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O filme ocorre numa instituição para garotos bastante prestigiada, em virtude dos altos índices

de aprovação de seus estudantes. Essa instituição utiliza métodos pedagógicos tradicionais e


rígidos, restringindo o ensino à exposição de conteúdos. Aos estudantes cabia o dever de
aceitarem acriticamente o que era exposto pelos professores, sem falarem o que pensavam
acerca disso e que significados atribuíam ao que era exposto em sala. Nesse contexto,
percebe-se que esses alunos viviam num estado de alienação de si, sendo guiados pela opinião
e desejo dos outros. Os pais escolhiam qual profissão seus filhos iriam seguir e deduziam como
seria o futuro destes, os coisificando e anulando suas possibilidades de ser no mundo
enquanto dasein. Além disso, as relações estabelecidas com os familiares e o ambiente escolar
tematizava o mundo vivido desses estudantes, adoecendo-os. Só para ressaltar, estou me
referindo à visão de Binswanger acerca da tematização e não a de Heidegger. A psicopatologia,
o adoecimento são possibilidades de existência e não se restringem a classificações
nosológicas. A psicopatologia seria um modo de ser limitado e inautêntico, no qual o individuo
não sabe lidar com seus existenciais e afasta-se de si mesmo. À medida que impõe inúmeras
regras aos estudantes, normalizando-os e abolindo a ação criativa e espontânea deles, esta
escola promovia o adoecimento se seus alunos.

Um dos personagens que chamou minha atenção, que se tornou figura para mim enquanto
assistia o filme, foi o Neil. Existia um conflito relacional entre Neil e seu pai, pois seu pai havia
planejado seu projeto de vida, e Neil aceitava isso passivamente. Nessa relação, fica claro que
esse garoto não era uma pessoa, mas um sujeito.

Neil Estudou no verão – “meu pai achou que seria bom”.


“Eu decidi que você não devia fazer o livro anual do colégio” – pai de Neil
“Você sempre sabe o que é melhor para mim”.

Diversos fatores contribuíam para que Neil continuasse vivendo dessa forma, dentre esses
fatores destaca-se que Neil era um adolescente e como tal dependia financeiramente de seu
pai. Além disso, as relações hierárquicas estabelecidas em seu sistema familiar eram bastante
rígidas e cristalizadas, repleta de Gestalts inacabadas. O pai de Neil não sabia delimitar quem
era ele e quem era o filho, havia uma confluência nas fronteiras de contato, era como se o pai
de Neil visse no filho a possibilidade de prolongar sua existência, isto é, de concretizar por
meio do filho determinados sonhos que não puderam ser realizados no passado.

As situações que não podemos ter controle como a data de nosso nascimento, os nossos pais e
os dados da existência: como a morte, ser-com-o-outro, a angustia, a liberdade são chamadas
por Heidegger de facticidade. A facticidade de certo modo limita nossa liberdade, porém o
humano sempre busca a transcendência. Para que isso ocorra, é necessário que o indivíduo
amplie suas possibilidades de ação, que enxergue seu lebenswelt, seu mundo vivido, de modo
mais amplo.

A chegada do novo professor possibilitou a ampliação do mundo vivido não apenas de Neil
mais também dos demais alunos, uma vez que as reflexões trazidas em sala e a relação desse
professor com os alunos funcionou como meio mobilizador e promovedor de awareness. A
medida que entraram em contato com seus existenciais, os alunos passaramm a se rebelar
contra as normas impostas pelos outros.
Até então, apesar da relação confluente entre Neil e seu pai o incomodar, Neil aparentemente
aceitava isso, tomando como algo natural. Porém, ao se defrontar com a necessidade de tomar
decisões em sua vida, ele passa a se angustiar. Na visão de Sartre, o humano é inicialmente um
nada e a posteriore ele vai se tornando algo, na medida em que se projeta no mundo. Sartre
também relaciona a angústia com o conceito de liberdade. Os indivíduos são lançados no
mundo e são obrigados a fazerem escolhas, sendo responsáveis pela sua vida. Não há a
possibilidade de não escolher, a não escolha já é uma escolha. Ao longo de nossa vida existem
inúmeras possibilidades, as quais temos que escolher algumas e deixar de lado outras, sem
saber, contudo, que consequências essas escolhas terão em minha vida e na vida das outras
pessoas. Essa incerteza diante das escolhas nos angustia. É importante ressaltar que, na visão
de Sartre, a liberdade não é algo romântico e idealista, muito pelo contrario, ela é uma
condenação, “somos condenados a ser livre”. No filme, Neil deseja estudar teatro e viver
intensamente, por outro lado não quer desapontar seu pai. A partir disso, cabe a Niel escolher
uma dessas possibilidade e rejeitar a outra, sem, contudo, saber que consequências essas
escolhas terão em sua vida e na vida de seus pais. Essa incerteza diante das escolhas o
angustia. É por isso que a liberdade, para Sartre, é uma condenação. Diante das possibilidades
daquele contexto, Niel decide seguir seu sonho de ser ator, porém ele não enfrenta
diretamente seu pai. Ele é aprovado na seleção do teatro e consegue o papel de protagonista
da peça, participando dos ensaios sem que seu pai saiba. Quando seu pai descobre, ele
novamente não sabe lidar com essas situações, agindo passivamente. Entretanto, no dia da
apresentação, Neil vai ao teatro e, mesmo sem o consentimento do pai, participa da peça.
Após as diversas discussões que teve com seu pai, que o proíbe de participar novamente peças
teatrais, Neil encontra por meio do suicídio uma forma espontânea de se livrar de seus
sofrimentos existenciais. Diante daquela situação, Neil decidiu por fim a uma situação
existencial para a qual não via outras possibilidades. Antes de sua morte, ele havia escrito um
poema que posteriormente é lido pelo professor: “Eu Fui à floresta porque queria viver
deliberadamente. Queria viver profundamente e sugar a essência da vida, acabar com tudo
que não fosse vida. Para que quando a morte chegasse, eu não descobrisse que não vivi”. A
partir disso, percebe-se que Neil não conseguia enfrentar as situações conflituosas que tinha
com seu pai, porém não queria mais continuar vivendo alienadamente, se tornar um médico,
um homem que não pode fazer suas próprias escolhas. A possibilidade de perceber em sua
velhice que havia desperdiçado sua vida, que não havia feitos escolhas autenticas, fez com que
ele decidisse não ser-mais-ser-aí, pondo fim sua angustia diante de uma existência que aos
seus olhos não tinha mais sentido. A morte surge como saída do sofrimento. Entretanto, essa
escolhe não permite ao indivíduo uma retomada de suas possibilidades existenciais.

A chegada do professor possibilita algumas mudanças aos estudantes, pois ele os incentiva a
pensar por si próprio e a aproveitarem a vida. Durante o filme, são citadas algumas frases
literárias que lembram alguns conceitos existencialistas. “Colha logo os seus botões de rosa,
pois o tempo vai correndo. Esta flor hoje está cheirosa, amanha estará morrendo”. “somos
alimentos para os vermes. Cada um de nós algum dia vamos parar de respirar, ficar frio e
morrer”. “Carpe diem, aproveitem o dia, tonem suas vidas extraordinárias”.

A morte é um dos existenciais apontados por Heidegger. À medida que assumimos nossa
finitude, isto é, que somos ser-para-a-morte, permite que o indivíduo experiencie mudanças
no seu ser, causadas pela necessidade constante de autotranscedência. O individuo passa a
viver de modo mais responsável, buscando aproveitar as vivências pré-reflexivas.

Destaca-se que o termo carpe diem lembra o conceito de aqui-agora que é discutido por
muitos psicólogos humanistas. No livro ego, fome e agressão, Fritz Perls fala que as pessoas,
em geral, se preocupam com o futuro ou então tematizam sua vida em função do passado e
esquecem de viver o presente, ou seja, sempre esquecem de entrar em contato com o agora,
o momento vivido.

Diferente dos outros professores, este estabelecia com os alunos uma relação dialógica que
ora era eu-tu e ora eu-isso. BUBER.

O ser individual que nós somos é denominado por Heidegger de Dasein, que significa ser-aí, o
ser vinculado ao mundo. Esse dasein não é algo isolado, uma vez que está em constante
relação com os demais dasein. Isto quer dizer que nossa existência não é apenas subjetiva,
mas também relacional, somos um ser com o outro. Essa relação nem sempre é harmônica.
Muitas vezes, os outros projetam determinadas expectativas em nós ou até mesmo nos
anulam e esquecem que, enquanto dasein, cabe a nós decidir e escolher o que faremos com
nossa vida. No filme, percebemos isso ocorrer nas interações que ocorrem na escola e também
na relação entre os pais e seus filhos.

Com isso, fica claro que a relação pode trazer alguns conflitos a nossa vida, nos limitando e, em
alguns casos, nos adoecendo. Contudo, a relação com o outro também pode nos ajudar a
transcender determinadas situações. Por exemplo, o encontro dos alunos com o novo
professor da escola mobilizou os estudantes e os fez experimentar coisas novas, os fez buscar
formas mais autênticas e criativas de lidar com a vida. Além das relações em sala de aula,
também há nesse filme a formação do grupo Sociedade dos Poetas Mortos, o qual pode ser
visto como uma forma de ajustamento criativo de alguns alunos. Essas diferentes implicações
das relações grupais que podem ser observadas no filme me lembram uma frase de moreno:
“É na relação que adoecemos, mas é por meio dela que nos curamos.

Outro ponto importante de ser destacado é a necessidade de experimentarmos, de sermos


atores. Tem uma cena em que o professor pede QUE UM DOS ALUNOS leia seu poema, porém
o aluno diz que não fez. Esse aluno é bem tímido, não participa na aula e possivelmente não
acredita em suas potencialidades. Por isso, o professor solicita que ele se levante e fique de
frente aos colegas de sala e o incita a gritar, a retirar tudo àquilo que tinha dentro dele. Nesse
momento, os outros alunos começam a rir e o professor diz para esse aluno não se importar
com os outros e, após isso, ele consegue criar um poema e todos na sala ficam
impressionados. Na visão fenomenológica-existencial, Não adianta apenas ficarmos no campo
reflexivo, é preciso agir e apreciar genuinamente nossas experiências vividas. O fato do
professor trazer reflexões em sala não garantia mudanças nos estudantes, por mais que eles
refletisse sobre isso, havia a necessidade deles experimentarem essas vivencias, isto é,
atuarem, agirem sobre o mundo.

Novas escolhas e decisões em função de seus próprios referenciais. O individuo olha cada vez
menos para os outros em busca de aprovação ou desaprovação, de padrões a seguir.
Awareness – os alunos passam a ver novas possibilidades de existir.

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