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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO


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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO

LínguaPortuguesa
Língua Portuguesa
2ª série do Ensino Médio Turma ___________________
2ª série do Ensino Médio Turma _________________________
3º Bimestre de 2017 Data ______ /______ /______
3º Bimestre de 2017 Data _______ / _______ / _______
Escola ________________________________________________
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Aluno ________________________________________________
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Avaliação da Aprendizagem em Processo ∙ Prova do Aluno – 2ª série do Ensino Médio

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Leia o texto e responda às questões 01, 02 e 03.

Um apólogo
Machado de Assis

[...]
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-
se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário.
E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro,
arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para
mofar1 da agulha, perguntou-lhe:
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo
parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e
diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o
balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não
menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda, aprende, tola. Cansas-
te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na
caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde
me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a
cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Disponível em: <http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/contos/macn005.pdf>. Acesso em: 14 de

julho de 2017.

1 mofar - verbo transitivo e intransitivo


Fazer mofa; escarnecer, zombar.
Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?id=KPba4<https://www.priberam.pt/DLPO/mofar>.
Acesso em: 06 de agosto de 2017.

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Questão 01

Em “Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?”, o conectivo
em destaque introduz uma oração subordinada, que acrescenta ao período a
ideia de

(A) conclusão.
(B) oposição.
(C) tempo.
(D) lugar.
(E) modo.

Questão 02

No trecho de “Um Apólogo”, o diálogo entre a agulha e a linha sofre a intervenção


do alfinete para

(A) mostrar à linha que seu lugar deveria ser na caixinha de costura.
(B) ensinar à agulha como se comportar para fazer seu trabalho a contento.
(C) conscientizar a agulha e a linha sobre seus papeis no vestido da baronesa.
(D) servir de exemplo à agulha que abrindo caminho para o sucesso dos outros.
(E) fugir da responsabilidade de ajudar a mucama a coser2 o vestido da baronesa.

2 co·ser |ê| - Conjugar (latim consuo, -ere) verbo transitivo:


1. Dar pontos de agulha em. verbo intransitivo
2.Costurar. Disponível em: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa <https://www.priberam.pt/dlpo/
coser>. Acesso em: 06 de agosto de 2017.

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Questão 03

“Um apólogo”, de Machado de Assis, é um texto alegórico porque

(A) trata do relacionamento complicado entre objetos que estão presos dentro
de uma caixa de costura.
(B) objetos falantes reproduzem atitudes e pensamentos humanos para ilustrar
condutas em determinada cultura.
(C) seres humanos são substituídos por coisas e animais que representam
comportamentos exemplares em contextos sociais.
(D) narra fatos comuns no cotidiano das personagens que são objetos disfarçados
de pessoas.
(E) usa personagens humanos para demonstrar costumes e valores sociais
através de uma moral.

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Leia o texto e responda às questões 04, 05 e 06.

Cavador do Infinito
Cruz e Sousa

Com a lâmpada do Sonho desce aflito


E sobe aos mundos mais imponderáveis,
Vai abafando as queixas implacáveis,
Da alma o profundo e soluçado grito.

Ânsias, Desejos, tudo a fogo, escrito


Sente, em redor, nos astros inefáveis3 .
Cava nas fundas eras insondáveis
O cavador do trágico Infinito.

E quanto mais pelo Infinito cava


mais o Infinito se transforma em lava
E o cavador se perde nas distâncias...

Alto levanta a lâmpada do Sonho.


E como seu vulto pálido e tristonho
Cava os abismos das eternas ânsias!

Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000077.pdf>. Acesso em: 17 de julho

de 2017.

3 i·ne·fá·vel - adjetivo de dois gêneros


1. Que não se pode exprimir por palavras (ex.: prazer inefável). = INDESCRITÍVEL, INDIZÍVEL
2. [Figurado] Encantador, delicioso, inebriante (ex.: perfume inefável).
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em:
<https://www.priberam.pt/dlpo/inef%C3%A1vel>. Acesso em: 17 de julho de 2017.

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Questão 04

No poema de Cruz e Sousa, o drama existencial vivido pelo eu lírico revela

(A) aspiração dos simbolistas de integrar à poesia conteúdos místicos, recorrendo


ao sonho para se libertar da infelicidade.
(B) preferência do poeta por versos sem rima que ilustram a impessoalidade e
o objetivismo dos parnasianos.
(C) apego dos pré-modernistas a tudo o que acontece em tempo real e que se
distancia do tempo imaginário de seus delírios.
(D) reflexão sobre a dimensão social e os sentimentos humanos diante de uma
vida de sofrimentos.
(E) sensibilização dos poetas românticos pelos problemas emocionais causados
pelo mal do século.

Questão 05

Nos versos: “E quanto mais pelo Infinito cava/ mais o Infinito se transforma em
lava”, a expressão que introduz o período composto por subordinação acrescenta
ao contexto a ideia de

(A) concessão.
(B) condição.
(C) comparação.
(D) consequência.
(E) proporção.

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Questão 06

No verso “Cava nas fundas eras insondáveis/O cavador do trágico Infinito.”,


o emprego de expressões em sentido figurado leva o leitor a comparações
subentendidas, que são características da

(A) ironia.
(B) metáfora.
(C) aliteração.
(D) sinestesia.
(E) metonímia.

Leia o texto e responda às questões 07 e 08.

Cartão de Visita
Criolo

Acende o incenso de mirra francesa


Algodão fio 600, toalha de mesa
Elegância no trato é o bolo da cereja
Guardanapos gold, agradável surpresa
Pra se sentir bem com seus convidados
Carros importados garantindo o translado
Blindados, seguranças fardados
De terno Armani, Louboutin os sapatos
Temos de galão Dom Pérignon
Veuve Clicquot pra lavar suas mãos

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E pra seu cachorro de estimação
Garantimos um potinho com pouco de Chandon
Mc Lon tá portando o VIP
Thássia tem um blog de fina estirpe
Pra dar um clima cult te ofereço de brinde
Ímãs de geladeira com Sartre e Nietzsche
Glitter, glamour, La Maison Creole
O sistema exige perfil de TV
Desculpa se não me apresentei a você
Esse é meu cartão, trabalho no buffet

Acha que tá mamão, tá bom, tá uma festa


Menino no farol cê humilha e detesta
Acha que tá bom, né não, nem te afeta
Parcela no cartão essa gente indigesta
(Nem tudo que brilha é relíquia, nem joia)

Governo estimula e o consumo acontece


Mamãe de todo mal e a ignorância só cresce
FGV, me ajude nessa prece
O salário mínimo com base no DIEESE
Em frente a shoppin’ marcar rolêzins
Debater sobre cotas, copas e afins
O opressor é omisso e o sistema é cupim
E se eu não existo, por que cobras de mim?
[...]

Disponível em: <https://www.letras.com/criolo-doido/cartao-de-visita/>. Acesso em: 17 de julho de 2017.

(adaptado)

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Questão 07

O rap “Cartão de visita” foi escrito por MC Criolo para

(A) chamar a atenção para a necessidade de consumir determinados produtos


a fim de manter aparências.
(B) estimular o uso de produtos diversos que agradam ao gosto da juventude.
(C) divulgar costumes de pessoas jovens das classes favorecidas
economicamente.
(D) criticar a moda jovem e cara, que deixa de ser acessível àqueles menos
privilegiados financeiramente.
(E) conscientizar a juventude sobre a dificuldade de manter atitudes que são
comuns aos ricos.

Questão 08

No verso: “O opressor é omisso e o sistema é cupim”, a expressão “o sistema é


cupim” está empregada em sentido figurado e se trata de

(A) comparação.
(B) aliteração.
(C) metonímia.
(D) sinestesia.
(E) metáfora.

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Leia o texto e responda às questões 09, 10 e 11.

O Mulato
Aluísio de Azevedo
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[...]
“Ninguém podia ter melhores intenções do que ele?... Não era um vadio,
nem homem de maus instintos; aspirava ao casamento, à estabilidade; queria,
no remanso de sua casa, entregar-se ao trabalho sério, tirar partido do que
estudara, do que aprendera na Alemanha, na França, na Suíça e nos Estados
Unidos. Faltava-lhe apenas vir ao Maranhão e liquidar os seus negócios. — Pois
bem! cá estava — era aviar4 e pôr-se de novo a caminho!”
Foi com estas ideias que ele chegou à cidade de São Luís. E agora, na
restauradora liberdade do quarto, depois de um banho tépido5 , o corpo ainda
meio quebrado da viagem, o charuto entre os dedos, sentia-se perfeitamente
feliz, satisfeito com a sua sorte e com a sua consciência.
— Ah! bocejou fechando os olhos. É liquidar os negócios e pôr-me ao
fresco!...
E, com um novo bocejo, deixou cair ao chão o charuto, e adormeceu
tranquilamente.

4 a·vi·ar - verbo transitivo


1. Preparar, despachar.
2. Pôr em estado de empreender caminho ou ir-se embora.
3. Fazer, executar, aprontar.
4. [Informal] Matar.
5. Maltratar.
6. Arranjar.
verbo pronominal
7. Apressar-se.
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <https://www.priberam.pt/DLPO/aviar>.
Acesso em: 20 de julho de 2017.

5 té·pi·do - adjetivo
1. Morno, pouco quente, quebrado da friúra.
2. [Figurado] Frouxo; tíbio.
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa Disponível em: <https://www.priberam.pt/dlpo/
t%C3%A9pido>. Acesso: em: 06 de agosto de 2017.

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No entanto, a história de Raimundo, a história que ele ignorava, era sabida
por quantos conheceram os seus parentes no Maranhão.
Nasceu numa fazenda de escravos na Vila do Rosário, muitos anos depois
que seu pai, José Pedro da Silva aí se refugiara, corrido do Pará ao grito de
“Mata bicudo!” nas revoltas de 1831.
José da Silva havia enriquecido no contrabando dos negros da África e fora
sempre mais ou menos perseguido e malquisto pelo povo do Pará; até que, um
belo dia, se levantou contra ele a própria escravatura, que o teria exterminado,
se uma das suas escravas mais moças, por nome Domingas, não o prevenisse
a tempo. Logrou passar incólume6 ao Maranhão, não sem pena de abandonar
seus haveres e risco de cair em novos ódios, que esta província, como vizinha
e tributária do comércio da outra, sustentava instigada pelo Farol, contra os
brasileiros adotivos e contra os portugueses. Todavia, conseguiu sempre salvar
algum ouro; metal que naquele bom tempo corria abundante por todo o Brasil e
que mais tarde a Guerra do Paraguai tinha de transformar em condecorações e
fumaça.
A fuga fizeram eles, senhor e escrava, a pé, por maus caminhos,
atravessando os sertões. Ainda não existia a companhia de vapores e os
transportes marítimos dependiam então de vagarosas barcas, a vela e remo e,
às vezes, puxadas a corda, nos igarapés7. Foram dar com os ossos no Rosário.
O contrabandista arranjou-se o melhor que pôde com a escrava que lhe restava,
e, mais tarde, no lugar denominado São Brás, veio a comprar uma fazendola,
onde cultivou café, algodão, tabaco e arroz.

6 in·có·lu·me - adjetivo de dois gêneros


1. Que não sofreu nada no perigo; são e salvo. = ILESO
2. Bem conservado.
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <https://www.priberam.pt/DLPO/
inc%C3%B3lume>. Acesso em: 20 de julho de 2017.

7 i·ga·ra·pé (do tupi yagara, canoa + apé, caminho) substantivo masculino


[Brasil: Amazônia] Curso de água de pouca profundidade, estreito e navegável por pequenas embar-
cações.
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: <https://www.priberam.pt/dlpo/
igarap%C3%A9>. Acesso em: 06 de agosto de 2017.

Avaliação da Aprendizagem em Processo ∙ Prova do Aluno – 2ª série do Ensino Médio 11

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Depois de vários abortos, Domingas deu à luz um filho de José da Silva.
Chamou-se o vigário da freguesia e, no ato do batismo da criança, esta, como a
mãe, receberam solenemente a carta de alforria.
Essa criança era Raimundo.
Na capital, entretanto, acalmavam-se os ânimos. José prosperou
rapidamente no Rosário; cercou a amante e o filho de cuidados; relacionou-
se com a vizinhança, criou amizades, e, no fim de pouco tempo, recebia em
casamento a Sra. D. Quitéria Inocência de Freitas Santiago, viúva, brasileira,
rica, de muita religião e escrúpulos de sangue, e para quem um escravo não era
um homem, e o fato de não ser branco, constituía só por si um crime.
[...]

Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000166.pdf>. Acesso em: 20 de julho

de 2017.

Questão 09
De acordo com o trecho de “O Mulato”, de Aluísio de Azevedo, o pai de Raimundo

(A) era um homem bom, responsável, queria entregar-se ao trabalho sério e


constituir família na cidade de São Luís.
(B) nascera numa fazenda de escravos, em São Brás, onde sua família havia se
refugiado, durante as revoltas de 1831.
(C) reergueu-se financeiramente, após o levante de seus escravos, e não
assumiu a família que tinha perante à sociedade.
(D) atravessara os sertões antes de retornar à Europa e aos Estados Unidos
para aproveitar a fortuna que havia conseguido no Brasil.
(E) considerava os escravos como animais pelo fato de não serem brancos e
isso por si só, para ele já seria um crime.

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Questão 10

No texto, o autor deixa transparecer

(A) a mentalidade dos antiescravagistas no final do século XIX, ao combater


o racismo, utilizando a literatura como instrumento para dissecar o
comportamento humano e social.
(B) o sentimentalismo característico das obras do período romântico das
literaturas portuguesa e brasileira.
(C) a preocupação com o futuro dos personagens envolvidos em um contexto
social comum no século XX.
(D) o universalismo da temática em defesa de seus ideais sociais, políticos e
republicanos, o que era característico dos movimentos literários brasileiros,
no século passado.
(E) a valorização da hereditariedade e do momento histórico ao detectar a
influência da religiosidade no comportamento.

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Leia o texto e responda às questões 11 e 12.

O Rei dos Animais


Millôr Fernandes

Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se ainda era o
Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso
alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito
entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não
que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se
é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal.
Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando
ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim o Leão encontrou o Macaco
e perguntou: “Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais?” O Macaco,
surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu,
já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: “Claro que é você,
Leão, claro que é você!”.
Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio:
“Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta,
não é o Leão?” E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas
apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: “Currupaco... não é o Leão? Não é o
Leão? Currupaco, não é o Leão?”.
Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta em busca de novas afirmações
de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: “Coruja, não sou eu o
maioral da mata?” “Sim, és tu”, disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente.
E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o tigre.
“Tigre, - disse em voz de estentor - eu sou o rei da floresta. Certo?” O tigre rugiu,
hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em
si, e disse, rugindo contrafeito: “Sim”. E rugiu ainda mais mal humorado e já
arrependido, quando o leão se afastou.

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Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o
elefante. Perguntou: “Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador,
Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?”
O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra
o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão,
tonto e ensanguentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou:
“Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado”.

M O R A L : CADA UM TIRA DOS ACONTECIMENTOS A


CONCLUSÃO QUE BEM ENTENDE.

Disponível em: <http://www.releituras.com/millor_rei.asp>. Acesso em: 20 de julho de 2017.

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Questão 11

A fábula “O Rei dos Animais”, de Millôr Fernandes, foi escrita com a finalidade de

(A) reproduzir costumes e atitudes de animais que devem obediência ao


leão.
(B) estimular o espírito crítico do leitor em relação a comportamentos humanos
autoritários.
(C) contribuir para a sabedoria do leitor usando como exemplo o conflito entre
os animais.
(D) ilustrar uma verdade universal sobre a supremacia do leão diante dos outros
animais.
(E) convencer o leitor de que a moral de uma fábula deve ser seguida e
propagada.

Questão 12

O “Rei dos Animais” é uma fábula, pois

(A) apresenta atitudes de seres humanos que se parecem com animais.


(B) revela o comportamento de animais que trataram de minimizar a superioridade
do leão.
(C) representa os pensamentos do leitor disfarçados em forma de uma narrativa
curta.
(D) traz personagens animais que agem como se fossem humanos para
representar um preceito moral.
(E) ilustra a convivência de personagens animais em conflito de ideias.

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