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CIVILIZAÇÃO GREGA

Os gregos (ou helenos) viveram na extremidade meridional da península balcânica e sua


civilização se desenvolveu a partir da mistura das diversas populações que lá se estabeleceram nos
últimos 8000 anos, no entanto, as mais antigas características culturais que se pode chamar de
"gregas"apareceram somente depois de 2000 a.C.
A Grécia Antiga abrangia os povos que habitavam a bacia do mar Egeu e as ilhas ao redor,
e durou desde o surgimento da civilização minoana, na Idade do Bronze, até a sua tomada pelos
romanos, em 146 a.C.
A partir de 500 a.C. a cultura grega influenciou de tal forma o mundo mediterrâneo que, sem
exagero, acabou por constituir um dos mais sólidos fundamentos de toda a Civilização Ocidental.
As primeiras populações que falavam grego ocuparam, por volta de 2000 a.C., várias regiões
da península balcânica, território de topografia irregular localizado no sudeste da Europa.
Posteriormente, em sucessivas fases de expansão marítima, os gregos se estabeleceram em outros
locais, notadamente nas ilhas do Egeu e nas margens do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro.
Na Antiguidade, as mais importantes comunidades gregas se concentravam na própria
península balcânica, nas ilhas do Mar Egeu, na costa ocidental da península anatólica (Ásia Menor),
no sul da península italiana e nas grandes ilhas da Sicília, a oeste, e de Creta, ao sul.
Os gregos antigos constituíram a primeira civilização duradoura da Europa, que foi a
base da cultura ocidental de tempos posteriores. Deram importantes contribuições nos campos das
artes, literatura, filosofia e ciência, apesar de nunca terem conseguido a unificação política.Enfim,
as mais vastas experiências sociais ocorreram na Grécia, berço de filósofos, sábios e literatos
famosos.

Períodos da Civilização Grega

O Palácio de Cnossos é uma das grandes edificações de Creta, que influenciou a civilização grega
nos primeiros séculos

A Civilização Grega foi uma das maiores e mais importantes civilizações do mundo
Antigo. Esta importância se dá pelo fato de este povo ter influenciado uma série de outros povos
com seus traços culturais, tanto na Antiguidade como na época contemporânea. Você já ouviu falar
da democracia como forma de organização política? Foi na Grécia antiga que ela foi criada. Noções
matemáticas como o teorema de Tales ou a geometria de Euclides também foram desenvolvidas
nessa civilização.
A história dessa civilização durante a Antiguidade se estendeu por mais de 2.000 anos,
motivo que levou os historiadores a dividirem-na em cinco períodos:
 Pré-Homérico – do século XX ao século XII a.C.
 Homérico – do século XII ao século VIII a.C.
 Arcaico – do século VIII ao século VI a.C.
 Clássico – do século V ao século IV a.C.
 Helenístico – do século IV ao século I a.C.

Período Pré-Homérico

Foi nesse período que chegaram os primeiros povos à região da Península do Peloponeso,
região do Mar Egeu com litoral recortado, muito montanhoso e com poucas terras férteis. Os
primeiros a chegarem foram os aqueus, vindo depois os eólios, os jônios e os dórios. Eram povos
indo-europeus que vinham do norte da península. Como os aqueus estavam há mais tempo no local,
criaram cidades, principalmente entre 1400 e 1100 a.C., das quais a mais importante foi Micenas, de
onde originou o nome de civilização micênica, que indica o processo civilizatório do período.
Contudo, a principal influência desse período se deveu à civilização cretense. Os cretenses
ou minoicos (nome de um de seus reis) habitavam a ilha de Creta, muito próxima à Península do
Peloponeso. Marcaram culturalmente e economicamente o período. Entretanto, a civilização
desapareceu bruscamente por volta de 1750 a.C., em virtude, provavelmente, de um terremoto ou da
invasão dos povos gregos, inicialmente os aqueus e depois os dórios.

Período Homérico

O período Homérico se iniciou com a invasão dos dórios à região, conquistando-a


principalmente pelo fato de usarem armas de ferro, mais resistentes que as desenvolvidas na
civilização micênica. O nome Homérico está ligado ao fato de dois poemas terem servido de estudo
para os acontecimentos ocorridos após a invasão dórica. Supostamente existiu um poeta de nome
Homero, que teria escrito a Ilíada e a Odisseia, a partir de relatos orais sobre a história dos séculos
anteriores a ele. Esses poemas são importantes no estudo da civilização grega por serem a expressão
cultural do povo na época, principalmente a forma como entendiam a relação entre homens e
deuses, baseada em sentimentos como amor, ira, inveja e vingança, o que levava os deuses a
interferirem na vida dos humanos. Expressam ainda locais que formaram o mundo grego antigo,
bem como a exposição dos elementos mitológicos desse povo.
Nesse período, os gregos se organizavam em pequenas comunidades chamadas genos,
dando um caráter patriarcal à organização social do período, o que representava também uma volta
ao mundo rural.

Período Arcaico

Nesse período se iniciou a ascensão da civilização grega em seu domínio em parte da região
mediterrânica. Foi nele que se formou a pólis, a cidade-Estado grega, com suas instituições
políticas, primeiro a monarquia e depois a oligarquia, destacando-se principalmente as cidades de
Atenas e Esparta. Passaram a desenvolver o comércio marítimo e houve a expansão da civilização,
seja para o interior da península ou para a constituição de colônias na Ásia Menor, no Mar Negro ou
mesmo na Península Itálica.

Período Clássico

No período Clássico, a civilização grega conheceu seu apogeu, principalmente em Atenas,


com um importante desenvolvimento cultural: na arquitetura, pode-se destacar o Parthenon e os
teatros de arena; nas artes, as esculturas, as pinturas em cerâmica e a produção teatral; na filosofia,
há o destaque para Sócrates, Platão e Aristóteles. No aspecto político, a constituição do regime
democrático em Atenas.
Em sua relação com os demais povos, os gregos estabeleceram várias guerras,
principalmente com os persas, originando as Guerras Médicas. A primeira foi contra as tropas do rei
persa Dário I. A segunda contra as tropas de seu filho, Xerxes. Porém, os interesses divergentes
entre os gregos os levaram a lutar entre si. Destaca-se a Guerra do Peloponeso que opôs
principalmente as cidades de Atenas e Esparta.
Essas guerras internas levaram à divisão do mundo grego e, posteriormente, a seu
enfraquecimento.

Período Helenístico

Com o enfraquecimento do mundo grego, o rei da Macedônia, Felipe II, pôde conquistar a
Grécia e unificá-la novamente. Mas foi com Alexandre, filho de Felipe II, que a influência grega se
expandiu para quase todo o mundo antigo, principalmente depois da derrota infligida ao Império
Persa, em 330 a.C., comandado à época por Dario III. A expansão do Império Macedônico levou a
cultura grega ao Oriente, onde houve uma fusão cultural, unindo elementos das culturas gregas e
orientais.

1 Grécia Antiga: Origem, Sociedade e Cultura

Situada na Europa Meridional, entre os mares Jônio, Egeu e Mediterrâneo, a Grécia é um


país montanhoso, em cuja costa existem muitos golfos e enseadas. A pobreza do solo, o litoral
recortado, com muitas ilhas, contribuiu para que os gregos se tornassem excelentes navegadores,
lançando-os à conquista de outras regiões mais produtivas.

1.1 O Povo

Os gregos chamavam a Grécia Antiga de Hélade e a si de helenos.


Na verdade a civilização grega resultou numa mistura de diversos povos.
Por volta do segundo milênio a.C., a ilha de Creta, graças ao seu comércio marítimo possuía
uma civilização bastante adiantada.
Em torno de 1400 a.C., a sociedade cretense foi conquistada pelos aqueus, que haviam se
estabelecido na Grécia Continental.
O predomínio da civilização micênica (por ser Micena a principal cidade dos aqueus), durou
até 1100 a.C., quando os dórios, que conheciam e utilizavam o ferro, penetraram na Grécia.
Os invasores provocaram a fuga das populações que se dispersaram pelas ilhas do Egeu e
costas da Ásia Menor. A invasão dórica provocou a decadência das artes e paralisou o comércio.
Somente nas regiões colonizadas pelos jônios preservou-se a cultura grega.

1.2 A Grécia Primitiva

A Ilíada e A Odisséia, poemas atribuídos a Homero, nos fornecem muitos conhecimentos


sobre a Grécia Antiga.
A Ilíada narra a guerra entre os gregos e os troianos. A causa dessa guerra foi o rapto da bela
Helena, esposa de Menelau, por Páris, filho do rei de Tróia ou Ileo (daí Ilíada).
Comandados por Agamenon os gregos atacaram os troianos.
Durante as lutas Aquiles foi o destaque grego enquanto Heitor era o herói troiano.
Protegido pelo deus Hefaísto, que lhe cedera uma armadura impenetrável, Aquiles atacou os
troianos que fugiram, exceto o corajoso Heitor, que enfrentou Aquiles. Apesar da bravura, Heitor
foi morto por Aquiles que acabou profanando o seu cadáver.
O irmão de Heitor, Paris, que jurara vingança, acabou matando Aquiles após feri-lo com
uma flecha em seu único lugar vulnerável: o calcanhar, daí o termo calcanhar de Aquiles que quer
dizer o ponto fraco de uma pessoa.
Não conseguindo tomar Tróia pela força, os gregos usaram da astúcia...
Após terem celebrado a paz com os troianos, os gregos enviaram à Tróia um grande cavalo
de madeira como presente (daí a expressão "presente-de-grego"). Acontece que dentro desse cavalo
estavam os melhores guerreiros gregos. Estes, já dentro da cidade, abriram as portas para que o
exercito grego liquidasse os troianos que foram apanhados desprevenidos.
Assim que os gregos conquistaram Tróia, após uma guerra de durou 10 anos.
A Odisséia narra as aventuras de Ulisses (ou Odisseu), rei da Ítaca, que após a destruição de
Tróia procura retornar a sua fiel esposa Penélope, que prometera escolher um noivo, assim que
terminasse de tecer um manto. Acontece que na esperança da chegada de Ulisses ela desmanchava,
à noite, o trabalho que fizera durante o dia.
Finalmente, Ulisses chegou. Disfarçado em mendigo, se dirigiu ao local onde se celebrava a
festa em honra do deus Apolo. Nesta festa, Penélope propôs que aquele que conseguisse disparar o
arco e as flechas de Ulisses ela desposaria. Todos tentaram, sem sucesso.
Ulisses, graças à interferência de Telêmaco, seu filho, que sabia de seu segredo, disparou as
doze flechas. Em seguida venceu os seus adversários e revelou-se a Penélope, que não acreditava
ser aquele velho esfarrapado o seu esposo. Para contornar a situação, a deusa Atenéia devolveu a
Ulisses a sua juventude e também a obediência a seu povo.
Ao se ler a Ilíada e a Odisséia chega-se às seguintes conclusões:
 a sociedade grega do Período Homérico era constituída por uma ampla comunidade, onde
seus membros eram ligados por laços de parentesco;
 a terra era propriedade comum;
 inexistia a divisão em classes sociais;
 o poder era exercido pelo mais velho dos membros do clã: o páter.
No final do período homérico, o aumento populacional e a falta de terras acabou
desagregando a comunidade primitiva.
As terras coletivas foram divididas pelo páter entre seus parentes mais próximos, surgindo
dessa forma à propriedade privada e as classes sociais.
Dessa forma, de um lado formou-se uma poderosa aristocracia que possuía as melhores
terras e controlava o poder político, do outro lado os despossuídos que passaram a trabalhar para os
aristocratas ou se dedicaram ao comércio e ao artesanato. Outros ainda acabaram emigrando para
novas terras.

1.3 A Formação da Pólis

Pólis é uma palavra grega que podemos traduzir por Cidade-Estado.


Assim como os fenícios, os gregos não chegaram a formar um reino unificado,
permanecendo divididos em cidades independentes.
As cidades eram construídas próximas da costa, sendo cercadas por uma fortaleza
(Acrópole) destinada a proteger a população.

1.4 Esparta: Uma Cidade Conservadora e Militarista

1.4.1 A Geografia

A cidade de Esparta localizava-se na região da Lacônia, numa zona montanhosa, por onde
corre o rio Eurotas.

1.4.2 O Povo

O povo descendia dos dórios, que conquistaram a região subjugando e escravizando os


aqueus que ali viviam.
1.4.3 A Política

Esparta era governada por dois reis (um deles comandava as tropas em guerra e o outro
permanecia em Esparta).
A autoridade dos reis era limitada pela Gerúsia (Conselho dos Anciãos), cujos membros não
podiam ter menos de 60 anos de idade. Existia ainda o Conselho dos Éforos, em número de cinco,
eleitos pelo povo para um mandato de um ano. Os éforos tinham grandes poderes, podendo julgar
até os reis. Por último existia a Apela (Assembléia do Povo), formada pelos espartanos com mais de
30 anos. Não discutia as resoluções, porém tinha o direito de aprová-las ou recusá-las.

1.4.4 As Classes Sociais

A sociedade espartana estava dividida em três classes sociais: espartanos, periecos e hilotas.
Os espartanos formavam a classe dominante. Dedicavam-se exclusivamente à política e à
guerra, estando proibidos de se dedicarem à agricultura e ao comércio.
Os periecos (os da periferia) faziam parte da população livre, ocupando-se do artesanato,
comércio e agricultura. Vigiados pelos espartanos eram obrigados a pagar pesados tributos.
Os hilotas eram escravos dos Estado espartano e levavam uma vida miserável.

1.4.5 A Educação

Quando nascia uma criança espartana, esta era examinada pelos anciãos que sacrificavam as
fracas e os que tivessem defeitos físicos. As fortes, que poderiam tornar-se bons guerreiros, eram
entregues a suas mães.
Dos 7 aos 18 anos as crianças espartanas estudavam em escolas especiais onde o se
dedicavam a toda sorte da exércitos militares.
A dura educação fez do soldado espartano o mais corajoso e bem preparado da Grécia. Uma
mãe espartana ao se despedir do filho que partia para a guerra, dizia-lhe simplesmente ao entregar-
lhe o escudo: "volta com ele ou sobre ele" ou seja, ou volte como vencedor ou morra como herói.
Ao contrário dos atenienses, os espartanos falavam pouco, daí o termo "laconismo"
(derivado da Lacônia) significa brevidade.

1.5 Atenas: O Berço da Democracia

1.5.1 A Geografia

A Ática é uma região montanhosa, afastada da grande via de comunicação entre a Grécia
Central e o Peloponeso. A pobreza lançaram os atenienses ao mar, tornando-os hábeis comerciantes.

1.5.2 O Estado e a Sociedade

Os Jônios, que viviam na Ática, fundaram várias comunidades, das quais a que mais se
distinguiu foi Atenas.
Nos primeiros tempos de sua história, Atenas foi governada por um rei (chamado Basileu)
que era chefe supremo, juiz e sacerdote.
O rei era auxiliado por um conselho de aristocratas que se chamava Areópago.
Nesta fase a sociedade ateniense estava assim dividida:
 eupátridas (bem nascidos) formavam a aristocracia dos grandes proprietários de terras
 geomores eram os pequenos proprietários rurais.
 metecos eram estrangeiros livres, mas que não possuíam direitos políticos.
 escravos estes eram obtidos através da guerra (prisioneiros de guerra), do comércio e da
escravidão por dívida.
1.5.3 A Guerra Contra os Persas

A causa da guerra foi o expansionismo persa que começou a colocar em risco os interesses
dos cidadãos gregos. Esta guerra entre os gregos e persas também ficou conhecida como Guerras
Médicas.
Os persas haviam conquistado diversas cidades gregas (Eretna, Quíos, Éfeso e Mileto).
A rebelião das cidades gregas – comandadas por Mileto e auxiliadas por Atenas
desencadeou as Guerras Médicas.
Dario I, rei dos persas mandou um poderoso exército, sob comando de Mardônio, atacar a
Grécia.
A situação dos atenienses era crítica, pois apenas a cidade de Platéia havia mandado uma
pequena guarnição como reforço.
Os persas marcharam certos da vitória, porém na batalha de Maratona, em 490 a.C., os
atenienses comandados pelo inteligente Micíades surpreenderam o poderoso exército persa, obtendo
uma retumbante vitória.
A vitória dos gregos se explica pelo fato de os persas possuíram um exército numeroso, mas
de péssima qualidade. Mal comandados, com soldados de diversas nacionalidades, mercenários sem
coragem, com vestimentas pesadas e pouca mobilidade, os persas não conseguiram resistir ao
aguerrido exército grego, que combatia com armas leves, pouca vestimenta, tendo com isso grande
mobilidade. Acrescenta-se que os gregos lutavam em prol da liberdade enquanto os persas nem
sabiam porque lutavam.
Em 480 a.C., Xerxes filho de Dario, atacou novamente os gregos, com poderoso exército e
uma grande esquadra.
Os gregos, sob a liderança de Temístocles, se prepararam para repelir o invasor.
As primeiras operações terrestres foram desastrosas para os gregos.
Para tentar impedir a invasão da Grécia, o rei de Esparta, Leônidas, se colocou com seu
exército no desfiladeiro das Termópilas, a fim de impedir a passagem dos persas.
"Quando Xerxes, que em doze meses de marcha, não tinha visto a cara de um só inimigo,
soube que os espartanos o esperavam, mandou-lhes dizer que entregassem as armas. – Vem cá
busca-las – foi a resposta que obteve... Não compreendendo ainda como algumas centenas de
homens (300) ousavam resistir a um dilúvio de povos, Xerxes deu-lhes um espaço de quatro dias
para se renderem, passado o qual os atacaria. No quinto dia os sentinelas gritavam aqueles heróis:
- Eis os persas, que vêm para nós. – Pois bem! – respondeu Leônidas – Marchemos até eles
– Porém – replicou um enviado – são tão numerosos, que suas flechas escurecerão o sol. – Tanto
melhor – disse Dioneceu – combatermos à sombra".
"Viajante, disse e Espartano que estamos aqui; no túmulo, e que cumprimos honestamente o
nosso dever".
Ao penetrarem na Ática, os persas ocuparam e incendiaram Atenas.
Na batalha de Salamina foi decidida a sorte da guerra. Termístocles comandava a frota grega
e propositalmente procurou combater os persas no estreito de Salamina, pois este era o local
adequado para bater os pesados navios persas.
"A batalha começou ao amanhecer. Os navios gregos, que eram mais leves, caíram sobre a
frota persa, que se compunha de barcos pesados. Para os barcos persas o estreito era insuficiente:
encalharam nos bancos de areia e afundaram. Ao cair a noite, terminou a batalha com a vitória dos
gregos".
Em 479 a.C., os persas foram definitivamente derrotados na batalha de Platéia.
Em 448 a.C., pelo Tratado de Susa, os persas reconheceram a hegemonia grega no mar Egeu
e prometeram não mais atacar as cidades gregas e suas colônias.

1.5.4 O Apogeu de Atenas

A vitória dos gregos sobre os persas deu a Atenas a hegemonia sobre as cidades gregas.
Para se defender dos persas, os gregos organizaram-se numa Liga Marítima: a Confederação
ou liga de Delos (a sede ficava na ilha de Delos).
Esparta e seus aliados não participavam dessa liga.
Para manter a Liga cada cidade contribuía, com navios, soldados e ouro. A administração
cabia ao ateniense Aristides, que idealizara esta aliança defensiva.
Com o passar do tempo Atenas tornara-se a cidade hegemônica, tirando proveito político e
econômico da liga de Delos.
Com os recursos da Liga, Atenas foi reconstruída e embelezada, tornando-se uma poderosa
força marítima e comercial.

1.5.5 Péricles

O apogeu da democracia escravista grega ocorreu no governo do culto e talentoso Péricles.


Durante o seu governo, artistas, escritores e filósofos eram incentivados e protegidos por
esse amante da cultura.
Em seu tempo foram construídos edifícios famosos, dos quais o mais célebre foi o Partenon,
templo dedicado à deusa Atenéia.

1.6 Os Gregos: Suas Guerras e Sua Cultura

1.6.1 A Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.)

Na Grécia surgiram duas poderosas forças: a Liga Terrestre do Peloponeso, liderada por
Esparta, e a Liga Marítima encabeçada por Atenas. Enquanto Atenas protegia os regimes
democráticos (à moda grega), Esparta apoiava as oligarquias.
A guerra começou em 431 a.C., quando Corinto, solicitou auxílio espartano para luta contra
Atenas.
Diante da negativa ateniense de renunciar a seus domínios sobre os Estados que
participavam da Liga Marítima, o exército espartano invadiu a Ática, provocando devastações e a
consequente ruína dos camponeses.
Enquanto isso, em Atenas, dois partidos se digladiavam: os partidários da guerra, liderados
por Cleon, representando os interesses das camadas mercantis e do demos ateniense, e os partidários
da paz, liderados por Nícias, um rico escravista, que representava os interesses da aristocracia que
desejava a paz com Esparta.
As lutas entre os partidários da guerra e da paz, as sucessivas traições de Alcebíades, o
descaso pelos interesses dos camponeses enfraqueceram Atenas. Bloqueada por terra, pelo exército
espartano, e por mar, pela esquadra de Corinto, os atenienses foram vencidos na batalha de Egos
Potamos.

1.6.2 O Predomínio de Esparta

A Guerra do Peloponeso pôs fim ao imperialismo ateniense e deu uma certa tranqüilidade à
Pérsia que recuperou a Jônia e passou a tirar proveito do dividido mundo grego.
O curto período de predomínio espartano (404 a 371 a.C.), demonstrou ser extremamente
opressivo. Regimes oligárquicos, mantidos pela força das armas foram instaurados na maioria das
cidades gregas.
O predomínio espartano, começou a chegar ao fim quando estes entraram em conflito com
os persas.
Atenas, com o apoio dos persas, começou a se reerguer, porém foram os tebanos,
comandados pelo inteligente Epaminondas, que venceram os espartanos na batalha de Leuctras,
dando início ao curto predomínio tebano.
"Atenas saudara com alegria a vitória tebana em Leuctras, vendo nela o fim da
preponderância espartana. Agora, via com maus olhos o crescimento de Tebas. Chegou a coligar-se
com o velho inimigo mortal (Esparta), unindo o seu exército ao dele para barrar os passos de
Epaminondas. Deu-se a batalha de Mantinéia, em 362 a.C..Epaminondas venceu mais uma vez.
Mas, na luta, foi morto... .Com ele, morreram também os sonhos de hegemonia de Tebas."
Os campos devastados e o comércio parado eram o saldo das constantes guerras entre as
cidades gregas. Esta instabilidade enfraqueceu Atenas, Esparta e Tebas, facilitando as coisas para
Felipe II da Macedônia conquistar a Grécia.

1.6.3 A Macedônia

Situada ao norte da Grécia Antiga, a Macedônia era para os evoluídos gregos um país de
bárbaros.
O rei Felipe II unificou politicamente o Império Macedônico. No plano militar, além de
construiu uma frota, instituiu a chamada "falange macedônica", que era assim formada:
"A falange era um quadrado, em que cada um dos lados tinha quatro filas de lanceiros. A
primeira armava-se de lanças mais curtas. A segunda da lanças mais longas, que passavam entre os
soldados da primeira fila. A terceira, de lanças ainda mais longas, e a quarta de lanças longuíssimas.
Todas as pontas de lanças nivelavam-se na primeira fila. O adversário defrontava-se assim com um
ouriço compacto".
Aproveitando-se da fraqueza das cidades gregas, em 338 a.C.. Felipe II conquistou a Grécia
Antiga na Batalha de Queronéia. Dois anos mais tarde (336) é assassinado por um dos oficiais.
Sobe, então, ao trono com apenas 20 anos de idade, seu filho Alexandre.
Após dominar com muita energia várias revoltas de cidades gregas, Alexandre lança-se
(334) à conquista do Império Persa. Em 10 anos de batalhas espetaculares, funda um dos maiores
impérios de todos os tempos: da Macedônia ao Oceano Índico, do Egito até a Índia. Mas Alexandre
morre repentinamente, na Babilônia (323 a.C.), com apenas 33 anos de idade.
Após a morte de Alexandre, seu império esfacelou-se, devido às ambições de seus generais e
também devido à falta de solidez de seu efêmero império mundial.

1.6.4 O Helenismo

As conquistas de Alexandre contribuíram para difundir a cultura grega (também chamada


helenística) nos países orientais.
O idioma, a literatura, a ciência e a filosofia grega, passaram a ser difundidas em larga
escala.
É evidente que devido às grandes extensões havia muitas variações regionais, mas no geral o
mundo helenístico apresentava com uma velocidade não muito inferiores a de hoje, e as diferenças
entre as várias regiões podem ser consideradas como muito menores do que no mundo ocidental
atual, pois a língua e a tradição básica erma as mesmas. Um intelectual grego – poeta ou
matemático – podia sentir-se em casa, igualmente, em Siracusa ou Alexandria. O deus grego-
egípcio Serápis e sua mulher Ísis – e, com o tempo outros deuses orientais conquistaram milhares
de corações longe de sua terra original. Atores e atletas tinham associações internacionais: a
Associação Internacional de Lutadores, com suas representações locais, apareceram com entidades
organizadas em muitos documentos. Os gregos da classe superior (por nascimento ou por educação)
tinham amigos e correspondentes em toda à parte. Basta ler os Atos dos Apóstolos para ver como
isso foi importante na preparação de condições favoráveis para a difusão do Cristianismo, e antes
mesmo, para a aceitação do Império Romano universal".
1.6.5 O Legado Cultural

A Religião

A religião grega era politeísta e não possuía escritas sagradas, dogmas, doutrinas e credos.
Entre os homens e os deuses existia a mais completa familiaridade. Eram normais as
conversações entre deuses e homens, e também era comum o mortal se queixar da divindade que
não agira corretamente ou havia faltado às promessas. Na literatura grega encontramos muitos
relatos dos amores entre homens e deusas e dos deuses com mulheres terrenas.
Esses deuses eram belos, fortes e inteligentes. Viviam num palácio no monte Olimpo.
Dentre os principais deuses podemos citar:

Nome Grego Nome Latino Atributos


Zeus Júpter Soberano dos deuses, Senhor do Céu e da Terra.
Hera Juno Deusa do casamento e esposa de Zeus.
Hélios (ou Febo) Apolo Deus do Sol e das Belas Artes.
Afrodite Vênus Deusa da mocidade, do amor e da beleza.
Ares Marte Deus da guerra.
Palas Minerva Deusa da sabedoria.
Hermes Mercúrio Deus do comércio.
Deméter Ceres Deusa da agricultura.
Hefestos Vulcano Deus do fogo e da indústria.
Ártemis Diana Deusa da lua e protetora dos caçadores.
Poseidon Netuno Deus do mar.
Héstia Vesta Deusa do fogo sagrado.

O Culto

Era nos templos que os gregos realizavam suas cerimônias religiosas. No culto os gregos
ofertavam aos deuses, cantos de louvor, alimentos, objetos e sacrifícios de animais.
Os gregos faziam as suas orações em pé, pois se ajoelhar era considerado indigno de homens
livres.
Os sacerdotes não eram profissionais, pois não se dedicavam exclusivamente à religião.
Eram apenas cidadãos que conheciam os ritos e as fórmulas religiosas.

Os Oráculos

O termo oráculo para os gregos tinha dois significados:


 1º- seria a resposta que os deuses davam às perguntasdos homens;
 2º-seria o local da consulta, ou seja, o santuário.

Dos oráculos o mais famoso foi o de Delfos, consagrado a Apolo.

Os Jogos

Nos jogos, os olímpicos eram os mais famosos. Eram realizados em Olímpia em


homenagem a Zeus. Após o ano de 776 a.C., passaram a ser realizados de quatro em quatro anos.
Os Heróis

Os heróis diferiam dos deuses por serem mortais.


Dentre os mais famosos podemos destacar:
 Perseu matou a Medusa, monstro de dentes afiados e cabeças cheias de serpentes;
 Teseu matou o Minotauro, monstro que habitava o labirinto de Cnossas em Creta;
 Édipo decifrou o enigma da esfinge, monstro que devorava os viajantes que respondessem às
perguntas que fazia;
 Jasão e seus companheiros, os argonautas, conquistaram o velocino de ouro;
 Heracles (o Hércules romano), foi maior de todos os heróis, realizou 12 trabalhos para aplacar a
fúria de Hera.

A Religião Doméstica

Paralelamente à religião oficial, os gregos tinham uma religião doméstica onde cultivavam
os seus antepassados.
Para as pessoas dessa época, cada morto era um deus. Não era necessário ter sido homem
virtuoso, tanto era deus o mal continuaria na sua segunda existência com todas as más inclinações já
reveladas durante a sua primeira vida.
Segundo Fustel de Coulanges, este culto dos mortos existia entre os gregos, etruscos, latinos,
sabinos e também entre os párias da Índia.
Acreditava-se que o morto necessitava de alimentos e bebidas, portanto era dever dos vivos
satisfazer esta necessidade. "Ao deixarem de oferecer aos mortos a refeição fúnebre, estes saíam
dos seus túmulos, sombras errantes, se faziam notar pelo gemer no calado da noite silenciosa.
Repreendiam os vivos pela sua negligência ímpia; procuravam puni-los, enviando-lhes
doenças ou ameaçando-os com a esterilidade do solo. Enfim, não deixavam aos vivos descanso
algum até o dia em que os repastos fúnebres se restabelecessem. O sacrifício,a oferta de alimento e
a libação (derramamento de vinho ou outro líquido) faziam-nos voltar ao túmulo e garantiam-lhes o
repouso e os atributos divinos. O homem ficava então em paz com os seus mortos".
Os gregos chamavam as almas humanas divinizadas pela morte de Demônios (gênio bom ou
mal) enquanto os latinos davam o nome de Lares. (donde a palavra lar).

O Fogo Sagrado

Nas casas dos gregos (e também dos romanos) existia um altar, onde o dono da casa era
obrigado a manter o fogo aceso dia e noite, Se porventura o fogo apagasse a desgraça recairia sobre
a família.
Este fogo era adorado. Prestavam-lhe verdadeiro culto, imploravam-lhe verdadeira proteção,
que supunham poderosa. Dirigiam-lhe preces, para a obtenção de saúde, riqueza e felicidade.
É importante destacar o que diz Fustel de Coulanges, sobre o assunto: "O fogo mantido no
lar é de natureza distinta do fogo material... . É fogo puro, só podendo ser produzido quando
ajudado por certos ritos e somente alimentado com determinadas espécies de madeira. É fogo casto;
a união dos sexos deve arredar-se para longe de sua presença. Não se lhe pede somente a riqueza e a
saúde, se roga-lhe também que conceda ao homem pureza de coração, temperança e sabedoria".

Os Ritos

Realizavam-se no interior da casa e cada família tinha o seu ritual próprio, o pai dirigia o
culto, pois esta religião não tinha templos e nem sacerdotes.
Conclusões

Em relação às manifestações religiosas dos gregos, devemos fazer uma distinção que é
fundamental, pois a religião oficial, com seus deuses, heróis, templos e oráculos, tiveram uma
influência pequena sobre a mentalidade, os hábitos, costumes e instituições, se comparada com a
religião doméstica. Esta última firmou os alicerces da família e de várias instituições, tais como o
casamento e a propriedade privada.
Em síntese, as condições históricas fizeram com que na Grécia Antiga a religião estivesse
muito próxima dos homens, fosse alegre e expansiva, pois para este povo imperialista e vencedor
não havia razão para o pessimismo, para as lamentações.

2 A Filosofia Grega

Os gregos entenderam por Filosofia "um sério esforço para compreender o mundo e os
homens". Procuraram explicar o mundo de forma racional, deixando de lado as tradições místicas e
religiosas.
Tales de Mileto é o primeiro grande nome da Filosofia Grega, para ele a água era a origem
de todas as coisas. Apesar de ser uma concepção errônea, não deixava de ser um avanço, pois os
deuses não tinham vez em suas explicações.
Para Heráclito o elemento essencial era o fogo. Para ele no mundo tudo se transforma, ou
seja, tudo é movimento. Não se pode, por exemplo, estar duas vezes na mesma corrente.
Pitágoras nasceu em Samos e, com cerca de quarenta anos emigrou para o sul da Itália
(Cratono), onde fundou uma escola. Para Pitágoras e seus adeptos, a essência das coisas residia num
princípio abstrato.

2.1 Os Sofistas

O termo "sofista" significa "partidário da sabedoria". Mais tarde os sofistas foram


injustamente criticados por Platão. Daí o tempo ter adquirido um sentido pejorativo.
Conforme ensina Leonel França, os sofistas "eram mais retóricos que filósofos, argutos,
artificiosos e eruditos, ensinavam à juventude ateniense atraídos pelos encantos da eloqüência, com
a arte de defender o pró e o contra de todas as questões, o segredo de tirar partido de qualquer
situação, galgando as mais elevadas posições numa democracia volúvel e irrequieta. Serviam-se das
armas da razão par destruir a própria razão e, sobre as ruínas da verdade, erigir o interesse em
norma suprema de ação".
Eis os principais traços da doutrina sofista:
 Relativismo - Não se preocupavam com a busca de algo estável e permanente.
 Subjetivismo - Não existe verdade objetiva.
 Ceticismo - Nada podemos conhecer com certeza.
 Indiferentismo: moral e religioso.
 Oportunismo político
 Utilitarismo.

Pitágoras foi o mais célebre dos sofistas.

Sócrates

Combatendo os sofistas, Sócrates acreditava que era necessário chegar-se ao saber


verdadeiro e obrigatório. Nada escreveu, e aquilo que sabemos nos foi transmitido por Platão, seu
mais brilhante aluno.
Adotava como regra de vida a seguinte frase: "Conhece-te a ti mesmo".
Sócrates através de discussões procurava despertar em todos o amor ao saber.
Acusado de agir contra a democracia, foi condenado à morte. Apesar de ter sua fuga
facilitada por amigos, Sócrates preferiu morrer bebendo uma taça de veneno.

Platão

Aluno de Sócrates, Platão era aristocrata dos pés à cabeça, daí o seu desprezo pela
democracia.
Suas principais obras foram: "A República" e "As Leis".
Em "A República" descreve um Estado ideal. Neste Estado existiram três categorias de
pessoas: Os filósofos, os guerreiros e os trabalhadores.
Os filósofos governariam, os guerreiros protegeriam o Estado e os trabalhadores, como
sempre, deveriam trabalhar para manter os guerreiros e os filósofos.
Para Platão os homens se dividiam em: homens livres que tem raciocínio, e os escravos que
só devem cumprir as ordens de seus senhores.
Em "As Leis" Platão afirma que "o melhor Estado, a melhor Constituição e as melhores leis
aparecerão quando a sociedade tiver por lema: tudo é comum entre amigos".
Ao criticar a propriedade privada e o acúmulo de riquezas, Platão pode ser considerado o
primeiro grande pensador a lançar ideias comunistas.

Aristóteles

Aristóteles foi o maior sábio da Antigüidade, prestando grandes contribuições para o


desenvolvimento das ciências.
Defendia uma sociedade onde houvesse um certo equilíbrio entre ricos e pobres.
"Para Aristóteles, a propriedade privada, a escravidão e a opressão do Estado, são fatos
naturais, que nunca poderão desaparecer..."
Na sua Política (principal obra), Aristóteles critica as idéias comunistas do mestre (Platão) e
procura refuta-las com bastante habilidade... Com frases ocas, sofismo e jogos de palavra".
Para ele, o comunismo, tornaria impossível a criação de riquezas, porque "os homens nunca
serão capazes de trabalhar senão para defender seus próprios interesses. O trabalho coletivo não faz
surgir a harmonia entre os homens, mas a discórdia. A propriedade privada não é a verdadeira causa
de todos os males que nos afligem. Essa causa é a própria natureza humana essencialmente ruim".
A Aristóteles devemos a fundamentação da lógica. Ensinava passeando pelos bosques, por
isso sua escola se chamava peripatética, isto é. "Ambulante".

A Arquitetura

Arquitetura: emprego de mármore e pedras. Apogeu no século V a.C., chamado "Século de


Péricles", quando Atenas viu a Acrópole receber belas construções, como o PARTENON, cujo friso
foi esculpido por Fídias e tinha estilo dórico.
Empregou o dinheiro da LIGA DE DELOS.
A Arquitetura grega apresentava três estilos: dórico, jônico e Corinto.
 dórico: simples, apenas com uma placa de mármore;
 jônico: formado por volutas (adornos em espiral);
 corinto: tem forma de sino invertido envolvido por folhas de acanto.

3 História da Civilização Grega

A cerca de 2600 a.C., povos da Anatólia, que sabiam trabalhar o ferro e aperfeiçoaram a
navegação e a agricultura, invadiram o território grego. A partir de 2000 a.C., a região foi
novamente invadida, desta vez por povos indo-europeus (aqueus, eólios, dórios e jônios), que
destruíram a civilização existente, absorvendo seus hábitos e cultura.
Primeiro os aqueus invadiram (2000 a.C.). destruíram o Império de Creta, assimilaram sua
cultura e estabeleceram seu reino no Peloponeso, construíram as cidades de Micenas Tirino.
Depois vieram os eólios que se fixaram em Tessália, Etólia e parte do Peloponeso. A cidade
mais importante criada por esse povo foi Tebas.
Mais tarde vieram os dórios, que atravessaram o istmo de Corinto, conquistaram, obrigando
os aqueus a procurarem refugio na Ásia Menor. Posteriormente conquistaram a cidade de Esparta
que mais tarde se distinguiria como potencia militar.
Os jônios, que vieram junto com os dórios, estabeleceram-se na região da Ática, fundaram
Atenas, criando uma forte civilização que iria influir fortemente nos destinos dos homens.
Gradativamente, o povo grego começou a absorver a língua e a religião dóricas, e tornou-se
comum a todos os povos da região cultuar um conjunto de deuses antropomórficos,(que pela forma
se assemelhavam aos homens), chamados Olímpicos, pois habitavam o topo do monte Olimpo. Em
homenagem a esses deuses, eram realizados festivais e competições atléticas, dentre as quais as
mais famosas foram os Jogos Olímpicos, em homenagem a Zeus e a Hera, que se iniciaram no ano
776 a.C. Esta foi a primeira data registrada na história da Grécia Antiga, e o calendário grego foi
feito a partir dela.

Período Arcaico séc. VIII a.C. a VI a.C.

Durante esse período, o território grego se expandiu de maneira surpreendente,


principalmente devido ao aumento desenfreado da população das cidades-estados já existentes e do
surgimento da propriedade privada o que estimulou muitas pessoas a migrarem em buscas de novas
terras. Das mais de cem cidades-estados gregas, várias se mantiveram oligárquicas, e muitas outras
desfrutaram de uma democracia.
Na história Grega este período foi o mais longo e é dividido em três partes.
A primeira fase se tem notícia através dos poemas de Homero, a Ilíada e a Odisséia. É
conhecida como Tempos Heróicos ou Tempos Homéricos. Foi a fase anterior a ao século VIII a.C.
A segunda fase é mais conhecida, começou a partir deste século. Nela se deram as grandes
invasões gregas e foram criadas colônias na Ásia Menor e na Magna Grécia (sul da Itália e a
Sicília). Esparta, Atenas, Corinto e outras cidades tiveram seu maior desenvolvimento.
Numa terceira fase que teve início no século VI a.C., a Pérsia conquista as colônias gregas
da Ásia menor, originando vários conflitos entre esses dois povos (Guerras Médicas do século V
a.C.). Nesta fase, Esparta torna-se poderosa e Atenas cria suas obras artísticas e literárias.
Também neste período, surgiu a cunhagem de moedas, aprendida pelos jônios com o povo
lídio, um de seus vizinhos. Surgiram na mesma época a literatura, a filosofia e o alfabeto gregos,
também frutos de cidades jônicas.
Período Clássico 480 a 323 a.C.

Este período foi divididos em duas partes.


A primeira fase, durante os séculos V e IV a.C., foi marcada pelos seguintes
acontecimentos:
 Rivalidade entre as cidades gregas, levando-as a guerra, enfraquecendo-as;
 Dario I, rei dos persas e depois Xerxes, contando com o enfraquecimento das cidades, tenta
dominar a Grécia;
 Os persas foram vencidos pelos gregos, nas batalhas de Maratona, Salamina e Platéia;
 Esparta, invejando o progresso de Atenas, depois das guerras medicas, aliada com outras cidades
gregas, vence sua rival (431 a 404 a.C.);
 Em 338 a.C. Filipe da Macedônia invade a Grécia.

Durante essa fase, mesmo com tantas guerras, os gregos conseguiram realizar suas mais
importantes obras de arte e literárias.
A segunda fase, século III a II a.C., deu-se então:
 A conquista dos persas, por Alexandre da Macedônia, que fundou um novo e grande império,
incluindo o da Índia, o Egito, e a Grécia;
 Um maior contato dos gregos com outros povos transformou a sua cultura;
 O domínio do Império Alexandrino pelos soldados de Roma, no século II a.C., ficando a Grécia
submissa aos romanos.

Além do estabelecimento de um dos mais duradouros padrões de beleza artística, os


atenienses nos deram a tragédia, a comédia, a filosofia de Sócrates, a historiografia de Heródoto e
Tucídides e um sistema político original, a democracia (literalmente, "o poder do povo"), talvez a
maior de todas as contribuições.

Período Helenístico 323 a 30 a.C.

Os povos Macedônicos (Felipe II e Alexandre) conquistaram o povo grego e misturaram sua


cultura com a cultura dos povos do Oriente, sendo que Alexandre, amante da cultura grega, queria
formar um Império Universal onde a cultura grega fosse o ponto unificador dos povos conquistados,
formando assim uma nova cultura, o Helenismo.
Do ponto de vista político o continente grego afastou-se do centro dos acontecimentos. Com
o estabelecimento do Império Romano em 27 a.C., a Macedônia e os territórios da Grécia
Continental tornaram-se simples províncias romanas.
As antigas póleis, agora meros centros municipais, beneficiaram-se da Pax Romana e
cessaram suas eternas disputas armadas. Os jogos continuaram sendo disputados e os festivais
celebrados; muitas instituições políticas tradicionais conservaram os nomes e a influência local.
Atenas manteve o status de cidade universitária
A cultura grega foi adotada pela elite romana e a cidade de Roma se tornou o mais novo e
mais importante centro de cultura helênica. Na cidade, a medicina e o ensino da filosofia e da
retórica, tão prezada pelos romanos, estava na mão de gregos (às vezes simples escravos);
escultores de origem grega trabalhavam para patronos romanos; e os intelectuais romanos liam,
falavam e escreviam fluentemente em grego.
Mas o Império Romano, no fim do século III, começou a se desagregar. em 395 d.C. os
bárbaros visigodos conseguiram saquear Atenas, Corinto e outras importantes cidades gregas. Nesse
mesmo ano, o imperador Teodósio I dividiu formalmente o Império em dois, e a Grécia foi
incorporada ao Império do Oriente. A sede era a cidade de Constantinopla, fundada em 330 d.C.
pelo imperador Constantino ao lado da antiga cidade grega de Bizâncio
No Ocidente, a península italiana e as províncias romanas caíram gradualmente nas mãos
dos bárbaros. No Oriente, a cultura grega sobreviveria ainda durante muitos séculos (até 1453 d.C.);
sua influência seria explícita a partir de 610 a 641 d.C., quando o grego se tornou a língua oficial do
Império Bizantino, embora a oposição dos cristãos, agora dominantes, contra qualquer forma de
paganismo.
A Igreja Cristã absorveu muitas coisas da antiga cultura grega; apesar disso, fez muita
pressão para acabar com o paganismo. O ano de 529 d.C. marcou, o fim do vigor criativo da antiga
cultura grega.

Como Surgiram

As cidades evoluíram de acordo com os agrupamentos dos grupos abaixo citados:


 Os genos, agrupamentos de famílias chefiadas por um patriarca;
 As fatrias, conjunto de genos;
 Os demos, reunião de fatrias e, por último,
 A polis ou cidade, resultado da união de vários demos.

A autoridade era exercida somente pelos nobres. Posteriormente o rei (nobre) foi substituído
por um chefe que, em Atenas, recebeu o nome de Arconde. O povo reagia contra a nobreza e alguns
indivíduos tomavam o poder: os Tiranos (pessoas que tomavam o poder de forma irregular). Como
o povo queria continuar mandando, substituíam os tiranos por Magistrados.
Essa organização não era a mesma em todas as cidades.

Cidades-Estado

As Cidades-Estados eram cidades que progrediam e ficavam mais independentes.


As principais cidades-estados foram:
 Esparta e Corinto, no Peloponeso;
 Atenas, na Ática;
 Tebas, na Beócia;
 Delfos, no Monte Parnaso;
 Mileto, Esmira e Éfeso, na Ásia Menor.

Durante o século V a.C. o poder político se polarizou entre atenienses e espartanos. Atenas
agregou diversas póleis a uma poderosa aliança política e econômica conhecida por Liga de Delos;
os espartanos, por sua vez, organizaram a igualmente poderosa Liga do Peloponeso.

Esparta

Esparta era a capital da Lacônia e se distinguiu pelo seu espírito guerreiro. Foi conquistada
pelos aqueus, mas progrediu mesmo com a chegada dos dórios.
Sua organização social era dividida em três classes:
 Espartanos: formada pelos descendentes dos dórios, era a classe dominante;
 Periecos: formada por camponeses que apoiaram a dominação dórica, tinham alguns privilégios,
mas não podiam ocupar cargos políticos por serem considerados como estrangeiros.
 Ilotas: eram os escravos por no passado terem se revoltado contra os dórios, não podiam se afastar
das terras em que produziam.

Organização em Esparta

Esparta era governada por dois reis, em caso de guerra um ia para o combate enquanto o
outro ficava na cidade.
Mas os monarcas eram limitados por órgãos oficiais:
 Gerúsia: câmara formada por pessoas com mais de sessenta anos, que legislavam para todo o
povo, eram vinte e oito membros eleitos pelo povo.
 Apela: Assembléia do Povo, formada por cidadãos com mais de trinta anos, eles aprovavam ou
não as leis da Gerúsia.
 Conselho dos Éforos: formado por cinco magistrados eleitos pelo povo. Podia fiscalizar os
monarcas e expulsar estrangeiros, podia convocar a Gerúsia e a Apela, atuar junto aos militares e
administrar justiça.

Educação em Esparta

Os espartanos eram preparados acima de mais nada para a guerra, crianças que nascessem
com problemas físicos eram jogadas no desfiladeiro. As que nasciam bem, ficavam com os pais até
os sete anos, a partir daí o Estado tratava de educá-los.
As meninas eram ensinadas na arte domésticas e aos vinte anos eram obrigadas a casarem-
se, embora os homens só pudessem casar depois dos trinta anos.
Os meninos logo cedo faziam exercícios físicos, leitura e canto. Cuidavam rigorosamente da
perfeição do corpo. Entravam para o exército aos vinte e um anos, de onde saiam aos sessenta.
Esparta representava o poder absoluto, ditatorial, onde os filhos eram educados dentro de leis
rígidas, que por severas demais, terminava por favorecer a corrupção.

Atenas

A vida civil de Atenas foi muito diferente do viver militar dos espartanos.
Cidade formada por jônios, com sua localização próxima ao mar exerceu grande influencia na sua
formação, contato com outros povos de civilizações adiantadas aprenderam e desenvolveram os
elementos de uma vida espiritual e materialmente superior, votada para ciências e artes.
Tinha sua população dividida em três classes:

 Cidadãos: eram os filhos de atenienses.


 Metecos: eram estrangeiros que se dedicavam ao comércio e a indústria. Não tinham direitos
públicos, eram livres e bem tratados.
 Escravos: classe menos numerosa, recebiam tratamento humano e podiam conquistar a liberdade.

Organização em Atenas

No inicio Atena era governada por aristocratas que mais tarde escolheram governantes que
receberam o nome de Arcondes, eram magistrados, sendo uns vitalícios, outros não. Depois, ao
invés de 3 eles escolheram 9 magistrados, o arcontado, que governavam por um ano.
Escolheram também membros da assembléia chamada Aerópago, semelhante a Gerúsia de
Esparta.
Como tinha pouca participação do povo nesse governo, os atenienses, em maioria
comerciantes e artesões, clamavam por leis escritas com melhores condições de vida e como
queriam atuar no governo, formaram uma nova classe social.
Atenas serviu de modelo a muitas cidades gregas e foi a grande exceção no mundo
antigo, quanto a forma de governo Foi considerada o berço da democracia, onde o povo amava a
liberdade e se dedicavam à cultura, às artes, à beleza.Foi desta cidade que saíram grandes
legisladores, filósofos e poetas.

As Leis

Com a pressão do povo, no século VII a.C., surgiram leis formando o Código atribuído a
Drácon. Que por serem leis muito severas, acabaram por descontentar o povo e os aristocratas
Em 594 a.C. os atenienses elegeram Sólon, um dos sete sábios gregos, para a Arcontado,
que realizou por sua vez, importantes reformas na democracia, favorecendo os direitos de todos:

 1º. Liberou, em parte, os devedores que por isso eram, anteriormente, escravizados.
 2º. Deu garantia a liberdade individual.
 3º. Estabeleceu o trabalho como dever, assim o pai tinha que ensinar um oficio ao filho.
 4º. Dividiu o povo em quatro classes de acordo com seu rendimento. Conservou o Aerópago eo
Arcontado, criou o Bule, que era formado por cidadãos escolhidos entre os membros das três
primeiras classes sociais, e criou ainda a Eclésia que era composta por vinte mil cidadãos, havendo
entre eles pessoas sem posses.

Pisístrato

As reformas de Sólon originaram descontentamento: os eupátridas se viram prejudicados e o


povo achou que devia ter mais direitos. Das lutas aproveitou Pisístrato, jovem endinheirado que,
apoiado no partido popular, apoderou-se do governo.
Deu-se- o qualificativo de tirano, que, como sabemos, designava os que se elevavam ao
poder por meios irregulares.
Pisístrato administrou com justiça e acerto, respeitando as leis de Sólon e procurando
melhorar as condições dos menos favorecidos. A ele se atribui a iniciativa de determinar a
compilação das obras de Homero. Quando morreu, sucederam-lhe os filhos Hiparco e Hípias. No
entanto, estes não foram felizes:Hiparco foi assassinado numa rebelião e Hípias fugiu perseguido
pelos nobres de Atenas. (510 a.C.).

Educação em Atenas

Diferente de Esparta, as crianças ficavam em casa até os seis anos, e depois os meninos iam
à escola para aprender leitura, cálculo, escrita, poesia, canto e ginástica. Cultivavam o amor a pátria,
às letras e às artes.
Os rapazes, aos dezoito anos entrava no exercito. Freqüentavam o liceu ou a academia.
Tornavam-se cidadãos.
As meninas ficavam no lar, onde aprendiam a tecer, fiar, e bordar. Só poderiam freqüentar
festas religiosas e não poderiam comer à mesa na presença de pessoas estranhas.

As Guerras

As Gueras Médicas ou Guerras Greco-Pérsicas

A primeira guerra começou quando Dario I mandou emissários render as cidades gregas
pacificamente. Várias cidades gregas cederam, menos Esparta e Atenas, que mataram os emissários
persas.
Dario então preparou um grande exército e desembarcou na planície de Maratona, próximo a
Atenas. Os Atenienses, com um exército bem menor, tiveram de lutar sozinhos, pois os espartanos
só poriam seus exércitos em marcha sob lua cheia, e na época era quarto crescente. Mesmo assim
os gregos lutaram com garra e venceram em 490 a.C.
Na segunda guerra, com a morte de Dario I, os persas passaram a serem governados por
Xerxes, Prepararam um poderoso exército que iria por terra. Uma esquadra saiu costeando pelo mar
Egeu, acompanhando a marcha dos soldados
Invadiram a Grécia pelo norte, renderam Tessália, que aliou-se a eles. Algumas cidades
uniram-se a Atenas. Quando eles conseguiram passar pelo desfiladeiro das Termópilas, entraram em
Atenas, saquearam, incendiaram a cidade. Mas os grego haviam construído uma esquadra, que
embora em menor numero era mais veloz e equipada que as embarcações persas. Os gregos vencem
mais uma vez, agora na Baía de Salamina. Mandam Xerxes de volta para a Ásia.
Mas os persas continuavam querendo a Grécia. Eles estavam no Mar Egeu. Xantipo
comanda os gregos e vence a esquadra persa na batalha naval de Miracle. Finalmente as guerras
médicas chegaram ao fim quando Címon destrói a última esquadra persa em Eurimedonte.
Com essas vitórias, Atenas consegue grande prestígio, provocando a inveja de Esparta.

Guerras Internas

Os interesses dos dois grupos, Atenas e Esparta, logo entraram em choque, e os aliados de
Esparta e os aliados de Atenas enfrentaram-se numa longa e desgastante guerra, conhecida por
Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.).
Péricles agora governava Atenas, uniu várias cidades gregas formando a Confederação de
Delos, buscando manter a paz.
Esparta não participou desta confederação, e unida a outras cidades, atacou a Ática, levando
seus habitantes a refugiarem-se em Atenas.
Atenas mandou uma esquadra para devastar o Peloponeso, mas a peste atacou esta cidade
com mais força que seus navios, matando inclusive Péricles.
As duas cidades, já fracas de lutarem assinaram uma trégua que deveria durar 50 anos.
Porém isso não ocorreu pois Alcebíades aconselhou o governo a conquistar a Silícia (rica em trigo),
mas para isso os Atenienses teriam que atacar Siracusa, aliada de Esparta.
A campanha foi um desastre, já que por um incidente Alcebíase traiu Atenas e revelou suas
intenções à Esparta.
O fim das guerras finalmente chegou quando Lisandro venceu a esquadra ateniense, que por
sua vez, obrigou-se a assinar sua rendição a Liga do Peloponeso, ficando submissa a Esparta, o que
não durou muito, já que um ateniense,Trasíbulo, que havia se refugiado em Tebas libertou Atenas.
E ainda, dois tebanos , Pelópidas e Epaminondas, investiram contra Esparta e venceram-na.
Com a disputa, finalmente vencida pelos espartanos, os atenienses perderam quase todo o
poderio político e financeiro adquirido nos anos anteriores.
Com todas essas guerras entre as cidades, a Grécia ficou enfraquecida, sendo invadida e
dominada pela Macedônia, monarquia semi-bárbara, existente ao norte.
O século IV a.C. começou com um curto período de hegemonia espartana, concomitante a
um hesitante renascimento ateniense, a que se seguiu um período igualmente curto de hegemonia
tebana. Atenas, porém, manteve sua importância cultural: esse foi o século de Platão, Aristóteles e
Demóstenes.
Quando as póleis se deram conta, a partir de 350 a.C., da progressiva intromissão do rei
Felipe II da Macedônia nos assuntos gregos, era tarde demais: em 338 a.C. o exército macedônico
pôs fim à autonomia das póleis helênicas. Após a morte do rei, um ano depois, seu filho Alexandre
III ("O Grande") tomou o Egito, o Oriente Médio e o Império Persa em menos de quinze anos, com
um exército de macedônios.

Ciência Grega

Considerando o povo grego em conjunto, notava-se nele uma curiosidade inventiva em


todos os aspectos:
Herdeiros dos cretenses e fenícios na arte de navegar, aperfeiçoaram e construíram barcos,
adaptando-os de acordo com seus objetivos, seja para transporte, comércio ou competições.
Inventaram a âncora, aperfeiçoando-a de tal maneira que até hoje é utilizada, sem grandes
modificações.
Quanto a moeda, foi aperfeiçoada e transformada pelos gregos em instrumento normal de
troca expandindo-a por toda a parte.
Os gregos inventaram e construíram o relógio de sol. Foi um sábio grego (Arquimedes)
nascido em Siracusa, que estabeleceu o princípio geral da alavanca, inventou o parafuso e porca, a
roldana, as engrenagens, entre outras.
A ciência desenvolveu-se devido aos grandes filósofos gregos, homens que se dedicavam ao
estudo de vários ramos do conhecimento humano (Física, Matemática, Astronomia, etc...) assim
sendo, a filosofia (literalmente: amor a sabedoria) englobava todas essas ciências.
Hipócrates de Cós, ( o Pai da Medicina), estabeleceu que as doenças tinham causas naturais
e por isso deveriam ser tratadas por processos também naturais e não através de magias. Dessa
maneira, os gregos dotaram as criações orientais de um novo espírito, o espírito da ciência, ou seja,
da explicação racional dos fatos.

Alguns Filósofos e Artistas Gregos

 Tales de Mileto: admitia a existência de um elemento básico – a água – do qual derivam todas as
coisas do universo.
 Anaximandro: desenvolveu a teoria de que os primeiros animais viveram na água.
 Pitágoras: matemático, pioneiro das ciências naturais, astrônomo e reformador moral.
 Ésquilo: primeiro dos grandes dramaturgos gregos.
 Fídias: escultor, escultor da estatua de Atena, protetora de Atenas, do Partenon e da estátua de
Zeus Olimpo.
 Heródoto: grande historiador considerado o “Pai da Historia”, viajava em busca de fatos.
 Sócrates: grande filosofo, frase celebre: “Conhece-te a ti mesmo”.
 Platão: discípulo de Sócrates
 Aristóteles: discípulo de Platão, foi um dos criadores do método cientifico, valorizando a
experiência e comprovação.

Arte grega

Foi um povo onde a criatividade se fez presente, tanto na arte quanto na literatura. Na
arquitetura, as muitas construções públicas comprovam uma combinação de conhecimentos
arquitetônicos e gosto artísticos raras vezes igualadas (Partenon e Erecteu), nas letras os poemas
Ilíada e Odisséia, atribuídos a Homero, a poesia lírica de Píndaro, as tragédias de Ésquilo, Sófocles
e Eurípedes, foram escritos com tanta perícia que serviram de modelo em épocas posteriores. Até
hoje os temas das tragédias gregas (vida, amor, liberdade, morte, predestinação e religião) não
perderam sua atualidade dramática nem seu valor poético.
Na arquitetura grega prevalecia a linha reta, eles não empregavam nem arcos nem abóbodas
como os egípcios e os povos mesopotâmicos.Utilizavam muitos as colunas, dando aos templos um
aspecto elegante e imponente. Destacam-se três estilos muito usados na construção grega:
 o dórico, estilo mais antigo e simples;
 o jônico, mais leve e flexível, representado por colunas finas e graciosas;
 o coríntio, o mais trabalhado e, sendo assim, o mais complexo.

Seus prédios públicos e templos eram construídos empregando muito o mármore, material
fartamente encontrado na Grécia.
Na escultura, destacou-se Fídias com suas estátua de Atena, colocada no Partenon, toda em
marfim e ouro e a de Zeus, no Templo de Olímpia.
A pintura acha-se ligada a escultura, destacando-se Apolodoro e Apeles.
Criaram também, no teatro, junto com as tragédias, as comédias, onde se destacou
Aristófane.
Os gregos cultivavam a oratória, sendo que Demósteges e Péricles, (governante de Atenas),
empolgavam o povo com seus discursos vibrantes. Herdamos, também, dos gregos, a maneira de
contar estórias com um fundo moral.
Religião Grega

Os gregos eram politeístas, cultuavam vários deuses e para cada um deles criaram lendas
explicando sua origem. É o que se conhece como Mitologia Grega.
Evoluindo de época para época, os deuses acabaram por constituírem formas, paixões e aparências
humanas. Embora inspirassem temor e respeito, não inspiravam horror aos mortais. Construíram
belos templos para os adorarem.

Os deuses:
 Zeus: rei dos deuses, morava no Olimpo.
 Atena: deusa das artes, ciências, razão e sabedoria.
 Hermes: deus do comercio.
 Ártemis: deusa da lua e da caça.
 Hefaisto: deus do fogo.
 Ares: deus da guerra.
 Afrodite: deusa do amor e da beleza.
 Hístia: deusa da família e do lar.
 Posseidon: deus do mar. Irmão de Zeus.
 Hades: deus do inferno. Irmão de Zeus.
 Hera: deusa do casamento.

Cultuavam também as musas que representavam as artes. Como Clio (musa da história),
Eutepe (musa da música) e Calíope (musa da poesia).
Criaram também heróis, aos quais atribuíam feitos foras do comum, ligados a realização das
cidades:

 Teseu: fundará Atenas e vencera o Minotauro de Creta.


 Édipo: construíra Tebas e levara a Esfinge a se atirar num precipício, após decifrar-lhe o enigma:
‘Quem é que de manhã anda com quatro pés,ao meio dia com dois, e à noite com três?”
 Hércules: filho de Zeus, o mais venerado pelos espartanos, realiza doze trabalhos colossais que
serviram de base para muitos filmes e livros.
 Orfeu: que dominava as feras com sua lira e desceu aos infernos para salvar sua amada Eurídice.

Os gregos acreditavam que a Terra fosse chata e redonda e que seu país ocupava o centro da
Terra, sendo seu ponto central, por sua vez, o Monte Olimpo, residência dos deuses ou Delfos, local
famoso pelos oráculos ( pessoas que consultavam divindades ou espíritos, que davam conselhos).

Cronograma

1500 a.C. - A civilização minóica atinge seu apogeu.


1400 a.C. - A civilização micênica domina a Grécia; grandes palácios são construídos nas regiões
continentais.
1250 a.C. - Época provável das guerras entre os micenas e Tróia.
1000 a.C. - Os primeiros povos de língua grega se estabelece na área e fundam as cidades-Estados.
776 a.C. - Realizam-se em Olímpia os primeiros jogos Olímpicos.
750 a.C. - Fundação das primeiras colônias gregas.
505 a.C. - Atenas adota a democracia como forma de governo.
500-449 a.C. - As Guerras Médicas; as cidades gregas se unem para combater os persas.
400 a.C. - Apogeu do teatro grego.
490 a.C. - Os gregos derrotam os persas na batalha de Maratona.
480 a.C. - Os gregos destroem a frota persa na batalha de Salamina.
479 a.C. - Derrota final persa na batalha de Platéia.
461-429 a.C. - Péricles governa Atenas; construção do Partenon.
431-404 a.C. - Guerra do Peloponeso, entre Esparta e Atenas; início da supremacia de Esparta sobre
a Grécia.
359 a.C. - Filipe torna-se rei da Macedônia.
338 a.C. - Filipe domina toda a Grécia.
336-323 a.C. - Alexandre o Grande, filho de Filipe, expande o império grego até o Oriente Médio.

Conclusão

Conclui que o povo grego preocupava-se com a arte, a democracia, a ciência e a filosofia,
buscavam a perfeição das formas e conseguiram o que representou um grande avanço na historia da
arte, queriam também que os homens fossem perfeitos para serem considerados como heróis, “os
heróis gregos”.
Foi um povo que espalhou sua cultura pelas inúmeras civilizações existentes na época,
suavizando, por exemplo, a cultura romana e persa que eram mais guerreiros, esses povos mesmos é
que tratavam de expandir e levar a cultura grega aos mais diversos lugares.
A política grega chamou atenção pela imposição de democracia, o que é usado, com ainda
mais vigor, até hoje.

Bibliografia

Saroni, Fernando e Darós, Vital – Historia das Civilizações – Vol. 1


Valuce, Ládmo – História Geral – Ensino de 1° Grau
Vicentino, Cláudio – Historia, Memória Viva – Vol. 8
Paginas da Internet: http://www.winbr.com/hp/hpereira
http://www.vestigios.hpg.com.br/
http://www.geocities.com/jeramos.geo/grecia/
http://greek.hp.vilabol.uol.com.br/
http://www.grecoromana.cjb.net/
http://www.tg3.com.br/greciahttp://www.civilgrega.hpg.com.br/

Período Pré-homérico: o povoamento da Grécia

No Período Pré-homérico ocorreram as invasões dos povos arianos (indo-europeus) que,


através da península Balcânica, chegaram à Grécia em sucessivas vagas de ocupação. Trata-se dos
aqueus, eólios, jônios e dórios.
Os aqueus, quando chegaram à Grécia, encontraram um povo de cultura rudimentar: os
pelasgos, ou pelágios, que foram assimilados; em seguida, fundaram algumas cidades, destacando-
se Tirinto e Micenas.
Logo após, entraram em contato com os habitantes da ilha de Creta, cuja cultura
assimilaram. Surgiu assim a civilização creto-micênica.
Por volta de 1700 a.C., a chegada dos eólios e jônios aumentou a população micênica, que
iniciou então uma expansão marítima, durante a qual entrou em choque com a supremacia cretense
no mar (talassocracia). Cnossos, a principal cidade de Creta, foi destruída. A lenda do Minotauro
conta esse fato simbolicamente: o rei de Creta, Minos, mandou construir um labirinto onde encerrou
seu filho, um monstro antropófago, que mais tarde foi morto por Teseu, herói grego de Atenas.
A expansão micênica continuou pelo mar Egeu em direção ao mar Negro, onde Tróia foi
destruída, como conta Homero na Ilíada. Homero atribui a Guerra de Tróia ao rapto de Helena,
esposa de Menelau, rei de Esparta, por um príncipe troiano. Na verdade, a destruição de Tróia foi
mais um capítulo da expansão micênica que se iniciara com a tomada de Cnossos.
Nesse momento máximo da expansão micênica, chegou à Grécia o grupo dório, também
ariano, de nível cultural inferior mas possuidor de armas de ferro. Os donos arrasaram Micenas e
provocaram a primeira Diáspora (dispersão) grega em direção à Ásia Menor.
Dentro da Grécia, então, a população passou a viver isoladamente em grupos clânicos
chamados genos. Esse fato assinala o fim do Período Pré-homérico e o início do Período Homérico,
assim chamado porque só pode ser entendido a partir da Ilíada e da Odisséia, poemas cuja autoria é
atribuída a Homero.

Período Homérico: o sistema gentílico

O genos constituía a primitiva unidade econômica, social política e religiosa dos gregos.
Todo o grupo vivia sob a autoridade do pater (patriarca) que, ao morrer, era sucedido pelo
primogênito, e assim sucessivamente. Era um grupo consangüíneo e a solidariedade entre seus
membros era muito grande. Os casamentos eram feitos dentro do clã.
Os bens de produção (terras, sementes, instrumentos) e o trabalho eram coletivos. Sendo
assim, a produção era distribuída igualmente entre todos os membros da comunidade.
Socialmente, predominava a igualdade, pois não havia diferenças econômicas. Só existiam
as diferenças tradicionais, pois os parentes se hierarquizavam em função de sua proximidade para
com o pater.
O poder político do pater advinha de ser ele o responsável pelo culto dos antepassados
(antigos paires) que ele realizava todos os dias, antes das refeições comuns. Distribuía justiça
costumeira (as leis eram orais) e comandava o exército do genos.
Nos fins do Período Homérico, essas comunidades começaram a se transformar. A
população cresceu, mas a produção agrícola não acompanhava o mesmo ritmo. Faltavam terras
férteis e as técnicas de produção eram rudimentares. Em vista disso, houve a desintegração das
comunidades gentílicas: seus membros, liderados pelo pater de sua submissão, resolveram partilhar
as terras coletivas. Os paires favoreceram seus parentes mais próximos, que passaram a ser
chamados eupátridas (bem- nascidos), permitindo-lhes ficar com as melhores terras. Os parentes
mais afastados herdaram as terras menos férteis da periferia, sendo chamados georgoi (agricultores).
Muitos outros, porém, ficaram sem terras, o que lhes valeu o nome de thetas (marginais).
Os eupátridas herdaram a tradição dos paires, monopolizando o poder político e constituindo
uma aristocracia de base fundiária. Esses aristocratas se agrupavam em fratrias. Um grupo de
fratrias, por sua vez, formava uma tribo.
A reunião de várias tribos deu origem a pequenos Estados locais, as poleis (cidades-Estado).
Por volta dessa época, surgiram na Grécia cerca de 160 cidades independentes umas das outras.
Cada uma delas se caracterizava por um templo construído em sua parte mais alta: a Acrópole.
Primitivamente, as poleis eram governadas por um Basileus (rei), cujo poder era limitado
pelos eupátridas. Em geral, quando os reis tentaram assumir um controle maior sobre o poder,
foram depostos e substituídos por arcontes (magistrados indicados pelo Conselho dos Ai-istocratas
e renovados anualmente).

Período Clássico: o período das hegemonias

Durante o Período Clássico, as poleis disputaram a supremacia sobre toda a Grécia. Essa
fase foi marcada pelas hegemonias e imperialismos no mundo grego, que acabaram em uma guerra
fratricida entre os próprios gregos, concluindo com a sua decadência. A primeira potência
hegemônica foi Atenas, seguida por Esparta e, finalmente, por Tebas.
O período Clássico teve início com as guerras médicas, ou pérsicas, que foi o conflito entre
o mundo bárbaro, persa, e o mundo grego.
As guerras médicas ou pérsicas no Período Clássico

Com a conquista do Oriente Próximo pelos persas, todas as colônias gregas do litoral da
Ásia Menor foram anexadas. No início, a autonomia dessas cidades foi respeitada; mais tarde,
porém, os persas passaram a exigir impostos e incorporaram as cidades a seu império. A cidade de
Mileto e algumas outras iniciaram uma rebelião, apoiadas por Atenas. Esse foi o motivo imediato
para o conflito entre gregos e persas.

Relevo do século V a.C., mostrando soldados gregos em combate

No ano 490 a.C., os persas desembarcaram seu exército na planície de Maratona, a poucos
quilômetros de Atenas. Nesse local, foram atacados pelos atenienses, comandados por Milcíades,
que derrotou os invasores. Com essa vitória, o prestígio de Atenas aumentou entre os gregos. Dez
anos depois, os persas fizeram uma dupla ofensiva. Por terra, venceram os espartanos no
desfiladeiro das Termópilas, onde morreu Leônidas, o célebre rei de Esparta. Por mar, uma
numerosa frota foi destruída na baía de Salamina pelos atenienses, comandados por Temístocles.
Sem o apoio da esquadra, o exército persa recuou para Platéia onde foi vencido pelos espartanos e
atenienses, liderados por Pausânias, em 479 a.C.
Os gregos passaram então à ofensiva. Organizaram uma liga militar com sede em Delos
(uma ilha do mar Egeu); a chefia foi confiada a Atenas. O tesouro comum foi usado para construir
uma poderosa armada que, sob o comando de Címon, assolou as posições persas no litoral asiático.
Em 448 a.C., pelo Tratado de Susa (Paz de Kallias), os persas reconheceram a supremacia grega no
Egeu.

A hegemonia de Atenas no Período Clássico

O fim da guerra tornou desnecessária a Confederação de Delos. Entretanto, os atenienses


sofreriam uma grave crise econômica e social se as contribuições dos aliados parassem de afluir
para a cidade: a indústria naval seria paralisada, o comércio se retrairia e numerosos remadores,
mercadores e artesãos ficariam sem ocupação. Por essa razão, os atenienses obrigaram, pela força,
os Estados-Membros a continuar os pagamentos, mesmo contra sua vontade. Era o início da
hegemonia ateniense sobre a Grécia.
No século V a.C., Atenas foi governada por Péricles (444 a 429 a.C.) e suas instituições
atingiram o máximo esplendor. Diversas obras públicas foram iniciadas, gerando empregos; os
membros dos tribunais e da Assembléia passaram a receber pagamentos; as camadas inferiores
puderam participar do Arcontado e Péricles cercou-se dos maiores artistas e intelectuais da Grécia,
como Fídias, Heródoto e Anaxágoras.
Essa hegemonia, contudo, criou uma série de inimigos para Atenas, pois feria a autonomia
das demais cidades- Estado; por outro lado, o controle exercido sobre a Grécia, pela. Confederação
de Delos, desrespeitava o princípio de soberania das cidades.
A Guerra do Peloponeso e a hegemonia espartana

Muitos Estados gregos, cuja localização no interior os colocava a salvo da frota ateniense,
ligaram-se a Esparta em uma Liga do Peloponeso, francamente hostil a Atenas e à Confederação de
Delos que ela mantinha sob controle.
Em 431 a.C., um incidente transformou essa rivalidade em guerra. As ambições territoriais
de Atenas em expandir-se para o Ocidente levou-a a apoiar e celebrar uma aliança com Córcira,
colônia de Corinto — aliada de Esparta. Com isso, explodiu a Guerra do Peloponeso, que duraria 27
anos e deixou a Grécia completamente exaurida pelas destruições recíprocas.
Entre 431 e 421 a.C., os espartanos invadiram a península da Ática. A população de Atenas
resistiu em suas extensas muralhas, ao mesmo tempo em que sua frota atacava o Peloponeso. No
ano 429 a.C., devido à má alimentação e às péssimas condições de higiene, a peste provocou
centenas de mortes, da qual foi vítima o próprio Péricles. Em 421 a.C., Atenas e Esparta celebraram
a Paz de Nícias, estabelecendo que não haveria mais guerra durante 50 anos.
Em 413 a.C., porém, instigados pelo ambicioso Alcibíades, os atenienses prepararam uma
campanha militar na Sicília, com o propósito de conquistar Siracusa, aliada de Corinto, e que
abastecia o Peloponeso com alimentos. Começava a segunda fase da Guerra do Peloponeso.
Acusado por seus adversários políticos, Alcibíades refugiou-se entre os espartanos, aos quais
entregou os planos de Atenas. Em 413 a.C., a esquadra ateniense foi destruída em Siracusa. Em 404
a.C., devido à grande ofensiva dos espartanos, que mantiveram um exército na Ática e ampliaram a
sua frota, Atenas foi derrotada na batalha de Egos-Pótamos pelo general espartano Lisandro. Os
muros de Atenas foram destruídos e a frota caiu nas mãos de Esparta.
A hegemonia exercida por Esparta não era menos opressora que a de Atenas. Na Ásia, os
espartanos iniciaram uma ofensiva contra os persas. Não conseguindo, porém, manter o domínio
sobre seus inimigos na Grécia e combater ao mesmo tempo no exterior, Esparta assinou, em 387
a.C., a Paz de Antálcidas com o persas. Além da paz, o tratado garantia o domínio da costa da Ásia
pelo Império Persa, que passou a influir na política interna da Grécia.

A hegemonia de Tebas no Período Clássico

Apesar do domínio de Esparta, Atenas conseguiu reconstruir suas muralhas e sua frota,
organizando uma segunda liga marítima. Ao mesmo tempo, a cidade e Tebas aliou-se a Atenas e
atacou a guarnição espartana em Tebas. Durante a batalha de Leuctras, em 371 a.C., a revolta dos
escravos em Esparta conduziu os tebanos à vitória, sob o comando dos generais Epamínondas e
Pelópidas.
O período de hegemonia tebana foi marcado pela libertação dos messênios do domínio de
Esparta e pela conquista e submissão da Tessália, Trácia e Macedônia. Para consolidar seu domínio
militar, Tebas iniciou a construção de uma esquadra, o que lhe valeu a oposição de Atenas. Em 362
a.C., Atenas e Esparta, agora aliadas, impuseram a derrota a Tebas, na batalha de Mantinéia.

O domínio macedônico

O período das hegemonias levou ao enfraquecimento geral das cidades-Estado gregas. Os


macedônios, povo de origem ariana que habitava a região ao norte da Grécia, liderados por seu rei
Felipe, conquistaram toda a Grécia na batalha de Queronéia, em 338 a.C.
Alexandre Magno, filho de Felipe, sucedeu-o ao trono, consolidando a conquista da Grécia e
expandindo o império para o Oriente. Em 333 a.C., na batalha de Issos, Alexandre destruiu um
imenso exército persa comandado pelo próprio rei Dano III; no ano seguinte, marchou para a
Fenícia, conquistando a importante cidade de Tiro, deslocando-se, em seguida para o Egito, onde os
sacerdotes do templo de Amon-Rá o receberam como o filho do deus; em 331 a.C., Alexandre
invadiu o centro do Império Persa, sendo coroado rei dos persas.
O Império Macedônico conquistou, ainda durante o Período Clássico, a Palestina e a Índia,
fundando um dos mais vastos impérios da humanidade.
Em 323 a.C., antes que pudesse organizar suas conquistas, Alexandre Magno morreu na
Babilônia, aos 33 anos de idade, em virtude de uma febre violenta.

Helenismo

No ano de 338 a.C., na Guerra da Queronéia, a Grécia foi derrotada pela Macedônia. Houve
a perda da autonomia político-territorial da Grécia.
O helenismo refere-se ao conhecimento filosófico produzido entre a morte do Alexandre e o
início da filosofia medieval.
Principal característica do helenismo: fusão entre a tradição grega e a cultura oriental.
Disseminação do pensamento grego pela região da Síria, Egito, Babilônia, etc.
Principais pensadores do helenismo: Plotino, Cícero, Zenão e Epicuro.
O conhecimento produzido pela ciência do helenismo se desenvolveu em diferentes
direções: matemática, geometria, astronomia e geografia. Os filósofos helenistas estavam
preocupados com a ética (regras da condução de vida), busca pela felicidade individual,
imperturbabilidade.?

Principais perspectivas do período helenístico:

1- NEOPITAGORISMO: retomada do pensamento de Pitágoras, sobretudo de sua concepção


espiritualista (imortalidade da alma, reencarnação, harmonia espiritual com o cosmos). Oposição ao
materialismo.
2- NEOPLATONISMO: Plotino (205-270) conhecemos a vida e o pensamento de Plotino a partir
da obra “Vida de Plotino”, escrita pelo seu discípulo Porfírio. Característica central do
neoplatonismo: conciliação entre o pensamento de Platão e o pitagorismo com alguns traços da
cultura oriental.
3- ESTOICISMO: Teve Zenão de Citio como seu fundador, em 300 a.C.. Para o estoicismo a
filosofia seria composta de três partes: física, lógica e ética. Acreditavam numa estreita relação
entre o indivíduo (microcosmos) e o universo (macrocosmo).
4- EPICURISMO: perspectiva filosófica fundada por Epicuro. Assim como o estoicismo,
buscavam a felicidade individual, mas discordavam quanto ao caminho pra isso.

Periodização

O helenismo marcou a transição da civilização grega para a romana, em que inoculou sua
força cultural. Não se encontra nela o esplendor literário e filosófico do período áureo da Grécia,
mas divisa-se um grande surto da ciência e da erudição.
Chama-se civilização helenística a que se desenvolveu fora da Grécia, sob influxo do
espírito grego. Esse período histórico medeia entre 323 a.C., data da morte de Alexandre III
(Alexandre o Grande), cujas conquistas militares levaram a civilização grega até a Anatólia e o
Egito, e 30 a.C., quando se deu a conquista do Egito pelos romanos. Grande parte do Oriente antigo
foi então helenizado e assistiu-se a uma fusão da cultura grega, revitalizada nas áreas conquistadas,
com as tradições políticas e artísticas do Egito, Mesopotâmia e Pérsia.
Depois da morte de Alexandre, a transmissão da cultura grega persistiu nos grandes centros
urbanos, embora sofresse influência dos costumes orientais. A tentativa de Antígonos, um dos mais
antigos generais de Alexandre, de manter intacto o império conquistado pelo guerreiro macedônio,
fracassou após a Batalha de Ipso, na Frígia (302 a.C.). A partilha do império foi feita entre três
generais: Seleucos I Nicator, Ptolomeu I e Lisímacos.
As lutas, entretanto, continuaram, e vinte anos depois o império foi dividido em três estados
independentes: o reino do Egito ficou com os Lágidas, descendentes de Ptolomeu; o da Síria, com
os Selêucidas, descendentes de Seleucos; e o da Macedônia coube aos antigônidas, descendentes de
Antígonos.
Alexandria, no Egito, com 500.000 habitantes, tornou-se a metrópole da civilização
helenística. Foi um importante centro das artes e das letras, e a própria literatura grega tem uma fase
chamada "alexandrina". Lá existiram as mais importantes instituições culturais do helenismo: o
Museu, espécie de universidade de sábios, dotado de Jardim Botânico, Zoológico e Observatório
Astronômico; e a Biblioteca, com 200.000 volumes, salas de copistas e oficinas para preparo do
Papiro. O Reino Egípcio só terminou com a conquista de Otavius, no reinado de Cleópatra.
O reino da Síria abrangia quase todo o antigo império persa até o Rio Indo. A capital era
Antioquia, outro grande centro da cultura helenística, perto da foz do Orontes, no Mediterrâneo. Os
selêucidas, entretanto, não puderam manter a unidade de seu vasto império, que acabou conquistado
pelos romanos no século I a.C.
Já o reino da Macedônia teve de enfrentar a luta das cidades gregas, ciosas da defesa de sua
autonomia, e acabou incorporado ao Império Romano. Do ponto de vista cultural, o período
compreendido entre 280 e 160 a.C. foi excepcional.

Cultura

Tiveram grande desenvolvimento a história, com Polibius; a matemática e a física, com


Euclides, Eratostenes e Arquimedes; a astronomia, com Aristarcus, Hiparcus, Seleucus e
Heráclides; a geografia, com Posidonius; a medicina, com Herofilus e Erasistratus; e a gramática,
com Dionisius Tracius. Na literatura, surgiu um poeta extraordinário, Teocritus, cujas poesias
idílicas e bucólicas exerceram grande influência. O pensamento filosófico evoluiu para o
individualismo moralista de Epicuristas e Estóicos, e as artes legaram à posteridade algumas das
obras-primas da antigüidade, como a Vênus de Milo, a Vitória de Samotrácia e o grupo do
Laocoonte.
À medida que o Cristianismo avançava, o helenismo passou a representar o espírito pagão
que resistia à nova religião. O espírito grego não desapareceu com a vitória dos valores cristãos;
seria, doze séculos depois, uma das linhas de força do Renascimento.

Cultura Grega

A cultura grega foi imensamente rica. Teve muita


influência no resto do mundo ocidental. O uso intenso de
mármore nas obras, o desenvolvimento das sensibilidades e
da estética o uma arquitetura harmoniosa foram
características das artes gregas. A arquitetura tinha
aspectos monumentais, como mostram o Paternon de
Atenas e grande estátua de Zeus e Olímpia.
O teatro era muito apreciado na Grécia Antiga. As
apresentações duravam oito horas diárias, e se estendiam
por dois ou três dias seguidos. Periodicamente, eram
realizados concursos de peças. Esses torneios chegavam a
reunir de 15 a 20 mil pessoas. A construção de locais para exibição das peças estavam muito
adiantadas. O teatro de epidauro, por exemplo, tem uma acústica tão boa que um assistente sentado
na última fila da arquibancada consegue ouvir até os sons mais baixos, como o crepitar de uma
chama no palco.
As filas para se entrar nesses locais começavam a se formar no dia anterior da exibição e
atravessavam a noite. Foram registrados casos de mulheres que deram a luz enquanto esperavam
para ver uma peça. As obras eram de dois tipos, a comédia e a tragédia. Essa divisão perdura até os
nossos dias.
A história começou a ser estudada como ciência pelos gregos. Heródotos, natural da Ásia
menor, escreveu o primeiro livro da história com fundamentos científicos e baseado em pesquisa.
Tucídides, de Atenas, um militar, redigiu um eficiente relato da Guerra de Peloponeso.
Xenofonte preparou as Helênicas, uma história dos gregos até o século IV a.C.
Os gregos se dedicavam também a oratório. Falar em público era muito importante na
sociedade grega. Um dos oradores mais célebres foi Péricles. Outro foi Demóstenes, gago até a
adolescência. Corrigiu seu problema falando com a boca cheia de sementes ou pedrinhas tentando
discursar mais alto do que o barulho das ondas do mar. Demóstenes foi o autor das Filípicas, uma
obra contra o rei Filipe a Macedônia, que invadiu a Grécia.
A filosofia foi o grande legado do pensamento grego. Inicialmente os gregos tentaram
explicar os fenômenos da natureza com justificativas mitológicas, ou seja , atribuíam os
acontecimentos a atos dos deuses, heróis e semi-deuses. Os pensadores dos primeiros tempos são
chamados de pré-socráticos, isto é, os que vieram antes de Sócrates. Junto com Platão e Aristóteles,
Sócrates foi um dos maiores filósofos gregos.
Com desenvolvimento da cultura e maior disponibilidade de bens materiais, os filósofos
passaram a buscar explicações racionais e organizadas para os acontecimentos. Sócrates, que viveu
de 470 a 399 a.C, foi o primeiro a proceder dessa forma. Ele abalou tanto a sociedade de seu tempo
que foi forcado pelas autoridades a suicidar-se, bebendo um preparado de uma planta chamada
Cicuta. Os filósofos que viveram depois são chamados de Póssocráticos.
Os gregos explicavam as origem das coisas por meio de mitos. Sua religião era
Antropomórfica, ou seja, seus deuses tinha forma humana. A religião grega era uma fusão de
divindades locais e orientais.
Posteriormente, os romanos tomaram emprestadas essas divindades e mudaram seus nomes
gregos para os nomes latinos.
Para os gregos, esses deuses viviam no monte Olimpo e tinha sentimentos e paixões como
os seres humanos. Era, porem, imortais. Os semideuses ou heróis estavam entre os deuses e os
homens e eram filho de Deuses com humanos. Tinha natureza meio humana e meio divina e uma
maior forca física e inteligência do que os humanos. Entre eles, estavam Hércules, que representava
a forca e foi responsável pelos lendários doze trabalhos.
Entre os principais deuses estavam Zeus, o rei dos deuses do Olimpo. Ele seria chamado mais tarde
de Júpiter pelos romanos.
Outros deuses importantes eram Hera, mulher de Zeus e Atena, sua filha e protetora de Atenas, das
artes e do saber; Apolo, deus da luz; Artemísia, deusa da caça; Dionísio, deus do vinho; Hermes,
protetor do comércio e Afrodite, deusa do amor e da beleza. O mar, muito importante, era
representado por Posseidon . Os gregos acreditavam que as terras boiavam sobre o corpo desses
deus e se ele quisesse poderia acabar com o mundo de um momento para a outro. Pã era o deus dos
pastores.

Mitologia Grega

Antes de a primeira filosofia evoluir na Grécia antiga, o retrato predominante do mundo era
mitológico. Esse retrato ganhou corpo ao longo de séculos. a mitologia grega se desenvolveu
plenamente por volta de 700 a.C., quando Homero e Hesíodo registraram compilações de mitos. As
mais célebres são os poemas Ilíada e Odisséia, de Homero.

Origens

Há pelo menos duas explicações possíveis para o surgimento da mitologia grega: os deuses
representam fenômenos naturais, como o sol e a lua, ou eram heróis de um passado remoto, que
foram glorificados ao longo do tempo.
Os Deuses gregos se assemelharam fisicamente aos humanos e revelava sentimentos
humanos, com frequência se comportando de uma maneira tão egoísta quanto qualquer mortal.
As histórias desses deuses falam de uma época heróica, de homens e mulheres com poderes
extraordinários e a exemplo do que ocorreu em outras culturas, há também mitos que narram a
criação do mundo e da humanidade.
Os mitos são crenças e observações dos antigos rituais gregos, o primeiro povo ocidental,
surgindo por volta de 2000 a.C.. Consiste principalmente de um grupo de relatos e lendas diversos
sobre uma variedade de deuses.

Características

A mitologia grega tem várias características particulares. Os deuses gregos eram retratados
como semelhantes aos humanos em forma e sentimentos. Ao contrário de antigas religiões, como o
Hinduísmo ou o Judaísmo, a mitologia grega não envolvia revelações especiais ou ensinamentos
espirituais.
Também variava largamente na sua prática e crença, com nenhuma estrutura formal, tal
como um governo religioso, a exemplo da igreja de nossos dias, e nenhum código escrito, como um
livro sagrado.
Séculos antes do nascimento de Cristo e do advento do cristianismo, os gregos adoravam um
certo número de deuses e deusas que, segundo eles acreditavam, viviam no Monte Olimpo, no sul
da Macedônia, na Grécia.
As antigas histórias desses deuses inspiraram poetas, pintores e escultores durante vários
séculos. Algumas das pinturas e esculturas mais conhecidas e preciosas do mundo representam os
deuses do Olimpo e suas aventuras.
Os gregos antigos acreditavam que a terra era de forma achatada e circular, seu ponto central
o Monte Olimpo ou Delfos. A terra era dividida em duas partes iguais pelo Mar, como era chamado
então o Mediterrâneo (medi = meio, terrâneo = terra). Ao redor da terra corria o Rio Oceano, cujo
curso regular alimentava o Mar e os rios.
Naqueles tempos remotos, os gregos pouco sabiam sobre a existência de outros povos além
deles mesmos, a não ser dos povos vizinhos as suas terras. Imaginavam que ao norte vivia uma raça
de povo feliz, os Hiperbórios, que viviam numa eterna felicidade.
Seu território não podia ser alcançado nem por terra nem por mar. Eles nunca envelheciam
nem adoeciam, não trabalhavam, nem guerreavam. Ao sul vivia um outro povo feliz que se
chamava Aethiopios.
Eram amados pelos deuses que costumavam visitá-los e compartilhar seus banquetes. Ao
oeste encontrava-se o lugar o mais feliz de todos, os Campos Elíseos, onde as pessoas que tinham o
favor dos deuses eram levadas para viver para sempre sem nunca morrer.
A mitologia grega é uma das mais geniais concepções que a humanidade produziu. Os
gregos, com sua fantasia, povoaram o céu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de Divindades
Principais e Secundárias. Amantes da ordem, instauraram uma precisa categoria intermediária para
os Semideuses e Heróis.
A mitologia grega apresenta-se como uma transposição da vida em zonas ideais. Superando
o tempo, ela ainda se conserva com toda a sua serenidade, equilíbrio e alegria. A religião grega teve
uma influência tão duradoura, ampla e incisiva, que vigorou da pré-história ao século IV e muitos
dos seus elementos sobreviveram nos Cultos Cristãos e nas tradições locais.
A civilização grega era constituída de pequenas cidades-estados. Os gregos amavam a vida e
a viviam com entusiasmo. Eles tinham pouco interesse na vida após a morte, a qual, mesmo para os
grandes homens daquele tempo, era acreditada como sendo incômoda.
Na Odisséia, a morte de Aquiles retrata que ele preferia ser um escravo em vida à um rei
morto. O melhor que um homem podia esperar seria procurar realizar grandes façanhas que seriam
relembradas depois de sua morte.
Os gregos acreditavam no individualismo e apreciavam as diferentes personalidades e
caráters. Eles eram fascinados pela contradição que muitas virtudes podem levar um homem
exemplar à ruína ou à felicidade. Tinham uma forma de pensamento muito sutil.
Seus mitos e religião refletiam estas características. Seus deuses eram personalizados com
poder e imperfeições individuais, deuses que cometiam erros e eram flagrados enganando seus
cônjuges. Mas também eram deuses heróicos, hábeis, amáveis e desenvolviam artes e habilidades
essenciais de diversas maneiras, como música, tecelagem, ferragem etc.
Os heróis mortais também tinham um papel importante na mitologia. Houve tempos em que
os deuses precisavam de um herói mortal para vencer batalhas por eles. Mas muito raramente
faziam com que um herói viesse a se tornar um deus.
Muitos dos mais famosos contos heróicos apresentam, vez ou outra, relatos de alguém sendo
trazido de volta do mundo subterrâneo. Esta característica apresenta um forte contraste às religiões
que consagram que a ida ao mundo além da vida é o caminho correto para objetivo principal da
existência.

Mitologia e Mitos

O que é Mito?

Mitos são histórias tradicionais, quase sempre sobre deuses, heróis ou criaturas do mundo
animal, que explicam porque o mundo é do jeito que é.
Pessoas de todos os tempos e de todos os tipos de cultura constataram que a vida está repleta
de mistérios. Por exemplo: qual é a origem do mundo, por que o sol se movimenta atravessando o
firmamento, o que faz as coisas crescerem, por que as plantas morrem no inverno e renascem na
primavera, de que modo ocorrem as marés, por que há terremotos, para onde vão as pessoas quando
morrem, se é que vão para algum lugar?
Na tentativa de responder a perguntas como essas, o homem criou narrativas que
transcendem a existência comum e cotidiana e que se enraizaram em diferentes culturas.
Dessa maneira, as respostas para as mais complicadas indagações da vida foram transmitidas
de geração para geração, na forma de mitos. Em geral havia semelhanças entres as histórias
contadas em sociedade marcadamente distintas, como nas Mitologias da Grécia Antiga e dos
Nórdicos, nas quais aparecem temas universais como a vida após a morte e a origem do mundo.

Os mitos eram bem mais do que o simples contar história

Cada cultura possuía cerimônias e rituais próprios associados aos mitos. Essa associação
implicava representar histórias exemplares ou oferecer sacrifícios aos deuses, na esperança de
receber alguma benção em troca, como uma boa safra ou a vitória em uma batalha.
Explicações mitológicas do mundo diferem das explicações apresentadas pela filosofia, que
se baseiam na experiência e na razão. Os filósofos gregos buscavam explicações naturais, não
explicações sobrenaturais.
Esses filósofos diziam que os mitos não combinavam com um entendimento adequado da
realidade. Criticavam as histórias de Homero porque nelas os deuses tem exatamente as mesmas
imperfeições dos seres humanos.

O pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VI a.C. e nasceu do desejo de
dominação do mundo, para afugentar o medo e a insegurança. A verdade do Mito não obedece à
lógica nem da verdade baseada na experiência, nem da verdade científica.
É verdade compreendida, que não necessita de provas para ser aceita. É portanto uma
percepção compreensiva da realidade, é uma forma espontânea do homem situar-se no mundo.
Normalmente, associa-se, erroneamente, o conceito de mito à mentira, ilusão,ídolo, lenda ou ficção.
O mito não é uma mentira, pois é verdadeiro para quem o vive. A narração de
determinada história mítica é uma primeira atribuição de sentido ao mundo, sobre o qual a
afetividade e a imaginação exercem grande papel.
Não podemos afirmar também que o mito é uma ilusão, pois sua história tem uma
racionalidade, mesmo que não tenha uma lógica, por trabalhar com a fantasia.
Devemos diferenciar mito e ídolo, pois mesmo existindo uma relação entre eles, o mito é
muito "maior" que o ídolo (objeto de paixão, veneração).
O mito é muito confundido com o conceito de lenda, porém esta não tem compromisso
nenhum com a realidade, são meras histórias sobrenaturais.
O mito não é exclusividade de povos primitivos, nem de civilizações nascentes, mas existe
em todos os tempos e culturas como componente inseparável da maneira humana de compreender a
realidade. O mito é, na realidade, uma maneira de entender o passado.
Um historiador de religiões, certa vez afirmou: "Os mitos contam apenas aquilo que
realmente aconteceu". Isto não quer dizer que os mitos explicam os fatos corretamente. Eles
sugerem, entretanto, que por trás da explicação existe uma realidade que não pode ser conhecida
e/ou examinada.

Tipos de mitos

Mitos cosmogônicos

Dentre as grandes interrogações que o homem permanece incapaz de responder, apesar de


todo o conhecimento experimental e analítico está à origem da humanidade e do mundo que habita.
É como resposta a essa interrogação que surgem os mitos cosmogônicos. As explicações
oferecidas por esses mitos podem ser reduzidas a alguns poucos modelos, elaborados por diferentes
povos.
É comum encontrar nas várias mitologias a figura de um criador que, por ato próprio e
autônomo, estabeleceu ou fundou o mundo em sua forma atual.
Os mitos desse tipo costumam mencionar uma matéria já existente a toda a criação: o
oceano, o caos ou a terra.
A criação a partir do nada, unicamente pela palavra de Deus, aparece claramente no livro
bíblico do Gênesis.

Mitos escatológicos

Ao lado da preocupação com o enigma da origem, figura para o homem, como grande
mistério, a morte individual, associada ao temor da extinção de todo o povo e mesmo do
desaparecimento do universo inteiro.
Para a mitologia, a morte não aparece como fato natural, mas como elemento estranho à
criação original, algo que necessita de uma justificativa, de uma solução em outro plano de
realidade.
Algumas explicações predominam nas diversas mitologias. Há mitos que falam de um
primeiro período em que a morte não existia e contam como ela sobreveio por efeito de um erro, de
um castigo ou para evitar a superpopulação.
Outros mitos, geralmente presentes em tradições culturais mais elaboradas, fazem referência
à condição original do homem como ser imortal e habitante de um paraíso terreno, e apresentam a
perda dessa condição e a expulsão do paraíso como tragédia especificamente humana.

Natureza do mito

Um dos livros mitológicos mais conhecidos é a "Ilíada", de Homero, que conta sobre a
Guerra de Tróia. Nenhum leitor, hoje em dia, aceita a obra de Homero como um relato histórico.
Porém, não existe quase nenhuma dúvida de que, em algum tempo, muitos séculos antes de
Homero, realmente houve uma guerra entre cidades-estado gregas e habitantes do noroeste da Ásia
Menor.
Outro dos grandes mitos dos povos antigos é o Dilúvio. A versão mais conhecida é o relato,
encontrado no Gênesis o primeiro livro da Bíblia, de Noé e sua arca.
Nenhum cientista hoje admitiria que uma enchente pudesse ter coberto toda Terra, com a
água atingindo as mais altas montanhas, mas a antiga Mesopotâmia sofreu muitas inundações.
É provável que uma excepcional enchente tenha se tornado um tema para a futura criação de
um mito. Talvez, as ocorrências de muitas inundações foram agrupadas para, juntas, tornar-se uma
única estória.

A função dos Mitos

Os mitos tentam responder muitas questões.


Como o mundo surgiu? Como são os deuses, e de onde vieram? Como surgiu a
humanidade? Por quê existe o mal no mundo? O que acontece após a morte? Os mitos também
tentam explicar costumes e rituais de uma determinada sociedade. Eles explicam as origens da
agricultura e a fundação de várias cidades.
Além de fornecer tais explicações, os mitos são usados para justificar o modo de vida de
uma sociedade. Várias famílias em muitas civilizações antigas, justificavam os seus poderes através
de lendas que descreviam suas origens como sendo divinas.
A narração mitológica envolve basicamente acontecimentos supostos, relativos a épocas
primordiais, ocorridos antes do surgimento dos homens (história dos deuses) ou com os "primeiros"
homens (história ancestral).
O verdadeiro objeto do mito, contudo, não são os deuses nem os ancestrais, mas a
apresentação de um conjunto de ocorrências fabulosas com que se procura dar sentido ao mundo.
O mito aparece e funciona como intervenção simbólica entre o sagrado e o seu oposto (o
profano), condição necessária à ordem do mundo e às relações entre os seres.
As semelhanças com a religião mostram que o mito se refere - ao menos em seus níveis mais
profundos - a temas e interesses que ultrapassam a experiência imediata, o senso comum e a razão:
Deus, a origem, o bem e o mal, o comportamento ético e a escatologia (destino último do mundo e
da humanidade).

Mito e religião

Alguns especialistas atribuem importância especial ao argumento religioso do mito. Com


efeito, são muito frequentes os mitos que tratam sobre a origem dos deuses e do mundo, dos
homens, de determinados ritos religiosos, de preceitos morais, tabus, pecados e redenção.
Em certas religiões, os mitos formam um corpo doutrinal e estão estreitamente relacionados
com os rituais religiosos, o que levou alguns autores a considerar que a origem e a função dos mitos
é explicar os rituais religiosos.
Mas tal hipótese não foi universalmente aceita, por não esclarecer a formação dos rituais e
porque existem mitos que não correspondem a um ritual.
O mito, portanto, é uma linguagem apropriada para a religião. Isso não significa que a
religião, tampouco o mito, conte uma história falsa, mas que ambos traduzem numa linguagem de
descrições e narrações uma realidade que ultrapassa o senso comum e a racionalidade humana e
que, portanto, não cabe em meros conceitos analíticos.
Religião e mito discordam, não quanto à verdade ou falsidade daquilo que narram, mas
quanto ao tipo de mensagem que transmitem.

Mito e sociedade

Como forma de comunicação humana, o mito está obviamente relacionado com questões de
linguagem e também da vida social do homem, uma vez que a narração dos mitos é própria de uma
comunidade e de uma tradição comum.
Não se conseguiu definir, no entanto, a natureza precisa dessas relações. O estudo da
sociedade e da linguagem pode começar apenas com os elementos fornecidos pela fala e pelas
relações sociais humanas, mas em cada caso esse estudo se confronta com uma coerência de
tradições que não está diretamente aberta à pesquisa. Essa é a área em que atua a mitologia.
Algumas concepções mitológicas podem exemplificar a complexidade e a variedade das
relações entre mito e sociedade.

Mito e psicologia

Freud deu nova orientação à interpretação dos mitos e às explicações sobre sua origem e
função. Mais que uma recordação antiga de situações históricas e culturais, ou uma elaboração
fantasiosa sobre fatos reais, os mitos seriam, segundo a nova perspectiva proposta, uma expressão
simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamente comparável
ao que são os sonhos na vida do indivíduo.
Não foi por outra razão que Freud recorreu ao mito grego para dar nome ao complexo de
Édipo.
Para ele, o mito do rei que mata o pai e casa com a própria mãe simboliza e manifesta a
atração de caráter sexual que o filho, na primeira infância, sente pela mãe e o desejo de superar o
pai.

Mito e arte

Pelo caráter simbólico que reveste, o mito pode ser considerado como uma forte
manifestação artística e geradora de arte.
Em cada povo e civilização, os mitos são fonte de inspiração para as mais diversas obras de
arte como esculturas, pinturas, inscrições, monumentos, construções de templos e até mesmo a
disposição dos túmulos em cemitérios.
Hoje em vários museus do mundo existem quadros e esculturas representando os antigos
personagens que fizeram parte da mitologia.

Mito e razão

Alguns autores reduzem os mitos a narrativas referentes há tempos antiquados e elaborados


em épocas pré-críticas, isto é, antes do uso de métodos racionais de estudo e análise.
Entendem que o mito tornou-se, com o tempo, mera literatura, embora encontrem
dificuldades para estabelecer com precisão quando teria cessado a criatividade mítica.
Outros estudiosos, ao contrário, consideram o pensamento mítico um constante estudo sobre
o estudo e a classificação dos caracteres físicos dos grupos humanos, complementares ao
pensamento racional e não um estágio "menos evoluído" deste.
Apontam, para demonstrá-lo, sinais de que o pensamento mítico está em operação em
muitas das manifestações culturais contemporâneas como a arte.
O pensamento racional e científico não seria, portanto, um decifrador de mitos e substituto
do pensamento mítico, mas pode ser capaz de reconhecer sua atualidade.
Enquanto a astronomia, com suas descobertas, esvaziou os céus, antes povoados de deuses, a
sociologia e a psicologia descobriram forças que se impõem ao pensamento e à vontade humana, e
portanto, atuam e se manifestam de modo independente.

Mitos sobre o tempo e a eternidade

Os corpos celestes sempre atraíram a curiosidade e o interesse humano, em todas as culturas.


A regularidade e precisão inalteráveis do movimento dos astros foram com certeza uma
imagem poderosa na formação de uma idéia de "tempo transcendente", concebido como eternidade,
em contraste com o mundo de incessantes alterações e os acontecimentos inesperados vividos no
tempo terreno.
O retorno periódico dos fenômenos siderais e de processos naturais terrestres projetou-se,
em algumas culturas, na concepção repetitiva do tempo.

Mitos de transformação e de transição

Numerosos mitos narram mudanças cósmicas, produzida ao término de um tempo


primordial anterior à existência humana e graças às quais teriam surgido condições favoráveis à
formação de um mundo habitável.
Outras grandes transformações e inovações, como a descoberta do fogo e da agricultura,
estão associadas aos mitos dos grandes fundadores culturais.
Nos mitos, são frequentes as transformações temporárias ou definitivas dos personagens,
seja em outras figuras humanas ou em animais, plantas, astros, rochas e outros elementos da
natureza.
As mudanças e transformações que se dão nos momentos críticos da vida individual e social
são objetos de particular interesse mitológicos e rituais: nascimento, ingresso na vida adulta,
casamento, morte - acontecimentos marcantes para a pessoa e sua comunidade - são interpretados
como atualizações de processos cósmicos ou de realidades míticas.

Deuses e heróis

Em muitas mitologias, descrevem-se hierarquias de deuses, cada uma com um ou mais


deuses supremos. A supremacia pode ser partilhada pelos membros de um casal, ou ser atribuída
simultaneamente a dois ou três deuses distintos.
Pode também variar com o tempo, segundo circunstâncias históricas, como por exemplo o
domínio de um povo sobre outro ou o predomínio de determinados interesses e atividades (de tipo
agrícola, guerreiro etc.).
São frequentes os relatos de deuses supremos, por vezes identificados como criadores
originais do mundo, que a seguir ficam inativos e deixam o governo a cargo de outro deus ou
deuses.

O Mito hoje

Mas, e quanto aos nossos dias, os mitos são diferentes?

Tradicionalmente, a criação de mitos e lendas, olha para o passado para tentar fazer com que
o presente tenha sentido. Ao invés disso, alguns mitos modernos olham para o futuro. Os
contadores de estórias fazem uso de muitas invenções dos últimos séculos para tentar dar pistas de
como a Terra será daqui há centenas de anos, ou para imaginar a vida daqui há bilhões de anos-luz
no espaço ou no futuro distante.
A criação de mitos, assim como a superstição, não é apenas propriedade de pessoas que
viveram há milhares de anos atrás. Isto persiste através da história.
O Oeste Americano do século 19 foi o assunto favorito para a criação de muitos mitos. O
Oeste era uma realidade. Havia cowboys, índios, foras-da-lei e xerifes. Já as estórias de "Faroeste",
apresentadas no cinema e na televisão, são versões bastante românticas de uma realidade nada feliz
e de riquezas.
O homem moderno, tanto quanto o antigo, não é só razão, mas também afetividade e
emoção. Hoje em dia, os meios de comunicação de massa trabalham em cima dos desejos e anseios
que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva.
O mito recuperado do cotidiano do homem contemporâneo, não se apresenta com o alcance
que se fazia sentir no homem primitivo. Os mitos modernos não envolvem mais a totalidade do real
como ocorria nos mitos gregos, romanos ou indígenas. Podemos escolher um mito da sensualidade,
outro da maternidade,sem que tenham de ser coerentes entre si.
Os super-heróis dos desenhos animados e dos quadrinhos, bem como os personagens de
filmes, passam a encarnar o Bem e a Justiça, assumindo a nossa proteção imaginária.

Por que mitos? Por que nos importarmos com eles? O que eles têm a ver com nossas vidas?

Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a literatura do
espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas práticos do momento.
As literaturas grega e latina e a Bíblia costumavam fazer parte da educação de toda gente.
Tendo sido suprimidas, em prol de uma educação concorde com uma sociedade industrial, onde
toda uma tradição de informação mitológica do ocidente se perdeu.
Muitas histórias se conservavam na mente das pessoas, dando uma certa perspectiva naquilo
que aconteciam em suas vidas. Com a perda disso, por causa dos valores práticos de nossa
sociedade industrial, perdemos efetivamente algo, porque não possuímos nada para por no lugar.
Essas informações, provenientes de tempos antigos, têm a ver com os temas que sempre
deram sustentação à vida humana, construíram civilizações e formaram religiões através dos
séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os
profundos limites de nossa travessia pela vida, e se você não souber o que dizem os sinais deixados
por outros ao longo do caminho, terá de produzi-los por conta própria.

Deuses

Nos primórdios da história da Grécia, houve muitos deuses locais. Cada deus matinha um
vínculo com um lugar sagrado. Podia ser um recanto misterioso de uma floresta ou um lago
tranquilo. Aos poucos doze deuses tomarem os mais importantes, sobressaindo-se aos demais. No
ano 750 a.C, Hesíodo escreveu a história desses doze deuses do Monte Olimpo. Cada deus tinha o
seu símbolo.

 Zeus - o sábio, governava os deuses no Olimpo e protegia a Grécia.


 Hera - terceira mulher de Zeus. Protegia as mulheres e as mães.
 Atena - era a deusa da sabedoria.
 Apolo - era o deus da luz, saúde e da morte repentina.
 Ártemis - irmã gêmea de Apolo, era deusa da luz.
 Hermes - era o mensageiro dos deuses.
 Ares - era odiado pelos deuses, era o deus da guerra.
 Hefesto - era o ferreiro aleijado dos deuses
 Afrodite – a mais bela das deusas, deusa do amor.
 Posêidon – deus dos mares
 Héstia – era a tranqüila deusa do fogo
 Deméter – era a deusa da fertilidade da terra

Heróis
 Aquiles
 Hércules
 Jasão
 Perseu
 Teseu
 Ulisses

Animais e Monstros Mitológicos


 Centauro
 Ciclopes
 Harpias
 Medusa
 Minotauro
 Pégaso
 Quimera

Lendas Mitológicas
 Agamenon
 Ariadne
 Medéia
 Narciso
 Sísifo

Histórias Mitológicas
 Hesíodo
 Homéro
 Ilíada
 Odisséia
 Tróia

Mito e Pensamento Entre os Gregos

A mitologia é um assunto fascinante, com este trabalho, entenderemos quais as principais


funções que os mitos tinham, e por que eles eram tão importantes para os gregos.
Os mitos acima de tudo organizavam as comunidades e formavam o ser pessoal dos
cidadãos. Neste trabalho explicaremos como e por que isto ocorria.

O SIGNIFICADO DOS MITOS PARA OS GREGOS

A mitologia foi uma forma encontrada para se compreender o mundo e entender coisas que
para aquela época eram quase impossíveis de se entender: O que é a terra, por que ela existe, quem
somos nós, por que estamos aqui e o que acontecerá quando morrermos.
A mitologia dava respostas para estas perguntas. Eram respostas falsas, mas satisfaziam a
curiosidade das pessoas. Muitas destas perguntas não tem resposta até hoje.
Sempre ficou muito claro na mitologia que os deuses não gostavam dos humanos, nós
éramos apenas "brinquedinhos" deles. Mas por que? Será que isso não seria uma explicação para os
seres humanos entenderem por que as vezes a vida e tão dura, tudo dá errado, e também para
compreender por que existia tanto sofrimento, tanta dor, tanta injustiça?
E as Mouras? Não seriam a explicação para todas aquelas vezes em que por mais que a
pessoa tivesse lutado, batalhado e sofrido, ela não tivesse alcançado seus objetivos? Ao invés de se
considerar um perdedor, talvez fosse mais fácil dizer que não existia a vontade humana, apenas a
vontade divina.
Os mitos foram muito importantes para toda a sociedade daquela época, pois sempre foi
essencial para o homem saber suas origens e a origem do mundo. E os mitos além da função
religiosa tinham também esta função: Explicar o incompreensível.
A mitologia se aproxima demais da realidade, pois sem a realidade os mitos não existiam, já
que estes são explicações de uma difícil realidade.
Os deuses eram muito parecidos com os homens não só fisicamente. Nós sabemos que os
deuses eram considerados muito mais inteligentes do que os homens, mas acontece que os
sentimentos e as representações dos deuses eram todos refletidos em nós.
Se acontecia uma peste, por exemplo, era por que algum deus estava descontente com os
humanos, e logo isto refletia na sociedade.

A mitologia tentava esclarecer entre tantas coisas os fenômenos naturais da terra.

Os deuses eram figuras individuais com aspectos humanos, que recebiam uma força maior
do além. E muito raramente eles usavam estas forças para beneficiar os humanos. Como eu já disse
antes, os deuses não gostavam de nós.
Com os recursos da época, era praticamente impossível descobrir a origem do mundo. Com
os mitos, isso foi possível. Para os gregos, segundo Hesiodo, no poema TEOGONIA, tudo começou
com o Caos, e a partir dele surgiu Nyx, a noite, e Gaya, a terra. Partindo deste fato, foi surgindo
toda uma teoria mitológica das origens não só do mundo, mas de tudo, como o surgimento do
homem, do tártaro, dos deuses, etc.
Portanto podemos assim concluir que os mitos eram uma explicação irracional do mundo.
Eles só seriam racionais a partir do momento em que o homem separasse o espirito da razão, que no
momento não era o caso. Eles eram a única forma dos gregos conhecerem a origem deles próprios,
mesmo sendo uma origem falsa. Eles acreditavam em seus mitos, e isso era o mais importante. É
obvio que eles não sabiam que os mitos existiam principalmente para desvendar tais mistérios, para
eles aquilo era verdade e pronto.
Era muito importante para a sociedade daquela época que os deuses fossem parecidos com
eles. Para eles, eles eram reflexos inferiores dos deuses. mas na verdade os deuses que eram
reflexos superiores a eles. Os deuses eram como se fossem seres humanos perfeitos, sem os
problemas banais do homem, e com uma força do alem muito forte. Eles não tinham que trabalhar
para conseguir comida e nem para sustentar uma família. Também não precisavam desvendarem os
mistérios da vida. Eles sabiam tudo.
A impressão que se tem é que a morte era uma coisa que assustava demais os gregos, por
eles não a entenderem. Independente de você ter sido bom ou ruim, você ia para o inferno (Tártaro)
só com o corpo, pois sua alma evaporava. Você não iria ser mais nada: Estava condenado ao
sofrimento eterno.
Os deuses não tinham este problema, uma vez que eram imortais.

A CONTRIBUIÇÃO DOS MITOS PARA COM A SOCIEDADE

Os mitos contribuíam para que houvesse uma integração à vida social e política das pessoas.
Os mitos que organizavam as leis e regras de uma comunidade. Se alguém desrespeitasse alguma
destas leis ou regras, isto não refletia nele como pessoa, mas sim em todos como sociedade. Por
exemplo, se uma pessoa deixasse de fazer um culto a um deus, este deus não ficaria bravo e se
"vingaria" da pessoa, e sim da comunidade aonde esta pessoa vivia. Este era um fator que contava
para que todos fizessem seus cultos aos seus deuses.
Os mitos eram tão importantes que até as pessoas que não participavam do polis (Escravos e
mulheres) encontraram um espaço, assim desenvolvendo uma religião própria, o dionisismo.
Os mitos funcionavam meio que como a lei dos lugares. Por exemplo, em certa comunidade
eles falavam que quem roubasse de outra pessoa ia ser punido pelos deuses, logo eles não
roubavam.
Se uma pessoa cometesse uma falta muito grave e fosse expulsa de sua comunidade, ela
perdia o seu ser social, isto é, perdia suas raízes. Para ela ser aceita em outra sociedade e voltar a ser
alguém, ela tinha que através desta nova sociedade pedir aos deuses para ser aceito. Não era fácil
mudar de comunidade, pois cada uma tinha seus cultos e culturas. Os mitos variavam de cidade em
cidade. Não que eles fossem inteiramente diferentes: Apenas algumas características mudavam,
assim como as oferendas a eles feitos. A pessoa que mudava de cidade também teria de acreditar em
coisas diferentes do que as outra em que ela estava habituada. As cidades eram formadas para
algum mito. Por isto também que os mitos eram importantes para a formação da sociedade.
COMO FUNCIONAVAM OS MITOS DENTRO DA SOCIEDADE

Para pedir qualquer permissão a um deus sobre algum assunto, não era qualquer pessoa que
podia fazer isto, e sim aquelas que faziam parte da magistratura, pois elas também faziam parte do
sarcedócio.
Os deuses eram invisíveis, e por melhores que fossem as representações deles, elas não
tinham muita validade, pois os mitos traspassavam qualquer representação. Os deuses eram
oniscientes e onipresentes, isso é eles estavam em todos os lugares a todos os momentos e sabiam
de tudo o que estava acontecendo.
As figuras mitológicas eram perfeitas. Eles tinham traços humanos e representavam coisas
bem delineadas. Zeus por exemplo, além de ser o deus dos deuses, era o deus do juramento, do
contrato, da chuva, etc.
A grande diferença entre um Deus e um ídolo, é que o ídolo é a pessoa até quando ela é ela
mesma, já o mito não. Por exemplo, hoje em dia o Pelé é considerado um mito, pois além de ser o
melhor jogador de futebol, ele é considerado o melhor atleta, o mais honesto, etc. Isso é, ele
superou-se e superou a todos.

DO MITO A RAZÃO

O homem deixa de acreditar nos mitos quando ele percebe a separação da razão e do
espírito, assim descobrindo a ciência. Ele passa a ver que as coisas não acontecem por que Zeus
quer, e sim por que elas tem uma certa lógica.
A partir destes pensamentos constroe-se a filosofia, que é muito importante para que o
homem entenda por que ele vive, por que esta aqui, etc.

CONCLUSÃO

Geralmente quando as pessoas falam em mito, elas não imaginam que por detrás destes
mitos existia um grande pano de fundo, que cobria toda a organização política e social e toda a
formação dos caracteres pessoais de uma comunidade. Com este trabalho aprendemos que
mitologia é muito mais do que uma simples religião. Ela fez tudo isso e muito mais.
Mas a partir do momento que o homem descobre que a razão e o espírito não estão juntos,
toda a "teoria" dos mitos desaba; Aí está fundada a filosofia.
A mitologia foi muito importante para aquelas comunidades, pois ela tentou e conseguiu
esclarecer suas várias dúvidas.

BIBLIOGRAFIA
MITO E PENSAMENTO ENTRE OS GREGOS. VERNANT, J.P.
APOSTILA DE FILOSOFIA DO 1 ANO DE 1996.

Deuses e Deusas Gregos


Deuses Gregos

Anteros - Símbolo do amor desgraçado, da resistência ao amor, da vingança ao amor não


correspondido ou ao desamor.
Apolo - Na lenda de Homero ele era considerado, principalmente, como o deus da profecia. Apolo
era músico e encantava os deuses com seu desempenho com a lira. Era também um arqueiro-mestre
e excelente corredor, sendo creditada a ele a primeira vitória nos Jogos Olímpicos. Era também o
deus da agricultura, do gado, da luz e da verdade. Ensinou aos humanos a arte da cura. Talvez por
causa de sua beleza, Apolo era representado com mais freqüência na arte antiga que qualquer outra
divindade.
Ares - Deus da guerra, sanguinário e agressivo, personificava a natureza brutal da guerra. Embora
Ares fosse guerreiro e feroz, não era invencível, mesmo contra os mortais.
Aristeu - Era adorado como o protetor dos caçadores, pastores e rebanhos, e como o inventor da
apicultura e da arte de cultivar azeitonas. Era largamente venerado como um deus beneficente e
frequentemente era representado como um pastor juvenil carregando um cordeiro.
Asclépio - Deus greco-romano da medicina, com o poder de curar os enfermos. Era também
patrono dos médicos e era representado como um homem barbudo, de olhar sereno, com o ombro
direito descoberto e o braço esquerdo apoiado em um bastão, o caduceu, em volta do qual se
enroscam duas serpentes, e que se transformou no símbolo da medicina.
Dionísio - Deus do vinho e da vegetação, que mostrou aos mortais como cultivar as videiras e fazer
vinho.
Eros - Eros é descrito como o mais belo dos imortais, capaz de subjugar corações e triunfar sobre o
bom senso. Deus do amor e do desejo.
Hades - Deus dos mortos. Em algum lugar na escuridão do mundo subterrâneo estava localizado o
palácio de Hades. Era representado como um lugar fúnebre, escuro e repleto de portões, repleto de
convidados do deus e colocado no meio de campos sombrios, uma paisagem assombrosa. Em
lendas posteriores o mundo inferior é descrito como o lugar onde os bons são recompensados e os
maus são punidos.
Hefesto - Deus do fogo, tornou-se o ferreiro divino e instalou suas forjas no centro dos vulcões.
Patrono dos ferreiros e dos artesãos em geral, é responsável, segundo a lenda, pela difusão da arte
de usar o fogo e da metalurgia.
Hélio - Era a representação divina do Sol. Na Grécia clássica, Hélio foi cultuado em Corinto e
sobretudo em Rodes, ilha que lhe pertencia e onde era considerado o deus principal, honrado
anualmente com uma grande festa.
Hermes - Mensageiro dos deuses, tinha sandálias com asas, um chapéu alado e um caduceu
dourado, ou vara mágica, entrelaçado por cobras e coroado com asas. Hermes era também o deus do
comércio e o protetor dos comerciantes e dos rebanhos. Como a divindade dos atletas, ele protegia
os ginásios e estádios e atribuía-se a ele a responsabilidade pela fortuna e a riqueza.
Himeneu - Deus do casamento. Personificação dos cantos nupciais.
Hipnos - Deus do sono.
Morfeu - Deus dos sonhos. Morfeu formava os sonhos que vinham para aqueles que adormeciam.
Ele também representava seres humanos em sonhos.
Nereu - Deus do mar.
Orfeu - Poeta e músico. Recebeu a lira de Apolo e tornou-se um músico tão perfeito que não havia
nenhum mortal capaz de ser melhor do que ele. Quando tocava e cantava, movia todos os seres
animados e inanimados. Sua música encantava árvores e pedras, domesticava animais selvagens, e
até mesmo os rios mudavam o seu curso na direção da música do jovem.
Pan - Pan ou Pã, cujo nome em grego significa "tudo", assumiu de certa forma o caráter de símbolo
do mundo pagão e nele era adorada toda a natureza. Na mitologia grega, Pã era o deus dos
caçadores, dos pastores e dos rebanhos. Representado por uma figura humana com orelhas, chifres,
cauda e pernas de bode, trazia sempre uma flauta, a "flauta de Pã", que ele mesmo fizera.
Poseidon - Deus do mar. Na arte, Poseidon é representado como uma figura majestosa e barbada
segurando um tridente, e freqüentemente acompanhado por um golfinho.
Príapo - Deus da fertilidade, protetor dos jardins e dos rebanhos.
Urano - Personificação do céu, é o deus do firmamento. clássica não havia culto a Urano.
Zeus - O deus supremo do mundo, o deus por excelência. Presidia aos fenômenos atmosféricos,
recolhia e dispersava as nuvens, comandava as tempestades, criava os relâmpagos e o trovão e
lançava a chuva com sua poderosa mão direita, à sua vontade, o raio destruidor; por outro lado
mandava chuva benéfica para fecundar a terra e amadurecer os frutos. Chamado de o pai dos
deuses, por que tinha autoridade sobre todos os deuses, dos quais era o chefe reconhecido por todos.
Tinha o supremo governo do mundo e zelava pela ordem e da harmonia que reinava nas coisas.
Deusas Gregas
Afrodite - Deusa do amor e da beleza.
Anfitrite - Deusa do mar.
Ártemis - Tida como virgem e defensora da pureza, era também protetora das parturientes e estava
ligada a ritos de fecundidade; embora fosse em essência uma deusa caçadora, encarnava as forças
da natureza e tutelava as ninfas, os animais selvagens e o mundo vegetal.
Atena - Era o símbolo da inteligência, da guerra justa, da casta mocidade e das artes domésticas e
uma das divindades mais veneradas.
Deméter - Deusa da colheita.
Destinos - As três deusas que determinavam a vida humana e suas ligações, também conhecidas
como "Moiras". As Moiras repartiam para cada pessoa, no momento de seu nascimento, uma
parcela do bem e do mau, embora uma pessoa pudesse acrescer o mau em sua vida por si própria.
Retratadas na arte e na poesia tanto como mulheres velhas e severas quanto virgens sombrias, as
deusas eram frequentemente vistas como fiadeiras:
 Cloto - a fiadeira principal, tecia o fio da vida;
 Láquesis - a distribuidora de quinhões, decidia a quantidade e designava o destino de cada pessoa;
 Átropos - a implacável, carregava o poder de cortar o fio da vida no tempo designado. As decisões
das Moiras não podiam ser alteradas, nem mesmo pelos deuses.
Eumênides - Antigos espíritos da terra ou deusas associados à fertilidade, mas também tendo certas
funções sociais e morais. Protetoras dos suplicantes.
Erínias - Também conhecidas como Fúrias, eram as três divindades que administravam a vingança
divina, sendo elas:
 Tisífona (a vingança contra os assassinos);
 Megera (o ciúme) e
 Alecto (a raiva contínua).
Eram justas, mas sem piedade e jamais analisavam as circunstâncias que levaram a pessoa a
cometer o erro.
Géia - O nome Géia, Gaia ou Gê, é utilizado como prefixo para designar as diversas ciências
relacionadas com o estudo do planeta.

A deusa foi também a propiciadora dos sonhos e a protetora da fecundidade. Gaia é a


personificação da Terra.
Graças

Graças (ou Cárites), as três deusas da alegria, charme e beleza. Chamavam-se:


 Aglaia (o Esplendor);
 Eufrosina (a Alegria) e
 Tália (a Floração).

As Graças presidiam sobre os banquetes, danças e todos os outros eventos sociais


agradáveis, trazendo alegria e boa vontade tanto para os deuses quanto para os mortais.

Hebe- Deusa da juventude. Durante muito tempo Hebe foi a copeira dos deuses.
Hécate - Deusa da escuridão, representava seus terrores. Em noites sem luar, acreditava-se que ela
vagava pela terra com uma matilha de uivantes lobos fantasmas.
Era a deusa da feitiçaria e era especialmente adorada por mágicos e feiticeiras, que
sacrificavam cães e cordeiros negros a ela.
Como deusa da encruzilhada, acreditava-se que Hécate e seu bando de cães assombravam
lugares fúnebres que pareciam sinistros aos viajantes.
Hera - Rainha dos deuses, protegia o casamento e era a protetora de mulheres casadas.
Íris - Como mensageira de Zeus e de sua esposa Hera, Íris deixava o Olimpo apenas para transmitir
os ordenamentos divinos à raça humana, por quem ela era considerada como uma conselheira e
guia.
Viajava com a velocidade do vento, podia ir de um canto do mundo ao outro, ao fundo do
mar ou às profundezas do mundo subterrâneo.
Era representada como uma linda virgem com asas e mantos de cores brilhantes e um aro de
luz em sua cabeça, deixando no céu o arco-íris como seu rastro. Para os gregos, a ligação entre os
homens e os deuses é simbolizada pelo arco-íris.

Musas - Nove deusas e filhas de Zeus e de Mnemósina, a deusa da memória. As Musas presidiam
as artes e as ciências e acreditava-se que inspiravam todos os artistas, especialmente poetas,
filósofos e músicos.
Calíope era a musa da poesia épica, Clio da história, Euterpe da poesia lírica, Melpômene da
tragédia, Terpsícore das canções de coral e da dança, Erato da poesia romântica, Polímnia da poesia
sagrada, Urânia da astronomia e Tália da comédia.

Nêmesis - Entre os antigos gregos, Nêmesis foi a deusa da equanimidade e, mais tarde, a
personificação da desaprovação dos deuses à arrogância. Seu nome se inspira no grego némein,
"repartir segundo o costume ou a conveniência".
A missão de Nêmesis era punir os faltosos e impor a execução de normas que restabelecessem o
equilíbrio entre os homens.
Nikê - Deusa da vitória. É representada carregando uma grinalda ou palma da vitória.
Perséfone - Deusa da terra e da agricultura. Era uma personificação do renascimento da natureza na
primavera.
Selene - Deusa da Lua. Era uma linda deusa, de braços brancos, com longas asas, que percorria o
céu sobre um carro para levar aos homens a sua plácida luz.

Titãs

Quem eram os Titãs?


Frequentemente, chamados de deuses mais velhos, eles foram por muitas eras os regentes
supremos do universo, tendo um tamanho enorme e sendo incrivelmente fortes.

Atlas - Filho do Titã Japeto e da ninfa Climene, e irmão de Prometeu. Atlas lutou com os Titãs na
guerra contra as divindades do Monte Olimpo. Como castigo, ele foi condenado a suportar
eternamente a terra e os céus em suas costas e o grande pilar que os separa sobre os ombros.
Justamente porque a figura de Atlas sustenta a terra, freqüentemente ela é utilizada nas páginas de
coleções de mapas (atlas), cujo nome denota um conjunto de mapas.
Ceos - O Titã da Inteligência.
Crio - Representava o tremendo poder do mar.
Cronos - Cronos era um deus ao qual se atribuíam funções relacionadas com a agricultura. Segundo
a tradição clássica, depois Cronos tornou-se o regente do universo e simbolizava o tempo.
Japeto - Considerado como antepassado da raça grega e também de todos os homens.
Métis - Presidia a sabedoria e o conhecimento.
Mnemósina - Deusa da memória.
Oceano - Governou o Oceano, um grande rio que, segundo a Mitologia Grega, cercava a Terra e
que se acredita ser um círculo plano.
Prometeu - Conhecido como amigo e benfeitor da humanidade. Prometeu e seu irmão foi
concebido para criar a humanidade e prover o homem e todos os animais da terra com aquilo que
necessitassem para sobreviver.
Réia - Mãe dos deuses e que por muitas eras dominou o Universo junto com Cronos.
Têmis - Deusa da justiça divina e das leis. Na arte antiga ela é representada segurando para cima
um par de balanças em que ela pesa as reivindicações das partes contrárias.

Esparta e Atenas

Atualmente, a palavra "cidade" é sinônimo de urbe. Mas na Grécia Antiga, cidade (em grego: polis)
designa um verdadeiro Estado, ainda que pequeno, compreendendo, além da cidade propriamente
dita, um certo número de povoações rurais. Por exemplo: o nome de Atenas englobava, ao mesmo
tempo, a cidade de Atenas e o pequeno Estado Ateniense. Um cultivador da planície de Maratona e
um marinheiro do Pireu eram tão atenienses como um habitante da cidade propriamente dita.
Os gregos jamais conceberam um Estado de outro maneira que não fosse uma cidade. A Grécia
Antiga, que nunca se unificou, era o conjunto de cidades autônomas.
Eram numerosas as cidade, e cada uma ciosa da sua independência, orgulhosa das suas instituições
e dos seus templos, dos seus artistas e dos seus atletas, de tudo o que a distinguia das outras. Para
um grego, o patriotismo era o amor exclusivo da sua própria cidade.
As cidades entendiam-se mal, sobretudo quando eram vizinhas: Atenas era inimiga de Egina e
Mégara, Plateias resistia a Tebas, Corinto detestava Argos, que , por seu turno, odiava Esparta.
A despeito de um certo número de semelhanças que eram próprias de uma civilização comum, cada
cidade tinha a sua fisionomia própria, as suas instituições particulares. É o que se pode concluir do
estudo sucessivo de Esparta e Atenas.

Esparta

Esparta era uma cidade de soldados: os seus cidadãos tinham como única profissão a das armas e as
crianças eram educadas militarmente. O seu poeta Tirteu apenas cantou a guerra.
A cidade (também chamada Lacedemônia) era a mais importante de quantas os Dórios haviam
fundado. Estava situada na estreita planície do Eurotas, a Lacônia, que era dominada pelas encostas
escarpadas do Parnon e do Taígeto. Homero chamava-lhe "a funda Lacedemônia".
A oriente do Parnon, os Espartanos disputavam vitoriosamente a Argos, sua eterna rival, o distrito
costeiro que vai do cabo Maleia ao golfo argólico. A oeste do Taígeto, ocuparam a Messênia, no
fim do século VII, mas os Messênios revoltaram-se no último terço do século VII e foi necessária
ao fim da sua heróica resistência. Foi nesta ocasião que Tirteu compôs os seus poemas para
inflamar a coragem dos guerreiros lacedemônios. A conquista definitiva da Messênia, cujos
habitantes, reduzidos a escravos, trabalhavam a terra para os vencedores, assegurou, depois, a
prosperidade de Esparta.
Daí em diante, Esparta não procurou fazer novas conquistas e dominou o Peloponeso de duas
maneiras: intervindo nos assuntos internos das outras cidades, como Tegeu e Corinto, a fim de aí
manter governos aliados, e praticando uma política de alianças que lhe permitiu constituir uma Liga
do Peloponeso, cuja política exterior era dirigida por Esparta e que agrupava, ao fim do século VI,
um terço da península.
Até o século VIII, a atividade econômica e o governo de Esparta deviam assemelhar-se aos das
outras cidades. Esparta tinha os seus comerciantes, artesãos e artistas. Mas a duras guerras da
Messênia obrigaram-na a profundas transformações, e no fim do século VII possuía já uma
organização social e política capaz de lhe assegurar o fruto das suas conquistas. Atribui-se a sua
criação a um sábio lendário, Licurgo, e daí para o futuro este quadro de instituições não voltou a
sofrer mudança.
Os habitantes dividiam-se em duas classes sociais bem distintas: os cidadãos ou "iguais",
exclusivamente dedicados à profissão das armas, formavam a classe privilegiada, em duas classes
inferiores reuniam-se os periecos e os hilotas.
Os cidadãos passavam a vida submetidos ao serviço e controle do Estado. A criança só era
autorizada a viver se um "conselho de velhos" a julgasse bem proporcionada, pois, caso contrário,
era precipitada num desfiladeiro. Com a idade de sete anos, o filho era tirado à mãe e vivia até aos
20 anos com camaradas da sua idade, sob a autoridade de monitores, que procuravam, sobretudo,
desenvolver-lhe o corpo e formar-lhe o caráter, mais do que cultivar-lhe o espírito. Para o
endurecer, a partir dos 12 anos, apenas uns andrajos para vestir e uma cama dura para dormir; era
parcamente alimentado e devia completar a sua ração roubando, mas, como era castigado se fosse
encontrado a fazê-lo, devia possuir tanta manha e habilidade como audácia. Sofria, sem murmurar,
as críticas dos mais velhos e a punição dos instrutores.
Plutarco refere-se a uma tradição tardia, segundo a qual, na ocasião de uma festa, diante do altar de
Ártemis, as crianças rivalizavam entre elas para vem quem suportava, sem queixume, o maior
número de chicotadas: algumas morriam. Conta-se mesmo que um jovem, tendo roubado uma
raposa, a escondera debaixo da túnica, e, para não revelar o roubo, deixara a raposa morder-lhe o
ventre e morreu sem um queixume.
Aos 20 anos eram admitidos no exército depois de uma última prova, a "criptia", espécie de retiro
no decurso do qual se escondiam no campo, roubando comida e matando os hilotas que
surpreendiam durante a noite fora de suas casas.
O cidadão era soldado dos 20 aos 40 anos. Durante este tempo era obrigado a participar nas
refeições em comum; todos os dias tomava a refeição principal na própria mesa dos homens da sua
unidade, seus camaradas de trabalho. Até aos 30 anos, mesmo casado, devia dormir no quartel.
Como qualquer profissão lhe era proibida, recebia do Estado um lote de terra hereditária, o cléros,
que os hilotas cultivavam para ele; os produtos do cléros alimentavam a sua família e permitiam-lhe
pagar a sua parte nas refeições em comum. Contudo, existia propriedade privada, e a terra inteira
não era apenas pertença do Estado. Certos cidadãos possuíam domínios e as suas mulheres dirigiam
a exploração. A igualdade não era senão teórica, pois entre os "iguais" havia também ricos e
pobres.
Os periecos eram homens livres: viviam geralmente em aldeia, situadas nas fronteiras da Lacônia (o
seu nome quer dizer "os que habitam à volta"). Podiam ser agricultores, artesãos ou comerciantes.
Governavam-se a sim próprios nos respectivos burgos, mas em Esparta eram obrigados a pagar
imposto e a servir em tempo de guerra, sem terem qualquer direito a intervir no governo da cidade.
Os hilotas pertenciam ao Estado e cultivavam a terra a que estavam ligados. Deviam ao titular do
cléros uma quantidade fixa de produtos, que era mínima, sendo o restante para eles. Eram
desprezados: na altura das festas, eram forçados a executar danças grotescas, e obrigavam-nos a
embriagar-se para que os outros pudessem contemplar aos efeitos degradantes da bebida. Por que
razão os Espartanos tratavam duramente aqueles cujo trabalho lhes permitia viver? Como havia
poucos cidadãos e muitos hilotas, pensava-se que apenas o terror os podia manter na servidão.
Esparta evitava mesmo enviar o seu exército para fora do Peloponeso, por recear sempre uma
revolta dos hilotas e, mais particularmente, dos hilotas da Messênia, que viviam em estado de
absoluta miséria.
A forma de governo em Esparta apresentava características bem diferenciadas das outras cidades
gregas.
À frente do Governo encontravam-se dois reis, com idênticas prerrogativas; pertenciam a duas
famílias rivais, os Ágidas e os Euripontides, e sucediam de paios para filho. Eram-lhes prestadas as
maiores honras, mas não possuíam grande autoridade, reduzida ainda pelo seus desentendimento
tradicional. Eram ministros supremos da religião da cidade e comandavam o exército em
campanha.
A sua ação era vigiada por cinco éforos, guardas da tradição e da disciplina, eleitos anualmente pelo
conjunto dos cidadãos, cujo poder era temido pelo fato de ser mal definido. Com efeito, nada e
ninguém podia escapar à sua fiscalização. Censores dos costumes, polícias, juízes e inspetores da
administração, eram eles os magistrados mais importantes da cidade.
O principal conselho era a Gerusia (pronuncia-se: gerússia), onde se reuniam, com os dois reis,
vinte e oito cidadãos com mais de 60 anos, eleitos vitaliciamente. Preparava os projetos de lei,
dirigia a política exterior e formava um alto tribunal de justiça. Quando os membros da Gerússia e
os éforos estavam de acordo, o que constituía regra geral, tornavam-se os senhores da cidade.
Havia ainda uma Assembléia Popular, na qual podiam participar todos os cidadãos maiores de trinta
anos, que votava as leis e elegia os éforos e o membros da Gerússia. Mas esta assembléia limitava-
se a aprovar os projetos da Gerúsia e só votava por aclamação: os candidatos apresentavam-se uns
depois dos outros perante os cidadãos, que aclamavam o favorito; um júri, que se encontrava a
pequena distância, apreciava ao coro das aclamações e declarava eleito o candidato mais aplaudido.
Assim, segundo este sistema, somente uma minoria de habitantes, os cidadãos ou "iguais",
participava na vida pública e, entre esses "iguais", apenas alguns governavam. O regime de Esparta
era, pois, uma oligarquia (em grego: governo exercido por um pequeno número de pessoas).
Cultura
No aspecto cultura, a contribuição de Esparta é mínima, pois, como vimos, toda a formação do
cidadão se processava com vistas a uma atividade exclusivamente militar. A riqueza mobiliária era
desprezada, e apenas uma moeda de ferro, de grande peso, existia em circulação.
Os Espartanos eram duros e orgulhosos. A sua reduzida cultura intelectual não ia além de versos de
Tirteu e de Homero, alguns cantos corais e um pouco de música. Notabilizaram-se, sim, pelas
qualidades viris, que os levavam até uma extrema sobriedade de linguagem, reduzida a fórmulas
breves mas precisas: os laconismos. Tinham grande simplicidade de costumes, que lhes permitia
satisfazerem-se, às refeições, com um simples guisado de porco com vinagre. E, sobretudo,
possuíam um amor ardente por Esparta, pela qual sacrificavam gostosamente a vida.
As mulheres, educadas no desporto, criticadas pelos outros gregos pelo seu aspecto masculino e
pelas "saias" demasiado curtas, rivalizavam com o homens em energia e patriotismo. Veja-se um
exemplo do seu fervor patriótico, tal como Plutarco o descreve:
Uma mulher ao ver o seu filho, que voltava de um combate, perguntou-lhe: "Que notícias há?" E,
como ele respondesse "Morreram todos", atirou-lhe com um objeto à cabeça e matou-o, enquanto
dizia: "E mandaram-te eles cá para nos dares a má notícia!".
No fim do século VI, Esparta era a primeira potência militar da Grécia, que à posteridade legou
alguns dos mais altos exemplos de virtude patriótica que a história registra.

Atenas
Se o caso de Esparta pode considerar-se único na Grécia, a história de Atenas corresponde melhor à
evolução habitual das cidades gregas.
O território da cidade dos Atenienses é a Ática, modesta península triangular. As montanhas e as
colinas ocupam quase metade da superfície - ao norte, o Parnaso e o Citéron, que a separa da
Beócia; ao centro, o Pentélico, rico em mármore, e o Himeto, célebre pelo mel das suas abelhas; e
ao sul, o Laurion, cujas minas de prata forneciam o metal utilizado para fabrico das moedas. O
Norte da região era pobre, mas entre as elevações havia pequenas e férteis planícies, sendo as mais
importantes as de Atenas e de Elêusis.
A Ática foi, desde muito cedo, povoada e escapou à invasão dos Dórios. Aí surgiram numerosos
burgos, como Elêusi, Maratona, Colonos e a própria Atenas.
Esta última beneficiava da proximidade do mar, num local admirável, formado de pequenas colinas,
a mais importante das quais se chamava Acrópole, e dominava a fértil planície regada pelo Céfiso.
Muito cedo, conseguiu reunir todos os habitantes da Ática numa cidade apenas. Os Atenienses, que
gostavam de explicar o seu passado longínquo por lendas, atribuíram o mérito desta unificação a um
herói, Teseu, que teria sido o seu primeiro rei.
Com efeito, Atenas foi nos primeiros tempos governada por reis, mas o poder passou rapidamente
para os chefes dos guéné, os eupátridas (quer dizer, os nobres), proprietários das melhores terras da
planície. Entre eles se recrutavam os magistrados anuais, os arcontes (o rei não era senão um deles)
e os membros do Aerópago, conselho político e tribunal que se reunia na colina do Ares. Apenas
eles conheciam as leis, cujo texto não era escrito.
Este regime e aristocrático revelava-se duro para todos os que não pertenciam aos guéné e se viam
relegados para as últimas classes da sociedade: os pequenos proprietários dos campos menos férteis,
sobrecarregados de dívidas e reduzidos muitas vezes à condição de miseráveis camponeses, os
artesãos, os pescadores, os pequenos comerciantes e até os negociantes enriquecidos pelo comércio
marítimo. A partir do século VII, os descontentes, cada vez em maior número, provocaram
tamanhas agitações que se tornou indispensável fazer algumas reformas.
Em 621, o arconte Drácon publicou leis muito duras (ainda hoje se fala da severidade draconiana),
que, pela primeira vez, eram escritas e válidas para todos os cidadãos. Foi um primeiro golpe
vibrado na dominação dos guéné, mas não chegou, todavia, para restabelecer a calma.
Para evitar a guerra civil, a qual ameaçava opor os aristocratas e os pobres, que exigiam a divisão
das terras, aceitou-se a arbitragem de Sólon, um eupátrida de nascimento que enriquecera no
comércio marítimo e que, tendo compreendido as preocupações dos dois campos, agiu com
moderação.
A fim de aliviar os camponeses, Solón decretou a abolição das dívidas antigas; daí em diante, o
devedor incapaz de pagar uma dívida já não poderia, como no passado, ser escravo do seu credor.
Facilitou a divisão das grandes propriedades dos guéné, encorajou as profissões e facilitou o
comércio com uma hábil reforma dos pesos e da moeda.
Fixou os moldes da sociedade. Antes dele, havia já quatro classes. Sólon repartiu por elas os
Atenienses, de acordo com os rendimentos de cada um, e marcou-lhes os direitos e deveres. Assim,
as duas primeiras classes conservavam o privilégio de serem magistrados, mas suportavam o mais
pesados encargos; os da última classe, os tetas, não pagavam impostos.
Reformou a constituição: todos os cidadãos tiveram acesso à assembléia popular e a um tribunal
popular de justiça, instituído sob o nome de Tribunal do Helieu. A criação de um conselho de 400
membros, o Bulé, reduziu o aristocrático Areópago às suas atribuições religiosas e judiciárias.
Considerada muito revolucionária por uns, mas moderada por outros, a obra de Sólon não
conseguiu, porém, restabelecer a paz por muito tempo.
Por ocasião de graves perturbações, o ambicioso Pisístrato, apoiado pelos agricultores pobres e por
lenhadores do interior, tomou conta do poder (561). Duas vezes expulso, regressou ainda uma vez
mais e foi o tirano de Atenas até à sua morte (528). Procurou assegurar a igualdade social, a
prosperidade econômica e o florescimento de Atenas. Favoreceu o desenvolvimento de Atenas.
Favoreceu o desenvolvimento da pequena propriedade rural em prejuízo dos grandes domínios;
encorajou os agricultores da Ática e facilitou o comércio pela criação de portos comerciais nas rotas
marítimas da Trácia e do Ponto
Euxino; embelezou a cidade, que foi rodeada de muralhas e provida de fontes; na Acrópole mandou
erguer um grande templo em honra de Atena; deu à celebração da grande festa religiosa das
Panateneias um esplendor incomparável; mandou fixar e publicar o texto dos poemas homéricos.
Os seus filhos, Hiparco e Hípias, sucederam-lhe e continuaram a sua obra. Mas, como Hiparco
tivesse sido morto, Hípias tornou-se tão cruel que os nobres inimigos do regime aproveitaram a sua
impopularidade para obterem o auxílio de Esparta e destituíram-no (510). Expulso de Atenas,
Hìpias refugiou-se na Pérsia.
Este êxito dos nobres não teve continuação, pois em 507 as reformas de Clístenes estabeleceram o
regime democrático.
Clístenes dividiu a ática numa centena de circunscrições, os demos. Independentemente do seu
nascimento ou fortuna, qualquer ateniense pertencia ao demo onde estava a sua moradia. Assim, os
guéné, cujos membros estavam dispersos em demos diferentes, perderam a sua coesão.
Agrupou os demos em dez tribos, mas cada tribo era formada por demos existentes em diferentes
regiões da Ática e não podia, por conseqüência, tornar-se centro de uma política de interesse local.
Adaptou todos os organismos da cidade à nova divisão em tribos. O Bulé foi elevado de 400 para
500 membros (50 por tribo). Daí para o futuro, haveria dez arcontes (um por tribo), dez unidades de
infantaria, dez esquadrões de cavalaria e, para os comandar, dez estratégias.
Criou o ostracismo: um político considerado indesejável poderia ser exilado, por voto da
assembléia do povo, por um período de dez anos, findos os quais recuperava os seus bens e direitos.
(O termo "ostracismo" vem da palavra grega ostrakon, que quer dizer concha, porque, no momento
do voto, cada cidadão escrevia o nome daquele que queria banir num pedaço de cerâmica, parecido
com uma concha.)
Depois de Clístenes, os Atenienses poucas alterações introduziram no sistema político que ele lhes
legara.
Até ao fim do século VI, Atenas não teve, porém, maior relevância no mundo grego que qualquer
outra cidade, como Corinto, Mégara ou Egina.
O seu poderio militar não podia comparar-se com o de Esparta. E se a obra de Pisístrato lhe
alcançara um certo prestígio moral, seriam as Guerras Medo-Persas que lhe permitiram elevar-se ao
primeiro lugar entre as cidades gregas.

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