA – Boa tarde para todos, eu sou pai de dois
hemofílicos hemofilia a grave sem sequela já com mestrado, em tecnologia
da informação e oceanografia e fez curso de mergulho sem equipe do meu
Hemocentro autorizar com outro autorizar. Quero agradecer uma pessoa
que foi fundamental da minha formação, que chama a médica de Brasília
que foi citada aí, quando ela disse que o hemofílico não é para tá dentro do
hemocentro é para estar na faculdade no colégio do seu trabalho, e eu
conseguiu com a articulação política na década de 90, trazer Luís Alerdote
uma das maiores autoridades do mundo o americano do memorial de Nova
York monte sinal de Nova York, para dar uma palestra e essa palestra para
um privilégio para o Hemope recebeu que era a famosa de (DDU) dose
domicílio de urgência, quando nós Hemofílico tivessem hemorragia na noite,
pode aplicar de imediato aquela dose para ir para o centro de referência,
nesse tempo o Hemope em Pernambuco 820 paciente, fazia o treinamento
da (DDU) para 20, que tem um problema também de grau de instrução dos
seus familiares e ele disse uma patologia não depende do grau de formação
eles são capazes de compreender e fazer a dose qualquer grau de
instrução que tenha e esse Luís Alerdote uma contribuição muito grande
para nós, hemofílicos e para os técnicos dos homocêntricos, quando é
publicada por uma pesquisa que ele tinha era da dose de (DDU) e a
bandeira que a Priscila tá, eu peguei uma moto em vir aqui com
chikungunya e tudo vim, porque essa luta, acima de tudo é do usuário, do
contribuinte independente, seja de Pernambuco e da fábrica, mas foi

48
autorizado e planejada para cá e o recombinante não tem derivado do
sangue então, só do plasma, logo, logo muitas coisas vai ser substituído,
mas é o dinheiro do contribuinte que foi gasto, que foi citado aqui 800
milhões e simplesmente se para, colocar no outro canto que o dinheiro é do
povo, não é do pessoal do povo de Pernambucano é do Brasil, que vem do
Ministério e se brincar com dinheiro do povo ou ministério não tem dinheiro
sobrando para tá fazendo pendura cai no lugar, começa e se teve erro,
corrija-se fala do Ministério Público foi muito importante, Doutor Marino,
quando ele disse, ela está cumprindo com determinado critério Jurídico que
a lei faculta, então Priscila, Deputada Priscila, não é só de Pernambuco
não, é o dinheiro do brasileiro que está sendo jogado fora, 800 milhões
quer dizer se tem algo para corrigir corrija-se, mais vá para frente e outra
essa briga Jurídica que for quebrado o contrato assim: Quem vai sofrer
somos nós os hemofílicos, quem é que vai fornecer o produto para nós,
por interferência política, por que política é uma coisa, e eu vim aqui
independente da coisa eu desde 72 que eu trabalho voluntário com uma
causa da saúde que eu vim do interior para quem não é acesso e eu
consegui ir na faculdade de medicina, médico para atender aqueles dos
meus conterrâneos do interior, e eu luto eu já viajei esse Brasil quase todo,
sobre a causa é hemofílico, eu estive no Acre, eu estive no Amazonas em
quase todo o Brasil e causa Hemofílica é tremenda para nós é impensável a
quantidade de hemofílicos Sequelados por falta da medicação que não
tinha, a vontade dos profissionais saúde, mas não tinha medicação e nós
lutamos pelas as medicação e é o dinheiro do contribuintes eu vim aqui
para somar, o nosso colega aqui em Pernambuco, que o usuário está mais
politizado e operação vampiro em 1900 em 2002, foi eu que provoquei, por
que tinha uma licitação combinada para octapharma e essa octapharma
está sendo punida em Portugal, contrato não cumprido, então todas elas
precisam uma transparência do contrato que o Governo brasileiro passa
através do Ministério da Saúde e a presença do Ministério Público, é uma
presença da ação política de vocês e é aqui não é política partidária como
uma Priscila bem frisou é uma política de saúde uma política de
investimento de um planejamento que quando chega X anos feito, vamos
acabar e começar de novo, é isso que eu tinha para dizer, estamos
solidários nessa briga obrigado a todos.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) – Vicente eu agradeço a


participação o próximo inscrito Jaime Xavier, Presidente do sindicato que

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represente os trabalhadores da Hemobrás e que recebam novamente o
cumprimento extremamente respeitoso por parte de nós Deputados. Por
que a gente sabe o trabalho de vocês e a luta de vocês diária cotidiana.

O SR. JAÍME XAVIER - Muito obrigado Deputada e obrigado pela


oportunidade de estarmos aqui, tratando desse tema, parabenizo a
Senhora por essa iniciativa, e gostaria de cumprimentar a todos um boa
tarde a hora já está avançada, mas a gente não podia ficar de fora de falar
desse momento, realmente é lamentável a gente hoje está aqui Deputada,
poderíamos está comemorando com a Hemobrás em pleno vapor na
cidade de Goiana, outras fábricas também produzindo medicamentos ali, a
gente poderia ter um desenvolvimento econômico na Mata Norte
gigantesco com aquilo ali, inclusive com o LAFEPE química que foi
prometido pelo Governo do Estado e depois de forma silenciosa foi retirado
inclusive a placa que havia lá na entrada da Hemobrás, Infelizmente hoje
está a gente está aqui discutindo uma Hemobrás que vez está bobando
está como se falar popularmente ela está agonizando, Mais nessa minha
fala eu gostaria Deputada trazer aqui e registrar o meu repúdio , o meu
repúdio à uma fala do Ministro da saúde Ricardo Barros, que por não ter
nenhum argumento para justificar tecnicamente a saída da produção de
hemoderivados daqui do Estado de Pernambuco para o Estado do Paraná,
teve uma infelicidade de usar uma Audiência Pública no Senado e dizer os
Trabalhadores da Hemobrás e ele ia para Hemobrás e passava o dia sem
fazer absolutamente nada e ia somente para comer, lá na Hemobrás uma
declaração infeliz e eu volto a dizer, quero registrar aqui minha indignação
e o repúdio a tal declaração do Ministro que não conhece absolutamente
nada da Hemobrás e nem da história da Hemobrás. Essa declaração infeliz,
Deputada porque ela é vinda de uma pessoa que quando passou por
Hemobrás veio de helicóptero e ficou alguns minutos na Hemobrás não
adentrou na Hemobrás não vi o trabalho dos trabalhadores e foi embora, ela
é Infeliz porque eu sou testemunha e como esse trabalhadores têm com
sangue suor e lágrimas, sustentado a Hemobrás, tentando fazer grupos
para tentar espichar o orçamento para tentar como coisas acontecerem
abrindo mão de reajustes inflacionários porque entendeu em um
determinado momento a situação de Hemobrás trabalhadores que
incansavelmente estão lá dentro pessoas altamente gabaritadas técnicos
profissionais especialistas no assunto, que poderia estar trabalhando em
qualquer empresa do mundo. E vem um individuo desse, faz uma

50
declaração desse tipo ela é infeliz porque quando a gente vê o Doutor
Osvaldo, aí falando uma pessoa do mais alto gabarito e conhecimento
técnico falando ai, gente por inferência a gente vai ver que essa fala do
Ministro vai torná-lo um mero organizador de fila do almoço, mas não é
assim os trabalhadores da Hemobrás tem dignidade, tem trabalhado lá com
eficácia com eficiência mesmos em meio a tantos problemas alheios, a
função deles, Hemobrás tem acontecido, a Hemobrás tem evoluído, esse
tá parado é por conta desse Governo que não quer saber do Nordeste não
quer saber do povo Pernambucano, e não quer saber dos Nordestinos,
vamos lutar Deputada vamos lutar incansavelmente, levantando essa
bandeira de um Hemobrás 100% Pernambucanas e eu encerro com minha
fala pedindo uma salva de palmas trabalhadores da Hemobrás que estão
aqui que dão sangue, suor e lagrimas dentro daquela empresa.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) – Jaime eu solidarizo, demais


com vocês, com os trabalhadores todos absolutamente todos, do
Presidente Osvaldo Castilho até quem cuida da portaria quem tem lá chave,
quem cuida da limpeza de Hemobrás passando por todos os técnicos de
mais alto nível padrão e técnico científico que tem naquela empresa
acompanhei as declarações do Ministro bastante interessante que Dr.
Flávio levar a se esse sentimento daqui para o Ministro, bastante
interessante que Doutor Flávio levasse esse sentimento daqui para o
Ministro além de todas outras questões que a gente colocou as
declarações não foram só essas, teve outras declarações infelizes, essa foi
uma cereja do bolo realmente de quem não conheci a dimensão e o que
significa o que é que faz, a Hemobrás e além disso, essas coisa a gente
não pode deixar passar. A gente está apresentando um Requerimento os
Senhores entregaram a nota de repudio de esclarecimento a empresa na
integra, então eu tive acesso, a essa nota dos Senhores e vou apresentar
um Requerimento para que essa nota entre nossos anais da Assembleia
Legislativa de Pernambuco, para que não seja esquecido sem tempo nem
uma inabilidade e falta de compromisso e muito menos os esclarecimentos
e o posicionamento firme do corpo Técnico da Hemobrás o próximo a
chamar é Edmar Acioli que é servidor público da Hemobrás.

O SR. ADEMAR ACCIOLY - Boa tarde Deputada Priscila Krause, gostaria


de Parabenizar a todos pela exposição foi dada por Hemobrás sou
empregado público a 8 anos dentro da instituição participei de uma primeira
pedra da cola de fibrina dentro do HEMOPE com muito orgulho chegamos a
produzir um hemocomponente especial que foi usado em diversos
pacientes que tinha essa necessidade, e eu tenho algumas na verdade
perguntas e são elaboradas no quesito que eu acho que são necessárias
serem dragadas ao Ministro Ricardo Barros por exemplo se sabe-se que é o
orçamento do Ministério da Saúde, chegam em torno de 111 bilhões de
51
reais, anuais esse é um orçamento milhares de reais, de acordo com os
principais critérios de divulgação, em vez de 600 milhões de reais. Uma
matemática simples e fácil é feito um investimento de 600 milhões enorme
na folha do Ministério da Saúde, a Hemobrás para ela ser finalizada
precisaria de um orçamento entorno de no máximo seiscentos milhões de
reais como foi falado o gasto anual esses medicamentos seriam entorno
1.3 bilhões de reais se uma matemática simples e fácil, feita um orçamento
um investimento de seiscentos milhões de reais numa planta da Hemobrás
se falta pouca para ser finalizada seria retirado em 1 ano 2 anos no
máximo, com direcionamento desse investimento então é inexplicável esse
fato disso ser passado para outro planta sabe-se que a transferência
tecnologia envolve muito tempo você começa uma estudar uma base do
zero é uma coisa infundada não tem legitimidade a legitimidade de
investimento de dinheiro público e interesse público é o interesse público
principal fator para investimento de obras de cunho de valor enorme, e
Hemobrás já depende de a capacidade técnica a capacidade cientifica, de
diversas pessoas que podem botar esse investimento para frente existe
questões jurídicas também envolvidas no aspecto do artigo 199 da
Constituição Federal do nosso país que ele fala o sangue é de Poder
Nacional, como é que se pode privatizar o sangue com a empresa chamada
Octapharma, Que vai lucra bilhões de reais, com o desencadeado de 25
anos, você está vendendo plasma que é o fator agregado Nacionalmente,
então é são é o plasma que Eduardo por cada paciente brasileiro, que isso
quer ser comercializado eu acho que é uma questão infundada inclusive
inconstitucional sobre o meu ponto de vista não sou Jurídico, mas o pouco
que eu entendo sobre direito e isso eu vejo como uma questão muito difícil
um paciente que faz uma doação voluntária não tem nenhum ressarcimento
e se cria uma empresa que vai use esse sangue para se lucrar muito com o
plasma humano então assim é um fator que deve ser revisto deve abrir uma
oportunidade de todos verem, a melhor maneira de se construir a
Hemobrás se falta pouco, para terminar estas obras, então acho que é
melhor forma e um investimento de término da Hemobrás Não é essa
descentralização, que para mim, fere a legítima, principal, que é o
interesse público, é o meu depoimento, obrigado, agradeço

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Agradeço a participação de


Ademar o próximo inscrito é Alexandre de Santana Presidente da PH
Associação Pernambucana de Hemofílicos.

O SR. ALEXANDRE DE SANTANA - Boa tarde Priscila, boa tarde a todos,


vou ser bem curto quero mais agradecer, por estar aqui por ser convidada
e pode estar representando mais de 900 pacientes do HEMOPE,
Hemofílico, quem se trata no HEMOPE, e dizer que aqui em Pernambuco a
gente tem a gente abençoado por que a gente viu que no Brasil, houve uma
52
redução de fatores do hemoderivado fator, e e Pernambuco a gente não
sentiu como esse impacto tão grande, por fato de uma fábrica distribuidora
do fator por Hemocentros mas perto da gente , mais não só essa questão
que a gente está aqui querendo defender, a Hemobrás ficar em
Pernambuco mas também pelo fato de estar ai 70% da fábrica pronta,
então não é válido você pegar essa obra já edificada aqui em Pernambuco
e levar ela para outro Estado, não precisava ser só para o Paraná, mas o
fato dela ficar aqui, ela vai dar um procedimento maior a causa, no caso, os
hemoderivados, obrigado e boa tarde.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Obrigada Alexandre,


parabéns pela representação, pela luta, enfim, Carla Santana, cadê Carla?
Carla Santana cidadã participando aqui conosco da Audiência.

A SRA. CARLA SANTANA - Boa tarde a todos, eu me inscrevi como


cidadã porque é isso que somos, todos aqui acima de tudo, sou
farmacêutica, 28 anos, jovem e preocupada com o futuro do país, sou
funcionária da Hemobrás concursada e indiretamente funcionária do
Ministério da Saúde, SUS, e preocupada como o recurso financeiro vem
sendo aplicado, não por estar sendo aplicado na Hemobrás ou não, mas a
forma como estar sendo conduzida que poderá, tem um potencial muito de
grande de fazer perder todo investimento que foi feito, o que acontece, é,
que, as propostas que estão sendo lançadas, uma delas tem a possibilidade
de salto da dívida e continuidade dos investimentos para resultados futuros
no futuro próximo e de uma independência mas próxima, e outro formato
põe diversos itens em questionamento, dentre eles, eu vou citar dois que
são as parceiras que estão sendo indicadas para esse empreendimento, a
Tecphar é uma empresa Paranaense, é um Instituto Paranaense, que não
tem o know-how como Estado ou como estabelecimento para a produção
desses medicamentos de ponta tecnológica, já o Butantã, ele, o Governo
do Estado de São Paulo ele realmente investiu milhões de reais no
desenvolvimento da tecnologia, no entanto, é uma tecnologia que ainda
está em desenvolvimento, não existe garantia alguma que o medicamento
que vem a ser produzido vai ser eficaz ou não, não existe registro do
produto, ou seja, não existe garantia que o produto a ser finalizado de fato
trará resultado eficazes, sabe-se, que, o Butantã é um Instituto de renome,
é reconhecido nacionalmente e internacionalmente por sua qualidade, mas
nesse momento não existe a garantia, também o investimento que foi feito
pelo Estado de São Paulo foi em um momento em que o Governo falava, o
plasma vai ser da União e a Hemobrás vai produzir, ainda assim é o
Governo do Estado à revelia do que o Governo instruía continua investindo
sem garantia alguma, ou seja, continuar investindo no projeto que era
contra a lei daquele momento, até que por uma reviravolta do destino eles
poderão talvez passar a utilizar o plasma para sua fábrica, acontece, que,
também a utilização de plasma para produção pelo Butantã vai reduzir do
53
montante que estar projetado para empresa que está sendo produzido aqui
em Pernambuco, o que acontece, é, que, uma indústria ela é projetada com
uma certa quantidade de matéria-prima, e isso também inclui água para
injetáveis, diversas outras utilidades, que é o nome que a gente dá para
isso, há todos os insumos que são de uso contínuo para manter a indústria
funcionando, e a redução drástica desse volume projetado de produção,
tem um custo agregado para manutenção muito maior, isso vai tornar cada
vez mais um déficit para empresa como produção de fato, então, não só
pela perda do recombinante, mas pelo formato que esse projeto estar sendo
proposto aqui, a fabrica que estar sendo produzida agora, quer dizer, a
forma como a Hemobrás estar sendo conduzida como indústria não parece
ser viável mais para o país, e isso é preocupante, é dinheiro público, são
bilhões que podem ser perdido, com a divida que a Hemobrás tem nesse
formato rompendo com a Scherer, provavelmente já perde a fabrica e isso é
uma perda para o povo brasileiro, e são bilhões investidos, era isso
obrigado.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Queria agradecer a Carla


pela colocações, e aí nós temos mais o último, a última pessoa inscrita e
depois eu passo a palavra para o doutor Flávio, agora quem tá inscrito é
Carlos Augusto Pereira Presidente da Associação das pousadas e Hotéis
de Goiânia.

O SR. CARLOS AUGUSTO PEREIRA - Boa tarde a todos, boa tarde a


todas, venho na condição de líder empresarial de pequenos teoricamente
comparado com a Geep, comparado com a Hemobrás, pequenos negócios,
mas que são negócios da cidade de Goiana, e venho defender o interesse
econômico da região onde resolvi morar, sou de Recife, tenho uma pousada
lá em Goiana há 15 anos, e já recebemos vários, várias pessoas que
vieram trabalhar na Hemobrás, é do interesse do setor de hotéis e
pousadas ter a região se desenvolvendo economicamente, então, como
cidadão imagino que preciso, me sinto na obrigação de colocar algumas
questões, a primeira delas é que a gente tenha conhecimento como é
historicamente a região da Mata Norte de Pernambuco, aliás, o Estado de
Pernambuco no símbolo das armas ele tem dois ramos de plantas lá, vocês
sabem quais são? A cana-de-açúcar e do algodão, a base da economia de
Pernambuco a século, têm sido inclusive representados nas armas como
ligadas ao setor primário, mas esse Estado e essa região foram os
primeiros, essa região foi a primeira a se desenvolver industrialmente no
país ,no tempo do Brasil colônia, essas terras eram os índios e o branco
europeu quando chegou aqui encontrou é uma terra rica e os primeiros
engenhos, as primeiras, a primeira máquina foi construída aqui foi para a
transformação da cana-de-açúcar em açúcar da cana, em açúcar para tirar
54
açúcar da cana, ou seja, a indústria no Brasil colônia começou por
Pernambuco, e foi Pernambuco durante muito tempo é liderança econômica
e liderança política nesse país, e só quem faz política e só quem movimenta
a economia é um ouvido é importante e garante melhoria de qualidade de
vida para seu povo, e essa transformação de Pernambuco saiu da cana-de-
açúcar foi para o setor Fabril de cotonifício e nós somos importantes
durante muitas décadas pelo menos um século na produção de tecidos, e
agora a gente, Goiânia também tem a Fábrica de Tecido a região tinha
também fábrica de tecidos, e agora nós estamos experimentando a
possibilidade de ver uma região tradicionalmente fundada na produção
agrícola, Fabril do setor primário na produção de produtos com altíssimo
valor agregado, os automóveis, a fábrica de hemoderivados com Polo
farmacoquímico e outras possibilidades que existem para desenvolver
economicamente a região e para resgatar o desenvolvimento econômico de
nosso Estado e do nosso país, a Hemobrás, ela não é uma fábrica de
Pernambuco para Pernambucanos, ela é uma indústria estratégica de
interesse nacional, de interesse soberano, que vai garantir a economia por
ano de mais de 1 bilhão e 300 milhões de reais para que a gente possa
evitar que esse dinheiro vai evadir para outras Nações, ela vai garantir que
a saúde pública possa ser resgatada, possa ser atendida no SUS como é
até hoje, não é só uma fábrica para garantir tratamento de hemofilia é para
todos os cidadãos brasileiros, então, cabe a nós transformar essa bandeira
uma bandeira de interesse Nacional, Regional primeiro, mobiliza outros
Estados da Federação como foi proposto aqui pela Alagoana presidente do
Hemope, mobiliza outros Estados e garante que a gente possa fazer a
defesa do interesse soberano Nacional investido em alta tecnologia, e
escrevendo o Brasil para finalizar entre os 4 músicos produtores desse tipo
de insumo no mundo, pelo que vi isso é Brasil, só França, Estados Unidos e
possivelmente o Canadá são os únicos países que têm a capacidade de
produzir isso salvo engano, então, essa é uma bandeira dos brasileiros, é
do interesse soberano nacional, de agregação de valor tecnológico e
cientifico e de economia de recursos nacionais, que a Hemobrás passe a
ser finalmente abastecedora de produtos hemoderivados e biotecnológicos,
não só para o Brasil, como para a América Latina e interesse do povo
brasileiro.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Eu queria agradecer as


palavras do Carlos Augusto que trouxe para a gente a visão também de um
outro setor produtivo e passar a palavra para Doutor Flávio que
pacientemente nos ouviu a todos.

O SR. DOUTOR FLÁVIO VORMITTAG - Bom, eu gostaria de fazer


algumas observações, alguns esclarecimentos para que a gente possa ter
visão cada vez mais adequada da situação, primeiro ponto, é ,que, os
55
recombinantes não existe monopólio, recombinante não é derivada do
sangue, monopólio é do sangue e de seus derivados, então, os
recombinantes podem ser feito por qualquer empresa, por qualquer que ela
quiser, essa é a necessidade, esse é o primeiro ponto, não existe
monopólio de fatores combinantes, o segundo ponto, é, que, é muito
comum hoje e a própria política do Ministério da Saúde que não haja
apenas um único produtor de recombinante, se você tiver oportunidade de
observar as últimas PDP’s, os últimos anos, não já agora, têm sido
publicadas, por exemplo, de insulina onde tem que parceiros, Bayer Farme,
Funet, e no caso da Bayer Farma cada uma com parceiros privado, no
caso da Funet com a Bion, e no caso da Bayer Pharma com a Indara, todos
os anticorpos monoclonais, são biológicos feito de Engenharia Genética,
todos eles que estão sendo incorporadas no Brasil da ciência e tecnologia
tem dois ou três Laboratórios públicos recebendo a mesma tecnologia de
diversos parceiros privados diferentes, então, na questão do fator 8
recombinante essa questão do monopólio não se aplica, não é uma
verdade, segundo ponto, a atual PDP com Share ela estar sendo avaliada
pelo setor competente do Ministério da Saúde da secretaria de Ciência
Tecnologia e insumos estratégicos, e, em face de até diversos aparecer o
saco do próprio TCU, essa PDP não evoluiu como deveria, ela estar
extremamente atrasados, a questão dos investimentos do Estado dando
etc., é uma questão importante, precisa ser avaliado, mas nada impede que
um outro indústria privada queira fazer uma parceria no Brasil com qualquer
empresa pública e instalar aqui uma fábrica de hemoderivado, digo,
desculpas, de recombinantes, não impede, inclusive recentemente teve
chamada pública no Ministério da Saúde através do Departamento de
Complexo Industrial da Saúde para esse tipo de propostas, e houve
proposta, então, esse é um primeiro ponto que gostaria de esclarecer, não
existe nenhum tipo de monopólio de monoclonais, poderia ter duas ou três
fabricas de monoclonais fator 8 recombinante, de outros fatores
recombinantes, isso é uma coisa, o segundo ponto e em relação ao
fracionamento e hoje também ele não é feito no Brasil, ele é mandado para
o exterior, mandado para França, através de uma licitação que houve etc.,
mas nada feito no Brasil, o Brasil recolhe o plasma, faz a qualificação, faz a
triagem, todo o procedimento que fazem parte da transferência tecnologia
foi contratada com a LFD, e esse plasma é exportado para a França, é
processado e volta, ao longo do tempo eu vi varias interdições da planta de
LFD e recentemente a Anvisa cassou o certificado de boas praticas de
fabricação de duas plantas da França, de modo que hoje n[os temos lá 100
mil litros de plasma brasileiro parados, sem saber o que vai acontecer com
ele, então, essa é uma situação de fato e precisa também ser pensada e
precisa ser trabalhada, nós estamos juntamente com a direção da
Hemobrás, com a qual nós trabalhamos muito proximamente, Osvaldo é
uma pessoa muito ativa, estar sempre conosco, Osvaldo é uma pessoa que
entra no Gabinete do Ministro a hora que ele quer, o Ministro o recebe
56
prontamente todas as vezes que ele estar lá, ele mesmo diz que não
precisa de agenda com o Ministro, eu chego e ele me atende, isso é uma
realidade, então, não há essa dissociação em termos de que haja uma
posição do Ministério contra ou a favor da Hemobrás, Hemobrás é parte do
Ministério da Saúde, isso deve deixar bem claro, a questão do monopólio
também agora falando de fracionamento, é uma questão a ser avaliada
diante deste decreto do Estado de São Paulo, decreto do dia 4 de agosto
publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, assinado pelo doutor
David Uip, aqui falou com o nosso digníssimo Prefeito, dizendo que não
haveria nenhum tipo de vontade ou interesse da cidade de São Paulo para
tirada da Hemobrás, o decreto diz, que, toda a coleta de sangue plasma no
Estado de São Paulo, processamento se dará no Instituto Butantã, há que
ser questionado, há, há de se questionar, até que ponto isso é
juridicamente é correto ou não, há de ser discutido, mas é importante que
se veja, que, não é uma coisa tão tranquila que esse fracionamento seja
feito em Pernambuco, que alias não é feito em Pernambuco ainda, só mais
um aspecto Gostaria de comentar, não quero me estender muito, é que o
Estado de São Paulo, como disse a Carla, ela não tem registro de nenhum
produto, e é verdade, o Estado de São Paulo estar propondo uma Parceria-
Público-Privado, o chamamento já estar aprovado, haverá uma empresa
privada que vai transferir essa tecnologia, qual vai ser a gente não sabe, e
essa empresa privada que transfere a tecnologia, ela segue o registro,
através do registro clone, em 60 dias o laboratório público terá esse
registro, então, isso não chega ser impedimento, é uma coisa muito simples
de ser proposta, então, esse é um outro ponto, outro aspecto que eu queria
dizer, é que a proposta que vem sendo discutida, ela vem sendo discutida a
cerca de um ano, com a participação da Hemobrás, Instituto Butantã e do
Tecphar - Instituto de Tecnologia do Paraná, houve diversas reuniões,
houve reuniões aqui na Hemobrás em Pernambuco, houve reuniões no
Instituto Butantã em São Paulo, houve reunião na Tecphar, essa proposta
não caiu do céu, de repente alguém surgiu com uma solução magica, vem
sendo discutido por todos, diversas propostas foram discutidas e postas na
mesa, a única que abrangia todos os três laboratórios de uma forma
abrangente foi esta agora que estar sendo proposta, por que que ela é
abrangente? Porque ela propunha terminar a fábrica da Hemobrás de
fracionamento e toda a parte de envase que era a parte final também
recombinante, com investimento de R$ 250 milhões de Dólares privados,
R$ 50 milhões de dólares para o Instituto Butantã, para terminar a fabrica
do Butantã que estar muito próxima de produzir, trabalhar a 8 ou 10 meses
no termino da fabrica, ela estar apta a produção de fracionamento de
hemoderivados, e o Paraná na produção principalmente na questão da
inativação viral, que é justamente para evitar que haja contaminação do
plasma utilizado, isso é muito usada na Europa, por exemplo, o plasma
inativado, e a questão do recombinante de quarta geração no paraná, que
vai fazer o que? Transferência do núcleo da ciência e tecnologia que é a
57
disponibilidade (?) do de células máster, e não será feito pela Scherer isso é
um do motivos de questionamento dessa PDP da Scherer, e de verdade ela
não transfere off ser, o que realmente precisa da transferência, ela cede
tudo menos o (?), ela vai continuar mandando o IFA, vocês que estão lá
pronto para processar na planta de Pernambuco, receber da Irlanda ou
receber do Paraná feito no Brasil com tecnologia brasileira tudo bem, há
discussões, há, vamos tudo na Hemobrás e etc., mas é uma discussão que
há de ser feita de ponto de vista técnico, a questão da politização ela
acontece, ela deve ser sobrepujada na minha opinião o que é melhor para
Hemobrás, se manda para Tecphar ou se manda para o Brasil, Hemobrás é
do Brasil, ela é de Pernambuco, mas ela é do Brasil, e nesse proposta
colocada não existe nada de fechamento da Hemobrás, existe R$ 250
milhões de dólares para terminar a fábrica, dinheiro privado dinheiro da
União, dinheiro de orçamento par fábrica de Hemobrás hoje na situação
atual não existe, e terceiro, é um parceiro privado, por que o dinheiro é
deles, ele podia por no Paraná, no Rio Grande do Sul, par aonde quisesse,
ele não tem obrigação de atender a política brasileira, até porque não há
monopólio, se ele quiser dele no Brasil de recombinante começar a vender
e o preço dele for bom, é dele que o Ministério vai comprar, a gente tem
sempre que procurar economia, o bom uso do dinheiro público e isso é um
aspecto que não tem como gestor fugir, nem deveria, nem quer fugir, sua
obrigação como cidadão, então, eu penso que eu talvez tenha abordado os
principais pontos e fico a disposição Deputada.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) – Agradeço os


esclarecimentos do doutor Flávio, antes das considerações finais eu
gostaria de passar para doutora Laura, eu acho que o microfone não vai
funcionar, doutor Flávio o senhor passa......

A SRA. LAURA - Boa tarde, começa saudando a plateia remanescente,


perseverante que está aqui para discutir, resistente, como a Deputada
Priscila acaba de dizer, que está aqui acompanhando essa discussão tão
importante sobre a Hemobrás, saudar a todos aqui na Mesa e fazer cor as
palavras da Doutora Ieda que foi muito feliz, quando falou sobre, quando
enalteceu o papel do estado de Pernambuco na história da hematologia e
hemoterapia no Brasil, Eu não sou Pernambucana também, sou nascida no
Estado do Rio de Janeiro, mas sou servidora da Hemobrás a mais de 8
anos e me preocupa bastante também toda essa situação que está sendo
colocada e também muito no que Doutora Ieda falou mais do que ser uma
luta de Pernambuco, isso é uma luta, na verdade, de todos os brasileiros
por que a gente tem aqui uma empresa pública federa, que foi criada com
objetivo muito claro, dentro de uma história de luta do Brasil para ter
pioneiro, para ser para ter autossuficiência na produção de hemoderivados
e produtos biotecnológicos e a gente não pode perder isso, não pode deixar
que essa história se deturpe ou se distorça, tome outros rumos. Eu acho

58
que é importante até falo também em respeito ao Doutor Flávio, também
trouxe uma posição do Ministério da Saúde, mas é muito crucial que a
gente entenda a situação da empresa hoje, a Hemobrás ela tem um avanço
bastante importante na implantação da fábrica de hemoderivados e do fator
8 recombinante. A gente já tem aí 70% das obras feitas e muito da estrutura
que já está posta vai ser usada também para fabricação de fator 8
recombinante. Sobre essa questão da viabilidade da PDP está sendo
avaliada na quitina, eu também gostaria de esclarecer que a gente tem uma
PDP que tem 10 anos de vigência, se passaram 05, mas a gente está agora
na metade do caminho fazendo uma reestruturação desse processo e
propondo isso para o Ministério da Saúde. Acho que todos os termos já
foram colocados, à biotecnologia faz parte do objeto social da Hemobrás e
a gente não pode permitir que um esvaziamento do objeto social, da função
social da empresa e eu acho que mesmo que haja uma contraproposta,
eventualmente, de se ter mais de uma planta de fator 8 recombinante, eu
não vejo bem como isso seria possível, haja vista, que a gente não está
tendo recurso para concluir uma planta, que dirá duas. Então eu não sei
bem se isso seria factível na realidade que a gente tem hoje. A questão do
fracionamento do plasma no LFB, que também é uma coisa que vem sendo
colocado, o LFB é um parceiro tecnológico, foi o primeiro parceiro
tecnológico da Hemobrás, para implantação da fábrica de hemoderivados, o
contrato se derivou de uma concorrência pública, daí que veio a parceria
depois com a LFB, é a gente teve mudanças nesse contrato ao longo do
tempo que permitiram que o beneficiamento do plasma fosse feito, através
de Hemobrás, LFB, e hoje a gente tem um cenário que está, realmente,
ensejando um esforço, uma dedicação nossa para que a gente consiga
pensar em soluções para esse volume de plasma que está na França, como
Dr. Flávio falou, mas o LFB ele continua produzindo hemoderivados,
continua fornecendo hemoderivados para França e a gente vem estudando
as maneiras possíveis para quê eles obtenham a recertificação das linhas
de produção e que possa, que os hemoderivados possam retornar depois
do beneficiamento. Além disso, essa questão da situação do Butantã que foi
colocada, eu acho que também fazendo coro as palavras da doutora Ieda e
é importante a gente entender que essa situação do sangue, ela precisa ser
vista sobre uma perspectiva Nacional, se cada Estado no Brasil começar a
emitir decretos colocando que o sangue vai ser usado só pelo seu Estado,
que sentido faz a gente falar em política nacional de sangue e
hemoderivados, não faz sentido nenhum. Então eu acho que é importante a
gente ter isso em mente. Em relação à proposta da octapharma a gente
vem fazendo um estudo bastante extenso e detalhado na Hemobrás a
respeito dessa proposta e aqui eu não vou nem me deter as questões, mas,
de como a gente romperia um contrato hoje, que a gente tem com a baxalta
Shaiya, no que a gente tem obrigações e tem consequências contratuais de
um eventual distrato, principalmente considerando o passivo, milionário,
dolarizado, que a gente tem com essa empresa, não vou nem fazer esse
59
tipo de observação; olhando apenas a proposta em si e considerando essa
questão do tecpar, fabricar o fator 8 recombinante, a própria proposta, na
realidade, ela contradiz a pertinência detectar participar do consórcio como
produtor de fator 8 recombinante, porque na proposta o tempo de gestão do
parceiro privado é maior com o tecpar fabricando o fator 8 recombinante.
Então a gente por aí já vê as incongruências, as inconsistências e é
importante que... eu gostaria trouxe isso para que a gente fique atento e
faça um estudo mais detalhado; eu acho que, claro, o intuito maior de todos
nós e do Ministério da Saúde tem que ser sim no fortalecimento da política
nacional, no fortalecimento do acesso a medicamentos da população, isso
inclui o fator 8 recombinante, que é essencial para o tratamento de hemofilia
A, mas a gente tem sim também que fazer o estudo técnico-econômico
financeiro muito detalhado dessas propostas, assim para o erário, prejuízos
para a população e acho que esse é o papel aqui de todos nós, no debate,
realmente, de trazer mais elementos e trazer situações que possam nos
fazer estudar melhor e entender melhor as questões. Em relação ao banco
de células mestre. Eu queria também fazer um apontamento, já que foi um
tema trazido aqui na Mesa, quando o contrato da Hemobrás foi firmado em
2012 com a empresa, com a então Baxter, a gente ainda não tinha o Marco
Legal das PDPS que veio depois em 2014. Então esse contrato previa, de
fato, só o acesso ao banco de células de trabalho, que faz com que a
Hemobrás produz assim o IPHAN que é o ingrediente farmacêutico ativo,
que é o concentrado da proteína aqui no Brasil da mesma maneira. Mas de
toda forma para atender o Marco Legal Hemobrás está negociando com a
empresa para que a gente tenha também o banco de células mestre. Então
isso é um ponto que está sendo negociado com parceiro privado, para que
a gente possa também atender esse ponto. Bom, eu acho que era
basicamente isso, também não estou aqui para defender A B ou C. Eu acho
que a gente precisa colocar em perspectiva todas as suas propostas que
estão sendo feitas para, realmente, ter um entendimento amplo de todas
elas, fazer uma discussão aprofundada, dá a possibilidade da palavra a
população, como está sendo feita aqui por esta audiência e por isso
também eu agradeço a deputada Priscila Krause por essa oportunidade. É
isso, eu acho que a gente precisa prosseguir ainda muito, acho que esse é
o primeiro encontro de, possivelmente, outros que ainda virão e que a gente
saia mais fortalecido e com mais informações para ter condições de lutar e
batalhar pelo interesse público do Brasil. Obrigada.

A SRA. PRESIDENTE (PRISCILA KRAUSE) - Eu gostaria de agradecer a


presença de todos. Eu vou passar a condução final para deputada Roberta
Arraes que é presidente da Comissão de saúde, mas não sem antes, claro,
só pontuar algumas questões para encerrar; exatamente isso, Doutora
Laura essa etapa, esse primeiro evento, essa primeira participação, com
todo respeito ao Doutor Flávio; seja sempre muito bem-vindo a
Pernambuco, mas essa discussão e esse debate não se encerra aqui nem

60
apenas, apenas não, com esses atores que estiveram aqui hoje a gente
conseguiu juntar muita gente, pessoas comprometidas com questão da
Hemobrás, com a questão da política de sangue Nacional, eu acho que foi
muito bem colocado; claro, que a gente sabe que tem peculiaridades
jurídicas em relação ao monopólio, a hemoderivados a recombinantes. A
questão é que a política de sangue nacional não consegue eu não consigo
colocar na minha cabeça que ela funcione com uma divisão tão objetiva e
lógica desses fatores e desses componentes de produção. Não tem como
eles andarem separados, inclusive do ponto de vista da viabilidade, não da
viabilidade técnica, mas da viabilidade financeira e de atendimento à
população, por isso que existe o Sistema Nacional de Sangue, é claro que,
o que é produzido dentro de biotecnologia está dentro dessa lógica da
política de sangue e é sim componente que atende ao que seria feito
tempos atrás e antes do desenvolvimento tecnológico apenas da derivação
do humano, então essa é a consequência do avanço tecnológico. Tem
algumas coisas que são importantes que nós coloquemos; isso foi posto
aqui por várias pessoas e finalmente por Doutora Laura, ninguém aqui está
defendendo a empresa A B ou C, não é isso que acontece, a gente
defender a viabilidade de uma empresa pública da magnitude da Hemobrás,
essa discussão, ela precisa ser feita, agora a gente não pode ignorar que
existem contratos firmados e que estão em seu pleno curso, se precisa de
um ajustamento aqui, de um ajustamento ali ou de acelerar uma
contrapartida do próprio governo brasileiro, seja através da Hemobrás, do
Ministério da Saúde, enfim, que isso seja adequado, se isso foi fruto de uma
má gestão lá atrás, se isso foi fruto de um descaminho, essas coisas
precisam ser ajustados, precisam ser corrigidas e precisa se colocar no
rumo de que se viabilize a política de sangue de maneira sustentável num
país da dimensão como o Brasil, aliás, graças a dimensão do Brasil é que
nós podemos ter uma indústria de sangue, de hemoderivados, de
recombinantes, enfim, que a gente luta para se ter. É claro que tem
problemas pontuais, não é culpa da Hemobrás, que é LFB tenha perdido o
seu certificado; na verdade, quando se vê o plasma que é entregue a LFB,
ele é de altíssima qualidade dentro dos padrões estabelecidos e dos
padrões internacionais. Então essa responsabilidade não é da Hemobrás,
mas a gente precisa buscar uma solução para isso, para que a gente não
desperdice o plasma que já foi coletado a um custo altíssimo para os
hemocentros, Dra. Ieda, nós estávamos conversando sobre isso, enfim, nós
vamos continuar na nossa luta, na nossa batalha a despeito da
competência de Dr. Flávio, nós não saímos convencidos, Doutor Flávio, de
que o caminho apresentado é o melhor caminho para o Brasil, volto a dizer,
não apenas para Pernambuco, para Pernambuco também, mas não apenas
para Pernambuco para o Brasil no que diz respeito aos rumos da política de
sangue, até porque lá atrás foram portarias do Ministério da Saúde que
garantiu que a Hemobrás teria sim o plasma suficiente para o seu
funcionamento, foram para a portaria sim do ministério que garantiram e o
61
próprio objeto social da Hemobrás, muito bem lembrado por Doutora Laura,
que trata de hemoderivados e biotecnologia. Então nós não podemos
esvaziar esse objeto social da Hemobrás e não podemos permitir que
portarias também do Ministério esvazie, revoguem as portarias que
garantiram funcionamento da Hemobrás, no que diz respeito ao volume de
plasma e a fabricação dos fatores recombinantes, que essas mesmas
portarias revoguem uma política que foi pensada lá atrás, uma política de
médio e de longo prazo para a autossuficiência do Brasil e para colocar o
Brasil definitivamente e de uma vez por todas no mercado internacional de
sangue, de maneira transparente, com tecnologia adequada, com
tecnologia de ponta e sim, com parceiros privados, porque nós precisamos
desses parceiros privados; seja para o investimento na construção das
fábricas, seja para transferência de tecnologia, porque nós temos que deter
essa tecnologia sim, num dado momento seja de fracionamento do plasma,
seja a tecnologia de recombinantes e daremos sim seguimento aqui dentro
da Assembleia Legislativa, cobraremos da nossa Bancada Federal,
cobraremos dos nossos Ministros, cobraremos, enfim, do governo brasileiro
uma postura transparente, uma postura republicana, que atenda ao
interesse público. Esse é o nosso grande objetivo e é nesse sentido que
nós vamos trabalhar. Agradeço a presença de todos, a resistência daqueles
que fizeram, que ficaram até aqui, quero mais uma vez abraçar o corpo
técnico de excelência da Hemobrás, que é o que da vida aquela empresa,
que cumpre o seu papel dentro da limitação que lhe é imposta, não por
vontade própria, mas pelas políticas adotadas hoje dentro do Ministério da
Saúde e no governo brasileiro e dentro dos descaminhos que aconteceram
e que estão voltando para o trilho. Então todo o meu respeito, todo meu
apoio a um corpo técnico que vai para Hemobrás trabalhar, trabalhar muito,
não vai fazer refeição não, vai trabalhar e leva a sua quentinha; essa é o
respeito que merece e esse corpo técnico dedicado. Devolvo a palavra para
Presidente Roberto Arraes, agradecendo o espaço na Comissão de Saúde,
dessa Casa, que em momento nenhum se furtou ao seu papel de promover
essa audiência e aí todo o meu agradecimento. Muito obrigada.

A SRA. PRESIDENTE (ROBERTA ARRAES) - Boa tarde, apenas


agradecer esse momento que nos foi proporcionado, sei que estamos todos
com fome, mas da resistência quando a gente tem a vontade de alcançar os
nossos objetivos a gente se une, eu creio que esse foi um bom debate,
Priscila, lhe parabenizar pela iniciativa que você teve, juntamente com os
Deputados Estaduais aqui da Casa e dizer a todos que estiveram
oportunidade de se dirigir ao público, que nós estaremos juntos aqui para
que a gente possa, justamente, deixar a Hemobrás no Estado de
Pernambuco. Agradecer a Doutor Flávio, que tão bem se dirigiu a todos
nós, mas dizer, Doutor Flávio, que levo esse sentimento ao Ministro, dizer
ao Ministro que a Hemobrás ela é Pernambucana , mas antes de tudo ela é
brasileira e eu tenho certeza que ele vai ter a sensibilidade de ver isso com

62
bons olhos e agradecer também a todos que estiveram aqui, a Leonardo
Cerquinho, que tão bem representou o nosso Governador, tenho certeza,
Leonardo, que você disse as palavras certas, no momento certo , nós não
podemos politizar Hemobrás. A Hemobrás é de todos, a Hemobrás já dos
quarenta e nove Deputados desta Casa, dos vinte e cinco Deputados
Federais, dos Senadores, dos Ministros a que pertencente a Pernambuco e
aproveitar Doutor Flávio e pedir desculpa em público com Presidente da
Comissão de Saúde, pelo que aconteceu aqui, o excesso de..., eu não sei
nem como dirigir, pelo excesso, realmente, que foi feito aqui, num momento
indelicado, aonde nós em nenhum momento, Zé Maurício, a gente politizou
aqui este debate. Então Priscila, parabéns, um bom debate é feito desta
forma, escutando a todos, eu tenho certeza que nós vamos colher bons
frutos e aproveito, Priscila, agora, nesse momento que eu falei com você,
disse que era importantes, Zé Maurício, que nós, como deputados,
fossemos fazer uma visita a Doutora Laura. A Hemobrás, nós vamos
marcar sim, para que a gente possa ir enloco, para a gente ver a riqueza do
que nós temos em Pernambuco. Então declaro encerrada a sessão, uma
boa tarde a todos, fiquem com Deus. Obrigada.

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