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ed.119
Março/Abril
2016
ENTREVISTA
Olavo Alberto Prates Sachs
Presidente da AESabesp – Associação
dos Engenheiros da Sabesp
Gestão de
resíduos
das MPES
Solução auxilia na
destinação final adequada
dos resíduos industriais dos
pequenos geradores
CONSULTORIAS AMBIENTAIS
SETOR FAVORECE UM CAMPO DE ATUAÇÃO MULTIDISCIPLINAR E EM SINTONIA COM
AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS E INOVAÇÕES EM PROL DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
XVIII FIMAI
Feira Internacional de
Meio Ambiente Industrial
e Sustentabilidade
A
Expo Estratégia Brasil., sujeitando os infratores às penalidades legais.
necessidade de evolução ambiental do setor produtivo é um fator
EDITOR CHEFE Julio Tocalino Neto que leva as empresas a buscarem referências de gestão que se-
JORNALISTA RESPONSÁVEL Sofia Jucon
jam objetivas, coerentes, acessíveis monetariamente e deem retorno
EXPO ESTRATÉGIA BRASIL
rápido. Deste modo, mesmo com o cenário de crises econômica e
ADMINISTRAÇÃO, CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS, MARKETING E PUBLICIDADE
ENDEREÇO Rua Félix de Souza, 305 - São Paulo (SP) política que estamos vivendo atualmente temos bons exemplos de
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organizações que estão mostrando que a sustentabilidade é o melhor
PUBLICIDADE Fone (11) 5095-0096 comercial@expoestrategia.com.br caminho para enfrentá-la. Para isso, estão implementando ferramen-
EVENTOS Lybia Ferreira marketing@expoestrategia.com.br
ASSINATURAS Ana Paula Andrade assinaturas@expoestrategia.com.br / (11) 5095-0072
tas ambientais já consolidadas globalmente e buscando se adequar
as tendências e inovações que estão surgindo a todo momento.
REALIZAÇÃO
Nesta edição estamos publicando reportagens que exemplificam bem
esse contexto. A matéria de capa traz um tema que realça o grande
envolvimento do setor produtivo com a sustentabilidade, uma vez que
nos últimos anos o trabalho das consultorias ambientais está cada
Rua Félix de Souza, 305 – Vila Congonhas vez mais em evidência. São os consultores especializados que estão
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ajudando essas corporações a economizarem recursos naturais, at-
www.brasilmediacommunications.com enderem as exigências legislativas e a utilizarem melhor o tempo e o
DIRETOR DE REDAÇÃO Marcelo Couto
dinheiro. Essa realidade fomenta um setor multidisciplinar e que está
DIRETOR DE ARTE Roberto Gomes em constante atualização gerando trabalhos e networking.
REDAÇÃO-REPÓRTERES/REDATORES Ana Machado (Ana.machado@bmcomm.com.br); Clarisse Também estamos mostrando a importância da gestão adequada dos
Souza (clarisse@bmcomm.com.br) e Débora Luz (debora.luz@bmcomm.com.br).
resíduos abordando o universo do pequeno gerador e apontando que
ASSISTENTES DE ARTE Jessica Guedes
COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Comissão Científica: Fabio Fava (Ecomondo), Olavo Sachs (Aesa- já existe uma solução técnica e acessível economicamente para eles.
besp), Milton Norio Sogabe (Cetesb), Paulo Dallari (Fiesp), Carlos R.S. Silva Filho (Abrelpe), Carlos Fernandes
(Abetre), André Vilhena (Cempre), Suenia M. de Souza (Sebrae), Álvaro Almeida (ABNT), Jayme de Seta Filho Como nesta edição estamos em plena época de conscientização em
(ABPCEA), Ligia Ferrari T de Romagnano (IPT) e Gil Anderi da Silva (USP). Articulistas: Helena Nery Alves-Pin-
to, Peter Newton, Luís Fernando Guedes Pinto, Ulrich Spiesshofer, Priscila Zidan e Luiz Paulo Achcar Frigo
prol do uso racional dos recursos hídricos, em razão de que no dia
22 de março comemoramos o Dia Mundial da Água, estamos divul-
CAPA SHUTTERSTOCK
IMPRESSÃO Print Express gando o estudo inédito desenvolvido pela CNI, o qual demonstra que
o Brasil levará mais quatro décadas para atingir a meta do Plano
Impressão realizada em papel Nacional de Saneamento Básico. Isso significa que ainda teremos
com certificação FSC, que garante
adequado manejo florestal. muitos desafios a serem enfrentados pelos setores públicos e priva-
dos e que resvalam no funcionamento de toda a sociedade, mas, por
serviços outro lado, podemos encarar que são oportunidades para a criação
ATENDIMENTO de novas soluções mais eficientes e eficazes.
Edições anteriores, promoções, preços e alteração de dados cadastrais Com este breve panorama, temos a certeza de que as perspectivas,
(endereço, número de telefone, forma de pagamento etc.).
Fone: (11) 5095-0072 apesar do momento turbulento que o Brasil atravessa, são positi-
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vas e vamos ter a oportunidade de publicar muitas experiências ex-
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celentes em prol do desenvolvimento sustentável.
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AGENDA 74
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5
A GESTÃO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS COMO PROTAGONISTA
DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
N
os dias atuais, os temas relacionados à sustentabilidade têm recebido uma atenção crescen-
te e assumido uma grande importância na agenda dos mais diferentes atores (governos, em-
presas e sociedade), que buscam soluções adequadas para promover o desenvolvimento eco-
nômico sem comprometer os recursos naturais, que em muitos casos são bastante restritos ou en-
contram-se em situação de escassez.
As políticas ambientais em curso e aquelas em desenvolvimento passaram a considerar novos parâ-
CARLOS RV metros com vistas a maximizar o potencial de aproveitamento dos recursos, a recuperação de mate-
SILVA FILHO riais e redução dos impactos ambientais tendo, para tanto, atribuído a essa nova sistemática de ne-
Diretor Presidente gócios a denominação de “economia verde”.
da Abrelpe - Uma parte fundamental para o funcionamento desse sistema cíclico de aproveitamento e retorno de
Associação materiais deve ser desempenhada pelo setor de gestão de resíduos, através do qual os materiais des-
Brasileira de cartados podem tornar-se novas matérias primas, combustível e até mesmo energia, para a indús-
Empresas de tria de manufatura, que passa a contar com a possibilidade de substituir materiais fósseis e recur-
Limpeza Pública sos escassos por fontes renováveis.
e Resíduos O desenvolvimento de novos mercados para uso dos resíduos recuperados e, por consequência, a
Especiais; vice- adaptação dos processos industriais para possibilitar a aplicação dos mesmos demanda investimen-
presidente da ISWA tos em pesquisa acerca da viabilidade dos sistemas de valorização e utilização daquilo que é descar-
- International Solid tado, sendo esse o passo inicial para a mudança de paradigma requerida, em que a gestão de resí-
Waste Association; duos passa a ser direcionada para a recuperação de recursos.
membro do Comitê Essa nova estratégia de ação, que otimiza o aproveitamento dos recursos existentes deve contemplar
Científico da FIMAI uma visão multidimensional, que trate de todos os aspectos de gestão integrada, considerando as ver-
/ ECOMONDO / tentes técnica, social, econômica, ambiental e política, além da necessária mudança comportamental.
RMAI O comprometimento da sociedade para com uma gestão adequada e sustentável cresce a cada dia,
impulsionando uma série de práticas que antes não eram notadas e trazendo impactos determinan-
tes nas atitudes dos gestores e legisladores.
No entanto ainda são muito tímidos os estímulos de parte das autoridades, o que reflete nos limita-
dos índices de aproveitamento de resíduos no Brasil, que apesar dos muitos esforços empreendi-
dos, pouco avançaram nessa última década, mostrando que o modelo desenvolvido até agora preci-
sa ser repensado.
Para alcançar o potencial que tem reprimido, a gestão de resíduos, precisa assumir um papel de pro-
tagonismo, passando a ser orientadora do processo de desenvolvimento sustentável, no qual esse
setor exerce posição de grande relevo, pois abre inúmeras possibilidades de negócios e reduz o des-
perdício a um mínimo.
Para que isso aconteça, precisamos intensificar as discussões, promover o envolvimento das múlti-
plas disciplinas e estimular o intercâmbio de conhecimentos e experiências. Os preparativos já co-
meçaram, não perca a Fimai Ecomondo Brasil 2016! n
8 RMAI
Germany Odournet GmbH • The Netherlands Odournet NL B.V. • Spain Odournet SL
United Kingdom Odournet UK Ltd • France Odournet France • Mexico Odournet Mexico S.A. de C.V.
India Odournet Holding India Pvt Ltd • Brazil Odournet Brasil Ltda.
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Mediação e Perícias
AEROPORTO INTERNACIONAL DE
GOIÂNIA ADOTA REUSO DE ÁGUAS
O novo terminal de passageiros do aeroporto
internacional de Goiânia, GO, que tem
inauguração prevista para o primeiro semestre
de 2016, conta com um projeto inovador que
possibilitará o reuso de águas cinzas oriundas
ABIMAQ EMPOSSA NOVA DIRETORIA DO das torres de resfriamento, pias, chuveiros,
CONSELHO DE SANEAMENTO AMBIENTAL bebedouros e águas pluviais.
O presidente da Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas Segundo André Ricardo Telles, diretor executivo
e Equipamentos, Carlos Pastoriza (primeiro `a direita), conduziu a da Ecosan do Brasil, contratada para o
cerimônia de posse da nova diretoria do Conselho de Saneamento desenvolvimento e operação do projeto, o sistema
Ambiental, dia 19 de outubro de 2015, na sede da entidade, em São Paulo, de tratamento de reuso de águas cinzas receberá
SP, anunciando como presidente eleito para o biênio 2015-2017, Ruddi também, diariamente, os descartes das torres de
Pereira de Souza. resfriamento, que serão continuamente tratadas
Valdir Folgosi, vice-presidente do Sindesam - Sistema Nacional das quimicamente, para fins de ajuste e equilíbrio do
Indústrias de Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental, pH, controle de corrosão e incrustação, além do
fez uma retrospectiva de sua gestão à frente do Conselho e destacou controle do crescimento de algas.
algumas conquistas que foram alcançadas, como a luta e universalização A Infraero terá como responsabilidade o
do saneamento em parceria com outras entidades; valorização do reúso monitoramento dos parâmetros, enquanto
da água como ferramenta de combate à crise hídrica; entre outras. a Ecosan do Brasil se responsabilizará pelo
Souza, por sua vez, salientou a importância do apoio para as conquistas processo de tratamento, fornecimento das
do segmento: “Este vai ser um trabalho de time para conseguirmos máquinas e equipamentos, integração dos
algo melhor para o nosso setor. Quero dizer que contem comigo e que sistemas, treinamento e inicio das operações e
nós vamos chegar onde nós precisamos”, finalizou o novo presidente. atividade.
10 RMAI
BRASKEM RECEBE CERTIFICAÇÕES
PARA PRODUÇÃO DE PE VERDE
A Braskem recebeu por mais um ano as certificações internacionais
ISCC PLUS e Bonsucro para suas unidades PE5 (polietileno) e UNIB2
(petroquímicos básicos), ambas do Polo Petroquímico de Triunfo, RS. Os
selos asseguram a adoção de critérios de sustentabilidade no processo
produtivo de plástico verde.
Com as certificações, a petroquímica atende à demanda dos clientes
de PE Verde, produzido a partir de etanol de cana-de-açúcar, em
alinhamento com as orientações da European Bioplastics e demais
práticas e requisitos sustentáveis. O reconhecimento reafirma ainda
o compromisso com sustentabilidade e respeito ao meio ambiente
adotados pela empresa em seus processos.
Paralelamente, as unidades de petroquímicos básicos UNIB 1 (BA)
e UNIB 2 (RS) mantiveram a Certificação do Padrão Bonsucro. Este
parâmetro atende à Diretiva RED (Renewable Energy Directives), que
PARIS RECEBE PRIMEIRO POSTO DE
fixa a meta para a União Europeia de que, em 2020, 20% de toda a
ABASTECIMENTO DE HIDROGÊNIO
energia consumida pela comunidade deve provir de fonte renovável, já
Por ocasião da COP21, a Air Liquide instalou
considerada nos protocolos da companhia.
o seu primeiro posto de abastecimento de
hidrogênio em Paris, em parceria com a
CERTIFICAÇÃO LED COMEÇOU A VALER EM DEZEMBRO empresa start-up de táxi STEP (Société du
Desde 13 de dezembro de 2015, as lâmpadas fabricadas e importadas Taxi Electrique Parisien), com sede na capital
devem estar de acordo com os requisitos da certificação do LED, porém, francesa, e com o apoio da Câmara Municipal
o comércio tem até 13 de setembro de 2017 para vender todo o seu local. O posto abastecerá os primeiros taxis
estoque de lâmpadas LED não certificadas, de acordo com os requisitos elétricos movidos a hidrogênio da frota que
do Inmetro. veiculará a “propaganda”, durante e depois
Algumas empresas já estão com os processos de certificação em da COP21. Inicialmente composta de cinco
andamento. É o caso da Lâmpadas Golden, que já tem 100% dos seus carros Hyundai ix35, a frota deverá ter a sua
produtos aprovados em testes iniciais faltando, apenas, a conclusão quantidade elevada para aproximadamente 70
dos ensaios após 3000 horas de sazonamento. Álvaro Diniz, diretor veículos, no prazo de um ano, e para centenas
executivo da Lâmpadas Golden, afirma que a norma brasileira é uma de automóveis, nos próximos cinco anos.
das mais rígidas do mundo, pois combinou aspectos da norma europeia No decorrer de 2016, uma rede permanente
(Compatibilidade Eletro Magnética) com as altas exigências de vida de postos de hidrogênio, projetados
e performance da norma americana (25.000 horas de vida e baixa principalmente para atender às necessidades
depreciação lumínica). desta frota de táxis, será instalada
Enquanto a norma não está em pleno funcionamento, Diniz orienta gradativamente na Área da Grande Paris.
o consumidor a estar atento às informações para não ser enganado. O posto de Paris, assim como todos os postos
“Compare o fluxo luminoso e escolha modelos que possuam um projetados e instalados pela Air Liquide, tem
número de lúmens aproximado. Não se deixe enganar por marcas que capacidade para reabastecer veículos elétricos
prometem um grau de equivalência melhor, mas com luminosidade movidos a hidrogênio em menos de cinco
diferente. Lembre-se que potência não é luz, mas consumo”, finaliza o minutos, representando uma autonomia de
executivo. cerca de 500 quilômetros.
MÉRIEUX NUTRISCIENCES NA
AMÉRICA DO SUL ANUNCIA
NOVO PRESIDENTE
Eugenio Luporini Neto (foto) é o novo presidente
da Mérieux NutriSciences na América do Sul, e
ficará baseado em Piracicaba, interior paulista,
sede da empresa no Brasil.
Luporini é brasileiro, tem 20 anos de
experiência, é mestre em Administração de
Empresas pelo Ibmec
- Instituto Brasileiro
de Mercado de
Capitais, e graduado
JBS COUROS RECEBE em Administração
MEDALHA DE OURO INTERNACIONAL de Empresas pela
A divisão de couros da JBS recebeu certificação máxima do LWG FGV - Fundação
- Leather Working Group, em oito unidades por melhores práticas Getúlio Vargas.
ambientais no processo produtivo. Em dezembro, o LWG concedeu Iniciou a carreira na
medalha de ouro para as plantas de Barra do Garças, MT; Cacoal, RO; Procter & Gamble e, em seguida, trabalhou
Colorado do Oeste, RO; Gurupi, TO; Marabá, PA; Naviraí, MS; Porangatu, na Pfizer. Recentemente, ocupou a posição de
GO; e São Luís dos Montes Belos, GO. O Leather Working Group é uma vice-presidente de Marketing da Divisão de
iniciativa formada por algumas das maiores marcas internacionais, Crop Protection da Basf, na Carolina do Norte,
fornecedores, redes varejistas e empresas da indústria do couro, com EUA. Eugenio substitui Luis Fernando Maida,
o objetivo de debater e promover práticas ambientais eficientes e que ocupou o cargo por três anos, e passa
sustentáveis na indústria mundial nesse setor. “Esse resultado premia o agora a liderar cerca de mil colaboradores
trabalho contínuo de toda equipe da JBS Couros e nos tornou referência que prestam serviços analíticos nas áreas
do mercado brasileiro e mundial”, afirma Fernando Bellese, gerente de de alimentos, meio ambiente, agroquímicos,
Marketing e Sustentabilidade da JBS Couros. fármacos, bens de consumo e cosméticos.
12 RMAI
PROGRAMA TRANSFERÊNCIA
DE CONHECIMENTO ODEBRECHT
Os futuros engenheiros que participam da
2a turma do Programa Transferência de
Conhecimento Odebrecht (PTCO), iniciada
em agosto de 2015, estão atuando no Porto
Maravilha, obra de requalificação urbana da
Região Portuária do Rio de Janeiro. Os alunos
selecionados das principais universidades do
Rio, participam de aulas teóricas e práticas de
“Segurança, Saúde do Trabalho e Meio Ambiente
(SSTMA)”. SPVS COMEMORA 30 ANOS EM DEFESA
Os estudantes recebem orientações sobre DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA
a importância de SSTMA para projetos de A SPVS - Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação
infraestrutura, com explicações sobre segurança Ambiental, criada no início da década de 1980, no Paraná, é uma das mais
nas frentes de serviço, saúde ocupacional e atuantes organizações não governamentais com foco na conservação da
meio ambiente, incluindo Gestão Ambiental e biodiversidade no Brasil.
Licenciamento Ambiental. Desde o lançamento Ao pensar ações palpáveis voltadas à conservação da biodiversidade, a
do projeto, em 2013, cerca de 300 estudantes de SPVS antecipou uma preocupação que ganharia urgência nos anos 90, com
Engenharia já participaram do Programa. alertas sobre o aquecimento global e sobre o desaparecimento de espécies
Alexandre Chiagevatto, diretor de Contrato do e ecossistemas. “O mundo demanda posicionamentos mais consistentes
Consórcio Construtor responsável pelas obras nesses temas. Há 30 anos a SPVS propõe e encaminha isso. O que acontece
do Porto Maravilha, destaca que a oportunidade hoje mostra que apontamos para a direção certa”, afirma o diretor-
de poder difundir os objetivos do PTCO fará com executivo da instituição, Clóvis Borges. Atualmente com 50 funcionários e
que estes futuros engenheiros sejam cada vez alto grau de profissionalização, a SPVS atua em cinco biomas brasileiros,
melhores. com atenção especial à Floresta Atlântica e à Floresta com Araucária.
14 RMAI
AUTOMÓVEIS ELÉTRICOS E HÍBRIDOS
GANHAM PONTOS DE RECARGA
O Pão de Açúcar anunciou parceria com o BMW Group Brasil para oferecer aos clientes pontos de recarga de automóveis
elétricos e híbridos da inovadora BMW i, divisão de veículos elétricos e híbridos do grupo, em estacionamentos de lojas da rede.
A princípio, quatro supermercados em São Paulo contarão com o dispositivo para carregamento rápido dos veículos
BMW i. Até o final do ano, outras seis lojas da rede receberão o dispositivo, incluindo em Brasília e no Rio de
Janeiro.
Com a parceria, proprietários dos modelos BMW i3 e BMW i8, além de outros veículos elétricos compatíveis
com o dispositivo, poderão ir até as lojas Pão de Açúcar contempladas e utilizar o BMW i Wallbox
gratuitamente. Como exemplo, são necessárias apenas três horas para uma carga completa do
BMW i3, o que permite uma autonomia de até 160 quilômetros ou de 300 quilômetros, quando o
tanque de nove litros de gasolina que abastece seu motor auxiliar a combustão estiver completo.
Por meio desta iniciativa, o Pão de Açúcar reforça
sua plataforma sustentável, incentivando
os clientes a adoção de um hábito
mais responsável por
meio do uso de
carros menos
poluentes. A
rede também
inova no
grande varejo
ao oferecer
mais um serviço
diferenciado.
16 RMAI
HOME CENTER ATENDE
TENDÊNCIAS SUSTENTÁVEIS
A Kawahara Takano Soluções para o Varejo
(KTArq) entregou seu mais novo projeto na
cidade de Ijuí, RS, totalmente alinhado às
tendências sustentáveis.
O projeto da Schirmann Home Center conta
com sistema de coleta de água da chuva, com
capacidade de armazenamento de 140 mil
litros, dos quais, 120 mil litros serão utilizados
para reserva contra incêndio e o restante,
para utilização em lavagem, jardinagem e
descargas sanitárias. Nos banheiros, todas
as torneiras de sanitários têm temporizador,
os vasos sanitários possuem sistema de ESTALEIRO INCENTIVA PRODUÇÃO
caixa acoplada ‘dual flux’ e os mictórios não DE BARCOS MENOS POLUENTES
necessitam de descarga. O estaleiro Intech Boating, localizado em Florianópolis, SC, alia políticas
Além disso, toda a água de esgoto e efluentes empresariais sustentáveis e ações que visam a conservação do meio
é tratada por reatores e filtros anaeróbicos, ambiente. No espaço fabril, uma atenção constante é dedicada ao
com 70% de limpeza para não poluir córregos desenvolvimento de processos que reduzam ao máximo o impacto
e rios. ambiental da sua linha de montagem, assim como do uso de suas
Planejada para conservação e baixo consumo embarcações. Um exemplo é o procedimento adotado para a etapa de
de energia, aliadas à durabilidade e soluções laminação de cascos na linha Intech Professional Boats, que é executado
sustentáveis, a iluminação conta com pelo sistema de infusão. Este método diminui a emissão de gases na hora
luminárias de LED e fluorescentes tubulares da fabricação e também permite a produção de embarcações mais leves,
de alto rendimento, mescladas a vapores que, consequentemente, consomem menos combustível e são menos
metálicos pontuais para destaques. poluentes, características importantes para uma linha formada por barcos
A fachada do Home Center destaca-se pelo geralmente destinados a operações contínuas e pesadas, como praticagem,
apelo mais comercial, refletido nos materiais e resgate, patrulhamento, apoio portuário e transporte de tripulações.
nas cores utilizados. A fábrica da Intech Boating prioriza o máximo aproveitamento de recursos
“Tivemos a preocupação com a especificação naturais, como a captação da água de chuva e a instalação de grandes
de materiais recicláveis, coleta seletiva e painéis de vidro no teto e nas laterais, que reduzem o uso da energia elétrica.
acessibilidade, que fizeram parte de todo “O trabalho que desenvolvemos é fruto da nossa paixão por navegar e
processo”, conta o arquiteto Julio Takano, sócio do respeito que temos pelos mares, rios, e por todo nosso ecossistema.
da KT Soluções para o Varejo, responsável pelo Sem o meio ambiente, perderíamos a razão de existir e fabricar nossas
projeto arquitetônico e de varejo. embarcações”, afirma José A. Galizio Neto, presidente da Intech Boating.
COMPROMISSO
Diante das lacunas e desafios que o setor de Sane-
amento enfrenta atualmente, como fazer com que a
sociedade seja mais participativa e ajude na solução
COM O
dos problemas?
A AESabesp por ser uma associação e também uma OS-
CIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Públi-
SANEAMENTO
cas”, “Feiras de Saneamento e Meio Ambiente” “Cursos
Técnicos” que tenham como principais objetivos: infor-
mar, orientar e capacitar as pessoas para que alterna-
tivas sejam discutidas com objetivo de sanar estes gra-
Sachs mostra as perspectivas de sua gestão, os ves problemas que ocorrem.
desafios do setor e a importância da capacitação
para avançarmos no mercado de Saneamento
P
Como diretor cultural nas quatro últimas gestões da
Por Sofia Jucon AESabesp, o senhor desenvolveu um importante traba-
lho quanto a organização de encontros técnicos e sor-
teios de bolsas de estudos entre os associados. Isso foi
residente eleito para a gestão 2016-2018 um grande diferencial na sua trajetória dentro da en-
da AESabesp – Associação dos Enge- tidade? O que essas ações representam no escopo de
nheiros da Sabesp, é Engenheiro Sa- compromissos da entidade?
nitarista, pela Pontifícia Universidade Sim, essas experiências ampliaram a nossa percepção e
Católica - PUC- Campinas; mestre em atuação. Não só como diretor cultural mas também como
Tecnologia Ambiental, pelo IPT - Insti- diretor técnico, eu e toda a equipe AESabesp procuramos
tuto de Pesquisas Tecnológicas de São sempre em nossos eventos estruturar “cursos”, “congres-
Paulo; com MBA em Administração pa- sos”, “palestras”, com abordagens voltadas às necessida-
ra Engenheiros, pelo Instituto de Tec- des da sociedade como: Mudanças Climáticas, Contro-
nologia Mauá; pós-graduado em Enge- le de Perdas, Eficiência Energética, Tratamento de Água
nharia de Segurança do Trabalho, pela FAAP - Funda- e de Esgoto, Reuso de Água e a coqueluche do momen-
ção Armando Álvares Penteado. Engenheiro da Divisão to “Escassez Hídrica”, que apresentam formas e tecnolo-
de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Operacio- gias de ponta como que há de melhor e mais moderno no
nal da Produção - MAGG/Sabesp, atua na Sabesp des- mundo para procurar enfrentar e resolver estas questões.
de 1986. Já exerceu as gerências de divisão de operação
de água e de serviços gerais, entre outras atribuições. O senhor acabou de assumir a presidência da Gestão
2016-2018 da AESabesp. Qual sua expectativa frente a
Com sua abrangente experiência no setor de Saneamento, esse novo desafio? Quais as metas propostas pela nova
como avalia a evolução deste tema no país? Diretoria Técnica?
Estamos atrasados com a lição de casa. Sabemos que o A expectativa da presidência é enorme, principalmente por
Brasil é um país com dimensões continentais e, devido estarmos assumindo o comando de uma associação res-
a isto, tem grandes dificuldades para atingir a universa- peitada que vem crescendo em tamanho e qualidade ano a
lização do setor, mas se procurarmos fazer um planeja- ano e temos que achar uma forma de manter este cresci-
mento sério que deva ser seguido à risca com projetos mento mesmo durante este período de crise que estamos
de qualidade e só executar as obras que foram exausti- passando. Quanto às propostas não só da nova Diretoria
vamente planejadas e projetadas, teremos uma melho- Técnica mas, das 11 diretorias (Administrativa, Cultural, Es-
ra significativa neste quadro. portes e Lazer, Financeira, Marketing e Comunicação, Po-
18 RMAI
❝NOVAS PARCERIAS SÃO BENÉFICAS
PARA O FUTURO DA ENTIDADE❞
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ENTREVISTA
20 RMAI
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FOCO
CONSULTORIAS
AMBIENTAIS
22 RMAI
COM A VALORIZAÇÃO DAS AÇÕES
SUSTENTÁVEIS NAS EMPRESAS, O PAPEL DAS
CONSULTORIAS AMBIENTAIS VEM GANHANDO
MAIS REPRESENTATIVIDADE NO BRASIL
O
Por Sofia Jucon
24 RMAI
de de obter financiamentos em ban- econômica para seus associados, es-
cos públicos, com menor taxa de ju- sas consultorias também exercem
ros; ampliar as possibilidades de for- uma função educacional em proces-
necimento a grandes clientes, uma vez sos e sistemas, bem como social. Is-
que a gestão ambiental passou a ser so se dá na medida em que possuem
uma exigência básica de grandes em- a obrigação de levar o conhecimento
presas aos seus fornecedores, são al- das melhores referências, práticas e
guns pontos destacados por Cristia- níveis técnicos e de gestão às empre-
ne Boff Maciel, diretora da Tecnoam- sas assistidas, que podem, assim, se
bi Consultoria e Engenharia Ambien- concentrar em suas respectivas voca-
tal. “Nossa atuação inicia com uma vi- ções de produção de bens ou de pres-
sita para diagnóstico da situação am- tação de serviços”, notifica.
biental da empresa, após apresenta- Além disso, Gomes aponta que há
mos as soluções e custos. Os clien- ainda a função social agregada ao ne-
tes recebem bem as propostas, por- gócio porque, com o decorrer dos tra-
que tentamos viabilizar o atendimento balhos, na prática o que ocorre é to-
a legislação e os custos das soluções”, da uma elevação nos níveis de know-
complementa ela. -how organizacional aprimorando a
No entendimento de Gomes, dian- sua gestão do conhecimento, o que
te da evolução da temática, o status necessariamente envolve os conheci-
das empresas da categoria “consul- mentos explícito e tácito, este ligado
toria ambiental” ganharam ampliação aos empregados que se tornam capa-
no conceito para consultorias em sus- citados em disciplinas eventualmen-
tentabilidade, engenharia e gestão or- te até então desconhecidas ou, no mí-
ganizacional. “Como é o caso da HGO, nimo, saem do processo reciclados
além de sua finalidade de sustentação quanto ao seu know-how. “Assim, as
Novas soluções
Com as crises da água e de energia
no Brasil, é fato que as empresas es-
tão mais preocupadas em implemen-
tar soluções que ajudem-nas na re-
dução dos custos. A consultoria am-
biental pode ajudá-las nesse sentido
e, inclusive, ter um papel importan-
te na geração de lucros. Como exem-
plo, Rose, que possui grande experi- cebe que algo não vai bem e que pre- da não disponível no Brasil. “A Ricar-
ência internacional, fala que na sua cisa mudar. Está desperdiçando insu- do Rose Consultoria atua na pesquisa
área de atuação especificamente, a mos, produzindo com baixa qualidade e na comunicação, geralmente aten-
consultoria pode ajudar estas empre- e não está sendo ambientalmente sus- dendo médias e pequenas empresas,
sas na identificação de fornecedores tentável em diversos aspectos. Muitas mas com grande expertise internacio-
de tecnologias compatíveis com suas vezes, assessorada por uma consulto- nal, o que favorece a localização de de-
necessidades. Ele ressalta ainda que ria técnica, a empresa conclui que pre- tentores desta tecnologia no exterior
outro aspecto importante é comuni- cisa utilizar novas tecnologias, mais e estabelecemos a conexão”, desta-
car: “depois que o projeto de econo- modernas e eficientes, sejam nacio- ca Rose.
mia de água e/ou energia foi instala- nais ou estrangeiras. Neste momen- Neste aspecto, os principais dife-
do, é preciso passar esta informação to entra a atuação da consultoria, pa- renciais da HGO, conforme Gomes,
para funcionários, clientes, fornece- ra identificar estes potenciais forne- são o portfólio abrangente a todas as
dores e o público em geral”, informa. cedores. Outras vezes a empresa des- eventuais necessidades que uma em-
Conforme Rose, o trabalho da con- cobre uma oportunidade, mas preci- presa pode vir a ter quanto à susten-
sultoria muitas vezes começa, por sa de parceiros estrangeiros, que de- tabilidade, mantendo um alinhamento,
exemplo, quando uma empresa per- tenham certo tipo de know-how ain- coerência estratégica e economia nas
26 RMAI
soluções propostas e em seus proces- Gomes: “O cenário recessivo também
sos de implantação. apresenta grandes oportunidades para as
consultorias ambientais no Brasil”
Área multidisciplinar
A consultoria ambiental conversa tenção de diálogo com setores aca-
com várias outras áreas e troca mui- dêmicos, corporativos de outras em-
tas experiências com setores acadê- presas, autarquias e órgãos públicos,
micos, corporativos, entre outros, re- ministérios, poder executivo e secreta-
presentando uma sinergia conside- rias pertinentes, poder judiciário, den-
rada muito importante para aumen- tre outros reside exatamente na possi-
tar a expertise e explorá-las junto aos bilidade de gerir o conhecimento den-
clientes. Rose, atesta que essa troca tro do âmbito das especialidades da mento, uma vez que o setor ambien-
de conhecimentos é imprescindível consultoria. “Com isso o profissional tal está em constante evolução. Pa-
para todos os atores e colabora para consegue se atualizar constantemen- ra acompanhar as tendências e ino-
um fluxo positivo no mercado em di- te, visando justamente permitir propor vações, Gomes comenta que dentre
versos níveis. “Aqueles que atuam na e fornecer sempre as melhores solu- as maneiras pelas quais a Horus se
área da consultoria ambiental devem ções aos clientes. Assim, eles terão a mantém atualizada com relação à evo-
estar presentes em feiras, congres- certeza de que sempre estarão diante lução de conceitos, tecnologias e le-
sos, eventos científicos e, além disso, de especialistas que os levarão a co- gislações ambientais estão: estudos
– o que talvez seja o mais importante nhecer e a implantar soluções que os e pesquisas continuadas para aprimo-
– devem se informar através de leitura levarão a níveis superiores aos ante- ramento das soluções já pertencentes
de livros, revistas e pesquisa na web. riormente implementados e em ope- ao portfólio da empresa; participação
A área ambiental é multidisciplinar e o ração”, assegura Gomes. ativa em fóruns de normalização na-
seu profissional precisa conhecer um cionais e internacionais, entre outros;
pouco de muitos setores, até para sa- Tendências e inovações participação junto à câmaras ambien-
ber a quem procurar para obter infor- Para os especialistas, um item tais de instituições da sociedade civil
mações ou ajuda”, aconselha. fundamental para a melhoria contí- ou governamentais etc, assim como
Seguindo a mesma linha, Gomes nua do trabalho de uma consultoria com participação em eventos, feiras e
afirma que a importância da manu- consiste na atualização do conheci- seminários nacionais e internacionais
28 RMAI
O amplo mercado para as consultorias
ambientais atuarem fomentam novas soluções
e atividades multidisciplinares
A MODA DAS
GARRAFAS PET
O
mercado da moda vive de tendências. E uma que tem sido cada
MERCADO DA MODA vez mais adotada é a da sustentabilidade. O aumento do incen-
ADOTA TENDÊNCIA tivo à coleta e a reciclagem da embalagem PET tem permitido o
uso da matéria original para a fabricação de diversos produtos.
SUSTENTÁVEL COM Um dos mais interessantes é produção de fibras de poliéster, que
estão sendo largamente utilizadas na indústria têxtil e nas con-
USO DE MATERIAIS fecções. Essa fibra pode ser tecida junto com algodão e virar matéria-pri-
FABRICADOS ma para roupas, bolsas, travesseiros, roupas de cama, tapetes e outra infi-
nidade de produtos, ou ainda ser utilizada em sua forma bruta na confecção
A PARTIR DE de banners, sacolas, embalagens, entre outros produtos.
GARRAFAS PET Uma das empresas brasileiras que tem adotado essa tendência é a CorBra-
zil que produz saídas de banho e acessórios para praia e piscina. Para comple-
Por Sofia Jucon tar a coleção da marca, as bolsas e nécessaires foram confeccionadas com te-
cidos produzidos a partir de garrafas PETs recicladas. Para a produção de um
metro de tecido são utilizadas seis garrafas PET de dois litros.
“Para combinar com toda a questão da sustentabilidade, as estampas das
bolsas e nécessaires têm tudo a ver com a natureza. São alegres, com folha-
gens e animais que representam a fauna brasileira, como onça, tucano e ara-
30 RMAI
ra”, afirma a diretora da marca Gisle- neste mercado, em 2015, a Ecosimple idealizada pelo publicitário Rafael Stu-
ne Mastro Antonio. firmou uma parceria com o estilis- dart, que aproveitou a facilidade de dis-
Uma garrafa PET jogada na natu- ta Alexandre Herchcovitch para for- seminação das redes sociais para ven-
reza demora cerca de 400 anos pa- necer material ecologicamente corre- der as camisetas fabricadas com fios
ra se decompor. “E com essa saída to. “Houve uma simbiose: ele procura- de PET e angariar fundos para a “Cam-
encontrada pela CorBrazil, o desti- va um fornecedor de tecidos sustentá- panha Vida na Seca”. “Após a campa-
no das garrafas que seriam descar- veis com produtos compatíveis às su- nha, passei dois anos pesquisando so-
tadas ficou muito mais glamouroso”, as criações e a Ecosimple buscava um bre tecnologias de tecido, de tintas e
aponta Gislene. designer renomado”, conta Claudio Ro- reciclagem de papel para conseguir-
cha, diretor comercial da Ecosimple. mos criar as camisetas a partir das
Cadeia de valor Além das peças expostas nos des- garrafas PET”, conta o empresário.
Em 2015, o Grupo Malwee lançou o files da São Paulo Fashion Week ano Toda coleção Vida BR e produzi-
Plano de Sustentabilidade 2020 – pla- passado, a empresa firmou uma par- da com tecidos à base de fios de PET
no estratégico de sustentabilidade da ceria com Herchcovitch para uma co- reciclado e trazem mais uma inova-
empresa para 2020, visando ser refe- leção de tecidos desenvolvidos e assi- ção: com o efeito da luz solar, as co-
rência mundial como empresa de mo- nados pelo estilista. res das estampas aparecem de for-
da que engaja seus stakeholders para A Ecosimple usa o descarte e as ma realçada.
o desenvolvimento de uma cadeia de aparas de outras confecções que iriam Rafael destaca ainda que a Vida
valor sustentável. para o lixo ou aterros. “Esse material é BR atua em prol da logística reversa.
Por isso, o desafio de unir moda, recolhido e enviado para uma coope- “Quem adquire uma camisa nos dias
responsabilidade ambiental e boas rativa de famílias carentes, que sepa- de hoje, daqui a cinco anos poderá de-
práticas sociais foi o ponto de partida ra por cor e composição têxtil. Na fá- volvê-la à loja como forma de descon-
do projeto “Eu abraço Sustentabilida- brica, as aparas voltam ao seu estado to para a obtenção de uma unidade
de com Estilo”, campanha pela qual a original e são misturadas a fibras de nova. E outra iniciativa que adotamos
Malwee busca mostrar o quanto a mo- garrafas PET”, conta Rocha. foi a de praticar a logística reversa.
da pode ser uma vitrine para as gran- Essas camisetas utilizadas durante
des mudanças do mundo. Solidariedade esse tempo serão aproveitadas para
A coleção, composta por camisas O empenho para atender as neces- a fabricação de novas peças. Assim,
e camisetas de diversas modelagens, sidades básicas e emergentes dos ser- esse material ficará circulando, sem
é feita de matérias-primas sustentá- tanejos do município de Milhã, CE, re- retornar ao meio ambiente na forma
veis, como malha PET (composição de sultou na criação da marca Vida BR, de resíduos”, finaliza. n
fibras de algodão e garrafas PET 100%
recicladas), malha desfibrada (compo-
sição que mistura novas fibras de al-
godão, resíduos de malha e poliéster
PET) e meia-malha Brasil (tecnologia
exclusiva composta pela Fibra Brasil,
oriunda do reaproveitamento das fi-
bras de bananeira).
Estilistas
Outra empresa que aderiu ao uso
do PET em seus produtos foi a Ecosim-
ple, que produz tecidos sustentáveis.
Com o objetivo de ampliar sua atuação
GLASS IS GOOD
A
PROGRAMA pós cinco anos de pioneirismo, o programa Glass Is Good® cele-
CELEBRA MAIS bra o notável desempenho nas cidades de Campinas e São Pau-
lo, em SP; Fortaleza, CE; e Recife, PE. Desde sua criação pela
DE 16 MILHÕES Diageo – empresa que atua no segmento de bebidas alcoólicas
Premium e dona de marcas como Smirnoff®, Johnnie Walker®
DE GARRAFAS e Ypióca® – a iniciativa já firmou parceria com 130 casas, en-
RECICLADAS tre bares, restaurantes, baladas e eventos, e atingiu a marca de oito mil to-
neladas de vidro reciclado, o equivalente a cerca de 16 milhões de garrafas.
O cunho sustentável da ação já foi reconhecido pelos prêmios Cidade Pró-
-Catador, da Secretaria-Geral da Presidência; ECO, da Amcham - Câmara
Americana de Comércio; e prêmio da FIBoPS - Feira Internacional para as
Boas Práticas Socioambientais, realizada pelo Instituto Mais.
Desenvolvido em 2010, o projeto surgiu motivado pelo baixo índice de re-
ciclagem de vidro: de acordo com a Abividro - Associação Brasileira do Vi-
dro, apenas 47% da matéria-prima em questão recebe destino correto (con-
fira mais dados no quadro ao lado). Pensando nisso, a Diageo firmou acordo
com nove cooperativas de catadores para armazenamento e trituração e a
Owens Illinois – maior fabricante de embalagens de vidro do mundo – criando
uma cadeia completa de recolhimento, triagem e reaproveitamento de vidro.
Anterior à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que corresponsabili-
32 RMAI
za as indústrias pela gestão do des-
carte dos produtos que fabricam, o
Glass is Good alia geração de renda
para as cooperativas à redução de
emissão de CO² e economia de ener-
gia e água. Novas tecnologias para o
processo de reciclagem também são
desenvolvidas pelo programa.
Desde 2014, o Glass is Good pas-
sou a contar com o apoio de patroci-
nadores como a Companhia Müller,
Heineken e Pernod Ricard que, jun-
tas, ajudam a impulsionar o progra-
ma e ampliar o volume coletado. “Es-
tes apoios estão fazendo uma diferen-
DADOS SOBRE A RECICLAGEM DE VIDRO
ça enorme em torno de um tema tão ❖ O vidro leva 4.000 anos para se decompor
importante: a destinação ambiental- ❖ Em 2015 foram contabilizadas 8105,1 toneladas de vidros
reciclados no Brasil
mente correta de embalagens de vi-
❖ Este montante equivale a 16.745.867 garrafas de Smirnoff 21
dro. A Diageo lançou essa empreitada
❖ Só em São Paulo são recicladas 224 ton de vidro/mês
há cinco anos e agora mobiliza impor- ❖ As embalagens de vidro correspondem a 1,5% de todo
tantes empresas do setor a fazerem o resíduo sólido urbano em São Paulo
parte do programa e permitir ampliar ❖ Dados da Abividro informam que, de 980 kton/ano,
sua abrangência e impacto”, comen- 53% não são reciclados
ta Tatiana Correia, gerente de Susten- ❖ Na Suécia 95% do vidro produzido é reciclado
tabilidade da Diageo PUB (Paraguai, ❖ Segundo a Abividro, no Brasil apenas 47% do vidro produzido
é reciclado e recebe destinação correta
Uruguai e Brasil).n
BIOMASSA SÓLIDA
M
EM PROL DE NOVAS uitas empresas estão se mobilizando para contribuir com soluções
para o segmento e pelo incentivo da diversificação da matriz ener-
TECNOLOGIAS E gética no setor industrial, como por exemplo, o uso da biomassa.
NEGÓCIOS, SETOR O bagaço da cana-de-açúcar, madeira, lixo urbano ou industrial
e resíduos agrícolas e industriais são os destaques da biomassa,
INDUSTRIAL INVESTE que, atualmente é considerada pela Embrapa – Empresa Brasi-
34 RMAI
dades tecnológicas e comerciais; apre- biomassa, apesar de liberar CO2, este nológico, que a partir das discussões
sentar resultados de pesquisas cientí- gás já havia sido absorvido pela plan- ocorridas durantes os dois dias do
fico-tecnológicas referentes às tecno- ta durante o processo. Portanto, torna evento apresentaram suas contribui-
logias de conversão da biomassa sóli- o balanço de emissões de CO2 pratica- ções, o que permitiu chegar até a ela-
da; entre outras ações. mente nulo”, afirma Losso. boração do documento final. Um gru-
No Brasil, o incentivo para o con- po formado pelos palestrantes, profes-
Experiência prática sumo da biomassa no setor industrial sores das diversas instituições acadê-
Apresentar as iniciativas da indús- também é expressivo, especialmente, micas envolvidas e de instituição publi-
tria quanto à utilização da biomassa em meio ao cenário atual, de crise eco- cas irão revisar este documento com
sólida para geração de energia térmi- nômica, em que a fonte renovável se o fim de ajudar a traçar caminhos pa-
ca foi tema da palestra do engenheiro apresenta como uma solução na redu- ra a consolidação e crescimento do se-
Mauro Losso, consultor do Grupo Icon. ção de custos - fundamental para as tor de biomassa combustível.
Na oportunidade, Losso exibiu ao públi- empresas se manterem competitivas Marli destacou a importância do
co um case do Gerador de Gás Quen- no mercado. Para o consumidor, es- apoio de diversas entidades público e
te alimentado por biomassa, equipa- ta é também mais uma opção para o privadas de Santa Catarina, empresas
mento da Icon (foto) que tem rápido consumo responsável e a seleção por dos diversos segmentos da indústria
retorno de investimento, em média de empresas ambientalmente amigas e da biomassa para levar adiante os ob-
quatro meses, de acordo com o clien- preocupadas com a sociedade em que jetivos do simpósio. “Todos foram im-
te e condições de pagamento. “Além de estão inseridas. Em Mato Grosso do prescindíveis para o sucesso do even-
trazer redução de custos para empre- Sul, por exemplo, a Semade - Secre- to e para os desmembramentos mais a
sas, uma vez que a biomassa energé- taria de Meio Ambiente e Desenvolvi- frente. Será um trabalho realizado com
tica em forma de cavaco de madeira, mento Econômico, e o Imasul - Instituto vários atores da cadeia de valor e um
por exemplo, pode custar até cinco ve- de Meio Ambiente do Estado, estimu- marco para o inicio de uma mudança
zes menos por unidade de energia ge- lam empresas a instalarem Unidades estratégica ao cenário da biomassa
rada, em comparação ao gás natural. O Termelétricas de Biomassa acima de como combustí-
equipamento é uma solução inteligente 10 megawatts que utilizem como com- vel renovável
para uma indústria mais responsável bustível derivados da biomassa. Des- e de uma in-
e preocupada com a comunidade que de 1º de outubro de 2015, as interes- dústria mais
está inserida, sem afetar o desenvol- sadas já puderam protocolar o pedido competitiva e
vimento socioeconômico dessas regi- de licença prévia para esse tipo de em- sustentável”,
ões”, explica ele. preendimento que envolve investimen- concluiu. n
A fonte renovável já é bem vista, tos de aproximadamente R$ 1 bilhão.
também, por olhos europeus. Pro-
va disso é sua utilização na Europa, Competitividade
um dos maiores importadores do in- Para Marli Luisa Juárez y Sales, co-
sumo. Segundo pesquisas da revista ordenadora do Ibiom, a excelência das
The Economist a biomassa energética palestras e as ricas discussões
responde por cerca de metade do con- fortaleceram ainda mais a ideia
sumo de energia renovável da Europa. da necessidade de desenvolver
Em alguns países, como a Polónia e a estratégias para o setor
Finlândia, a madeira satisfaz mais de da biomassa combustí-
80% da procura de energia renovável. vel no Brasil.
Só em 2012, o continente europeu con- Ela destacou que ao
sumiu 13 milhões de toneladas de “pel- final, o Ibiom recebeu o
lets” de madeira, conforme o Interna- apoio de técnicos e de
tional Wood Markets Group. “Essa fon- mais de 30 empresas,
te é menos poluente, pois ao queimar a maioria do setor tec-
MELHORIA DA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA NOS
MOTORES ELÉTRICOS
A
lguém pode imaginar – depois de anos com foco no aquecimento global – que já
tivessem sido adotadas todas as medidas de fácil implementação para a redução
das emissões de gases de efeito estufa. E, enquanto os governos preparavam-se
para sua 21ª Conferência anual sobre mudanças climáticas (COP21), surpreendentemente,
alguns frutos continuam esperando para serem colhidos. Aliás, não penso nos pequenos
frutos. Estou falando de grandes frutos, de alto rendimento. Considere isto: eficiência ener-
gética na montagem de motores elétricos em todas as bombas e ventiladores com disposi-
tivos para regularem a sua velocidade economizariam 3.338 TWh (3,3 milhões GWh), equi-
valentes, aproximadamente, à quantidade de energia elétrica produzida na UE em 2013*.
A oportunidade é muito grande porque os motores elétricos estão entre os maiores
consumidores de energia. Eles alimentam todo tipo de equipamento e representam cer-
ca de 40% de toda a eletricidade consumida no mundo inteiro. Na União Europeia (UE),
eles são responsáveis por cerca de 12% do total das emissões de CO2, ficando atrás ape-
nas dos produtos para o aquecimento de ambientes**. Nos últimos anos, a UE, juntamen-
te com vários outros países, como Estados Unidos e China, impôs novas regras que exi-
gem que motores mais antigos, grandes consumidores de energia, sejam descartados ou
substituídos gradualmente. Essas regras, conhecidas como Minimum Energy Performan-
ce Standards (MEPS), especificam os níveis mínimos aceitáveis de eficiência de um produ-
to, definindo quais produtos podem ser comercializados e vendidos. Normalmente, com o
passar do tempo, essas MEPS tornam-se mais rigorosas. Na UE, por exemplo, regras que
exigem uma classe de motores de maior eficiência, entraram em vigor em janeiro de 2015.
Modernização
As MEPS na Europa, e seus equivalentes em outros países, acabarão por levar à mo-
dernização da base instalada de motores elétricos. No entanto, no ritmo atual de imple-
mentação, levando em conta as lacunas e problemas de aplicação, provavelmente, eles fi-
carão aquém das economias de energia necessárias para atingir as metas do clima, em
especial porque o consumo mundial de energia deverá aumentar em 30% nos próximos 15
anos. Uma razão para isso é que as MEPS especificam a eficiência de produtos individuais,
motores elétricos neste caso, ao invés da eficiência dos sistemas do motor. Não importa o
quão eficiente é um motor se ele não puder regular sua velocidade de acordo com a carga,
porque sempre estará operando em potência máxima. A legislação está mudando gradu-
almente para atender essa demanda – por exemplo, as regras da EU, que entraram em vi-
gor em janeiro de 2015, especificam que determinados motores (menos eficientes) devam
ser capazes de ajustar sua velocidade. Mas, apenas cerca de 10% dos motores em servi-
ço em todo o mundo estão equipados com inversores de frequência que lhes permita fazer
isso, ainda que a economia de energia possa ser substancial – de 50% em alguns casos*.
36 RMAI
Outro desafio é estabelecer MEPS comuns, globalmen- didas que podem ser posta em prática imediatamente, sem
te. Novamente, estão sendo feitos progressos nessa área, medo de prejudicar o crescimento econômico; com efeito,
com mais e mais países se voltando a normas mais harmo- desde que a maioria dos investimentos em tecnologia em
niosas; mas, há, ainda, muito a ser feito. Um recente estudo eficiência energética retorne em um ano ou dois, por meio
encomendado pela Comissão Europeia*** concluiu que, se de custos mais baixos em energia, elas podem aumentar
a mais rigorosa das MEPS para a eficiência energética de significativamente a competitividade e, substituindo o velho
um produto fossem harmonizadas hoje, o consumo global equipamento, gerar atividade econômica adicional. O fruto
final de energia no mundo seria 9% inferior e o consumo de não será mais baixo do que este.n
energia devido especificamente a produtos, seria 21% mais
baixo. Isso economizaria 8.950 TWh de eletricidade, o equi- Notas:
valente ao fechamento de 165 centrais elétricas alimenta- * O cálculo baseia-se na base instalada de drives (acio-
das a carvão, ou a tirar de circulação 132 milhões carros. namentos com velocidade variável da ABB), que cobre cerca
O tempo está correndo em relação à mudança climáti- de 20% do mercado global, e estima-se que esteja economi-
ca. O peso da opinião científica é que não temos muito mais zando cerca de 445 TWh de eletricidade, anualmente.
tempo para inverter o curso das emissões; caso contrário, ** Fonte: Comissão Europeia
não será possível limitar o aquecimento global a dois graus *** “Savings and benefits of global regulations for ener-
acima dos níveis pré-industriais, que é considerada o limite gy efficient products” (“Economia e vantagens das regu-
máximo de temperatura que podemos sustentar sem de- lações globais para produtos com eficiência energética”),
sencadear eventos climáticos potencialmente catastróficos. União Europeia, setembro de 2015
De todas as ações que podem e estão sendo tomadas pa-
Ulrich Spiesshofer
ra limitar as emissões de carbono e de mitigação dos efei- Presidente e CEO da ABB Ltd., tem um PhD em Economia,
tos da mudança climática, nenhuma promete mais do que bem como um curso de mestrado em Administração de
Empresas e Engenharia pela Universidade de Stuttgart,
a melhoria da eficiência energética. Existem inúmeras me- Alemanha
AGRONEGÓCIO
SUSTENTÁVEL
P
ara reunir as grandes cabeças atuantes nos mercados relaciona-
SIMPÓSIO DA ESALQ/ dos com o Agronegócio Brasileiro e discutir a sustentabilidade alia-
USP DEBATEU A da à produtividade, bem como projeções para um futuro consciente,
o Pecege - Programa de Educação Continuada em Economia e Ges-
SUSTENTABILIDADE tão de Empresas, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Quei-
38 RMAI
sável pelo V SIM. Segundo ela, os pa- ral e Agronegócios, discutiu o “Marke- Baines, da Unilever ( à esquerda); e Rodrigues,
lestrantes expuseram cases de suces- ting da Sustentabilidade”. O evento foi da SNA, expuseram dados sobre o setor
so, tendências e problematizações so- finalizado por Terence Spencer Baines,
bre a sustentabilidade dos mercados, gerente de sustentabilidade na área de gastos de insumos, o treinamento e
com a atenção voltada para o que es- compras da Unilever Brasil, que abor- melhoria contínua, a receita da ca-
tão pensando as grandes empresas. dou modelos de negócio que visão pro- deia e biodiversidade. “Nós desen-
“A ideia foi levar para o público o que dução sustentável. volvemos trabalhos que, muitas ve-
foi feito, o que está sendo realizado e o zes são complexos e exigem grande
que está por vir em relação a negócios Fazendas sustentáveis demanda de trabalho e persistência,
sustentáveis”, frisou a pesquisadora. Em sua palestra, Baines, da Uni- mas isso nos dá produtos sustentá-
Entre os palestrantes convidados, a lever, destacou que dentro do agrone- veis, que ganham outra força dentro
programação contou com palestra de gócio existem vários líderes. Cada um, do mercado”, explicou.
Celso Manzatto, especialista da Em- preocupado com um fator. Alguns com Baines deu o exemplo da Unilever,
brapa; e do docente José Roberto Mo- a produção contínua de seus produtos, que leva seu pessoal do marketing pa-
reira, do CENBIO/USP, que apresenta- outros com a marca, outros com a vi- ra dentro do campo, para que eles en-
ram o tema “Sustentabilidade no se- sibilidade. “Mas como entender esses tendam o que é a sustentabilidade. Es-
tor sucroenergético”; Roberto Rodri- pontos?”, provocou. “Para a empresa, sa experiência serve para que eles as-
gues, engenheiro agrônomo, agricultor há o padrão legal da sustentabilidade similem a diferença entre as fazendas
e presidente da SNA - Academia Na- e a nossa base de dados, com nossas sustentáveis e as que fogem desse pa-
cional de Agricultura, explanou sobre o ponderações”, disse. drão. Conforme Baines, esse processo
“Panorama do agronegócio nacional”; Conforme ele, entre os principais engloba, além do marketing interno, os
e Maurício Mendes, diretor da Agroto- aspectos avaliados pela Unilever es- publicitários, agências – com uma es-
ols e ex-presidente da AMBR&A - As- tão, o cumprimento legal, o geren- timativa de mais de cinco anos para
sociação Brasileira de Marketing Ru- ciamento de riscos, a otimização de se tornar coeso. n
PECUÁRIA
SUSTENTÁVEL –
CERTIFICAÇÃO DE
GADO NO BRASIL
N
este estudo de caso examinamos o progra-
ma de certificação de gado da RAS - Rede de
Agricultura Sustentável, no Brasil. O estudo é
importante por três razões: em primeiro lu-
gar, o setor de gado no Brasil está associa-
do a altas taxas de desmatamento e emis-
sões de gases de efeito de estufa; segundo, o Brasil é ca-
racterizado por um cenário político complexo, com um
grande número de programas implementados simulta-
neamente em uma variedade de escalas: e em terceiro
lugar, o programa de gado RAS foi indicado pelo eleva-
do nível de sustentabilidade no setor no Brasil, principal-
mente porque os seus critérios (por exemplo, com rela-
ção ao desmatamento e rastreabilidade) são mais rigo-
rosos e sua definição de sustentabilidade é mais abran-
gente, pois incorporam múltiplas dimensões tanto na
sustentabilidade ambiental e social do que qualquer ou-
tra intervenção na cadeia de fornecimento de gado, sen- de Gado, por sua vez, também baseia-se na Norma pa-
do visto, desta forma, como uma aproximação para me- ra Agricultura Sustentável. O padrão bovino é dividido
lhorar a sustentabilidade do setor. em 15 princípios e 136 critérios, composto dos 10 prin-
A SAN - Rede de Agricultura Sustentável, é um con- cípios existentes de Norma para Agricultura Sustentá-
sórcio de certificação que desenvolve padrões para pro- vel e cinco princípios que foram desenvolvidos especi-
mover a sustentabilidade social e ambiental nas cadeias ficamente para a indústria do gado. Os 15 princípios re-
produtivas agrícolas em nível mundial, por meio da in- ferem-se a sistemas de gestão, a conservação do ecos-
tegração de produção sustentável com a conservação sistema, proteção dos animais selvagens, conservação
da biodiversidade, a responsabilidade social, ambien- de água, condições de trabalho, saúde ocupacional, re-
tal e bem-estar. Seu principal objetivo é reduzir o des- lações comunitárias, gestão integrada das culturas, con-
matamento tropical e aumentar a sustentabilidade pela servação do solo, de gestão integrada de resíduos, sis-
criação, e normas sociais de bem-estar ambiental para temas de gestão integrada de gado, alcance sustentável
cadeias de suprimento agrícolas. A rede é uma parceria e manejo de pastagens, bem-estar animal, e reduzindo
entre nove organizações, incluindo a Rainforest Alliance, as pegadas de carbono. Cada um destes princípios con-
presente em oito países. O principal programa de certi- tém vários critérios.
ficação utilizado pela SAN é a Norma para Agricultura O programa de Produção de Gado Sustentável foi de-
Sustentável, que tem sido utilizado para certificar cul- senvolvido pela RAS e o Catie - Centro Agronômico Tro-
turas agrícolas desde 1992. pical de Investigación y Enseñanza, com o apoio técnico
A Norma para Sistemas Sustentáveis de Produção de peritos do Grupo Ganadería y Manejo del Medio Am-
40 RMAI
co certificado) e Fazenda Água Sadia, no Brasil e em El
Guapinol, na Guatemala. As fazendas São Marcelo e a
Água Sadia são todas de propriedade do grupo JD e as
chamaremos de Fazendas São Marcelo (FSM). A FSM
conseguiu a Certificação de Grupo Padrão em 2013 (uni-
dade Fazendas São Marcelo Juruena para o nascimen-
to de gado; unidade Fazendas São Marcelo Tangará da
Serra para o crescimento e engorda, e Fazenda Água Sa-
dia também para o crescimento e engorda). Além disso,
uma unidade do matadouro Marfrig tornou-se o primeiro
e único global a ser certificada com a Cadeia de Custó-
dia Padrão em 2012. O supermercado Carrefour começou
a vender carne certificada pelo RAS no Brasil em 2013.
Outras fazendas no Brasil estão atualmente no proces-
so de busca da certificação.
Resultados
O programa de certificação sustentável do gado RAS
representa um nível muito elevado de práticas sustentá-
veis, uma vez que ultrapassa as exigências de outras in-
tervenções rigorosas. Assim, para ser capaz de sequer
considerar a certificação RAS como uma opção, uma fa-
zenda já precisa ter atingido um nível mínimo de confor-
midade com estas outras políticas e normas. Um gran-
de número de intervenções de políticas que visam me-
lhorar a sustentabilidade da cadeia de fornecimento de
gado no Brasil têm sido desenvolvidas e implementadas
pelo setor privado, estado e sociedade civil. Estas inter-
venções variam muito em seus objetivos, nos mecanis-
biente (Pecuária e Grupo de Gestão Ambiental - GAM- mos pelos quais elas se movem em direção a esses ob-
MA). A norma foi lançada em julho de 2010 na sequência jetivos e no seu âmbito espacial e temporal. Descobri-
de uma consulta pública de 34 países realizada em con- mos que a implementação do programa de gado RAS foi
sonância com a ISEAL Alliance - Código de Boas Práti- diversas vezes complementada e limitada por estas ou-
cas para o estabelecimento de normas socioambientais tras intervenções. Aqui destacamos as principais inter-
(RAS 2010). O processo envolve uma auditoria de certifi- venções agrupadas de acordo com a sua principal agên-
cação inicial completa, seguido de duas auditorias anu- cia executora (governo, sociedade civil, setor privado,
ais. A partir deste ciclo de três anos começa novamen- ou multi-stakeholders), e delinear as interações com-
te com outra auditoria completa. Os produtores podem plementares, substitutivas, e antagonistas principais no
optar por ter uma visita de diagnóstico antes da primeira programa de gado RAS, o Código Florestal (Lei Nacio-
auditoria completa, para avaliar superficialmente onde a nal do Brasil, Lei nº 12,651 de 25 de maio de 2012), uma
fazenda está posicionada em relação aos critérios. Para das legislações nacionais mais estritas à proteção das
tornarem-se certificadas, as fazendas têm de cumprir: florestas em todo o mundo.
a) 80% de todos os critérios, b) pelo menos 50% dos cri- O CAR - Cadastro Ambiental Rural também repre-
térios de cada princípio, e c) 22 critérios críticos (que as senta um passo importante para fazer cumprir a legis-
fazendas têm de cumprir completamente). lação ambiental. Nas regiões onde o CAR é amplamen-
Em 2012, quatro fazendas foram certificadas para o te implementado já ajudou a monitorar o desmatamen-
padrão de sistemas de produção de gado sustentáveis: to, e por sua vez, pode catalisar a taxa na qual fazendas
Fazendas São Marcelo (duas propriedades com um úni- tornam-se mais perto de alcançar os critérios da RAS,
atuando sinergicamente. O prazo para todas as proprie- de incentivo do setor privado e, por fim, o programa de
dades se registrarem foi adiado para maio de 2017. Em certificação de gado RAS. O BPA, assim, complementa
setembro de 2015, apenas 53,56% da área do território e substitui alguns elementos do programa.
nacional estava registada. A rastreabilidade e controle de fontes do gado é um
Algumas intervenções, tanto obrigatórias como volun- grande desafio para a redução do desmatamento, agra-
tárias, destinam-se a aumentar a sustentabilidade por vado pela complexidade da cadeia de abastecimento. O
meio da restrição do acesso ao mercado para os produ- Sisbov - Sistema Brasileiro de Identificação de Origem e
tores insustentáveis (por exemplo, aqueles com o des- Certificação de Bovinos e Búfalos, é um programa que
matamento ilegal em suas propriedades). identifica cada animal dentro de uma propriedade e é ca-
paz de rastreá-los entre fazendas e matadouros. Sisbov
Programas BPA e Sisbov é um requisito obrigatório do governo federal, mas ape-
O programa BPA - Boas Práticas Agropecuárias, de- nas rastreia animais nos três últimos meses de sua vi-
senvolvido pela Embrapa é uma referência de critérios da. Além disso, o programa é projetado principalmen-
conjuntos a serem utilizados pelos produtores de todo te para facilitar a exportação de carne para mercados
o país para a melhoria dessas práticas. Alguns outros mais rigorosos, que exigem garantias sobre a saúde e a
programas também usam esses critérios como diretriz qualidade sanitária da carne. Não tem nenhum foco ou
para a determinação das melhores alternativas de pro- exigência de outras questões de sustentabilidade. Para
dução. O objetivo dos programas é o de orientar os pro- atender plenamente aos requisitos do programa de ga-
dutores em um conjunto de atividades que resultem em do RAS seria necessário abranger o ciclo de vida com-
maior produtividade e sustentabilidade. As orientações pleto de cada animal e garantir que todas as fazendas,
incluem normas e procedimentos relacionados com a incluindo aquelas onde o gado nasce, fossem livres de
gestão da propriedade, aspectos sociais de propriedade, desmatamento desde 2005.
recursos humanos, bem-estar animal, manejo de pas- Existem ainda intervenções com base em incentivos
tagem, ração animal, rastreabilidade, controle sanitário do setor privado, como o Marfrig Club, Garantia de Ori-
e manejo reprodutivo. Este programa está sendo imple- gem (GO) e os programas ‘Taeq’, que foram desenvolvi-
mentado por mais de 200 produtores de todo o país. Ao dos por varejistas no setor de bovinos no Brasil para es-
melhorar as práticas sustentáveis, as fazendas podem tabeler normas voluntárias que podem ser seguidas por
estar melhor preparadas para participar em programas produtores, que em troca podem vender os seus produ-
42 RMAI
tos com rótulos desses programas, às vezes por preços bilidade, e definição de papéis claros para todas as par-
mais elevados. Embora os padrões de sustentabilidade tes interessadas.
destes programas sejam sistematicamente inferiores Nenhuma intervenção de política pública fornecerá
aos do programa gado RAS, a adesão aos critérios po- uma solução para melhorar a sustentabilidade e a redu-
dem conduzir a uma melhoria nos processos de produ- ção do desmatamento associado com a cadeia de forne-
ção e sustentabilidade, aproveitando produtores partici- cimento de gado no Brasil. Como tal, o programa de gado
pantes mais perto das normas do programa gado RAS. RAS é uma ferramenta adicional que complementa ou-
Além disso, várias intervenções contribuem para que tras inúmeras intervenções. Em nosso exemplo, as inter-
os produtores implementem planos de gestão e para me- venções combinadas, incluindo as políticas e incentivos,
lhorar o controle de produção e manejo de pastagens. provavelmente criarão oportunidades e desafios no ob-
Entre estes constam os programas Pecuária Integrada jetivo de melhorar a sustentabilidade e intensificar o pro-
de Baixo Carbono e a Prática da Pecuária Sustentável, grama de gado RAS. O Brasil tem uma paisagem ampla
respectivamente desenvolvidos pela ONG Instituto Cen- de governo, sociedade civil, setor privado e as interven-
tro de Vida e pelo GTPS - Grupo de Trabalho da Pecuária ções de políticas públicas multilaterais, que, juntos, po-
Sustentável, com foco no manejo de pastagens, intensifi- dem facilitar uma mudança global em sustentabilidade
cação e boas práticas de produção dentro das unidades em todo o setor, contribuindo para alcançar a conformi-
de demonstração (DUS) em fazendas voluntárias. Como dade ambiental, adoção de melhores práticas de gestão,
resposta dos resultados positivos, o programa ‘Pecuária e o desenvolvimento de sistemas de monitoração efica-
integrada de baixo carbono’ foi continuado como o pro- zes. Ainda assim, nossa pesquisa identifica lacunas on-
grama recém-lançado Novo Campo, com o objetivo de de há necessidade de um quadro mais coerente na po-
ampliar o número de fazendas que estão melhorando as lítica que conduz a uma maior complementaridade en-
suas práticas de produção. tre as intervenções, bem como mais incentivos aos agri-
cultores para participarem. Os laços estratégicos fortes
Discussão entre as intervenções podem aumentar seu impacto in-
A intensificação das intervenções destinadas a me- dividual e coletivo. Os grupos que são capazes de exer-
lhorar a sustentabilidade da agricultura depende signi- cer influência sobre grande parte da cadeia de forneci-
ficativamente do contexto institucional em que são im- mento de gado podem ser bem posicionados para facili-
plementadas e, na medida em que são apoiadas ou limi- tar essa coordenação. No entanto, esses grupos só po-
tadas por outras intervenções (políticas ou programas dem cumprir efetivamente esse papel se os seus obje-
de incentivo), agindo no mesmo setor. Essa intensifica- tivos se alinharem com o interesse público mais amplo
ção do programa de gado RAS pode ser desejável se, e uma interpretação abrangente de sustentabilidade. n
como as evidências indicam, promover um maior nível
de sustentabilidade em fazendas participantes do que é
HELENA NERY ALVES-PINTO
atualmente observada na grande maioria das explora- Instituto Internacional para Sustentabilidade
ções agrícolas no Brasil.
Outros aspecos importates para alcançar (e demons-
trar) maior sustentabilidade na cadeia de fornecimento
PETER NEWTON
de gado no Brasil é uma maior capacidade de monito- Recursos Florestais Internacionais e Instituições (IFRI);
ramento e fiscalização, complementaridade e coorde- Rede de Investigação da Fac. de Rec. Naturais e Meio
Ambiente da Univ. de Michigan; Programa de Estudos
nação entre as intervenções de políticas públicas. No Ambientais, Sustentabilidade, Energia e Meio Ambiente
nosso exemplo, a cadeia de gado brasileiro, a coordena- Complex, Univ. do Colorado (EUA)
ção entre atores e iniciativas estão prestes a ser facilita-
LUÍS FERNANDO GUEDES PINTO
das por organizações de múltiplas partes interessadas, Imaflora - Instituto de Manejo e Certificação Florestal
tais como a Pecuária Sustentável. As organizações que e Agrícola
são capazes de convocar atores de toda a cadeia de for-
necimento de gado poderiam oferecer um caminho pa- Este texto é um resumo do artigo publicado na revista
acadêmica Tropical Conservation Science | ISSN 1940-0829 |
ra uma maior coordenação, se puderem demonstrar e Tropicalconservationscience.org
manter a independência suficiente, legitimidade, credi- Traduzido por Cristiane Del Gaudio
PREPARANDO-SE
PARA OS CENÁRIOS CRÍTICOS
O
hiato entre os recomendações dos estudos de ris- proximidade destes em uma mesma bacia, ou até mesmo
cos e as normas e padrões técnicos vigentes devido a maior proximidade de comunidades inteiras que
A cada novo acidente de maior dimensão que toma se formaram ao seu redor.
espaço na mídia nos perguntamos: Como pode acontecer? Mas isto responde em parte o como pode acontecer. Quan-
Não estavam preparados para isso? to a outra questão do porque não estavam preparados,
O pior é que na maioria das vezes a resposta certa é qua- também dependerá dos mesmos estudos e dos respecti-
se sempre: Não. vos planos de ação.
Para nos anteciparmos a esta resposta e principalmente Elaborando cenários, estruturando os recursos e pre-
para evitarmos a ocorrência do acidente ou de suas conse- parando-se para o pior deles
quências mais danosas é imprescindível termos um bom A identificação dos cenários mais críticos e do pior deles
estudo de riscos, com ações devidamente implementadas. decorre do estudo de análise de risco (EAR) elaborado.
Estes estudos já foram incorporados no planejamento e Identificam-se todos os possíveis cenários, do mais sim-
até fazem parte do dia a dia dos grandes empreendimen- ples ao mais complexo.
tos. As exigências para o licenciamento ambiental de novos O pior cenário, via de regra, determinará a totalidade de re-
empreendimentos impõem a elaboração desses estudos cursos a serem utilizados. Não é tarefa complicada, volu-
baseados em meticulosos protocolos técnicos. Entretanto mes, vazões, quantidades máximas armazenadas ou trans-
as técnicas e os protocolos estabelecidos para estes estu- portadas de produtos perigosos associadas a hipóteses
dos, ainda que geradores de ações específicas e pontuais acidentais de dimensão catastrófica e entornos com maior
(no próprio empreendimen-
to), pouco ou nada influem
de imediato nas normas e
padrões técnicos de projeto Dimensionamento e alocação de recursos
de âmbito mais abrangente, por nível de plano de emergência
cuja análise e revisão de-
pende de processos mais
morosos. Surge um hiato Tier3
entre as normas e padrões Estratégias Tier2
técnicos existentes e as re- Cenário de resposta e
comendações decorrentes EAR dimensionamento de
de estudos de riscos, cuja recursos por cenário Tier1
dinâmica evolutiva é maior. e para a totalidade
Vejam como exemplo disto
os parques de tanques de
combustíveis antigos, ante-
riores às décadas de 70/80,
que atendem as normas e
padrões técnicos vigentes,
porém incorporam riscos
inaceitáveis nos dias de ho-
je, devido a concentração e
44 RMAI
grau de vulnerabilidade (social ou ambiental) irão facilmen- nir os recursos mínimos a serem disponibilizados em ca-
te indicar os cenários mais críticos e o pior deles. Obvia- da caso.
mente que as probabilidades de suas ocorrências são as Esta é uma tarefa mais complexa que demanda análise de-
menores, porém passíveis de ocorrerem. talhada dos cenários por completo, dos recursos disponí-
veis na empresa e na região (caso haja previsão de com-
Mas como se preparar para estes? partilhamento de uso ou suporte de outras instituições).
Uma vez identificadas as hipóteses acidentais com maiores É fundamental conhecer os recursos disponíveis e existen-
vazões, volumes ou quantidades armazenadas ou trans- tes na região ou no mercado, suas características, limi-
portadas envolvidas; identificado também o entorno da po- tações, sua operacionalidade, as facilidades de transpor-
tencial ocorrência e todas as suas vulnerabilidades sociais te e de movimentação, a acessibilidade destes aos pontos
e ambientais, partimos para definir as estratégias de res- de combate previstos nas estratégias, o tempo de respos-
posta. Para cada cenário uma ou mais estratégias de res- ta para cada conjunto de recursos e estratégias previstas
posta serão utilizadas. Deve-se ter em conta que estas es- (entende-se por recurso inclusive o humano que deverá
tratégias podem se alterar à medida que evolui a respos- estar apto ao pronto operar dos equipamentos com pleno
ta. Podem se diferenciar também em função do entorno, conhecimento das possíveis estratégias de combate e do
das condições de acesso e da disponibilidade de recursos uso de cada recurso).
a cada instante. Quando se trata de ações de resposta com suporte de ou-
Um parque de tanques no litoral, junto ao mar, e um par- tras instituições as estratégias devem ser previamente
que de tanques similar no interior, demandarão estratégias analisadas, discutidas, estruturadas e treinadas em con-
distintas (e obviamente os recursos também) para comba- junto para que possa haver maior sinergia e a garantia de
te a um incêndio de grandes proporções. A disponibilidade sucesso da resposta. Isto torna-se ainda mais complexo,
infinita de água no primeiro caso, ou a pouca disponibilida- dado os diferentes níveis de competência, de conhecimen-
de de recurso hídrico no segundo determinam estratégias to e de responsabilidade legal pela resposta.
distintas, e assim recursos de resposta também distintos. Torna-se assim fundamental o exercício regular de simu-
As estratégias a serem utilizadas para cada cenário estu- lados envolvendo todos os atores previstos.
dado deverão considerar os recursos disponíveis, ou defi- O uso compartilhado de recursos pressupõe uma gestão
integrada dos recursos, dos planos de emergência dos en-
volvidos no compartilhamento e protocolos ou acordos de
níveis de serviços bem definidos, negociados e treinados.
Os custos, ressarcimentos e outros aspectos financeiros
devem ser muito bem discutidos na fase de organização e
planejamento. Na emergência fica tudo muito mais onero-
so e de difícil entendimento, dada a premência das ações e
dos recursos e ao nível de tensão que todos ficam sujeitos.
A prática periódica de exercícios simulados conjunto pos-
sibilitará o aprimoramento dos planos e acordos. Aumen-
tará gradativamente a sinergia entre os atores, aumentará
a resiliência dos potenciais impactados e reduzirá o nível
de tensão e a possibilidade de conflitos quando uma emer-
gência real ocorrer. Todos ganharão e a sociedade como
um todo, especialmente a comunidade local, reconhece-
rá todo o trabalho e esforço empreendido.n
CERTIFICAÇÃO
WELL
D
NOVO PADRÃO DE esde os anos 80, quando começou a discussão da síndrome do
edifício doente e seu impacto na saúde, bem-estar e produtividade
SUSTENTABILIDADE das pessoas, foram suscitadas muitas discussão que levaram a
criação de diversas normas que instituíram melhorias do desem-
VALORIZA penho ambiental nos espaços. Em resposta a esta necessidade, o
ABORDAGEM IWBI - International Building Institute juntou-se com GBCI – Gre-
en Building Certification Institute, que é o responsável pela certificação LE-
HOLÍSTICA SOBRE ED, para a promoção da Certificação WELL, que surgiu após sete anos de
46 RMAI
ído através de sete conceitos: Ar, Água, fitness. Para o atendimento desta ca- ❖ Novas Construções e Gran-
Nutrição, Iluminação, Fitness, Confor- tegoria, o empreendimento deve esti- des Renovações (New Construc-
to e Mente. As sete estratégias apre- mular a atividade física através da in- tion and Major Renovations Cer-
sentadas na certificação WELL podem clusão de escadas ergonômicas, pro- tification).
ser agrupadas conforme o impacto na jeto exterior agradável e com conexão O processo para alcançar a cer-
saúde e bem-estar e cada requisito da a infraestrutura local, incluindo ciclo- tificação é coordenado pelo IWBI em
certificação associa-se a um ou mais vias, se possível. parceria com o GBCI, que concede
sistema corporal: Cardiovascular, Di- O conforto é um conceito funda- a certificação em um dos seguin-
gestivo, Endócrino, Sistema imunológi- mental para o WELL, com estratégias tes níveis – Silver, Gold ou Platinum.
co, Sistema tegumentar, Sistema mus- que incluem: conforto térmico; acús- A certificação WELL tem valida-
cular, Sistema nervoso, Sistema repro- tico; ergonômico; e olfativo, acessibi- de de três anos e após esse perío-
dutivo, Sistema respiratório, Sistema lidade e controlabilidade dos sistemas. do é necessário submeter a certifi-
esquelético, Sistema urinário. A mente é outro conceito funda- cação novamente. O encadeamen-
mental no padrão WELL, cujos requi- to do processo declaratório segue
Conceitos sitos têm como objetivos melhorar a a trajetória de registro do projeto,
A abordagem do WELL é otimizar saúde mental e emocional dos usuá- submissão da documentação, veri-
e alcançar um desempenho superior rios do empreendimento. O projeto de- ficação de performance pelo orga-
na qualidade do ar no interior da edi- ve acomodar espaços que promovam o nismo certificador e, por fim, obten-
ficação. relaxamento, desenvolver pesquisa de ção da certificação.
Outra grande preocupação é no re- satisfação entre os funcionários sobre Todo esse processo é respon-
quisito de água, não no consumo, mas a qualidade do ambiente construído. sável por impulsionar o mercado e
sim, a qualidade da água consumida, desafiar os arquitetos e designers a
acesso a água potável e filtragem da Tipologias olharem não somente para o meio
água. A versão inicial WELL Building ambiente, mas também para as par-
Além disso, o padrão WELL tam- Standard v1.0 é indicada para edifí- ticularidades deste ambiente cons-
bém influencia na nutrição ao incenti- cios comerciais ou institucionais e truído que impactam diretamen-
var melhorias no habito alimentar atra- é organizada de acordo com as se- te na saúde e bem-estar dos usuá-
vés de cultivo de alimentos no empre- guintes tipologias: rios. Portanto, a importância da cer-
endimento, respeito a restrições ali- ❖ Core and Shell; tificação WELL é trazer à tona essa
mentares, local adequado para esto- ❖ Certificação de melhorias do necessidade de reinventar os edifí-
que e preparo de alimentos e pontos locatário (Tenant Improvements cios de forma que o usuário seja co-
para higienização das mãos no empre- Certification); locado em primeiro lugar. n
endimento.
Outro conceito importante é a ilu-
minação. Um projeto de iluminação Comparação entre os conceitos da certificação LEED e da WELL
adequado, dimensionamento de aber-
turas e controle de iluminação podem LEED WELL
auxiliar no ritmo circadiano, além de Foco no desempenho ambiental Foco nas pessoas
melhorar a produtividade e humor dos Consumo de recursos Qualidade dos recursos
usuários.
Categorias- Terreno- Consumo de Categorias- Ar- Água- Nutrição- Ilu-
Os empreendimentos devem ser
água- Energia- Materiais- Qualida- minação- Condicionamento físico-
atentar aos seguintes conceitos para
de do ambiente construído Conforto- Mente
atendimento do WELL: acesso a ilu-
Requisitos de projeto Baseado na performance apresenta-
minação natural; iluminação artificial
da em teste no local
apropriada para a tarefa; ofuscamen-
to; temperatura de cor. Conforto baseado em parâmetros de Conforto baseado em elementos físi-
Ele contempla também a parte de projeto co e não físicos.
ÁREAS
CONTAMINADAS
O
ENTIDADES s principais resultados de um estudo inédito no país, realizado pelo
IPT – Instituto de Pesquisa Tecnológicas, sobre o setor de gerencia-
APRESENTARAM mento de áreas contaminadas foram apresentados e debatidos du-
48 RMAI
as oportunidades frente às tendências Tatiana Luiz dos Santos Tavares, Cláudia, pesquisadora do IPT e uma das
coordenadoras do Panorama GAC, apresentou
mundiais. “Além desses, os dois capí- pesquisadora do Laboratório de Re- os principais resultados do estudo e sua
tulos que me parecem a `cereja do bo- cursos Hídricos e Avaliação Geoam- importância para o mercado ambiental
lo´, aqueles que mais devem contribuir biental do IPT, apresentou os dados
para o entendimento do setor, são o que colhidos junto a órgãos ambientais em
mapeia a cadeia produtiva, com os prin- todo o país, via questionário, consultas co os elevados custos das técnicas de
cipais atores do mercado, e a cadeia de telefônicas, buscas na internet e estu- investigação e remediação e a falta de
conhecimento, trazendo as universida- dos acadêmicos. Chama a atenção que pessoal qualificado. Para enfrentar o
des e institutos de pesquisas que se de- os únicos estados que atendem a reso- problema, os ajustes necessários se-
dicam ao tema, assim como os pesqui- lução de 2009 do Conama e que pos- riam um maior número de funcioná-
sadores e grupos envolvidos”. suem cadastro de suas áreas conta- rios e a revisão da dotação orçamen-
No estudo, um total de 24 empresas minadas sejam São Paulo, Rio de Ja- tária. De acordo com Tatiana, uma das
de pequeno e médio portes, responsá- neiro e Minas Gerais. Grande parte dos medidas para avançar na questão é a
veis por um faturamento anual de R$ estados também não possui uma área padronização: “Encontramos registros
340 milhões, responderam a consulta. específica em sua estrutura para cui- diferentes em cada unidade da federa-
Na média, cada uma delas emprega 51 dar do tema. ção. Como medida essencial está o es-
profissionais, o faturamento médio por tabelecimento de um padrão de cadas-
empresa é de R$ 18 milhões anuais, lu- Padronização tramento no nível nacional para unifor-
cratividade de 13% e investimento em Dentre os entraves citados pelos mizar a linguagem”.
P&D também de 13% do total faturado. órgãos, 90% consideram muito críti- Complementando os dados do Pa-
norama GAC, Flavia Motta, coorde- O evento contou com duas me- Gargalos
nadora de Planejamento e Negócios sas de debates, das quais participa- Palestrantes e debatedores pontu-
do IPT, abordou a questão da P&D no ram diversos agentes da cadeia pro- aram outros entraves. Para Thiago Go-
mercado. “A geração de novas tecno- dutiva de áreas contaminadas. Lina Pi- mes, vice-presidente da Aesas, empre-
logias é dinamizada pela cadeia do co- mentel Garcia, do escritório de advo- sas de consultoria, por falta de qualifi-
nhecimento, que forma mão de obra de cacia Mattos Filho, abriu os debates cação, muitas vezes ficam esperando
qualidade e produz P&D. As fontes de discorrendo sobre a evolução da le- uma posição da Cetesb. Rodrigo Araú-
financiamento também são dinamiza- gislação ambiental no estado de São jo Cunha, da Cetesb, lembra que “o es-
doras importantes, no sentido de que Paulo e pontuando que os casos com- tado de São Paulo tem lei desde 2009,
quanto mais articulado o agente, mais plexos e midiáticos de contaminação e regulamentada em 2013, que ainda não
negócios serão gerados na cadeia pro- o apelo popular são fatores determi- entrou em prática. A própria exigên-
dutiva”, mencionou. nantes para fazer a lei avançar. Ape- cia de cumprimento da legislação tor-
Segundo Flavia, o cliente normal- sar de considerar de ótima qualidade na-se um gargalo. É importante apli-
mente contrata serviços no setor le- a legislação paulista que rege a área car a lei não só como poder de polícia,
vando em conta a confiabilidade, a qua- - Decreto 8.468/76, que dispõe sobre a mas também como agente indutor das
lidade e o preço. “Há gargalos na apli- prevenção e o controle da poluição do boas práticas no mercado. Programas
cação da lei, como escassez de fontes meio ambiente -, ela afirma que ainda de licenciamento permitem identificar
de financiamento e os altos custos pa- é preciso aprimorar mecanismos de passivos em todo o estado sem a ne-
ra sua implementação. Por outro la- resolução de conflitos. Entre os pontos cessidade de aplicar punições. Ações
do, fatores de dinamização passam pe- que apresenta para reflexão estão um cooperativas também podem dar bons
la fiscalização mais rigorosa, punição fundo para o setor, o seguro ambien- resultados”, orientou.
dos poluidores, autoridade ambiental tal e a resolução alternativa de con- Eugênio Singer, diretor geral no
presente e contabilização dos passi- flitos, em que juízes funcionam como Brasil da Ramboll Environ, pontuou
vos”, explicou. mediadores. que a reputação é fundamental hoje.
50 RMAI
“O controle de passivos ambientais im- sentações do dia, enfatizando a rele- A 1ª mesa de debates contou com Tatiana, do
IPT; Ana Paula Queiroz, presidente da Aesas;
plica manter o valor da marca. Precisa- vância das questões técnicas e jurídi- Cláudia, do IPT; Lina, do escritório de advocacia
mos avançar nesta linha modernizan- cas para o setor: “A nossa legislação Mattos Filho; e Cunha, da Cetesb
te. Sustentabilidade só existe se há inte- está mais próxima à dos Estados Uni-
gridade entre os ativos e seus indicado- dos, país que é referência mundial na teção da qualidade do solo e o geren-
res com desempenho adequado. Outro área. No entanto, enquanto o mercado ciamento das áreas contaminadas.
gargalo é a capacitação de quem cuida brasileiro de remediação em 2014 foi Para Giovanna, o mercado ambien-
do assunto nas empresas, muitas ve- da ordem de US$ 1 bilhão, nos Estados tal brasileiro ainda não é maduro, ape-
zes o pessoal de RH ou Marketing, mas Unidos ele ficou em torno de US$ 14 sar de existir há mais de 20 anos. Ela
avançamos e um marco foi a implemen- bilhões. “O fortalecimento do merca- relatou dificuldades com fornecedores
tação da norma em conformidade com do no Brasil depende de uma série de e com empresas, que não disponibili-
a ISO 14000. Hoje o mercado ambien- fatores como a qualificação profissio- zam dados. “O desafio é ajudar a fo-
tal é crescente. Ainda falta as empresas nal, qualidade dos serviços, fundos de mentar este mercado. A remediação
do setor começarem a publicar seu de- financiamento às pesquisas e aplica- acaba ficando cara devido à necessi-
sempenho ano a ano”, observou. ção de tecnologias de ponta, entre ou- dade de retrabalho, que vem da mão de
tros. Há também necessidade de equa- obra mal qualificada”, pontuou.
Maturidade lização dos preços com a realidade dos O evento prestou ainda homena-
Ao final dos trabalhos, formou- negócios. As empresas devem inserir gem in memoriam a dois persona-
-se uma mesa de debates e conside- no seu fluxo de caixa os custos da re- gens importantes – ambos geólo-
rações finais integrada por Elton Glo- mediação”, completou ele. gos – pioneiros do gerenciamento
eden, representante da Cetesb; Gio- Gloeden lembrou que é preciso co- ambiental no Brasil. São eles o pro-
vanna Setti, da Aesas; e Nestor Ken- locar em prática o Decreto 59.263/13, fessor Aldo Rebouças, do Instituto de
ji Yoshikawa, do IPT. Abrindo a seção, regulamentador da Lei nº 13.577/09, Geociências da USP; e o pesquisador
Yoshikawa fez uma resenha das apre- que dispõe sobre diretrizes para a pro- João Alberto Bottura, do IPT. n
UNIVERSALIZAÇÃO
DO SANEAMENTO
A
ESTUDO DA CNI estimativa do prazo em que serão alcançadas algumas das me-
52 RMAI
Adiamento tinuidade de investimentos no setor, o O Plansab, preparado com a par-
Este estudo da CNI nos remete a que prejudicaria, em especial, os mu- ticipação dos governos federal, esta-
outra questão importante que também nicípios mais carentes e as populações duais e municipais, concessionárias e
reflete diretamente na universalização em áreas periféricas e de assentamen- empresas, profissionais, acadêmicos e
dos serviços de saneamento, pois mais tos precários, nas quais estão identifi- estudiosos do setor no país, prevê uni-
uma vez foi prorrogado o prazo a partir cados os maiores passivos em sanea- versalizar os serviços num horizonte
do qual os municípios que não tenham mento. Apenas um terço das cidades de 20 anos.
Planos Municipais de Saneamento dei- brasileiras apresentaram seus planos, Conforme Dante, com o adiamen-
xarão de receber recursos federais pa- a mesma porcentagem registrada por to, evitou-se mais uma vez que cerca
ra esta área, de acordo com o Decre- ocasião do último adiamento, em 2014. de 70% dos municípios brasileiros que
to 8.629/15, de 31/12/2015: o prazo li- “O adiamento deveria, ao menos, ainda não conseguiram aprontar seus
mite agora é 31 de dezembro de 2017. prever metas intermediárias de cum- levantamentos sejam penalizados e
A Abes - Associação Brasileira de En- primento de etapas, de acordo com o não tenham acesso a recursos públi-
genharia Sanitária e Ambiental, uma porte dos municípios”, ressalta Dan- cos destinados à expansão dos servi-
das entidades que propôs o primeiro te Ragazzi Pauli, presidente nacional ços de saneamento. Mas para supe-
adiamento, mas atrelado a cronogra- da Abes. “O saneamento continua sen- rarmos este entrave não devemos ape-
ma de cumprimento de etapas dos pla- do a principal chaga da infraestrutura nas protelar prazos, mas sim de defi-
nos, manifestou-se contra adiar o pra- do país. Não será possível almejarmos nir uma forma escalonada e negocia-
zo novamente e enfatiza a urgência de ser uma nação desenvolvida se conti- da para que os diferentes titulares –
que governo federal, estados e municí- nuarmos sem conseguir levar água de conforme suas diferentes condições –
pios comprometam-se a abrir um diá- qualidade e prestar serviços de coleta consigam estruturar seus respectivos
logo efetivo para um realinhamento de e tratamento de esgoto a milhões de planos. “No Brasil, saneamento é ser-
perspectivas, tanto dos casos de au- brasileiros que ainda não são atendi- viço prestado por centenas de empre-
sência de planos como dos que preci- dos. Não adianta apenas adiar o pra- sas dos mais distintos níveis e carac-
sam revisão. zo, é necessário que o país assuma se- terísticas. Dar-lhes tratamento uni-
A medida, de acordo com o Ministé- riamente o compromisso de modificar forme é o caminho mais curto para
rio das Cidades, busca evitar a descon- esse cenário”, afirma Dante. o fracasso”, observa Dante. n
PLANO DE
CONTINGÊNCIA
A
Abiquim - Associação Brasileira da Indústria Química, desen-
ABIQUIM DESENVOLVE volveu por meio do GT Água, grupo de trabalho formado por
GUIA QUE AUXILIA A representantes das indústrias e profissionais da própria Abi-
quim, o Guia para elaboração de Plano de Contingência para a
INDÚSTRIA QUÍMICA Crise Hídrica. O material é uma das iniciativas da associação
PARA AÇÕES na mitigação dos impactos causados pela crise hídrica e auxi-
lia as indústrias químicas a se preparem e se adequarem às situações que
PREVENTIVAS EM podem ocorrer em suas operações.
O Guia serve de base para o desenvolvimento de um Plano de Contingên-
CASO DE RESTRIÇÃO cia com ações preventivas em casos de restrição hídrica e foi estruturado em
HÍDRICA ações sugeridas para quatro níveis de contingência – verde, amarelo, laran-
ja e vermelho – que devem ser definidos por cada unidade produtiva, ou se-
ja, com base no perfil hidrológico atual da bacia hidrográfica onde a empre-
sa esteja instalada. No nível verde, a empresa está no uso pleno dos recursos
54 RMAI
hídricos; no nível amarelo, os recur- O mapeamento das demandas dos geram indicadores úteis à ges-
sos hídricos podem ser restringidos; da unidade produtiva é fundamen- tão, além de demonstrar o atendi-
no nível laranja, as fontes hídricas se tal para a gestão eficiente e respon- mento aos requisitos legais aplicá-
encontram em uma condição em que sável dos recursos hídricos, uma veis, ao sistema de gestão ambien-
há restrições nos recursos hídricos, vez que auxilia a unidade a enten- tal e aos sistemas de reporte ado-
e no nível mais crítico (vermelho), o der onde poderia diminuir seu con- tados pela unidade produtiva, como
volume de água das fontes hídricas sumo ou planejar iniciativas de reú- por exemplo, relatórios de susten-
é insuficiente para atender a fábrica. so de água, por exemplo. As indús- tabilidade ou o Programa Atuação
A criação de níveis de trias devem basear- Responsável®, que é uma iniciativa
contingência permite que -se em redes de in- de gestão da indústria química pa-
mais empresas estejam formações formadas ra promover a melhoria contínua em
preparadas para enfrentar por representantes saúde, segurança e meio ambiente
a crise hídrica. Segundo de bacias e secreta- de seus processos, produtos e ser-
Aline Caldas Bressan, as- rias de Meio Ambien- viços e também de sua cadeia de va-
sessora de Meio Ambiente te estaduais e muni- lor”, explica Wagner Freitas, coorde-
e Sustentabilidade da Abi- cipais para definir o nador do GT Água e Engenheiro de
quim e coordenadora-exe- nível em que se en- Meio Ambiente da Solvay Indupa.
cutiva do GT Água, o Guia contra a rede hidro- Associados e não-associados da
também sugere links im- gráfica que abastece Abiquim podem fazer o download da
portantes, que mantêm in- a indústria. versão digital do Guia para elabora-
formações atualizadas so- “Além disso, o ção de Plano de Contingência para a
bre disponibilidade de re- mapeamento e o Crise Hídrica em: www.abiquim.org.
cursos hídricos de diferen- acompanhamento br/pdf/guia_para_plano_de_contin-
tes bacias hidrográficas. dos volumes capta- gencia_crise_hidrica.pdf n
REAPROVEITAMENTO
DE EFLUENTES
C
BUNGE REDUZ om a intenção de se adaptar ao cenário de crise hídrica vivencia-
do por São Paulo e promover ações dentro do princípio de sus-
CONSUMO DE ÁGUA tentabilidade, a Bunge Brasil, empresa atuante no setor de agro-
56 RMAI
UNIVERSO ÁGUA
TRATAMENTO DE
ÁGUAS RESIDUAIS
A
GE IMPLANTA GE anunciou, em janei-
ro deste ano, que vai for-
rocha. Com mais de 18 quilômetros de
túneis construídos na estrutura da ro-
MAIOR USINA DE necer um sistema MBR cha, isso representa um enorme de-
(biorreator com mem- safio para expandir as instalações no
MBR NO MUNDO branas) para a planta de mesmo espaço relativo. Esses fatores
PARA TRATAR tratamento de águas re-
siduais municipais de Henriksdal da
levaram a Stockholm Vatten a selecio-
nar a tecnologia LEAPmbr da GE como
ÁGUA RESIDUAL Stockholm Vatten para atualizar a tec- a solução certa para o projeto.
nologia existente, tornando-se a maior “Nós vimos a necessidade de mo-
DA CIDADE DE usina de MBR no mundo. A instalação dernizar a atual tecnologia de trata-
ESTOCOLMO, NA de Henriksdal é responsável por tra-
tar dois terços do esgoto da cidade de
mento de águas residuais em nossas
instalações de Henriksdal para atender
SUÉCIA Estocolmo, na Suécia, e uma vez que a às demandas de uma população cres-
modernização for concluída, vai tratar cente em Estocolmo e a novos requi-
até 864 milhões de litros de águas re- sitos ambientais estabelecidos pelos
siduais por dia. nossos órgãos governamentais”, dis-
A cidade de Estocolmo tem uma das se Gösta Lindh, diretor da Stockholm
populações de crescimento mais rápi- Vatten.
do na Europa, e a Stockholm Vatten, a “Considerando os requisitos mais
empresa de água da cidade, tem a ta- rigorosos para efluentes de nitrogê-
refa de expandir a capacidade das ins- nio e fósforo sob o BSAP e a Diretiva
talações e produzir efluente tratado de da Água da UE, a tecnologia LEAPmbr
maior qualidade para atender aos com- da GE é a solução certa para o projeto
promissos ambientais do país no âm- de modernização de Henriksdal “, dis-
bito do Plano de Ação do Mar Báltico se Yuvbir Singh, gerente geral de sis-
(BSAP, sigla em inglês) e da Diretiva da temas de engenharia e tecnologias de
Água da UE (União Europeia). A planta água e processos da GE Power & Water.
de tratamento de águas Como parte do contrato, a GE entre-
residuais de Henriks- gará um escopo que abrange a concep-
dal, localizada no cen- ção, o fornecimento e a manutenção de
tro de Estocolmo, é uma todo o pacote de filtração por membra-
das maiores estações de na. O contrato será concluído em vários
tratamento do mundo lo- estágios e entregue ao longo de um pe-
calizadas dentro de uma ríodo de quatro a cinco anos. Um pro-
jeto que ensina muito ao Brasil, onde
ainda existe muito potencial para o tra-
Com a usina, Estocolmo vai
tratar até 864 milhões de
tamento de águas avançar e reduzir a
litros de águas residuais/dia crise hídrica.n
GESTÃO
DE RESÍDUOS
DAS MPES
N
OS MICRO E os últimos 30 anos as MPEs (Micro e Pequenas empresas) vêm ad-
quirindo importância crescente no mercado, desempenhando papel
PEQUENOS socioeconômico fundamental para o país. Em São Paulo, na área in-
GERADORES DE SÃO dustrial, existem cerca de 218 mil MPEs, responsáveis por fomentar
excelentes negócios, mas também convivendo com grandes desa-
PAULO JÁ CONTAM fios no dia a dia. Um deles é que neste setor, ao mesmo tempo em
que as atividades produtivas evoluíram positivamente, aumentaram também a
COM SOLUÇÃO PARA geração de resíduos e, consequentemente, surgiram dificuldades para lidar com
A DESTINAÇÃO a questão de acordo com as exigências ambientais necessárias.
Além disso, os empresários tinham que conviver com situações singulares
FINAL ADEQUADA como a de que grandes destinadores só trabalham com grandes volumes; a fal-
ta de espaço para armazenagem de resíduos nas empresas; longo período de
DOS RESÍDUOS estocagem para formação de carga correndo risco de deterioração das em-
INDUSTRIAIS balagens, perigo de vazamentos, acidentes ambientais e de trabalho quando
na manipulação dos resíduos para recondicionamento, entre outros. O proble-
Por Sofia Jucon ma também se agravava com o fato de que até pouco tempo existia uma lacuna
58 RMAI
Com amplo know-how no setor de resíduos,
Bragante destaca a importância da destinação
correta para o pequeno gerador
60 RMAI
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março | abril | 2016
61
RESÍDUOS ARTIGO
Priscila Zidan
Luiz Paulo Achcar Frigo
62 RMAI
qualidade da geomembrana após a aplicação da ca- relevante para o órgão ambiental, para o empreen-
mada de cobertura: o Soil Survey. dedor responsável pela operação do aterro, para as
O Soil Survey é um método elétrico que consiste na indústrias que dispõem seus resíduos nos aterros.
aplicação de uma tensão através da geomembrana,
produzindo um campo elétrico uniformemente dis- Metodologia
tribuído. Caso existam furos, esses são detectados e O aterro sanitário estudado possui quatro camadas
localizados através da identificação de anomalias no de impermeabilização: 0,50 m de argila compactada,
campo elétrico, causado pela fuga de corrente atra- geocomposto bentônico (GCL), manta de 1,5 mm de
vés desses furos. Essas anomalias do campo elétri- PEAD (Polietileno de Alta Densidade) e, outra manta,
co são identificadas através das medições realizadas do mesmo material, com 2 mm de espessura. O es-
em toda área de implantação da manta, em pontos paçamento entre as mantas é feito pela aplicação de
pré-definidos pelo localizados na geomembrana (9). uma camada drenante, constituída por 20 cm de areia
Os métodos elétricos para inspeção de geomembra- e tubos de PEAD perfurado, os chamados drenos tes-
nas são requisito obrigatório para aterros sanitários temunhos e 15 cm de argila (logo abaixo da manta de
em alguns locais nos estados dos Estados Unidos, co- 2 mm). A primeira camada de geomembrana, a de 2
mo é o caso de dos Estados de Nova Jersey e Texas mm de espessura, é ainda recoberta por uma cama-
(8). No Brasil, a metodologia já foi incluída como con- da de 0,50 m de solo compactado, a qual é chamada
trole de qualidade da implantação do aterro sanitário de selo mecânico.
da CTR-Rio (foto acima), em Seropédica (RJ). Na camada de 15 cm de argila, estão implantados
A adoção de tal prática representa uma segurança eletrodos que são utilizados para o monitoramen-
64 RMAI
Fig. 2: Dano causado `a geomembrana durante a instalação. Fig. 3: Falha identificada na solda da emenda entre as geomembranas.
QUE O RESULTADO Sustentabilidade, conta que a ISO 17025, criada internacionalmente em 1999,
substituiu a ISO Guide 25 (Requisitos técnicos, específicos para laboratórios
FINAL DAS ANÁLISES de ensaios), que vigorava desde 1978. Conforme ele, a norma chegou no Bra-
sil para atender solicitações de diversos setores produtivo, como foi o caso
SEJA DE QUALIDADE do mercado automotivo, que percebeu a necessidade de contar com um pa-
drão internacional para validar as atividades dos fornecedores das monta-
Por Sofia Jucon doras nos critérios de calibração e ensaios de produtos.
66 RMAI
Carta de conformidade torias, é que há uma nítida separa- pois dá a certeza de que o laborató-
Segundo Rodrigues, no exterior, ção entre os requisitos gerenciais e rio produziu resultados conforme a
a certificação ISO IEC 17025 é fei- os requisitos técnicos. “A partir do norma estabelece”, afirma.
ta pelos organismos certificadores, momento que o laboratório conquis- Para Rodrigues, o atendimento
mas no Brasil, somente o Inmetro ta a norma a mesma passa por ma- aos preceitos da ISO IEC 17025 está
pode emitir esse certificado. O fato nutenções periódicas e, consequen- diretamente ligado ao cerne da sus-
dos custos para os pequenos e mé- temente, esse processo conta com tentabilidade nas empresas. “Uma
dios laboratórios conquistarem es- as auditorias internas, externas e empresa sustentável tem que atuar
sa acreditação serem muito altos, de clientes, cujos objetivos são de- com base em certas condutas, co-
a IATF – International Automotive monstrar se um procedimento es- mo atender irrestritamente a quali-
Task Force, entidade internacional tá em conformidade com a norma dade dos ensaios e calibrações dos
que controla as montadoras em ní- e, caso existam as não conformida- seus produtos. O seu discurso tem
vel mundial, criou para as montado- des, elas terão que ser ajustadas”, que conferir com a prática e a nor-
ras sediadas no Brasil um grupo de comenta o especialista. ma ajuda a demonstrar esses parâ-
auditores, que visitaram os fornece- Outro ponto relevante citado por metros”, declara.
dores para garantir que os mesmos Rodrigues trata-se da importância Ele destaca que a amarração so-
trabalhassem com a qualidade ne- da rastreabilidade da medição, cujos cial da 17025 também é muito gran-
cessária nos serviços de calibração procedimentos servem para qual- de, principalmente porque o con-
e ensaios. Em termos de metrolo- quer tipo de análise. “Desde um tra- sumidor compõe uma parcela das
gia, quando chegou na auditoria que tamento de efluente até um exame partes interessadas. Fabricantes
abrange os critérios da ISO IEC 17025 de sangue, o resultado tem que ser de colchões, brinquedos, alimen-
nem todos os laboratórios tinham a rastreado, por isso a cadeia de ras- tos, medicamentos, peças automo-
possibilidade de atender esses for- treabilidade é um ponto fundamental tivas, ou seja, muitos representan-
necedores, então a Anfavea - Asso- na ISO IEC 17025, tes do setor produtivo são obrigados
ciação Nacional dos Fabricantes de a seguir os princípios e conceitos da
Veículos Automotores, com o emba- norma. “Para o consumidor, a ISO
Rodrigues: “A norma
samento de um corpo de auditores ajuda as empresas IEC 17025 é uma forma de garan-
que visitou esses laboratórios em a demonstrarem os tir que ele está comprando, levando
parâmetros exigidos
todo o Brasil, decidiu conceder uma nos âmbitos da e pagando a quantidade certa com
carta de conformidade, com a prer- sustentabilidade” a qualidade assegurada”, conclui. n
rogativa da IATF. “Assim, o laborató-
rio que tem esta carta da Anfavea es-
tá em acordo com os requisitos ne-
cessários para efetuar os testes de
calibração e os ensaios em confor-
midade com a ISO IEC 17025 no Bra-
sil”, explica.
Rastreabilidade
Rodrigues salienta que a ISO IEC
17025 gerou melhorias no mercado
nacional. “As empresas buscam ca-
da vez mais contratar laboratórios
que possuem essa norma e garan-
tam mais segurança nos testes”, ob-
serva. Um dos destaques da norma,
principalmente no âmbito das audi-
ENCONTRO DA
INDÚSTRIA QUÍMICA
Fotos: Laureni Fochetto
A
Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Quí- lembrou também que não existe país desenvolvido sem
mica, realizou no dia 11 de dezembro de 2015, em uma indústria forte.
São Paulo, SP, a 20ª edição do ENAIQ – Encontro Já o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, enfa-
Anual da Indústria Química. Considerado um dos maio- tizou que a indústria química é um setor importante pa-
res eventos do setor químico brasileiro, esta edição reu- ra a macroeconomia e que muitas transformações fo-
niu cerca de 600 participantes, entre executivos indús- ram feitas para gerar energia em maior quantidade e me-
tria química e outros setores industriais, autoridades do nor custo. “Estamos recuperando as bacias hidrográfi-
Governo, parlamentares, pesquisadores e acadêmicos. cas que formam a ‘caixa d’água’ do Brasil e, ao mesmo
O ENAIQ 2015 contou com a apresentação de Armando tempo, efetuando a alteração do perfil da matriz elétri-
Monteiro, ministro do MDIC - Desenvolvimento, Indús- ca agregando a energia eólica, que passou a ser um su-
tria e Comércio Exterior, que falou aos presentes que o cesso nos leilões de energia”, informou. O ministro Bra-
Brasil se caracteriza por seu empreendedorismo e di- ga também declarou que o Ministério de Minas e Energia
namismo e, neste cenário, a indústria tem um papel im- está empenhado em encontrar alternativa que ofereça
portante para o desenvolvimento do PIB nacional. “Acre- preço competitivo para a indústria química.
dito que crescer por meio da indústria é a melhor forma O deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), que é presi-
para um país crescer”, enfatizou. O ministro Monteiro dente da Frente Parlamentar da Química, contou sobre
68 RMAI
Além dos dados sobre o desempenho do setor, os cerca de 600
o trabalho desenvolvido pelo grupo no Congresso Na- participantes conheceram exemplos de inovação tecnológica
cional para garantir a competitividade do setor. “A fren-
te trabalha para ser uma divulgadora das boas práticas
e dos produtos que a química cria para a sociedade tor- lo presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Carlos Fa-
nar a vida da sociedade melhor”. digas. A indústria química brasileira deverá encerrar 2015
com um faturamento líquido de US$ 112,4 bilhões, segun-
Programa Atuação Responsável® do estimativa da Abiquim para segmentos de produtos quí-
O ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participou do micos de uso industrial e associações específicas dos seg-
evento por meio de um vídeo produzido exclusivamen- mentos de produtos farmacêuticos; fertilizantes; higiene
te para os participantes do ENAIQ. Em seu depoimento, pessoal, perfumaria e cosméticos; defensivos agrícolas; sa-
explicou que o governo trabalha para estabelecer a si- bões e detergentes; tintas, esmaltes e vernizes e fibras ar-
tuação fiscal e criar confiança nas empresas e socieda- tificiais e sintéticas.
de, gerando demanda no mercado e criando condições Após apresentação de dados de desempenho do setor, Fadi-
para um crescimento robusto e sustentável. Levy des- gas contou que, no cenário atual do país, é necessário olhar
tacou ainda a importância do Programa Atuação Res- adiante, mas para isso é preciso reduzir a instabilidade e as
ponsável® – iniciativa voluntária da indústria química, incertezas. O executivo lembrou que o país tem uma indús-
gerenciada no Brasil pela Abiquim – para a redução das tria química forte, a sexta maior do mundo, e recursos na-
emissões de gases de efeito estufa. turais para crescer, “mas é preciso reter os recursos natu-
Outro destaque do ENAIQ foi a divulgação do Desempenho rais e transformá-los para promover o crescimento da in-
da Indústria Química Brasileira em 2015, apresentado pe- dústria, como é feito nos EUA, China e Índia”.
O presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueire- Os parlamentares Braga, Monteiro e Pimenta (da esquerda para a
direita), contribuiram com as palestras do ENAIQ 2015
do, também ressaltou os recursos naturais como petró-
leo, gás, a biodiversidade e minerais. “Além disso, temos
profissionais capacitados que fazem acreditar que o se- do foi assinado pelo presidente-executivo da Abiquim,
tor vai se desenvolver”, completa. Fernando Figueiredo; pelo diretor-geral do Senai, Ra-
fael Lucchesi; e pelo ministro do Desenvolvimento, In-
Inovação tecnológica na área química dústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro.
O ENAIQ 2015 contou com a presença do professor do Também durante o evento, foi realizada a cerimônia de
Departamento de Economia da Pontifícia Universidade entrega dos troféus aos vencedores do Prêmio Kurt Po-
Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Sérgio Besserman litzer de Tecnologia 2015, que prestigia a PD&I, reconhe-
Vianna, que apresentou a palestra “A Química como Lí- cendo projetos de inovação tecnológica na área quími-
der do Desenvolvimento Sustentável”. Sua apresenta- ca que demonstrem inventividade e criatividade. Neste
ção abordou temas relativos à COP-21. ano, pela categoria Startup, a empresa Ipol Nanotecno-
O ENAIQ também promoveu um debate sobre as solu- logia recebeu o prêmio pelo projeto “Polímeros de alto
ções da indústria química para um futuro sustentável, desempenho aditivados com nanomateriais de carbo-
com a participação do diretor de Operações da Merce- no”. Pela categoria Empresa, a Oxiteno e o Instituto Na-
des Benz, Wolfgang Hänle; do membro do Comitê Exe- cional de Tecnologia (MCTI) foram os vencedores com a
cutivo da Solvay, Pascal Juéry; e do COO da BKO Incor- “Produção Biocatalítica de Ésteres”. Finalmente, pela
poradora e Construtora, Mario Giangrande. categoria Pesquisador, o trio formado pela professora
Na sequência, Paul Hodges, presidente da International Vanderlan da Silva Bolzani, professor João Batista Ca-
eChem e consultor da ICIS ministrou a palestra “Maté- lixto e professora Maria Luiza Zeraik conquistou o Prê-
rias-primas x Petroquímica: perspectiva de mercado”. mio com o projeto “Utilização sustentável da polpa dos
Durante o evento, a Abiquim e o Senai assinaram um frutos de umbu e umbu-cajá: produtos naturais fenóli-
acordo de cooperação que promoverá o fortalecimen- cos de alto valor agregado para a indústria de cosméti-
to das relações institucionais por meio de intercâmbio cos com propriedades antienvelhecimento”.
de informações, realização de estudos, eventos e ações Durantes o evento, alunos vencedores das Olimpíadas
para promover assuntos de interesse comum em prol de Química também receberam uma homenagem e en-
da inovação industrial para a indústria química. O acor- trega de medalhas. n
70 RMAI
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71
VITRINE
72 RMAI
julho | agosto | 2015
73
AGENDA
Março
AGENDA Data: 28/3 a 1/4 Curso: Licenciamento Ambiental no
Fórum Princípios do Equador e o setor Local: São Paulo – SP Estado de São Paulo
produtivo nacional Realização: Cetesb Data: 8/4 a 21/5
Data: segunda quinzena Informações: (11) 3133-3629 Local: São Paulo – SP
Local: Faculdade de Saúde Pública – São E-mail: cursos@cetesbnet.sp.gov.br Realização: Cetesb – Companhia
Paulo – SP Website: www.cetesb.sp.gov.br Ambiental do Estado de São Paulo
Realização: IEAGA - Instituto de Estudos Informações: (11) 3133-3629
Avançados em Gestão Ambiental e CEA/ Abril E-mail: cursos@cetesbnet.sp.gov.br
FSP Curso: Finanças Sustentáveis e Website: www.cetesb.sp.gov.br
Informações: 11 3535-2834 Investimentos de Impacto
E-mail: contato@ieaga.org Data: 1 a 7 Curso: Sistemas da gestão ambiental -
Website: http://ieaga.org/evento- Local: Curitiba - PR Requisitos com orientações para uso -
principios-do-equador-ceap-fsp/ Realização: ISAE/FGV ABNT NBR ISO 14001:2015
Informações: (41) 3388-7800 Data: 18 e 19
Curso: Controle Ambiental na Indústria E-mail: atendimento@isaebrasil.com.br Local: Rio de Janeiro - RJ
Data: 15 a 17 Website: http://www.isaebrasil.com.br/ Realização: ABNT
Local: Belo Horizonte - MG Informações: (11) 3017.3610 / 3017.3644
Realização: Ietec Curso: Tratamento e Controle de E-mail: atendimento.sp@abnt.org.br
Informações: (31) 3116-1000 Efluentes e Reúso Website: http://www.abntcatalogo.com.br
E-mail: cursos@ietec.com.br Data: 4
Website: www.ietec.com.br Local: CRQ-IV – São Paulo – SP Maio
Realização: Expo Estratégia e Grupo Curso: Avaliação de Impacto Ambiental
Curso: Licenciamento Ambiental de Interação Data: 9 a 13
Empreendimentos de Energia Informações: (11) 3917-2878 / 5095-0077 Local: São Paulo – SP
Data: 16 E-mail: cursos@expoestrategia.com.br Realização: Cetesb – Companhia
Local: São Paulo – SP Website: http://rmai.com.br/cursos/ Ambiental do Estado de São Paulo
Realização: Instituto Acende Brasil Informações: (11) 3133-3629
Informações: (11) 3704-7733 Curso: Política Nacional de Resíduos E-mail: cursos@cetesbnet.sp.gov.br
E-mail: melissa.oliveira@acendebrasil. Sólidos - Gestão Eficiente na Indústria Website: www.cetesb.sp.gov.br
com.br Data: 5
Website: www.acendebrasil.com.br Local: CRQ-IV – São Paulo – SP Curso: Práticas no Processo de
Realização: Expo Estratégia e Grupo Licenciamento Ambiental
Curso: Outorga de uso das águas e Interação Data: 16 a 19
licenciamento ambiental de obras Informações: (11) 3917-2878 / 5095-0077 Local: São Paulo – SP
hidráulicas e de geração de energia E-mail: cursos@expoestrategia.com.br Realização: Cetesb
Data: 18 a 20 Website: http://rmai.com.br/cursos/ Informações: (11) 3133-3629
Local: Goiânia – GO E-mail: cursos@cetesbnet.sp.gov.br
Realização: Instituto INEAA Curso: Auditorias Ambientais e Perícias Website: www.cetesb.sp.gov.br
Informações: (62) 3541-5902 Ambientais
E-mail: cursos@institutoineaa.org.br Data: 6 Curso: Segurança Química – FISPQs &
Website: http://www.institutoineaa.org.br/ Local: CRQ-IV – São Paulo – SP Sistema de Classificação
Realização: Expo Estratégia e Grupo Data: 31/5 e 1/6
Curso: Tecnologia de Controle Interação Local: São Paulo - SP
de Poluição do Ar para Material Informações: (11) 3917-2878 / 5095-0077 Realização: Ambiance Soluções
Particulado, Gases, Vapores e Odores e E-mail: cursos@expoestrategia.com.br Ambientais
Verificação de Sistemas Website: http://rmai.com.br/cursos/ Informações: 11 5093-0854
E-mail: cursos@portaldosresiduos.com.br
Website: http://portaldosresiduos.com.br
74 RMAI
julho | agosto | 2015
75
Agenda de Cursos
RMAI 2016
1º Semestre
POLÍTICA NACIONAL
DE RESÍDUOS SÓLIDOS - GESTÃO
EFICIENTE NA INDÚSTRIA Data: 5 de abril de 2016 – terça-feira
Aspectos que permeiam o universo Horário: 08H00 – 17H30
dos resíduos e sua gestão técnica Local: CRQ-IV - São Paulo – SP
e administrativa em prol da Valor: R$ 690,00
sustentabilidade nas empresas
AUDITORIAS AMBIENTAIS
E PERÍCIAS AMBIENTAIS Data: 6 de abril de 2016 – quarta-feira
Aspectos administrativos e jurídicos que Horário: 08H00 – 17H30
envolvem o universo das auditorias e Local: CRQ-IV - São Paulo – SP
perícias ambientais e seus reflexos no Valor: R$ 690,00
sistema de gestão das empresas
Realização
76 RMAI