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(Hebraico: )בַּ עַּ לA palavra “Baal” tem vários significados. Pode significar “Senhor”,
“Proprietário”, “Mestre” e “Marido”. A palavra Baal pode ser usada tanto para humanos
com certa autoridade quanto para divindades. Na verdade, Baal é um título (Senhor),
assim como a palavra hebraica “Adonai” que também significa “Senhor” e era utilizada
para se referir à divindade israelita Jeová.
2 - Baal Hadade
1 Reis 15:18
Então Asa ajuntou a prata e o ouro que haviam sobrado no tesouro do templo do Senhor e
do seu próprio palácio. Confiou tudo isso a alguns dos seus oficiais e os enviou a Ben-
Hadade, filho de Tabriom e neto de Heziom, rei da Síria, que governava em Damasco,
Estela de Baal Hadade encontrada em Ugarit, Síria, 1400 AEC – Museu do Louvre- Paris
3 - Baal Hadade-Rimom
18 Mas que o Senhor me perdoe por uma única coisa: quando meu senhor vai adorar no
templo de Rimom, eu também tenho que me ajoelhar ali, pois ele se apoia em meu braço.
Que o Senhor perdoe o teu servo por isso”.
Representando um lugar:
4 - Baal Peor
(Hebraico: )פעור בעל: “Senhor de Peor”. Peor era uma montanha localizada na região de
Moabe (atual Jordânia). Não se sabe se este Baal era mais uma manifestação local da
divindade Baal Hadade (ligada à fertilidade) ou outro deus específico da região (mais um
deus chamado “Senhor”). Especula-se que Baal Peor seja outra designação de “Quemós”,
a divindade nacional dos Moabitas.
5 - Baal Berite
Significa “Senhor da Aliança”. Segundo o livro de Juízes esta era a forma predominante de
adoração no território de Israel, nesta época, principalmente na cidade de Siquém. A
“Aliança” ao qual esse Baal se refere deve ser uma aliança entre cidades canaanitas
(Siquem inclusive) ou a aliança feita por meio de tratados entre tribos (um exemplo é o
“tratado” firmado por Siquém e Jacó em Genesis 34). Interessante que “Baal Berite”
(Senhor da Aliança) parece ser equivalente à “El-Berite” (Deus da Aliança), outra divindade
cultuada pelos canaanitas. Isso é uma evidencia que o nome “’El” (Deus) também era
usado para tratar divindades cujo nome era “Baal”:
Juízes 8 - (NVI-PT)
33 Logo depois que Gideão morreu, os israelitas voltaram a prostituir-se com os baalins,
cultuando-os. Ergueram Baal-Berite como seu deus, e
Baal-Berite e El-Berite são os mesmos deuses da cidade de Siquém, note:
3 Os irmãos de sua mãe repetiram tudo aos cidadãos de Siquém, e estes se mostraram
propensos a seguir Abimeleque, pois disseram: “Ele é nosso irmão”. 4 Deram-lhe setenta
peças de prata tiradas do templo de Baal-Berite, as quais Abimeleque usou para contratar
alguns desocupados e vadios, que se tornaram seus seguidores.
Juízes 9:46
6 - Baal-Hamom
A origem desta divindade é incerta. O erudito bíblico Frank Moore Cross atribui sua origem
à Montanha Amanus, na Síria. Inscrições encontradas na fenícia identificam um deus
chamado “El-Hamom”, possivelmente Baal-Hamom e El-Hamom eram a mesma divindade.
Este deus foi amplamente venerado na cidade de Cártago, no 5º século AEC. Na bíblia,
Baal-Hamom é citado como um lugar onde o Rei Salomão possuía um vinhedo.
Salomão possuía uma vinha em Baal-Hamom; ele entregou a sua vinha a arrendatários.
Cada um devia trazer pelos frutos da vinha doze quilos[a] de prata.
7 - Baal-Zefom
(Hebraico: )צפון בעל: Significa “Senhor do Norte” ou “Senhor [da Montanha de] Zefon. A
palavra “Zefon” em hebraico significa “norte”, por isso pode parecer ambíguo quando esta
palavra se refere ao norte de algum lugar ou à montanha chamada “Zefon” (Norte) que fica
na Síria. Baal Zefon provavelmente era mais uma forma em que era conhecido Baal
Hadade, deus dos trovões. Na bíblia o nome Baal-Zefon é descrito como um lugar perto de
onde os israelitas acamparam, durante a época do êxodo.
“Diga aos israelitas que mudem o rumo e acampem perto de Pi-Hairote, entre Migdol e o
mar. Acampem à beira-mar, defronte de Baal-Zefom.
Segundo a mitologia dos cananeus de Ugarit na Síria, a montanha Zefon era lugar de
morada dos deuses onde eles se reuniam em assembleias. Interessante que esta tradição
é preservada no livro de Isaias na bíblia:
Isaías 14:13 - (TNM)
No que se refere a ti, disseste no teu coração: ‘Subirei aos céus. Enaltecerei o meu trono
acima das estrelas de Deus* e assentar-me-ei no monte de reunião, nas partes mais
remotas do norte*.
Norte = Zefon
8 - Baal-Zebube
(Hebraico: )זְ בּוב בַּ עַּ לSignifica literalmente “Senhor das Moscas”. Acredita-se que o
nome original desta divindade seria “Baal-Zebel” (com a letra hebraica LAMEDE “”ל
no lugar da letra hebraica BETE “ ”בno fim da palavra “Zeb-“) que significaria
“Senhor Príncipe”. Os escribas judeus deliberadamente substituíram as letras como
forma de menosprezar a divindade estrangeira. A palavra “Zebel- Baal” ou “Príncipe
Baal” é encontrada nos textos de Ugarit, Síria, dando suporte a esta tese de
adulteração de grafia feita pelos escribas judaicos. Baal-Zebube era um deus
cultuado na cidade de Ecrom, que ficava na faixa de Gaza. Posteriormente, séculos
depois no cristianismo, este deus foi equiparado ao Diabo como Belzebu.
Certo dia, Acazias caiu da sacada do seu quarto no palácio de Samaria e ficou muito
ferido. Então enviou mensageiros para consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom, para
saber se ele se recuperaria.
9 - El
El era muitas vezes chamado de “O deus touro”. Não obstante várias vezes a bíblia
faz associação de Jeová/El como sendo adorado por meio de imagens de touro. Veja
esta tradição preservada na bíblia. Durante o êxodo do povo israelita, Arão fez uma
imagem de ‘El (Deus) em forma de um touro:
4 Ele tomou então [o ouro] das suas mãos e moldou-o com um buril, e passou a fazer
dele uma estátua fundida de bezerro. E começaram* a dizer: “Este é o teu Deus,* ó Israel,
que te fez subir da terra do Egito.”
Durante o reinado de Jeroboão em Israel, foram feitas imagens de touros como forma de
representação a El:
10 - Anate
Deusa da guerra dos cananeus. Na bíblia ela nunca é mencionada como deusa, e sim
como nome de cidade.
Depois de Eúde veio Sangar, filho de Anate, que matou seiscentos filisteus com uma
aguilhada de bois. Ele também libertou Israel.
11 - Aserá
(Hebraico: )אֲ ֵׁש ָרהDeusa da Fertilidade e deusa Mãe. Esposa de El. Há grandes evidências
que era cultuada junto a Jeová, pois Jeová e El eram encarados como mesma divindade
pelos antigos Israelitas. (logo também era encarada como esposa de Jeová). O culto à
Aserá envolvia adoração a postes de madeiras entalhados, que representavam uma figura
feminina. Era também descrita como “Rainha dos Céus”. Aserá e Baal são deuses citados
diversas vezes na bíblia.
Agora convoque todo o povo de Israel para encontrar-se comigo no monte Carmelo. E
traga os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Aserá,
que comem à mesa de Jezabel.” .
É certo que faremos tudo o que dissemos que faríamos — queimaremos incenso à Rainha
dos Céus e derramaremos ofertas de bebidas para ela, tal como fazíamos, nós e nossos
antepassados, nossos reis e nossos líderes, nas cidades de Judá e nas ruas de
Jerusalém. Naquela época tínhamos fartura de comida, éramos prósperos e nada
sofríamos.
Imagem de Aserá
12 - Astarte
(Astarote): deusa da fertilidade, sexualidade e guerra. Seu culto era bem proeminente
pelos cananeus. A deusa Astarte é ligada à deusa Ishtar dos assírios/babilônicos.
13 - Dagon
(Hebraico: )דגון. Deus de origem Assírio-babilônico. Seu nome significa “grão”, por isso era
associado à fertilidade. Um dos símbolos que o representavam era o peixe, como forma de
multiplicação. Divindade também cultuada pelos Cananeus e Filisteus.
Representação de Dagon:
14 - Moloque
(Hebreu: )מלך. A palavra Moloque é formada por três letras M-L-K que significa “Rei”.
Provavelmente Moloque era originalmente pronunciado como “meleque” ou “melqui” (veja,
por exemplo, nomes que levam M-L-K e se pronunciam meleque, como Abimeleque ou
Melquisedeque). Os judeus quando traduziram a bíblia para o grego acrescentaram as
vogais “o” e “e” na raiz semítica “M-L-K” como forma de zombar com o nome desta
divindade (as vogais “o” e “e” vem da palavra “bosheth” que significa “vergonha”). Não é
certo se o nome Moloque (Rei) era um título para um deus ou se era o próprio nome deste
deus. Alguns especialistas apontam que Moloque era mais uma representação local do
deus Baal, ou seja, o deus poderia ser conhecido como Moloque-Baal (Rei Senhor), mas
não há grandes evidências disso. O culto a este deus era amplamente difundido em toda
canaã, e aparentemente sacrifícios humanos estavam ligados à adoração desta divindade.
Moloque era o principal deus dos Amonitas:
2 Reis 23:10 (NVI)
Também profanou Tofete, que ficava no vale de Ben-Hinom, de modo que ninguém mais
pudesse usá-lo para sacrificar seu filho ou sua filha a Moloque.
Ele seguiu Astarote, a deusa dos sidônios, e Moloque, o repugnante deus dos amonitas.
O rei profanou também os altos que estavam ao oriente de Jerusalém, à direita do Monte
de Corrupção, os quais Salomão, rei de Israel, edificara a Astarote, abominação dos
sidônios, a Quemós, abominação dos moabitas, e a Milcom, abominação dos filhos de
Amom
15 - Adrameleque
Possível divindade solar, ligada a Moloque. Seu nome significa “Adar é Rei”
16 - Anameleque
Possível divindade lunar, liga a Moloque e ao deus Assírio/Babilônico Anu, deus dos céus.
Seu nome significa “Anu é rei”.
17 - Amon
Deus da cidade egípcia de Tebas. Posteriormente foi incorporado ao deus Rá, tornando-se
Amom-Rá.
O Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, diz: Castigarei Amom, deus de Tebas[a], o
faraó, o Egito, seus deuses e seus reis, e também os que confiam no faraó.
18 - Azazel
Não há indícios firmes que Azazel tenha sido uma divindade canaanita anterior ao culto de
Jeová pelos israelitas. Porém, em textos apócrifos como o Livro de Enoque (1 Enoque
10:8), Azazel é descrito como sendo um anjo que se rebelara contra deus.
“Arão sacrificará o novilho como oferta pelo seu próprio pecado, para fazer propiciação por
si mesmo e por sua família. 7 Depois pegará os dois bodes e os apresentará ao Senhor, à
entrada da Tenda do Encontro. 8 E lançará sortes quanto aos dois bodes: uma para o
Senhor e a outra para Azazel. 9 Arão trará o bode cuja sorte caiu para o Senhor e o
sacrificará como oferta pelo pecado. 10 Mas o bode sobre o qual caiu a sorte para Azazel
será apresentado vivo ao Senhor para fazer propiciação, e será enviado para Azazel no
deserto.
19 - Asima
Deusa do Destino, Asima significa “O Nome” na língua dos semitas ocidentais. Esta
divindade é ligada à deusa Shimti dos assírios/babilônios.
20 - Sucote-Benote
Divindade cujo nome significa “Tenda das filhas”. Nada se sabe sobre a natureza desta
deusa.
21 - Nergal
No entanto, cada grupo fez seus próprios deuses nas diversas cidades em que moravam e
os puseram nos altares idólatras que o povo de Samaria havia feito. 30 Os da Babilônia
fizeram Sucote-Benote, os de Cuta fizeram Nergal e os de Hamate fizeram Asima;
22 - Betel
Significa “Casa de ‘El” ou “Casa de deus”. Betel era alguma divindade independente ou um
aspecto de alguma outra divindade, possivelmente ‘El ou Baal. Um deus com o nome
“Casa de deus” (Betel) é atestado em um documento datado do ano de 677 AEC, um
tratado entre os reis Assaradão da Assíria e Baal I de Tiro, onde se lê:
No texto de Jeremias fica claro que Betel era um deus cultuado pelos israelitas, pois é
colocado em paralelo com o deus “Camos” que era a divindade patrona dos Moabitas.
23 - Camos ou Quemós
Divindade nacional da nação de Moabe (atual Jordânia). A origem de seu nome é incerta.
Alguns historiadores afirmam que este deus estava ligado a Moloque, já que é indicado na
bíblia que eram oferecidos sacrifícios humanos para pedir favor a Camos.
No monte que fica a leste de Jerusalém, Salomão construiu um altar para Camos, o
repugnante deus de Moabe, e para Moloque, o repugnante deus dos amonitas.
24 - Gade
Deus semítico do Destino (Sorte). A palavra Gade significa “dividir” dando a ideia que o
destino é “dividido” entre as pessoas. Traduzido na bíblia como “Sorte”:
“Mas vós sois os que abandonais a Jeová, os que vos esqueceis do meu santo monte, os
que pondes em ordem uma mesa para o deus da Boa Sorte*.
25 - Marduque (Bel)
Marduque era a divindade patrona da cidade de Babilônia. Recebia o título de “Bel” que
significa “Senhor” na língua dos babilônicos (similar a “Baal” dos hebreus). Seu nome
significava “bezerro solar”.
Bel se inclina, Nebo se abaixa; os seus ídolos são levados por animais de carga[a]. As
imagens que são levadas por aí, são pesadas, um fardo para os exaustos.
27 - Neustã
Serpente de Bronze feita por Moisés (Números 21:4-9) e foi reverenciada como ídolo pelos
israelitas. Provavelmente o nome deste ídolo não era “Neustã” pois esta palavra significa
literalmente “pedaço de latão”.
30 - Nisroque
Certo dia, enquanto ele estava adorando no templo de seu deus Nisroque, seus filhos
Adrameleque e Sarezer mataram-no à espada e fugiram para a terra de Ararate. Seu filho
Esar-Hadom foi o seu sucessor.
Seu nome significa “amanhecer” ou “alvorada”, esta divindade é uma personificação feita
pelos canaanitas deste fenômeno da natureza. Em Ugarit, na Síria onde foram
encontrados vários escritos sobre a religião dos cananeus, Shahar (Alvorada) era irmão
gêmeo do deus Shalim (crepúsculo), ambos filhos de El. Os dois deuses eram
representados pelo planeta Vênus. Na Bíblia a palavra “shahar” é empregada literalmente
como “alvorada”. Alguns eruditos bíblicos afiram que os versos de Isaías 14:12 remontam
à tradição antiga do deus canaanita Shahar:
Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado à terra,
você, que derrubava as nações!
Deus de origem suméria, patrono dos alimentos e da vegetação. Era mais uma divindade
que representava o ciclo de Viver-Morrer-Ressuscitar. Um dos rituais de culto a este deus
envolvia entoar “lamentações” e ficar de “luto” pela morte de Tamuz.
Então ele me levou para a entrada da porta norte da casa do Senhor. Lá eu vi mulheres
sentadas, chorando por Tamuz. 15 Ele me disse: “Você vê isso, filho do homem? Você
verá práticas ainda mais repugnantes do que esta”.