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Sistematização dos Direitos Reais no Código Civil
Estabelece-se aqui um tronco para o estudo dos direitos reais no seu todo e não de modo
particularizado.
A posse está associada ao gozo das coisas. Fala-se da posse como um contacto directo do
titular do direito com a coisa. Discute-se porém, se a posse é ou não um direito real.
No Código Civil há uma manifestação que nos permite afirmar se estamos perante os
direitos reais como é o caso do art. 408 CC- Contratos com eficácia real, o art. 574 CC
permite-nos em contraposição uma abordagem genérica.
O art. 1306 CC, Princípios da Tipicidade dos Direitos Reais, que estabelece que não
podem ser consideradas restrições ao direito de propriedade fora dos casos estabelecidos
no Código Civil.
Os Direitos de garantia e os direitos reais de aquisição estão isentos no Livro das
Obrigações porque visam garantir o direito do credor independentemente de serem reais,
ou seja, a sua funcionalidade encontramo-la no Direito das Obrigações.
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A usucapião tem a ver com os direitos reais de gozo, entretanto, é uma figura ligada a
posse.
É uma questão terminológica e a designação de Direito das Coisas tem a sua origem na
doutrina alemã. Direito das Coisas não é tao feliz, porque sugere que vamos tratar sobre
as coisas quando isso já foi estudado em capítulo próprio ligado as coisas, por isso, a
expressão ou designação tanto uma como a outra não é satisfatória nem relevante em
termos jurídicos.
Direitos Reais, estamos num ramo de direito patrimonial privado. Os direitos reais não
estão imunes ao Direito Público, porque em omissões podemos recorrer ao Direito
Público. Neste direito, temos matérias pelo seu teor do Direito Público mas podemos
recorrer ao Direito Privado em determinadas circunstâncias.
Há casos que são estudados no Direito Público pelo seu jus imperi mas em contrapartida
da expropriação é estudada no regime do Direito Privado – vide artigos 1308 a 1310 CC.
Conceito
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Dr. Vasco Gomes – o direito subjectivo é a posição de vantagem resultante da afectação
de bens aos interesses de uma pessoa.
Caracterização genérica
O Prof. M. Cordeiro – vinca no direito real a existência íntima de um direito interno entre
o sujeito e a coisa e perfilhe. O Prof. O. Ascensão, nega, ao contrário da doutrina
maioritária, a característica da absolutividade defende que o que releva é a inerência da
coisa para definir o Direito Real.
Portanto, para ele, a absolutividade não é característica definidora dos direitos reais.
A Sequela
É a possibilidade de o titular de direito perseguir a coisa onde quer que ela se encontra. A
sequela é um aspecto dinâmico da inerência em que o titular da coisa pode persegui-la em
qualquer ponto onde se encontre e com quem quer ela se encontre. O direito segue assim,
a coisa.
O Prof. O. Ascensão, a sequela é o poder do titular do direito real de actuar sobre a coisa
que lhe foi afectada, na medida necessária ao exercício dos poderes que sobre ela lhe são
conferidos.
O Menezes Cordeiro, é o facto de o seu titular poder atingira coisa onde quer que ela
esteja.
A sequela manifesta-se de modo pontual, quando e na medida do necessário.
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Teorias dos Direitos Reais
1. Teoria Clássica ou Realista: deu-se no século XVII. A ideia central desta teoria
é, entender que o Direito Real terá como base um direito subjectivo que atribui a
determinada pessoa um direito.
Esse direito é basicamente facultar um gozo ao titular dessa coisa sem necessidade da
colaboração intersubjectiva de outrem.
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- A existência de uma posição activa que deve estar ligada jurídica ou
factualmente á coisa. É necessário que exista uma ligação jurídica ou factice
entre o titular de direito e a coisa;
- É necessário que o conceito do Direito Real faça uma especial esforço face a
terceiros dessa posição;
- É necessário a existência de uma posição passiva ou seja, dos não titulares desse
direito que têm a obrigação universal de respeitar a posição.
Concluindo, podemos dizer que o Direito Real é uma situação jurídica active através da
qual se faz a afectação das coisas de modo inerente aos interesses de uma pessoa
individualmente considerado.
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um direito que não depende a existência de um terceiro, não depende a
colaboração. A inerência tem também como consequência a oponibilidade erga
omnes, ou seja, o direito real é oponível a várias pessoas.
c) A sequela: é o poder do titular do direito real de actuar sobre a coisa que lhe foi
afectada na medida necessária ao exercício dos poderes que sobre ela lhe são
conferidos. A sequela é a parte dinâmica da inerência. Implica usar os meios
judiciais e extrajudiciais para perseguir a coisa onde quer que e com quem esteja.
É por isso, que o legislador estabelece algumas medidas dedicadas a fazer
entender, digo, intervir o titular quando veja que o seu direito esteja a ser
perturbado ou violado, e esses meios são as chamadas acções reais.
Acções possessórias
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Estas acções possessórias existem para todos os tipos ou categorias dos direitos reais,
tanto para os direitos reais de gozo, como para os direitos reais de garantia, bem como
para os direitos reais de aquisição.
Direito real de preferência – imagine que um casal A e B que viveu em união de facto
antes da aprovação da actual Lei de Família e pretende proceder a divisão dos bens ou da
coisa comum.
Estamos perante o regime da compropriedade (art. 1410 CC). B pode ter aqui o direito
de sequela, perseguindo a quota-parte que lhe diz respeito. Um dos mais clássicos
direitos reais de aquisição é o direito real de preferência.
A sequela é uma característica intrínseca dos direitos reais de tal modo que não há
direitos reais sem sequela. E também pode se manifestar sob a forma da inerência.
A prevalência significa que o titular de um direito real sobre a coisa a qual incide um
outro direito prevalece, o direito real, ou seja, um direito de crédito é hierarquicamente
inferior ao do direito real.
Significa também, que o titular do direito real pode excluir todos os que tiverem direito
real de gozo (art. 822; 686 CC).
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Tipicidade – regra geral, significa que o regime dos direitos reais encontra-se fixado de
forma taxativa na lei conforme o art. 1306 CC.
Significa que na nossa lei o princípio é de numerus clausus e não numerus apertus, ou
seja, a autonomia de vontade é limitada.
Será que na sua plenitude todos os direitos reais é típico? Parece que não.
Uma vez que o que é típico são apenas os direitos reais em si e o seu conteúdo e não as
suas vicissitudes, ou seja, o seu regime que inclui as suas vicissitudes, constituição,
modificação, transmissão e extinção.
Por isso, logo, as partes podem fazer surgir direitos reais típicos de modo que bem
entender, ou seja, com base em vários negócios jurídicos podem fazer surgir direitos
reais.
Consequências da Conversão
Publicidade
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a) Publicidade espontânea- verifica-se que certos comportamentos humanos pelo
seu carácter repetitivo, pela forma como a pessoa age sobre determinada coisa,
seja relevante para o direito.
Ex: A faz-se transportar sempre com um telemóvel e cria a sensação as pessoas de
que o portador seja o seu proprietário, ou seja, cria a convicção as pessoas do direito
de propriedade sobre a coisa.
O carácter repetitivo sobre o bem ou coisa faz apreender a terceiros como sendo
aquele o seu titular, já que é sempre visto na sua posse. É a publicidade do
comportamento material sobre a coisa.
A Publicidade espontânea é fundada na posse porque esta é desde logo o poder que se
manifesta quando alguém actua por forma correspondente ao exercício do direito de
propriedade ou de outro direito real (art. 1251 CC).
A Publicidade espontânea pode recorrer tanto nos bens móveis ou imóveis mas é um
meio exclusivo de publicidade dos direitos mas que tem por objecto coisas móveis.
A Publicidade organizada assenta no regime do registo é privative dos imóveis e de certos
tipos de móveis que permite uma fácil identificaçao. Aqui quando se fala de móveis se
refere aos registáveis.
A Posse ( noçao )
A Posse é o poder que se manifesta quando alguém actua por forma correspondente ao
exercício do direito de propriedade ou de outro direito real.
Desta noçao de posse ocorre que:
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- A posse liga-se aos direitos reais de gozo;
- A posse envolve uma actividade material genericamente de uso e fruiçao de uma
coisa correspondente ao conteúdo do direito real, por isso, a sua materialidade é
perceptivel por terceiros.
Para além, do registo que é uma instituiçao criada para facilitar a troca, existe o Cadastro
que publicita as terras, a organizaçao da propriedade estadual de terras.
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O Cadastro partilha com o registo uma funçao publicitária dos direitos reais. Daí que, o
Cadastro e o registo nao se possa dizer que entrem em conflito dado que a sua funçao é a
publicitaçao.
Decorre do art. 14 da Lei de Terras que a aquisiçao é sujeita a registo. O art. 20 trata de
registo, dai que nao haja vária conflitualidade como mecanismos de publicidade.
Entrentanto, encontramos certos direitos reais que nao visam dar a conhecer aos certos.
O registo predial tem por funçao dar publicidade aos direitos inerentes a bens imóveis. O
art. 1 Código de Registo Predial ( CRP ), o registo predial tem essencialmente por fim dar
publicidade aos direitos inerentes as coisas imóveis.
O objecto
Tem por objecto a funçao registal, dando a conhecer aos interessados os direitos reais que
incidem sobre determinado bem imóvel.
Quanto ao objecto do registo, reconduz nos factos que sao sujeitos a registo, e através dos
quais se verificam as vicissitudes respeitantes aos direitos reais realtivos aos imóveis. É o
facto em concreto que deu origem ao direito de propriedade.
Os factos sujeitos a registo estao no art. 2, n 1 do CRP e ainda o art. 14 da Lei de Terras.
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Sao actos de registo- a descriçao de prédio, a inscriçao dos direitos ou encargos que
recaem sobre esse prédio e ainda os averbamentos respectivos da descriçao e a inscriçao (
art. 72 do CRP ). Descriçao do Prédio, Segundo o art. 147 do CRP, as descriçoes têm
exclusivamente por fim a identificaçao fisica, económica e fiscal do prédio a que
respeitam os factos inscritos.
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registo nos termos do art. 243 do CRP. Poderá, em caso de dúvida efectuar
o registo provisório nos termos do art. 178, n 2 do CRP.
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os direitos que por ordem de data de registo se lhe seguirem relativamente ao
mesmo bem.
O Principio do Trato Sucessivo exige que haja sempre uma prévia inscriçao do bem, nos
termos do art. 13 do CRP.
- Inscriçao
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Mecanismo da justificaçao judicial do direito
Consagrado no art. 205 do CRP, consiste numa acçao declarativa de simples apreciaçao
positiva onde o requerente pede ao tribunal, que reconheça a existência do direito com
base num dado fundamento de aquisiçao do direito.
Basea-se numa mera posse. Dispoe o art. 205, n 1 do CRP que: ″ aquele que…″, ter em
conta ainda o art. 213, n 1 do CRP- se a acçao for procedente. Se a acçao for julgada
inprocedente, aquele requerente pode deduzir uma nova justificaçao nos termos do art.
212 do CRP.
É no fundo fazer prova dum determinado bem imóvel através da matriz fiscal- art. 215 e
ss do CRP. Com esta matriz predial vai se permitir lavrar a justificaçao notarial.
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Ex: A tem um registo a seu favor do seu imóvel, vende a B e, este nao regista e more. C
sucede a B e vende o imóvel a D e, este pretende fazer o registo a seu favor. Mas dizem-
lhe que nao pode registar o imóvel porque B nao efectuou o registo, e de acordo com o
registo A ainda é titular do direito de propriedade sobre o imóvel. Nesta situaçao estamos
perante ou em presença de um reatamento do trato sucessivo.
Previsto no art. 223 do CRP, e consiste no facto de haver uma desconformidade entre o
registo e a realidade que resulta do facto de existirem no registo ónus e encargos que a
fim já nao existem. Imagine que tinha sido constituido uma hipoteca sobre a casa de A,
nao houve cancelamento, o CRP assegura mecanismos para a expurgaçao destes
encargos. Fala-se aqui no recurso a acçao de justificaçao judicial para expurgar esses
onus ou encargos.
Efeitos do Registo
O que significa que, por regra, o direito nao carece de registo para existir e para produzir
efeitos que derivam do respective título.
Todavia, ao registo decorrem alguns efeitos que podem influenciar o conteúdo do direito
substantive. Assim, vamos distinguir vários efeitos do direito substantive que podem ter
um character adjective ou substantive, consoante nao toquem na existência o conteúdo do
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direito publicitado ou, pelo contrário, impliquem a constituiçao, modificaçao ou extinçao
desse direito.
Efeito Presuntivo
Decorre do art. 8 do CRP, onde se dispoe que o registo quando definitivo constitui
presunçao de que o direito registado existe, e também que o direito pretence a pessoa em
cujo nome está inscrito nos precisos termos em que o registo o define.
O registo visa assegurar e relaçao a outras pessoas que efectivamente esse direito existe e
pretence a uma determinada pessoa. Este registo te uma natureza adjectiva porque nao
incide sobre o conteúdo do direito em si mesmo, mas diz respeito a demonstraçao e prova
do direito, isto é, se há uma presunçao a favor de quem está inscrito como tendo registado
o direito a seu favor, essa pessoa está dispensada de provar a existência desse mesmo
direito.
Ex: A para provar a titularidade do direito de uso e aproveitamento da terra- DUAT, basta
a apresentaçao de uma certidao sem necessidade de apresentar o próprio título.
Efeitos Substantivos
Sao aqueles que implicam uma modificaçao, extinçao sobre o direito real publicitado.
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constitutive de um direito, logo, o registo de uma hipoteca, a promessa real, etc,
porque tal como decorre do art. 687 do CC em relaçao hipoteca para que esta
produza efeitos carece de registo. O mesmo sucede em relaçao a promessa com
eficácia real- art. 413 do CC, assim como a prevista no art. 421 do CC.
b) O Registo com efeito Enunciativo: verifica-se nos casos em que o registo nao dá
nem tira direitos, ou seja, quando as situaçoes reais, mesmo que nao registados,
produzem todos os efeitos que o direito substantives lhes concede, razao para
qual, a falta de registo, no fundo, nao afecta a produçao de efeitos tanto em
relaçao as partes, como a terceiros. E este registo tem portanto o character de
afirmaçao de enunciaçao para o direito. Enquanto, o efeito constitutivo tem por
funçao a existência do registo, o enunciativo nao interfere na constituiçao de
direitos e na produçao de efeitos nas partes.
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como requisito de oponibilidade a terceiros dos factos sujeitos a registo- art. 9 do
CRP. A omissao de registo entre as partes nao impede a constituiçao de direitos.
Ex: A vende uma casa a B e este nao regista. O facto de B nao registar A nao
pode exigir a restituiçao da casa com base na falta de registo. Com efeitos de
negócio segue o direito substantive que regula a compra e venda.
Em primeiro lugar, leva as pessoas a efectuar o registo por forma a que o Estado
possa ter o controlo da propriedade de bens imóveis, bem registado tem uma
posiçao protegida.
Ex: A vende uma casa a B que nao regista, e A vende novamente a casa a C que
regista.
Nesta situaçao, nao temos efeitos constitutivos para B, mas em contrapartida, resulta
para C efeitos constitutivos.
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No fundo há uma posiçao uma posiçao materialmente válida ( art. 408 CC ) porque
simplesmente se registou, uma posiçao.
Melhor dizendo: há aqui uma colisao em que uma posiçao é aparentemente válida, A
vende a B, o contrato de compra e venda nao carece de registo.
Segundo o Prof. Manuel de Andrade, terceiros para efeitos de registo sao pessoas que
do mesmo autor ou transmitente adquiriu direitos incompatíveis sobre o mesmo
prédio.
Exemplificando: Ao senhorio que nao registou a sua propriedade da flat nao lhe
pode ser oposta essa falta de registo por parte do arrendatário, ou seja, o direito de
propriedade coexiste com o direito de arrendamento.
Terceiro, no fundo é aquele que apresenta uma pretensao que exclui a posiçao juridica
do adquirente omisso, ou seja, do adquirente que nao registou o bem.
Ora vejamos: A vende a B que nao registou, o mesmo vendedor procede a venda do
mesmo bem a C que ao comprar registou.
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Portanto, temos aqui para o B uma legitimidade material e para o C uma legitimidade
registal.
Segundo o Prof. Manuel de Andrade, os bens devem ser transmitidos para proteger o
terceiro deve haver identidade do transmitente cuja falta nao haverá protecçao. Está
posiçao é criticada, pois os terceiros podem ser várias pessoas que tenham obtido do
alienante, directa ou indirectamente, direitos incompatíveis sobre a coisa, segundo os
Profs. Vaz Serra, Rui Pinto Duarte, Pires de Lima.
Requisitos da boa-fé
Há quem defende esta posiçao( o Prof. Rui Pinto, Penha Gonçalves ) porque a fé
passa do registo é objective resultando apenas da inscriçao a favor do disponente
( aquele que vende o bem ) e nao do comportamento concreto do tereceiro. Logo o
terceiro nao tem que estar de boa-fé.
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quem dispendem o património para adquirir a posiçao juridica em deterimento de
quem nada tem a perder.
A maior parted a doutrina nao defende o caracter oneroso. O Prof. Rui Pinto, A.
Varela consideram que o caracter de onerosidade nao é exigido no art. 7 do CRP nao
sendo também de ajustar a tutela de boa-fé.
O terceiro é aquele que nao foi parte no acto nulamente levado a registo, isto é, é o
subadquirente do falso transmissário do direito registado. Para o terceiro ser tutelado
tem que haver um registo prévio do transmitente. A lei diz expressamente que o
terceiro deve ter boa-fé e que haja o caracter oneroso da aquisiçao do tereceiro.
O art. 291 CC, esta situaçao de invalidade material, trata-se de casos em que o
negócio juridico pode ser nulo ou anulável por erro, dolo, coaçao ou incapacidade da
disposiçao da coisa alheia.
Declarada a invalidade, as partes ficam obrigadas a restituir tudo o que tiver sido
prestado ou o valor correspondente segundo o art. 289, n 1 do CC. Todavia, a lei
preocupa-se com os terceiros subadquirentes que nao foram parte no negócio invalido
garantindo-lhes a inoponibilidade da declaraçao da nulidade ou anulabilidade
Segundo o art. 291 do CC.
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