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FICHA DE AVALIAÇÃO 4

GRUPO I

A. Lê o seguinte poema.

Enquanto quis Fortuna que tivesse


esperança de algum contentamento, Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos
o gosto de um suave pensamento a diversas vontades! Quando lerdes
me fez que seus efeitos escrevesse. num breve livro casos tão diversos,

Porém, temendo Amor que aviso desse verdades puras são, e não defeitos…
minha escritura a algum juízo isento, E sabei que, segundo o amor tiverdes,
escureceu-me o engenho co tormento, tereis o entendimento de meus versos!
para que seus enganos não dissesse.

1
Luís de Camões, Lírica Completa – II, Lisboa: IN-CM, 1994, p. 25.

1. Seleciona, no poema, marcas da presença do sujeito poético e da sua evolução psicológica, justificando
com elementos do texto.
2. Caracteriza a relação que se estabelece no poema entre o sujeito e a Fortuna e o Amor. Seleciona
expressões comprovativas.
3. Atenta nos vocábulos maiúsculados e explicita o seu efeito estilístico.
4. Explicita o caráter apelativo do poema, fundamentando com expressões comprovativas.

B. Lê o seguinte poema e consulta as notas apresentadas.

Doce contentamento já passado, Fortuna minha foi cruel e dura


em que todo o meu bem já consistia, 10 aquela, que causou meu perdimento,
quem vos levou de minha companhia com a qual ninguém pode ter cautela.
e me deixou de vós tão apartado1?

5 Quem cuidou que se visse neste estado Nem se engane nenhua criatura:
naquelas breves horas de alegria, que não pode nenhum impedimento
quando minha ventura consentia fugir do que ordena sua estrela2.
que de enganos vivesse meu cuidado?
Camões, Lírica Completa – II, prefácio e notas de Maria de Lourdes Saraiva,
2.ª edição, Lisboa: IN-CM, 1994, p. 232.
1
apartado: apartado do contentamento, isto é, tão infeliz.
2
vv. 12-14: ninguém creia que algum obstáculo possa impedir aquilo que o Destino determina.

5. Identifica o tema do soneto, justificando com expressões significativas.


6. O poema é percorrido por uma necessidade de justificação do que ocorreu. Indica, segundo o sujeito
poético, o causador do estado em que se encontra.

Correção
1. Todo o poema apresenta uma tonalidade confessional, onde o sujeito poético se autoanalisa e interpreta o seu percurso
amoroso: «o gosto de um suave pensamento/me fez que seus efeitos escrevesse». O eu demarca duas fases sucessivas na
sua história de amor: a fase da esperança, fundada no «suave pensamento» quando a Fortuna lhe permitia o canto; e a fase do
desengano causado pelo Amor que o impede de cantar, pois o seu canto poderia constituir um aviso para as suas potenciais
vítimas.
2. Entre o sujeito poético e a Fortuna e o Amor há uma relação de oposição. As entidades mitológicas surgem, no poema, em
conflito com o eu como é visível nos seguintes versos: «Enquanto quis Fortuna que tivesse/Esperança de algum
contentamento» e «Porém, temendo Amor que aviso desse/minha escritura a algum juízo isento,/escureceu-me o engenho co
tormento». Assim, a Fortuna e o Amor são entidades nefastas que conjuntamente se organizaram para retirar a liberdade ao
eu poético.
3. As palavras Amor e Fortuna surgem no poema com maiúscula. Estas entidades recuperadas da mitologia clássica aparecem
personificadas e adquirem um grande protagonismo no soneto, surgindo dotadas de uma vontade e de uma atitude negativa em
relação ao eu poético. O sujeito relaciona-as intimamente com a sua vida pessoal e considera-as determinantes para o
entendimento da sua mensagem pelos seus interlocutores. Na realidade, a vida do eu foi marcada pela Fortuna e pelo Amor,
mas o sujeito faz depender, também, o entendimento dos seus versos da própria experiência amorosa dos destinatários do
poema, ou seja, de acordo com o que a Fortuna e o Amor também lhes permitiu vivenciar, assim interpretarão os seus versos.
4. O poema apresenta um caráter apelativo pela presença de um vocativo que implica uma intenção direta de comunicar com os
leitores: «Ó vós». O apelo explicita-se, ainda, através da afirmação da veracidade de tudo o que se narra, dependendo a sua
capacidade de compreensão da experiência amorosa que se tiver acumulado: «segundo o amor tiverdes,/ tereis o
entendimento de meus versos».
5. O tema do poema é o contraste entre o bem passado e o mal presente, como demonstram os versos selecionados: «Doce
contentamento já passado,/em que todo o meu bem já consistia,/quem vos levou de minha companhia/e me deixou de vós tão
apartado?»
6. O sujeito poético encontra-se infeliz, recordando o bem distante. De facto, a rememoração do que perdeu intensifica a dor da
ausência. Segundo ele, foi a força inexorável do Destino que causou a sua perda e nada o poderia ter evitado porque ninguém
pode «fugir do que ordena a sua estrela».

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