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ESCUTAR A VOZ DOS JOVENS COMO UM DESAFIO SOCIOLÓGICO:

PROBLEMATIZANDO AS PRODUÇÕES SOBRE JUVENTUDE NO CONTEXTO


DE UM GRUPO DE PESQUISA

Lucas da Silva Martinez1


Sueli Salva2

Este trabalho se configura como um levantamento de teses e dissertações


realizadas no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM). O objetivo é problematizar as produções sobre juventude
produzidas no contexto do grupo de pesquisa Filosofia, Cultura e Ensino Médio –
FILJEM.
A sociologia, especificamente o ramo da Sociologia da Juventude, ao longo
do tempo vem buscando caracterizar e analisar o fenômeno da juventude,
considerando a diversidade nos modos de compreender tal fenômeno: relações de
raça, gênero, idade, geração, classe social, processos de escolarização entre outras
(ABAD, 2003; ABRAMO, 1994; DAYRELL 2003; GOLDENBERG, 2006; KEHL, 2004;
MARGULIS; URRESTI, 2008; PAIS, 2006). Neste sentido, os autores concordam
que a temática é ampla e precisa de mais definições e estudos. Um dos
entendimentos acerca da juventude é que os jovens são atores sociais e é
fundamental que sejam ouvidos pela pesquisa. Mais do que isso: sejam ouvidos
para a elaboração de uma prática educativa, uma pedagogia sensível aos jovens
(MARTINEZ; SALVA, 2016).
Considerando: a) que este trabalho é um pequeno recorte da dissertação de
mestrado em andamento “Compreendendo as relações com o saber no ensino
médio: um estudo com jovens estudantes de licenciaturas da UFSM” e b) o grande
direcionamento das pesquisas sobre juventude em educação ao enfocar os espaços

1
Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM).
2
Doutora em Educação, professora no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSM.

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formais como a escola, buscamos, no contexto do FILJEM levantar as dissertações
e teses produzidas no recorte temporal de 2008 a 20153, tendo como critério
principal a escuta voz dos jovens como estratégia metodológica.
Foram encontrados 7 trabalhos que efetivamente tiveram dados produzidos
diretamente com os jovens, como podemos perceber no quadro I.
Quadro I – Trabalhos produzidos com escuta aos jovens
Autor Título do trabalho Tipo de Ano
trabalho
Adriano Machado Jovens e Adolescentes no Ensino Médio: sintomas de uma Dissertação 2008
Oliveira sistemática desvalorização das culturas juvenis
Vitor Schlickmann Os sentidos da experiência escolar para jovens do Ensino Tese 2013
Médio: um estudo em três escolas na cidade de Caxias do
Sul/RS
Átila de Macedo Ensino Médio Politécnico no RS: desafios e possibilidades Dissertação 2015
Maia
Valéria Pereira Sentidos da escola para estudantes de Ensino Médio diante de Dissertação 2015
Minussi práticas pedagógicas diferenciadas: um estudo de caso
Raquel de Wallau Significados atribuídos pelos jovens estudantes ao Ensino Dissertação 2015
Médio Integrado à Educação Profissional: um estudo de caso
Lucas Andrade O significado do curso do PRONATEC e a inserção no mercado Dissertação 2015
Ananias de trabalho do jovem egresso do programa
Ethiana Sarachin As relações com o saber/aprender dos jovens no Ensino Médio Dissertação 2015
da Silva Ramos em situação de abandono escolar
Fonte: Produzido pelos autores, com base nas informações da Biblioteca de Dissertações e Teses da
UFSM.

Sobre os trabalhos, destacamos a variedade dos temas: os sentidos da


escola e relações com as culturas juvenis, formação e inserção no mercado de
trabalho através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego,
abandono escolar, Ensino Médio Politécnico e Ensino Médio integrado.
Dentre as estratégias de produção de dados com jovens, a grande maioria
dos trabalhos optou pela entrevista, exceto dois trabalhos que optaram por escrita
de e-mail e grupos focais. Essas estratégias metodológicas demonstram o potencial
da voz dos jovens opinando sobre sua escolarização, experiências, expectativas,
como também suas necessidades.
Destacamos, portanto, que, entre os trabalhos, existem, como resultados,
uma juventude que está em conflito com a escola, pois a mesma não reconhece

3
Existem produções em 2016, porém nem todas ainda estão na Biblioteca de Teses e Dissertações
da UFSM.

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suas culturas, seus jeitos de ser; uma juventude que se integra à escola na
esperança de poder organizar seu futuro em termos de formação e também de
profissionalização, de inserção no mundo do trabalho; uma juventude que, feita a
imposição da escolarização obrigatória quer, ao mesmo tempo, viver a juventude e
socializar, possuir relações sociais profundas e, quer ser respeitada e ouvida.
Escutar os jovens se torna um desafio sociológico quando, na produção de
conhecimento sobre juventude se privilegia a posição de pais, professores e outros
profissionais, como se os jovens não pudessem falar por si mesmos. Temos
tendência a deixar com que outros falem quem são os jovens, porém escuta-los é
fundamental, pois “[...] são os principais protagonistas das dramáticas
transformações que afetam a sociedade contemporânea [...]” (MELUCCI, 2001, p.
134, tradução minha).
Neste sentido, esse trabalho, ao levantar as produções realizadas dentro de
um grupo de pesquisa, quer ao mesmo tempo, evidenciar a juventude como um
fenômeno social que precisa ser olhado com mais atenção, especialmente no campo
da educação. Esse olhar atento, pode ser construído entrelaçando dois campos das
ciências humanas: a educação e a sociologia.

Referências
Referências

ABAD, Miguel. Crítica política das políticas de juventude. In: FREITAS, Maria
Virgínia; PAPA, Fernanda de Carvalho (Orgs.). Políticas públicas: juventude em
pauta. São Paulo: Cortez: Ação Educativa, Assessoria, Pesquisa e Informação:
Fundação Friedrich Ebert, 2003.

ABRAMO, Helena. Cenas juvenis: punks e darks no espetáculo urbano. São Paulo,
Scritta/ANPOCS, 1994.

DAYRELL, Juarez. O jovem como sujeito social. Revista Brasileira de


Educação.n.24, p.40-52, set/dez, 2003

GOLDENBERG, Mirian. O discurso sobre o sexo: diferenças de gênero na juventude


carioca. In: ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de; EUGENIO, Fernanda (Orgs.).

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Culturas juvenis: novos mapas do afeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006,
p.25-41.

KEHL, Maria Rita. A juventude como sintoma de cultura. In: NOVAES, Regina;
VANNUCHI, Paulo (Orgs.). Juventude e Sociedade: trabalho, educação, cultura e
participação. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2004, p.89-114.

MARTINEZ, Lucas; SALVA, Sueli. Diálogos Entre Freire e Charlot: O Ato De Escutar
Como Princípio De Uma Pedagogia Para A Juventude. Anais do X Seminário
Nacional Diálogos com Paulo Freire, Porto Alegre, UFRGS, 2016.

MARGULIS, Mario; URRESTI. La juventud es más que una palabra. In: MARGULIS,
Mario (Org.). La juventud es más que una palabra. 3. ed. Buenos Aires - Biblos,
2008, p.13-30.

MELUCCI, Alberto. A invenção do presente: movimentos sociais nas sociedades


complexas. Petrópolis: Vozes, 2001.

PAIS, José Machado. Busca de si: expressividades e identidades juvenis. In:


ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de; EUGENIO, Fernanda (Orgs.). Culturas juvenis:
novos mapas do afeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2006, p 7-21.

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