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Escola Técnica Parobé - Eletrotécnica II - Sistemas Elétricos Trifásicos - Professor Eduardo Montes
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∆Φ
e = − [V ]
∆t
A lei de Faraday-Lenz enuncia que “a força eletromotriz induzida em um circuito elétrico é igual a
variação do fluxo magnético concatenado ao circuito, na unidade de tempo, com sentido de forma a
estabelecer uma da corrente induzida capaz de produzir um campo magnético (induzido) oposto à variação
do campo magnético que a gera (indutor)”.
Da eletrostrática, lembramos que a diferença de potencial elétrico “e” pode ser expressa como a
razão entre o trabalho elétrico ”W” realizado para deslocar a carga elétrica “q” entre esses dois pontos, ou
seja:
W
e = [V ]
q
Assim, temos que:
W = e . q [J ]
Por outro lado, podemos quantificar esse trabalho elétrico “W” em função da força elétrica “F” e do
deslocamento da carga elétrica “q”, que corresponde ao comprimento “L” do condutor:
W = F . L [J ]
Podemos, portanto, igualar as duas expressões que quantificam o trabalho elétrico “W”, obtendo-
se:
e . q = F . L [J ]
Considerando que a carga elétrica “q” pode ser expressa como o produto da corrente “I” pelo tempo
“t” e que a Força “F” pode ser expressa por B.I.L.senθ, teremos:
e . I . t = B . I . L . senθ . L
e . t = B . L . senθ . L
L
e = B . L . senθ .
t
r
Como a relação “L / t” corresponde à velocidade “ v ” de deslocamento da carga elétrica no
condutor, teremos:
e = B . L . v . senθ
r r
Onde “θ” é o ângulo entre a velocidade “ v ” e a indução “ B ”.
r
Para o deslocamento perpendicular do condutor, em relação à indução “ B ”, teremos θ = 90° ou θ =
270° e a f.e.m. “e” resultará no máximo valor induzido e expresso por:
e max = + B . L . v ou e max = − B . L . v
r
Para o deslocamento paralelo do condutor, em relação à indução “ B ”, teremos θ = 0° ou θ = 180° e
a f.e.m. “e” resultará no mínimo valor induzido e expresso por:
e min = 0
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Se tomarmos a espira a-a’ para análise, considerando que o instante de tempo inicial t=0° elétricos
para o qual colocaremos o alternador em movimento corresponde ao instante apresentado na figura,
verificamos que tanto
r o condutor a quanto o condutor a’ se deslocam paralelamente ao vetor indução
eletromagnética B e, consequentemente, não há variação de fluxo magnético concatenado pela espira e
portanto a tensão induzida será nula. Fisicamente compreendemos de forma fácil esse fenômeno, ao
considerarmos que nessa posição da espira a-a’ um deslocamento infinitesimal, inferior ao próprio
diâmetro do condutor, não acarretará em um maior enlace de linhas de fluxo através da espira e
consequentemente inexiste variaçãor de fluxo magnético. Observemos que nesse instante, o ângulo θ entre
r
a velocidade “ v ” e a indução “ B ” é de 180° elétricos para o condutor a e de 0° elétricos para o condutor
a’. Esse ângulo θ também pode ser referenciado com aquele ângulo entre o vetor normal (perpendicular) à
r r
Superfície da espira a-a’ “ S ” e a indução “ B ”.
Tomando-se a mesma espira a-a’, considerando o instante de tempo t=90° elétricos para o qual o
condutor a corta o fluxo polar Norte perpendicularmente e o condutor a’ corta o fluxo polar Sul
perpendicularmente, verificamos que tanto o condutor r a quanto o condutor a’ se deslocam
perpendicularmente ao vetor indução eletromagnética B e, consequentemente, há máxima variação de
fluxo magnético concatenado pela espira e portanto a tensão induzida será máxima. Fisicamente
compreendemos de forma fácil esse fenômeno, ao considerarmos que nessa posição da espira a-a’ um
deslocamento infinitesimal, inferior ao próprio diâmetro do condutor, acarretará em uma variação de enlace
de linhas de fluxo através da espira, de zero para um valor diferente de zero e consequentemente há uma
variação de fluxo magnético da forma mais abrupta que pode ocorrer, ou seja, variando de zero para um
valor finito (ainda que pequeno) em uma fraçãor de tempo infinitesimal. Observemos que nesse instante, o
r
ângulo θ entre a velocidade “ v ” e a indução “ B ” é de 270° elétricos para o condutor a e de 90° elétricos
para o condutor a’. Esse ângulo θ também pode ser referenciado com aquele ângulo entre o vetor normal
r r
(perpendicular) à Superfície da espira a-a’ “ S ” e a indução “ B ”.
O fenômeno da indução nas espiras b-b’ e c-c’ ocorrerá da mesma forma descrita para a espira a-
a’, com magnitude de tensões induzidas idênticas porque tanto a velocidade de deslocamento das espiras
quanto suas dimensões são as mesmas. Entretanto, haverá uma defasagem no tempo entre as tensões
induzidas nas espiras b-b’ e c-c’ em relação àquela induzida na espira a-a’. A tensão induzida na espira
b-b’ estará atrasada de 120° elétricos daquela induzida na espira a-a’ e a tensão induzida na espira c-c’
estará atrasada de 120° elétricos daquela induzida na espira b-b’. Assim, graficamente teremos as três
seguintes tensões senoidais:
1,000
0,800
0,600
0,400
Va-a'
0,200
0,000 Vb-b'
-0,200
-0,400 Vc-c'
-0,600
-0,800
-1,000
0
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
360
A espira b-b’ é aquela que está defasada de 120° elétricos (ou 2π/3 rad) em atraso da espira a-a’
e, portanto, teremos:
A espira c-c’ é aquela que está defasada de 240° elétricos (ou 4π/3 rad) em atraso da espira a-a’ e,
portanto, teremos:
A espira c-c’ também pode ser referenciada à da espira a-a’ como defasada em adianto de 120°
elétricos (ou 2π/3 rad) e, portanto, teremos:
Ao adotarmos como eixo referencial o eixo direto (horizontal e correspondente ao eixo polar) do
alternador elementar do item 2.1, a partir do qual o eixo em quadratura anterior está avançado de 90°
elétricos ou π/2 rad, a tensão induzida na espira a-a’ resultará:
As tensões nas espiras b-b’ e c-c’ também terão somados 90° elétricos aos seus ângulos
anteriores, resultando:
Ao adotarmos como eixo referencial o eixo direto (horizontal e correspondente ao eixo polar) do
alternador elementar do item 2.1, a partir do qual o eixo em quadratura anterior está avançado de 90°
elétricos ou π/2 rad, utilizaremos uma representação fasorial das três tensões onde a magnitude
corresponderá ao valor eficaz (rms) das tensões e os ângulos de fase corresponderão aos ângulos obtidos
anteriormente.
Assim, para a seqüência de fases ABC, POSITIVA ou ANTI-HORÁRIA, as tensões nas espiras a-a’,
b-b’ e c-c’ resultam nos fasores:
Para a seqüência de fases CBA, NEGATIVA ou HORÁRIA, as tensões nas espiras a-a’, b-b’ e c-c’
sofrem a inversão nos sinais de seus ângulos e resultam nos fasores:
Os diagramas fasoriais das tensões nas espiras a-a’, b-b’ e c-c’, para as duas sequências de fases
têm rresentação fixando-se o sentido anti-horário resultam em:
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Sempre que tomarmos as tensões entre algum dos terminais de extremidades de início de
enrolamento (a, b e c) e o terminal de referência (0) estaremos tomando a diferença de potencial elétrico
correspondente à tensão induzida na fase (A, B ou C) escolhida. Teremos, dessa forma, as três tensões
Va-a’, Vb-b’ e Vc-c’, já abordadas e que poderão ser representadas como V&ao, V&bo e V&bo e denominadas
tensões de fase.
A conexão descrita nos oportuniza obter, além das três tensões de fase V&ao, V&bo e V&bo , outras três
tensões tomadas a partir de cada um dos pares de terminais de extremidades de início de enrolamento (a,
b e c). Nesse caso, estaremos tomando a diferença de potencial elétrico correspondente à diferença entre
as tensões de fases V&ao e V&bo , V&bo e V&co e V&co e V&ao e teremos as três tensões V&ab , V&bc e V&ca ,
denominadas tensões de linha.
Assim, teremos os seguintes fasores tensões de linha:
2.5 Ângulos convencionais das tensões trifásicas, para as seqüências de fases ABC e CBA
Para que as análises de circuitos trifásicos, quando realizadas por diferentes analistas, resultem em
ângulos de fases das correntes e das tensões que possam facilitar a comparação dos resultados obtidos,
padroniza-se os ângulos das tensões trifásicas de fase (com valor eficaz VF) e de linha (com valor eficaz
VL) para as duas seqüências de fases ABC e CBA. São os seguintes os fasores convencionais das
tensões trifásicas:
Seqüência ABC:
V& ao = VF ∠90°
V& bo = VF ∠ - 30°
V& co = VF ∠ - 150°
V& ab = VL ∠120°
V& bc = VL ∠0°
V& ca = VL ∠240°
Seqüência CBA:
V& ao = VF ∠ − 90°
V& bo = VF ∠30°
V& co = VF ∠150°
V& ab = VL ∠240°
V& bc = VL ∠0°
V& ca = VL ∠120°
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VL = V&ab = V&ao − V&bo = VF ∟90° - VF ∟-30° = VF(cos 90° + j sen 90°) - VF(cos -30° + j sen -30°)
VL = VF(-√3/2+j3/2)
Essa relação √3 verifica-se entre as tensões 220 V e 127 V, utilizadas na Distribuição Pública das
grandes capitais e entre as tensões 380 V e 220 V, utilizadas na Distribuição Pública das cidades
interioranas.
O ângulo -60° indica que a tensão de linha Vab, levada ao seu quadrante verdadeiro (2ºQ) está
defasada de 120° elétricos (-60° + 180° = 120°) em relação à referência, ou ainda, de 30° elétricos em
relação à tensão de fase Va0, com ângulo de 90° elétricos. Esse defasamento consiste em um avanço de
30° elétricos de cada uma das três tensões de linha, em relação às tensões de fase pertinente, como
podemos verificar no gráfico abaixo para cada uma das fases:
2,0
1,5
1,0
Vab
0,5 Vbc
Vca
0,0
Va0
-0,5
Vb0
Vc0
-1,0
-1,5
-2,0
0
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
360
30
60
90
120
150
180
210
240
270
300
330
360
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Sabemos que a relação entre o cateto adjacente de um ângulo e a hipotenusa resulta no cosseno
desse ângulo.
Assim, para o ângulo de 30° da figura acima: (VL/2) / VF = cos 30°
VL / 2VF = √3/2
VL / VF = √3
2.7 Relação da quantidade de pólos com a velocidade de rotação mecânica e a freqüência elétrica
Se nosso gerador passar a ser dotado de 2 pares de pólos, ao longo de uma rotação mecânica ou
360° mecânicos, serão produzidos 2 ciclos ou períodos elétricos (T) correspondente a 720° elétricos:
Ao dividirmos graus elétricos e graus mecânicos por uma quantidade de tempo de 1 segundo,
obteremos as velocidades angulares elétrica (f) e mecânica (n) em ciclos e rotações por segundo:
°E / t = °M / t x PP
f = n x PP [Hz]
f = N/60 x PP [Hz]
N = 60f / PP [RPM]
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Essa relação é aplicável para geradores elétricos rotativos (alternadores) e também para motores
elétricos, com característica SÍNCRONA.
Para exemplo de aplicação em geradores, se desejamos que um gerador síncrono de 40 pares de
pólos produza energia elétrica com uma freqüência de 60 Hz, a velocidade de rotação mecânica desse
gerador deverá ser aquela resultante do cálculo:
Para exemplo de aplicação em motores, se desejamos que um motor síncrono ligado a uma rede
elétrica com uma freqüência de 60 Hz, gire com velocidade de rotação mecânica de 1200 RPM, esse
motor deverá ser dotado de uma quantidade de pares de pólos resultante do cálculo:
São dois os tipos básicos de ligações em redes trifásicas, aplicáveis à carga e aos geradores: A
ligação em que as impedâncias ou enrolamentos de fases ficam submetidos às tensões de linha e a
ligação onde as impedâncias ou enrolamentos de fases ficam submetidas às tensões de fase.
O primeiro tipo de ligação, em que as impedâncias ou enrolamentos de fases ficam submetidos às
tensões de linha, recebe as seguintes denominações: Ligação TRIÂNGULO, DELTA ou PI. Tais
denominações têm origem no aspecto gráfico representativo do circuito elétrico, uma vez que a topologia
da representação assemelha-se com um símbolo ou figura. A seguir as ilustrações exemplificam as
semelhanças representativas a um TRIÂNGULO, à letra maiúscula DELTA (∆) à letra maiúscula PI (π) do
alfabeto grego:
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estrela-triângulo
delta-ipsilone (∆-Y) ou (Dy)
pi-tê (π-T)
Demais tipos de ligações como, por exemplo, a ligação ZIGUE-ZAGUE e a LIGAÇÂO VÊ, são
abordados ao longo do curso, no estudo de máquinas elétricas e de ligações para medição de energia
elétrica.
3.2 Relações entre os valores “de linha” e “de fase”, para as correntes e para as tensões, em
ligações básicas das redes trifásicas
Enquanto os valores “de linha” devem ser associados aos condutores fase da rede elétrica, os
valores “de fase” devem ser associados às impedâncias de fase.
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Assim, as correntes “de linha” são aquelas circulantes nos condutores fase da rede e as tensões
“de linha” são aquelas obtidas entre cada um dos três pares de condutores fase da rede; enquanto as
correntes “de fase” são aquelas circulantes nas impedâncias de fase e as tensões “de fase” são aquelas
obtidas entre cada um dos três pares de terminais das impedâncias de fase.
Por inspeção visual dos esquemas elétricos das ligações TRIÂNGULO e ESTRELA, facilmente
concluímos que:
1º - Nas ligações ESTRELA há igualdade entre as CORRENTES DE LINHA e DE FASE (IL = IF)
(as correntes que circulam nos condutores fase da rede são as mesmas que circulam nas
impedâncias de fases)
2º - Nas ligações TRIÂNGULO há igualdade entre as TENSÕES DE LINHA e DE FASE (VL = VF)
(as tensões nos terminais das impedâncias de fases correspondem às tensões entre cada um dos
pares de condutores fases da rede)
Nas análises posteriores, verificaremos que é a conexão do condutor neutro que garante a
estabilidade das tensões de fase do sistema, independentemente do equilíbrio ou desequilíbrio da carga.
Quando esse não for conectado em situações de carga DESEQUILIBRADA, as tensões de fase sofrerão
alterações em suas magnitudes e em seus ângulos de fase decorrentes desse desequilíbrio. Esse
processo de desequilíbrio será abordado posteriormente e recebe a denominação de DESLOCAMENTO
DO NEUTRO.
Aos circuitos elétricos que envolvam um único tipo de ligação, seja essa triângulo, estrela ou estrela
a 4 condutores e com carga desequilibrada ou equilibrada, denominaremos de CIRCUITOS SIMPLES.
Para que façamos uma análise de todas as possibilidades, deveremos considerar as três topologias
básicas de circuito (triângulo, estrela e estrela a 4 condutores) e as duas possibilidades de carga
(equilibrada e desequilibrada). Teremos, portanto, seis possibilidades:
- Ligação Triângulo e Carga Equilibrada;
- Ligação Triângulo e Carga Desequilibrada;
- Ligação Estrela a 4 condutores e Carga Equilibrada;
- Ligação Estrela a 4 condutores e Carga Desequilibrada;
- Ligação Estrela e Carga Equilibrada;
- Ligação Estrela e Carga Desequilibrada.
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V&ab
I&ab = [A]
Za
V&bc
I&bc = [A]
Zb
&
Vca
I&ca = [A]
Zc
3º) Cálculo das correntes de linha:
P = Pa + Pb + Pc [W]
Q = Qa + Qb + Qc [VAr]
Q
S = P + jQ = P ² + Q ² ∠tg −1
[VA]
p
Para cargas equilibradas (em conformidade com o capítulo 7 a seguir):
P = 3 . VL . I L . cos ϕ [W]
Q = 3 . VL . I L . senϕ [VAr]
S = 3 . VL . I L [VA]
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V&an
I&an = [A]
Za
V&bn
I&bn = [A]
Zb
&
Vcn
I&cn = [A]
Zc
3º) Cálculo das correntes de linha:
Conforme já concluído em 3.2, nas ligações ESTRELA há igualdade entre as
CORRENTES DE LINHA e DE FASE (IL = IF), pois as correntes que circulam nos condutores fase da rede
são as mesmas que circulam nas impedâncias de fases. Assim, teremos:
P = Pa + Pb + Pc [W]
Q = Qa + Qb + Qc [VAr]
Q
S = P + jQ = [VA]P ² + Q ² ∠tg −1
p
Para cargas equilibradas (em conformidade com o capítulo 7 a seguir):
P = 3 . VL . I L . cos ϕ [W]
Q = 3 . VL . I L . senϕ [VAr]
S = 3 . VL . I L [VA]
tensões de fase não sofrem distorções em suas magnitudes e em seus ânulos de fase (a igualdade e
equilibrio de defasamento angular das correntes de fase totalizariam uma corrente de neutro nula).
1º) Partimos da elaboração do diagrama elétrico com o registro dos fasores tensões e correntes
necessários para a solução do circuito. Independentemente da seqüência da rede trifásica ser ABC ou
CBA, as notações e os sentidos convencionais desses fasores devem ser mantidos conforme mostra o
diagrama elétrico a seguir. Mesmo que atribuídos às correntes de linha e de fase um sentido único (da
rede para a carga) e isso não represente uma possibilidade real (pois a cada instante de tempo sempre
haverá pelo menos uma das correntes retornando da carga para a rede), a solução é viabilizada pela
equação nodal do centro da estrela que utiliza a 1ª lei de Kirchoff. O resultado dessa equação apontará o
ângulo de fase das correntes que automaticamente informará o sentido real de cada corrente (ângulos de
fase inferiores a 180º indicam corrente fluindo da rede para a carga e ângulos de fase superiores a 180º
indicam corrente fluindo da carga para a rede). É importante lembrar que no nosso cálculo fasorial, apesar
do “instante fotográfico convencional para as seqüências ABC e CBA” da solução ser aquele que
apresenta os ângulos de fases instantâneos verdadeiros das correntes e tensões, quanto aos valores das
magnitudes não há realidade instantânea porque essas são expressas em valores eficazes (rms).
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A tensão de deslocamento do neutro V&on pode ser calculada a partir das tensões de fase
equilibradas V&an , V&bn e V&cn , e das tensões de fase desequilibradas V&ao , V&bo e V&co , por:
A solução apresentada para circuitos em ESTRELA a 3 condutores (sem neutro) com carga
DESEQUILIBRADA é bastante trabalhosa. Uma solução mais simples e rápida que parte do cálculo da
tensão de deslocamento do neutro V&on para, a partir dessa, calcular as tensões de fase desequilibradas
V&ao , V&bo e V&co e, com essas, as correntes de fase I&ao , I&bo e I&co é viável. Tal solução consiste no
MÉTODO DO DESLOCAMENTO DO NEUTRO, apresentado a seguir no item 6.
5.3 Exercício de circuito trifásico de Ligação Estrela a 4 condutores com Carga Equilibrada
Calcule as correntes de fase, correntes de linha e potências em um circuito trifásico a 4 condutores
com ligação estrela seqüência CBA, 208 V, 60 Hz e carga equilibrada formada por impedâncias medindo
20∟-30° Ω.
5.4 Exercício de circuito trifásico de Ligação Estrela a 4 condutores com Carga Desequilibrada
Calcule as correntes de fase, correntes de linha e potências em um circuito trifásico a 4 condutores
com ligação estrela seqüência CBA, 208 V, 60 Hz e carga desequilibrada formada por impedâncias
medindo: Za = 6∟0° Ω; Zb = 6∟30° Ω e Zc = 5∟45° Ω
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Assim, o fasor tensão de deslocamento de neutro V&on pode ser calculado em função das tensões
de fase desequilibradas e das tensões de fase equilibradas, para cada uma das três fases, por:
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Cada uma dessas correntes de fase pode ser expressa pela aplicação da Lei de Ohm, dividindo-se
cada uma das tensões de fase desequilibradas ( V&ao , V&bo e V&co ) pelas respectivas impedâncias
(Za, Zb e Zc ) , ou ainda, multiplicando-se cada uma das tensões de fase desequilibradas ( V&ao , V&bo e
V&co ) pelas respectivas admitâncias (Ya, Yb e Yc ) , obtendo-se:
Substituindo-se na equação acima, cada uma das tensões de fase equilibradas ( V&an , V&bn e V&cn )
pela diferença fasorial das respectivas tensões de fase desequilibradas ( V&ao , V&bo e V&co ) com a tensão de
deslocamento de neutro V&on , resultará:
V&an .Ya − V&on .Ya + V&bn .Yb − V&on .Yb + V&cn .Yc − V&on .Yc = 0
V&an .Ya + V&bn .Yb + V&cn .Yc − V&on .Ya − V&on .Yb − V&on .Yc = 0
V&an .Ya + V&bn .Yb + V&cn .Yc − V&on . (Ya + Yb + .Yc ) = 0
V&an .Ya + V&bn .Yb + V&cn .Yc = V&on . (Ya + Yb + .Yc )
As tensões de fase desequilibradas ( V&ao , V&bo e V&co ) são calculadas a partir das tensões de fase
equilibradas ( V&an , V&bn e V&cn ) e da tensão de deslocamento de neutro V&on , para cada uma das três
fases, sendo o segundo passo da aplicação do método do deslocamento do neutro:
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Conhecidas as tensões de fase desequilibradas ( V&ao , V&bo e V&co ), são calculadas as correntes de
linha I&a , I&b e I&c , sendo o terceiro passo da aplicação do método do deslocamento do neutro:
V&ao
I&ao = V&ao . Ya = [A]
Za
&
Vbo
I&bo = V&bo . Yb = [A]
Zb
V&co
I&co = V&co . Yc = [A]
Zc
P1Φ = VL . IF . cos φ
Manteremos na expressão os valores “de linha” para as tensões e correntes, pois esses sempre
são mais facilmente disponíveis à medição, substituindo a corrente de fase IF na expressão acima pela
relação entre essa e a corrente de linha IL :
P3Φ = √3 . VL . IL . cos φ
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P1Φ = VF . IL . cos φ
Manteremos na expressão os valores “de linha” para as tensões e correntes, pois esses sempre
são mais facilmente disponíveis à medição, substituindo a tensão de fase VF na expressão acima pela
relação entre essa e a tensão de linha VL :
P3Φ = √3 . VL . IL . cos φ
Obtivemos expressões idênticas para os dois tipos de ligação, logo deduzimos com sucesso a
expressão para cálculo da Potência Ativa trifásica em circuitos equilibrados. Analogamente, aplicando às
potências trifásicas reativas e aparentes, teremos:
S3Φ = √3 . VL . IL [VA]
8.2 Sistemas com 3 condutores – Método de Aron (Método dos dois wattímetros)
8.2.1 Ligação Triângulo
8.3 Utilização acessória do Método dos dois wattímetros para medição do f.p.
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