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ISSN: 1678-5428
exacta@uninove.br
Universidade Nove de Julho
Brasil
dos diferenciados. Em algumas áreas, tais como ção de uma pesquisa-ação. Não se trata espe-
cificamente de uma revisão da literatura, mas
na engenharia de produção e gestão de operações,
se apresenta elementos que poderiam levar a
os trabalhos de pesquisa são conduzidos em temas
essa classificação, pois algumas das funções do
de comum interesse e, em alguns exemplos, em es-
estudo são identificar, conhecer e acompanhar
treita cooperação entre os envolvidos. Na época
o desenvolvimento da pesquisa em determina-
atual, as abordagens metodológicas mais utiliza-
da área do conhecimento. Além disso, busca-se
das na engenharia de produção e gestão das ope-
ainda identificar esses pontos relevantes no âm-
rações podem ser categorizadas em: levantamen- bito da cooperação entre universidade-empresa.
tos tipo survey, modelamento e simulação, estudo As revisões bibliográficas também têm o papel
de caso, e pesquisa-ação (CAUCHICK MIGUEL, de transferir informação do pesquisador para
2007). Os trabalhos de cooperação com empre- seus pares (NORONHA; FERREIRA, 2000),
sas, quando existe intervenção do pesquisador, conforme atestam algumas pesquisas realizadas
podem ser caracterizados como pesquisa-ação. sobre o uso das revisões da literatura (SAYERS
Essa é uma abordagem metodológica de pesquisa et al., 1990; BUTKOVICH, 1996). Utilizando a
que objetiva realizar uma ação e gerar conheci- classificação de Noronha e Ferreira (2000) que
mento ou teoria de forma apropriada em relação categoriza as revisões da literatura segundo seu
às questões de pesquisa. propósito, abrangência, função e tipo de aná-
Nesse contexto, discutem-se no trabalho fa- lise desenvolvida (abordagem), o trabalho aqui
tores importantes na condução da pesquisa-ação. apresentado pode ser classificado como mostra
a Tabela 1.
O objetivo é apresentar uma síntese bibliográfica
Uma vez estabelecida a linha metodológica
desse tipo de abordagem metodológica e demons-
deste trabalho, no tópico seguinte, discutem-se
trar alguns levantamentos nas áreas de engenharia
alguns aspectos sobre metodologia de pesquisa
de produção e gestão de operações. O propósito é
com base na literatura.
estabelecer a base necessária para defender que a
pesquisa-ação apresenta-se como um mecanismo
importante para a cooperação entre universida- 3 Referencial teórico
de-empresa. Assim, o trabalho também apresen-
ta uma experiência bem sucedida na condução No âmbito da ciência, o termo pesquisa com-
de uma pesquisa-ação (CAUCHICK MIGUEL, preende um conjunto de procedimentos racionais
2006) e coloca no fim do artigo alguns pontos que sistemáticos que tem como objetivo proporcio-
são relevantes para a condução desse tipo de abor- nar respostas a um dado fenômeno (GIL, 1991;
dagem metodológica. ANDRADE, 2002). Assim, uma pesquisa é re-
Na gestão de operações e engenharia de pro- que avaliam esses fatores diretamente. Sua
dução, a classificação que normalmente se utiliza execução é feita por meio de um processo
é com relação ao escopo da pesquisa, consideran- cíclico de quatro etapas gerais: planejamen-
do também outros tipos de desenvolvimentos, tais to, tomada da ação, avaliação da ação, con-
como os trabalhos teórico-conceituais, os de mo- dução aos planejamentos adicionais e assim
delagem e simulação, dentre outros (FILLIPINI, por diante.
1997). Em geral, todos os tipos anteriormente • Participativa – na pesquisa-ação, os membros
citados estão presentes na metodologia da pes- do sistema que está sendo estudado partici-
quisa científica em engenharia de produção. Na pam ativamente no processo cíclico esboça-
realidade, esses tipos não são excludentes. É pos- do anteriormente. Tal participação contrasta
sível classificar uma pesquisa como de natureza com a pesquisa tradicional em que os mem-
exploratória, sem relação causal entre as variáveis bros do sistema são objetos do estudo.
e, portanto, descritiva, utilizando uma abordagem • Simultânea à ação – a pesquisa é concomi-
de pesquisa-ação, por exemplo, com base, dados e/ tante com a ação. O objetivo é tornar essa
ou métodos qualitativos. ação mais eficaz enquanto, simultaneamente,
se constrói o conhecimento científico.
3.1 Pesquisa-ação • S equência de eventos e uma abordagem para
A pesquisa-ação é um trabalho de natureza se resolver problemas – ambos são considera-
empírica, concebido e realizado em estreita asso- dos na pesquisa-ação. Como uma sequência
ciação com a resolução de um problema coletivo, de eventos, compreende ciclos interativos de
no qual os pesquisadores e participantes represen- coleta de dados, sendo realimentados aos já
tativos da situação estão envolvidos de modo co- realizados, analisando as informações, pla-
operativo ou participativo (THIOLLENT, 1997), nejando, executando e avaliando ações, con-
objetivando endereçar esse problema de pesqui- duzindo a uma coleta adicional de dados, e
sa em uma organização (EDEN; HUXHAM, assim por diante. Como uma abordagem
1996). Cabe ainda considerar que os pesquisa- à solução dos problemas, é uma aplicação
dores que trabalham nessa abordagem não lidam do método científico de busca e experimen-
com hipóteses, mas com temas de pesquisa e de- tação de problemas práticos que requerem
safios de cunho organizacional (CHECKLAND; soluções da ação, envolvendo a colaboração
HOLWELL, 1998). Expandindo essas colocações, e a cooperação dos pesquisadores da ação
Coughlan e Coghlan (2002) acrescentam que essa e dos membros do sistema organizacional.
abordagem metodológica apresenta as seguintes Os resultados desejados da aproximação da
características: pesquisa-ação não são soluções exatas aos
problemas imediatos, mas aprendizagem
• Pesquisa na ação – primeiramente, cabe des- importante dos resultados pretendidos e não
tacar que essa abordagem focaliza pesquisa pretendidos, e uma contribuição ao conheci-
na ação, ao invés de sobre a ação. A ideia mento e à teoria científica.
central é que nesse tipo de trabalho busca-se
adotar uma abordagem científica para estu- É importante também observar que as carac-
dar a resolução de fatores sociais ou organi- terísticas apontadas acima devem ser consideradas
zacionais importantes em conjunto com os desde o momento da concepção da pesquisa, ou
seja, deve ser planejada como tal. Nesse sentido, dos com a pesquisa; análise desses dados com os
a pesquisa-ação compreende três fases principais: envolvidos no estudo; planejamento da ação, de-
uma preliminar, um ciclo de condução e uma finição da intervenção a ser feita; implementação
meta- fase, ilustradas na Figura 1. Como pode ser da ação, isto é, colocar em prática aquilo que foi
notado, seu ciclo de condução compreende seis planejado, e avaliar a fim de verificar se os resulta-
passos principais, enquanto a meta-fase está pre- dos da implementação surtiram ou não os efeitos
sente em cada um desses passos. Na sequência da desejados, retornando para nova coleta dos dados,
Figura 1, são descritas essas três fases. caso necessário, fechando então o ciclo. É impor-
tante mencionar que esses ciclos são constantes e
sequenciais, ou seja, são contínuos pelo período
em que forem necessários. Outra observação é que
pode existir um ciclo mais abrangente para a pes-
quisa como um todo, e ciclos menores, para partes
específicas do trabalho. A Tabela 2 apresenta uma
síntese desses seis passos a partir dos trabalhos de
Coughlan e Coghlan (2002; 2005). Vale destacar
que a referida tabela foi construída com base na
literatura; porém, incluí um detalhamento classi-
ficatório desenvolvido pelo autor.
A terceira (meta) fase – monitoramento –
Figura 1: Ciclo da pesquisa-ação
compreende uma verificação de cada um dos seis
Fonte: Conteúdo adaptado de Coughlan e Coghlan (2005).
passos anteriores, para identificar o aprendizado
gerado na condução da pesquisa-ação. Esse moni-
Conforme ilustrado na Figura 1, o ciclo glo- toramento deve estar presente de diferentes manei-
bal da pesquisa-ação compreende a descrição das ras, conforme cada passo do ciclo de condução. Do
fases, definidas por Coughlan e Coghlan (2005). lado organizacional, pode haver o estabelecimen-
Na primeira fase, é feito o estudo preliminar que to de um grupo diretivo durante a condução da
envolve o entendimento sobre o contexto em que pesquisa-ação, nesse caso com maior interesse nos
a pesquisa será realizada (objeto de análise), bem resultados práticos do trabalho (COUGHALAN;
como o propósito da condução do trabalho. Esse COGHLAN, 2002). Ainda segundo esses auto-
tipo de abordagem de pesquisa inclui ainda o es- res, por outro lado, o pesquisador deve estar in-
tabelecimento das justificativas para a ação re- teressado não somente na operação do projeto,
querida – razões pelas quais as ações devem ser mas também no monitoramento do processo de
conduzidas –, e as justificativas para a pesquisa – aprendizagem que levará, em última instância, a
motivos pelos quais ela deve ser conduzida, quais contribuição teórica desse tipo de desenvolvimen-
as questões a serem endereçadas, e qual será a con- to empírico.
tribuição gerada. A Tabela 3 apresenta algumas fontes biblio-
Na segunda fase, ocorre o ciclo de condução gráficas sobre pesquisa-ação. Os dados incluem
em seis passos: coleta dos dados, diagnóstico e/ou tanto trabalhos de cunho teórico, ou seja, que esta-
dados coletados quando a pesquisa já se encontra belecem as bases para condução da pesquisa-ação
em regime; feedback dos dados para os envolvi- como alguns de aplicação (denotados por “*”).
na literatura uma continuidade desse trabalho. O a teoria existente, enquanto a empresa utiliza os
restante das abordagens metodológicas está dis- resultados decorrentes do trabalho conduzido em
tribuído entre estudo de caso, levantamentos tipo estreita cooperação com a academia.
survey e pesquisa-ação, esta última em proporção Um exemplo desse tipo de cooperação pode
baixa, como mostra a Tabela 7. Diferentemente do ser visto em Cauchick Miguel (2006). O trabalho
esperado, a proporção maior da adoção de pesqui- objetivou a restruturação do processo de desenvol-
sa-ação ocorre nos trabalhos de mestrado. Os au- vimento de novos produtos, sendo conduzido por
tores, entretanto, não discutem essa constatação, meio dos ciclos da pesquisa-ação em uma empresa
mas levantam uma série de questões que devem ser fornecedora para o setor de embalagens, cujos re-
respondidas no emprego desses tipos de aborda- sultados detalhados são apresentados por Cauchick
gens metodológicas em engenharia de produção. Miguel (2009). Os dados indicaram uma evolução
em relação à versão anterior utilizada pela orga-
Tabela 7: Abordagens metodológicas
empregadas nização e proporcionou a empresa uma melhoria
Teses de Dissertações para desenvolver seus produtos. Mais detalhes so-
doutorado de mestrado
Ordenação
(34,6% do (65,4% do
Total bre essa experiência é destacada a seguir.
total) total)
Pesquisa-ação 0% 1,3% 1,3%
5.1 Experiência na condução da
Estudo de caso 6,4% 12,8% 19,2%
Survey 9,0% 10,3% 19,3%
pesquisa-ação
Trabalhos Geralmente, o objeto de análise na pesquisa-
teórico- 19,2% 41,0% 60,2% ação já é pré-definido; pois, o pesquisador depara-
conceituais
se com um “problema” a ser solucionado, a partir
Fonte: Adaptado de Berto e Nakano (1998).
do qual identifica as oportunidades de (pesquisa-)
ação. Na experiência relatada, houve iniciativa da
5 Condução da pesquisa-ação empresa na busca de pesquisadores que pudessem
facilitar os propósitos mencionados no item ante-
Como pode ser notado nos conceitos relativos rior. O recorte temporal do trabalho de pesquisa
à pesquisa-ação, essa é uma abordagem que pro- foi três anos e meio.
picia uma estreita relação dos pesquisadores com O objeto geral de análise foi a empresa em
aqueles que participam na condução da pesquisa, que se realizou o estudo; porém, a unidade de aná-
geralmente profissionais da indústria. Na maioria lise foi o processo de desenvolvimento de novos
das vezes, a universidade detém o conhecimento produtos. Na ocasião do trabalho, a organização
e a indústria apresenta oportunidades para que pertencia a um dos maiores grupos privados brasi-
esse conhecimento seja aplicado ou desenvolvido. leiros da América Latina, que agregava 60 outras
Assim, a pesquisa-ação pode vir a promover a co- organizações de diversos setores industriais. A
operação entre as partes interessadas, operando empresa foi fundada na década de 40, fabricando
como um mecanismo para conduzir projetos de papel celofane e a partir de 1985, iniciou a produ-
colaboração em pesquisa, a qual pode resultar em ção de filmes de Biaxially Oriented PolyPropylene
benefícios, para ambas, instituição e indústria. A (BOPP). Na ocasião do estudo, possui 350 fun-
universidade se aproveita da disponibilidade de um cionários, gerando resultado anual de mais de R$
“laboratório real” para a direção dos trabalhos de 100 milhões. A gestão de desenvolvimento de seus
pesquisa, aprimorando, refinando ou estendendo produtos vinha sendo modificada, considerando
de desenvolvimento que, no caso do trabalho, fo- 2 Foi feita a implantação do novo processo
(16 meses) de desenvolvimento de produtos a partir
ram três, como sintetizados na Tabela 9. de um modelo de estágios e gates, além
da introdução dos princípios de gestão de
Visando explorar a adoção da pesquisa-ação, projetos. Em termos do QFD, sua aplicação
foi multiplicada para outros projetos de
especificamente como um mecanismo de coopera- desenvolvimento de produtos (cinco),
ção entre a empresa e a universidade, o resultado seguindo experiência anterior encontrada
na literatura. Os membros da equipe que
do trabalho apontou que essa é uma abordagem conduziu o projeto piloto foram então
distribuídos nesses novos projetos
de pesquisa adequada na condução de trabalhos
3 Foi considerado um refinamento do
dessa natureza, apesar das ameaças a sua valida- (17 meses) modelo de desenvolvimento, fazendo
um detalhamento da documentação
de, inerentes a esse tipo de investigação. A partir necessária aos estágios e gates, bem
como um aprimoramento das atividades
da busca constante do rigor metodológico, pode- a serem conduzidas no processo de
desenvolvimento Adicionalmente, mais
se concluir que essa abordagem possibilitou o quatro projetos com o uso do QFD foram
atendimento aos objetivos propostos bem como o acrescentados, seguidos por outros dois
porém deve ser conduzida com rigor. ______. QFD no desenvolvimento de novos
produtos: um estudo sobre a sua introdução em uma
empresa adotando a pesquisa-ação como abordagem
metodológica. Produção, v.19, n. 1, p. 105-128, 2009.
Agradecimentos CHECKLAND, P.; HOLWELL, S. Action research:
its nature and validity. Systems Practice and Action
Research, v. 11, n. 1, p. 9-21, 1998.
O autor agradece a colaboração de cole-
COGHLAN, D.; COUGHLAN, P. Acquiring the
gas que, direta ou indiretamente, contribuíram
capacity for operational improvement: an action research
para a elaboração desse trabalho. Agradece tam- opportunity. Human Resource Planning, v. 26, n. 2, p.
bém ao Conselho Nacional de Desenvolvimento 30-38, 2003.
Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio para COUGHALAN, P.; COGHLAN, D. Action research
for operation management. International Journal of
realização deste trabalho. O autor também par-
Operations and Production Management, v. 22, n. 2, p.
ticipa como professor colaborador no Programa 220-240, 2002.
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