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ECA

Faculdade Cenecista de Varginha

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

ACCESS – CONTABILIDADE, AUDITORIA


E PERÍCIAS LTDA.

MODELO
Lacrimar Felisbina das Dores

Varginha – 2010
DECLARAÇÃO

Declaramos, para os devidos fins, que LACRIMAR FELISBINA DAS DORES,

portadora do CPF 999.999.999-00, RG 123.456-7/SSP-MG, realizou estágio supervisionado

no departamento de Contabilidade de nossa empresa, no período de 06 de janeiro a 29 agosto

de 2005, totalizando uma carga horária de 400 (quatrocentas) horas.

MODELO
Varginha-MG, 04 março de 2010.

Fábio Luiz de Carvalho


Gerente de Contabilidade- CRC/MG 45.120
Atenção:
1. A assinatura deverá ser com firma
reconhecida em cartório
2. O período de realização (duração do
estágio) deverá ser de no mínimo 6
(seis) meses e de 360 horas.
FACECA
Faculdade Cenecista de Varginha

Relatório de Estágio

Aluno: Lacrimar Felisbina das Dores

Curso: Ciências Contábeis

Ano de Conclusão
do estágio: 2010
Empresa: Access – Contabilidade, Auditoria, Consultoria e Perícias Ltda.

Local: Varginha/ MG

Setor Estagiado: Análise das Demonstrações Contábeis

Período do Estágio: 06 de janeiro de 2010 a 29 de agosto de 2010.

Total de horas de Estágio: 400 horas

Orientador: Prof. tal

MOLO
APRESENTAÇÃO

O trabalho realizado durante o estágio foi de fundamental importância para a minha


formação acadêmica, pois proporcionou uma excelente oportunidade para a aplicação prática
das teorias estudadas durante o curso de Ciências Contábeis.
O presente estágio foi realizado na Access – Contabilidade, Auditoria, Consultoria e
Perícias Ltda., caracterizada no capítulo II do presente relatório, e foram utilizadas as
Demonstrações Contábeis do cliente Livraria Ética Ltda. A área escolhida foi a disciplina
Análise das Demonstrações Contábeis.
No Capítulo I, é destacada a importância da contabilidade gerencial e das informações
contábeis para fins de análise.
No Capítulo II, apresentam-se as características da empresa estagiada. Seu histórico,
sua missão empresarial, sua visão de mercado e seus objetivos e serviços que presta aos seus
clientes. São apresentadas também suas principais características relativas a sua estrutura
organizacional, principalmente do departamento onde o estágio foi realizado.
No Capítulo III é realizada uma revisão teórica dos fundamentos da análise econômica
e financeira das Demonstrações Financeiras – item 3.1 -. Os livros e demais fontes
pesquisadas são os mais atuais que tratam do assunto na atualidade. Em seguida, no item 3.2
são descritas as atividades que foram desenvolvidas no decorrer das 400 horas de estágio.
Nessa parte são apresentados os resultados das análises relativas às Demonstrações
Financeiras dos exercícios analisados. Note-se que, nessa parte, todos os resultados
apresentados são suportados pelos Anexos do Capítulo V, bem como o relatório final da
análise da situação econômica e financeira da empresa;
No Capítulo IV são apresentadas as conclusões relativas ao estágio de uma forma geral
e são apresentadas também sugestões à Faculdade e à empresa objeto das análises.
No Capítulo V são referenciadas todas as citações bibliográficas feitas no capítulo 3.1
e no Capítulo VI são apresentados os anexos que suportam os resultados apresentados no
Capítulo 3.2.
Finalizando a apresentação do meu estágio, gostaria de agradecer, primeiramente ao
meu noivo que com muita paciência e amor me auxiliou e me incentivou nas horas de
trabalho, a minha mãe e irmã, também sou muito grata pela a ajuda, amor e compreensão.
Agradeço a professora Maria Aparecida Curi pelos subsídios que me forneceu nos
fundamentos de sua disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis e a todos os meus
professores pela dedicação, paciência e carinho que tiveram para comigo, terei sempre
admiração por eles.
Agradeço aos meus amigos de sala, porque nesses quatro anos pudemos conviver e
aprender uns com os outros, transformando assim as dificuldades em desafios. Essa amizade
permanecerá para sempre no meu coração.
Por fim, agradeço ao meu orientador de estágio e coordenador do curso de Ciências
Contábeis o professor Fábio Luiz de Carvalho, principalmente pela paciência e
profissionalismo com que me orientou.

MODELO
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . 6

2 A EMPRESA . . . . . . . . 9
2.1 Histórico da empresa . . . . . . 9
2.2 Missão, Visão e Política da Empresa . . . . 9
2.2 Descrição das Instalações, croquis, organogramas . . 10
2.3 Departamento estagiado . . . . . . 11
2.3.1 Ambiente e Influências Externas . . . 11
2.3.2 ...........................................

3 O ESTÁGIO – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 11


3.1 Referencial Teórico . . . . . . 11
3.1.1 Análise das Demonstrações Financeiras . . 11

3.1.2 Demonstrações Financeiras . . . . 12


3.1.2 Processo de Análise . . . . . . 15
3.1.4 Reclassificação das Contas do Balanço Patrimonial . . 18
3.1.4.1 Aspectos do Realizável a Longo Prazo . . 20
3.1.5 Análise da Estrutura (Análise Vertical). . . 22
3.1.6 Análise da Evolução (Análise Horizontal) . . . 23
3.1.7 Indicadores Financeiros . . . . . 25
3.1.8 Estrutura de Capital
3.1.12.a Índice de Participação de Capitais de Terceiros . 26
3.1.12.b Composição do Endividamento . . . 28
3.1.9 Índices de Liquidez . . . . . . 30
3.1.10..........................

3.2 Atividades Desenvolvidas . . . . . 40


3.2.1 Análise das Demonstrações Contábeis . . . . 40
3.2.1.1. Análise Vertical e Horizontal . . . 41
3.2.2 Análise Através de Índices . . . . . 44
3.2.3 Relatório da Análise . . . . . 45

4 CONCLUSÕES E SUGESTÕES . . . . . 50
4.1 Conclusões . . . . . . . 52
4.2 Sugestões à empresa . . . . . . 53
4.3 Sugestões a FACECA . . . . . . 53

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . 54

6 ANEXOS . . . . . . . . . 55
Anexo 1. Balanço Patrimonial . . . . . 58
Anexo 2. Demonstração do Resultado do Exercício . . . 59
Anexo 3. Índices de Análise . . . . . . 60
Anexo 4 . Estrutura de Capital . . . . . 61
Anexo 5. ................
7

1 INTRODUÇÃO

Com o advento da globalização e da desregulamentação da economia na maioria dos


países do primeiro mundo, a inovação tecnológica, e, principalmente da tecnologia da
informação, houve um conseqüente desenvolvimento e expansão do mercado de capitais em
termos globais, principalmente a partir da última década do século passado.
A informação contábil tornou-se ainda mais importante no processo decisório das
empresas, tanto para os usuários internos – sócios e administradores –, quanto para os demais
usuários externos – investidores, financiadores, fornecedores, governos e o público em geral.
A contabilidade é, atualmente, um instrumento fundamental para auxiliar a
administração moderna, e tem como principal objetivo a geração de informações para
embasar as decisões a serem tomadas, bem como o de reduzir o seu grau de incerteza. Para
isso, identifica, registra, mensura, e possibilita a análise e predição dos eventos econômicos
que alterem o patrimônio de uma empresa. Uma organização que não disponha de um sistema
contábil ágil e eficaz para evidenciar as oscilações e mutações relevantes em seu patrimônio e
no resultado de suas operações e transações, em resposta às ameaças e oportunidades
impostas pelo atual ambiente dos negócios, não estará apta a garantir a continuidade do
empreendimento no tempo.
Assim, as informações, geradas pela contabilidade e relatadas através das
Demonstrações Contábeis e análises financeiras, são ferramentas imprescindíveis para o
entendimento da posição passada, da situação atual e, principalmente, das expectativas
futuras, garantindo dessa forma, aos usuários e gestores responsáveis pelos destinos da
organização, informações para instruir o processo decisório com um grau de confiabilidade
compatível com o atual ambiente econômico e mercadológico.
Nesse sentido, percebe-se que o grau de confiabilidade nas informações de natureza
contábil e financeira permite uma visão da estratégia dos planos da empresa bem próximos da
realidade atual e também estimar posições e situações futuras. A confiabilidade nas
informações de natureza contábil é, portanto, de primordial importância, para todos os que
pretendam relacionar-se com a organização, quer como acionistas, financiadores, gestores,
fornecedores, empregados e demais entidades.
8
Diante disso, nota-se que a responsabilidade dos contadores que preparam as
informações e as análises contábeis nesse processo é imensa, tanto em termos da
responsabilidade quanto da competência técnica. A credibilidade nas informações
apresentadas está diretamente ligada à pessoa do preparador de tais informações, à capacidade
e à ética profissional.
Uma das principais características do contador é o grau de liberdade para escolher, em
sua opinião, a melhor alternativa para resolver um problema contábil; e é por isso que pode-se
afirmar que três contadores fazendo a contabilidade da mesma empresa chegarão, fatalmente,
a três resultados diferentes, a não ser que um copie do outro.
Nesse contexto, a imposição do valor social da contabilidade abriga preceitos éticos
nas diversas relações pessoais, interpessoais e institucionais, as quais tendem a influenciar as
mudanças no âmbito conceitual.
Nesse estágio operou-se uma verdadeira simbiose entre a Administração e a
contabilidade, com uma rara força de conhecimento e que pode a ser reconhecida como
“Contabilidade Administrativa”, “Contabilidade Diretiva” e “Contabilidade para Gestão”, que
na Faculdade vem complementar a disciplina de Contabilidade Gerencial.
A importância da Análise de Balanços adquire nuances diferentes, quando enfocadas
sob dois aspectos: interno e externo.
Do ponto de vista interno da empresa, a Análise das Demonstrações Contábeos adquire
maior significado quando realmente serve como “instrumento“ para a tomada de decisões,
pois através dela, pode-se informar a administração o posicionamento relativo aos vários
elementos extraídos da Contabilidade, bem como é um “painel geral de controle”, através do
qual o gestor pode e deve dirigir o curso dos acontecimentos futuros, no que tange a
elementos controláveis.
Por outro lado, elementos externos à empresa também são beneficiados com a Análise
das Demonstrçaões Contábeis, pois mediante ela, os agentes externos podem avaliar a
tendência da empresa, para várias finalidades, dentre as quais:
 Fornecimentos de créditos por compras a prazo (fornecedores);
 Fornecimentos de recursos de capital, na forma de empréstimos e financiamentos (Bancos
Comerciais, Bancos de Investimento e Desenvolvimento, Financeiras, Empresas de
Leasing, etc.);
 Fornecimentos de recursos da forma de capital, mediante a compra de ações novas
(acionistas);
9
 Aquisição ou venda de empresa;
 Determinação da capacidade da empresa de executar determinados tipos de obras, ou
fornecimento de certos tipos de produtos de grande envergadura (analise combinada com
outros fatores técnicos específicos) - concorrências públicas;

Outra contribuição desse estágio, foi no sentido da complementação dos


conhecimentos da Contabilidade Geral com as particularidades da informação contábil de
natureza gerencial.

MODELO
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2 A EMPRESA

2.1 Histórico

O Escritório de Serviços Contábeis ACCESS – CONTABILIDADE, CONSULTORIA


E PERÍCIAS LTDA., teve início como escritório individual de propriedade de seu Diretor o
Contador e Professor JOSÉ DE CARVALHO FILHO, fundado em 1990 em Varginha/MG.
A decisão de abrir um escritório de contabilidade decorreu de uma decisão
empreendedora de seu fundador, que resolveu deixar de trabalhar como empregado,
interrompendo uma carreira de sucesso no setor contábil de várias empresas, entre elas:
Salgado, Irmãos & Cia Ltda, Café Solúvel Brasília S.A. e Moinho Sul Mineiro S.A.
Em agosto de 1991, seu irmão FÁBIO LUIZ DE CARVALHO, também Contador e
Professor, resolve se associar ao escritório. O novo Sócio, da mesma forma, resolveu também
deixar de trabalhar de empregado, interrompendo sua carreira profissional iniciada no setor
contábil de várias empresas, tais como: F.L.Smidth S.A. e Pólo Indústria e Comércio Ltda.
Em julho de 1992, o sócio fundador JOSÉ DE CARVALHO FILHO, ingressa no
serviço público por concurso, e assume o cargo de Auditor Fiscal da Previdência Social e, em
menos de um ano no serviço público, assume o cargo de Gerente Executivo da Gerência de
Varginha.
O escritório então fica sob a responsabilidade do sócio remanescente FÁBIO LUIZ
DE CARVALHO, que o dirige desde 1992 até os dias atuais.
O movimento do escritório crescia rapidamente, os serviços prestados, além dos
serviços de contabilidade financeira, abrangiam os de Auditoria, Perícias Contábeis e
Consultoria. A aquisição de novos equipamentos de informática e softwares contábeis
agilizaram e aumentaram a qualidade dos serviços prestados aos clientes.
Em 1998 o escritório necessitando de maior espaço físico mudou-se para o endereço
atual: Rua São Paulo, 91 – Centro – Varginha/MG. O telefone é (35) 3222 4705 e o e-mail:
fabio@faceca.br
11

2.2 Missão, visão e política da empresa

Hoje a ACCESS – CONTABILIDADE, CONSULTORIA E PERÍCIAS LTDA., ocupa


uma área de 280m2, possuindo uma completa estrutura para a prestação de serviços de
assessoria contábil, e nas demais áreas como auditoria, perícias, constituição e reestruturação
de empresas.

Missão: Fornecer serviços Contábeis e idéias a nossos clientes, para que multipliquem
resultados e tenham uma boa visão de organização, confiabilidade e precisão dos serviços
prestados.

Visão: Ser um referencial de excelência em executar serviços contábeis que encantem nossos
clientes e contribuam positivamente para o sucesso dos nossos parceiros, colaboradores e para
a sociedade.

Política da empresa: Trabalhar de acordo com a legislação pertinente, oferecendo soluções


criativas aos nossos clientes, tudo com ética e responsabilidade social.

2.3 Serviços prestados

A Equipe que compõe a ACCESS é formada por seis pessoas sob a supervisão e
orientação do Contador, Auditor e Perito Contábil Fábio Luiz de Carvalho.
No escritório supera-se a expectativa de que em geral a contabilidade existe somente para
atendimento ao fisco, devido ao corpo de profissionais ser de alto padrão técnico.

Através da contabilidade, busca-se levar ao empresário uma visão global da empresa


incluindo neste prisma balancetes mensais, balanços patrimoniais e demais demonstrações
financeiras.

Além disso, a escrituração é totalmente automatizada, o que agiliza em muito o


processo contábil, proporcionando a exatidão que um sistema requer.
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Os serviços prestados pelo escritório são:

 Escrituração contábil de empresas em geral, industrial, comercial, igrejas,


condomínios, associações, cooperativas, sindicatos, grêmios, clubes e profissionais
liberais. Tanto para as pequenas, médio e grande porte, observando rigorosamente a
legislação em vigor e os princípios fundamentais de contabilidade;
 Elaboração de balancetes periódicos;
 Elaboração de Balanço anual;
 Elaboração de relatórios gerenciais;
 Análise de balanços;
 Realização mensal de conciliação de contas;
 Apuração e emissão das guias de Imposto de Renda e Contribuição Social para as
empresas que optaram pelo pagamento do Imposto por Estimativa e pelo Lucro
Presumido, totalmente automatizados pelos nossos sistemas;
 Apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social para as empresas que
optaram pelo Lucro Real Trimestral e também pelo Lucro Real Anual, através de
balancetes de suspensão ou redução do Imposto;
 Elaboração da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, de acordo com a
legislação específica em vigor;
 Emissão de Declaração de Faturamento da Empresa;
 Emissão de Declaração de Rendimento dos sócios, observada a legislação específica e
orientações do Conselho Federal de Contabilidade;
 Controle Patrimonial, cálculo e contabilização de depreciação, inclusão e baixas de
bens do Ativo Permanente, totalmente automatizado e de conformidade com a
legislação em vigor;
 Emissão de livros Diário/Razão para todas as empresas indistintamente;
 Elaboração da DIRF- Declaração de Imposto de Renda retido na fonte;
 Controle e Contabilização de Contas a Receber (clientes) individualizado e totalmente
automatizado;

Além de todos os outros serviços normalmente executados pelo escritório, existe uma
preocupação em auxiliar no gerenciamento da empresa do cliente. Para tanto disponibiliza-se
os seguintes serviços diferenciais:
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 Contabilização automática da folha de pagamento, utilizando-se de softwares
totalmente integrados;
 Contabilização automática de pagamento de salários, títulos e tributos;
 Elaboração de Cadastros para instituições financeiras totalmente automatizado, o que
proporciona maior agilidade e segurança na prestação das informações;
 Assessoria para empresa na área contábil em relação ao planejamento tributário da
empresa, além de orientações diversas sobre procedimentos rotineiros;
 Elaboração de demonstrações financeiras que ajudam o empresário na tomada de
decisão.

No Departamento Contábil, assim como nos outros departamentos realizam-se todos


os serviços com custo reduzido, pois os procedimentos altamente automatizados possibilitam
maior agilidade e segurança em todos os processos.

O escritório presta ainda, serviços de:


 Auditoria interna e externa;
 Verificação dos procedimentos contábeis de acordo com as normas e legislação
vigentes;
 Verificação das autenticidades dos fatos e registros contábeis;
 Verificação dos procedimentos administrativos e controles internos para garantir o
patrimônio da empresa;
 Emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis;
 Análise de relatórios contábeis para redução de carga tributária.

2.3.1 Ambiente e influências externas:

O papel do contabilista é decisivo para que as informações contábeis sejam utilizadas


na gestão da organizações – micro, pequenas e grandes empresas. Contudo, muitos contadores
se dizem insatisfeitos com a remuneração que recebem pelos seus serviços e, talvez por isso,
muitos empresários alegam que não há um efetivo comprometimento do contabilista com o
aspecto gerencial da contabilidade. Inobstante, este fato pode estar aliado principalmente a
três fatores: o número muito grande de clientes por contabilista; insatisfação com a
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remuneração recebida; e o fato de a contabilidade não ser a única fonte de renda do
profissional, tornando-a algo acessório.

Outra questão atual que afeta o ambiente dos serviços contábeis é o ambiente
empresarial globalizado, o mercado competitivo e o pesado ônus tributário que sufoca as
empresas, isso requer do profissional da contabilidade, a todo instante, práticas de
gerenciamento eficazes para preservar a continuidade do empreendimento. Procurar formas
lícitas para reduzir o pagamento de tributos e ao mesmo tempo estar atento às mudanças da
legislação é uma necessidade imprescindível para maximização dos lucros das empresas, para
manutenção dos negócios e melhorar os níveis de empregos. Esses fatos importantes
requerem a participação ativa do contador.

2.3.2 Expectativa dos empresários1

Os usuários da informação contábil estão cada vez mais exigentes e sofisticados. Não
desejam mais apenas receber informações fechadas de forma que não possam ser manipuladas
e articuladas para melhor atender suas necessidades e especificidades do dia-a-dia. Entra aí a
questão do banco de dados, que serve de alavancador da contabilidade como sistema de
informações, contribuindo no sentido de atender as necessidades, aliadas aos objetivos e
estratégias da empresa, pois as informações precisam estar disponíveis e flexibilizadas a
qualquer momento.
Considerando a velocidade em que os fatos acontecem, cada vez mais a contabilidade
deve adequar-se a este ambiente, agilizando suas informações, tanto que as mesmas não
podem ser apenas mensais.
Percebe-se que, quanto maior o grau de instrução do empresário, maior é a utilização
dada à contabilidade para gestão da empresa.
Os empresários reclamam que a maior deficiência de informações está na área de
custos. Outra reclamação constante vem sendo a de que as informações deveriam ser mais
ágeis e com menor periodicidade. Esta lacuna existente sobre as informações necessárias à
gestão, faz com que o pequeno empresário acabe desistindo de administrar sua empresa
através da contabilidade. A contabilidade pode dar sua grande e valiosa contribuição ao
desenvolvimento das organizações, ao adotar uma função consultiva e preditiva, auxiliando os
1
1. Declaração do Sócio-Administrador da Access, Prof. Fábio Luiz de Carvalho
15
empresários a especificarem suas necessidades de informação antecipadamente, ao invés da
mera função interpretativa sobre relatórios pensados e preparados pelo contabilista, sem a
participação do empresário.
No que tange à modelagem da informação contábil, esta deve estar voltada ao
atendimento das necessidades do seu usuário principal, o gestor. Para tal, recomenda-se que
se desenvolvam estudos sobre um sistema contábil, que contemple não somente informações
econômica-financeiras, mas também dados que demonstrem o lado social e humano das
empresas.

2.3.3 Estrutura da área estagiada

O Escritório é composto de:


 1 Contador Responsável Técnico
 3 Técnicos responsáveis pelas áreas técnicas.
 1 estagiária
 1 office boy
 1 Computador (servidor) P.iv – 1.8 Mg e 4 cpd (terminais) todos ligados 24 h à rede
mundial via rádio.
 2 impressores – uma jt e uma matricial.
 1 fax
 8 mesas, 12 cadeiras e 8 arquivos.
 280 m2 de área útil.
 2 linhas de telefone (DVI)
 3 banheiros

MODELO
2.3.3.a Organograma e Croqui
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 Organograma:

Contador Responsável

Técnico – Área Trabalhista e Técnico – Área Fiscal e Técnico – Área Contábil e


Previdenciária Tributária Sistemas

Analista Estagiário Analista Estagiário Analista Estagiário

 Croqui:

Banheiro
Área Serviço Arquivo Banheiro

Cozinha Banheiro Sala da Gerência

Escritório/CPD Escritório/CPD Escritório/CPD

Entrada Principal

Escritório Escritório Escritório/ CPD


3 RELATÓRIO DO ESTÁGIO
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3.1 Referencial teórico

3.1.1 Estrutura das Demonstrações Financeiras

A utilização de Controles Gerenciais a forma prevista pela teoria científica contábil e


financeira é um instrumento valioso e que sua utilização maximiza os resultados de um
processo de decisão empresarial.
A Analise de Balanços visa extrair informações para a tomada de decisão. O perfeito
conhecimento do significado de cada conta facilita a busca de informações precisas.
Matarazzo (1998), apresenta uma abordagem resumida do que revela as
demonstrações financeiras e cada uma das principais contas que aparecem quando publicadas.
Exemplo:
 Relatório da Diretoria: através deste a Diretoria presta informações aos acionistas sobre o
desempenho e perspectivas da sociedade relativas a estratégias de vendas, expansão,
efeitos conjunturais, legislação, política financeira, recursos humanos, resultados
alcançados, planos, previsões etc. Através deste relatório os acionistas e outros usuários
da informação contábil tomam conhecimento do que a empresa realiza.
 Pode-se dizer que o Relatório da Diretoria é uma carta de intenção dos administradores
para com a empresa.
 Demonstrações Financeiras: compõe-se de quatro pecas assim identificadas: Balanço
Patrimonial;Demonstração do Resultado do Exercício;Demonstração dos Lucros ou
Prejuízos Acumulados, que pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do
Patrimônio Liquido; Demonstração das origens e aplicações de recursos.
 Notas Explicativas: são dados e informações que complementam as demonstrações
financeiras. As notas explicativas contem um conjunto de elementos que auxiliam a fazer
avaliação mais ampla da empresa.
 Parecer dos Auditores: é obrigatório apenas para as companhias abertas, ou seja, aquelas
que tem papeis negociáveis (ações ou debêntures) colocados junto ao publico. A opinião
dos auditores tem satisfatória probabilidade de estar correta a demonstração financeira e
pequena probabilidade de falhar, uma vez que estes profissionais também são contadores.

3.1.2 O que mostram as Demonstrações Financeiras


18
A contabilidade deve ser elaborada de acordo com as determinações da Lei n°
6.404/76, Normas Brasileiras de Contabilidade e Princípios Fundamentais de Contabilidade,
enquanto as Demonstrações Contábeis são apresentadas de acordo com as determinações da
Lei n° 6.404/76, Normas Brasileiras de Contabilidade, constituindo nos elementos essenciais
para a composição do Balanço Geral.
Maratazzo (1998), aponta que legislação fiscal tornou essas determinações
obrigatórias também para os demais tipos de sociedades.
As Demonstrações Contábeis segundo a dinâmica patrimonial informam a evolução
dos fenômenos patrimoniais que, ao final do exercício social, evidenciam o resultado da
atividade econômica exercida sobre o patrimônio no período.
A Lei 6.404/76, art. 177 § 4°, exige que as Demonstrações Contábeis sejam assinadas
pelos Administradores e por Contabilistas legalmente habilitados.
As Demonstrações Contábeis exigidas pela Lei n° 6.404/76, estão contidas no art.
176; ao final de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração
mercantil da companhia, as seguintes Demonstrações Financeiras, que deverão exprimir com
clareza a situação do patrimônio da empresa e as mutações ocorridas no exercício:

1. Balanço Patrimonial;
2. Demonstração do Resultado do Exercício;
3. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
4. Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos;

Matarazzo (1998) afirma que para efeito de Analise de Balanços, a Lei das S/A
representou notável avanço. O conteúdo e a forma de apresentação das demonstrações
financeiras atendem às necessidades da Analise de Balanços, mesmo que no caso de analises
mais profundas, como por exemplo alavancagem financeira, tenhamos que reestruturar parte
da Demonstração do Resultado.

3.1.3 Balanço Patrimonial


19
Iudícibus (1998), explica que a expressão balanço decorre do equilíbrio:
Ativo=Passivo + PL, ou da igualdade : Aplicações = Origens.
O mesmo autor explica também a expressão patrimonial a qual se origina do
Patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações.
Daí origina-se a expressão Patrimônio Liquido, que significa a parte liquida do
patrimônio, a riqueza liquida da empresa num processo de continuidade, a situação liquida.
Segundo Marazzo (1998, p. 43) “o balanço patrimonial é a demonstração que
apresenta todos os bens e direitos da empresa (Ativo) assim como as obrigações, (Passivo)
em determinada data.”
A diferença entre Ativo e Passivo é chamado de Patrimônio Liquido e representa o
capital investido pelos proprietários da empresa.
Matarazzo (1998), cita ainda que o balanço mostra:
1. as fontes de onde provieram os recursos utilizados para a empresa operar, ou seja,
Passivo e Patrimônio Liquido; e
2. os bens e direitos em que esses recursos se acham investidos.

De acordo com Marion (2001, p. 50), “o Balanço Patrimonial é a representação sintética


dos elementos que formam o patrimônio, evidenciando o diferencial que completa a equação
entre seus valores positivos e negativos.”
O Balanço Patrimonial permite conhecer todos os componentes da riqueza
patrimonial, bem como suas origens e aplicações. Neste sentido apresentam-se cinco aspectos
relevantes: econômico, financeiro, patrimonial, especifico e quantitativo.
Iudícibus (1998) afirma que o ATIVO é composto de todos os bens e direitos de
propriedade e controle da empresa, que são avaliáveis em dinheiro e que representam
benefícios presente ou futuros para a empresa. Assim, o autor exemplifica o que são bens e
direitos.Bens: maquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos,
instalações etc.
Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, títulos de
crédito, etc.
O autor ainda comenta, se o bem ou direito não for de propriedade da empresa,
normalmente não constará do seu Ativo. O arrendamento mercantil (leasing) de uma maquina
por uma empresa que paga aluguel mensal só sob certas condições caracteriza-se como
Ativo,embora o bem esteja dentro da empresa (é posse e não propriedade).
20
Se a empresa tiver um Titulo a Receber de uma empresa falida, este não será Ativo,
pois não há possibilidade de converte-lo em dinheiro;
Para ser Ativo é necessário que qualquer item preencha quatro requisitos
simultaneamente:
a) constituir bem ou direito para a empresa;
b) ser de propriedade, posse ou controle de longo prazo da empresa;
c) ser mensurável monetariamente;
d) trazer benefícios presentes ou futuros.

Já o PASSIVO, simplificadamente, evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa


tem com terceiros, por exemplo: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima à prazo,
impostos a pagar, financiamentos, empréstimos, etc.
O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer, será
exigida (reclamada) a liquidação da mesma. Por isso é mais adequado chamá-lo Passivo
Exigível.
No que se refere ao Patrimônio Liquido, este evidencia recursos dos proprietários
aplicados no empreendimento. O investimento inicial dos proprietários (a primeira aplicação)
é denominado contabilmente, capital. Se houver outras aplicações por parte dos proprietários
(acionistas no caso das S/A ou sócios nos casos de Limitada), acréscimo ao Capital
(MARION, 2001, p.52)

3.1.4 Demonstração do Resultado do Exercício

Segundo Marion (2001) a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE é peça


relevante na dinâmica patrimonial, pois informa a receita bruta da empresa, o custo para obtê-
las e demais despesas operacionais, evidenciando os lucros bruto e operacional.
O art. 176 da Lei 6.404/76 esclarece com maior propriedade o tema (BRASIL, 2005)
Para Iudícibus (1998) a demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado
das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de
forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-
se o resultado (lucro ou prejuízo).
Inicia-se a DRE com a demonstração da Receita Bruta de Vendas ou da Prestação de
Serviços que é o total bruto vendido no período. Nela estão inclusos os impostos sobre vendas
21
(os quais pertencem ao governo) e dela não foram subtraídas as devoluções (vendas
canceladas) e os abatimentos (descontos incondicionais) ocorridos no período.
Os impostos e taxas sobre vendas são aqueles gerados no momento da venda; eles
variam proporcionalmente à venda, ou seja, quanto maior for o total das vendas, maior será o
imposto. Exemplos de impostos, os mais comuns: IPI; ICMS; ISS; PIS; COOFINS.
(mencionar a quem pertence cada tipo de imposto).
A partir desta diminuição obtêm-se a RECEITA LIQUIDA. A analise da DRE se inicia
com base na Receita Liquida, porque como se observa, os impostos não são de propriedade da
empresa.
De acordo com Iudícibus (1998) a Demonstração do resultado do exercícios obedece a
seguinte estrutura:

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO


RECEITA BRUTA Total geral das vendas
(-) Deduções Valores que não representam sacrifícios financeiros para a empresa,
são meros ajustes. Como: PIS, COFINS, ICMS Devoluções etc.
= RECEITA LÍQUIDA
(-) Custos do Período São gastos de produção até o produto ficar pronto. Como matéria-
prima, mão-de-obra, depreciação de bens da produção, energia
elétrica da produção etc.
LUCRO BRUTO
(-) Despesas Operacionais São gastos com administração – Despesas administrativas. Gastos
com o esforço para colocar os produtos ao cliente – Despesas com
vendas. Remuneração do capital de terceiros, juros – Despesas
financeiras.
LUCRO OPERACIONAL
(-) Perdas São gastos imprevisíveis, anormais, extraordinários, que não
contribuem para a obtenção da receita.
Lucro Antes da Distribuição
(-) Participação Terceiros Pessoas que voluntária ou involuntariamente, terão sua participação
nos lucros. Como: Governo com os impostos, Administradores e
empregados com gratificações.

LUCRO LÍQUIDO
(-) Participação dos sócios / Participam através de distribuição de lucros ou dividendos.
acionistas
LUCRO LÍQUIDO Valor reinvestido na empresa.
RETIDO NA EMPRESA
Fonte: Iudícibus, 1998, p.134.
A seguir apresenta-se um modelo de estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício:
22
ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO.
RECEITA BRUTA 13.000,00
(-) DEDUÇÕES 3.000,00
RECEITA LÍQUIDA OPERACIONAL 10.000,00
(-) CPV 6.000,00
LUCRO BRUTO 4.000,00
DESPESAS OPERACIONAIS 1.800,00
VENDAS 500,00
ADMINISTRATIVAS 1.000,00
FINANCEIRAS 300,00
RESULTADO NÃO OPERACIONAL 100,00
LUCRO ANTES DO IRPJ/CSSL 2.100,00
IRPJ/ CSSL 800,00
LUCRO LÍQUIDO 1.300,00
Fonte: Elaborado pelo autor

3.1.5 Principais contas do Balanço Patrimonial e da Demonstr. de Resultados.

Matarazzo (1998, p. 53-69) cita as principais contas do Balanço. São elas:


1) Ativo Circulante
1.1 Disponibilidades
1.2 Clientes
1.3 Bancos Conta Vinculada
1.4 Aplicações Financeiras
1.5 Estoque
1.6 Outras contas do Ativo Circulante
2) Realizável a Longo Prazo
3) Ativo Permanente
3.1 Investimentos
3.2 Imobilizado
3.3 Diferido
4) Passivo Circulante
5) Exigível a Longo Prazo
6) Resultado de Exercícios Futuros
7) Patrimônio Liquido
O mesmo autor menciona também as principais contas da Demonstração do
Resultado. São elas:
23
1) Receita Operacional Bruta
2) Custo dos Produtos Vendidos
3) Despesas Operacionais
4) Outras Receitas e Despesas
5) Demais Contas da Demonstração do Resultado

A seguir o autor apresenta as características de cada uma das contas, de conformidade


com a Lei 6.404/76.

1) O Ativo Circulante apresenta as seguintes características:


 Valores disponíveis para utilização imediata ou conversíveis em moeda corrente
em qualquer tempo. (são as DISPONIBILIDADES);
 Direitos conversíveis em valores disponíveis durante o curso do exercício
seguinte àquele do balanço ou realizáveis durante o ciclo operacional da empresa
se este exceder a um ano (são os Direitos Realizáveis a Curto Prazo);
 Valores relativos a despesas já pagas que beneficiarão o exercício seguinte àquele
da data do balanço; são denominados “Aplicações de Recursos em Despesas”.

1.1 Disponibilidades
Representa o dinheiro em mãos da empresa, os depósitos bancários a vista e as
aplicações de imediata conversibilidade em dinheiro. Às vezes as disponibilidades aparecem
no balanço sob este próprio titulo ou Disponível, enquanto em outras vezes aparecem
subdivididas em varias contas como: caixa, bancos conta movimento e aplicações de liquidez
imediata.

1.2 Clientes
Compreende os valores a receber decorrentes das vendas efetuadas pela empresa. Nas
empresas prestadoras de serviços, podem ser inclusos os serviços já prestados e ainda não
faturados. Ainda componente do valor de Clientes existe a conta de Provisão para Créditos de
Liquidação Duvidosa (conta redutora de Duplicatas a Receber) que é constituída para cobrir
as perdas decorrentes do não recebimento de Duplicatas a Receber; e Duplicatas Descontadas
(conta redutora) que indica o quanto já foi antecipado das Duplicatas a Receber em
estabelecimentos bancários. Para efeito de analise de balanços, as duplicatas descontadas
24
devem figurar no Passivo Circulante, pois o Passivo representa financiamentos de terceiros
obtidos pela empresa. Neste caso a empresa passa a depender dos bancos para poder efetuar o
investimento em duplicatas a receber. Se amanhã, os bancos não quiserem mais descontar
duplicatas da empresa, seja qual for o motivo, ela será obrigada a deixar de investir em
duplicatas a receber (vendendo somente a vista se for possível) ou obter outra fonte de
financiamento.

1.3 Bancos Conta Vinculada


Nos casos de operações de empréstimos, normalmente, os bancos exigem que a
empresa entregue duplicatas em garantia para que eles efetuem a cobrança. À medida que o
banco faz a cobrança, credita o valor numa conta vinculada cujo valor é disponibilizado
somente quando a empresa remeter novo borderaux de títulos para cobrança. A conta Bancos
Conta Vinculada pode ser somada a Duplicatas a Receber para efeito do calculo do índice de
Liquidez Seca.

1.4 Aplicações Financeiras


Com freqüência as empresas efetuam aplicações financeiras, por excesso de recursos
monetários, por obter boas taxas remuneratórias, por obrigações contratuais ou por falta de
opção de negócios. Estas aplicações podem ser realizadas por prazos que variam desde um
dia até alguns anos, embora raramente ultrapasse a um ano. As aplicações de curtíssimo prazo
devem ser englobadas às disponibilidades enquanto as de maior prazo devem constituir um
item à parte do Ativo Circulante ( ou Realizável a Longo Prazo se for o caso).

1.5 Estoques
Compreendem produtos e materiais de propriedade da empresa. São compostos das
seguintes contas:
 Produtos acabados – são os produtos cujo processo de fabricação foi concluído e já se
encontram em condições de venda.
 Mercadorias para revenda – compreende as mercadorias adquiridas para
comercialização.
 Produtos em elaboração – representa o valor do inventario de produtos que se acham
em processo de fabricação na data de levantamento do balanço; compreende todos os
custos aplicados nesses produtos.
25
 Materiais – compreende todo tipo de material existente na empresa, tanto aquele que
se incorpora ao produto como aquele auxiliar da produção, administração e entregas.
 Mercadorias em transito – compreende os bens comprados pela empresa que na data
do balanço se acham em transporte, a caminho da empresa.
 Provisão para redução ao valor de mercado (conta redutora de estoques) – tem por
finalidade eliminar dos estoques a parcela dos custos que provavelmente não é
recuperável. Essa conta prevê prováveis perdas resultantes de estragos, deterioração,
obsoletismo, redução nos preços de venda ou de reposição do estoque. A constituição
desta provisão é feita com base no principio de avaliação de estoque, que é assim
determinado: custo ou mercado dos dois o menor. De acordo com esse principio as
perdas devem ser reconhecidas no resultado do exercício em que ocorreram e não no
exercício em que a mercadoria/produto é vendida, reposta ou transformada em sucata.
A constituição desta provisão gera um lançamento a credito nessa conta e a
contrapartida é lançada na demonstração de resultado, no grupo de despesas
operacionais.

1.6 Outras contas do Ativo Circulante


Matarazzo (1998, p. 56-58) afirma que:

O analista deve observar a relevância de cada uma das contas do balanço e decidir
se vale a pena considerá-las como um item isolado ou, então, agrupá-las com outras
contas. A não ser casos especiais, nenhum item com menos de 5% do ativo
circulante precisa ser destacado. Acima de 10% convém refletir sobre a necessidade
de destaca-lo ou não. Com mais de 20% certamente deve ser destacado.

Como outras contas do ativo circulante podem-se apresentar as seguintes:


 Diversas contas a receber – decorrentes de empréstimos a outras empresas,
incentivos fiscais, vendas não relacionadas às operações da empresa, como por
exemplo: vendas de imóveis, maquinismo ou outros bens.
 Adiantamentos – englobam o numerário entregue pela sociedade a funcionários ou
terceiros. A terceiros para aquisição de matérias-primas, produtos, serviços.
 Cauções – são depósitos feitos pela empresa por contratos firmados com terceiros.
A recuperação dos depósitos ocorre quando do termino do contrato.
 Importação em andamento – compreende os desembolsos por conta de produtos ou
matérias-primas em processo de importação.
26
 Impostos a Recuperar - referem-se aos valores a recuperar do ICMS, IPI e outros
impostos decorrentes de isenções fiscais ou da atividade de compra, venda e outras
operações da empresa.
 Serviços em andamento – refere-se aos serviços não faturados cuja execução se
acha em andamento na data do balanço.
 Cheques em cobrança- compreende os cheques devolvidos por insuficiência de
fundos, bem como os não disponíveis imediatamente por se referirem a praças
distantes.
 Despesas antecipadas – representam aplicações de recursos da sociedade em
despesas que serão futuramente apropriadas, como alugueis, seguros comissões
etc.
 Outros créditos – destina-se a agrupar as contas do ativo circulante, cujos valores
são irrelevantes, comparativamente às contas evidenciadas.
...........................................................
...........................................................

MODELO
3.1.6 Processo de Análise
27
A analise financeira e de balanços é um dos aspectos mais difíceis e exigem mais
maturidade por parte do profissional responsável. Deve ser entendida dentro de suas
possibilidades e limitações ( IUDICIBUS, 1998).
Quando é convenientemente manuseada pode transformar-se num poderoso “painel de
controle” da administração. Para isso existem algumas condições para que uma analise de
balanços seja efetiva, a saber:
I. A contabilidade da empresa deve ser mantida com esmero e sem interferências
manipuladoras” ou “normalizantes” de resultados;
II.As firmas de médio e grande porte devem ter suas demonstrações financeiras
auditadas, se não pela auditoria independente ao menos deve ter auditoria interna;
III. Os demonstrativos objetos de analise por meio de índices devem ser corrigidos
detalhadamente, levando-se em conta as variações do poder aquisitivo da moeda.

3.1.7. Análise por Índices

A analise de balanços surgiu por motivos eminentemente práticos e mostrou-se desde


logo instrumento de grande utilidade.
Definição de índice: “é a relação entre as contas ou grupos de contas das
demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica
ou financeira de uma empresa”. (MATARAZZO, 1998, p. 153).
Esse autor, afirma ainda que é uma fórmula matemática que nos auxilia na avaliação
do desempenho de uma empresa.
Os índices facilitam o trabalho do analista, de forma que a apreciação de certas
relações ou percentuais se torna mais simples e mais relevante do que a de montantes por si
só.
Os índices-padrão permitem adequada avaliação de qualquer índice de determinada
empresa e proporcionam ao usuário da analise informação objetiva do seu desempenho.
A conjugação do uso de índices-padrão e de pesos possibilita chegar-se a uma
avaliação global da empresa analisada, o que é de extrema utilidade nas decisões de credito,
principalmente se levarmos em conta que os responsáveis por essas decisões em geral não
são técnicos em analise de balanços.
28
A principal preocupação dos índices de balanço é fornecer avaliações genéricas sobre
diferentes aspectos da empresa em analise, sem descer a um nível maior de profundidade
(MATARAZZO, 1998).
A característica principal dos índices é fornecer uma visão ampla da situação
econômica e financeira da empresa, entretanto, o analista não pode limitar-se a estas
informações uma vez que, os índices correspondem a apenas 25% do total de informações
necessárias.

3.1.8 Reclassificação das Contas do Balanço Patrimonial

Matarazzo (1998), afirma que as demonstrações financeiras devem ser preparadas para
a analise, da mesma forma que um paciente que vai submeter-se a exames médicos.
Antes de iniciar a analise, devem ser examinadas, detalhadamente, as demonstrações
financeiras, para realizar a reclassificação.
Segundo Marion (2001), reclassificação de contas significa um reagrupamento de
algumas contas nas demonstrações financeiras, sobretudo no balanço patrimonial e na
demonstração de resultado do exercício, cujos ajustes serão necessários para melhorar a
eficiência da análise.
Por exemplo: se uma empresa dispõe vender um imóvel que até o momento estava
classificado no permanente, a atividade do contador é reclassificar esta conta no ativo
circulante ou realizável a longo prazo.
Ao reclassificar o ativo circulante, evidentemente a situação financeira a curto prazo
irá melhorar. Todavia não é fácil vender o imóvel e receber no mesmo ano. O ideal é o
realizável a longo prazo, não obstante seja menos eficaz no momento de se mensurar a
capacidade de pagamento da empresa a curto prazo. Outras vezes, mesmo sendo o Contador
imparcial no agrupamento das contas há necessidade de interferência do analista. É o caso da
receita financeira que legalmente é despesa operacional, mas para efeito de analise de
balanços não o é. Quando se pretende apurar a verdadeira taxa de rentabilidade obtida pela
atividade operacional, deve-se reclassificar tanto as despesas financeiras, como as receitas
financeiras, no grupo não operacional.
29

3.1.8.1 Contas do Ativo que devem ser reclassificadas:

1 - Duplicatas Descontadas, Saques de exportação, Desconto de Duplicatas: estas contas


encontram-se classificadas no balanço patrimonial como contas redutoras do ativo e devem
ser reclassificadas no passivo circulante, pois, pelas peculiaridades das operações, ainda há o
risco de a empresa reembolsar o dinheiro obtido se o seu cliente não liquidar a dívida junto ao
banco.
Assim, se a empresa “ A “ opera com duplicatas descontadas e a empresa “ B “ com
empréstimos bancários (com depósito de duplicatas como garantia), ambos terão no passivo
circulante uma dívida com terceiros embora, no caso de duplicatas descontada, haja apenas a
coobrigação. Ainda em relação as empresas “ A e B “, vamos admitir que ambas tenham um
ativo circulante de R$.2.000.000,00 e um passivo circulante de R$.1.000.000,00.
Então para cada R$.1,00 de dívida há R$.2,00 de valores de ativo circulante para
pagamento.Ambas resolvem recorrer ao mercado financeiro para um reforço de caixa na
ordem de R$.200.000,00.
A empresa “A“ desconta duplicatas. A empresa “B“ obtém um empréstimo bancário.
Sem considerar as despesas financeiras, o circulante de cada uma seria, antes da
reclassificação, o seguinte:
EMPRESA “A“
ATIVO CIRCULANTE 2.000.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 1.000.000,00
+ ENTRADAS 200.000,00 PATRIM. LÍQUIDO 1.000.000,00
(-) DUPLICATAS DESC. 200.000,00
TOTAL ..................... 2.000.000,00 TOTAL .......................... 2.000.000,00
Fonte: elaborado pelo Autor NOTA : a relação de R$.2,00 para R$.1,00 não alterou.

EMPRESA “B“
ATIVO CIRCULANTE 2.000.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 1.000.000,00
+ ENTRADAS 200.000,00 EMPRÉST. BANCÁRIOS 200.000,00
PATRIMONIO LIQUIDO 1.000.000,00
TOTAL...................... 2.200.000,00 TOTAL ............................ 2.200.000,00
Fonte: Elaborado pelo Autor
NOTA: a relação será de R$.1,83 para R$1,00 (sua capacidade de pagamento reduziu)
As peculiaridades das operações levaram a empresa “B“ ter uma menor capacidade de
pagamento e um maior endividamento em relação a empresa “A “.
30
Por isso reclassifica-se: duplicatas descontadas, saques de exportação, desconto de
duplicatas/vendor para que as empresas que operam com empréstimos fiquem em condições
de igualdade com aquelas que operam com descontos.
EXEMPLO COM RECLASSIFICAÇÃO DA EMPRESA “A“
ATIVO CIRCULANTE 2.000.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 1.000.000,00
+ ENTRADAS 200.000,00 DUPLICATAS DESCONT. 200.000,00
PATRIMONIO LIQUIDO 1.000.000,00
TOTAL......................... 2.200.000,00 TOTAL.............................. 2.200.000,00
Fonte: Elaborado pelo Autor
No exemplo o endividamento foi a relação de R$1,83

EMPRESA “ B “
ATIVO CIRCULANTE 2.000.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 1.000.000,00
+ ENTRADAS 200.000,00 EMPRÉSTIMOS BANC. 200.000,00
PATRIMONIO LIQUIDO 1.000.000,00
TOTAL....................... 2.200.000,00 TOTAL............................ 2.200.000,00
Fonte: Elaborado pelo Autor
Nesse Exemplo o endividamento foi igual, a relação de R$1,83
NOTA: Endividamento igual para as duas empresas.
31
2. Despesas do Exercício Seguinte - por se tratar de uma despesa antecipada que será
consumida pela empresa, no próximo ano, ela é classificada por forca de lei no Ativo
Circulante. Porém não se transformará em dinheiro. Esta despesa reduzirá o lucro do
próximo exercício e, conseqüentemente, o Patrimônio Líquido.
Para os analistas mais conservadores, é preferível deduzi-la do Patrimônio Líquido
(excluindo-a do Ativo Circulante).
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Caixa ...................................................... 2.000,00 Diversos a Pagar .............15.000,00
Duplicatas a Receber ............................. 5.000,00 ( capitais de terceiros)
Estoque.............................................. ...11.000,00
Despesas do Exercício Seguinte............. 2.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ATIVO PERMANENTE Capital ........................10.000,00
Imobilizado............................................10.000,00 Lucros Acumulados..... 5.000,00
TOTAL............................................... 30.000,00 TOTAL.........................30.000,00
Fonte: Marion, 2001, p.43

Se não fosse depurado do Ativo Circulante a conta Despesa do Exercício Seguinte, a


relação AC/PC seria de 1,33 (20.000/15.000).
A relação Capital Próprio/ Capital De Terceiros seria de 1,00 (15.000/15.000).
Como neste nosso exemplo a despesa do exercício seguinte é relevante, vamos excluí-
la, jogando-a com o sinal trocado para o patrimônio líquido.
Vejamos que no ano seguinte ela irá reduzir o patrimônio líquido, pois é despesa para
aquele ano.
Exemplo:
................................................................................
.................................................................................

A seguir é feita a demonstração gráfica dos balanços antes e depois da reclassificação:

MODELO
DEMONSTRAÇÃO GRÁFICA DOS BALANÇOS ANTES DA RECLASSIFICACAO

CIRCULANTE
ATIVO
1.650,00
32
Disponível 200,00
REALIZÁVEL 1450,00
Estoque 100,00
Duplicatas a Receber 300,00
(-) Duplicatas Descontadas 100,00
Imóveis a Venda 150,00
Aplicações Financeiras 1.000,00
PERMANENTE 3.500,00
Investimentos 1.200,00
Imobilizado 3.300,00
(-) Depreciação 1.000,00
TOTAL DO ATIVO 5.150,00

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO


CIRCULANTE 2.000,00
Empréstimos Bancários 1.000,00
Fornecedores 100,00
Contas a Pagar 100,00
IRPJ E CSSL a Pagar 600,00
Dividendos a Pagar 200,00
EXÍGIVEL A LONGO PRAZO 250,00
Financiamentos 250,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.900,00
Capital Social 2.000,00
(-) Capital a Integralizar 500,00
Reservas de Capital 200,00
Lucros Acumulados 1.200,00
TOTAL 5.150,00

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


VENDAS BRUTAS 6.000,00
(-) DEDUÇÕES 400,00
VENDAS LÍQUIDA 5.600,00
(-) C.P.V 2.400,00
LUCRO BRUTO 3.200,00
DESPESAS OPERACIONAIS 1.450,00
Administração 800,00
Vendas 500,00
Financeiras 150,00
LUCRO OPERACIONAL 1.750,00
LUCRO ANTES DO IRPJ/CSSL 1.750,00
(-) IRPJ/CSSL 600,00
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 1.150,00
Fonte: Matarazzo, 1998, p.321
DEMONSTRAÇÃO GRÁFICA DOS BALANÇOS RECLASSIFICADOS
ATIVO
CIRCULANTE 1.750,00
Disponível 200,00
33
REALIZÁVEL 1.550,00
Estoque 100,00
Duplicatas a Receber 300,00
Imóveis a Venda 150,00
Aplicações Financeiras 1.000,00
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 500,00
Capital a Integralizar 500,00
PERMANENTE 3.500,00
Investimentos 1.200,00
Imobilizado 3.300,00
(-) Depreciação 1.000,00
TOTAL DOP ATIVO 5.750,00

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO


CIRCULANTE 2.100,00
Empréstimos Bancários 1.000,00
Fornecedores 100,00
Duplicatas Descontadas 100,00
Contas a Pagar 100,00
IRPJ E CSSL a Pagar 600,00
Dividendos a Pagar 200,00
EXÍGIVEL A LONGO PRAZO 250,00
Financiamentos 250,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.400,00
Capital Social 2.000,00
Reservas de Capital 200,00
Lucros Acumulados 1.200,00
TOTAL 5.750,00

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


VENDAS BRUTAS 6.000,00
(-) DEDUÇÕES 400,00
VENDAS LÍQUIDA 5.600,00
(-) C.P.V 2.400,00
LUCRO BRUTO 3.200,00
DESPESAS OPERACIONAIS 1.300,00
Administração 800,00
Vendas 500,00
LUCRO OPERACIONAL 1.900,00
DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 150,00
Despesas Financeiras 150,00
LUCRO ANTES DO IRPJ/CSSL 1.750,00
(-) IRPJ/CSSL 600,00
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 1.150,00
Fonte: Matarazzo, 1998, p.432
3.1.9 Análise da Estrutura (ou Análise Vertical)
34
A análise vertical permite, inicialmente, que o analista avalie a estrutura do Balanço
(balanço patrimonial e demonstração de resultados), o que se chama de lógica de balanço, isto
é, se a proporcionalidade dos diferentes componentes patrimoniais e de resultados se mantém
ao longo dos anos ou se existem desequilíbrios importantes, que merecem uma avaliação mais
minuciosa.
A comparação dos números é feita com o total do ativo e do passivo (balanço
patrimonial) e com as vendas líquidas (demonstrações de resultados).
Então, se algum componente do ativo circulante, por exemplo, apresentar uma
variação significativa em relação ao total do ativo, o analista poderá vislumbrar-se e, sobre
essa cifra, concentrar suas atenções.
Este tipo de análise é importante para avaliar a estrutura de composição de itens e sua
evolução no tempo.
Iudícibus (1998), afirma que a analise vertical é o processo que objetiva a medição
percentual de cada componente patrimonial ou de resultado econômico em relação ao total de
que se faz parte.
O coeficiente ou a percentagem é a medida que indica a proporção de cada
componente em relação ao todo.
Calcula-se a participação de cada componente do ativo ou passivo e patrimônio
liquido em relação ao total do ativo ou total do passivo, nesta ordem. Idêntico raciocínio
desenvolve-se para os elementos de resultado em relação à receita operacional liquida da
empresa, que expressa os cem por cento.
Neste sentido, o referido autor confirma que o objetivo da analise vertical é avaliar, em
termos relativos, as partes que compõem o todo e compara-las no caso de analise de dois ou
mais períodos sociais.

3.1.10 Análise da Evolução (ou Análise Horizontal)

Para Iudícibus (1998), a finalidade da análise horizontal é denotar o crescimento de


itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultados (como também de outros
demonstrativos), através dos períodos, a fim de caracterizar tendências.
35
É uma forma simples mas eficiente de se adquirir visão geral sobre os demonstrativos
econômicos financeiros das empresas.
Um problema que muito afeta a significância da evolução horizontal dos índices “e a
inflação.
Marion (2001), afirma que a realização da analise horizontal deve ter alguns cuidados
a saber:
a) os valores objeto da analise horizontal devem estar corrigidos, ou seja,
deflacionados ou inflacionados à mesma base;
b) implica, necessariamente, em uma serie de períodos iguais, possibilitando
comparações entre si;
c) escolha de um período-base, que não será, necessariamente, o primeiro da serie
histórica;
d) o período-base poderá ser o primeiro, o segundo, o último da serie histórica ou
qualquer outro, desde que represente um exercício social normal;
e) o período-base deverá ser aquele em que a empresa tenha exercido suas atividades
em condições normais ou satisfatórias, isto é, não seja um período atípico.

A analise horizontal permite a avaliação do aumento ou da diminuição dos valores,


que expressam os componentes patrimoniais ou de resultados através do confronto de uma
serie histórica de períodos.
A tabela de analise horizontal sempre é realizada em termos de índices, iniciando-se
com índice 100 para o ano estabelecido como base e os valores dos anos seguintes são
expressos em relação ao índice base.
Na análise horizontal é fundamental que o analista tenha na devida conta uma ordem
de grandezas, para não cair eventualmente nas armadilhas que cálculos numéricos podem
proporcionar.
O método da análise horizontal é particularmente útil os casos de demonstrações
financeiras apresentadas consoantes a legislação societária, isto é, não tendo sido depurados
os efeitos da inflação ou correção monetária das cifras.
É imperativo ter um elemento de comparação. Este parâmetro pode ser o índice oficial
de inflação ou o indexador de correção monetária do imobilizado, débitos fiscais, etc.
Os preceitos da análise horizontal e vertical aplicam-se integralmente, mesmo que os
demonstrativos sejam apresentados consoante, a metodologia da legislação societária.
36
Um problema que muito afeta a significância da evolução horizontal dos índices é a
inflação. Se levarmos em conta a inflação, as séries de vendas e despesas são completamente
alteradas, mudando o comportamento dos índices de forma ponderável.
A análise horizontal ganha sentido apenas quando aliada a análise vertical.
Portanto, dizemos que as duas análises devem ser utilizadas conjuntamente. O
processo de cálculo pode ser determinado:

O processo de cálculo para a determinação do índice é bastante simples. Adota-se o


índice cem como representativo dos valores monetários do ano que serve de base para
confronto com os valores dos demais períodos. E, por regra de três simples e direta,
calculam-se os índices correspondentes aos períodos que serão confrontados com o
período-base ( IUDÍCUBUS, 1998, p. 43).

3.1.11 Indicadores Financeiros

Como já visto anteriormente, a análise de balanços envolve a avaliação de um


conjunto de demonstrações financeiras e outras informações fornecidas pelas empresas, não
se limitando exclusivamente ao Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE).
Em conformidade com a lei 6.404/76 (BRASIL, 2005), o conjunto de informações é
formado por:
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
 Balanço patrimonial;
 Demonstração do Resultado do Exercício;
 Demonstração de origens e aplicações de recursos;
 Demonstração das mutações do patrimônio Líquido;
 Demonstração dos Lucros e prejuízos Acumulados.
RELATÓRIOS
 Relatório do conselho de Administração;
 Relatório da Diretoria;
 Notas Explicativas.
PARECERES
 Parecer do Conselho Fiscal;
 Parecer dos auditores independentes.
37
Iudícibus (1998) menciona que a analise e interpretação de balanços tem-se valido do
expediente de calcular uma serie de índices, relacionando as mais variadas contas do balanço
e do demonstrativo operacional, procurando atribuir um significado aos resultados de tais
cálculos.
Matarazzo (1998) define índice como a relação entre as contas ou grupos de contas
das demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação
econômica ou financeira de uma empresa.É uma fórmula matemática que nos auxilia na
avaliação do desempenho de uma empresa.
Os índices facilitam o trabalho do analista, de forma que a apreciação de certas
relações ou percentuais se torna mais simples e mais relevante do que a de montantes por si
só.
A característica principal dos índices é fornecer uma visão ampla da situação
econômica e financeira da empresa.
Em seqüência, são apresentados os índices que constituem o instrumento básico da
análise de balanços, sua fórmula, função e interpretação do ponto de vista da gerencia da
empresa.

3.1.12 Estrutura de Capital

Os índices desse grupo, segundo Matarazzo (1998, p. 157), “mostram as grandes


linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos.”
Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação Capitais de
Terceiros/Patrimônio Liquido menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior
a dependência a esses Terceiros.
É a partir desse ângulo que vamos estudar os índices de endividamento. (participação
de capitais de terceiros)
São índices de muita importância, pois indicam a relação de dependência da empresa
com relação a capital de terceiros. Mostram grandes linhas de decisões financeiras em termos
de obtenção e aplicação de recursos.
Este índice:
 relaciona o exigível total (capitais de terceiros), com os fundos totais providos
(capitais próprios e capitais de terceiros).
 Expressa a porcentagem que o endividamento representa sobre os fundos totais.
38
 Significa a porcentagem do ativo total financiada com recursos de terceiros.
Interpretação: Quanto maior, pior.

3.1.12.a Índice de Participação de Capitais de Terceiros

INDICE DE CAPITAIS DE TERCEIROS = ET


SOBRE CAPITAIS PRÓPRIOS. PL

ET – Exigível Total
PL – Patrimônio Líquido

Este índice é um dos mais utilizados para retratar o posicionamento das empresas com
relação ao capital de terceiros.
Nota: Se este índice durante vários anos, se mantiver consistente e acentuadamente maior que
um (1), denotará uma dependência exagerada de recursos de terceiros.

Interpretação: Quanto maior, pior.

3.1.12.b Composição do endividamento (participações das dívidas de curto


prazo sobre endividamento total).

INDICE DE PARTICIPAÇÃO DAS DÍVIDAS DE = PC


CURTO PRAZO SOBRE O ENDIVIDAMENTO TOTAL ET

PC = Passivo Circulante
ET = Exigível Total
O objetivo deste índice é avaliar o equilíbrio entre os recursos a curto prazo e longo
prazo.
Nota: Representa a composição do endividamento total ou qual a parcela que se vence a curto
prazo, no endividamento total. Porém cada empreendimento possui uma estrutura otimizante de
composição de recursos e não existem, a rigor, regras fixas.
39
Para Marion (2001), é de relevância observar que o endividamento a curto prazo é
desfavorável, prejudicando a liquidez corrente da empresa (situação financeira).

Interpretação: Quanto maior, pior.

3.1.13 Índices de Liquidez

Segundo Matarazzo (1998) os índices de liquidez mostram a base da situação


financeira da empresa.Muitas pessoas confundem índices de liquidez com índices de
capacidade de pagamento. Os índices de liquidez não são índices do fluxo de caixa que
comparam as entradas com as saídas de dinheiro.
São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas,
procuraram medir quão sólida é a base financeira da empresa.
Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de
pagar suas dividas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dividas em dia em função
de outras variáveis como prazo, renovação de dividas etc.

3.1.13.a Liquidez Geral

LIQUIDEZ GERAL = AC + RLP


PC + ELP

AC = Ativo Circulante
RLP = Realizável a Longo Prazo
PC = Passivo circulante
ELP = Exigível a Longo Prazo

Segundo Iudícibus (1978), este índice serve para detectar a saúde financeira de longo
prazo do empreendimento.
Para Matarazzo (1998) a liquidez geral é a capacidade que a empresa tem para saldar
suas dívidas a curto prazo e longo prazo, com recursos já disponíveis no seu ativo circulante e
longo prazo. Mede habilidade de pagar.
Interpretação: Quanto Maior, Melhor.
40
3.1.13.b Liquidez Corrente

LIQUIDEZ CORRENTE = AC
PC
AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante

É a capacidade da empresa em saldar os seus compromissos financeiras e dívidas a


curto prazo.

Interpretação: Quanto Maior, Melhor.

3.1.13.c Liquidez Seca

AC = Ativo Circulante
MODELO
LIQUIDEZ SECA = AC - E
PC

E = Estoque
PC = Passivo Circulante

É a capacidade de pagamento das dívidas, na hipótese extrema de a empresa não


conseguir vender nada do seu estoque.

Interpretação: Quanto Maior, Melhor.


..........................................................................................
.................................................................

3.1.15 Análise, Determinação e Interpretação dos Quocientes de Atividade.


41

Considerações Gerais

Segundo Matarazzo (1998) podem-se identificar como índices que representam a


velocidade com que elementos patrimoniais de relevo se renovam durante determinado
período de tempo.
Em outras palavras, pode se afirmar que são os dias que a empresa demora, em média,
para receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar o seu estoque.
Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e de
renovação de estoque, MELHOR.
Por outro lado, quanto maior for o prazo para pagamento das compras, MELHOR.
Os índices de atividade tem por objetivo:
 Conhecer o ciclo operacional da empresa;
 Conhecer o período de rotação da empresa, de recebimento, de vendas e de pagamento
de compras.
O prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) com o prazo médio de renovação
de estoques (PMRE), aproximam-se bastante do ciclo operacional da empresa, pois mede-se,
em média, quantos dias os estoques levam para serem vendidos, e somamos ao prazo de
recebimento das vendas.

3.1.15.a Ciclo operacional

Para que a análise dos prazos médios seja útil, é preciso analisar conjuntamente o
Prazo Médio de Renovação dos Estoques (PMRE), Prazo Médio de Recebimento de Vendas
(PMRV) e Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC) (MATARAZZO, 1998).
Numa empresa comercial o PMRE representa o tempo médio de estocagem de
mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e estocagem. O PMRV expressa o
tempo decorrido entre a venda e o recebimento. O somatório dos PMRE + PMRV representa o
que se chama Ciclo Operacional, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento
da venda da mercadoria. O Ciclo Operacional mostra o prazo de investimento.
Paralelamente ao Ciclo Operacional, ocorre o financiamento concedido pelos
fornecedores, a partir do momento da compra. O resultado do PMRE + PMRV - PMPC
42
denominamos de Ciclo Financeiro, que representa o tempo decorrido entre o momento em
que a empresa paga os seus fornecedores e o momento em que ela recebe de seus clientes.

Apresenta-se abaixo, graficamente, os ciclos operacionais negativo e positivo:

Recebimento de Pagto a
Compra Venda clientes fornecedores

tempo

Ciclo Operacional
...................................................................................

Ciclo Financeiro
.......................................

Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro Negativo


Fonte: Matarazzo, 1998, p.324

Pagto a Recebimento de
Compra fornecedores Venda clientes

tempo
Ciclo Operacional
.........................................................................................................................….......…….

Ciclo Financeiro
.....................................................................................……....

Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro Positivo


Fonte: Matarazzo, 1998, p.325
.........................................................

MODELO
43

3.1.16 Índices de Atividade

Podem-se identificar como índices que representam a velocidade com que elementos
patrimoniais de relevo se renovam durante determinado período de tempo.
Em outras palavras, nota-se que são os dias que a empresa demora, em média, para
receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar o seu estoque.
Para fins de analise, quanto maior foi a velocidade de recebimento de vendas e de
renovação de estoque, melhor.
Por outro lado, quanto maior for o prazo para pagamento das compras, melhor.
Os índices de atividade tem por objetivo:
 Conhecer o ciclo operacional da empresa;
 Conhecer o período de rotação da empresa, de recebimento de vendas e de pagamento
de compras.

O prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) com o prazo médio de renovação


de estoques (PMRE), aproxima-se bastante do ciclo operacional da empresa, pois mede-se,
em média, quantos dias os estoques levam para serem vendidos, e soma-se ao prazo de
recebimento das vendas.

3.1.16.a Índice de crédito de vendas e prazo médio de recebimento


.........................................................................
................................................

MODELO
44

3.2 Atividades desenvolvidas

3.2.1 Análises Das Demonstrações Contábeis

As análises foram realizadas utilizando-se do Balanço Patrimonial (Anexo 1) e na


Demonstração de Resultado do Exercício (Anexo 2) da livraria Ética Ltda. (cliente do
escritório onde foi realizado o estágio), tomando como base os exercícios de 2001 e 2002.
Os Resultados apresentados, considerando os índices referenciados no Capítulo 3.1,
foram os seguintes:

3.2.1.1 Análise Horizontal e Análise Vertical

3.2.1.1.a Análise Horizontal e Vertical do Balanço Patrimonial (Anexo 2)

Na análise horizontal quanto na vertical nota-se que não houve mudanças


significativas, apenas um aumento nas disponibilidades de 71,6 %, que não deve ser
interpretado como de grande importância, pois as disponibilidades dessa empresa passaram de
R$ 1.251,00 para R$2.147,00, portanto não apresentando variação significativa em relação ao
total do ativo.

3.2.1.1.b Análise Horizontal e Análise Vertical da DRE (Anexo 1)

Pode-se notar claramente que a empresa mesmo tendo um aumento dos seus custos de
mercadoria vendida, conseguiu diminuir suas despesas operacionais em 10,3%, aumentando
seu Resultado Operacional em 27,6%.
Na análise vertical nota-se que os itens em que a porcentagem, isto é, participação é
significativa são o CMV e as Despesas Operacionais
45

3.2.2 Análise Através de Índices

3.2.2.1 Índices de Estrutura de Capital (Anexos 3 e 4)

3.2.2.1.a Participação de Capitais de Terceiros

A empresa está trabalhando, em sua maioria, com capital de terceiros do que com
capital próprio e esse índice aumenta de 2001 para 2002 o que é uma evolução negativa, ou
seja, houve um aumento da dívida de 1,32 para 1,45 respectivamente.

3.2.2.1.b Composição do Endividamento

45% das dívidas da empresa eram a curto prazo em 2002 contra 42% em 2001, houve
um aumento de obrigações a curto prazo, mas não é um aumento significativo, pois a empresa
ainda permanece trabalhando com obrigações a longo prazo, o que é favorável.

3.2.2.1.c Imobilização do Patrimônio Líquido

A empresa tem 1,08 de imobilização do PL em 2002 contra 1,01 em 2001. A primeira


vista este índice está muito alto, mas essa empresa possui máquinas para edição o que faz o
seu permanente ser maior que o PL.
Esse é um índice que deve ser avaliado usando de base o tipo de negócio da empresa,
isto é, em que área a empresa atua.

3.2.2.1.d Imobilização dos Recursos Não Correntes

Respectivamente, foram destinados em 2001 e 2002, 60% e 57% dos recursos não
correntes no ativo permanente, lembrando que quanto menor este índice, melhor para
empresa.
46

3.2.2.2 Índices de Liquidez (Anexos 3 e 5)

3.2.2.2.a Liquidez Geral

Esse índice se encontrava em 1,00 para 1,00 em 2001. A liquidez geral nesse exercício
se encontra baixa e diminui em 2002 passando a 0,95 de A.C. + RELP para cada 1,00 da
dívida total. Esse, como todos os índices de liquidez não devem ser analisados isoladamente.
Nesse caso temos que levar em consideração o financiamento contraído que foi aplicado no
Imobilizado, o que reduz a LG, aumenta o ativo realizável a longo prazo, mas não aumenta o
Ativo Circulante e o Realizável a Longo Prazo.

3.2.2.2.b Liquidez Corrente

Para cada 1,00 de dívidas a curto prazo a empresa tem, respectivamente em 2001 e
2002, 2,18 e 1,87.
A liquidez corrente está evoluindo negativamente, mas ainda se encontra alta. Os
índices de LC acima de 1,00 normalmente são considerados bons. Há um outro aspecto, a
maior parte do circulante é formada pelo estoque, o que faz esse índice deficiente quando
analisado isoladamente, para a Livraria Ética, que trabalha com estoque esse índice é levado
em consideração, pois relata a realidade da empresa.

3.2.2.2.c Liquidez Seca

A liquidez seca apresenta-se baixa nos dois exercícios, 2001 em 0,39 e 2002 em 0,38.
Isso significa que a empresa não tem muitos valores de rápida conversibilidade, então só
conseguiria pagar menos da metade das suas dívidas no caso duma paralisação de vendas ou
se seu estoque fosse obsoleto.
Para uma empresa como essa que trabalha com estoque alto, as vendas, na sua maioria
à vista, e que normalmente tem o cuidado de não estocar materiais com alto índice de
obsolescência, esse índice torna-se inexpressivo.
47

3.2.2.3 Índices de Rentabilidade (Anexos 3 e 6)

3.2.2.3.a Giro do Ativo

A empresa tem o giro do ativo, também conhecido como produtividade, alto o que é
bom, em 2001 ele alcança 3,38, crescendo ainda mais em 2002, aonde chega a 3,44. Isto quer
dizer que a empresa vendeu (girou), em média, 3 vezes o seu ativo.

3.2.2.3.b Margem Líquida

A empresa obtém de lucro (para os proprietários), para cada R$1,00 vendido, em 2002,
0,08 e em 2001, 0,06. Houve um aumento de 25% na lucratividade de um ano para o outro.

3.2.2.3.c Rentabilidade do Ativo (Taxa de Retorno sobre Investimentos)

Para cada R$ 1,00 empregado na empresa há o resultado líquido de 0,21 em 2001


passando a 0,29 em 2002, houve um crescimento de 25% do resultado líquido comparando os
exercícios de 2002 e 2001. Há em média uma demora de 4 anos para que a empresa obtenha
de volta seus investimentos ( payback da empresa ). Este é um índice que evidencia o poder
de ganho da empresa.

3.2.2.3.d Rentabilidade do Patrim. Líquido (Taxa de Retorno sobre o PL)

Para cada R$ 1,00 empregado na empresa há um poder de ganho pelos proprietários


em 2001 de 0,50 e em 2002 de 0,69. Esse índice mostra que a empresa recupera seus
investimentos, isto é, o Payback dos proprietários é, em média, de 1 ano e 7 meses
............................................................................
..............

MODELO
3.2.2.4 Índices de Prazos Médios (Anexo 10)
48

3.2.2.4.a Prazo Médio de Recebimento de Vendas

Em 2001 a empresa recebia suas vendas em 8,77 dias e em 2002 passa a receber em
8,38 dias. Houve uma redução não muito significativa e no resultado do PMRV que se
encontra baixo, isto é, leva pouco mais de uma semana para receber suas vendas o que é
satisfatório.

3.2.2.4.b Prazo Médio de Pagamento de Compras

O pagamento das suas compras só ocorre respectivamente, em 2001 e 2002, em 21,72


e 26,97 dias. Também é favorável quando comparado ao PMRV. Em média a empresa demora
3 vezes mais o tempo que paga suas compras para receber as vendas.

3.2.2.4.c Prazo Médio de Renovação de Estoque

O PMRE é de 75,80 dias em 2001 e de 66,03 dias em 2002, houve uma queda
favorável, isto é, a empresa vendia seu estoque em 2001 em 75,80 dias e cai para 66 dias em
2002. A diminuição de 9 dias é significativa para a empresa, pois quanto menor esse índice
mais rápido é o giro de estoque, conseqüentemente aumenta a agilidade da empresa e diminui
o gasto com o ativo.

3.2.3 Relatório da Análise

Como se pode observar, ao longo da análise realizada através dos demonstrativos


contábeis da empresa Livraria Ética Ltda., cliente do escritório onde o estágio foi realizado, a
empresa apresenta uma relativa estabilidade econômico-financeira. No período analisado, a
empresa apresentou um grau de endividamento crescente, demonstrando uma maior estrutura
de risco nos investimentos da empresa. Tal risco se deu, também, pela extensão da estrutura
de produção fixa da empresa, uma vez que esta adquiriu ativos imobilizados ao longo do
período, fato este que contribuiu para uma maior rentabilidade e produtividade da empresa,
49
bem como expandiu sua capacidade de geração de lucros através de seu ativo imobilizado,
elevando o grau de alavancagem da empresa, tanto financeira quanto operacionalmente.
Por outro lado, a empresa apresentou uma queda de seus índices de liquidez,
principalmente em sua liquidez imediata, liquidez seca e liquidez corrente. A queda desses
indicadores revela, primeiramente, uma queda das disponibilidades da empresa, o que pode
ser constatado pela diminuição percentual de seu ativo disponível (caixa e aplicações
financeiras em bancos).
Em segundo plano, porém não menos importante, podemos observar que a empresa
elevou seu ativo imobilizado, o que contribuiu para a diminuição do ativo circulante
(disponibilidades de curto prazo). Assim, podemos ver que a empresa passa a operar com
horizontes de prazos mais longos, visando, talvez, lucros crescentes, dada a expansão da
estrutura operacional da mesma.
A aquisição de ativos imobilizados, como foi citado, elevou o risco produtivo da
empresa. Isso pode ser verificado pela comparação entre a necessidade de investimento em
giro e o capital circulando líquido nos anos analisados.
Os índices de endividamento, por sua vez, apresentaram uma sensível melhora de
2001 para 2002, contudo, blá, blá, blá ....
...............................................................................
Fica claro, assim, a importância da análise dos indicadores utilizados para todos os
tipos de usuários que, de uma maneira ou de outra, estão interessados na atividade da
empresa, seja como uma alternativa de investimento ou de realização de negócios. Logo,
usuários externos, como fornecedores, compradores, investidores, entre outros, também
encontrarão utilidade nas análises contábeis, dadas as suas necessidades de decisão; suas
particulares decisões definirão, de modo seletivo, quais indicadores e análises a serem
utilizados.

MODELO
4 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
50

4.1 Conclusões

Ao término do estágio chego à conclusão de que ele foi de grande valia para o meu
aprendizado. Foi importante tanto para o crescimento profissional quanto pessoal, pois tive a
oportunidade de conhecer e me relacionar com pessoas que trabalham na área Contábil, área
esta, que será o meu futuro ambiente de trabalho.
Tive a oportunidade também de vivenciar, na prática, as teorias apreendidas na sala de
aula, e isso é de suma importância para a consolidação do aprendizado, principalmente em se
tratando de Informações Contábeis de natureza Gerencial... Bla, blá, blá.....
............................................................................

4.2. Sugestões à empresa

Sugiro a Access Auditoria e Perícias Ltda, que implante um sistema de gestão


integrado com uma extranet ligando os seus principais clientes, onde blá, blá, blá.....
Foi também sugerido à empresa, durante o período desse estágio, que fosse substituído
o procedimento de remessa da documentação da empresa para o escritório, blá, blá, blá....
.....................................................................

4.3 Sugestões a FACECA

Na minha opinião, creio que a Faculdade deveria criar um horário para simulações de
estágio onde os alunos pudessem apresentar prévias do relatório de estágio, blá, blá, blá...
Dessa forma, blá, blá, blá....
É importante também intensificar as aulas práticas onde rotinas trabalhistas e
previdenciárias para que possam ser assimiladas blá, blá, blá....
As orientações aos estagiários também poderiam blá, blá, blá....
A Biblioteca, por sua vez, poderia blá, blá, blá .........................................................

MODELO
51

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
BLATT, Adriano. Análise de Balanços. São Paulo: Makron Books, 2001.
BRASIL. Lei 6.404/76 – Lei das S.A. Disponível em: <www.planalto.com.br>. Acesso em:
02 jan. 2005.
IUDICIBUS, Sérgio et al. Contabilidade introdutória. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis. São Paulo : Atlas, 2001.
MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 5
ed. São Paulo : Atlas, 1998.
PADOVEZE, Clóvis Luiz. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistemas de informação
contábil. 3. ed. São Paulo : Atlas, 2000
PRESENTE, Mário. Manual de estrutura e análise de balanços. PUC-Campinas/FACECA,
Campinas, 2000.

SANTI FILHO, A.; OLINQUEVITCH, J. L. Análise de balanços para controle gerencial.


São Paulo: Atlas, 1992.

MODELO
6 ANEXOS
52

Anexo 1 – Balanço Patrimonial – Análise Vertical e Horizontal

LIVRARIA ÉTICA LTDA.


31.12.2002
BALANÇO PATRIMONIAL 2002 AH AV 2001 AH AV

ATIVO R$ 105.200,00 101,2 100,00% R$ 103.933,00 100 100,00%


Ativo Circulante R$ 52.471,00 97,4 49,88% R$ 53.898,00 100 51,86%
Disponibilidades R$ 2.147,00 171,6 4,09% R$ 1.251,00 100 1,20%
Caixa, Bancos Aplicações D.I. R$ 2.147,00 171,6 2,04% R$ 1.251,00 100 1,20%
Créditos R$ 8.379,00 99,3 7,96% R$ 8.440,00 100 8,12%
Duplicatas a Receber R$ 8.379,00 99,3 7,96% R$ 8.440,00 100 8,12%
Estoques R$ 41.945,00 94,9 39,87% R$ 44.207,00 100 42,53%
Mercadorias R$ 39.412,00 96,0 37,46% R$ 41.075,00 100 39,52%
Outros R$ 2.533,00 80,9 2,41% R$ 3.132,00 100 3,01%
Ativo Realizável a Longo Prazo R$ 6.418,00 127,1 6,10% R$ 5.049,00 100 4,86%
Créditos Diversos R$ 6.418,00 127,1 6,10% R$ 5.049,00 100 4,86%
Valores a Receber L.P. R$ 6.418,00 127,1 6,10% R$ 5.049,00 100 4,86%
Ativo Permanente R$ 46.311,00 102,9 44,02% R$ 44.986,00 100 43,28%
Investimentos R$ 280,00 100,0 0,27% R$ 280,00 100 0,27%
Participações em Coligadas R$ 280,00 100,0 0,27% R$ 280,00 100 0,27%
Ações Telebrás R$ 280,00 100,0 0,27% R$ 280,00 100 0,27%
Imobilizado R$ 31.386,00 106,6 29,83% R$ 29.430,00 100 28,32%
Bens de Uso R$ 31.386,00 106,6 29,83% R$ 29.430,00 100 28,32%
Diferido R$ 14.645,00 95,9 13,92% R$ 15.276,00 100 14,70%
Despesas Pré-Operacionais R$ 14.645,00 95,9 13,92% R$ 15.276,00 100 14,70%

PASSIVO R$ 105.200,00 101,2 100,00% R$ 103.933,00 100 100,00%


Passivo Circulante R$ 28.021,00 113,6 26,64% R$ 24.675,00 100 23,74%
Empréstimos e Financiamentos R$ 7.200,00 100,9 6,84% R$ 7.137,00 100 6,87%
Fornecedores R$ 16.826,00 129,1 15,99% R$ 13.032,00 100 12,54%
Impostos, Taxas e Contribuições R$ 813,00 96,8 0,77% R$ 840,00 100 0,81%
Contas a Pagar R$ 3.182,00 86,8 3,02% R$ 3.666,00 100 3,53%
Passivo Exigível a Longo Prazo R$ 34.180,00 98,9 32,49% R$ 34.552,00 100 33,24%
Empréstimos e Financiamentos L.P. R$ 34.180,00 98,9 32,49% R$ 34.552,00 100 33,24%
Patrimônio Líquido R$ 42.999,00 96,2 40,87% R$ 44.706,00 100 43,01%
Capital Social Realizado R$ 36.163,00 100,0 34,38% R$ 36.163,00 100 34,79%
Reservas R$ 4.801,00 100,0 4,56% R$ 4.801,00 100 4,62%
Lucros ou Prej. Acumulados R$ 2.035,00 0,0 1,93% R$ 3.742,00 100 3,60%

MODELO
Anexo 2 – DRE e Análise Vertical e Horizontal
53

LIVRARIA ÉTICA LTDA.


31/12/2002

D.R.E. 2002 AH AV 2001 AH AV

Receita Líquida de Vendas de


Mercadorias R$ 36.154,00 102,9 100,00% R$ 35.139,00 100 100,00%
Custo das Mercadorias Vendidas R$ (22.684,00) 105,6 -62,74% R$ (21.490,00) 100 -61,12%
Resultado Bruto R$ 13.470,00 98,7 37,26% R$ 13.649,00 100 38,82%
Despesas/Receitas Operacionais R$ (9.334,00) 89,7 -25,82% R$ (10.407,00) 100 -29,60%
Com Vendas R$ (4.137,00) 108,5 -11,44% R$ (3.812,00) 100 -10,84%
Administrativas R$ (4.401,00) 96,2 -12,17% R$ (4.575,00) 100 -13,01%
Resultado Financeiro Líquido R$ (796,00) 39,4 -2,20% R$ (2.020,00) 100 -5,75%
Resultado Operacional R$ 4.136,00 127,6 11,44% R$ 3.242,00 100 9,22%
Resultado Não Operacional R$ 46,00 230,0 0,13% R$ 20,00 100 0,06%
Result Antes do IR/CSL R$ 4.182,00 128,2 11,57% R$ 3.262,00 100 9,28%
Provisão para I.R. e Contrib. Social R$ (1.145,00) 107,3 -3,17% R$ (1.067,00) 100 -3,03%
Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício R$ 3.037,00 138,4 8,40% R$ 2.195,00 100 6,24%

MODELO
Anexo 3: Análise através de Índices
54

Análise Através de Índices

Estrutura de Capital dez/02 dez/01


144
Participação de Capitais de Terceiros ,66 132,48
45
Composição do Endividamento ,05 41,66
107
Imobilização do Patrimônio Líquido ,70 100,63
60
Imobilização dos Recursos Não Correntes ,00 56,76

Liquidez dez/02 dez/01


0
Liquidez Geral ,95 1,00
0
Liquidez Corrente ,21 0,15
0
Liquidez Seca ,14 0,11

Rentabilidade dez/02 dez/01


0
Giro do Ativo ,34 0,34
8
Margem Líquida ,40 6,25
2
Rentabilidade do Ativo ,89 2,11
6
Rentabilidade do PL ,93 9,82

MODELO
55

Anexo 4 – Índices de Estrutura de Capital

MODELO
56

Anexo 5 – Índices de Liquidez

MODELO
57

Anexo 6 – Índices de Rentabilidade

MODELO
58

Anexo 7 – Análise Vertical da DRE

MODELO

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