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A origem da culpa, para Nietzsche, reside na fundação de um dentro, um íntimo, para o qual se

dirigem os impulsos agressivos represados. Isto é, a culpa vem com o direcionamento e


represamento da agressividade contra o homem mesmo. Aí onde vigorará como tentativa de
resposta as funções da consciência: pensar, inferir, calcular, combinar causas e efeitos. Trata-
se de uma má consciência. O erigir de uma relação defensiva, repulsiva, com os “velhos
instintos nos quais até então se baseava sua força, seu prazer e o temor que inspirava”.

Mas não basta isso para que haja o sentimento de culpa. O sofrimento auto-infligido não é
propriamente a culpa. O sentimento de culpa tem uma relação estreita com a divindade –
talvez seja preciso marcar, com a produção da divindade. A divindade é menos uma entidade
que um tipo de relação com o antepassado, pautado pela dívida (Schuld). A dívida que não faz
outra coisa que fazer os antepassados crescerem, agigantarem-se, em sua força sobre o
presente. A meu ver, o medo, ao mesmo passo, origina-se aí e concebe esse tipo de relação.

“Note-se os sucessivos deslizamentos de argumento operados por Nietzsche, ao elaborar sua


genealogia da culpa. Na primeira fase do raciocínio, a culpa nasce da dívida material não paga e
da sublimação da punição física em punição moral. Esse esquema, entretanto, não elucida a
questão, pois o autor se encarrega de anulá-lo, ao dizer que o infrator castigado se torna mais
frio, duro, indiferente etc. Na segunda fase, aparece a tese da introversão crueldade que, de
maneira similar, em nada esclarece o que era obscuro. Na terceira fase, finalmente, surge a
hipótese mais aceitável da produção da culpa, qual seja, o receio do poder dos antepassados.”

Vejamos como Costa critica esse procedimento lógico de Nietzsche.

Primeiro é preciso fazer uma distinção que previna a aproximação entre a dívida material e a
dívida existencial. A primeira é opcional. A última é obrigatória. Então o que se faz preciso
incluir para explicar a gênese da culpa é a servidão voluntária. “Culpa só existe onde o
sentimento de impotência de quem deve corresponde à onipotência amorosa de quem doa. A
aquiescência do devedor quanto ao valor inestimável do Bem recebido e sua incapacidade de
reverter o sentido da doação, é condição necessária ao nascimento da culpa” (Costa).

Na visão de Costa, portanto, é possível pensar – e Nietzsche já dá algum passo nesse sentido –
em dívida sem pensar em culpa. O sentimento de culpa emerge na teia afetiva do amor e da
cupidez.

“Visto de outra perspectiva, o devedor só se sente culpado enquanto acredita na onipotência


do credor e em sua própria impotência. A medida que aprende a confiar em seu poder de
criar, pode continuar a reconhecer o valor do que lhe foi dado, sem, por isso, se sentir culpado
por querer pensar e agir de modo livre” (Costa).

“Trazendo a questão, de maneira abrupta e elíptica, para o campo da psicanálise, diria que a
alternativa nietzscheana para a culpa se aproxima da saída winnicottiana para o mesmo
problema. Para Winnicott, se formos capazes de experimentar nossa ‘onipotência criadora’
não precisamos sentir culpa em relação ao outro ao qual nos opomos com nossa criatividade.
No lugar da culpa, experimentamos o cuidado, a preocupação, o ‘concern’.” (Costa)

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