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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TURMAS RECURSAIS

RBGS
Nº 71005034715 (N° CNJ: 0026982-70.2014.8.21.9000)
2014/CÍVEL

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE


INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
LOCAÇÃO DE VEÍCULO. DESCONTO DE VALOR
DEIXADO BLOQUEADO, A TÍTULO DE CAUÇÃO,
EM CARTÃO DE CRÉDITO. DEVOLUÇÃO, EM
DOBRO DO VALOR COBRADO INDEVIDAMENTE.
DANO MORAL NÃO VERIFICADO. RECURSO
PROVIDO, EM PARTE.

RECURSO INOMINADO SEGUNDA TURMA RECURSAL


CÍVEL
Nº 71005034715 (N° CNJ: 0026982- COMARCA DE PORTO ALEGRE
70.2014.8.21.9000)

MARCELO MASTROGIACOMO RECORRENTE


KARAN

HERTZ CAR RENTAL SYSTEMS DO RECORRIDO


BRASIL LOCADORA DE VEICULOS
LTDA

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.


Acordam os Juízes de Direito integrantes da Segunda Turma
Recursal Cível dos Juizados Especiais Cíveis do Estado do Rio Grande do
Sul, à unanimidade em DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.
Participaram do julgamento, além do signatário, as eminentes
Senhoras DRA. VIVIAN CRISTINA ANGONESE SPENGLER
(PRESIDENTE) E DR.ª ANA CLAUDIA CACHAPUZ SILVA RAABE.
Porto Alegre, 13 de agosto de 2014.

DR. ROBERTO BEHRENSDORF GOMES DA SILVA,

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TURMAS RECURSAIS

RBGS
Nº 71005034715 (N° CNJ: 0026982-70.2014.8.21.9000)
2014/CÍVEL

Relator.

R E L AT Ó R I O
(Oral em Sessão.)

VOTOS
DR. ROBERTO BEHRENSDORF GOMES DA SILVA (RELATOR)

Parcial razão assiste ao recorrente.

Sustentou a autor que locou um automóvel da demandada,


deixando como caução o bloqueio de valor de R$ 700,00, em seu cartão de
crédito. Alegou que efetuou o pagamento do contrato no valor de R$ 220,40.
Todavia, a requerida descontou o valor de R$ 700,00. Requereu a restituição
em dobro da quantia de R$ 700,00 e indenização por dano moral.

A sentença de primeiro não acolheu o pedido indenizatório,


determinando apenas a devolução do valor pago indevidamente, porém de
forma simples, pois considerou como erro justificável o ato da ré.

Todavia, o fato é que a requerida alegou, mas não comprovou,


que solicitou o cancelamento junto à administradora de cartão de crédito do
valor lançado, ônus do qual lhe incumbia por força do art. 333, II, do CPC.
Portanto, não se vislumbra hipótese de erro justificável que afastaria a
devolução dobrada, mas sim de cobrança irregular a ensejar a previsão do
art. 42, parágrafo único, do CDC.

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2014/CÍVEL

Com isso, cabível a devolução, em dobro, do valor de R$


700,00 por se tratar de cobrança indevida, sem demonstração de erro
justificável.

Por outro lado, em que pese as alegações do demandante, não


há lugar para incidência de dano moral passível de indenização. O dano
moral, no caso, não pode ser presumido, ao contrário do que sustenta o ora
recorrente, razão pela qual deveria ter sido demonstrado, o que não ocorreu.

Ademais, a condenação à repetição em dobro, fixada pelo


disposto parágrafo único do art. 42 do Código de Defesa do Consumidor, já
efetua a prefixação legal de caráter pedagógico pela cobrança indevida, não
havendo razão para dupla punição pelo mesmo fato.

Em razão do exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO


AO RECURSO para o fim de condenar a requerida à devolução, em dobro,
de R$ 700,00, mantendo os demais fundamentos e consectários legais da
decisão singular.

Sem ônus da sucumbência em face do resultado do


julgamento.

DRA. VIVIAN CRISTINA ANGONESE SPENGLER (PRESIDENTE) - De


acordo com o(a) Relator(a).

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DR.ª ANA CLAUDIA CACHAPUZ SILVA RAABE - De acordo com o(a)


Relator(a).

DRA. VIVIAN CRISTINA ANGONESE SPENGLER - Presidente - Recurso


Inominado nº 71005034715, Comarca de Porto Alegre: "DERAM PARCIAL
PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME."

Juízo de Origem: 5.JUIZADO ESPECIAL CIVEL F.CENTRAL PORTO


ALEGRE - Comarca de Porto Alegre

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