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20/07/2015 39 ­ Estudo do Livro de Zacarias ­ Parte 1

39 ­ Estudo do Livro de Zacarias ­ Parte 1

ESTUDO DO LIVRO DE ZACARIAS
INTRODUÇÃO:
            Tema: Não é possível servir a Deus dentro da Babilônia. É preciso sair dela!

            Objetivo: Mostrar que a teologia da “estratégia” é coisa do diabo!
Antes da invasão de Nabucodonosor, o maior medo dos judeus era ser invadido pela Babilônia.
Tanto  que,  em  diversas  ocasiões,  vemos  o  povo  de  Judá  buscando  em  Deus  ser  livre  do  cativeiro  (Jr
21.1,2; 40.9) . O valor que eles davam a Jerusalém era tal que, quando eles chegaram no cativeiro, eles
não queriam nem saber de edificar casas, plantar jardins, casar e gerar filhos  (daí a exortação de Jr 29.5,6) .
Muito menos queriam a paz da cidade (Jr 29.7) .
Pelo contrário: queriam alguém que lhes desse a paga de todo o mal que lhes fizeram (Sl 137.8,9) .
Não admitiram sequer a possibilidade de prestar culto ali (Sl 137.4) .
No  entanto,  com  o  passar  do  tempo,  eles  foram  gostando  tanto  da  Babilônia  que  passaram  a
pensar em curá­la  (Jr 51.9) . Afinal, que mal que tinha ficar na Babilônia, ainda mais considerando que foi
Deus quem os levou para lá? Se ela se convertesse, que necessidade haveria de destruir um império
tão  maravilhoso  como  este?  Pelo  menos,  é  isto  que  passaram  a  pensar.  Ainda  mais  que  agora  já
possuíam casas, terras e até lucravam na Babilônia (ver Ag 1.6­9) .
Foi  então  que  eles  começar  a  pensar  algo  como:  “ora,  por  que  sair  daqui?  Tudo  que
precisamos  fazer  é  servir  a  Deus  com  fidelidade  aqui  nesta  terra,  agindo  sempre  com  bondade  e
justiça, e Deus pode muito bem nos usar para glorificar o nome Dele”.
Deus então mostra que não! No capítulo 3, o sumo­sacerdote Josué é visto com as vestes sujas
para mostrar que nenhuma justiça humana pode nos justificar diante de Deus e que o lugar onde Ele
haveria de operar através de Israel era na terra da promessa (Zc 2.10­13) .
A preocupação de Zacarias era estimular os cativos na Babilônia a voltarem para Jerusalém;
A preocupação de Ageu era estimular o que já haviam saído a reconstruírem o templo.
Um completava o outro, no sentido de estimular os israelitas a largarem a prosperidade material
e buscarem um lugar no coração onde Deus pudesse habitar, mas LONGE DA BABILÔNIA!!!

ZACARIAS  1  →  DEUS  ABOMINA  AQUELE  QUE  SE  FIRMA  NO


ERRO PARA ENCONTRAR DESCANSO EM MEIO À INJUSTIÇA  (1Co
13.6)

Vs 1 → QUEM ESCREVEU O LIVRO E QUANDO ELE FOI ESCRITO?
Zacarias era filho de Baraquias, filho de Ido. Ele começou a profetizar dois meses após Ageu ter
começado  (compare  vs  1  com  Ag  1.1) .  Sua  profecia  cooperou  com  a  de  Ageu  para  estimular  o  povo  de
Israel  a  sair  da  Babilônia  e  reconstruir  o  templo  de  Jerusalém  (Ed  5.1;  6.14) .  Detalhe:  a  obra  de
reconstrução do templo cessou até o 2º ano do reinado de Dario, rei da Pérsia  (Ed 4.24) , ocasião em
que Ageu (Ag 1.1)  e Zacarias começaram a profetizar.
Vs  2  a  6  →  DE  NADA  ADIANTA  SER  FIEL  A  DEUS  NO  ERRO.  TENHA  POR  MOTIVO  DE  ALEGRIA  O
PASSAR PELAS CORREÇÕES DE DEUS, SE ARREPENDA E CONVERTA
O  termo  Senhor  dos  Exércitos,  citado  muito  em  Zacarias  e  Ageu  se  refere  aos  recursos  sem
limites  e  poder  universal  de  Deus  como  forma  de  dizer  que  nada  poderia  impedir  a  construção  do
templo, exceto o desânimo deles. E como eles estavam desanimados! Daí Deus ordenar: “tornai­vos
para mim... e eu me tornarei para vós outros”  (vs 3) , expressão que também pode ser vista em Ml 3.7;
Tg 4.8; Jr 25.5; 35.15.
É bem verdade que o fato de Deus estar extremamente desgostoso com os antepassados deles
(vs  2) ,  trouxe  o  juízo  de  Deus  sobre  a  nação.  E  isto  deixava  a  presente  geração  desanimada  e
revoltada, como se Deus é que fosse injusto (ver 2Rs 6.33; Jr 44.15­19; Ml 3.13­15) .
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20/07/2015 39 ­ Estudo do Livro de Zacarias ­ Parte 1

O que eles não conseguiam enxergar é que o problema não estava apenas no comportamento
dos  antepassados.  A  zombaria  destes  (2Cr  36.15­16)   conduziu  a  nação  a  uma  série  de  conceitos  e
valores  errados  acerca  da  Escritura  Sagrada  e,  agora,  eles  achavam  que  Deus  era  obrigados  a
favorecê­los, caso se mantivessem fiéis a esta interpretação errônea da escritura que adotaram para
si mesmos (ver Am 2.4; Is 29.13; Mc 7.8,9) .
Como a história não muda  (Ec 1.9; 3.15) , veja o que eles diziam em Malaquias: “mas nós estamos
servindo a Deus fielmente e, no entanto, nada muda”  (Ml 3.13­15) . No entanto, embora muitos fossem
zelosos dos ensinamentos que lhes foram transmitidos acerca da Palavra de Deus, tais ensinamentos
estavam  distorcidos  e  eles  nem  conseguiam  enxergar  mais  que  seus  caminhos  e  obras  eram  maus
(vs 4) . A mensagem de conversão  (Is 31.6; Jr 3.12; 18.11; Ez 18.30; Os 14.1)  parecia não fazer sentido  (ver Ml
3.7) .
E tudo o que tinha sobrevindo a Israel e seus antepassados parecia ser apenas injustiça de um
Deus  que  não  liga  para  seus  filhos;  antes,  os  abandona.  Sob  esta  desculpa,  eles  estavam
abandonando  a  Deus  e  fazendo  as  coisas  do  jeito  deles,  seguindo  aos  que  pareciam  ser  deuses
(àquilo que parecia resolver todos os seus problemas) .
Todavia,  a  destruição  de  Israel  e  o  que  aconteceu  aos  antepassados  (vs  5) ,  era  um  sinal  da
reprovação de Deus em virtude de Suas Palavras e estatutos não os terem alcançado, mas apenas
as interpretações carnais dos réprobos na fé  (ver Ef 4.14; 1Tm 6.3­5; 2Tm 4.3,4; Mc 7.7; Tt 1.14) . Apenas mais
tarde, depois que foram destruídos (Lm 1.18; 2.17) , é que eles foram se arrepender (vs 6) , tendo por bem
a repreensão de Deus (Lv 26.41) .
Vs  7  a  17  →              1ª  VISÃO:  É  IMPOSSÍVEL  TERMOS  PAZ  ENQUANTO  PESSOAS  À  NOSSA  VOLTA
SOFREM INJUSTIÇA. DEUS NÃO DÁ BÊNÇÃO PARA QUE NOSSO DESCANSO ATRAIA A IRA DE DEUS
SOBRE  NÓS,  MAS  PARA  QUE  ELE  TENHA  MATERIAL  PARA  CONSTRUIR  SEU  AMOR  NO  CORAÇÃO
DAS PESSOAS
O povo estava achando que Deus não via nada. A pergunta do anjo do Senhor, no fundo, era a
mesma  que  havia  em  cada  coração:  “...  até  quando  não  terás  compaixão  de  Jerusalém,  e  das
cidades  de  Judá...?”  (Zc  1.12) .  Isto  estava  contribuindo  para  que  eles  achassem  que  o  negócio  era
tentar se adaptar ao estilo de vida da Babilônia.
Porém, Deus mostra que estava irado contra todas as nações em descanso, incluindo a Média­
Pérsia, onde eles moravam (Zc 1.15) , já que tal comportamento agrava o mal.
Muitos acham que, permanecendo no seu cantinho, sem fazer nem falar mal de ninguém, então
está tudo bem. Entretanto, tais pessoas medianas  (que só fazem o que lhes é ordenado) , são servos inúteis
(Lc 17.10) , pessoas mornas a quem Jesus vomita (Ap 3.15,16) . A partir do momento que estamos no lugar
e  não  fazemos  nada  para  mudar  uma  dada  situação,  estamos  concedendo  ao  infrator  mais  uma
oportunidade de ser bem sucedido no pecado e, deste modo, bendizer seus métodos e ferramentas
(ver Hc 1.15­17) .
Além do mais, de que serve nossa vida se sempre ficarmos escondidos no anonimato? Como
sal da terra, nossa presença deve trazer incômodo aos que estão no pecado. É da nossa interação
com  as  pessoas  que  surgirá  algo  bom  para  nós  e  elas,  sendo  isto  que  dá  oportunidade  às
verdadeiras  amizades.  É  bom  lembrar  que,  o  que  nos  veste  espiritualmente,  é  a  justiça  de  Jesus
operando  na  vida  de  cada  pessoa  que  Ele  traz  a  nós  (Ap  19.8) .  Note  como  não  basta  ter  azeite  na
própria lâmpada. É preciso que cada vaso pequeno  (pessoas que nele creem – Rm 14.1; 15.1; 2Co 4.7)  possua
um pouco de “azeite” dentro de si  (Mt 25.3,4) . Ou seja, não podemos achar paz nos isolando de cada
pessoa  ou  situação  que  possa  nos  trazer  prejuízo  (ver  Hc  2.9) .  Enquanto  assim  fazemos,  o  mal  está
fazendo suas vítimas através delas.
Como  podemos  pensar  em  ter  paz,  enquanto  há  tantas  pessoas  sofrendo?  Podemos  ficar
tranquilos,  tendo  ciência  da  grande  quantidade  de  pessoas  que  serão  prejudicadas  por  aquele  que
deixamos  de  repreender?  Foi  exatamente  este  tipo  de  tranquilidade  que  causou  a  destruição  de
Sodoma  e  Gomorra  (Ez 16.49)   e  que  iria  caracterizar  os  dias  que  antecedessem  a  vinda  de  Cristo  (Lc
17.26­30) .
Nesta  visão,  o  anjo  do  Senhor  estava  montado  num  cavalo  vermelho  entre  as  murtas  de  um
vale profundo  (vs 8)  e atrás dele se achavam os agentes do juízo de Deus, prontos para percorrerem
toda a terra a fim de trazerem o juízo sobre Israel  (vs 10) . Isto deixa o anjo do Senhor perplexo  (vs 12) ,
tal  como  ficaram  as  almas  dos  que  foram  mortos  por  amor  da  palavra  de  Deus  e  por  amor  do
testemunho  que  deram  em  Ap  6.9.  Tal  como  Habacuque  (Hc 1.13­17) ,  eles  não  conseguiam  entender
como  Deus  podia  permitir  que  gentios,  tão  perversos  e  distantes  de  Deus,  pudessem  prosperar.
Como Deus poderia enviar carros para exercer os mais diversos tipos de juízo sobre o povo de Israel,
enquanto  os  gentios  viviam  em  descanso  (vs 11) ?  Aparentemente,  parecia  que  Deus  estava  do  lado
dos gentios, apoiando o comportamento deles. Era o que os gentios também estavam pensando  (ver
Mq 4.11,12; 7.8­10) .

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20/07/2015 39 ­ Estudo do Livro de Zacarias ­ Parte 1

Deus  mostra,  entretanto,  que  tudo  o  que  estava  acontecendo  era,  na  verdade,  uma  prova  do
Seu imenso amor para com Israel  (vs 14) . Afinal, Deus corrige aquele que Ele ama  (ajunte Hb 12.5­11 com
Zc 8.2) . Note como, em Jl 2.18, Deus promete zelar da Sua terra e compadecer do Seu povo após eles
se arrependerem e converterem  (Jl 2.17) . Os carros e cavalos enviados contra Israel era para corrigi­
los, de modo que eles não contaminassem a habitação deles e, assim, viessem a ser vomitados por
ela (Lv 18.24,25) , tal como se deu no Éden (Gn 3.23) .
Deus estava irado com os gentios em descanso e iria cumprir o que prometeu em Ag 2.6­9  (vs
15; como se vê em Ed 6.6­12; 7.13­24) . Embora o cativeiro devesse durar apenas 70 anos  (Jr 25.11,12; 29.10; Dn
9.2; Zc 7.5) , o povo, infelizmente, estava ainda muito preso aos seus interesses  (Ag 1.6­9) . Por isto é que
gentios  ainda  estavam  em  descanso:  a  desobediência  dos  incrédulos  só  é  punida  quando  a
obediência do povo de Deus se completa (2Co 10.6) .
É  exatamente  isto  que  Deus  tenta  mostrar  ao  povo:  que  Ele  vai  voltar  para  Jerusalém  com
misericórdia para que Sua casa seja edificada (vs 16) . Ou seja:
1º­      Babilônia  não  é  o  local  da  bênção.  Perceba  que  por  três  vezes  Deus  enfatiza  que  Ele  ia
voltar  para  Jerusalém  e  habitar  no  meio  dela  (vs  16;  Zc  2.10;  8.3) .  Ele  iria  consolar  Sião  e
escolher  Jerusalém  (vs 17)   e  medi­la,  ou  seja,  fazê­la  em  tudo  conforme  o  padrão  de  Sua
Palavra (vs 16) . Este ponto é tão importante que a 3ª visão é justamente sobre isto, o que nos
ensina que a obra de Deus não é feito a esmo, mas é projetada nos mínimos detalhes;
2º­   a finalidade da bênção não é dar conforto material a Israel, mas sim edificar Seu templo no
coração  das  pessoas  (veja  como  Ele  volta  COM  MISERICÓRDIA,  ou  seja,  para  mostrar  Seu  favor  aos
desfavorecidos) .  Logo,  quando  Ele  diz  que  as  cidades  Dele  transbordarão  de  bens  (vs  17)   é
para  que  Ele  possa  mostrar  Sua  bondade  para  com  os  filhos  dos  homens  (Sl  66.5;
107.8,15,21,31)  através deles (Mt 7.11: Lc 11.13) .

Um detalhe a ser observado é que, embora Zacarias pergunte para o anjo que falava com ele
(vs  9) ,  é  o  anjo  do  Senhor  quem  dá  a  resposta  (vs  10) .  E  Deus  não  fala  diretamente  com  Zacarias.
Antes,  fala  com  o  anjo  que  estava  conversando  com  ele,  o  qual,  então,  transmite  a  Ezequiel  a
mensagem (vs 13 e 14) .
Vs  18  a  21  →  2ª  VISÃO:  OS  4  ENVIADOS  DE  DEUS  PARA  AMEDRONTAR  E  DERRUBAR  OS  4
GRANDES IMPÉRIOS QUE SE LEVANTARAM CONTRA JUDÁ PARA ESPALHAR SEUS CIDADÃOS
Novamente Zacarias abaixa os olhos (vs 18) . Veja como facilmente temos a tendência de cochilar
na  fé.  A  verdade  é  que,  assim  como  a  água  quente,  para  não  ficar  morna,  necessita  estar  sempre
sendo submetida ao fogo, se queremos que nossa fé seja desenvolvida, não podemos fugir das lutas
e problemas. Elas é que desenvolvem nossos músculos espirituais e os mantém saudáveis. Sem luta,
ficamos mornos (e sujeitos a sermos vomitados por Jesus – Ap 3.14,15) .
Primeiro Zacarias vê os 4 chifres que dispersaram a Judá, Israel e Jerusalém (vs 19) , de maneira
que ninguém pode levantar a cabeça  (vs 21) . Os 4 chifres representam quatro impérios que serviram
para deixar o povo de Deus como ovelha sem pastor (Mc 9.36) , a saber:

      Egito;

       Israel  (ninguém  melhor  para  espalhar  Judá,  Israel  e  Jerusalém  do  que  os  próprios  “pastores”  de  Israel  –Ez
34.5,6,8,18,19,21) . Tanto que em Zc 11.15, é ordenado ao profeta tomar para si os instrumentos
de um pastor insensato (Zc 11.15) ;

      Assíria;

      Babilônia.

Todos estes países foram usados para levar Israel para longe de Deus e da sua terra.
O  fato  de  ser  citado  apenas  Judá  no  vs  21,  provavelmente,  é  por  ter  sido  ele  o  que  por  mais
tempo se manteve fiel a Deus (ver Os 11.12) .

ZACARIAS  2  →  DEUS  TEM  O  LUGAR  ADEQUADO  PARA  REINAR


SOBRE O SEU POVO
Vs  1  a  5  →  3ª  VISÃO:  JERUSALÉM  É  MEDIDA  PARA  MOSTRAR  QUE  LUTAR  PELA  SUA
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RECONSTRUÇÃO ERA UM INVESTIMENTO SEGURO
O povo de Israel estava achando que seria inútil reconstruir Jerusalém, visto que a oposição era
muita. Ao medir Jerusalém, Deus estava mostrando que, não só ela seria reconstruída, mas habitada
por  muitas  pessoas.  O  fato  deste  homem  (com  certeza,  um  anjo  em  forma  de  homem)   medir  Jerusalém,
mostra que não se tratava de algo meramente carnal, mas sim algo projetado por Deus e que ia além
da imaginação do homem  (ver 1Co 2.9; Ef 3.20) . Não seria possível medi­la por métodos humanos, nem
mesmo cercá­la com muros.
Esta  questão  de  medir  com  a  cana  pode  ser  vista  em  outras  passagens  (Ez  40.3;  47.3­5;  Ap  11.1;
21.15,16) :

      Em Ez 40, o templo é medido nos seus mínimos detalhes;

      Em Ez 47.3­5 é medida a profundidade das águas purificadoras;

      Em Ap 11.1 é medido templo, o altar e os que nele adoram;

      Em Ap 21.15,16 é medida a Nova Jerusalém, as portas e o muro;

       Aqui é medida Jerusalém  (vs 1 e 2) .  Interessante  que  não  há  preocupação  em  se  medir  a
altura.

Este ato de medir Jerusalém enquanto a maior parte dela (incluindo seus muros e templo)  ainda não
passava  de  ruínas  (ver  Ne  1.3;  2.3) ,  indica  que  existe  um  limite  para  o  Reino  de  Deus.  Muitos
evangelistas desejam, supostamente, ganhar o mundo inteiro para Jesus.
Todavia,  mesmo  que  haja  sinceridade  no  coração  deles,  tal  procedimento  é  errado.  Há  uma
medida a ser respeitada e não podemos querer ultrapassar a bondade de Deus. Sei que parece bom
o mundo inteiro servir a Jesus  (e pode ter certeza que Deus gostaria disto, já que Ele ama a todos) . No entanto,
Deus sabe quem realmente deve fazer parte da Sua cidade. Querer colocar mais alguém dentro dela
só  irá  atrapalhar  os  que  foram  chamados  por  Ele.  A  multidão  seria  grande,  mas  divinamente
contabilizada (vs 4; Ez 36.10,11) .
Inclusive, o fato de dizer que Jerusalém seria como aldeia sem muros, aponta para um período
bem além da época de Neemias, já que ele foi enviado, especialmente, para reconstruir os muros de
Jerusalém (Ne 4.1) .
Como se isto já não fosse pouco, Ele promete cercar a cidade com algo semelhante à coluna de
fogo que guiava os hebreus quando saía do Egito (Êx 13.21,22)  e protegê­la com a manifestação da Sua
glória  (tal  como  se  deu  em  Êx  16.10;  24.16,17;  40.34,35;  Lv  9.23;  Nm  14.10,21;  16.19,42;  20.6) .  Isto  cumprir­se­á  no
milênio, quando o próprio Senhor estará presente (Ap 21.3) .
A ideia é que eles confiassem em Deus, e não na sua suficiência, para serem protegidos (Is 26.1;
Zc 9.8)  e iluminados  (Is 60.19; Ap 21.23) . Além disto, uma vez que os maiores inimigos são os da própria
casa  (Mq  7.6) ,  não  bastava  o  muro  de  fogo  em  redor.  Era  preciso  também  uma  proteção  interna,  a
saber, a glória de Deus dando um novo coração a cada um (Ez 18.31; 36.26) .
Detalhe: o fato de Deus medir Jerusalém significa segurança  (repare a conexão entre o vs 2 e o vs 5) ,
em contraposição ao fato de Deus apascentar o povo em lugar espaçoso (Os 4.16) .
Vs  6  a  9  →  QUEM  TENTA  ENCONTRAR  REPOUSO  NO  MEIO  DE  PESSOAS  MÁS,  PRINCIPALMENTE
AQUELES QUE MALTRATAM OS SERVOS DE DEUS, COM CERTEZA TERÁ PARTE NO SOFRIMENTO
QUE CAIRÁ SOBRE ESTES INIMIGOS DE DEUS (Ap 18.4)
            O povo de Israel, após morar 70 anos na Babilônia, se adaptou a ela como se ali fosse seu
lugar legítimo. Considerando a magnificência deste império (considerado dourado aos olhos das pessoas, como
na visão de Daniel – Dn 2.38) , a maioria queria ficar por ali mesmo.
            Deus então os exorta a voltarem a ter medo da Babilônia  (vs 6 – antes do cativeiro, eles temiam ir para
este lugar – Jr 21.1,2; 40.9) , a ponto de fugirem  (e não simplesmente saírem, como em Ap 18.4) . A diferença é que,
aqui,  há  um  local  onde  as  pessoas  poderiam  e  deveriam  cultuar  o  Senhor,  enquanto  que,  na  atual
dispensação,  a  Grande  Babilônia  está  em  toda  parte  e  não  há  como  fugir.  As  trevas  cobriram  toda  a
terra  (Is 60.2) .  Não  adianta  buscar  um  lugar  (ou alguém)   com  luz  (aliás,  é  isto  que  todos  querem) .  Nós  é  que
devemos ser a luz  (Is 60.1; Dn 12.3; Mt 5.14­16) . É preciso entender que são as pessoas que fazer o lugar.
Em outras palavras, não existe lugar que oferecerá, a nós, aquilo que não estamos dispostos a fazer
por nós mesmos. Aliás, nós é que devemos ser a casa de refúgio, a saber, o local onde os opressos do
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20/07/2015 39 ­ Estudo do Livro de Zacarias ­ Parte 1

povo do Criador possam se abrigar (Is 14.32) .
Note  como  a  convivência  com  os  caldeus  fez  com  que  eles  se  tornassem  íntimos,  a  ponto  de
perderem  o  medo.  Contudo,  é  importante  esclarecer  que,  quando  Deus  diz  várias  vezes  na  Escritura
Sagrada para não temermos o homem ou os falsos deuses, o que Ele está dizendo é para não termos
medo deles, a ponto de negligenciarmos Seus mandamentos e nos sujeitarmos aos seus caprichos.
            Todavia, em momento algum Deus espera que façamos amizade com a Babilônia, a ponto de
nos  acostumarmos  a  ela  e  até  passarmos  a  ter  prazer  em  seus  deleites.  Quando  Ele  diz  para  Israel
construir  casas,  plantar  vinhas  e  procurar  a  paz  do  povo  de  Babilônia  (Jr  29.5­7) ,  em  momento  algum
estava incentivando Israel a considerar Babilônia como seu lar. Antes, o que Ele queria é que Israel não
deixasse  de  buscar  Sua  bondade,  só  porque  as  pessoas  que  estavam  à  volta  deles  não  a  merecia.
Temos  que  buscar  o  melhor  de  Deus  para  nós,  mesmo  que  pessoas  más  venham  a  se  beneficiar
daquilo que vier às nossas mãos. Em suma: jamais devemos desistir de seremos bons. Ao ordenar que
amemos  ao  próximo,  Deus  estava  dizendo  que  devemos  aproveitar  cada  oportunidade  para
crescermos em caráter e bondade.
            Entretanto, Israel deveria se lembrar de que eles foram a vara por Ele usada para espalhá­los.
Eles deveriam ter medo de permanecer no meio de pessoas tão más, ao invés de buscarem métodos
para tentar manter uma convivência pacífica com eles (vs 6) .
                        Assim  sendo,  para  recuperar  Sua  glória  ante  o  povo  de  Israel,  Ele  iria  mostrar­lhes  o  que
acontece com aqueles que tocam nos Seus  (ver vs 8; Dt 32.9,10) , de modo que eles jamais decidissem se
associar  com  aqueles  que  prejudicam  seus  irmãos,  já  que  tal  associação,  com  certeza,  lhes  trará
prejuízo (vs 9) .
Em outras palavras, Deus fez deles os 4 ventos do céu  (vs 6) . Para ser mais claro: no que Deus
ficou irado com eles, fez deles vasos de ira  (Rm 9.22,23)  a fim de espalhar Seu juízo para as nações em
volta (Dt 28.64; Ez 17.21) .
Como Deus poderia ordenar a Sião que se salvasse, se apenas Deus é capaz de nos salvar  (vs
7) ?  O  que  Ele  queria  é  que  as  pessoas  desejassem  ser  salvas  (vs  7) .  Muitos,  infelizmente,  se
acostumaram tanto à sua vidinha, que não querem ser salvos.
Deus,  então,  alerta  que,  para  obter  a  Glória  (vs  8)   (ou,  se  preferir,  para  que  Ele  estivesse  no  meio  de
Jerusalém – vs 5) , Ele iria agitar Sua mão contra os de Babilônia, de modo que eles passarão a ser a presa
daqueles que eles escravizaram (vs 9) .
Você  pode  me  questionar:  “mas  isto  só  acontecerá  no  milênio”.  Correto.  Tanto  é  assim  que  a
Babilônia,  até  hoje,  não  foi  destruída  (pelo  menos  ideologicamente  falando) .  Já  reparaste  que  a  destruição
dos 4 impérios mundiais só se dará quando a pedra cortada sem o auxílio de mãos, atingir os pés de
ferro e de barro da estátua  (Dn 2.34,35,44) ? Logo, os 4 impérios ainda estão aí, só que disseminados nas
mais diversas políticas e religiões, prontos para comporem a besta que emerge do mar (Ap 13.1,2) .
Quando Jesus estiver no meio de Jerusalém (Ap 21.3) , então todas as nações que ficarem trarão
a  Jerusalém  suas  riquezas  (Is  60.1­7;  Ap  21.24­27) .  Só  então  Israel  saberá  que  é  a  menina  dos  olhos  do
Senhor  (vs 8)  e que, de fato, todas as profecias são verdade. Note como eles não se sentiam amados
por Deus (Ml 1.2; 3.13­15) .
Eles não conseguiam compreender Pv 3.11,12 e Hb 12.5­11, ou seja, que as advertências dos
profetas eram para eles (não porque Deus os odiava, mas porque os amava) .
Vs 10 a 13 → DEUS NÃO QUER USAR SEU POVO NA BABILÔNIA, MAS SIM FAZER, DE JERUSALÉM,
UM  ABRIGO  PARA  O  QUAL  POSSAM  SE  REFUGIAR  TODOS  QUANTOS  QUEIRAM  SER  SÓ  DO
SENHOR
                        Muitos  podiam  ser  tentados  a  achar  que  seria  possível  eles  continuarem  sendo  o  povo  do
Criador,  mesmo  habitando  em  terra  estranha.  Tal  como  hoje,  as  pessoas  interpretavam  errado  1Sm
16.7, como que dizendo: “ah, mas Deus conhece o meu coração e sabe que eu sou fiel a Ele”.
            Entretanto, ao dizer para Israel que Ele voltaria a habitar em Jerusalém, estava deixando claro
que o lugar em que Ele os queria era ali. Em outras palavras, se quisessem ser o povo do Altíssimo e
usufruir de todas as bênçãos, privilégios, etc., teriam que voltar para Israel.
            O esplendor da Babilônia fez morrer todo patriotismo, a ponto de eles desejarem, a todo custo,
curar  Babilônia  (Jr 51.9) ,  como  fazem  muitos  que,  tentando  unir  o  útil  com  o  conveniente  e  agradável,
tentam ingressar em empregos com a desculpa de que é para ser luz no meio das trevas  (enquanto isto,
estando dando o melhor do seu tempo, força e energia para algo maligno) .
            Todavia, a ordem é para que estejamos no lugar santo e as pessoas passem para nós  (e não o
contrário – Jr 15.19) . O objetivo não é transformar o lugar mal em bom (mesmo porque este mundo foi entregue ao
diabo (Lc 4.6) e à destruição pelo fogo (2Pe 3.10­12)) , mas sim servirmos como casas do Pai, onde as pessoas
que querem servir ao Criador, possam vir para se separarem para Ele. Em outras palavras, a ideia é
que nossa vida seja o que as pessoas precisam para se separarem de vez deste mundo.
            Note como o verdadeiro motivo da nossa alegria  (vs 10; Is 12.6; 54.1; Sf 3.14,15)  deve ser o fato de

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20/07/2015 39 ­ Estudo do Livro de Zacarias ­ Parte 1

Deus habitar no nosso meio (Lv 26.12; Ez 37.27; Zc 8.3; Jo 1.14; 2Co 6.16) . Inclusive, é neste dia que muitos irão
se ajuntar a Israel (vs 11; Is 2.2,3; 60.3; Zc 8.22,23)  e o melhor: com o objetivo se serem o povo Dele.
            Detalhe: quem está falando nos vs 9 e 11 e em Zc 2.9 é o Senhor. Logo, quando diz “e saberás
que o SENHOR dos Exércitos é quem me enviou a ti” (vs 11) , é Jesus quem está falando isto. Ou seja, o
povo saberia que Jesus é o enviado de Deus quando a perfeita unidade se estabelecesse: um só povo
e um só Deus (vs 11; Jo 13.34,35; 15.12,13; 17.11,21­23) .
             A partir de então é que o Senhor herdará a Judá como Sua porção (vs 12; Zc 1.17)  na terra santa
e escolherá novamente a Jerusalém.
            Diante disso, estava mais que comprovado que o Messias viria para Jerusalém a fim de fazer
um só povo para o Pai. Logo, é hora de toda a carne se calar diante do Senhor  (vs 13) .  Ou  seja,  não
temos  nada  que  dar  voz  à  nossa  carne,  de  modo  que  ela  diga  a  nós  e  aos  outros  (e,  infelizmente,  até  a
Deus)  como que a obra do Criador deve ser feita. Afinal, Ele se levantou da Sua morada para operar,
pessoalmente,  o  que  precisa  ser  feito  (vs 13) .  Ele  não  precisa  que  ninguém  faça  nada  por  Ele.  Basta
estarmos no lugar que Ele designou para nós e Ele tudo fará (Sl 37.5) .
            Tampouco é para darmos voz ou forme àquilo que a carne dos outros estabeleceu. Quando a
Escritura Sagrada diz para obedecermos às autoridades  (Rm 13.1,2) , está dizendo para nos colocarmos
debaixo da força ou influência de Deus que está a operar Sua vontade, apesar da vida deles (ver Jó 42.2;
Pv 16.4; Sl 24.1; Jo 17.2) .
            Para exemplificar: suponhamos que eu seja servo de um homem cruel que quer matar o fulano
através das minhas mãos. Ao invés de me rebelar contra ele, devo buscar de Deus o que realmente Ele
está  a  operar.  Talvez  este  fulano  que  ele  deseja  matar  é  alguém  que  está  a  oprimir  Sua  esposa
temente ao Criador. Neste caso, o correto é eu me entregar nas mãos de Deus para que a libertação
que Deus deseja operar na vida da mulher se faça presente através de mim. Quem sabe este marido
não  possa  morrer  para  si  mesmo  e  se  tornar  uma  nova  criatura  em  Cristo  (2Co  5.17) .  Neste  caso,  a
mulher será livre do sofrimento e meu patrão, ao ver a transformação de Cristo na vida dele perceba o
erro  que  estava  para  cometer  ao  ordenar  o  assassinato  de  um  amigo  tão  valioso  (mas  que  estava
escondido debaixo de uma casca dura de pecado) .

ZACARIAS  3  →  A  VERDADEIRA  JUSTIFICAÇÃO  DE  ISRAEL  VEM


DE DEUS, E NÃO DOS RITUAIS FEITOS PELO SUMO­SACERDOTE
Vs  1  a  5  →  4ª  VISÃO:  OS  ATOS  DE  JUSTIÇA  DOS  SUMO­SACERDOTES  SÓ  SERVIA  DE  OCASIÃO
PARA O DIABO OS ACUSAR (Rm 5.20; 7.7­11)
O  povo,  incluindo  o  sacerdote  Josué,  achava  que  eram  os  rituais  do  templo  que  purificava
Israel.  No  entanto,  todas  as  obras  redentoras  feitas  pelos  sacerdotes  no  templo  não  passavam  de
trapos de imundície aos olhos de Deus  (vs 3; Is 64.6) . A ideia é que eles percebessem que não poderiam
ser servos de Deus habitando na Babilônia. A ida para lá tinha como propósito discipliná­los e usá­los
para mostrarem, aos estrangeiros, o bem que Deus faz ao Seu povo e aos que o abençoam (Gn 12.1) .
Se  a  diminuição  e  queda  de  Israel  era  riqueza  para  as  nações,  quão  dirá  a  sua  plenitude  (Rm
11.12)  Se a rejeição deles por Deus significava reconciliação para o mundo, sua admissão resultaria em
vida  de  entre  os  mortos  (Rm  11.15) .  Em  outras  palavras,  a  ideia  é  que  os  mundanos  enxergassem  o
mesmo que Potifar  (Gn 39.4­6) , o carceiro  (Gn 39.21­23)  e faraó enxergaram em José  (Gn 41.40­44) : o quanto
Deus faz prosperar aqueles que hospedam a “arca da Sua aliança”  (2Sm 6.11,12)  nos corações, usando­
os para libertarem da servidão da corrupção (Rm 8.19­22) . Logo, ajudar tais pessoas significa ajudarmos a
nós mesmos.
Entretanto, jamais foi plano de Deus que eles ficassem para sempre no meio de pessoas que
maltrata  a  menina  do  Seu  olho  (Zc  2.8) .  Era  preciso  sair  dali  para  que  o  processo  de  santificação  e
purificação de Deus continuasse. Afinal, não são as nossas “boas” obras que glorificam a Deus; antes,
é Deus quem nos justifica (Rm 8.33) , o que torna impossível qualquer condenação (Zc 3.1,2) .
Em  outras  palavras,  é  Deus,  EM  PESSOA,  quem  nos  livra  da  condenação  do  diabo,  e  não
aquilo que queremos fazer para agradá­lO.
Vamos  entender  isto  melhor.  Quem  é  que  estava  diante  do  anjo  do  Senhor?  (vs  1)   O  sumo­
sacerdote,  ou  seja,  o  representante  de  toda  a  nação.  Logo,  era  como  se  todo  o  Israel  estivesse  ali
diante do Senhor. O fato do diabo estar à sua direita é por ser este o lugar destinado ao promotor ou
acusador na corte (ver Sl 109.6; Ap 12.10) .
É  bem  verdade  que  em  Lc  1.11,  vê­se  o  anjo  Gabriel  se  posicionando  à  direita  do  sacerdote
Zacarias e lhe prometendo ser pai do precursor do Messias. Também vê­se em algumas passagens o
desejo de que Deus esteja à nossa direita (Sl 110.5; 121.5) .
Isto  nos  ensina  que  o  desejo  de  Satanás  não  é  ocupar  outro  lugar  na  nossa  vida,  mas  sim
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ocupar o lugar de Deus em nós. Em Is 14.12­14, o diabo não tenta criar o seu próprio reino do mal para
combater  o  Reino  de  Deus;  antes,  tenta  subir  até  as  mais  altas  nuvens  a  fim  de  ser  semelhante  ao
Altíssimo.  De  igual  modo,  anticristo  não  é  aquele  que  tenta  combater  Cristo,  mas  sim  aquele  que  irá
ocupar Seu lugar na vida de muitos.
A  verdade  é  que  não  existe  a  luta  entre  o  bem  e  o  mal,  como  se  existissem  dois  reinos
paralelos. A verdade é que, sem Cristo, bem e mal ficam sendo duas faces da mesma moeda  (ou seja,
sem Jesus, é impossível ajudar alguém se prejudicar a outrem) . Em outras palavras, o que o diabo faz é o mesmo
que a lua faz por ocasião do eclipse: se põe no lugar do sol.
Embora o Senhor queira repreender Satanás a fim de que o mesmo não continue ocupando o
lugar Dele na nossa vida (vs 2) , muitos insistem em conservá­lo consigo. Em Jd 9, por exemplo, vemos o
arcanjo  Miguel  disputando  o  corpo  de  Moisés  e  usando  a  mesma  frase.  Assim  como  Satanás
reivindicava seu direito sobre o corpo de Moisés pelo fato de ele ter pecado no episódio das águas de
Meribá, ele reivindicava seu direito de se opor a Israel na construção do templo e de Jerusalém e ainda
reivindica  seu  direito  de  afligir  a  Igreja  e  se  opor  à  obra  de  Deus  sobre  ela  (e  muitos  aceitam  isto  como
normal) .
Ainda que este direito outrora fosse legítimo  (por causa dos nossos pecados) , já não é mais! Jesus
viveu uma vida perfeita e morreu na cruz justamente para nos mostrar que não é pela nossa justiça que
seremos salvos, mas sim pela Dele. Josué com vestes sujas nos mostra que nossos atos de justiça só
trazem o diabo para perto de nós  (e com ele a condenação)  e dá ocasião para ele se colocar no lugar de
Deus  na  nossa  vida.  Por  isto  é  que  muitos  oram  e  não  obtém  resposta:  embora,  em  suas  mentes,
estejam servindo a Jesus, efetivamente falando, é ao diabo que estão se dirigindo e servindo.
Como Jesus mesmo disse, não fomos nós que O escolhemos; antes, foi Ele quem nos escolheu
(Jo 15.16) . É tão crucial isto que, por três vezes neste livro, esta ideia é repetida (Zc 1.17; 2.12; 3.2) .
Ou seja, é o fato de Jesus ter nos escolhido que repreende Satanás  (vs 2) . A salvação consiste
no que Ele fez e faz por nós, em ter nos escolhido para mostrar as riquezas da Sua glória  (Rm 9.22,23) ,
para ser a residência permanente do Seu Espírito Santo em nós  (ver 1Jo 2.27) . É Ele perto de nós e nos
conduzindo em tudo, tal como um pai faz com uma criancinha, é que garante que sejamos salvos de
nós mesmos, ou seja, de agirmos por nossa conta, passando por cima das pessoas só para que, aquilo
que chamemos de bem, venha.
Ainda que, por causa do pecado, sejamos como um pedaço de madeira queimado que acabou
de ser tirado do fogo  (vs 2) , isto não impede a obra de Deus em nós, já que é Ele que nos justifica  (Rm
8.33) .
Por  aqui  podemos  ver  que  todas  as  nossas  tentativas  de  sermos  justos  e  manter  o  fogo  do
Espírito  Santo  queimando  em  nós,  é  apenas  trapo  de  imundície  (Is  64.6) ,  além  de  nos  consumir  por
dentro.  E  nosso  papel  é  salvar  alguns,  arrebatando­os  do  fogo  e  detestando  até  mesmo  estes  trajes
imundos  (vs  3;  Jd  23) .  Ou  seja,  não  podemos  nos  conformar  em  vermos  pessoas  saindo  do  fogo  da
disciplina  de  Deus  por  sua  própria  força  (Am 4.11) .  É  preciso  que  elas  se  convertam  a  Jesus  a  fim  de
serem despidas de suas vestes  (vs 4) . Afinal, é a presença Dele agindo na nossa vida que faz com que
a iniquidade seja passada de nós, de modo que nossos pensamentos, sentimentos e atos sejam limpos
(vs 4) .
Apenas  a  ação  direta  do  Espírito  Santo  é  capaz  de  nos  manter  brilhando  (Mt 5.14­16) ,  sem  que
nos  sujemos  ou  consumamos  (Êx 3.3) .  Para  ser  mais  exato:  enquanto  o  homem,  para  ajudar  alguém,
precisa  prejudicar  ou  até  maltratar  outrem,  a  veste  do  servo  de  Deus  é  a  salvação  e  o  seu  manto,  a
justiça  (Is  61.10) .  Ou  seja,  por  onde  quer  que  ele  passe,  a  única  coisa  que  ele  sabe  fazer  é  salvar
pessoas da maldade que existe dentro delas. E, ao invés de tentar dar, ao que não tem, a oportunidade
de  ser  homem  de  Verdade,  ele  vai  em  busca  daquele  que  tem  tal  disponibilidade,  a  fim  de  que  seu
cálice venha a transbordar (Sl 23.4; Mt 25.28,29; 2Co 9.8­15) .
Enfim,  o  que  Deus  estava  mostrando  para  os  cativos  em  Babilônia  é  que  Ele  escolhera
Jerusalém  (vs 2)   e  que,  apesar  das  falhas  deles  e  de  seus  líderes  religiosos,  Sua  presença  faria  tudo
novo (2Co 5.17; Ap 21.5)  (inclusive suas ações – Lc 15.22; Ap 19.8) . É claro que o povo e, em particular, os líderes
religiosos, deveriam estar dispostos a observarem tudo que Ele lhes dissesse (vs 7) .
 A  súplica  de  Zacarias  pelo  turbante  limpo  mostra  a  importância  da  intercessão  (ver  Ez  22.30;  Is
59.16; Jr 5.1) . Ainda mais considerando que era na mitra que era colocada a coroa da santidade (Êx 29.6; Zc
6.11)   a  fim  de  que  Arão  e  seus  descendentes  levassem  a  iniquidade  das  coisas  santas  ofertadas  pelo
povo de Israel  (Êx 28.36­38) . Por aqui se vê que a aceitação de Israel não era em si por aquilo que eles
ofertavam  a  Deus,  mas  pela  consciência  permanente  de  que  eles,  por  eles  mesmos,  só  conseguiam
ofertar iniquidade. A ideia é que eles enxergassem que só pela ação do Espírito Santo em suas vidas
eles poderiam ofertar algo puro a Deus (ver Ml 3.3,4) .
Daí  o  anjo  do  Senhor  permanecer  ali  (vs 5) ,  pois  o  importante  não  era  a  mudança  em  si  das
vestes, mas a presença do Senhor e Seu ajudador (o Espírito Santo – Jo 16.8) .
Vs 6 a 10 → O SACERDÓCIO DE JOSUÉ E DOS DEMAIS ERA UMA PROFECIA DA REAL LIBERTAÇÃO
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QUE SERIA TRAZIDA PELO RENOVO NA TERRA DE ISRAEL
Josué e os demais sacerdotes deveriam servir como sinal da vinda do Messias  (vs 8) , quando a
iniquidade seria tirada da terra num só dia  (vs 9) , de modo que cada um pudesse ter paz no lugar que
Deus lhe deu  (vs 10) . Note como o objetivo do sacerdócio não era dar a Israel os requisitos necessários
para uma vida bem sucedida no mundo, mas sim preparar todos para a vinda de Cristo. Para isso, no
entanto, é preciso estarmos no lugar que Deus nos quer, a saber, FORA da Babilônia.
É bom lembrar que Babilônia não era apenas uma cidade, mas sim uma ideologia de vida que
possuiu  todos  os  governantes  dos  4  impérios  mundiais  (Nabucodonosor,  Ciro,  Alexandre,  o  Grande,  César)   e
continua viva até os dias atuais. Trata­se da globalização da política, economia e religião. Trata­se de
querer se tornar grande a fim de que todos os povos da terra se unam em redor de si (Gn 11.4) .
Por  isto  o  anjo  protesta  a  Josué  (vs 6) ,  tal  como  se  dá  num  tribunal,  quando  uma  pessoa  sob
juramento afirma algo que vai além da sua competência. Ou seja, por aqui podemos concluir que Josué
e  os  seus  companheiros  de  ministério  estavam  interpretando  mal  a  justiça  de  Deus,  bem  como  suas
bênçãos,  indo  além  da  Escritura  Sagrada.  Por  isto  o  anjo  explica  a  razão  de  o  sacerdócio  ter  sido
restaurado na vida deles.
No  Antigo  Testamento,  quando  um  sacerdote  ia  iniciar  seu  ministério,  ele  não  podia  sair  da
porta  da  tenda  da  congregação  por  7  dias  (Lv  8.33­35) .  Antes,  deveria  permanecer  ali  cumprido  as
funções prescritas pelo Senhor (fazendo a guarda do Senhor)  a fim de ser purificado por Ele (vs 7) .
Muito se fala de vigilância nas igrejas. Mas a questão é: o que é para ser vigiado (vs 7) ?

            Os  caminhos,  preceitos  e  justiça  do  Senhor.  Nosso  papel  é  zelar  para  que  a  verdadeira
Palavra de Deus possa ser sempre observada em ação;

      As coisas sagradas do Senhor. Não podemos dar nossas pérolas aos porcos, nem dar aos
cães o que é santo (Mt 7.6) .

      A casa Dele (a Igreja, Seu povo) .

O  livre  acesso  aqui  mencionado  tem  haver  com  aqueles  que  estão  nos  lugares  celestiais  (vale
lembrar que a visão se processa no céu) , não só aos anjos, mas sobretudo ao verdadeiro ego daqueles que
são  realmente  convertidos  (veja  que,  em  Cristo,  já  estamos  assentados  nos  lugares  celestiais  –  Ef  2.6) .  Com  isto,
será  possível  entrar  no  aprisco  para  tirar  as  ovelhas  de  lá  (Jo  10.3)   e,  então,  juntos,  acharem  as
pastagens (Jo 10.9) . O diabo usa a elite global para manter todos cercados e marcados  (com o comércio –
Ap 13.16,17)  como gado. E o pior é que o povo ainda acha que é livre.
Ou seja, a restauração do sacerdócio e bênçãos é para que eles pudessem superabundar em
toda boa obra  (2Co 9.8­11)  e, desta forma, fossem um verdadeiro prodígio para que todos pudessem ter
a confirmação da vinda do Senhor (vs 8) , com base naquilo que viam dentro deles.
Logo,  eles  não  deveriam  continuar  se  movendo  entre  os  sacerdotes  como  se  fazia  na  Antiga
Aliança, mas sim como estando nas regiões celestiais (Ef 1.3; 2.6)  diante de anjos (ver Ml 2.7) .
A pedra que Deus pôs diante de Josué, não foi uma mera pedra de esquina do templo. Embora
o templo parecesse pouca coisa aos olhos de muitos  (Ed 3.12,13; Zc 4.10)   (uma das razões para o desânimo em
prosseguir  na  construção  do  templo) ,  todavia  o  valor  do  templo  estava  na  Palavra  que  Deus  empenhara.
Quando Deus empenha a Palavra Dele, Ele vela pelo cumprimento da mesma (Jr 1.11,12) .
Os sete olhos na Pedra Angular representam aqueles que, por serem capazes de alegrar com
os  dias  das  pequenas  coisas  (Zc 4.10) ,  não  têm  medo  de  irem  por  toda  a  terra  amando  o  próximo  (Mt
28.18) . Antes, estão dotados dos “sete” espíritos de Deus (ver Is 11.2; Ap 1.4)  e, assim, conseguem enxergar
tudo  do  ponto  de  vista  celestial  (Mt  6.22,23;  1Co  2.9,12,14­16) .  Levando  em  conta  que  as  virgens  deveriam
ser como colunas lavradas à moda de palácio  (Sl 144.12)  e que todos somos pedras vivas  (1Pe 2.5) , logo
devemos permitir que o Espírito Santo faça de nós Sua escultura, Sua obra de arte que revele a todos
quem Ele é.
O fato de tirar a iniquidade da terra num só dia traz à memória o Dia da Expiação (Lv 16) , só que
com  uma  diferença:  o  Dia  da  Expiação  era  apenas  uma  sombra  do  dia  em  que  Jesus  derramou  Seu
sangue na cruz e, aí sim, a iniquidade da terra foi tirada (embora a maioria insista em trazê­la de volta e mantê­la) .
A  remoção  da  iniquidade  é  o  ponto  mais  importante  da  verdadeira  bênção.  Enquanto  a
iniquidade não for tirada, será impossível convidar o próximo para debaixo da vide e da figueira  (vs 10) ,
já que este desejará roubá­la de nós, ou nos seduzir para utilizar tais dádivas em seu favor.
Para visualizar isto, tente imaginar que os poderes especiais que alguns, nos filmes, têm, fosse
real (como nos x­men, por exemplo) . Haveria pessoas tentando se aproximar com lisonjas dos tais a fim de
os convencerem a usar seus poderes para prejudicar os outros (Dn 11.34; At 20.29,30; 1Jo 4.5,6) . Sem contar

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20/07/2015 39 ­ Estudo do Livro de Zacarias ­ Parte 1

que  tais  pessoas  nunca  seriam  consideradas  como  normais,  sendo  impedidas  de  participar  de  certas
coisas. Fora o desprezo de muitos que, por medo, se mostrariam hostis.
Veja  o  caso  de  Jesus:  por  causa  do  poder  de  Deus  agindo  Nele,  muitas  vezes  Ele  não  podia
entrar em algum lugar publicamente (Mc 1.45) .

ZACARIAS  4  →  É  A  PALAVRA  PRONUNCIADA  POR  DEUS  QUE


GARANTE A VITÓRIA SOBRE TODA A OPOSIÇÃO
Vs  1  a  3  →  5ª  VISÃO:  ACEITANDO  SER  COLOCADO  NO  ALTO  DO  CASTIÇAL  PARA  ILUMINAR  A
TODOS E, AO MESMO TEMPO, SERVINDO DE SUPORTE PARA OS QUE OUVEM A VOZ DE DEUS  (Mt
5.15)
O castiçal de ouro era um artefato bem conhecido do sumo­sacerdote Josué, já que era um dos
elementos que constituía o tabernáculo (Êx 25.31) . Ele simbolizava a palavra profética (2Pe 1.19) .
As lâmpadas, por outro lado, representa cada um que crê em Jesus. Repare como, na parábola
das  10  virgens,  a  lâmpada  apagada  era  resultado  de  não  conhecer  o  Senhor  (Mt  25.3,4.12) .  Se
pensarmos  que  quem  anda  em  trevas  não  sabe  para  onde  vai  (Jo  12.35;  1Jo  2.11) ,  que  as  trevas  estão
relacionadas com o amor ao próximo (1Jo 2.9­11)  e que quem não ama a seu irmão não conhece a Deus
(1Jo  4.7,8) ,  logo  a  lâmpada  apagada  representava  não  saber  de  que  Espírito  somos  (Lc  9.54­56) .  As  5
virgens néscias estavam seguindo alguém que elas não conheciam  (o Deus que elas foram levadas a imaginar
– ver 1Co 12.2) .
Além disto, o espírito do homem é a lâmpada do Senhor  (Pv 20.27) , sendo ele o alvo da palavra
profética  (Jó  32.8) .  Logo,  as  7  lâmpadas  têm  haver  com  o  amor  que  temos  que  ter  pelo  próximo,
independente  do  quão  longe  ele  pareça  estar  de  nós  (daí  a  ordem  de  irmos  por  todo  o  mundo  pregando  o
evangelho – Mt 28.18; Mc 16.15) . Uma vez que os “7 olhos” do Senhor percorrem toda a terra, devemos ouvir
e  receber  de  Deus  tudo  aquilo  que  Ele  tem  para  o  próximo.  Ainda  mais  considerando  que  as  7
lâmpadas também representam os 7 espíritos de Deus (Ap 4.5; Is 11.2) .
Após  a  4ª  visão,  Zacarias  tinha  entrado  em  êxtase  e  precisou  ser  despertado  (vs  1;  veja  algo
semelhante  em  Dn  8.18) .  Interessante  é  que,  a  seguir,  é  visto  um  castiçal  que,  normalmente,  é  aceso
justamente para que pessoas acordadas possam enxergar no escuro. O fato de o castiçal de ouro ser
mantido  aceso  24  horas  (Lv  24.2­4)   indica  que  nunca  devemos  dormir  (1Ts  5.5,6) ,  mas  estar  sempre
atentos à voz de Deus, já que não é por força ou violência que se faz algo, mas sim ouvindo o que o
Espírito Santo diz à Igreja  (Zc 4.6; Mt 11.15; 13.9,43; Mc 4.9; Lc 14.35; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22) . Afinal, o justo vive
por fé  (Hc  2.4;  Rm  1.17;  Gl  3.11;  Hb  10.38) , a qual só se torna real quando Deus pronuncia Sua Palavra  (Rm
10.17) .  Considerando  que  tudo  que  não  provém  de  fé  é  pecado  (Rm 14.23) ,  logo  Josué  estar  vestido  de
vestes sujas (Zc 3.3)  era sinal de que, embora exercesse o sacerdócio, não ouvia a voz de Deus.
Um detalhe importante é que, enquanto aqui tem­se um castiçal com 7 lâmpadas, no apocalipse
existe  7  castiçais,  um  para  cada  igreja  (Ap  1.12,13;  2.1,5) .  Isto  porque,  no  Antigo  Testamento,  só  podia
haver um tabernáculo, enquanto que, no Novo Testamento, onde estiverem 2 ou 3 reunidos no nome
Dele, aí Ele está (Mt 18.20) .
Logo,  todos  devemos  ser  como  este  castiçal:  servirmos  de  suporte  para  todos  aqueles  que,
como  lâmpadas,  falam  da  parte  de  Deus.  Mas  também  devemos  ser  lâmpadas  na  vida  de  todos  os
castiçais que Deus colocou próximo a nós.
Vs 4 a 7 → OUVINDO A VOZ DE DEUS A FIM DE VENCER TODA OPOSIÇÃO
Quando Deus usou Ciro para libertar Israel, a ordem era reconstruir o templo. Infelizmente, ao
invés  de  cada  um  buscar  fazer  de  si  a  casa  de  Deus  e  do  templo,  o  lugar  para  onde  as  pessoas
deveriam  se  dirigir  para  sacrificarem  ao  Senhor,  cada  um  estava  mais  interessado  em  construir  sua
casa (Ag 1.5­9) , o que os levou a serem lerdos na edificação do templo.
Para  pior  as  coisas,  os  mais  velhos,  que  tinha  visto  o  templo  de  Salomão,  ao  virem  os
elementos  que  estavam  sendo  empregados  na  construção,  estavam  considerando  este  novo  templo
algo desprezível (Ed 3.12; vs 10) . Daí Deus enfatizar que a glória deste novo templo ser maior do que o do
primeiro (Ag 2.9)  e de que Ele iria reinar sobre Israel sim, mas em Jerusalém (Zc 2.4,10­13) .
Somado isto à oposição dos inimigos  (Ed 4.4,5) , eles começaram a questionar se realmente era
hora  de  construir  o  templo  (Ag  1.4) .  Resultado:  eles  foram,  cada  vez  mais,  adiando  a  construção  do
templo, até ela ser proibida de vez (Ed 4.23,24)  (para alegria deles, já que, tudo o que eles queriam para não construir
o templo, era uma desculpa) .
Agora,  porém,  Deus  estava  mais  uma  vez  ordenando  a  construção  do  templo  e  dizendo  para
Zorobabel que a oposição não seria vencida através da força militar, nem pela capacidade dele, mas
sim  através  da  atuação  do  Seu  Espírito  Santo  no  coração  dos  governantes,  a  fim  de  que  fique

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comprovado que, se nosso caminho é reto aos olhos do Senhor, Ele faz com que até nossos inimigos
tenham paz conosco (Pv 16.7; ver Ed 5.3,4,9,10,17; 6.6­10; 7.9,10,21­24) .
O azeite pingando das duas oliveiras mostrava que, nada que o homem fizesse poderia avançar
ou retardar a obra de Deus. Antes, dependeria da Sua Palavra na boca dos profetas (ver Os 1.7) .
Assim  sendo,  o  que  as  pessoas  deveriam  fazer  era  investir  na  pureza  dos  profetas,  temendo
que eles se afastassem do Senhor. E como a menor atitude nossa é suficiente para atrapalhar a graça
de Deus na nossa vida, logo o interesse nosso deve ser o de parar tudo e só fazer o que Deus manda
(esta é a mensagem do vs 6) .
O que precisa ser visto não são nossas boas ideias, mas sim a perfeição da Palavra e obra de
Deus.
Em outras palavras, a oposição seria vencida:

      Pela Sua Palavra que Ele empenhou (Is 44.28; 45.1­4; Ed 1.1,2; Jr 29.10) ;

      Através da intimidade com Deus;

      Em prol do amor ao próximo;

Olha o que a atuação do Espírito Santo iria fazer (vs 7) :

       Aqueles que pareciam ser grandes, passariam a ser alcançados sem que precisassem se
elevar. Em outras palavras, seria possível chegar a eles, sem necessitarem ser aquilo que
não  precisam  ser  (Jr 51.25) .  Perceba  como  esta  remoção  se  daria  através  da  fé  que  surge
quando ouvimos a voz de Deus (Rm 10.17; Mt 21.21) ;

      Os corações do povo de Israel, que antes estavam desanimados  (Ed 3.12,13)  porque a glória


do templo de Salomão parecia ser grande, agora iriam aclamar: “Haja graça, graça à pedra
angular do templo” (vs 7,9,10) .

A  repetição  da  palavra  “graça”  mostra  a  mesma  presente  do  início  ao  fim  e  o  melhor:  com  o
reconhecimento  público  (no  céu  e  na  terra)   de  que  foi  a  Graça  de  Deus  que  colocou  cada  coisa  no  seu
devido lugar (tal como também se vê em Mt 21.9; Lc 2.14; Ap 19.1,6) .
Vs  8  a  10  →  TALVEZ  AQUELES  QUE  NOS  DESPREZAM  SÃO  JUSTAMENTE  OS  QUE  SÃO  MAIS
SINCEROS  E  QUE,  AMANHÃ,  SE  ALEGRARÃO  POR  EXISTIRMOS  QUANDO  VIREM  A  PEDRA
ANGULAR NA NOSSA VIDA
 Que diferença há entre os reis e governadores de Israel no passado e o que se vê no mundo
político  e  militar  hoje?  Antes,  os  reis  é  que  iam  adiante  do  exército  (1Sm 8.20)   e  que  julgavam  o  povo. 
Aqui,  Zorobabel,  governador  de  Israel,  atua  pessoalmente  como  pedreiro.  Ele  entendia  que  a
construção  do  templo  era  algo  importante,  na  qual  ele  deveria  se  envolver  diretamente  (coisa  que  não
ocorreu com Salomão) . Isto também serviu para fazer as pessoas enxergarem ainda mais o valor daquela
obra (vs 8) .
A melhor forma de alguém enxergar o valor daquilo que fazemos é o nosso envolvimento direto
com  isto,  mesmo  que  o  início  pareça  humilde  (vs  10) .  Na  prática,  a  maioria  das  pessoas  tende  a
desprezar aqueles que os desprezam (deduzindo que estes as consideram como pessoas pequenas, insignificantes,
sem valor) .  Entretanto,  observe  como  os  sete  olhos  do  Senhor  que  estão  na  pedra  angular  (Zc  3.9)   são
exatamente  aquelas  pessoas  que  desprezam  o  dia  dos  humildes  começos  (vs  10)   e  que,  por  isto,
acabam percorrendo toda a terra  (Os 9.17) , se sentindo como ovelhas sem pastor  (Nm 27.17; 1Rs 22.17; 2Cr
18.16; Mt 9.36; Mc 6.34) .
No  entanto,  são  justamente  estes  que  irão  compor  o  corpo  de  Cristo  e  que  iriam  se  alegrar
vendo o prumo na mão de Zorobabel. Ou seja, ao invés de taxarmos aqueles anciãos  (Ed  3.11­13  –  bem
como  os  que  fazem  o  papel  deles  na  nossa  vida)   como  ignorantes  e  maus,  devemos  pensar  que  pode  muito
bem se tratar de pessoas sinceras que querem glorificar a Deus de um modo muito mais eficiente, mas
que são fracas e enfermas na fé (enxergam de modo distorcido ­  ver Mt 6.22,23; Rm 14.1; 15.1) .
Ao invés de já rotular a pessoa, devemos nos lembrar que Deus concede muito mais honra aos
membros que, aos nossos olhos, parecem ser menos decorosos  (1Co 12.22­25) . Lembre­se da ordem de
Jesus em ir por todo o mundo  (Mt 28.18; Mc 16.15) , e não apenas àqueles que nos parecem ser de algum
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valor.
Vs  11  a  14  →  AS  DUAS  TESTEMUNHAS  QUE  SERVEM  AO  SENHOR  DE  TODA  A  TERRA
PROCLAMANDO SUA MENSAGEM A TODOS
            Há duas testemunhas diante de Jesus que estão sempre a alimentar a palavra profética com
Sua presença (Ap 11.3) . Só tem “azeite” quem tem convivência com Jesus, dedica tempo junto a Ele. Na
época de Zorobabel e Josué, as duas oliveiras eram Ageu e Zacarias, já que eram eles que dedicavam
suas vidas a ouvir a voz de Deus e anunciá­la ao povo, de modo que eles prosperassem na edificação
do templo (Ed 6.14) .
                        Nos  primeiros  3  anos  e  meio  dos  últimos  7  anos  desta  dispensação,  também  haverá  duas
testemunhas  para  instruir  Israel  acerca  de  como  proceder.  Infelizmente,  eles  estarão  tão  obcecados
pelo  anticristo  que  irão  matar  as  duas  testemunhas  (Ap  11.7­10) .  Inclusive,  em  Ap  11,  as  duas
testemunhas,  além  de  serem  consideradas  como  duas  oliveiras,  são  também  tidas  como  dois
candeeiros,  enquanto  aqui  as  duas  oliveiras  alimentam  um  (e  não  dois)   castiçal  (as  oliveiras  não  eram
castiçais) .
A  diferença  é  que,  no  Novo  Testamento,  cada  um  é  luz  do  mundo  (Mt  5.14­16) ,  enquanto  no
Antigo  Testamento,  os  profetas  deveriam  manter  os  sacerdotes  iluminados  (note  que  as  virgens  é  que
possuíam as lâmpadas (Mt 25.3,4)) . Eles eram os mensageiros do Senhor (Ml 2.7) .
Ou  seja,  as  lâmpadas  representam  nós,  sacerdotes  (1Pe  2.5;  Ap  5.10) ,  que  devemos  ser  cheios
dos “7” espíritos de Deus (Ap 4.5; Is 11.2)  através da ministração dos dons de Deus na vida uns dos outros
(Rm 1.11) .
Urge  salientar  o  modo  de  Zacarias  ver  as  coisas.  Primeiro  ele  vê  só  duas  oliveiras;  depois,
enxerga dois raminhos e dois tubos dourados  (vs 12) ; Ou seja, primeiro ele enxerga a oliveira como um
todo; depois, apenas o raminho que verte o azeite dourado, bem como o tubo que conduz este azeite
ao vaso que irá distribui­lo para as 7 lâmpadas.
Deus,  então,  desperta  nele  o  desejo  de  saber  o  óbvio  (vs 13) .  Pelo  menos,  para  Zacarias,  isto
deveria ser óbvio, já que ele era profeta. Mas a verdade é que o mundo se tornou tão complexo que as
coisas mais óbvias da vida, se tornaram as mais difíceis de serem enxergadas.
Deus não nos enviou para dependermos das pessoas, mas apenas para servir a Ele a fim de
que nós e elas vejamos e experimentemos em nós a Palavra. Quando Deus, por exemplo, nos permite
adoecer, não é para sermos servidos pelo médico, mas sim para que:

      este possa enxergar Sua bondade através de nós;

      nós possamos ver como Ele pode usar uma substância para nos curar.

Infelizmente,  muitos  transformam  a  ciência  em  feitiçaria,  recorrendo  a  ela  como  um  livro  de
receitas para ficarem livres de uma enfermidade ou problema, sem precisarem do caráter de Cristo.
Nunca  podemos  perder  de  vista  que  a  cura  vem  do  Senhor  e  que  é  na  Palavra  Dele  que
devemos esperar.
Detalhe: o fato das 2 testemunhas serem retratadas como 2 oliveiras é porque as mesmas são
seres vivos  (e  não  receptáculos  mortos  de  azeite)  e não meras máquinas, programadas para fabricar azeite
em série. Deus age por meio do artesanato, ou seja, fazendo algo especial para cada ocasião na vida
de  cada  pessoa.  É  isto  que  a  faz  enxergar  o  quanto  é  importante  para  Deus:  lhe  concedendo  algo
único.  Não  podemos  pensar  que  um  Deus  tão  grande  precise  dar  duas  coisas  iguais  para  duas
pessoas.

ZACARIAS 5 → COMO A INIQUIDADE É VIRTUDE  NA BABILÔNIA,
A ÚNICA PARTE DA BÍBLIA QUE PODE SE CUMPRIR ALI SÃO OS
JUÍZOS DE DEUS
Vs 1 a 4 → 6ª VISÃO: A MALDIÇÃO ENCONTRA LUGAR NA CASA DO LADRÃO E DO QUE DÁ FALSO
TESTEMUNHO USANDO O NOME DO SENHOR
O ladrão aqui se refere àquelas pessoas que cobiçam campos e roubam­nos, cobiçam casas e
arrebatam­nas  (Mq 2.1,2)  a fim de ficarem como únicos moradores no meio da terra  (Is 5.8) . Ao invés de
se  preocuparem  em  edificar  a  casa  do  Pai  (as  pessoas) ,  se  deixaram  envolver  com  a  construção  da
própria casa (Ag 1.9) .
Os  que  juram  falsamente  são  aqueles  que,  como  Acabe  e  Jezabel  (Mq  6.16) ,  armam  ciladas
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contra pessoas a fim de forjar o mal através de uma lei (Sl 94.20) , tentando fazê­las culpadas por meio de
uma palavra (Is 29.21)  (veja 1Rs 21.8­14) .
Também são aqueles que permanecem na Babilônia, usando o nome do Senhor para poderem
testemunhar algo falso.
Por causa disto é que a maldição entra na casa de cada um como uma lepra  (Lv 14.44,45; Hc 2.9­
11) ,  sendo  exigida  sua  destruição  total.  E  a  punição  não  para  aí!  Como  também  as  pessoas  seriam
expulsas,  esta  maldição  atingiria  diretamente  a  própria  pessoa,  de  modo  que  ela  seria  excluída  da
congregação como alguém imundo  (Nm 5.2­4) . Não podemos nos esquecer do que Deus dissera em Jr
20.5,18.
O detalhe com esta maldição é que, em Ml 4.6, Deus disse que feriria a terra com maldição se o
coração dos pais não se convertessem aos filhos e vice­versa. Veja não era só uma mera questão de
arrebatar casas e propriedades, mas até mesmo de separar famílias (Mq 2.9) .
Não  podemos  também  ignorar  que,  quando  estavam  em  cativeiro,  a  Ezequiel  foi  ordenado
comer um livro escrito por dentro e por fora, contendo lamentações, suspiros e ais  (Ez 2.9,10; 3.1­3) . Esta
palavra, que Ezequiel foi convidado a deixar que fizesse parte dele, agora sairia por toda a terra.
É importante também ressaltar que as duas maldições citadas estão relacionadas com o 3º e o
8º mandamento do decálogo, sendo que:
1º­       O  3º  mandamento  está  na  primeira  tábua  da  lei,  sendo  a  principal  das  4  leis  que  estão
diretamente ligadas com o amor a Deus;
2º­       O  8º  mandamento  está  na  segunda  tábua  da  lei,  sendo  a  principal  das  6  leis  que  estão
diretamente ligadas com o amor ao próximo;

Note como estes dois mandamentos são enfatizados (Lv 19.12; Zc 8.17; Ml 3.5) .
A maldição, assim como o espírito imundo  (Mt 12.43­45) , não consegue achar repouso e, por isto,
tenta  encontrar  uma  casa  para  repousar.  E  quando  consegue  encontrar  a  vida  de  alguém  que,
aparentemente,  se  dedicou  ao  Senhor,  logo  se  aloja  na  casa  desta  pessoa,  trazendo  vergonha  e
destruição  (Hc  2.9­11) .  Quem,  para  se  enriquecer,  se  aproveita  do  infortúnio  das  pessoas  (Is  33.14,15) ,
cobra  mais  do  que  é  justo  (Ez  18.8,13) ,  explora  os  trabalhadores  (Jr  22.13)   ou  não  lhe  paga  um  salário
digno (Tg 5.3­5) , será acusado pelas próprias riquezas que ajuntou (Tg 5.2,3) .
Em  outras  palavras,  tudo  aquilo  que  a  pessoa  ajuntou  é  a  prova  do  quanto  ela  poderia  ter
ajudado e não o fez.
Enfim,  a  maldição  do  rolo  prova  que  não  adianta  tentar  ser  honesto  na  Babilônia.  A  maldição
estava em todos os negócios  (é isto que significa a visão do efa) , tal como se dará no fim dos tempos  (daí só
poder  comprar  e  vender  quem  estiver  marcado  pela  besta  –  Ap  13.16,17) .  Quem  permanecesse  ali,  mesmo  não
querendo, acabaria sendo cúmplice das más obras ali praticadas e, é claro, sofrendo as consequências
das mesmas (Ap 18.4) .
Há 2 detalhes a serem observados (vs 2) :

1º­    O rolo estava aberto (para poder ser lido por todos) . Do contrário, não seria possível medi­lo;
2º­    O tamanho do rolo corresponde com exatidão ao pórtico do templo  (1Rs 6.3) , onde a lei era
lida. A lei era de conhecimento público por verem, nela uma excelente ferramenta para se
formar  especialistas  para  o  mal.  A  lei,  que  deveria  servir  para  a  vida  (para  ensinar  como
conservar o mal distante) , acabou se tornando um instrumento para disseminar a morte (Rm 7.10) ,
despertando­a no coração das pessoas.
Vs 5 a 11 → 7º VISÃO: EM BUSCA DE UM LUGAR PARA A IMPIEDADE SER CULTUADA
O  anjo  saiu  para  receber  nova  revelação  de  Deus  e  comunicá­la  ao  profeta  (vs  5) .  A  visão
anterior, com certeza, deixou Zacarias muito perturbado, já que ele estava com os olhos baixos (vs 5) .
Zacarias  não  podia  imaginar  que  aquilo  fosse  um  efa,  já  que  este  tinha  capacidade  para  algo
em  torno  de  17,6  litros.  Entretanto,  o  tamanho  exagerado  do  efa  era  para  ilustrar  o  tamanho  da
iniquidade  de  Israel  e  Judá.  Como  eles  eram  mestres  em  diminuir  o  efa  e  aumentar  o  siclo  para
comprar os pobres (Am 8.5,6) , agora Deus estava aumentando o tamanho do efa do juízo sobre eles.
O efa era uma imagem daquilo que os israelitas estavam fazendo em toda a terra de Deus (vs 6)
e a mulher dentro do efa, um retrato perfeito da aparência dos israelitas em todo o mundo. A tampa de
chumbo indicava que Israel  (a mulher dentro do efa)  não conseguia sair de dentro do seu comportamento
depravado, idólatra e corrupto, embora tentasse.
Por isto, Israel e seu sistema religioso ímpio é lançado para o fundo do efa e o peso de chumbo,
colocado por cima, para que não escapasse do juízo de Deus, permanecendo na terra da promessa.
Detalhe:  novamente  Zacarias  abaixa  os  olhos  (vs 9) ,  o  que  também  mostra  que,  mesmo  sendo  usado
pelo Espírito Santo, não podemos vacilar. Veja o caso de Estêvão: ao começar o discurso de At 7, ele
começa cheio do Espírito Santo  (At 6.15)  e no finalzinho também ele estava cheio do Espírito Santo  (At
7.55) .  Entretanto,  no  final  do  discurso,  ele  dá  uma  vacilada  e  comete  o  mesmo  erro  de  Moisés  (ver  Nm
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20.10; Sl 106.31­32; At 7.51­53) .
As duas mulheres eram Assíria e Babilônia que foram usadas para levar Israel para o cativeiro.
Deus faz dos perversos os agentes para punir e remover a impiedade (ver Pv 16.4; Hc 1.13) . Isto vai contra
a ideia de muitos que defendem a participação de pessoas nascidas de novo no ramo jurídico, político,
policial,  etc.  Ora,  você  acha  que  um  Pai  amoroso  como  nosso  Criador  iria  convocar  algum  dos  Seus
vasos santos (ver 2Tm 2.19­21) , de honra, para fazer Seu trabalho sujo (Rm 9.22,23) ?
Pense:  quem  você  acha  que  faz  todo  o  trabalho  sujo  da  elite  global?  Com  certeza,  nem  eles,
nem  seus  filhos,  vão  pessoalmente  torturar  e  matar  as  pessoas,  tampouco  produzir  comida  tóxica  ou
que  trará  sérios  problemas  de  saúde  ao  longo  do  tempo.  É  o  próprio  povo  que  se  sujeita  a  este
trabalho degradante para destruir a si e a muitos. Quem você acha que irá levar a cabo o plano da elite
global de exterminar 90% da população, reduzindo­a de 7 bilhões para 500 milhões? É o próprio povo
(veja Ap 6.4, onde as pessoas se matam umas às outras) . Isto condiz com Jó 5.13; 1Co 3.19.
Agora,  se  nem  mesmo  eles  que  são  tão  maus,  são  capazes  de  enviar  seus  filhos  para  fazer
algo tão repulsivo  (antes, manda os que eles consideram sem valor para fazer isto) , e quanto a Deus  (Mt 7.11) ? Ele
dá o Egito para nos resgatar, a Etiópia e a Seba em nosso lugar (ver Is 43.3,4) . Sem contar que Deus cria
o  perverso  para  o  dia  da  calamidade  (Pv 16.4)   e  tolera  os  vasos  de  ira  só  para  dar  a  conhecer  a  Sua
Glória nos vasos de misericórdia  (Rm 9.22,23) . Ou seja, assim como os mortos é que devem sepultar os
mortos  (Lc 9.60) , são os ímpios que devem deixar sair toda a maldade que há nos seus corações para
punir os outros ímpios. Ao verdadeiro convertido cabe apenas o papel de amar.
É bem verdade que a mídia prega, através dos filmes, novelas e desenhos animados, que fazer
maldade contra os perversos é algo nobre, ato de heroísmo, quando, na verdade, o papel do nascido
de novo é deixar Deus usá­lo, para eliminar da vida do próximo tudo aquilo que pode servir de tropeço
para o bem (ver Mt 18.6­9) .
As asas das duas mulheres simbolizam a velocidade com a qual Deus deseja remover o mal do
Seu povo santo e o levar o seu lugar apropriado. E o vento debaixo das asas contribui ainda mais com
o  movimento  das  mesmas.  Sem  contar  que  as  asas  eram  como  a  das  cegonhas  (longas  e  largas) ,  as
quais são aves migratórias.
Ou  seja,  as  asas  como  de  cegonha  e  o  vento  debaixo  delas,  comprovam  que  se  trata  de
mulheres más que não conseguem ficar com os seus pés parados em um só lugar (Pv 7.11; Is 48.22; 57.21) .
Ajuntam­se  como  gafanhotos  até  sugar  tudo  de  bom  que  há  numa  dada  localidade  e  depois  migram
para outro lugar (ver Na 3.17) .
O fato de levantar o efa entre a terra e o céu (vs 9)  mostra:
a)            que  nada  é  feito  às  escondidas.  Antes,  todos  estão  plenamente  cientes  do  que  estão
fazendo,  embora  não  saibam  para  onde  tudo  está  caminhando  (daí  a  pergunta  do  profeta  –  vs
10) ;
b)      que o julgamento de Deus envolve céus e terra (ver Hb 12.26; Lc 21.26) .

A verdade é que, no comércio, sempre deixamos que nosso “eu” interfira nas relações, o que
dá a luz à impiedade (daí a figura da mulher, já que é do seu ventre que nasce uma nova vida) . Esta é tão marcante
que  Assíria  e  Babilônia  decidem  construir  para  a  Impiedade  (como  Israel  passou  a  ser  conhecida)   um
santuário na terra de Sinar  (a fim de que ficasse bem pertinho deles) . Note como até as malignas vieram a ter
com Israel para aprender as suas perversidades  (Jr 2.33) . Não é à toa que os caldeus pediam ao povo
de Israel que cantasse alguns de seus cânticos  (Sl 137.3) . Se tais cânticos fossem realmente agradáveis
a Deus, jamais Babilônia desejaria ouvi­los. Quando Egito e Babilônia querem ouvir hinos, é motivo de
se preocupar.
Assíria  e  Babilônia  viram  em  Israel,  todos  os  atributos  necessários  para  constituir  uma  base
sólida para sua religião  (vs 11) . E não há o que discutir: a melhor ferramenta que existe para manipular
pessoas é a Escritura Sagrada. Tanto é assim que é com ela que o anticristo pretende marcar mentes
e atitudes das pessoas, de modo que ninguém possa comprar ou vender (compare Êx 13.13­16 com Ap 13.17) ,
a menos que tenha renunciado à pureza e santidade da sã doutrina (Ap 13.17,18) , desprezado o amor de
Deus ao próximo ordenado por Jesus (Sl 50.16­20) .
Enfim,  a  base  da  religião  é  a  Israel  corrompida.  Aquela  mulher  de  Ap  17  nada  mais  é  do  que
Israel que se deixou possuir pela impiedade e, agora, constitui a base da Grande Babilônia (Jr 23.15) . Em
outras  palavras,  a  Impiedade  de  Israel  é  a  base  da  religião  global  que  está,  cada  vez  mais,  tomando
conta do mundo inteiro. O santuário a ela erguido é a prova de que todos irão cultuar o mal nos últimos
tempos.
Detalhe: a região da Mesopotâmia (na qual estava a terra de Sinar)  foi entregue aos descendentes de
Sem. Ninrode, ao tentar fazer da Babilônia o princípio do seu reinado  (isto quer dizer que esta cidade já havia
sido construída, mas passou a se chamar Babel após o episódio da torre e, mais tarde Babilônia – Gn 10.10,11)  e edificar
Nínive  na  Assíria,  estava  se  rebelando  contra  a  determinação  de  Deus  quanto  a  forma  de  repartir  a
terra.
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Postado há 11th April 2013 por Leonardo Brito

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