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DO PARANÁ
APOSTILA DE CONTROLE I
Lista de Tabelas x
6 Diagramas de Bode 43
6.0.7 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
iv
7 Projeto por BODE 51
7.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
7.2 Projeto por BODE utilizando o compensador atraso de fase (lag) . . . . . 51
7.3 Projeto por BODE utilizando o compensador avanço de fase (lead) . . . . 53
7.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
8 Linearização 57
8.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
8.2 Aproximação linear de modelos não lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
8.2.1 Para duas variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
8.3 Exemplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
8.4 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
9 Diagramas de Nyquist 61
9.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
9.2 Qual o objetivo do método de Nyquist? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
9.3 No que se baseia o critério de Nyquist? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
9.4 Princı́pio do argumento ou teorema de Cauchy . . . . . . . . . . . . . . . . 64
9.5 Critério de estabilidade de Nyquist . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
9.6 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
9.7 Definições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
I Apêndice 85
vi
Lista de Figuras
ix
x
Lista de Tabelas
xi
xii
Capı́tulo 1
1.1 Introdução
Controle é o ato de exercer comando sobre uma variável de um sistema para que
esta variável siga um determinado valor, chamado valor de referência. Um sistema
projetado para seguir um valor de referência que se altera continuamente é chamado servo
ou controle de rastreamento. Um sistema projetado para manter uma saı́da em um valor
fixado, independente de perturbações que possam ocorrer, é chamado um regulador ou
um controle de regulação.
Na figura 1.1 é mostrado como é realizado o controle de temperatura de um ambiente de
forma manual. Um operador fica continuamente verificando a temperatura do ambiente,
através de um medidor, e ajusta a tensão aplicada no aquecedor elétrico, para aumentar
ou diminuir a potência aplicada à resistência elétrica do aquecedor e com isto aumentar
ou diminuir a temperatura do ambiente.
1.2 Definições
D(s)
+
R(s)- +
? Y(s)
C(s) - -
uma relação prescrita entre a saı́da e alguma entrada de referência comparando-as e uti-
lizando a diferença como um meio de controle.
Um sistema em malha fechada é representado pelo diagrama de blocos da figura 3.1.
O bloco G(s) representa a planta ou processo a ser controlado. O bloco H(s) representa o
transdutor que fará a leitura da saı́da do sistema. O bloco C(s) representa o compensador
ou controlador, acrescentado para alterar alguma caracterı́stica do sistema em malha
fechada.
D(s)
R(s) +
?
Y(s) -
- - K C(s) - + - G(s)
–6
H(s)
Exercı́cios:
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 4
Vantagens:
Desvantagem:
1.4 Estabilidade
Um sistema de controle será útil apenas se for estável. Deve-se então buscar alguma
forma de estudar a estabilidade de um sistema de controle. Conhecer um sistema é
conhecer cada um dos elementos que compõe o sistema de controle. Uma maneira de se
obter isto é através do estudo das relações dinâmicas que definem o comportamento de
cada elemento. Para isto é necessário fazer o modelamento matemático de cada elemento.
O modelo matemático de um sistema dinâmico é definido como um conjunto de
equações que representam a dinâmica do sistema precisamente, ou pelo menos, sensivel-
mente bem.
A dinâmica de um sistema, seja elétrico, mecânico, térmico, econômico, biológico, pode
ser descrita em termos de Equações diferenciais.
Estas equações podem ser obtidas utilizando-se as leis fı́sicas que governam um sistema
particular, por exemplo: leis de Newton para sistemas mecânicos, leis de Kirchoff para
sistemas elétricos, etc.
A resposta de um sistema dinâmico a uma determinada entrada pode ser obtida se as
equações diferenciais envolvidas forem resolvidas.
P dv
F = ma e a = dt
Massa (M) – armazena energia cinética (é um elemento análogo à indutância). Uni-
dade [Kg]
Mola linear (k)– armazena energia potencial (é um elemento análogo ao capacitor).
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 7
H
H
H
y
?
f (t) ?
y -
- f (t)
ky
6
H y0 M
H
H
H y0 ?
H
H
P = Mg
? H ?
y(t)
M ?
Mg=ky
M
Equilı́brio estático
kx1 M ẍ1
66
y0 M
H
H ? ??
y f Mg
Ponto de equilı́brio
H
?
x estático
H
x1
? ?
M
f ?
? P = Mg
A força da gravidade age da mesma forma em qualquer ponto, por isto acaba sendo
simplificada.
Por esta razão, sempre os sistema mecânicos serão equacionados em relação à posição
de equilı́brio estático.
Capı́tulo 2
2.1 Introdução
Nesta apostila serão estudadas as respostas transitórias de sistemas de primeira e
segunda ordem, analisadas no domı́nio do tempo.
No estudo dos sistemas de controle, as equações diferenciais lineares de primeira ordem
e segunda ordem são muito importantes, porque os sistemas de ordem mais elevadas podem
ser aproximados para estes tipos de sistemas.
1
c(t)
0.5
0
0 1 2 3 4 5
t
Já foi visto que a resposta de um sistema de primeira ordem a uma entrada degrau é
dada por:
t
c(t) = 1 − e− τ
O valor de t que torna o expoente de e igual a −1 é definido como uma Constante
de tempo.
−t
Assim: τ
= −1 então t = τ . Assim τ =constante de tempo.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 11
100
Exemplo: Considerando a função de transferência G(s) = s+20
:
a) Calcule o valor do pólo: o pólo é o valor de s que faz a função tender ao infinito,
então pólo=s=-20 rad/s.
1
b) Calcule a constante de tempo: pela definição, constante de tempo = τ = 20
= 0, 05s
c) Calcule o valor final da saı́da, aplicando o Teorema do Valor final:
100 1
f (∞) = lim f (t) = lim sF (s) = lim s =5
t→∞ s→0 s→0 s + 20 s
d) Calcule o valor final de saı́da, pela resposta no tempo: separando em frações parciais,
obtém-se:
100 1 A B 5 5
C(s) = s+20 s
= s
+ s+20
= s
− s+20
0.5
0
0 10 20 30 40 50
t
1 Asen(ωd t + φ)
e(−σt)
0.5
c(t)
−0.5
0 20 40 60 80 100 120
t
2.5.1 Exemplo
R(s)-+ iE(s)- 2
ωn C(s)
-
s(s+2ξωn )
- 6
2.7 Resumo
ts2% ∼
= 4
σ
ts5% ∼
= 3
σ
Quando um sistema dinâmico é sujeito a forças externas na sua entrada, a saı́da re-
sultante pode ser separada em duas partes: a resposta natural yn (t) e a resposta forçada
yf (t).
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 17
A resposta natural é definida como a parte da resposta completa que consiste dos
modos naturais do sistema. A resposta forçada consiste de termos adicionais modais que
são definidos pela entrada u(t).
2.11 Exercı́cios
9
- s2 +2s+9 -
2 s+ω 2
αωn
G(s) = n
s2 +2ξωn s+ωn2
Controle 1
Prof. Paulo Roberto Brero de Campos
3.1 Introdução
No mundo real devido ao atrito e outras imperfeições e também devido às carac-
terı́sticas do próprio sistema, a resposta regime permanente raramente segue a referência
com exatidão. Assim, erro em regime em alguns sistemas reais é inevitável. No projeto de
um sistema de controle, um dos objetivos é manter o erro em regime em um valor mı́nimo,
ou abaixo de um valor tolerável, e ao mesmo tempo a resposta transitória deve satisfazer
um conjunto de especificações.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 20
3.2 Definições
Dado um sistema em malha fechada, com realimentação unitária, representado pelo
diagrama de blocos da figura 3.1. O bloco G(s) representa a planta ou processo a ser
controlado.
3.5 Exercı́cios
a) calcule o erro em regime permanente, em malha fechada, sendo dada a função em
malha aberta G(s)=1/(s+1). Na entrada é aplicado um degrau unitário.
b) calcule o erro em regime permanente, em malha fechada, sendo dada a função em
malha aberta G(s)=10/(s+1). Na entrada é aplicado um degrau unitário.
Kp = lim G(s)
s→0
3.9 Exercı́cios
Para um sistema em malha fechada com realimentação unitária, sendo G(s) a função
de transferência em malha aberta:
1) Considere G(s) = 10/(s + 10). Calcule o erro em regime para as entradas padrões
(degrau, rampa e parábola). Qual o tipo do sistema?
2) Considere G(s) = 10/(s(s+10)). Calcule o erro em regime para as entradas padrões
(degrau, rampa e parábola). Qual o tipo do sistema?
3) Considere G(s) = 10/(s2 (s + 10)). Calcule o erro em regime para as entradas
padrões (degrau, rampa e parábola). Qual o tipo do sistema?
4) Explique por que o uso de um integrador, gerando um sistema tipo 1, faz com que
o erro em regime para uma função degrau seja zero.
5) Calcule o ganho estático das funções: a) G(s) = 1/(s2 (s + 10)); b) G(s) = 100/((s +
30)(s + 10)).
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 24
Capı́tulo 4
4.0.1 Introdução
Neste capı́tulo serão vistos os conceitos básicos sobre o lugar geométrico das raı́zes e
como obtê-lo graficamente.
LUGAR DAS RAÍZES
INTRODUÇÃO
O método do Lugar das Raízes é uma forma de se representar graficamente a
localização dos pólos do sistema em malha fechada, quando se altera o valor de um
parâmetro específico, normalmente o ganho.
O método foi introduzido por W. R. Evans, em 1948, e tem sido utilizado
largamente no projeto da Engenharia de Controle e Automação.
Originalmente, era uma técnica utilizada para determinar o valor numérico dos
pólos de um sistema em malha fechada, necessitando-se assim efetuar a construção
gráfica da forma mais exata possível.
Atualmente, é possível obter os pólos do sistema em malha fechada e desenhar o
LGR usando métodos computacionais. Apesar disso, o método do lugar das raízes
continua sendo um método de grande utilidade no projeto de sistemas de controle por
permitir ao projetista definir adequadamente a estrutura do controlador apropriado a
cada sistema.
Este método permite obter graficamente todas as soluções possíveis para a
equação característica (1 + KGH=0) quando K varia de zero a infinito. Ele fornece o lugar
geométrico de todos os pólos do sistema em malha fechada para variações de K de zero
ao infinito.
R(s) + C(s)
G(s)
H(s)
Então:
1 + K. (s+2) = 0
s.(s+1) (s+3).(s+4)
j
-4 -3 -2 -1
x x o x x
j
-4 -3 -2 -1
x x o x x
Exemplo: Para o exemplo anterior n-m = 3. Então os ângulos das assíntotas são:
= 180(2N +1)
3
Então, os ângulos serão: +180, +60, -60 e interceptam o ponto dado por:
= ( 0 - 1 - 3 - 4) -(-2) = -2
3
j
180o +60o
x x o x x
o
-60
Então:
B(s) = s+2
A(s) = s.(s+1).(s+3).(s+4) = s4 + 8s3+ 19s2 + 12s
1 + K. (j+2) = 0
j.( j+1) (j+3).( j+4)
j
j=2,57 (k=41)
2,57
|A|
|B| |C| |D| |E|
REGRA 9
ÂNGULOS DE PARTIDA E CHEGADA (pólos e zeros complexos)
p = 1800 + arg(GH)'
onde: arg(GH)' é ângulo de fase de GH, calculado no pólo complexo, mas
ignorando a contribuição daquele pólo particular.
Exemplo:
K (s+2)
GH =
(s + 1 + j)(s+ 1 - j)
1350 j
-1
O ângulo de chegada do lugar das raízes de um zero complexo é dado por:
c = 1800 - arg(GH)'
onde: arg (GH)' é o ângulo de fase de GH, no zero complexo, ignorando o efeito
daquele zero.
Exemplo:
k.(s+ j)(s-j)
GH =
s(s+1)
O ângulo de chegada do lugar das raízes para o zero complexo em s=j é c = 180
-(-45) = 225o
j
225o
-1
REGRA 10
MARGEM DE GANHO E MARGEM DE FASE, A PARTIR DO LUGAR DAS RAÍZES
A margem de ganho é o fator pelo qual GH pode ser multiplicado, antes que o
sistema de malha fechada se torne instável.
Valor de K no cruzamento do eixo imaginário
Margem de ganho =
Valor atual de K
Se o lugar das raízes não cruza o eixo j, a margem de ganho é infinita.
Para a margem de fase é necessário encontrar o ponto j1, sobre o eixo j, para o
qual |GH(j1)| =1, para o valor atual de k, isto é:
K N(j) =1
| Gh(j) | =1 D(j) K= D(j1)
N(j1)
K
GH =
(s + p1)(s+p2)
linha de cte j
= cos-1
O fator de ganho do ponto de interseção da reta com o lugar das raízes é o valor
requerido de k
k para especificado
j
Exercícios
1.a) Desenhe o lugar das raízes para o sistema abaixo. 1.b) Determine o ganho limite de
estabilidade.
2
(s+ 10) ( s - 1)(s + 2)
(s+ 6) (s - 5)(s + 8)
2. Para os sistemas abaixo: a) Desenhe o lugar das raízes. 2.b) Determine o ganho limite
aplicando o critério de módulo. 2.c) Determine o ganho limite analiticamente. 2.d) Mostre
que o critério de ângulo pode ser usado para determinar o lugar das raízes.
(s + 2) (s + 1)
s ( s +5)(s + 9)
Capı́tulo 5
5.1 Introdução
Neste apostila serão estudadas formas para se fazer o projeto de um sistema reali-
mentado, utilizando-se o Lugar Geométrico das Raı́zes, denotado LGR ou, simplesmente,
LR.
O método do lugar das raı́zes é uma forma gráfica de se obter as raı́zes da equação
caracterı́stica (que equivale aos pólos em malha fechada), quando K varia de 0 a infinito.
Y (s) KC(s)G(s)H(s)
F (s) = R(s)
= 1+KC(s)G(s)H(s)
R(s) + Y(s) -
- - K C(s) - G(s)
–6
H(s)
Estabilidade relativa
Estabilidade absoluta
KI
1. Compensador PID (proporcional integral derivativo): P ID = KP + s
+ Kd s ,
podendo-se trabalhar com os elementos também de forma isolada, como por exemplo:
KI
a) proporcional: KP ; b) proporcional + integral: KP + s
; c) proporcional +
KI
derivativo: KP + Kd s; d) integral: s
s+c
3. Compensador atraso de fase (Lag): é um filtro passa baixa. Lag = K s+d , sendo
que |d| < |c|. Isto é o pólo está mais próximo da origem, no semi plano esquerdo
• Se o compensador tiver um pólo e um zero afastados entre si, ele irá alterar o lugar
das raı́zes.
• Se o pólo e o zero estiverem muito próximos entre si, eles não alteram de forma
significativa o lugar das raı́zes: a) a contribuição em termos de ângulos do pólo e do
zero possuem sinais oposto e se anulam; b) os vetores do ponto em consideração ao
pólo e ao zero, possuem praticamente o mesmo valor e se cancelam.
Exemplo
Uma maneira de se fazer o projeto no lugar das raı́zes é inserir pólos e zeros para
alterar o lugar das raı́zes para que ele passe por um ponto desejado, de forma que os pólos
dominantes definam as caracterı́sticas do sistema.
1
Na figura 5.2, no ı́tem a, é mostrado o lugar das raı́zes para o sistema G(s) = s(s+1)(s+6)
sem compensação. Com o objetivo de tornar o sistema mais rápido, os pólos em malha
fechada devem ser posicionados o mais a esquerda possı́vel no semi-plano esquerdo s. Para
isto é colocado um zero em s = −1, 5 e o pólo em s = −30. Isto é mostrado no item b,
da figura 5.2.
Figura 5.2: Compensação atrair o lugar das raı́zes mais para a esquerda
s+ 1
A forma geral do compensador Lag é: C(s) = K T s+1
1 = K αT s+1 , com α > 1.
T
α s+ αT
No compensador atraso de fase o pólo está mais próximo da origem do que o zero,
|p| < |z|.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 39
Note que apesar do lugar das raı́zes não sofrer alteração, o ganho em regime (ganho
estático, que equivale ao ganho DC) é alterado. Por exemplo, supondo zero z = 0, 1 e pólo
s+0,1 0,1
p = 0, 01, tem-se aplicando o teorema do valor final Glag = K s+0,01 = K 0,01 = K10.
O sistema compensado teria um ganho 10 vezes maior que o sistema original.
Lembrando que Kp = lims→0 GH, ao acrescentar o compensador Kp = lims→0 CGH =
lims→0 K s+z
s+p
GH = k zp G(0)H(0). Note que o ganho estático compensado é aumentado pela
z
relação p
em relação ao sistema original.
Isto pode ser útil, quando se quer diminuir o erro em regime, pois aumentar o ganho
do sistema significa aumentar a constante de erro em regime permanente (erro estático).
OBS: Note que o par pólo-zero muito próximo da origem, pode afetar a resposta
transitória. Neste caso, uma das raı́zes em malha fechada estará próxima do zero do
compensador de atraso de fase. A resposta transitória correspondente a esta raiz terá um
termo que decairá lentamente, mas que terá uma magnitude pequena porque o zero quase
irá cancelar o pólo na função de transferência. Ainda assim, o decaimento será lento e
este termo poderá influenciar seriamente o tempo de estabilização. Além disto, o zero
não estará presente na resposta a um degrau do torque de perturbação e o transitório
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 40
lento será muito mais evidente nesta situação. Devido a este efeito é importante colocar
o pólo e o zero do compensador em freqüências o mais alto possı́vel, mas sem causar uma
alteração na localização das raı́zes dominantes.
No compensador avanço de fase o zero está mais próximo da origem do que o pólo,
|z| < |p|.
s+ 1
A forma geral do compensador Lead é: C(s) = K T s+1
1 = K αT s+1 , com α < 1.
T
α s+ αT
Diagramas de Bode
6.0.7 Introdução
Neste capı́tulo serão vistos os conceitos básicos sobre os diagramas de Bode e como
desenhá-los na sua forma assintótica.
DIAGRAMAS DE BODE
1. INTRODUÇÃO
Para que este sistema entre em oscilação, isto é fique instável, duas
condições devem ser satisfeitas: 1) O sinal de erro, aplicado em G(s) deve
retornar com uma amplitude maior ou igual à original. 2) O defasamento total do
circuito deve ser 0o ou 360o.
Note que o sinal negativo do somador significa um defasamento de 180 o.
Devido a isto temos que verificar se o defasamento de G(jw) poderá ser
180o (pois os outros 180o são devido ao sinal de menos do somador) ao mesmo
tempo em que o módulo de |G(jw)| será 1.
Para fazer a análise da variação da fase e do ganho serão utilizados os
diagramas de Bode.
Os diagramas de Bode, são compostos por dois diagramas: a) diagrama
de módulo em função da frequência e b) diagrama de fase em função da
frequência.
Para entender como se utilizam estes diagramas, podemos analisar a
figura abaixo
Diagrama de
módulo Margem de
ganho
0 dB
Figura 2
g
Diagrama de
fase
0º f
-180º
Margem
de fase
A margem de ganho é o fator pelo qual o ganho pode ser aumentado antes
que o sistema fique instável. A margem de ganho pode ser lida diretamente das
curvas de Bode, medindo a distância vertical entre a curva de módulo da função
GH(j) e a linha |GH(j) |=1, isto é, a linha de 0 db, na freqüência onde GH(j)
=180º.
A margem de fase é o numero de graus de GH(j) acima de -180º, na
freqüência de cruzamento de ganho, onde o módulo da função é igual a 1 (ou
seja, 0db). A margem de fase é definida como 180º mais o ângulo de fase da
função de transferência de malha aberta na freqüência cujo módulo tem o valor
unitário, isto é: Margem de fase = [180º + argGH(jg)], onde |GH(jg)|=1 e g é
chamada frequência de cruzamento de ganho.
As margens de ganho e de fase são medidas de estabilidade relativa.
Os diagramas de bode são desenhados utilizando-se a função de
transferência de malha aberta. Isto é uma vantagem, pois evita termos de calcular
a função de transferência em malha fechada. Desta forma será possível fazer a
análise do sistema em malha fechada, verificando apenas a função de
transferência em malha aberta.
Pelo diagrama da figura 1, o sinal realimentado é subtraído do sinal de
referência. Este sinal negativo, equivale a defasar o sinal em 180 o. Desta forma
para termos um defasamento de 360 o do sistema em malha fechada, e que
poderia tornar o sistema instável, resta verificar se a função G(s)H(s) irá causar
um defasamento de 180o (pois os outros 180o são causados pelo sinal de menos
do somador).
Através da figura 2 podemos ver que o diagrama de fase terá 180 o no
momento em que o módulo for menor que 0 dB (isto é ganho menor que 1). Isto
significa que o sistema é estável.
OBS: A variável complexa s é formada pela soma de um termo real com
um termo imaginário: s= + j. Para se fazer a análise da resposta em freqüência
deve ser imposta a condição: =0; desta forma tem-se s= j. Isto significa que
estamos analisando a resposta do sistema no eixo j, ou seja a resposta em
freqüência da função.
2. DEFINIÇÕES DE MF E MG
Margem de fase: é o atraso de fase adicional na frequência de cruzamento
do ganho, necessário para levar o sistema ao limiar da instabilidade.
A frequência de cruzamento de ganho é a frequência na qual o módulo
da função de transferencia em malha aberta é unitário, isto é |G(jg)|= 1.
A margem de fase é definida como 180º mais o ângulo de fase da função
de transferência de malha aberta, na freqüência cujo módulo tem o valor unitário:
MF = 180o + argGH(jg)
OBS 1: uma margem de ganho positiva (em dB) significa que o sistema é
estável. Do diagrama de módulo, o valor lido será positivo se for menor que 0db.
OBS 2 Uma margem de ganho negativa (em dB) significa que o sistema é
instável. Do diagrama de módulo, o valor lido será negativo se for maior que 0db.
OBS 3: a) Para um sistema de fase mínima estável, a margem de ganho
indica de quanto o ganho pode ser aumentado antes de o sistema se tornar
instável. b) Para um sistema instável, a margem de ganho indica de quanto o
ganho deve ser diminuído para tornar o sistema estável.
Para o eixo de frequências (eixo x), utiliza-se uma escala logarítma para
que seja possível verificar uma grande faixa de freqüências.
Para o diagrama de módulo, será utilizado 20log(módulo(função)). Isto
possibilitará somar ou subtrair todos os termos componentes do módulo. Se não
fosse utilizado esta forma, seria necessario multiplicar ou dividir os termos.
Os diagramas serão obtidos utilizando-se assíntotas.
Para KB < 0, o modulo não se altera, mas a fase terá a seguinte forma:
3.2 Termo pólo na origem
G(jw)=1/jw
Neste caso o
diagrama de módulo
tem uma inclinação
de –20 dB/década,
sendo que o ganho
vale 0dB para a
freqüência = 1.
Devido ao operador
complexo (j) no
denominador temos
um defasamento de
–90o .
Devido ao operador
complexo (j) no
numerador temos um
defasamento de
+ 90o .
3.4 Termo pólo em -p
A curva assintótica é
1 uma boa aproximação da curva
1 + j real.
A curva assintótica do
p módulo é desenhada fazendo
que o módulo seja 0dB até o
valor do pólo e tenha uma
inclinação de –20 dB/década a
partir do valor do pólo. O erro
máximo é de –3dB, em =p.
A curva assintótica da
fase é desenhada marcando-se
os pontos 0,2 vezes o pólo e 5,0
vezes o pólo. Abaixo de 0,2.polo
o
a fase vale 0 e acima de
5,0.pólo a fase vale –90o. No
ponto =p a fase vale – 45o. O
erro máximo será de 11,3o nos
pontos 0,2.polo e 5,0.pólo.
1 + j
p
1 + j2 2
-
n n
Os pólos
complexos aparecem
sempre em pares
conjugados:
(s + a + bj)(s+ a – bj)
O produto dessa
equação leva a uma
equação da forma:
s2 + xs + y, onde
x=2a e y=a2 + b2.
1 – j
p
Note que este termo significa um zero no semi-plano direito. Desta forma a
fase vai para -90º .
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 50
Capı́tulo 7
7.1 Introdução
de cruzamento de 180o .
A técnica para obter uma margem de fase desejada é a seguinte: supões-se que o ganho
estático (ganho DC) do compensador (a0 ) é determinado em função das especificações e
φm é a margem de fase desejada:
2. Escolha o zero do compensador como sendo: b = 0, 1ω1 , para assegurar que o atraso
de fase seja pequeno na frequência ω1 . Na verdade o compensador irá introduzir
aproximadamente 5o de atraso de fase, o que foi levando em conta no passo 1.
1−α
4. Determine o fator de atenuação α pelo uso da equação senφm = 1+α
. Determine
a freqüência em que o módulo do sistema não compensado (mas considerando o
ganho K), KG(jω1 ), é igual a −20log( √1α ). Selecione esta freqüência como a nova
1
freqüência de cruzamento do ganho. Esta freqüência corresponde a ω1 = T
√
α
eo
deslocamento de fase máximo φm ocorre nesta freqüência. Calcule T a partir desta
equação.
1
Pólo do compensador: ω = αT
6. Verifique a margem de ganho para se certificar se ela é satisfatória. Se não for, repetir
o processo do projeto modificando a localização do polo-zero do compensador até
que seja obtido um resultado satisfatório.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 54
7.4 Exercı́cios
Obs: do livro Engenharia de Controle Moderno, K. Ogata.
4
E1) Considere o sistema realimentado, cuja função de malha aberta é G(s) = s(s+2)
.
Projetar um compensador AVANÇO DE FASE para o sistema de modo que a constante
de erro estático de velocidade seja Kv = 20s−1 , a margem de fase seja pelo menos igual a
500 e a margem de ganho seja no mı́nimo igual 10dB.
E2) Considere o sistema realimentado, cuja função de transferência em malha aberta
1
é: G(s) = s(s+1)(0,5s+1)
. Projete um compensador atraso de fase de modo que a constante
de erro estático de velocidade seja Kv = 5s−1 , a margem de fase seja pelo menos 400 e a
margem de ganho seja no mı́nimo de 10dB.
Obs: do livro Sistemas de controle e retroaçao, Joseph Distefano et al.
E3) Projete um compensador Avanço de Fase para o sistema, cuja função de trans-
24
ferência de malha aberta é GH = s(s+2)(s+6)
e H = 1, para satisfazer as seguintes especi-
ficações de desempenho:
a) Quando a entrada for uma rampa estacionária com inclinação (velocidade) igual a
2π radianos por segundo, o erro estacionário em posição deve ser menor ou igual a π/10
radianos.
b) Margem de fase= 450 ± 50
c) Frequência de cruzamento de ganho ω1 ≥ 1 radianos por segundo.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 55
Linearização
8.1 Introdução
Muitos sistemas fı́sicos são descritos por equações diferenciais não lineares que são
representadas da seguinte forma:
Estes sistemas não podem ser analisados utilizando as ferramentas matemáticas estu-
dadas na disciplina de Controle 1, como, por exemplo, transformadas de Laplace, lugar
das raı́zes, diagramas de bode, etc.
Contudo algumas equações não-lineares podem ser aproximadas por equações lineares,
sob determinadas condições. Isto é feito representando a equação não-linear através da
série de Taylor.
df 1 d2 f
y = f (x) = f (x0 ) + (x − x0 ) + (x − x0 )2 + ..... (8.2)
dx (x=x0 ) 2! dx2 (x=x0 )
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 58
df d2 f
Cujas derivadas ,
dx dx2
, ..., são calculadas para x = x0 .
Se a variação (x − x0 ) for pequena, pode-se desprezar os termos de mais alta ordem.
Então a equação 2 pode ser escrita como:
df
y = f (x) = f (x0 ) + (x − x0 ) = y0 + k(x − x0 ) (8.3)
dx (x=x0 )
onde:
y0 = f (x0 )
df
k= dx
(x=x0 )
Então: y − y0 = k(x − x0 ), que pode ser escrito como: ∆y = k∆x
8.3 Exemplo
Linearize a função y = x2 , no ponto x0 = 2.
df
y = y(x0 ) + dx
(x − x0 )
(x=x0 )
2
y0 = x =4
(x0 =2)
dy
dx
= 2x =4
(x=2)
y = 4 + 4(x − 2) = 4 + 4∆x
y − 4 = 4∆x
∆y = 4∆x
Para testar a equação linearizada, verifique as variações em torno do ponto 2 compa-
rando os resultados para a equação original e a equação linearizada. ∆x = 0, 02, ∆x = 0, 2,
∆x = 1
8.4 Resumo
De forma geral:
ẋ = f (x, u)
∂f ∂f
f (x0 + ∆x, u0 + ∆u) = ∂x
∆x + ∂u
∆u
(x0 ,u0 ) (x0 ,u0 )
∂f ∂f
∆ẋ = ∂x
∆x + ∂u
∆u
(x0 ,u0 ) (x0 ,u0 )
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 60
Capı́tulo 9
Diagramas de Nyquist
9.1 Introdução
1. O percurso começa no ponto a e vai para o ponto b, no eixo s = jω. Isto é,
variação de jω = 0 até jω = ∞.
3. O percurso final vai do ponto d para o ponto e, no eixo s = jω. Isto é, variação
de jω = −∞ até jω = 0.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 62
Se houver alguma singularidade (pólo ou zero) no trajeto, ela deve ser evitada. Faz-se
um desvio contornando a singularidade com um raio tendendo a zero, como mostrado na
figura 9.3.
O percurso fechado no plano s resulta em um percurso fechado equivalente no plano
GH(s), isto é, o percurso no plano s é mapeado no plano GH(s).
na figura 9.4. Através desta trajetória no plano s, obtém-se a trajetória no plano F(s),
mostrado em (b) na figura 9.4. Note que o percurso F(s) engloba a origem dos eixos.
Dada uma função 1+GH(s), ao percorrer um contorno fechado no plano s, os
pólos/zeros externos a este contorno terão defasamento zero.
Os pólos zeros dentro do contorno terão defasamento 2π, como mostrado na figura 9.5.
9.6 Exemplos
1
Considere o sistema G(s) = s(s+1)
. O percurso a ser seguido no plano S é mostrado
na figura 9.3.
Inicia-se pelo caminho ab: faz-se s = jω para 0 < w < ∞. A função de transferência
pode ser escrita como:
1 1
GH(jω) = = √ 2 6 −900 − tan−1 ω (9.1)
jω(jω + 1) ω ω +1
Para os valores extremos, tem-se:
1 1
lim GH(ρejθ ) = lim = lim = ∞e−jθ = ∞6 −θ (9.3)
ρ→0 ρ→0 ρejθ (ρejθ+1 ) ρ→0 ρejθ
9.7 Definições
Na figura 9.10 são mostrados alguns mapeamentos dos contornos do plano s para o
s+1
plano F (s) = s−1
. Se o contorno no plano s envolve o pólo de F(s), há um envolvimento
da origem no plano F(s) no sentido anti-horário. Se o contorno no plano s envolve o zero
de F(s), há um envolvimento da origem do plano F(s) no sentido horário. Se o contorno
no plano s envolve tanto o zero como o pólo, ou se o contorno não envolve nem o zero
nem o pólo, então não há envolvimento da origem do plano F(s) pelo lugar geométrico de
F(s). No plano s, um ponto percorre um contorno no sentido horário.
10.1 Introdução
Neste capı́tulo será estudado um problema muito comum na indústria que consiste em
fazer o ajuste dos parâmetros, ou sintonia, do compensador PID.
Pode-se trabalhar com os elementos também de forma isolada, como por exemplo: a)
KI
proporcional: KP ; b) proporcional + integral: KP + s
; c) proporcional + derivativo:
KI
KP + Kd s; d) integral: s
.
Kp
e(t)dt + Kp Td de(t)
R
1. Paralelo Ideal: u(t) = Kp e(t) + Tr dt
;
1
e(t)dt + Td de(t)
R
2. Formato ISA: u(t) = Kp [e(t) + Tr dt
];
3. Realização prática, que além do termo derivativo inclui um filtro passa-baixa para
reduzir amplificação do ruı́do. Tn representa a constante de tempo do filtro: U (s) =
KI Kd s
(KP + s
+ 1+Tn s
)E(s);
KI
4. U (s) = (KP + s
+ Kd s)E(s);
I
5. U (s) = (P + s
+ Ds)E(s);
1
6. Formato série: U (s) = Kc [1 + Ti s
][1 + Td s)]E(s);
Na figura 10.4 é mostrado como é feita a identificação do sistema e qual tipo de curva
é obtida. L é o atraso de transporte (tempo morto) do processo, T é a constante de tempo
do processo e K é o ganho do processo em malha aberto, isto é K = Y (s)/U (s) = KE /U .
Se o sinal de entrada for um degrau unitário, U = 1 e K = KE .
Para um sistema em malha fechada, os valores dos ganhos integral e derivativo (Ki e
Kd ) são fixados em zero, e aumenta-se o ganho até o limite de estabilidade, a partir do
qual o sistema em malha fechada começa a oscilar.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 74
1 0,9 L
PI Kp (1 + Ti s
) KL 0,3
0
TG
1 1,2
P ID Kp (1 + Ti s
+ Td s) KL 2L 0, 5L
TG
P Kp 0, 5Kcr máximo 0
1 Pcr
PI Kp (1 + Ti s
) 0, 45Kcr 1,2
0
1
P ID Kp (1 + Ti s
+ Td s) 0, 6Kcr 0, 5Pcr 0, 125Pcr
O controlador derivativo puro não pode ser implementado fisicamente com elementos
passivos R, L, C, pois a função de transferência tem um zero e nenhum pólo. Mas pode
ser construı́do com amplificadores operacionais. O derivativo puro é um filtro passa-alta
e devido a isto o sistema ficará sensı́vel a ruı́dos em alta frequência.
Um compensador derivativo ideal traz diversos problemas. Como sua magnitude cresce
quando a frequência tende ao infinito, um diferenciador ideal produz uma amplificação
indesejável de ruı́dos em altas frequências que podem estar presentes na malha fechada.
Além disto, o aumento da banda de passagem associado com o compensador derivativo
ideal poderia causar instabilidades devido a dinâmicas não-modeladas de altas frequências.
Kd s
Um compensador derivativo real é implementado da seguinte forma: 1+Tn s
.
Exemplo: considerando um compensador PD, o compensador derivativo real é nor-
malmente implementado pela colocação de um pólo em uma frequência entre três a dez
Kp N Kp
vezes maiores do que a frequência de canto Kd
, isto é, ω = Kd
, onde 3 ≤ N ≤ 10. Assim
o compensador PD fı́sico é caracterizado por uma função própria:
K
Kp (s KD +1)
CP D(s) = K
P
(s N KD +1)
P
2. Um controlador integral Ki irá eliminar o erro em regime permanente, mas irá piorar
a resposta transitória.
mundaças nas outras duas. Por isto esta tabela deve ser usada apenas como referencia,
na determinação de Ki, Kp e Kd.
Observação – é usual na indústria a adoção do conceito de Banda Proporcional (BP)
em substituição a Kp :
100
+ Ir e(t)dt + Dt de(t)
R
M V (t) = BP
(e(t) dt
)
Onde, Tempo derivativo= Dt e Taxa integral ou Reset=Ir
Capı́tulo 11
11.1 Introdução
Nesta apostila serão estudados o projeto dos compensadores PI, PD e PID através do
lugar das raı́zes.
Pode-se trabalhar com os elementos também de forma isolada, como por exemplo: a)
KI
proporcional: KP ; b) proporcional + integral: KP + s
; c) proporcional + derivativo:
KI
KP + Kd s; d) integral: s
.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 78
1. O pólo está localizado em s = 0, sendo portanto um integrador. Com isto ele garante
erro em regime igual a zero, para um sinal degrau na entrada.
q
2. Os zeros são localizados em s = − T1d ± ( T1d )2 − 4( Ti1Td )
11.4.1 Revisão
√
s = −ξωn ± jωn 1 − ξ 2 = −σ ± jωd
A constante ξ é chamada Coeficiente de amortecimento (ou razão de amortecimento)
A constante ωn é chamada frequência natural não amortecida.
σ = taxa de decaimento
ωd = frequência natural amortecida
θ = cos−1 ξ
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 80
0,357
tan β2 = 0,735
= 0, 4857, resultando em β2 = 25, 90 .
0,357
tan θ = 1,435
= 0, 2487, resultando θ = 13, 970 . Como β1 + θ = 1800 , então β1 = 1660 .
Finalmente obtém-se α = β1 + β2 − 1800 = 11, 90 .
Já se conhece o ângulo do zero em relação ao pólo desejado em malha fechada. É
necessário encontrar o valor do zero. Ele é obtido também por relações trigonométricas:
0,357
tan 11, 90 = x+0735
= 0, 21
x = 0, 959
O zero deverá ser posicionado em s = −2, 044.
Com este valor de zero, o lugar das raı́zes irá passar pelo ponto desejado. Mas existe
um único ganho que irá garantir que os pólos em malha fechada irão estar localizados
no ponto desejado. Este ganho deve ser calculado pelo critério de módulo. Partindo da
equação caracterı́stica:
Kp Td ( T1d + s) 10.000(s21−1,1772) = −1
O critério de módulo resulta:
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 82
Kp = 14.283, 5
E o compensador pode ser escrito como:
C(s) = 6.984, 6(s + 2, 044)
−1
O compensandor PI coloca um pólo na origem (integrador) e um zero em s = Ti
1
Dado o sistema G(s) = s+1
, projete um compensador PI para as seguintes especi-
ficações:
2. ts5% = 0, 1s
3. ξ = 0, 707
Isolando Kp :
|s+1||s| 42,43×41,72
Kp = |s+30,524|
= 30
Kp = 59
A função de transferência do compensador pode ser escrita como:
C(s) = 59 (s+30,524)
s
Observação
Apêndice
Apêndice A
A.0.4 Introdução
Neste experimento o aluno irá identificar o pólo mecânico de um motor CC, através
da aplicação de um degrau na entrada e pela medição da resposta de saı́da.
1o Experimento: Identificação dos parâmetros de um motor DC
Equipamentos:
-Osciloscópio digital
-Fonte DC (2 Amperes)
-Multimetro Digital
-Kit motor-gerador
Introdução:
Um motor DC pode ser modelado como um sistema com dois pólos,
onde um dos pólos representa as características mecânicas e o outro pólo
representa as características elétricas do motor DC.
A função de transferência do motor é mostrada a seguir:
Ve K
(s + pe) (s + pm)
Para se fazer a leitura da velocidade angular () necessitamos colocar
um transdutor no eixo do motor, de tal forma que nos forneça uma tensão
proporcional à velocidade do eixo do motor. Será colocado um gerador DC
acoplado no eixo do motor, que irá fazer o papel de um taco-gerador.
A função de transferência completa é mostrada a seguir:
K Kg Vs
Ve
(s + pe) (s + pm)
Onde: pe – pólo elétrico do motor
pm – pólo mecânico do motor
0.63 * Vmax
t m t
Onde m é a constante de tempo mecânica, e é o inverso do pólo
mecânico:
m = 1/pm
Lembrando o teorema do valor final:
G(s) = Km
(equação final) (s + pm)
G(s) = Km
(s + pm)
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 90
Apêndice B
B.0.5 Introdução
FLUXO DE CALOR
A diferença entre o calor fornecido e o calor perdido através das paredes é
igual ao calor dentro da câmara:
qi -qo = calor armazenado na câmara.
O calor acumulado dentro da câmera é proporcional à taxa de variação da
temperatura na câmara, onde: C - capacitância térmica do meio dentro da câmara.
Então:
qi - qo = C dTo/dt (1)
onde: qi=calor fornecido pela resistência
O fluxo de calor através das paredes da câmara é:
qo=(To-Ta)/Rt (2)
Rt - resistência térmica da parede
qi Rt
Substituindo (2) em (1): 1 + SCRt
To
qi - (To-Ta)/Rt = C dTo/dt
qi - To/Rt + T a/Rt = C dT o/dt
Rtqi - To + T a = RtC dTo/dt
Ta 1
Rtqi + T a = RtC dTo/dt + To
1 + SCRt
Aplicando a Transformada de Laplace:
Rte= Rt qi + Ta equação 4
qi
Rte qi = SRtC To + To
T = Rte
qi 1 + SCR
Este ajuste matemático pode ser feito em situações em que o fluxo de calor
qi é aplicado a uma taxa constante e T a é constante, ou varia muito lentamente.
Esta equação será utilizada no experimento.
MONTAGEM E IDENTIFICAÇÂO DOS PARÂMETROS DE UM SISTEMA TÉRMICO
Objetivo geral: O objetivo deste experimento é inicialmente modelar uma planta térmica e em
seguida identificar os seus parâmetros.
qi T
Eq.1 T = Kf
qi (1 + .s)
Para medir a temperatura na câmara é usado o sensor de temperatura, LM35. Este sensor
(LM35) fornece uma tensão de 10mV a cada grau Celcius, isto é Ks= 10mV/ oC. Então Vo=Ks.T,
onde T=temperatura da câmara em oC.
Partindo das relações físicas: Q=(V 2/r)t = Pt, onde Q=quantidade de calor, sendo
Energia=Q em [Joule].
A potência elétrica é igual ao fluxo de calor, isto é, P=q, sendo q=fluxo de calor. Então qi=
Vi2/r. Substituindo qi=(Vi2/r) e Vo=Ks.T na equação 1, obtém-se:
Vo/Vi2= K / (1 + .s) eq.2
Então, na prática mede-se Vi e Vo e calcula-se a constante K. Em seguida calcula-se Kf a
partir da equação: K=Ks.Kf/r
a)Inicialmente preencha a Tabela II, com Vi=10 V para medir o pólo do sistema.
Vi Vo
Tabela I
Vi(V) (Vi)2 Vo(final) (V) Vo=Vo(final) - Vo(0) K=Vo / (Vi)2 qi=(Vi)2/r r (ohms)
0 0 Vo(0)=
10 100
Após terminar de preencher a tabela espere 30 minutos para a saída estabilizar. Espere o
tempo necessário até que Vo fique constante. Meça V o(final).
Calcule Vo(final) =Vo(final) - Vo(0). Multiplique o valor de Vo por 0,63, some com Vo(0) e
encontre o tempo que este valor ocorreu [Vo. 0,63 + Vo(0)]. Esse tempo equivale a uma
constante de tempo (). O valor do pólo é 1/.
T=
qi
Vo(final)
LM35
C.1 Introdução
C.3 Procedimentos
2. Monte o sistema de controle em malha fechada, como mostrado na figura C.2. Apli-
que um degrau de valor 5 na entrada de referência, e meça o erro em regime e o
tempo de estabilização, para o ganho calculado no ı́tem anterior.
C.4 Circuitos
Todo circuito indutivo se opõe a variações de corrente. Num PWM (Pulse Width Mo-
dulation), o transistor opera em corte ou saturação, provocando uma brusca interrupção
da corrente do motor, gerando tensões elevadas que podem queimar o transitor. Para
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 100
Transformada de Laplace
D.1 Introdução
O estudo de um objeto ou sistema fı́sico pode ser feito através das relações fı́sicas que
descrevem o comportamento deste sistema.
As relações que descrevem um sistema dinâmico resultam em equações diferenciais.
Para se entender como um sistema funciona, na maioria dos casos deve-se resolver as
equações diferenciais que o descrevem, o que normalmente não é uma tarefa simples.
Para contornar este problema é possı́vel utilizar uma transformação em que funções
diferenciais e integrais são transformadas em simples equações algébricas. Esta trans-
formação chama-se Transformada de Laplace.
a) f (t) = e−at
R ∞ −st R ∞ −st −at
F (s) = 0e f (t)dt = 0 e e dt
R ∞ −(a+s)t −1
F (s) = 0e dt = (a+s)
e−(a+s)t |∞
0
−1
F (s) = (a+s)
[e−∞ − e0 ] = 1
(a+s)
1
F (s) = (a+s)
1) Linearidade
Se £[f1 (t)] = F1 (s) e £[f2 (t)] = F2 (s)
Então £[af1 (t) + bf2 (t)] = aF1 (s) + bF2 (s)
2) Derivada
£[ df
dt
] = sF (s) − f (0+ ), sendo que f (0+ ) representa as condições iniciais da função
3) Derivada enésima
n−1
dn f dk f (t)
£[ n ] = sn F (s) − sn−k−1
X
|t=0
dt k=0 dtk
n 2
£[ ddtnf ] = sn F (s) − sn−1 f (0) − sn−2 dfdt(t) |t=0 − sn−3 d dtf 2(t) |t=0 + ...
dt3
+ 3 d dty(t)
2 + 5 d dt(t) + 6y(t) = u(t)
3 d2 y(t)
£[ d dty(t) 3 2 dy(t)
3 ] = s Y (s) − s y(0) − s dt |t=0 − dt2 t=0
|
3
£[ d dty(t) 3 2
3 ] = s Y (s) − s y(0) − sẏ(0) − ÿ(0)
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 103
3
Devido à suposição de condições iniciais nulas: £[ d dty(t) 3
3 ] = s Y (s)
2
£[ d dty(t) 2
2 ] = s Y (s) − sy(0) − ẏ(0
2
Resultando em: £[ d dty(t) 2
2 ] = s Y (s)
£[ dy(t)
dt
] = sY (s) − y(0)
Resultando em: £[ dy(t)
dt
] = sY (s)
A transformada da equação diferencial resulta em:
s3 Y (s) + 3s2 Y (s) + 5sY (s) + 6Y (s) = U (s)
Que pode ser escrita, colocando Y(s) em evidência, como:
Y (s)[s3 + 3s2 + 5s + 6] = U (s)
U (s)
Y (s) = s3 +3s2 +5s+6
4) Transformada da Integral
Rt F (s)
£[ 0 f (τ )dτ ] = s
7) Teorema da convolução
A convolução de duas funções é dada por:
Z t
f1 (t) ∗ f2 (t) = f1 (τ )f2 (t − τ )dτ
0
A transformada de Laplace da convolução é dada por:
£[f1 (t) ∗ f2 (t)] = F1 (s)F2 (s)
Obs: para um sistema caracterizado por sua função peso g(t), a resposta temporal
deste sistema y(t) devido uma excitação u(t), é dada por:
Z t
y(t) = g(t) ∗ u(t) = u(τ )g(t − τ )dτ
0
Isto significa que trabalhando no domı́nio do tempo, só é possı́vel obter a resposta
de um sistema dinâmico calculando a integral de convolução entre o sinal de entrada e a
função peso do sistema.
Função peso - a função que representa as propriedades fı́sicas do sistema.
Se for aplicada a transformada de Laplace, obtém-se Y (s) = G(s)U (s) mostrando que
no plano s a resposta do sistema é o produto entre as transformadas do sinal de entrada e
da função que caracteriza o sistema, chamada função de transferência do sistema. Esta é
uma grande vantagem em se trabalhar no plano s, pois analisar a resposta de um sistema
no plano s envolve apenas operações algébricas.
d d
Para uma entrada degrau unitário u(t), a transformada de Laplace é: U (s) = 1s .
Da função de transferência, obtém-se a equação de saı́da no plano s:
Vo (s) 1
VI (s)
= CRs+1
1
Vo (s) = V (s)
CRs+1 I
1 1
Vo (s) = CRs+1 s
sendo que a1 , a2 , a3 , ..., correspondem aos pólos da função F (s). Para encontrar os
coeficientes A1 , A2 , A3 , ..., utiliza-se a seguinte regra:
O valor de Ak é dado por:
P (s)
Ak = [(s + ak ) Q(s) ]s=−ak = [ QP0(s) ]
(s) s=−ak
dQ(s) Q(s)
OBS: Q0 (ak ) = |
ds s=−ak
= [ s+ak
]s=−ak
c) Pólos complexos
Os pólos complexos resultam das raı́zes de uma equação de segundo grau, em que
acontece a raiz quadrada de um número negativo. Assim eles aparecem em pares comple-
xos conjugados. Por exemplo, dada a equação: s2 + 6s + 13. As raı́zes são: s1 = −3 + j2
e s2 = −3 − j2. Na figura D.2 estes pólos são plotados no plano complexo s.
jω
6
x- - -
- σ
x- - -
A equação de segundo grau, que resulta nestes pólos complexos pode ser escrita de
forma padronizada como: s2 + 2ξωn s + ωn2
A função de transferência na forma padronizada é escrita como:
2
ωn
F (s) = 2 2
s +2ξωn s+ωn
√
As raı́zes do denominador são: s1,2 = −ξωn ± jωn 1 − ξ 2
Assim, separando em frações parciais obtém-se:
A transformada inversa é dada por:
√ √
−ξωn +jωn 1−ξ 2 −ξωn −jωn 1−ξ 2
f (t) = A1 e + A2 e
Sendo que A1 e A2 são complexos conjugados.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 108
A1 = √
1
2jωn 1−ξ 2
√
s+ξωn +jωn 1−ξ 2
A2 = s2 +2ξωn s+ωn
2 |s=−ξω −jω √1−ξ2 = 1 √
| √
2
n n s+ξωn −jωn 1−ξ 2 s=−ξωn −jωn 1−ξ
A2 = √
1
−2jωn 1−ξ 2
F (s) = √
1 1 √
− √
1 1 √
2jωn 1−ξ 2 s+ξωn −jωn 1−ξ 2 2jωn 1−ξ 2 s+ξωn +jωn 1−ξ 2
√ √
1−ξ 2 )t 1−ξ 2 )t
f (t) = √
1
2
e(−ξωn +jωn − √
1
2
e(−ξωn −jωn
2jωn 1−ξ 2jωn 1−ξ
√ √
e−ξωn t ejωn t 1−ξ2 −e−jωn t 1−ξ2
f (t) = √ [ 2j
]
ωn 1−ξ 2
−ξωn t
e√
√
f (t) = sin(tωn 1 − ξ 2 )
ωn 1−ξ 2
x x d d -σ
Já foi visto que para se obter os coeficientes de uma expansão em frações parciais de
(s+3)(s+2) A1 A2
uma função, como por exemplo, F (s) = (s+4)(s+7)
= s+4
+ s+7
, calcula-se:
(s+3)(s+2)
A1 = (s + 4)F (s)|s=−4 = s+7
|s=−4
(−4+3)(−4+2) (−1)(−2) 2
A1 = −4+7
= 3
= 3
Isto equivale graficamente a desenhar vetores de todos os pólos e zeros para o pólos
s = −4.
jω
3 - −1 6
−7 −4 −3 −2
x x d d -σ
−2
Para A2 obtém-se:
(s+3)(s+2)
A2 = (s + 7)F (s)|s=−7 = s+4
|s=−7
(−7+3)(−7+2) (−4)(−5) −20
A2 = −7+4
= −3
= 3
s+3
Exercı́cio: Para a função F (s) = (s+4+j5)(s+4−j5)
, separe em frações parciais e faça a
interpretação gráfica dos coeficientes.
UTFPR - DAELN - Prof. Paulo Brero de Campos - página 110
−4
jω
−3 6
−7 −4 −3 −2
x x d d -σ
−5