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A obra cidade como um híbrido: natureza, sociedade e “urbanização-cyborg” do autor Erik Swyngedow problematiza a abordagem científica de pesquisa da cidade. Para o autor, a cidade e o urbano são uma rede de processos entrelaçados a um só tempo, humanos e naturais, reais e ficcionais, mecênicos e orgânicos.
A obra cidade como um híbrido: natureza, sociedade e “urbanização-cyborg” do autor Erik Swyngedow problematiza a abordagem científica de pesquisa da cidade. Para o autor, a cidade e o urbano são uma rede de processos entrelaçados a um só tempo, humanos e naturais, reais e ficcionais, mecênicos e orgânicos.
A obra cidade como um híbrido: natureza, sociedade e “urbanização-cyborg” do autor Erik Swyngedow problematiza a abordagem científica de pesquisa da cidade. Para o autor, a cidade e o urbano são uma rede de processos entrelaçados a um só tempo, humanos e naturais, reais e ficcionais, mecênicos e orgânicos.
A cidade como um híbrido: natureza, sociedade e “urbanização-byborg”
Erik Swyngedow
A obra cidade como um híbrido: natureza, sociedade e “urbanização-cyborg” do
autor Erik Swyngedow problematiza a abordagem científica de pesquisa da cidade. Para o autor, a cidade e o urbano são uma rede de processos entrelaçados a um só tempo, humanos e naturais, reais e ficcionais, mecênicos e orgânicos. E esses fluxos poderiam narrar muitas estórias-relacionadas da cidade: a estória do seu povo, dos poderos processos socioeconlógicos, que produzem o urbano e seus espaços de privilégio e exclusão, de participação e marginalidade, de ratos e banqueiros, de doença etc. Em suma, há muitos estórias da “cidade como um híbrido”. O rizoma dos fluxos de água, subterrêneos e superficiais, de córregos tubulações e veios que constribuem para que a água urbana jorre do hidrante é uma poderosa metáfora dos processos socioeológicos corporificados na vida urbana. Nessa perspectiva, cabe ressaltar que não há nada “puramente” social ou natural na cidade, e ainda menos anti-social ou antinatural; a cidade é, ao mesmo tempo, tempo natural e social, real e fictícia. E essa “coisa” híbrida socionatural chamada cidade é cheia de contradições, tensões e conflitos. Uma outra observação importante feita pelo o autor está relacionada com o marxismo e sua falta de pontes com os movimentos ecológicos, dado que o materialismo histórico sustenta as bases ontológicas da natureza na produção da sociedade (BENTON, 1989; GRUNDMAN, 1991). E, na tentatiza de teorizar a socionatureza, autor resgata o legado materialista acerca da socionatureza. Nessa abordagem materialista, há a perspectiva de que a natureza é parte integral do “metabolismo” da vida social. E as relações sociais operam metabolizando o meio ambiente “natural” através do qual tanto a sociedade quanto a natureza são transformadas e novas formas socionaturais são produzidas. Enquanto a natureza fornece o fundamento, as relações sociais produzem a história da natureza e da sociedade. No entanto, a análise marxista tendeu a reproduzir o próprio problema que pretendeu criticar. Em particular, ao tomar a natureza coo substrato para o desenrolar das relações sociais, especialmente das relações de trabalho, essa análise concebeu a base material da vida social considerando os “processos naturais” como um domínio externo à vida social.
Smith não sugere que todos os processos não humanos são
socialmente produzidos, mas alega que a ideia de uma espécie de natureza absolutamente pura (primeira natureza nos termos de Lefbvre) torna-se crescentemente problemática à medida que a socionatureza produz uma “natureza” inteiramente nova no espaço e no tempo e o número de híbridos e quase-objetos se multiplica (SWYNGEDOW, 2001, p.87)
Contudo, como insistiu Lefebvre (1991), a produção da natureza (espaço) transcende
condições e processos meramente materiais, mas está relacionada à produção de discursos sobre a natureza (principalmente por cientistas, engenheiros e profissionais afins) por um lado, e, por outro, de poderosas imagens e símbolos inscritos nessa coisa chamada “natureza” (pureza, um cógido moral, originalidade, “sobrevivência do mais apto”, ambiente selvagem etc...). E, na abordagem marxista, há um paradoxo, a insistência na “produção social da natureza” sugere a determinação em última instância das relações sociais no processo de produção e pode facilmente cair na armadilha de subsumir processos da natureza sob o guarda-chuva de uma natureza produzida e controlada apenas socialmente e, consequentemente, a ideia de uma natureza manejável, subordinada, externa e cujo metabolismo permanece “fora” da esfera social e discursiva. E, além das ponderações acima, o autor frisa a necessidade de superar as formações binárias de “natureza” e “sociedade” e desenvolver uma nova “linguagem” que mantenha a unidade dialética do processo relacional tal como encarnado na própria coisa. Para o autor, o mundo é um processo histórico- geográfico de perpétuo metabolismo no qual processos “sociais” e “naturais” se combinam num “processo de produção de socionatureza” histórico-geográfico cujo resultado (natureza histórica) incorpora processos químios, físicos, sociais, econômicos, políticos e culturais de maneiras altamente contraditórias porém inseparáveis. Todo corpo e coisa são um cyborg, um mediador, parte social e parte natural mas sem fronteiras delineadas e internalizam as múltiplas relações contraditórias que re-definem, re-trabalham todo corpo e toda coisa. E como demonstração dessa processo, o autor fala da água, que combina a circulação de capital produtivo, mercantil e financeiro com a produção de renda fundiária e suas correspondentes relações de classe; a transformação ecológica de complexos hidrológicos e o processo bioquímico de purificação com a sensação libidinosa e a necessidade fisioológica de beber líquidos; a regulação social do acesso à água com imagens de clareza, limpeza, saúde e pureza. Na tentativa de demonstrar a dialética da produção material da socionatureza, o autor explicita uma síntese que reune o metabolismo (produção material da socionatureza, quase objetivos/híbridos) ao redor das práticas materiais, relações sociais, e relações bioquímicas. Entretanto, atrelado às críticas anteriores, essa representação oculta e não problematiza os significados simbóligos e discursivos, considerações “pós”-marxistas e “pós”-modernas. Dentre as críticas, podemos sistematizar: 1) a “socionatureza” não está apenas lá fora mas é construida através de modos de apropriação tecnológica, política e “especulativa”, situados em tempos-lugares específicos, de fatos selecionados; 2) a produção de “conhecimentos d-a- se através de sistemas representacionais ou aparelhos discursivos, estando a realidade ao mesmo tempo dentro e fora da representação, 3) que a susposta correspondência do conceito com a coisa é tão impregnada pela posição “cultural” daquele que representa quanto pela materialidade do processo representado. Dito de modo mais simples, a representação acima da “realidade” permanece presa na mesma dimensão social e culturalmente situado dos tempos e lugares da representação. E, nessa proposta de representação, o metabolismo continua relacionado aos outros fatores, mais há ainda a construção discursivas, linguagem e práticas culturais. Com base nessas críticas, Erik Swyngedow propõe uma análise que incorpore os fluxos, os processos e a dialética. Para o autor, os dois diagramas devem ser combinados e inseridos um no outro. Nessa lógica, há o metabolismo envolto dialeticamente das construções discursivas, linguagem, práticas ideológicas, processos físicos bioquímicas, práticas culturais, relações sociais, práticas materiais. Dada essa proposta, o autor explicita algumas conclusões: 1) o “produto” ou o conhecimento transformador sobre o “produto” somente pode ser concebido a partir da reconstrução dos processos de produção dos “quase- objetos” (intermediários que corporificam e mediam a natureza e sociedade e tecem uma rede de transgressões infinitas e espaços fronteiriços, 2) Não há nenhuma fundação ontológica ou essencial da sociedade, da natureza ou dos textos como se fossem coisas, visto que o processo do devir e de bibridação possui prioridade ontológica e epistemológica, 3) coisa-cyborg internaliza as múliplas relações de sua produção, qualquer “coisa” pode ser tomada como ponto de partidade para empreendermos a arqueologia de seu metabolismo socionatural (a produção de sua socionatureza. 4) essa arqueologia terá sempre já começada e nunca estará terminado (vide a famigerada história enquanto um processo sem sujeito de Althusser, esrará sempre aberta, contestada e questionáveln a medida em que cada narrativa vai sendo interiorizada na produção da própria coisa, 5) isto não conduz necessariamnete a uma posição relativista dado à não neutralidade e ao grande poder das forças através das quais a socionatureza é produzida. Toda arqueologia, suas narrativas e práxis correspondentes estão sempre implicadas nesse mesmo processo produtivo, sendo também consequência do mesmo. Conhecimento e prática estão sempre “situados' na trama das relações de poder que define e produz a socionatureza; 6) a noação de um processo de produção socionatura, transcende as distinções binárias entre sociedade/natureza, material/ideológico e real/discursivo; 7) toda prática está inserida nas relações de poder que animam o processo de produção da soconatureza.
BIBLIOGRAFIA
BENTON, T. Marxism and Natural Limits: An Ecological Critique and Reconstruction. New Left Review, 178, p.51-86, 1989.
GRUNDMAN, R. Marxism and Ecology. Oxford: Clarendon Press, 1991.
LEFEBVRE, H. The Production of Space. Oxford: Blackwell, 1991.
SWYNGEDOW, Erik. A cidade como um híbrido: natureza, sociedade e “urbanização-
byborg”. In: ASCELRAD, Henry (Org.). A duração das cidades. Rio de Janeiro, DP&A, 2001. p.83-104