O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de
dois ou mais agentes para a prática de um delito ou contravenção penal. O ordenamento jurídico pátrio adotou a teoria monista para determinar a natureza jurídico-penal da conduta criminosa praticada por mais de um delinquente. Essa teoria entende que a codelinquência é tratada como crime único devendo todos responderem pelo mesmo crime. No entanto a pena de cada delinquente será valorada de acordo com as condutas praticadas. Quanto a autoria: Para se compreender a coautoria é necessário se verificar a autoria do delito. A legislação penal adotou a teoria restritiva de autor. Segundo essa teoria o autor e participe não se confundem. Autor será aquele que praticar a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Todos os demais, que de alguma forma prestarem colaboração serão considerados partícipes. Quanto a diferenciação de autor e participe: O código penal adotou a teoria objetivo formal, considerando autor aquele que realiza a conduta descrita no núcleo do tipo, já que denota sua vontade de autor, contraposição a vontade de colaboração do participe. Entretanto, considera-se adotada a teoria do domínio do fato para os crimes em que há autoria mediata de forma a complementar a teoria adotada. Para essa teoria autor é aquele que possui o domínio da conduta criminosa, decide o tramite do crime sua pratica ou não. Teoria Monista: O concurso de pessoa pode ser conceituado com a colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou contravenção penal. O ordenamento jurídico pátrio adotou a teoria monista para estabelecer a natureza jurídico penal de uma conduta criminosa praticada por diversas pessoas. Segundo essa teoria a codelinqüência deve ser entendida como crime único, devendo todos responderem pelo mesmo crime. Isso não significa que todos que respondem pelo delito terão a mesma pena. A pena de cada um irá corresponder a valoração de cada uma das condutas. Dentre os elementos relevantes para o concurso de pessoas podemos citar:
Pluralidade de agentes. É necessário que tenhamos
verificado a existência de mais de um colaborador, e que, segundo a melhor doutrina, eles tenham discernimento, de maneira que a ausência de culpabilidade afastaria o concurso de agentes, devendo ser reconhecida a autoria mediata.
Relevância causal da colaboração. A participação deve ser
relevante para a produção do resultado, do contrário trata-se apenas de um indiferente penal. Vinculo subjetivo (ou liame subjetivo). É preciso que seja verificado o concurso de vontades com adesão mútua da conduta a ser praticada.
Exceções a Teoria Monista:
Conforme a teoria monista, adotada pelo ordenamento jurídico pátrio os codelinquentes concorrem para o mesmo crime tipificado pela norma incriminadora, de acordo com a valoração da sua conduta, no entanto, o legislador estabeleceu algumas exceções a teoria monista. 1 – Alguns crimes possuem previsão autônoma para cada conduta praticada de acordo com condições especificas do agente. Por exemplo, o legislador separou as condutas de corrupção passiva e ativa, sendo a corrupção passiva crime funcional próprio, somente sendo praticada pelo funcionário público em lato senso. Enquanto o crime de corrupção ativa é crime comum sendo praticada por qualquer pessoa face a administração pública. 2 – Cooperação dolosamente distinta. Exceção estabelecida pelo artigo 29, § 2 do CP, na codelinqüência o responde pelo crime que tinha intento praticar. Peculato O peculato é um crime próprio, ou seja, deve ser praticado por funcionário público, no entanto por força da teoria monista adotada pelo ordenamento jurídico poderá haver concurso de pessoas, respondendo também o particular pelo crime, desde que este particular tenha conhecimento da condição de funcionário público do agente. O bem jurídico tutelado é a administração pública e sua moralidade. Trata-se de crime doloso e culposo, crime próprio, material, de forma livre, comissivo (exceção do artigo 13 § 2° do CP), crime instantâneo, crime unissubjetivo, crime plurissubsistente.
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