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79 ••
••
Acesso anterolateral: via de Watson-Jones.
Acesso lateral com osteotomia trocantérica: via de
Vias de acesso ao ••
Charnley.
Acesso posterolateral: via de Gibson.
membro inferior ••
••
Acesso posterior: via de Kocher-Langenbeck.
Acesso medial: via de Ludloff.
O tema é confuso, pois encontram-se na literatura vá-
rios epônimos para o mesmo acesso, em especial quando as
Ivo Schmiedt descrições são feitas em línguas diferentes.
Carlos Roberto Schwartsmann
Acesso anterior: via de Smith-Petersen
O objetivo deste capítulo é fornecer informações prá- Indicações
ticas, com diagramas simples, observando em primeiro lu-
gar a anatomia. •• Fraturas de pilar anterior do acetábulo.
•• Redução cirúrgica luxação congênita do quadril.
As vias de acesso do membro inferior foram definidas
na primeira metade do século XX. Com o advento de no- •• Osteotomias pélvicas.
vas técnicas, foram criadas outras vias que se adaptaram de •• Artroplastia total do quadril.
acordo com as necessidades, como para a artroplastia do joe- •• Artrodese do quadril.
lho e a artroscopia. Portanto, também nas vias de acesso, há
•• Revisão de artroplastia total do quadril.
modificações periódicas. A via de acesso ideal, além da ne-
cessidade de obedecer aos princípios essenciais da técnica
cirúrgica (mínima lesão tecidual, curto tempo de cirurgia e Vantagens
pequena perda sanguínea), deve oferecer a maior e melhor Excelente visão do acetábulo, pouca agressão à vascu-
exposição. Entretanto, a experiência e a familiaridade do ci- larização da cabeça femoral e fonte de enxerto ósseo da asa
rurgião com a abordagem escolhida também são fatores pre- do ilíaco, além de poder também ser alongada para distal
ponderantes na decisão. Um velho aforismo da técnica cirúr- sobre o eixo da coxa.
gica diz: “a melhor via de acesso para uma cirurgia é aquela
que o cirurgião melhor conhece e melhor executa”.
A posição do paciente deve ser considerada quanto ao
Desvantagens
uso de raio X, movimentações articulares necessárias, co- Ampla dissecção dos músculos inseridos no ilíaco e inci-
bertura dos campos cirúrgicos e, principalmente, a própria dência aumentada de ossificação heterotópica. O nervo cutâ-
incisão. As intervenções cirúrgicas distais ao terço médio neo femoral lateral pode ser lesionado, resultando em distúr-
da coxa podem ser feitas com garrote pneumático, salvo bios disestésicos na coxa. Com o paciente em posição supina,
contraindicações especiais. Os drenos de aspiração fecha- a incisão inicia-se no terço ventral da crista ilíaca, cruza a es-
da são imprescindíveis por 12 até 48 horas. Em número de pinha ilíaca anterossuperior e dobra para distal, acompanhan-
dois ou três, nas camadas profundas e no subcutâneo, de do o eixo da coxa entre o tensor da fáscia lata e o sartório.
preferência, a incisão deve ser feita paralela às linhas de Ao ser exposta a fáscia profunda, a incisão pode ser
Langer, pois determinam cicatrizes mais estéticas, o que, mobilizada, proporcionando acesso adequado. A 1 cm da
em certos casos, não é possível. Ela deve ser ampla o sufi- crista ilíaca, a fáscia do músculo glúteo médio é incisa-
ciente para permitir o procedimento sem tracionar demais da do tubérculo do glúteo até a espinha anterior superior.
a pele com afastadores. Isso provoca alterações, causando A incisão direciona-se paralela com o eixo da coxa, sobre
formação de uma cicatriz alargada e antiestética. o tensor da fáscia lata, para proteger o nervo cutâneo femo-
ral lateral. É procurado o espaço entre o tensor da fáscia
lata e o sartório, progredindo até camadas mais profundas.
QUADRIL A fáscia é incisada, e o reto femoral é afastado medialmen-
Pode-se dividir os acessos cirúrgicos para o quadril em te. Encontra-se o ramo ascendente da circunflexa lateral,
seis tipos, dependendo do plano anatômico proposto pa- que deve ser individualizado para poder ligá-la. Aprofun-
ra abordá-lo: anterior, anterolateral, lateral, posterolateral, dando o campo cirúrgico, encontra-se a espinha ilíaca ante-
posterior e medial. Cada acesso pode ser identificado por roinferior. A cápsula articular fica exposta, e sua superfície
uma descrição clássica, que nem sempre associa o nome do deve ser amplamente liberada do tecido adiposo adjacen-
autor com a ordem cronológica de publicação. te. A porção reflexa do reto femoral deve ser incisada para
> Vias de acesso ao membro inferior 1653
Vantagens Figura 79.4 > 1: Crista ilíaca. 2: Espinha ilíaca anterossuperior. 3: Sartório. 4: Tendão
do reto femoral. 5: Tendão reflexo do reto femoral. 6: Cápsula articular. 7: Artéria
•• Boa exposição acetabular. circunflexa femoral lateral. 8: Tensor da fáscia lata. 9: Fáscia lata. 10: Trato iliotibial.
•• Boa exposição do colo e da cabeça femorais.
4
5
3 4
2 6
7
1
8
7
Figura 79.1 > Via de acesso anterior para o quadril. Posicionamento do paciente Figura 79.5 > 1: Crista ilíaca. 2: Espinha ilíaca anterossuperior. 3: Ligamento
em decúbito dorsal e incisão cirúrgica. inguinal. 4: Sartório. 5: Iliopsoas. 6: Púbis. 7: Tendão do reto femoral seccionado.
8: Cápsula articular.
3
2 1
3 4 2
1 5
6
5
4
Figura 79.2 > 1: Crista ilíaca. 2: Espinha ilíaca anterossuperior. 3: Sartório. 4: Camada
superficial da fáscia lata. 5: Camada profunda da fáscia lata. 6: Tensor da fáscia lata. Figura 79.6 > 1: Sartório. 2: Iliopsoas. 3: Afastador no púbis. 4: Afastador na
7: Trato iliotibial. incisão ciática. 5: Tensor da fáscia lata.
1654 Ortopedia e traumatologia: princípios e prática
2
1
3
Desvantagens
•• Inadequada exposição do ilíaco.
•• Lesão do mecanismo abdutor por secção parcial do
glúteo médio ou lesão do nervo glúteo superior.
1
2
Figura 79.12 > Abertura da cápsula articular. 1: Tendão reflexo do reto femoral.
Figura 79.8 > Via de abordagem anterolateral (Watson-Jones). 2: Lábrum acetabular.
> Vias de acesso ao membro inferior 1655
Figura 79.13 > Via de acesso de Charnley. Paciente em decúbito dorsal horizontal.
Vantagens
•• Ampla exposição do quadril.
Figura 79.14 > Abertura da fáscia lata. •• Permite acesso anterior e posterior ao colo femoral.
•• Permite reforço do complexo abdutor por reinserção
lateral e distal do trocânter maior.
Desvantagens
•• Incidência alta de complicações relacionadas à osteo
tomia: pseudartrose, bursite, fadiga da osteossíntese.
•• Não é aconselhável apoio total com carga do membro
operado até a consolidação da osteotomia.
•• Aumento de incidência de ossificação heterotópica.
Figura 79.15 > Abordagem do glúteo médio junto à inserção trocantérica.
A via de acesso pode ser realizada com o paciente em
decúbito dorsal ou lateral contralateral. A incisão da pele é
retilínea, centrada no trocânter maior. Após a abertura da
fáscia e do tensor da fáscia lata, identifica-se a inserção
proximal do vasto lateral no trocânter maior. Uma incisão
transversa é realizada na inserção do músculo, determinan-
do o limite inferior da osteotomia. Ela pode ser realizada
com serra oscilante ou serra de Gigli. A serra oscilante in-
serida junto à inserção secciona o trocânter obliquamen-
te de distal para proximal em direção à margem superior
do colo femoral. A serra de Gigli é inserida extracapsular-
mente junto à porção superior do colo e medial ao trocân-
Figura 79.16 > Secção parcial do vasto lateral para passagem da serra de Gigli. ter maior. Ela secciona o trocânter de proximal para distal
e deve terminar na inserção do vasto lateral. O trocânter
maior osteotomizado é mobilizado cranialmente junto aos
glúteos médio e mínimo.
Vantagens
•• Ampla exposição posterior do quadril.
•• Não interfere nem lesa o mecanismo abdutor.
•• Facilitação para ampliar exposição proximal e distal.
Desvantagens
•• Risco de paralisia e paresia ciática.
•• Aumento de ossificação heterotópica.
Figura 79.19 > Via de acesso posterior para o quadril. Paciente em decúbito
•• Aumento do índice de luxações nas artroplastias. lateral contralateral.
Indicações Figura 79.22 > Abertura da cápsula e exposição articular. 1: Cabeça femoral.
•• Redução luxação congênita do quadril. 2: Colo femoral. 3: Cápsula articular. 4: Rebordo acetabular. 5: Trocânter maior.
6: Artéria circunflexa femoral medial.
•• Tenotomia do psoas e dos adutores.
> Vias de acesso ao membro inferior 1657
Vantagens
•• Melhor exposição da face medial da articulação. Figura 79.23 > Acesso medial pela via de Ludloff.
Desvantagens
•• Exposição limitada sem potencial de ampliação.
•• Impossibilidade de luxação do quadril (Figs. 79.23 a 79.25).
Para essa via ser executada, é necessário que o pacien-
te fique em decúbito dorsal com o quadril fletido, abduzido Adutor longo
e rotado externamente. A incisão longitudinal medial na co-
xa inicia-se a 2 ou 3 cm do tubérculo púbico e dirige-se dis-
talmente pela face lateral do adutor longo. Após a secção da
fáscia, o plano de acesso é realizado entre o adutor longo e o
adutor breve, que são afastados anteriormente, e os múscu- Adutor curto
los adutor magno e grácil, que são retraídos posteriormente;
por esse plano de abordagem, em seguida, podem ser abor-
dados o trocânter menor e a cápsula articular medial. Figura 79.24 > Abordagem entre o adutor longo e o curto.
COXA
Acesso posterolateral
Adutor longo
Indicações
Essa incisão está indicada para o tratamento das fra-
turas e dos tumores do fêmur; em sua parte distal, é apro- Tendão do
priada para as fraturas supracondilares. É muito menos iliopsoas
agressiva ao quadríceps do que outros acessos, reduzindo
acentuadamente as limitações do arco de movimento pro-
vocadas pelas cicatrizes musculares. Fêmur
Acesso
A fáscia lata forma um tabique, protegendo o nervo ci-
Nesse acesso, descrito por Müller em 1977,4 a incisão ático de uma eventual lesão. O fechamento da ferida deve
da pele e do subcutâneo é a mesma até a incisão da fáscia ser feito com alguns pontos na fáscia lata, para evitar ten-
lata. Então, é acompanhada até sua inserção na linha áspera são e consequente síndrome compartimental. O vasto late-
pelo septo intermuscular (Fig. 79.26). Com delicadeza, o mús- ral cai em sua loja como em uma caixa de correio.
culo vasto lateral é afastado da fáscia lata, sendo conser-
vadas as suas fibras. Sobre a cortical do fêmur encontram-
-se a primeira e a segunda artérias perfurantes, que devem
ser ligadas, afastando-as de sua emergência na fáscia lata
Acesso anterolateral
para evitar que os cotos seccionados não desapareçam no Esse acesso expõe o terço médio do fêmur, mas é fre-
compartimento posterior, pois o sangramento desses vasos quente a complicação de rigidez do joelho por aderências
causaria uma dissecção até a artéria femoral para reparo. intermusculares e dos músculos ao fêmur. Sua indicação é
Distalmente, são encontrados vasos menores e passíveis de rara. Procura-se evitar tais aderências mantendo o joelho
cauterização. fletido a 90° até o quarto dia pós-operatório.
1658 Ortopedia e traumatologia: princípios e prática
Artéria circunflexa
lateral do fêmur
1
Nervo para
o vasto lateral
2
3
Músculo vasto lateral
Músculo reto femoral
Músculo vasto intermédio
Reto
3 Músculo Incisão femoral Músculo
vasto vasto
lateral intermédio
4
5
A B
Face Periósteo
anterior Músculo
do septo vasto
intermuscular lateral
Músculo
vasto
lateral
Músculo vasto
intermédio
Músculo Nível da secção
vasto do desenho
lateral
Nível da
secção do
B
desenho
A B
Fêmur
Nervo ciático
Cabeça longa do
Músculo músculo bíceps
vasto femoral
lateral
Cabeça curta do
bíceps femoral
Nervo ciático
Cabeça longa do músculo Fêmur
bíceps femoral
A B
Músculo
semitendinoso
Músculo
semimembranoso
Nervo ciático
C D
medial do fêmur. As fibras musculares têm fraca aderên- deixada, por isso alguns chamam o acesso de “caixa de
cia ao septo intermuscular e são liberadas de modo suave correio”. No pós-operatório, é imperativa a posição em fle-
deste até o osso. Essa estrutura delgada deve ser preserva- xão de 90° do joelho.
da, pois os vasos estão na outra face. Deve-se cuidar pa-
ra não ultrapassá-la, pois isso alteraria completamente o
campo cirúrgico. JOELHO
Na comisura proximal, encontra-se o nervo femoral,
que deve ser mantido íntegro, assim como o pedículo vas-
Planejamento
culonervoso do vasto medial. Este fica tenso, mas a even- As incisões no joelho devem ser consideradas com
tual placa pode ser colocada sob ele. O fechamento é so- conhecimento anatômico, preservando suas estruturas
mente da pele, pois as estruturas se reorganizam na loja vasculares e nervosas e proporcionando um bom acesso
> Vias de acesso ao membro inferior 1661
cirúrgico. Ao escolher uma incisão limitada, deve ser con- Em decúbito dorsal, com o joelho fletido a 90°, é feita
siderada a possibilidade de estendê-la. Em sentido poste- a incisão levemente convexa ventral, de 7,5 cm, distal ao
rior, há muitas estruturas nobres, mas é possível contorná- tubérculo dos adutores. Situa-se anterior ao complexo ten-
-las com um bom conhecimento anatômico e providenciar dinoso da pata de ganso. O acesso medial aborda a articula-
uma exposição adequada. ção posterior ao ligamento colateral medial.
Reto femoral
Vasto medial
Tendão de quadríceps
Paleta
Grácil
Ramo infrapaletar
do nervo safeno Semimembranoso
Semitendinoso
Sartório
Gastrocnêmio
Menisco medial
Músculo sartório
Patela
Veia safena
Nervo safeno
Músculo gastrocnêmio
Músculo vasto
Músculo sartório
Bursa
suprapatelar
Côndilo femoral
lateral Côndilo Cabeça da fíbula
femoral Tuberosidade da tíbia
medial
Patela Músculo
fibular longo Músculo gastrocnêmio
Ligamento Músculo
Menisco cruzado posterior extensor Músculo tibial anterior
lateral longo dos
Ligamento dedos
cruzado anterior
Tuberosidade
da tíbia
A B C
Figura 79.33 > A incisão curva lateral afasta-se do ramo infrapatelar do nervo safeno, reduzindo a zona de desnervação. O sombreado mostra a divulsão entre o tecido
adiposo e a fáscia articular.
A Desenho da incisão parapatelar lateral curva. A zona sombreada mostra a divulsão entre o subcutâneo e a fáscia.
B Incisão da pele e do subcutâneo.
C Incisão mediopatelar da cápsula articular.
1664 Ortopedia e traumatologia: princípios e prática
Tendão do músculo
quadríceps
Músculo vasto
medial
Ligamento
patelar
Patela
Retináculo medial Músculo vasto medial
Fáscia superficial
Fáscia superficial 1
B
A
Músculo vasto
medial
Ligamento cruzado Patela luxada
Patela anterior Camada de gordura
lateral
Ligamento
patelar
Retináculo patelar
C
medial Músculo
vasto
medial
Menisco medial
Ligamento
colateral
C D medial
Músculo reto
femoral
Músculo vasto
lateral
Músculo sartório
Banda iliotibial
Músculo vasto
medial
Retináculo patelar
medial
Patela
Tendão do
Ligamento músculo bíceps Ligamento patelar
Côndilo cruzado anterior
femoral lateral Músculo
fibular longo Ramo do nervo
Ligamento
cruzado posterior safeno
Menisco lateral
Músculo
Ligamento extensor longo
transverso dos dedos Gastrocnêmio
Músculo tibial
Ligamento anterior Cortical medial
fibular Tuberosidade da tíbia
colateral da tíbia
Cortical lateral
Cabeça da fíbula da tíbia
Pertuito no septo
intercondilar
Artéria
mediogenicular
Ligamento cruzado
posterior
Músculo vasto
lateral
Banda iliotibial
Músculo bíceps
Nervo femoral
fibular
comum Cabeça lateral
do músculo Cabeça da fíbula
gastrocnêmio
Nervo fibular comum Músculo
extensor longo
dos dedos
Músculo fibular longo
Músculo tibial
Músculo solear anterior
Cápsula articular
posterolateral
Cabeça lateral
do músculo
gastrocnêmio
Côndilo femoral
lateral
Tendão poplíteo
desejadas a artrotomia e a exposição poplítea. Dessa ma- Para abordar o ligamento cruzado posterior, é necessá-
neira, a veia safena fica dorsal (Fig. 79.39). rio destacar a cabeça medial do gastrocnêmio. O cirurgião
Para exposição somente da fossa poplítea, a incisão é deve orientar sua atenção para o lado distal da ferida opera-
situada mais dorsal; nesse caso, a veia safena situa-se ven- tória, onde aparece o ventre do músculo poplíteo, que está
tralmente e acompanha a borda medial da tíbia. inserido na borda medial da tíbia no mesmo ponto da inser-
ção fibrosa do músculo solear.
Se for escolhida a incisão anterior que dá acesso à ar-
trotomia e à região poplítea ao mesmo tempo, o retalho de Junto à margem superior do músculo poplíteo, corre a
pele e subcutâneo é afastado da fáscia posteriormente e, artéria genicular média inferior, que passa sob o ligamento
nesse plano, segue-se até a cápsula posterior, visualizando colateral medial, junto a sua inserção tibial (Fig. 79.39D). Ela
o ligamento colateral medial. A incisão dorsal, ao afastar os deve ser ligada para expor as estruturas. O músculo poplí-
músculos semimembranoso e semitendinoso para sentido teo é descolado da tíbia, apresentando a cápsula articular.
ventral, permite acesso direto à borda posteromedial da tí- É adequado afastar o músculo poplíteo com sua fáscia, pois
bia e à cabeça medial do gastrocnêmio. Esse músculo está estarão incluídos o nervo poplíteo medial e a artéria e a
coberto por sua fáscia, a qual é incisada, e a exposição con- veia poplíteas. Ramos emergentes dos vasos poplíteos são
tinua até sua inserção no fêmur. ligados com cuidado, pois seus pedículos são muito curtos.
1668 Ortopedia e traumatologia: princípios e prática
Ligamento
colateral
medial
Músculo poplíteo
Nervo
Artéria e tibial
veia
poplíteos
Ventre medial do D
músculo
gastrocnêmio
C
Ligamento
cruzado
posterior
Figura 79.39 > O acesso posteromedial permite artrotomia ventrolateral e acesso poplíteo. Há grande descolamento do subcutâneo e formação de espaço morto.
A veia safena situa-se em direção dorsal.
> Vias de acesso ao membro inferior 1669
Acesso posterior
Indicações
A abordagem permite acesso à cápsula posterior, ao
corno posterior dos meniscos, ao compartimento posterior,
à face posterior do fêmur e da tíbia e à inserção tibial do li-
gamento cruzado posterior. O acesso da linha média pos-
terior envolve estruturas importantes que, se lesionadas,
podem causar sequelas graves. Por isso, o conhecimento
adequado do espaço poplíteo é essencial. A Figura 79.40 mos-
tra a circulação colateral do joelho.
Incisão
A incisão descrita por Brackett e Osgood,18 Putti19 e
Abbot e Carpenter20 da pele e do subcutâneo forma um S
que margeia proximalmente o tendão do semitendinoso e,
na dobra poplítea, curva-se para lateral e continua na inser-
ção lateral do gastrocnêmio (Fig. 79.41). Faz-se a divulsão so-
bre a fáscia observando o nervo cutâneo sural medial, pois
é a principal estrutura nesse plano e situa-se entre as inser- Figura 79.41 > Incisão poplítea. A área sombreada indica a dissecação da pele.
ções do gastrocnêmio. Lateral a ele, emerge a veia safena
parva, que desemboca na veia poplítea, entre os côndilos.
O nervo cutâneo deve ser seguido até ao nervo tibial pos-
terior (Fig. 79.42). Ao localizar esses nervos, pode-se disse-
car toda a fossa poplítea, acompanhando o nervo tibial pe-
las inserções dos músculos gastrocnêmio, plantar e solear.
Esses ramos estão acompanhados por artérias e veias. O
nervo tibial é exposto em direção proximal até sua junção
com o nervo fibular comum, ponto onde formam o nervo
ciático. Para distal, o nervo fibular comum deve ser disse-
cado ao longo da borda medial do tendão do bíceps, e de-
ve-se proteger o nervo lateral cutâneo e suas ramificações.
A artéria e a veia poplíteas podem ser expostas, ficam
Músculo bíceps
femoral
Artéria genicular Artéria genicular
superior lateral superior Veia safena
Cabeça medial do Cabeça lateral do parva
músculo gastrocnêmio gastrocnêmio
Figura 79.42 > A incisão pode ser feita em qualquer ponto dentro da área
Figura 79.40 > Posição das geniculares. marcada pelo tracejado.
1670 Ortopedia e traumatologia: princípios e prática
imediatamente ventral e medial ao nervo tibial (Fig. 79.40). proximal da tíbia e sua articulação com a fíbula. Foi des-
Com delicadeza, elas são afastadas, permitindo a identifi- crito por Minkoff e colaboradores21 para excisão de oste-
cação dos vasos geniculares superiores lateral e medial que oma osteoide. Portanto, é usado em patologias situadas
passam por baixo dos isquiotibiais, proximalmente à inser- nessa região.
ção do gastrocnêmio.
A incisão no compartimento posterior é feita com o jo- Incisão
elho em extensão, e a inspeção é feita em flexão. A inser-
ção medial do gastrocnêmio é mais proximal, e o espaço Inicia-se medial e paralelamente à dobra poplítea,
que forma com o semimembranoso é avascular e permite 1 a 2 cm distal a ela, até a cabeça da fíbula. Ela é, então,
bom acesso ao compartimento medial. O espaço pode ser curvada, prosseguindo paralela à fíbula por 5 ou 6 cm
ampliado com secção da inserção medial do gastrocnêmio, (Fig. 79.43A). O retalho de pele e subcutâneo é liberado da
assim como a artéria genicular pode ser ligada quando é musculatura e afastado para medial. Deve-se dar atenção
necessário um campo maior. Havendo necessidade de ex- aos nervos sural cutâneo e fibular comum, pois percor-
posição posterolateral, a inserção lateral do gastrocnêmio é rem a superfície do gastrocnêmio. Nesse nível, a safena
liberada, e a região é exposta com afastamento do tendão parva está visível e deve ser ligada. A incisão na fáscia
do bíceps femoral. O fechamento da ferida operatória ini- deve ser cuidadosa até localizar o nervo fibular comum,
cia-se pela cápsula articular, com pontos separados. A fás- que emerge pela superfície muscular da cabeça do gas-
cia poplítea é afrontada melhor com fios de reparo, e, após, trocnêmio e deve ser protegido e afastado lateralmente
os pontos são dados em conjunto. (Fig. 79.43B) . A exposição progride, afastando a cabeça la-
teral do gastrocnêmio para medial, junto a artéria e veia
poplíteas e ao nervo tibial. Da fíbula, são descoladas as
Acesso menor distal inserções dos músculos sóleos e poplíteo, expondo sua
Esse acesso usa o intervalo entre os músculos po- face dorsal (Fig. 79.43C). Uma incisão alternativa é mostra-
plíteo e sóleo e expõe a face dorsal lateral da metáfise da na Figura 79.44.
Medial Lateral
Cabeça lateral do
Vasos geniculares músculo gastrocnêmio
inferiores laterais
Espaço entre o gastrocnêmio e o sóleo
Nervo
BB fibular
comum
Articulação tibiofibular
proximal
Cabeça lateral do
gastrocnêmio
Vasos poplíteos Músculo
poplíteo Figura 79.43 > Acesso menor
Músculo solear Tíbia
afastado
rebatido CC distal.
> Vias de acesso ao membro inferior 1671
Incisão
Em decúbito dorsal, o joelho é preparado com os cam- PERNA
pos cirúrgicos de maneira que possa ser fletido até 60°. A
incisão reta inicia 10 cm proximalmente ao bordo lateral Tíbia
da patela, percorre a região lateral a ela e segue até 15 cm
Para a tíbia, as incisões correm paralelas a ela e podem
distal ao espaço articular, margeando o ligamento patelar e
ser anteriores, mediais e posterolaterais (Figs. 79.46 a 79.48).
a tuberosidade da tíbia (Fig. 79.45A). Ela inclui pele e subcutâ-
neo, expondo a fáscia. Nesse plano, é feita a divulsão para A incisão anterior medial corre 1 cm lateral à cris-
medial e lateral, o que situa com perfeição a anatomia to- ta tibial, tanto para o acesso lateral quanto o medial, pois
pográfica, com identificação dos seguintes componentes: a cicatriz está assim protegida pela musculatura adjacente,
(a) ligamento colateral medial; (b) banda iliotibial; e (c) evitando aderência ao osso. Na metáfise proximal, inicia-
inserção dos músculos tibial anterior e fibulares (Fig. 79.45B). -se dorsal ao tubérculo de Gerdy e distalmente tende para
Para expor a cortical lateral da tíbia, é liberada a inserção medial, margeando lateralmente o tendão do tibial anterior.
do tibial anterior, afastando-o, e a banda iliotibial deve ser A cortical fica exposta em toda sua extensão. A incisão an-
afastada por secção ou por osteotomia do tubérculo de Ger- terior lateral na pele é a mesma que a anterior, mas entra
dy (Fig. 79.45C). Para expor a face posteromedial da tíbia, é ne- através da fáscia muscular e, com isso, a cortical lateral po-
cessário seccionar a pata de ganso ou destacá-la por inteiro de ser exposta com facilidade. A incisão posterior lateral,
como retalho osteoperiósteo. muito pouco usada, corre dorsalmente à fíbula, deixando
1672 Ortopedia e traumatologia: princípios e prática
Músculo vasto
lateral Incisão da cápsula
Músculo vasto
lateral
Banda iliotibial
Tubérculo
de Gerdy
Ligamento patelar
Pata de ganso
Pata de ganso
Músculo fibular
anterior Desenho da
osteotomia
A B C
Menisco
lateral
Menisco
medial
Menisco
lateral
D E F G
Músculo extensor
Músculo tibial longo do hálux
anterior
Músculo fibular longo
Tíbia
Nervo fibular
superficial
Músculo flexor Músculo fibular breve
longo dos dedos
Músculo tibial posterior
Vasos e nervos tibiais Músculo fibular longo
posteriores
Músculo solear
Fíbula
Nervo
Tíbia fibular
superficial
Nervo
Tíbia fibular
superficial
Músculo
solear Fíbula
Tornozelo
Nas fraturas, a recomposição da fíbula é prioritária. a
Por isso, sugere-se iniciar a redução pelo maléolo lateral.
A recomposição é, por vezes, dificultada por interposição
de partes moles no maléolo medial (ligamentos, flexor do
hálux e periósteo). Havendo dificuldade de redução, está
indicada a abordagem do maléolo medial. Eventuais esca-
mas de cartilagem são removidas com mais facilidade pelo
c
lado medial.
b
As fraturas exigem redução exata, sendo, então, fixa-
das de modo provisório com fios de Kirschner ou pinça
maleolar. Somente após isso, os parafusos e as placas são
colocados. A redução do maléolo lateral com um gancho
de osso, introduzido com martelo e tracionado suavemen-
te para distal, facilita a reposição dos fragmentos (Fig. 79.49).
PÉ
Figura 79.49 > A Para exposição do maléolo externo e da sindesmose anterior,
Anatomia topográfica a incisão corre paralela ao nervo fibular superficial, que não deve ser incluído na
As incisões no pé devem seguir as linhas de Lange, pois incisão. A sindesmose anterior e a aresta ventral da fíbula ficam visíveis somente após
a divisão do ligamento cruciforme. A osteossíntese é possível, dessa maneira, com um
deixam cicatrizes mais delicadas e funcionais, o que é im-
mínimo de dissecção. Porém, pode ser feita uma incisão diretamente sobre o maléolo.
portante por causa do atrito com os sapatos (Figs. 79.50 a 79.54). B Incisão padrão para o tratamento do maléolo medial. Com a incisão da cápsula
articular, pode ser reduzida e observada a superfície articular com perfeição, até
Posição para cirurgias no pé mesmo na parte interna da articulação. C Exposição simultânea do maléolo medial
e de um grande triângulo de Volkmann. D Incisão para redução de um triângulo de
A posição supina é usada com frequência em acessos Volkmann e de fratura da fíbula.
dorsais, colocando um travesseiro de areia sob a nádega do
mesmo lado, posicionando, dessa maneira, o pé na vertical.
A região plantar também pode ser acessada ao se elevar os
pés com a posição de Trendelemburg. A posição prona é Artelhos
apropriada para a região plantar e posterior do pé e para o Para o acesso às articulações interfalangianas, faz-se
tendão de Aquiles. uma incisão transversal sobre elas e no tendão extensor,
Plantígrado, nesse sentido, o paciente está com as per- incluindo a cápsula articular. Essa incisão é ampliada, per-
nas fora da mesa, na vertical, como nas cirurgias meniscais. pendicular e paralela às falanges. Deve-se ter cuidado com
A posição está indicada para cirurgias no calcâneo e para a os ligamentos articulares laterais interfalangianos e o feixe
colocação de prótese no tornozelo, permitindo movimentos vasculonervoso. Essa incisão permite ampla visualização
e melhor observação da correção anatômica. articular e possibilidade cirúrgica. O fechamento é feito
> Vias de acesso ao membro inferior 1675
Medial plantar
Lateral
plantar
Linhas de
Langer Sural
Safeno
Nervo plantar medial
Ramo
Nervo plantar lateral calcâneo
Ramo calcâneo medial medial
Figura 79.50 > Linhas de Langer. Figura 79.51 > Trajeto dos nervos e sua enervação.
Tendão do músculo
Artéria e flexor hálux
nervo fibular
Tendão do flexor
dos dedos
Músculo extensor longo Nervo tibial anterior
dos dedos
Músculo extensor longo do hálux
Músculo extensor curto
dos dedos Músculo extensor curto do hálux
Artéria dorsal
Quadrado plantar
Abdutor do hálux
tomando o caminho inverso, com sutura do tendão exten- a cápsula articular, é possível observar a articulação entre
sor, quando necessário, e da pele. A imobilização com fio os ossos sesamoideos e a articulação metatarsofalangiana.
de Kirschner intramedular é aconselhável por três semanas. Quando não está incluída, a cápsula articular é modelada
para um retalho que, suturado de maneira adequada, permi-
te correção cirúrgica da posição do halus (Fig. 79.55).
Articulação metatarsofalangiana
A articulação metatarsofalangiana do hálux tem me- ATENÇÃO! Os nervos periféricos devem ser preservados,
lhor acesso por uma incisão medial, orientada pelo eixo do pois é fácil a formação de neuromas. Os nervos plantares,
primeiro metatarsal. Pode-se ir diretamente sobre a corti- o fibular e o tibial devem ser observados antes de a incisão
cal ou incluir somente a pele e o subcutâneo, partindo des- ser escolhida.
se plano para o tratamento das outras estruturas. Ao incluir
1676 Ortopedia e traumatologia: princípios e prática
Nervo fibular
superficial
Figura 79.54 > Aspectos anterior e lateral do pé com nervo fibular superficial.
> Vias de acesso ao membro inferior 1677
A B
Acesso lateral
A abordagem é indicada para fraturas do calcâneo e
Base da falange proximal para suas osteotomias. Deve ser feita na posição supina,
Tendão extensor Cabeça do segundo com um saco de areia sob a nádega para fazer a rotação in-
longo dos dedos
Cápsula
metatarsal terna do pé. A incisão corre curva desde a borda lateral do
articular tendão de Aquiles em direção oblíqua descendente, marge-
ando o maléolo fibular em direção à base do quinto meta-
tarsal. O retináculo fibular é incisado, expondo os tendões
dos fibulares (Fig. 79.59).
Acesso medial
C D A incisão está indicada para acesso aos ossos que for-
mam o arco longitudinal, em sua borda medial, composto
Figura 79.56 > Acesso cirúrgico às articulações do segundo ao quinto metatarsais por calcâneo, navicular, cuneiforme e primeiro metatarso,
sobre as articulações metatarsofalangianas. assim como as articulações correspondentes. Com melhor
A Incisão da pele – observam-se os ramos nervosos. afastamento, ficam visíveis a aponeurose do tarso e a plan-
B Incisão na fáscia profunda, preservando e afastando os tendões. tar. Essa abordagem está indicada para liberação do arco
C Incisão longitudinal da cápsula articular. longitudinal nos casos de pé torto e também para descom-
D Exposição da articulação.
pressão do túnel do tarso.
Tendão do flexor
Nervos e longo do hálux
artérias digitais Tendão do flexor
longo dos dedos
A B
Figura 79.57 > A Incisão da pele e do subcutâneo. B Exposição da aponeurose plantar e situação dos nervos digitais.
1678 Ortopedia e traumatologia: princípios e prática
Fíbula
Calcâneo
Cuboide
Tíbia Fíbula
Navicular Retináculo fibular superior
Fíbula
Talo Retináculo fibular inferior
Cuboide
Calcâneo
Quinto
metatarsal
Tendão do
músculo Tendão do músculo
fibular longo fibular curto
Talo
Cuboide
Retináculos seccionados dos tendões fibulares Calcâneo
Flexor longo
comum dos
Tibial dedos
Tibial posterior
posterior
Cuneiforme
Primeiro
metatarsal
Feixe
nervoso
tibial
posterior
Músculo
Osso abdutor
navicular do hálux
Tibial
Flexor posterior
longo afastado
do hálux
Flexor longo
dos dedos
Músculo
abdutor do Retináculo
hálux seccionado
Figura 79.60 > Acesso medial do pé com referência ao tendão do músculo tibial posterior.
O paciente fica em decúbito dorsal, com o saco de 3. Kocher T. Textbook of operative surgery. 2nd ed. London:
areia na nádega contralateral, permitindo a rotação externa Adam & Charles Black; 1903.
do pé. A incisão começa 3 cm proximal ao maléolo medial 4. Müller ME. Manual der osteosynthese. 2nd ed. New York:
entre o tendão de Aquiles e a borda posterior da tíbia, cir- Springer Verlag; 1977.
cunda o maléolo medial, deixando 5 mm, e dirige-se à base 5. Thomson JE. Anatomical methods of approach in ope
do primeiro metatarsal. A fáscia profunda é incisada, ex- rations on the long bones of the extremities. Ann Surg.
pondo os tendões do tibial posterior e do flexor longo dos 1918;68(3):309-29.
artelhos e do halus. Contíguo está o feixe vasculonervoso 6. Henry AK. Exposure of the humerus and femoral shaft. Br J
tibial posterior. O ventre do abdutor do hálux cobre os ten- Surg. 1924;12(45):84-91.
dões flexores e pode ser desinserido parcialmente do calcâ- 7. Bosworth MD. Posterior approach to the femur. J Bone Joint
neo. A artéria e o nervo plantares mediais são visualizados Surg Am. 1944;26(4):687-90.
sobre ele. O cruzamento dos flexores dá-se 2 cm proximal- 8. Henderson MS. Posterolateral incision for the removal of
mente à tuberosidade do navicular. O nervo tibial poste- loose bodies from the posterior compartment of the knee
joint. Surg Gynecol Obstet. 1921;33:698.
rior divide-se 2 cm distalmente ao maléolo tibial em ner-
vo plantar lateral e medial – é necessário ter cuidado com 9. Kummel BM, Zazanis GA. Preservation of intrapatellar
branch of saphenous nerve during knee surgery. Orthop Rev.
eles e preservar sua integridade. A inserção do tibial poste-
1974;(3):43.
rior pode ser parcialmente liberada em sua porção poste-
rior (Fig. 79.60). 10. Chambers GH. The prepatellar nerve: a cause of subop-
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