Sunteți pe pagina 1din 28
LEVANDO OS DIREITOS A SERIO Ronald Dworkin Taio [NELSON BOEIRA Liga Penne ares Setanepaesaromcma Martins Fontes ‘S20 Pauo 2002 "a sr a lpr nat grace heer om Indice Introd. 1. Teosia do dirito 2. Omodele de regra 3. O modelo de regras I... 4. Casos dines. 5, Casos consitucionais, 6.A justga © 0s direitos. 7: Levande os direitos a séro, 5. A desobediéncia civil. ‘9. A disriminagdo compensatria. 10, Liberdade morlismo. 1H. Liberdadee liberalism... 12. Que direitos temos?. 13. Os direitos podem ser controveros Apindice: Resposa as eriicos indice de nomese asuntos vit B B Tal 205 235 233 315 38 3m 399 29 4a 565 2 LEYANDO OS DRerTOS 4 RIO 4o sob fianga.Pois qualquer predic desse tio, se for coeten- te, deve basear-se na concepglo de que um indiviuo € um ‘membro de uma classe com tragospatiulares, clase essa que tem mas probabildade de cometr crimes que outas. A predi- 0 deve Ser atuarial, como a que uma companhia de seguros faz a rexpeto da probabildade de adolescentessoferem aci dentesautomobilstios, Mas é justo colocar alguém na pri- 0 com base em um juizo, ado importa quio acurado, acerca de uma classe, porque isso nega seu dreto a ser tatado, en- ‘quanto individvo, com igual respeito, Captaio2 O modelo de regras I 1. Questbes embaracosas (0 jurist apbiam-se pesadamente nos concitos core tos de dieitojuridico e obigasio juriiea, Dizemos que al- ‘guém tem um dieito ou uma cbrigacio juridica e tomamos ‘ssa afirmagio como uma base sida para faze reivindica- ‘bes exigencia, bem como para critica 0s aos das autori ‘es pblias. Mas nossa compreensio deses concetos & ex- ‘reotdinariamente frgileficamos em difculdades toda a vez aque tentamos dizee 0 que sto direitos e obrigades juriicos. Dizemos com loquacidade que o fato de uma pessoa ter ou no uma obrigagiojurdiea€ determinado pela aplicagio do “di- reito” 208 ftos particulars de seu caso, masa resposta no & ‘muito i, pois tems as mesmas dtieldades com o conceito Ae dieito [Estamos scostumados a resumir nossos problemas is qwestaes clissicas da teria do dircito: O que & “o dirito”? Quando, como ocore freqientemente, dss partes dscordam 2 respeto de uma proposigo “de dieito”, sobre © que estio Aiscordando e como devernas decir sobre qual dos lados ests ‘com a #4280? Por que denominamos de “obrigaglo jurdica” aquilo que “o direito”enuncia? Neste caso, “obrigagio”éape- ‘nas um termo tcnico qv significa apenas o que & enunciado ‘ela lei? Ou a obzigaio juridica tem algo a ver com a obrigs- ‘lo moral? Podemos dizer, pelo menos em principio, que 2 Levano 0s pieeiTos 4 sé8I0 temas as mesmas rzBes tanto para cumprirnossasobrigaydes juridicas como para cumprir nossa obrigagSes moras? [Estas nio so peplexidades para ficarem guardadas no armiro-e serem tazidas de volta em um dia chuvoso, para divesio. Ela noscausam embarago quando lidamos com pro- biemas especificos que precisamos resolver de uma maneira co de outa. Suponhamos que um caso inusitado de dreto & Privacidade chegue ao tribunal e que autor da ago no ive «que nenhuma lei ou jurisprudéncia. Que papel devera desem- penhar na decisfo do tribunal ofato de que a maoria das pes- Soas da comunidade pense que cada individuo tem uma perro- ttva “moral” a ess privaidade particular? Suponkamos que 8 Suprema Corte ordene alberta de um prisioneiro porque policiautilizou métodos que a partir de agora a Corte decla- 2 proidos constiucinalmente, embora em suas decisis ante Flores tena aceto esses procedimentos. Deve a Corte para set Consistent, liberar todos 0s prisioneiros anterormente con- denados com base nos mesmas procedimentos"? Perplexida- des conceituas sabre “o dieto”e a “obrigago jurdia” tot- ‘am-se agudas quando um tribunal & conontado com um peo- blema como esse. sas turbulénciasapontam para uma doenga erica. Dia pds di, aravés do uso da forga, mandamos pessoas para a isi tramos dinero delas, ou as levamos a fazer cosas que ‘lo desejam fazer, e, para jusificar tudo isso, dizemos que ‘essa pessoas iningram a ei deixaram de eumprr suas obr- ‘gag0es juridicas ou intereriam nos direitos juriicos de ob- tras pessoas. Mesmo nos casos mais claros (um assalto a banco ‘ov uta quebra voluntiria de contro), quando estamos certos «de que alguém tem uma obigasio juriicae a infingu, nio somos capazes de ofrecer uma exposiglosatsatria do que 1 Ver Linker os, ale, 381 US. 618 (1955, N. do Ta ts et deites jt sot-amencanas indica site pees a0 nus decent trad (1965) fete bos (US. Used Scie Spee Cou Report) volume (34) pia (618m ge OMODELO DE REGRAS 25 _aguil significa ou porque aqulo autorza o estado a punto ‘ou coagi-lo. demos sentir que o que estamos fizendo é cor reto, mas, enguanto mio idenificamos os principio que esta- mos seguindo, nfo podemos estar certos que eles so suficien- tes, ov se 0s estamos aplcando consstentemente. Em casos menos clos, quando saber so uma obrigacio fi ining & por alguma razio um tema controvertdo,aintensidade dessas fvestdes prementes aumenta © nossa responsabilidade de {encontrar resposias se profunds Alguns jurists (que podemos chamar de “nominalista”) insistem em que a melhor mancra de resolver tis problemas consiste em ignoré-os. Na concepeéo deles, os conceitos de “obrigago juridiea” eo direito” 80 mites, inventados e man- tidos pelos jurists em nome de uma sombria mistra de mot- vos conscientes ¢ inconscientes. As perplexidades que esses conceitos provocam si simplesmente sntomas de que eles sio mitos. las so insolives porque so ireaise a nossa preocu- Pgdo com elas & apenas um trago da nossa eseravido, Melhor seria se nos lvrssemos inteiramente das perpexidades © con- cites, persegussemos nossos importantes obetivas socais sem esse excesso de bagagem. Essa é um sugesio tentadora, mas tem desvantagens f- tai Antes que possamos decidir que nosos conceitos de di- eto e obrigngdojuriicasbo mitos, necesstamos decidir 0 que ‘lo, Devemos ser capazes de expor, elo menos aproximad _mente, o que é que todos acreitamos Ser um ero, Mas ocerne ‘do nosso problema & que temos grande dificuldade de fazer jstamente isso, De ft o perguntarmas o que €0dieito eo que sto as obrigagbes jurdicas, estamos pedindo uma teria sobre como utiliza eses conceit e sobre os compromissos conceituais que o ct uso implica, Antes de termos uma tal eo- ‘ia geral, no podemesconclur que as nssuspriticas si est das ou supesticiosas, ‘Sem divida, os nominalitas pensam que sabem como 6s outros utilizamos esses conceit. Eles pensam que quan- do falamos “odireto”,queremos dizer um conjunto de eras temporas,estocadas em algum depésito conceitual a espera 6 LEVANDO 0S DIREITOS 4 SERIO ‘de que 0s jules as descubram © que, quando falamos sobre ‘obrigagesjurdicas, estamos nos referindo as cadeasinvsi- ‘ves qe, dealgum modo, essasmisteriostsregrasfecem i nos- Sa volta, A teria de que exist tas regraseeadeias € po eles ‘chamada de “teoria mecinica do diteto”e esto ceros a0 rdi- ‘ularizar 08 adopts dessa teora. Contudo, enfrentam a cifi- ‘uldade de encontrar tas adeptos para ridicularizar.Até agora, eles tveram pouca sorte em enjaulareexibiradeptos da teoria, ‘merinica do dieito (todos os espécimes capurados ~ até mes- ‘mo Blackstone © Joseph Beale tveram que ser ibertados apis. leituracuidadosa de seus textos) De qualquer modo, ¢ evidente que a maioria dos jurists no tem em mente nada de semelhante quando falam sobre 0 ireito ¢ a obrigasio jurdica, Um exame superficial das nos- ‘35 priticas€suficiente ara mostrar isso, pos falamos de leis ‘que mudam eevoluem e de obrigagieslegas que as vezes so problemdticas Desa ede outras maneias mostramos que no so- ‘mos dependents da toriamecnica do direit. ‘Nilo obstante isso, fazeros uso dos concetos de dieito © de brignsojurdica ¢ supomos que a autorizagio da scieds- ‘e para pure coagir etd expressa nessa moeda. Pode ser que, ‘quando os detathes dessa pita forem desnudais, os concei- tos que uilizamos venham a mostrar-se to toloseprenkes de itusdes quanto aqeles que os nominalistas inventaram, Se isso ‘ovorrer, eremos que encontrar ouras maneira de descrever 0 ‘que fazemos, sea fornceendo justfieagbes, ea alerando n0s- ‘3 priticas. Mas enquanto no descobrirmos isso ¢ fizermos ees ajustes, no poderemos aceitar 0 convite premature dos. rnominalistas para que voltemos 2s estas aos problemas colo- cados por nossos conceit aus. ‘Sem divida a sugestio de que paremos de falar sobre “o ireto” ea “obrgagiocieniiea”¢ em grande parte um bee ses conceitos estio profundamente enraizados na estrutura as nossaspritcas politics ~ cles no podem ser deixados de Jado como se fossem cigaros ou chapéus. Alguns nominalis- ‘as admitram parcialmente isso e afirmaram que 05 mitos que cles condenam devem sr vistos como mitosplatnicose pre servados para induzit as massis a aceitara ordem social. Tal- ‘OMODELO DE REGRUS 2 vezasugesti no sea tH cinica quanto parece; talvez ela seja uma maneira dissimulads de esquivarse de uma sposta dibia Se ignoramos oblefe, oataque nominalista reduz-se um atague contra a teoria mecnice do direto. Nio obstante suas heroicasexortagdes sobre a morte do dieto, os prOprios no- rminalsgs ofereceram, embutida em seus atagues, uma andlise teu, mais adante, porque aquele qu pens sobre odireto como ‘um conjunto especial de regra équaseineitavelmentelevado ‘a expicar casos dificeis em termos de um exereico de poder ‘iseriiondro por parte de lguém.) 3. Regras, princiias e poltcas Quero langar um ataquegeral contra o postviso e usa rea versio de H. L.A. Hart como alvo, quando um alvoespe- cific se fizer necessivio, Minka estratégia ser organizada em tomo do fato de que, quando os jurists raciocinam ou debate 36 LEVANDO OS bRerros.a SERIO 4 respeito de iritose obrigadesjuriics,partcularmente raguees casos dies nos qua nossos problemas com esses oneeitosparecem mais agus, eles recorem a padres que $e fncionam come reqs, mas pear diferetement, arn Prinipis,plftias e oubos tips de padres. Argument ue opostvsmo€ um modelo dee para um sistema do regas que Sua nog ceal de um inio teste fundaertal pas 9 Gieto ns fog a jgnoraro pape imporantesdesempenhse dos pelos padres que ni so rer. "Acabei de menionar “principio, plitase outros tipos de pales" Com musta fegitnea utzare termo “pin- «pio de manera genérica, para indcartdo esse conjunto de res que no so repre evetualiente porém, seri mais reso esbcecere una distin ene priniiseplicas ‘Rina que presente argumento nada vi depend dessa die tingle, devo expr como chegui a el. Denoino “politica” quel ipo de pedro que esabelece um objetivo ase alan- Gado, em gerel uma methria em algum aspect econdmico, Politc ou socal da comunidad (ainda que certs objtivos Sejam negatvos pelo fato de estipuarem que algum estado atual deve ser protegido conta modangs adverse). Deno- tino “principio” um pedro que deve ser observado, io por Que vi promover ou segura uma situagloeconémica, pole tea 0 socal considerada desejvel, mas porque & uma exi- cia de jusiga ou eqidae ow alguma outa dinensio da Imoaldade. Assim, opaio que extabelece que op acidentes automobilisticos devem ser reduzidos ¢ uma politica e ‘ude segundo o qual neshum home deve beneficiarse de Seusprpriosdelitos & um principio. A distin pode ruse imerpretaros um principio como a expresso de objetivo so- ial (t,o objedv de uma sociedade na qual neu bo- ‘mem beneicase de seu proprio delito) ou interpetarmos "una politica como expressando un pieipio (sto pinch pio de que o objetivo que a contim é mertro) x, ainda, se ‘Mota a tes utara segundo a qual os pritpios de jstg so dclaragesdisrgads de objets (asegurar a ‘maior Felicidade pra o maior mero. Em alguns contextor omoDELODE REGRAST a a distingdo tem usos que se perdem, quando ela desmorona dessa maneir “Meu objetivo imei, porém, &dstngurosprinlpios, no seatidogenérco, das repras © comegareireunindo alguns exem- ‘los dos primetos. Os exemplos que oferago slo escolhidos leatoriamente,quase todos as catos meneionados em um Ivo dito de dito contim exemplos que seria igualmente ies, Em 1889, no famoso caso Riggs conra Palmer’, um tribunal de [Nova lorgueteve que decidir se um herdcro nomeado no testa ‘mento de seu avd poderiaherdaro disposto naguele testament, to embora ele tivesseassassnado seu avb cam ese objetivo, tribunal comegou seu raciocinio com a sepuinte admisso: “E bem verdade que as leis que regem a feitur, a apresentagdo de rovas, os efeitos dos testamentos ea tansferéncia de proprieda ‘e, se interpetads litealmente © se sua eficicia ¢ efeto nfo puuderem, dé modo algum e em quaisquercicunstincias, set Timitados ou modificados, concedem essa propredade 0 asas- sino." Maso tribunal prossegui,observando que “Yass leis © 0s contratos podem se imtados a sua execugoe seu efeto or miximas geras efundamentas do dirt cortumei®, A ninguém seri permiigo lucar com sua propria faude, benef- clase com Seu prpris te liitos, basear qualquer reivind- «cago na sua propia inigidade ow aduirir bens em decorténcia de seu propio crime". Oassassinonioreeebeu sua heranga, 1. Ver apie 4 Ver ube Dustin, "Waser: Te Sui Decision’, 7 Eis 4 (1968), reese "Does Law Hye» Fs ‘on? 14 Yolen dont 610196), STLASY. S22 NE 188 (18), 10K, em 803,22 189. * Commo en temo digs stem did is rien ‘chasis omleiscmmnetar eal san eng, ue ae Farr deurina open Deane pra xr fro Jam eis que deo es ene» pr a ce ons pes ses pomane rs eps lpsitv. Vr Bt + La ‘rena il Berman Win rene The Nat on aston of as p71, 167 Pal Vino Common Sere La, Ono Unies Pew, Lone, 13 eran pid VN do) 38 {LEYANDO OS DIREITOS A SERIO Em 1969, um wibunal em Nova Jéseideparoy, no caso Henningsen contra Bloomfield Motors, Inc, com a impor tante qustio de saber se (ou até que ponto) um fbricane de automéveis pode limitar sua responsabilidade no caso do auto- nivel ser defetuoso, Henningsen hava comprado um caro e assinado um contrato que dizia que a esponsabilidade do fa- bricante por defeitos imitva-se ao “conser das partes de- feiruosas ~ “essa garanta substitu expressamente toda a ou- ‘as garanas,obrigagées ou responsabilidades", Henningsen rgumentou que, pele menos nas eircunstincias dese ca80, 0 fabricante ndo devia ser protegido por essa limitagio e devi ser responsabilizado pela despesas médicase de outros tipos das pessoas feridas em uma olisdo, Ele nfo conseguiuindiar ‘enhuma Tei ou regra de dteitoestabelecida que proibsse © fabricante de insist (ns termos do no contrato, Nao obstan tess, o tribunal concordou com Henningsen. Em véris pon- tos de sua argumentago, o tribunal apela aos sepuinies pa Aides: (a) "Deveros ter em mente o principio geral de que, na suséncia de fraude, aguele que nfo I8 0 contrato antes de assi- 1né-lo no pode, mas tarde, minimizar seus encargos"®(b) "Na aplieagdo desse principio, o preceto bisico da liberdade das partes competentes pata contratar€ um fator importante (c) “A liberdade de contratarnio é uma doutrna to imunvel a onto de ndo admiir nenhuma ressalva na rea que nos con- cere." (6) "Em uma sociedade como a nossa, na qual oauto- mével & um acessério comum e necessiro & vida cotidiana © 1a qual 0 seu uso ¢ tio choi de perigos para 0 motorist, os assageiros e opiblico,o fabricante tem uma obrigngoespo- ial no que diz respeito a fabricagdo, promogio e venda de ‘seus cares. Conseqientements, os tribunais dover examinar ‘minuciosamente os conratos de compra para ver se 0 interes: ‘#5 do consumidore do pubico esto sendotratads com eqii- 12.33.35, 161 4.2860 (940). ica, om 385,161 82m 8h lem, em 38,161 A246 86 (oMoDELO DE REGRAS 2° dade." (¢) “Exist algum principio que sea mais familiar ou ‘mais frmementeinseritonahistéria do diretoanglo-america- fo do que doutrna basilar de que os tribunas no se permiti- ‘Ho ser usados como instrumentos de nighdadeeinjustiga?™” ("Mais especficamente os tbunaisem ger recusam a pres- ‘arse a parantr a execugdo de uma “barganha” na qual uma parte aproveitou-seijustamente das necesidades econémicas a oura."* <1 te pads especificados nessa citages no sto do tipo (qistomamce como reprsjuridicas.Parecem muito diferentes \darpuopcatgtes como “A maxima velocidade legalmente per- Aasmaan seto-enrade & noventa quilémetos por hora” ov ‘Atewsmatament 6 invlido a menos que assinado por tr es- ‘seams. Eles so diferentes porque sto princpiosjuriicos ‘endo reps jurdicas, ‘A diferenga entre principios jariicos e regras juridicas & de naturezaIogca. Os dos conjuntes de padres apontam para

S-ar putea să vă placă și