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1. INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
(extraído do trabalho: Materiais de Construção Básicos de Sabrina Elicker Hagemann, Ministério da Educação,
Governo Federal).
a) Condições técnicas
O material deve possuir propriedades que o tornem adequado ao uso que se pretende fazer dele.
Entre essas propriedades estão a resistência, a trabalhabilidade, a durabilidade, a higiene e a
segurança.
b) Condições econômicas
O material deve satisfazer as necessidades de sua aplicação com um custo reduzido não só de
aquisição, mas de aplicação e de manutenção, visto que muitas obras precisam de serviços de
manutenção depois de concluídas e que da manutenção depende a durabilidade da construção.
c) Condições estéticas:
O material utilizado deve proporcionar uma aparência agradável e conforto ao ambiente onde for
aplicado.
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Os materiais de construção podem ser classificados de acordo com diferentes critérios. Entre os
critérios apresentados por Silva (1985) podemos destacar como principais a classificação quanto à
origem e à função.
Quanto à origem ou modo de obtenção os materiais de construção podem ser classificados em:
• Naturais: são aqueles encontrados na natureza, prontos para serem utilizados. Em alguns casos
precisam de tratamentos simplificados como uma lavagem ou uma redução de tamanho para
serem utilizados. Como exemplo desse tipo de material, temos a areia, a pedra e a madeira.
• Artificiais: são os materiais obtidos por processos industriais. Como exemplo, podem-se citar os
tijolos, as telhas e o aço.
• Combinados: são os materiais obtidos pela combinação entre materiais naturais e artificiais.
Concretos e argamassas são exemplos desse tipo de material.
Quanto à função onde forem empregados, os materiais de construção podem ser classificados em:
• Materiais de vedação: são aqueles que não têm função estrutural, servindo para isolar e fechar
os ambientes nos quais são empregados, como os tijolos de vedação e os vidros.
• Materiais de proteção: são utilizados para proteger e aumentar a durabilidade e a vida útil da
edificação. Nessa categoria podemos citar as tintas e os produtos de impermeabilização.
• Materiais com função estrutural: são aqueles que suportam as cargas e demais esforços atuantes
na estrutura. A madeira, o aço e o concreto são exemplos de materiais utilizados para esse fim.
Massa: a quantidade de matéria e é constante para o mesmo corpo, esteja onde estiver.
Peso: definido como a força com que a massa é atraída para o centro da Terra (varia de local para
local).
Densidade: a relação entre sua massa e a massa do mesmo volume de água destilada a 4ºC.
Porosidade: a propriedade que tem a matéria de não ser contínua, havendo espaços entre as
massas.
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Dureza: definida como a resistência que os corpos opõem ao serem riscados.
Elasticidade: a tendência que os corpos apresentam de retornar à forma primitiva pós a aplicação
de um esforço.
1. ESFORÇOS MECÂNICOS
(extraído do trabalho: Materiais de Construção Básicos de Sabrina Elicker Hagemann, Ministério
da Educação, Governo Federal, acrescido de notas próprias).
A COMPRESSÃO ocorre quando a força axial aplicada estiver atuando como sentido dirigido para o
interior da peça. Com isso a peça sofre deformações. Em um primeiro momento, sofre
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA, porém, quando atinge sua tensão de escoamento, a peça passará a entrar
em sua DEFORMAÇÃO PLÁSTICA, ou seja: o material estará sendo deformado permanentemente.
• Tração: esforço aplicado na mesma direção e sentido contrário que leva o objeto a sofrer um
alongamento na direção em que o esforço é aplicado.
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A TRAÇÃO ocorre quando a força axial aplicada estiver atuando com o sentido dirigido para o
exterior da peça. A tração faz com que a peça se alongue no sentido da força e fique mais fina. O
esforço da tração causa uma reorganização na estrutura molecular da peça movimentando os
átomos a fim de se agruparem o máximo possível até um certo limite.
• Flexão: esforço que provoca uma deformação na direção perpendicular ao qual e aplicado.
Forças que atuam em um plano perpendicular ao eixo e a cada seção transversal da peça, tendendo
a girar em relação ao eixo.
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A resistência ao cisalhamento é a capacidade de um material para resistir às forças que tentam
fazer com que a estrutura interna do material a deslizar contra si mesmo.
A qualidade dos materiais pode ser controlada durante sua produção ou após o produto pronto,
como esquematizado a seguir.
• CONTROLE DE PRODUÇÃO
INDÚSTRIA
• inspeção visual
• lotes
• amostragem
• ensaio de qualificação
• decisão
CANTEIRO
• controle matéria prima
• controle materiais
• controle execução
• CONTROLE DE RECEBIMENTO
CANTEIRO
• Através de ensaios de laboratórios
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• tração
• compressão
Fadiga
• flexão
• tração
• compressão
• Ensaios especiais: metalográficos ou tecnológicos.
METALOGRÁFICOS
• macrográfico
• micrográfico
TECNOLOGICOS
• dobramento
• maleabilidade
• soldabilidade
• fusibilidade
5. NORMALIZAÇÃO
(extraído do material de aula da disciplina na UNIVERSITAS – Centro Universitário de Itajubá).
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5.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A normalização surgiu da necessidade dos seres humanos de trocar produtos e serviços. Era
preciso avaliar uma grandeza de medida através da comparação com uma grandeza da mesma
espécie. A primeira iniciativa foi a comparação com elementos da natureza, tais como: pé, palmo,
braço, passo, vara e assim por diante.
Nos Estados Unidos, esta responsabilidade cabe à ASTM – American Society for Testing
Materials e à ASA – American Standart Association e em setores específicos, como para as estradas
existe a AASHO – American Association of State Highway Officials.
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Estas entidades são coordenadas pela ISO – International Standartization Organization e por
Comitês Continentais, tais como o COPANT – Comissão Panamericana de Normas Técnicas.
Entre as organizações estrangeiras em campo específico, podem ser citados o CEB – Comité
Européen du Béton, o RILEM – Réunion Internationale des Laboratoires d’éssais et de Recherches
sur Les Materiaux et les Structures, o PCA – Portland Cement Association e o ACI – American
Concrete Institute.
NORMAS – que dão as diretrizes para cálculo e métodos de execução de obras e serviços, assim
como as condições mínimas de segurança;
5.4 CERTIFICAÇÃO
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- Segurança: proteger a vida humana e a saúde.
- Proteção ao consumidor: prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos
produtos.
a. PRINCÍPIOS DA NORMALIZAÇÃO
Representatividade – É preciso que haja participação de especialistas cedidos por todos os setores
– produtores, organizações de consumidores e neutros (outras partes interessadas tais como
universidades, laboratórios, institutos de pesquisa, órgãos do governo), de modo que a opinião de
todos seja considerada no estabelecimento da norma. Dessa forma, ela de fato reflete o real
estágio de desenvolvimento de uma tecnologia em um determinado momento, e o entendimento
comum vigente, baseado em experiências consolidadas e pertinentes.
Paridade – Não basta apenas a representatividade, é preciso que as classes (produtor, consumidor
e neutro) estejam equilibradas, evitando-se assim a imposição de uma delas sobre as demais por
conta do maior número de representantes. Assim, deve-se buscar assegurar o equilíbrio das
diferentes opiniões no processo de elaboração de normas.
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Consenso – Para que uma norma tenha seu conteúdo o mais próximo possível da realidade de
aplicação, é necessário que haja consenso entre os participantes de sua elaboração. Consenso é
processo pelo qual um Projeto de Norma deve ser submetido, compreendendo as etapas de
análise, apreciação e aprovação por parte de uma comunidade, técnica ou não. A finalidade desse
processo de consenso é o de atender aos interesses e às necessidades da coletividade, em seu
próprio beneficio. Não é uma votação, mas um compromisso de interesse mútuo, não devendo,
portanto, ser confundido com unanimidade.
b. BENEFÍCIOS DA NORMALIZAÇÃO
- Organização do mercado;
- Constituição de uma linguagem única entre produtor e consumidor;
- Melhora da qualidade de produtos e serviços;
- Orientar as concorrências públicas;
- Produtividade aumentar, com consequente redução dos custos de produtos e serviços, a
contribuição para o aumento da economia do país e o desenvolvimento da tecnologia nacional.
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AGREGADOS
CRÉDITOS: Este material foi pesquisado e retirado via Internet www.uerj.br em 2010.
1.1 Introdução:
Uma vez que cerca de ¾ do volume do concreto são ocupados pelos agregados, não é de se
surpreender que a qualidade destes seja de importância básica na obtenção de um bom concreto,
exercendo nítida influência não apenas na resistência mecânica do produto acabado como,
também, em sua durabilidade e no desempenho estrutural. Procura-se, neste capítulo, apresentar
as principais propriedades dos agregados, analisando o seu grau de importância e responsabilidade
na geração das características essenciais aos concretos, tais como: resistência à compressão, tração
na flexão, impermeabilidade, durabilidade, trabalhabilidade e retratilidade. São apresentados
também, baseados nas experiências nacional e estrangeira, alguns critérios seletivos para a
obtenção dos agregados, proporcionando concretos que irão corresponder plenamente às
expectativas de projeto e execução das obras onde serão empregadas.
Podemos definir agregado como: material granular, inerte, com dimensões e propriedades
adequadas e isentos de impurezas prejudiciais.
à origem;
às dimensões das partículas;
à massa unitária.
Naturais já são encontrados na natureza sob a forma definitiva de utilização: areia de rios,
seixos rolados, cascalhos, pedregulhos,...
Industrializados aqueles que são obtidos por processos industriais. Ex.: argila expandida,
escória britada.
Deve-se observar aqui que o termo artificial indica o modo de obtenção e não se relaciona com
o material em si.
b) Quanto à dimensão de suas partículas, a Norma Brasileira define agregado da seguinte forma:
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Agregado graúdo o agregado graúdo é o pedregulho natural, ou a pedra britada
proveniente do britamento de rochas estáveis, ou a mistura de ambos, cujos grãos passam pela
peneira ABNT 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,8 mm.
Leves1 (menor que 1,0 t/m3) Médios (1,0 a 2,0 t/m3) Pesados (acima de 2,0 t/m3)
Vermiculita 0,3 Calcário 1,4 Barita 2,9
Argila expandida 0,8 Arenito 1,45 Hematita 3,2
Escória granulada 1,0 Cascalho 1,6 Magnetita 3,3
Granito 1,5
Areia seca ao ar 1,5
Basalto 1,5
Escória 1,7
Os agregados leves, médios e pesados podem ser caracterizados, também, por suas massas
específicas (densidade):
Leves: M.E. < 2,0 t/m3
Médios: 2,0 M.E. 3,0 t/m3
Pesados: M.E. > 3,0 t/m3
a) Atividade – o agregado pela própria definição deve ser um elemento inerte, ou seja:
- não deve conter constituintes que reajam com o cimento “fresco” ou endurecido.
- não deve sofrer variações de volume com a umidade.
- não deve conter incompatibilidade térmica entre seus grãos e a pasta endurecida.
Observação: Reatividade álcalis-agregado: agregados provenientes de determinadas rochas
contém minerais que podem reagir com os álcalis (Na 2O e K2O) do cimento ocasionando expansão
e desintegração do concreto (ver melhor explicação adiante). São minerais reativos: opala,
calcedônia, riolitos, andusitos, cristobalitas.
Dados experimentais fixam em 0,6% o teor máximo de álcalis para os cimentos que serão
usados com agregados que contenham estes minerais.
1
Agregados leves: utilizados para a produção de concretos leves. A pequena massa unitária é devida à microestrutura
celular ou altamente porosa do agregado.
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b) Resistência Mecânica
As rochas ígneas, assim como a escória de alto forno resfriada ao ar, apresentam resistências
médias à compressão da seguinte ordem:
b) ao desgaste : a pasta de cimento e água não resiste ao desgaste . Quem confere esta
propriedade aos concretos é o agregado.
Ao desgaste superficial dos grãos de agregado quando sofrem “atrição”, dá-se o nome de
abrasão. A resistência à abrasão mede, portanto, a capacidade que tem o agregado de não se
alterar quando manuseado (carregamento, basculamento, estocagem). Em algumas aplicações do
concreto, a resistência à abrasão é característica muito importante, como por exemplo, em pistas
de aeroportos, em vertedouros de barragens e em pistas rodoviárias, pois o concreto sofre grande
atrição.
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1.4) Principais propriedades físicas dos agregados:
a) Massa específica
Para efeito de dosagem do concreto, é importante conhecer o volume ocupado pelas partículas do
agregado, incluindo os poros existentes dentro das partículas, portanto somente é necessário a determinação da
massa específica do agregado.
A massa específica é definida como a massa do material por unidade de volume, incluindo os poros
internos das partículas. Para muitas rochas comumente utilizadas, a massa específica varia entre 2600 e 2700
kg/m3.
Granito 2690
Arenito 2650
Calcário 2600
Da amostra representativa, colhida de acordo com a NBR 7216, pesam-se 500g de areia seca, coloca-se
água no interior do frasco até sua marca padrão de 200 ml; introduz-se cuidadosamente o material. A água
subirá no gargalo do frasco até uma certa marca (L); faz-se essa leitura e do valor obtido diminuem-se os 200 ml,
obtendo-se, assim, o valor absoluto de areia; dividindo-se o peso dos 500g de areia pelo volume achado, teremos
a massa específica real ou peso específico real.
500
M.E kg / l
L 200
Seja o traço em peso de um concreto, para materiais secos (traço de um concreto define a proporção unitária
entre seus materiais constituintes, considerando-se o cimento como unidade de medida):
Cimento: 1 kg
Areia: 2,8 kg
Pedregulho: 4,8 kg
Água: 0,7 kg
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b) Massa Unitária
Sua determinação deverá ser feita em recipiente, com forma de paralelepípedo, de volume
nunca inferior a 15 litros.
Quanto ao enchimento do recipiente, o material deverá ser lançado de uma altura que não
exceda a 10 cm da boca. Após cheio, a superfície do agregado é rasada e nivelada com uma
régua. No caso do agregado graúdo, a superfície é regularizada de modo a compensar as
saliências e reentrâncias das pedras.
Cimento: 1 kg
Areia: 2,8 kg
Pedregulho: 4,8 kg
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Exercício:
Resolução:
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GABARITO DO EXERCÍCIO:
1ª Questão
80 80 80
Pas 77,67 kg de areia seca
h 3 1,03
1 1
100 100
Massa de cimento 25 kg
Volume de cimento Vc 8,06 dm 3
Massa específica 3,10 kg
dm 3
Volume total de argamassa Vc Vas Va 8,06 29,31 14,33 51,7 dm 3 0,0517m 3
água 14,33
b) Relação a 0,57
c cimento 25
Para calcularmos o volume de areia seca, basta dividirmos a massa de areia pela sua massa unitária:
1 caminhão 5 m3
x caminhão 5,178 m3
x = 1,0356 caminhão.
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c) Índice de Vazios: é a relação entre o volume total de vazios e o volume total de grãos.
Vv
i
Vg
No caso dos agregados miúdos o espaço intergranular é menor que nos agregados graúdos,
porém a quantidade destes espaços vazios é bastante superior, por isso podemos dizer que os
totais de espaços vazios nos agregados miúdos e graúdos independem do tamanho máximo dos
grãos. A mistura de agregados miúdos e graúdos, entretanto, apresentará, sempre, um menor
volume de vazios.
d) Compacidade (c): é a relação entre o volume total ocupado pelos grãos e o volume total do
agregado.
Vg
c
Va
e) Finura: quando um agregado tem seus grãos de menor diâmetro que um outro, diz-se que ele
tem maior finura.
f) Área específica: é a soma das áreas das superfícies de todos os grãos contidos na unidade de
massa do agregado. Admite-se para área da superfície de um grão, a área da superfície de uma
esfera de igual diâmetro; o grão real tem, contudo, superfície de área maior que a esfera. A
forma dos grãos de brita é irregular e sua superfície extremamente rugosa; para a mesma
granulometria, os agregados com grãos mais regulares têm menor superfície específica.
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1.5) Outras propriedades:
Coesão: coesão de um material granular é a resistência ao cisalhamento quando o material não
está sujeito à compressão. A coesão é desprezível nos agregados graúdos; as areias apresentam,
quando úmidas, uma resistência ao cisalhamento causada pela tensão capilar da água, que é
chamada coesão aparente. Quando secas ou saturadas, as areias não têm coesão.
Fragilidade: propriedade dos materiais de se fraturarem sob pequena tensão, sem deformação
perceptível.
A areia pode originar-se de rios, de cavas (depósitos aluvionares em fundos de vales cobertos
por capa de solo) ou de praias e dunas.
As areias das praias não são usadas, em geral, para o preparo de concreto por causa de sua
grande finura e teor de cloreto de sódio. O mesmo ocorre com as areias de dunas próximas do
litoral.
Preparo de argamassas;
Concreto betuminoso – juntamente com fíler, a areia entra na dosagem dos inertes do
concreto betuminoso e tem a importante propriedade de impedir o amolecimento do concreto
betuminoso dos pavimentos de ruas nos dias de intenso calor;
Concreto de cimento (constitui o agregado miúdo dos concretos);
Pavimentos rodoviários: constitui o material de correção do solo;
Filtros – devido a sua grande permeabilidade, a areia é utilizada para a construção de filtros,
destinados a interceptar o fluxo de água de infiltração em barragens de terra e em muros de
arrimo.
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O pedregulho deve ser limpo, quer dizer, lavado antes de ser fornecido. Deve ser de
granulação diversa, já que o ideal é que os miúdos ocupem os vãos entre os graúdos.
1.7.1) Definições:
a) Pedra britada: agregado obtido a partir de rochas compactas que ocorrem em jazidas, pelo
processo industrial da fragmentação controlada da rocha maciça. Os produtos finais enquadram-
se em diversas categorias.
b) Areia de brita ou areia artificial: agregado obtido dos finos resultantes da produção da brita,
dos quais se retira a fração inferior a 0,15 mm. Sua graduação é 0,15 /4,8mm.
c) Fíler: agregado de graduação 0,005/0,075mm. Seus grãos são da mesma ordem de grandeza
dos grãos de cimento e passam na peneira 200 (0,075 mm). É chamado de pó de pedra.
O fíler é utilizado nos seguintes serviços:
- na preparação de concretos, para preencher vazios;
- na adição a cimentos;
- na preparação da argamassa betuminosa;
- como espessante de asfaltos fluidos.
d) Bica-corrida: material britado no estado em que se encontra à saída do britador. Pode ser
classificada em primária ou secundária. Será primária quando deixar o britador primário, com
graduação aproximada de 0/300mm, dependendo da regulagem e tipo de britador. Será
secundária quando deixar o britador secundário, com graduação aproximada de 76mm.
f) Restolho: material granular, de grãos em geral friáveis (que se parte com facilidade). Pode
conter uma parcela de solo.
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g) Blocos: fragmentos de rocha de dimensões acima do metro, que, depois de devidamente
reduzidos em tamanho, vão abastecer o britador primário.
Várias são as rochas aptas a serem exploradas para a produção de agregados. Em cada região
haverá rocha de natureza tal que mais vantajosa se mostre para o tipo de agregado que se
queira produzir. Dentre as rochas mais comumente exploradas estão:
a) Granito: rocha plutônica ácida (75% de sílica), granular macroscópica, de cor cinza.
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1.7.3) Brita ou pedra britada:
a) Propriedades físicas:
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b) Usos
A NBR 7211, que padroniza a pedra britada nas dimensões hoje consagradas pelo uso, trata de
agregado para concreto. Não obstante isso, e apesar de as curvas granulométricas médias dos
agregados comerciais não coincidirem totalmente com as curvas médias das faixas da Norma,
emprega-se o agregado em extensa gama de situações:
- Argamassas: em certas argamassas de enchimento, de traço mais apurado, podem ser usados
a areia de brita e o pó de pedra.
- Pavimentos rodoviários: para este emprego, a NBR 7174 fixa três graduações para o esqueleto
e uma para o material de enchimento das bases de macadame hidráulico, graduações estas que
diferem das pedras britadas.
- Lastro de estradas de ferro: este lastro está padronizado pela NBR 5564, e consta
praticamente de pedra 3.
- Aterros: podem ser feitos com restolho, obtendo-se mais facilmente, alto índice de suporte do
que quando se usam solos argilosos.
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Blocos e painéis pré-moldados usando argila expandida prestam-se bem a ser usados como
isolantes térmicos ou acústicos, no que são auxiliados pela baixa densidade do material, que
pode variar de 6 a 15 kN/m3, contra 26 do concreto de brita de granito ou de basalto.
a) Hematita: a hematita britada constitui os agregados miúdo e graúdo que são usados no preparo
do concreto de alta densidade (dito “concreto pesado”) destinado à absorção de radiações em
usinas nucleares (escudos biológicos ou blindagens). O grau de absorção cresce com o aumento
da densidade do concreto
c) Barita: pela sua alta densidade, a barita também é usada no preparo de concretos densos.
1.9.1) Granulometria:
Define a proporção relativa, expressa em porcentagem, dos diferentes tamanhos de grãos
que se encontram constituindo um todo. Pode ser expressa pelo material que passa ou pelo
material retido por peneira e acumulado.
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a) Peneiras (Série Normal e Série Intermediária): conjunto de peneiras sucessivas, que atendem
a NBR 5734, com as seguintes aberturas discriminadas:
PENEIRAS
Série
Série Normal
Intermediária
76 mm -
- 64 mm
- 50 mm
38 mm -
- 32 mm
- 25 mm
19 mm -
- 12,5 mm
9,5 -
- 6,3
4,8 mm -
2,4 mm -
1,2 -
0,600 -
0,300 -
0,150 -
* Pode haver uma tolerância de até um máximo de cinco unidades de porcento em um só dos
limites marcados com o * ou distribuídos em vários deles.
** Para agregado miúdo resultante de britamento, este limite pode ser 80.
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d) Limites granulométricos do agregado graúdo
Exemplo:
3 10 24 56 86 98
Mf 2,77
100
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Obs. Na tabela anterior todas as peneiras são da série normal, por isso para o cálculo do
módulo de finura somou-se todos os percentuais retidos acumulados. Atenção!
A Norma estabelece que os agregados miúdos devam se enquadrar em uma das faixas
granulométricas e que a variação máxima do módulo de finura seja 0,2.
Na tabela acima, o diâmetro máximo do agregado é 4,8 mm, pois é na peneira 4,8 mm que o
percentual retido acumulado é igual ou imediatamente inferior a 5%.
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Exercício:
1) Na folha anexa, traçar a curva granulométrica do agregado que teve as seguintes massas retidas
nas peneiras (em mm): 25 (850g); 19 (2150 g); 12,5 (3300 g); 9,5 (2900 g); 6,3 (500 g); de 4,8 a 0,15
(0 g) e no fundo (300 g). Calcular o módulo de finura e a dimensão máxima.
Solução:
Material retido
Peneiras (mm) % simples % acumulado
(g)
25 850 8,5 8,5
19 2150 21,5 30
12,5 3300 33 63
9,5 2900 29 92
6,3 500 5 97
4,8 0 0 97
2,4 0 0 97
1,2 0 0 97
0,6 0 0 97
0,3 0 0 97
0,15 0 0 97
Fundo 300 3 100
10000
DM = 32 mm
30 92 97 97 97 97 97 97
Mf = 7,04
100
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Curva Granulométrica
8 4 1/4" 3/8" 1/2" 3/4" 1" 1 1/4" 1 1/2" 2" 2 1/2" 3"
100
90
80
Percentagem Retida Acumulada
70
60
50
40
30
20
10
0
2,4 4,8 6,3 9,5 12,5 19 25 32 38 50 64 76
Aberturas ABNT
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1.9.2) Forma dos grãos: os grãos dos agregados não tem forma geometricamente definida.
a) Quanto às dimensões:
Com relação ao comprimento (l), largura (l) e espessura (e), os agregados classificam-se em
alongados, cúbicos, lamelares e discóides, conforme sejam as relações entre as três
dimensões, que definem o coeficiente de forma.
Tabela 5
Coeficiente de forma
c 2
l
Recomenda-se que: l 2
e
c l 6e
Admite-se no máximo 15% dos grãos de uma amostra não atendendo as relações acima.
Índice de forma (NBR 7809) – é a relação entre a maior dimensão c (comprimento) e a menor
dimensão e (espessura), determinadas por meio de paquímetros (I = c/e). O índice de um
agregado é a média ponderada dos índices de 200 grãos obtidos de uma amostra quarteada.
Os grãos cubóides tem I variando entre 0,25 e 0,30; para os grãos lamelares, I 0,05 e para os
alongados, I = 0,64; para uma esfera, I = 1,0.
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É expresso por: I = 6V = 1,9 V
d3 d3
V
C 1,9
Para todo o agregado, o coeficiente é d3 dado por:
Recomenda-se Cv 0,20.
No que se refere à textura superficial do agregado, a sua avaliação é feita pelo grau de
polimento ou rugosidade da superfície da partícula, sendo função principalmente da dureza,
tamanho do grão e das características dos poros da rocha matriz. Também as ações mecânicas
externas colaboram para o aumento ou diminuição da rugosidade.
Normalmente a simples inspeção visual é uma solução bem eficaz para a avaliação da textura
superficial, uma vez que os métodos da medida da rugosidade são muito laboriosos e pouco
difundidos.
* Partículas formadas por desgaste superficial contínuo tendem a ser arredondadas, pela perda
de vértices e arestas, como é o caso das areias e seixos rolados formados nos leitos dos rios, e
também nos depósitos eólicos em zonas marítimas, tendo geralmente uma forma bem
arredondada. Agregados de rochas britadas possuem vértices e arestas bem definidos e são
chamados angulosos.
A forma dos grãos tem efeito importante no que se refere à compacidade, à trabalhabilidade e
ao ângulo de atrito interno.
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A influência da forma é mais acentuada nos agregados miúdos. Argamassas de revestimento, por
exemplo, se preparadas com areia artificial, ficam tão rijas que não se podem espalhar com a
colher, constituindo o que se chama de argamassas duras.
Os agregados naturais têm grãos cubóides, de superfície arredondada e lisa, contra as superfícies
angulosas e extremamente irregulares dos grãos dos agregados industrializados. Apresentam,
além disso, maior resistência à desgraduação (alteração da distribuição granulométrica por quebra
de grãos). O cascalho apresenta 92,28% de grãos cúbicos, contra 70 a 90% na brita de basalto.
Tornam as argamassas mais trabalháveis que os artificiais.
Nos agregados artificiais, a forma dos grãos depende da natureza da rocha e do tipo de britador. O
granito produz grãos de melhor forma que o basalto, que produz apreciável quantidade de grãos
lamelares.
Concretos preparados com agregados de britagem exigem 20% mais água de amassamento do
que os preparados com agregados naturais, sendo os grãos lamelares os mais prejudiciais. Apesar
disso, concretos de agregados de britagem têm maiores resistências ao desgaste e à tração,
devido a maior aderência dos grãos à argamassa.
1.9.3) Substâncias nocivas: são aquelas existentes nas areias ou britas que podem afetar alguma
propriedade desejável no concreto fabricado com tal agregado.
b) Teor de cloretos (encontrados nas areias de dunas e praias): os cloretos têm efeito danoso
em concretos destinados à estruturas armadas, porém são utilizados como aceleradores de
pega. O cloreto ataca o aço das armações de modo que a seção reta de uma barra pode
crescer até 16 vezes o tamanho original, lascando o concreto e expondo a armação, reduzindo
a capacidade de trabalho das peças estruturais. O teor máximo de cloreto de sódio é 0,08% do
peso da areia.
c) Argila em torrões: partículas presentes nos agregados, suscetíveis de serem desfeitas pela
pressão entre os dedos polegar e indicador, (nos agregados miúdos o máximo é de 1,5%, em peso
seco).
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d) Material pulverulento: material impalpável que pode ser encontrado na superfície dos grãos do
agregado graúdo, o qual pode prejudicar a aderência da argamassa, reduzindo o desempenho do
concreto. Nos concretos submetidos ao desgaste superficial, o percentual máximo em peso de
material pulverulento é de 3,0% e para os demais concretos, 5%.
g) Óleos: podem atacar quimicamente o concreto. Penetram nos poros do concreto seco e, por
sua ação lubrificante reduzem a resistência do mesmo, podem destruir a aderência entre a
argamassa, os grãos e a armação, resultando na desagregação do concreto.
a) Umidade:
- Agregado seco em estufa: isento de umidade livre, quer seja na superfície externa ou
umidade interna, expelidas pelo calor. Toda a água “evaporável” do agregado foi
removida pelo aquecimento a 100oC.
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- Agregado seco ao ar: sem umidade superficial, mas com alguma umidade interna;
- Agregado saturado com superfície seca (sss): o agregado é considerado na condição de
sss quando, durante o amassamento, não absorver nenhuma parte da água adicionada
nem contribuir com nenhuma de sua água contida na mistura. Qualquer agregado na
condição de sss possui água absorvida (água mantida à superfície por ação físico-
química) na sua superfície, desde que esta água não possa ser removida facilmente do
agregado. Esta condição (sss) também pode ser descrita como sendo a fase em que
todos os poros permeáveis estão preenchidos e não há um filme de água na superfície;
- Agregado saturado: com água livre em excesso, o que contribui para alterar o teor de
água da mistura (há umidade livre na superfície do agregado).
Absorção efetiva: é definida como a quantidade de água requerida para trazer o agregado da
condição seca ao ar para a condição sss.
Umidade superficial: é a quantidade de água em excesso além da requerida para a condição sss
(veja adiante mais alguns detalhes).
A umidade dos agregados miúdos nos canteiros de obra varia de 2 a 7%, correspondendo ao
inchamento que pode variai de 20 a 30% e que depende também da granulometria do material.
Nos agregados miúdos, os tamanhos dos vazios podem ser da ordem, ou até menores, que a
espessura da película de água de adsorção (água que adere às superfícies dos grãos). Por isso, o
agregado pode ter seus grãos afastados uns dos outros pela película de água. É o fenômeno do
inchamento. Nos agregados graúdos, os tamanhos dos vazios são muito maiores que a espessura
da película de água, não ocorrendo o inchamento. Podemos então dizer que inchamento é o
aumento de volume que sofre a areia seca ao absorver água. Esse fenômeno deve ser levado em
consideração na medida do volume da areia para os traços de concreto em volume. O efeito do
inchamento da areia pode influir em até 30% na medição de seu volume. Traçando-se a curva de
inchamento da areia que está sendo utilizada numa obra, pode-se conhecer a qualquer momento
o seu inchamento com a determinação da umidade. A curva terá a seguinte função:
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I f(h) em porcentagem
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Algumas fórmulas para o cálculo de umidade e inchamento nos agregados miúdos:
Vah Vas d as
I% 100 Ci (1 C h ) 1
Vas d ah
Pah Pas
Vah Vas
d ah d as
A figura abaixo mostra o que ocorre com a areia absolutamente seca (h=0,00%) ao absorver água.
C = Inchamento Crítico
B = Define a Umidade Crítica
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atingido um determinado teor de umidade, o que depende da natureza e da granulometria
da areia.
Quando o teor de umidade aumenta ainda mais a partir deste ponto, o coeficiente de
inchamento diminui até alcançar um valor limite, quando a areia não mais absorve água
(areia saturada). No caso do gráfico acima, o máximo valor de I, foi alcançado com 6% de
umidade, o chamaremos então de inchamento máximo (pelo gráfico I=1,40).
Conceituamos de umidade crítica o teor de umidade a partir do qual o crescimento do
coeficiente de inchamento é muito pequeno.
Segundo a NBR 6467, para calcularmos a umidade crítica e o inchamento crítico devemos
proceder da seguinte maneira:
Denominaremos inchamento médio o valor do inchamento igual à média aritmética dos valores do
inchamento máximo (1,40) e o correspondente ao do ponto C (1,38), portanto o inchamento
médio será 1,39.
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1.12) Leituras Complementares:
Argamassas
A eficiência de uma argamassa, seja para alvenaria, revestimento ou piso, depende da qualidade da cal e
areia, como também da aplicação de traços certos para cada serviço específico.
O costume nas obras é usar alguns poucos traços diferentes para uma variedade de serviços, adicionando
uma quantidade maior ou menor de cimento.
Os constituintes:
b) Cal: com poucas exceções de obras menores, usa-se quase exclusivamente cal hidratada, em sacos de 20 quilos.
c) Areia: já que para os diversos tipos de aplicação das argamassas usam-se areia limpa de granulação fina,
média, grossa ou média comum, contendo um pouco de argila e impureza, a quantidade a ser usada também
depende do grau de umidade da areia, nas dosagens das argamassas. Em seguida são usadas as designações dos
diversos tipos de areia:
G = grossa
M = média
F = fina (peneirada)
C = comum
L = lavada
A quantidade de areia pode ser indicada em altura de caixas (padiolas) com base de 45 x 35 cm. Para
facilitar a medida de 1/2 caixa, marcar internamente a metade da altura com uma ripa triangular.
O grau de umidade da areia pode ser considerado seco quando esta ficou muito tempo exposta ao sol ;
com 3% de umidade, quando a areia com sua umidade original estava depositada em tempo nublado; e 5% de
umidade em tempo chuvoso.
A umidade é medida em relação ao peso da areia seca.
Preparação da argamassa:
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Falando um pouco sobre areia para concreto
Deve-se dar especial atenção ao uso dos agregados no concreto e nas argamassas, considerando que o maior
volume destes elementos importantes de uma construção é formado por estes agregados, que são materiais menos
homogêneos, usados no canteiro de obra.
Além da necessidade de verificar a qualidade da matéria-prima e da escolha das dimensões e das proporções
entre miúdos e graúdos, uma especial atenção deve ser dada às impurezas ainda que admissíveis, conforme suas
quantidades e as diversas aplicações.
As impurezas podem ser húmus, torrões de argila, ramos, carvão, .... Húmus prejudica a pega e o
endurecimento do concreto, diminuindo sua resistência. O ácido húmico neutraliza a água da argamassa e forma
uma película sobre os grãos de areia, diminuindo a aderência com a pasta de cimento ou cal. Torrões de argila têm
pouca resistência e originam vazios que diminuem a resistência do concreto e a eficiência da argamassa. Carvão
pode intumescer (endurecer), rachar e desagregar o concreto e perturbar o endurecimento do concreto e
argamassa. Veremos adiante um pouco mais sobre as impurezas nos agregados-
A areia para concreto deve ser grossa, lavada e limpa. A areia fina não é recomendável, pois compromete a
resistência do concreto.
Além das impurezas já assinaladas, não deve haver mica e partículas vegetais. Impurezas com teor maior do
que 3% em volume, sendo material carbonoso no máximo 1%, para concreto comum, e 0,5% para concreto
aparente, prejudicam a qualidade do concreto.
A cor escura da areia é indício de material orgânico, exceto quando esta se origina de rochas escuras. Antes do
uso da areia, deve-se diariamente verificar o seu teor de umidade, para determinar a variação da quantidade de
areia e da água a ser usada na dosagem. Veja abaixo:
- Quando a areia chega do porto em tempo seco, pode-se considerar o aumento do volume da areia em 3%, em
tempo chuvoso, em 5%.
- No caso de concreto aparente, deve-se usar sempre a mesma qualidade de areia e do mesmo fornecedor, para
evitar alteração da coloração do concreto aparente.
- Argila e silte envolvem os grãos dos agregados, formando películas que não se separam durante a mistura,
reduzindo a aderência entre a pasta e a areia, em detrimento da resistência do concreto e aumentando sua
retração,
Quanto ao transporte:
No recebimento da areia deve-se considerar que, durante o transporte no caminhão, a areia se assente,
diminuindo o volume a fornecer. Por esse motivo o pessoal do caminhão revolve a areia antes de chegar ao
canteiro. Assim sendo, não se pode calcular a quantidade certa em volume de areia fornecida. O volume de areia
deve ser medido na boca da betoneira.
A descarga deve ser feita diretamente na boca larga dos depósitos de agregados.
Quanto a estocagem:
O depósito de areia deve ser feito em terreno seco e plano, com proteção contra invasão de água durante as
chuvas. Para não dispersar areia, recomenda-se fazer em volta deste depósito uma barreira de tábuas. Se houver
chuvas fortes e prolongadas, convém cobrir a areia com uma manta plástica.
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BIBLIOGRAFIA:
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ENSAIOS DE LABORATÓRIO - AGREGADOS
DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA DE AGREGADOS PARA
CONCRETOS E ARGAMASSAS (Este texto teve como base as normas NBR 7217 e
NBR 7211)
1. OBJETIVO
Caracterizar os agregados quanto ao tamanho e à distribuição de suas partículas.
2. DEFINIÇÕES
Corresponde à abertura nominal, em mm, da malha da peneira da série normal ou intermediária na qual o
agregado apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa.
Soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras série normal, dividida
por 100. O módulo de finura é uma grandeza adimensional e deverá ser apresentado com aproximação de
0,01.
3. APARELHAGEM
Balança com resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio;
Estufa para secar a amostra;
Peneiras das séries normal e intermediária, tampa e fundo;
Pincel
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4. PROCEDIMENTO
A amostra para o ensaio deverá ser colhida no canteiro de obra, tendo-se o cuidado de colher
material de diferentes locais onde o agregado está armazenado, tendo em vista sempre sua
representatividade;
No laboratório, a amostra deverá ser colocada em estufa para posterior quarteamento. Este
procedimento garantirá uma amostra representativa. O ensaio deverá ser realizado com duas
amostras.
A massa mínima, por amostra de ensaio é estimada de acordo com a tabela abaixo, onde a DMC é
estimada. Após o ensaio, deve-se verificar se houve compatibilidade entre a DMC real com as
massas utilizadas nas amostras.
Encaixam-se as peneiras observando-se a ordem crescente (base para topo) da abertura das malhas.
Coloca-se a amostra na peneira superior e executa-se o peneiramento, que pode ser manual ou
mecânico.
Pesa-se o material que ficou retido em cada peneira. Procede-se novamente o peneiramento até
que, após 1 minuto de agitação contínua, a massa de material passante pela peneira seja inferior a
1% do material retido.
Confere-se a massa total do material retido nas peneiras e no fundo com a massa seca inicial da amostra. A
diferença não pode ultrapassar 0,3% da massa inicial. A diferença pode ter sido causada ou por perda de
material ou por questão de sensibilidade da balança utilizada no ensaio.
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5. RESULTADOS
OBSERVAÇÕES:
O somatório de todas as massas retidas nas peneiras e no fundo não pode diferir mais de 0,3% da
massa inicial da amostra;
A porcentagem retida em cada peneira, por amostra, deve ser apresentada com aproximação de
0,1%
As amostras devem apresentar necessariamente a mesma dimensão máxima característica;
Para uma mesma peneira, os valores da porcentagem retida não devem diferir mais de quatro
unidades entre as amostras;
As porcentagens médias retidas e acumuladas devem ser apresentadas com aproximação de 1%.
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6. ANEXOS
6.1. METODOLOGIA DE CÁLCULO
6.2. T ABELAS
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DETERMINAÇÃO DA MASSA UNITÁRIA (COM BASE NA NBR 7251)
1. OBJETIVO
Este ensaio tem como objetivo a determinação da massa unitária de agregados, graúdos e miúdos.
2. APLICAÇÃO
A massa unitária é utilizada para conversão de traços, de concretos e argamassas, de massa para volume.
3. DEFINIÇÃO
4. APARELHAGEM
Balança com resolução de 0,5% da massa da amostra de ensaio;
Recipiente metálico, com volume conforme TABELA I abaixo;
5. RECOMENDAÇÕES
A amostra a ser ensaiada deverá ter no mínimo o dobro do volume do recipiente utilizado;
O ensaio poderá ser feito com amostra seca ou úmida, para o último caso a umidade deverá ser
determinada com aproximação de 0,1%;
6. PROCEDIMENTO
Lança-se a amostra, através de concha ou pá, a uma altura de 10 a 12 cm do topo do recipiente até
preenchê-lo completamente;
Quando o agregado for miúdo, alisa-se sua superfície com régua. Quando se tratar de agregado
graúdo as saliências devem ser, aproximadamente, compensadas pelas cavidades;
Pesa-se todo o material. O valor da massa do agregado é a diferença entre a massa total (agregado
+ recipiente) e a tara do recipiente, previamente determinado pelo laboratorista.
7. RESULTADOS
Devem-se realizar pelo menos três determinações de massa unitária, adotando-se como resultado
a média entre estas;
Os resultados individuais de cada ensaio não devem apresentar desvios maiores que 1% em relação
a média;
A massa unitária é dada em kg/dm³, com aproximação de 0,01 Kg/dm³.
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DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA DE AGREGADOS MIÚDOS
POR MEIO DO FRASCO CHAPMAN
1. NORMA DE REFERÊNCIA
NBR-9776, CB-18, 1986, MB-2643. Agregados – Determinação da Massa Específica de Agregados Miúdos
por Meio do Frasco Chapman.
2. OBJETIVO
Esta Norma prescreve o processo de determinação da massa específica de agregados miúdos para concreto
pelo frasco de Chapman.
3. DEFINIÇOES
Relação entre a massa do agregado seco em estufa (100°C a 110°C) até constância de massa e o volume
Igual do sólido. Incluídos os poros impermeáveis.
4. APARELHAGEM
Frasco composto de dois bulbos e de um gargalo graduado. No estrangulamento existente entre os dois
bulbos deve haver um traço que corresponde a 200 cm3, e acima dos bulbos situa-se o tubo graduado de
375 cm3 a 450 cm3, conforme figura.
5. AMOSTRA
A amostra deve ser seca em estufa (105°C –110°C) até constância de massa.
6. EXECUÇÃO DO ENSAIO
Colocar água no frasco até marca de 200 cm3 deixando-o em repouso, para que a água aderida às faces
internas escorra totalmente em seguida introduzir, cuidadosamente, 500 g de agregado miúdo seco no
frasco, o qual deve ser devidamente agitado para eliminação das bolhas de ar. A leitura do nível atingido
pela água no gargalo do frasco indica o volume, em cm3, ocupado pelo conjunto água-agregado miúdo,
alertando-se para que as faces internas devam estar completamente secas e sem grãos aderentes.
7. RESULTADOS
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DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DE AGREGADOS
1. OBJETIVO
2. DEFINIÇÕES
Na figura abaixo se pode observar as quatro condições em que uma partícula de um material pode
apresentar., as quais encontram-se descritas abaixo.
Seco em estufa (figura 01) – Devido à alta e constante temperatura que uma estufa pode manter, o
agregado encontra-se completamente seco, tanto no seu exterior quanto no seu interior (vazios
permeáveis);
Seco ao ar (figura 02) – Como a temperatura ao ar livre é menor e possui uma variabilidade maior do que
na estufa, o agregado tem a sua superfície seca, porém, os poros permeáveis mais internos não são
completamente secos, havendo assim, umidade residual na partícula representada pela área menos escura
na figura.
Saturado superfície seca (figura 03) – Neste caso todos os poros permeáveis encontram-se saturados e a
superfície do agregado encontra-se seco. Essa situação é encontrada na prática de determinação de
absorção e massa específica de agregados graúdos;
Saturado (figura 04) – Semelhante ao caso anterior, porém, há água na superfície do agregado.
2.1. UMIDADE
É a relação da massa total de água que envolve o agregado e a sua massa seca.
2.2. Absorção
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3. APARELHAGEM
Estufa capaz de manter a temperatura entre 105 e 110° C;
Frasco Chapman;
Aparelho Speedy e acessórios;
Frigideira.
4. ENSAIO
a) Aparelhagem:
balança
estufa
recipiente
c) Execução:
d) Resultados:
a) Aparelhagem:
balança
frasco de Chapman
pipeta, funil
b) Amostra:
500 g de areia úmida
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c) Execução
Pesar a amostra
Colocar água no frasco até a divisão de 200 cm3
Introduzir as 500 g de areia .Executar a leitura L
d) Resultados
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AGLOMERANTES
(Estes apontamentos são trechos de diversos trabalhos extraídos via internet e livros. Os créditos
são apontados nos títulos de cada tópico.)
Aglomerante é o material ativo, ligante, em geral pulverulento, cuja principal função é formar
uma pasta que promove a união entre os grãos do agregado. São utilizados na obtenção das
argamassas e concretos, na forma da própria pasta e também na confecção de natas.
As pastas são, portanto, misturas de aglomerante com água. São pouco usadas devido aos
efeitos secundários causados pela retração. Podem ser utilizadas nos rejuntamentos de azulejos e
ladrilhos.
As natas são pastas preparadas com excesso de água. As natas de cal são utilizadas em pintura
e as de cimento são usadas sobre argamassas para obtenção de superfícies lisas.
aéreos: são os aglomerantes que endurecem pela ação química do CO 2 no ar, como por exemplo a
cal aérea.
hidráulicos: são os aglomerantes que endurecem pela ação exclusiva da água, como por exemplo
a cal hidráulica, o cimento Portland, etc. Este fenômeno recebe o nome de hidratação.
poliméricos: são os aglomerantes que tem reação devido a polimerização de uma matriz.
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O produto que se obtém com a calcinação do carbonato de cálcio recebe o nome de cal
virgem, ou cal viva (CaO), que ainda não é o aglomerante usado em construção. O óxido deve ser
hidratado para virar hidróxido de cálcio Ca(OH)2 denominado de cal extinta ou cal queimada.
CaO + H2O => Ca (OH)2
Cal virgem + água => Cal extinta + calor
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A cal também é muito utilizada, dissolvida em água para pinturas, na proporção de mais ou menos
1,3 gramas por litro de água. A esta solução chama-se nata de cal e sua utilização é conhecida
como caiação. As tintas de cal, além do efeito estético, têm, também, efeito asséptico, devido a
sua alta alcalinidade (PH alto).
4.1. DEFINIÇÃO
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5. CIMENTO PORTLAND (texto extraído da Associação Brasileira de Cimento Portland,
www.abcp.org.br, 31/03/2010)
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Etapa 02 – Britagem:
O calcário extraído é transportado em caminhões até a instalação de britagem, onde é
reduzido a dimensões adequadas ao processamento industrial. Esse tratamento permite eliminar
uma grande parte de impurezas presentes no calcário. A argila, por se mole, não passa pela
britagem.
Etapa 03 – Depósito:
Calcário e argila são estocados separadamente. Na báia de cada material, um equipamento
se encarrega de misturar as cargas, a fim de assegurar uma pré-homogeneização. Nesta fase, as
matérias-primas são submetidas a diversos ensaios.
Etapa 04 – Dosagem:
O composto calcário (90%) e a argila (10 %) são dosados para ser triturados no moinho de
cru. Essa dosagem é efetuada com base em parâmetros químicos preestabelecidos – os chamados
módulos químicos, que dependem das características composicionais dos materiais estocados e
são controlados por balanças dosadoras.
Etapa 08 – Resfriador:
Um resfriador promove a redução da temperatura a 80°C, aproximadamente. A
clinquerização se completa nesta etapa, quando ocorre uma série de reações químicas que
influenciarão a resistência mecânica do concreto nas primeiras idades, o calor de hidratação, o
início de pega e a estabilidade química dos compostos.
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Etapa 10 – Adições:
Junto com clínquer, adições de gesso, escória de alto forno, pozolana e o próprio calcário
compõem os diversos tipos de cimento portland. Essas substâncias são estocadas separadamente,
antes de entrarem no moinho de cimento.
– Expedição:
A remessa do cimento ao mercado consumidor pode ser feita de duas maneiras: a granel
ou em sacos. O ensacamento é feito em máquinas especiais, que automaticamente enchem os
sacos e os liberam assim que atingem o peso especificado. A embalagem é feita em papel Kraft,
que garante o perfeito manuseio pelo consumidor.
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Figura 03 - Jazida de calcário Figura 04 - Britagem do calcário
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5.3 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS DO CIMENTO PORTLAND.
(“Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues & Freitas”, www.ufrrj.br, em 31/03/2010)
A mistura de cimento e água forma uma solução alcalina de PH entre 11 e 13, na qual os
silicatos se solubilizam, saturando a solução e se depositando, na forma de hidratados insolúveis
que formam cristais que se entrelaçam, tomando a mistura a forma de um sólido.
Os teores médios dos componentes dos cimentos brasileiros são dados na Tabela 1.
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A Figura 08 mostra o comportamento mecânico dos componentes hidratáveis do cimento.
b) o silicato dicálcico (C2S) é o maior responsável pelo ganho de resistência em idades mais
avançadas, principalmente, após um ano de idade;
c) o aluminato tricálcico (C3A) contribui para ganhos de resistência especialmente no primeiro dia;
e) o silicato tricálcico (C3S) e o aluminato tricálcico (C3A) muito contribuem para a liberação do
calor de hidratação do cimento, devido ao grande ganho de resistência que apresentam no 1º dia.
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As adições são as outras matérias-primas, que misturadas ao clínquer na fase de moagem,
fazem com que se obtenham os diversos tipos de cimento Portland disponíveis no mercado. As
principais matérias-primas adicionadas ao clínquer são: o gesso, as escórias de alto-forno, os
materiais pozolânicos e os materiais carbonáticos.
A contribuição de cada uma destas adições, às propriedades finais do cimento pode ser
resumida da seguinte forma:
• materiais carbonáticos: são minerais moídos e calcinados. Contribui para tornar a mistura mais
trabalhável, servindo como um lubrificante entre as partículas dos demais componentes do
cimento.
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TABELA 02 – Sequência de reações em um forno.
Abreviações:
CaO.................C
SiO2.................S
Al2O3 ...............A
MgO……….…M
Fe2O3...............F
H2O…………...H
SO3 .................S
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Outros compostos em menor quantidade
Na2O, MnO e K2O, magnésio, enxofre e fósforo
elementos traços: Cr, Pb, Zn, V, Ni e outros, (provenientes das MP e combustíveis (estes
normalmente portando os resíduos).
Existem no Brasil vários tipos de cimento portland, diferentes entre si, principalmente em
função de sua composição. Os principais tipos oferecidos no mercado, ou seja, os mais
empregados nas diversas obras de construção civil são:
• cimento portland comum;
• cimento portland composto;
• cimento portland de alto-forno;
• cimento portland pozolânico.
Em menor escala são consumidos, seja pela menor oferta, sejam pelas características
especiais de aplicação os seguintes tipos de cimento:
• cimento portland de alta resistência inicial;
• cimento portland resistente aos sulfatos;
• cimento portland branco;
• cimento portland de baixo calor de hidratação;
• cimento para poços petrolíferos.
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5.5.1 - CIMENTOS PORTLAND COMUNS E COMPOSTOS
O primeiro cimento Portland lançado no mercado brasileiro foi o conhecido CP,
correspondendo atualmente ao CP I, um tipo de cimento portland comum sem quaisquer adições
além do gesso (utilizado como retardador da pega). Ele acabou sendo considerado na maioria das
aplicações usuais como termo de referência para comparação com as características e
propriedades dos tipos de cimento posteriormente aparecidos. Foi a partir do amplo domínio
científico e tecnológico sobre o cimento portland comum que se puderam desenvolver outros
tipos de cimento, com o objetivo inicial de atender a casos especiais. Com o tempo verificou-se
que alguns desses cimentos, inicialmente imaginados como especiais, tinham desempenho
equivalente ao do cimento portland comum original, atendendo plenamente às necessidades da
maioria das aplicações usuais e apresentando, em muitos casos, inclusive, alguma vantagem
adicional. A partir dos bons resultados dessas conquistas e a exemplo de países tecnologicamente
mais avançados, como o da União Européia, surgiu no mercado brasileiro em 1991 um novo tipo
de cimento, o cimento portland composto, cuja composição é intermediária entre os cimentos
portland comuns e os cimentos portland com adições (alto-forno e pozolânico), estes últimos já
disponíveis há algumas décadas. O Quadro 1 apresenta a composição dos cimentos portland
comuns e compostos.
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QUADRO 2 - Composição dos cimentos portland de alto-forno e pozolânicos
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FIGURA 9 - Evolução média de resistência à compressão dos distintos tipos de cimento portland
(fonte: ABCP, 1996).
• teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições carbonáticas de, no máximo, 8%
e 5% em massa, respectivamente.
• cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória granulada de alto-forno,
em massa.
• cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material pozolânico, em
massa.
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• cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração ou de obras que
comprovem resistência aos sulfatos.
No primeiro e no último caso o cimento deve atender ainda a uma das normas NBR 5732,
5733, 5735, 5736 e 11578. Se o cimento original for o portland de alta resistência inicial (NBR
5733), admite-se a adição de escória granulada de alto-forno ou de materiais pozolânicos, para os
fins específicos da NBR 5737. Uma dúvida que tem surgido entre os usuários é se o CP II-F que tem
necessariamente mais que 5% de fíler calcário e não contém escória ou pozolana pode ser
considerado resistente a sulfatos. Nesse caso, o cimento deve necessariamente ser submetido a
ensaios específicos de determinação da resistência aos sulfatos antes de uma decisão sobre sua
utilização em meios agressivos sulfatados. Os testes mais correntes são os especificados pela
ASTM C-1012 - Length Change of Hidraulic - Cement Mortars Exposed to a Sulfate Solution, com
mínimo de 180 dias de duração, NBR 13583 - Cimento
Portland - Determinação da variação dimensional de barras de argamassa de cimento portland
expostas à solução de sulfato de sódio, com duração de 66 dias ou ainda o método proposto por
Koch & Steinegger, com duração de 77 dias.
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O cimento portland branco estrutural é aplicado em concretos brancos para fins
arquitetônicos, possuindo as classes de resistência 25, 32 e 40, similares às dos outros tipos de
cimento, como esclarece a seção 5 deste boletim. Já o cimento portland branco não estrutural não
tem indicação de classe e é aplicado, por exemplo, no rejuntamento de azulejos e na fabricação de
ladrilhos hidráulicos, isto é, em aplicações não estruturais, sendo esse aspecto ressaltado na
sacaria para evitar uso indevido por parte do consumidor.
Constitui um tipo de cimento portland de aplicação bastante específica, qual seja a cimentação de
poços petrolíferos. O consumo desse tipo de cimento é pouco expressivo quando comparado ao
dos outros tipos de cimentos normalizados no País. O cimento para poços petrolíferos (CPP) é
regulamentado pela NBR 9831 e na sua composição não se observam outros componentes além
do clínquer e do gesso para retardar o tempo de pega. No processo de fabricação do cimento para
poços petrolíferos são tomadas precauções para garantir que o produto conserve as propriedades
reológicas (plasticidade) necessárias nas condições de pressão e temperatura elevadas presentes a
grandes profundidades, durante a aplicação nos poços petrolíferos.
Os vários tipos de cimento normalizados são designados pela sigla e pela classe de
resistência.
As siglas correspondem ao prefixo CP acrescido dos algarismos romanos de I a V, conforme o tipo
do cimento, sendo as classes indicadas pelos números 25, 32 e 40. As classes de resistência
apontam os valores mínimos de resistência à compressão garantida pelo fabricante, após 28 dias
de cura. A determinação da resistência à compressão deve ser feita por um método de ensaio
normalizado pela ABNT, a NBR 7215 - Cimento Portland - Determinação da Resistência à
Compressão. O método consiste em preparar, sob condições padronizadas de laboratório, uma
argamassa com a proporção de uma parte de cimento para três partes em massa de areia padrão
e relação água/cimento igual a 0,48. São moldados para cada idade de cura (são três idades: 1, 3 e
7 dias para o cimento portland de alta resistência inicial e 3, 7 e 28 dias para os demais tipos)
quatro corpos cilíndricos de 5 cm de diâmetro por 10 cm de altura, que são ensaiados após o
tempo de cura em uma máquina de compressão (prensa).
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QUADRO 4 . Evolução dos códigos de identificação dos cimentos portland
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QUADRO 5 . Nomenclatura dos cimentos portland em 1997
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5.5.8 - APLICAÇÕES USUAIS DOS DIFERENTES TIPOS DE CIMENTO PORTLAND
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NOTA:
(*) Dada a pouca experiência que se tem no Brasil sobre uso do CP III e do CP IV na argamassa
armada deve-se consultar um especialista antes de especificá-los para esse uso.
As propriedades físicas do cimento Portland são consideradas sob três aspectos distintos:
propriedades do produto em sua condição natural, em pó, da mistura de cimento e água e
proporções convenientes de pasta e, finalmente, da mistura da pasta com agregado padronizado –
as argamassas.
As propriedades da pasta e argamassa são relacionadas com o comportamento desse
produto quando utilizado, ou seja, as suas propriedades potenciais para a elaboração de concretos
e argamassas. Tais propriedades se enquadram em processo artificialmente definidos nos
métodos e especificações padronizados, oferecendo sua utilidade quer para o controle de
aceitação do produto, quer para a avaliação de suas qualidades para os fins de utilização dos
mesmos.
5.6.1 - DENSIDADE
A densidade absoluta do cimento Portland é usualmente considerada como 3,15, embora,
na verdade, possa variar para valores ligeiramente inferiores. A utilidade do conhecimento desse
valor se encontra nos cálculos de consumo do produto nas misturas geralmente feitas com base
nos volumes específicos dos constituintes. Nas compactações usuais de armazenamento e
manuseio do produto, a densidade aparente do mesmo é da ordem de 1,5.
Na pasta de cimento, a densidade é um valor variável com o tempo, aumentando à medida
que progride o processo de hidratação. Tal fenômeno, de natureza extremamente complexa, é
conhecido pelo nome de retração. Esta ocorre nas pastas, argamassas e concretos. Pode atingir,
em 24 horas, cerca de 7mm por metro na pasta pura, 4,5mm por metro na argamassa-padrão e
2mm por metro em concretos dosados a 350 kg/cimento/m³.
5.6.2 – FINURA
A finura do cimento é uma noção relacionada com o tamanho dos grãos do produto. É
usualmente definida de duas maneiras distintas: pelo tamanho máximo do grão, quando as
especificações estabelecem uma proporção em peso do material retido n operação de
peneiramento em malha de abertura definida, e, alternativamente, pelo valor da superfície
específica (soma da superfícies dos grãos contidos em um grama de cimento).
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suporta um pequeno disco de papel-filtro. O cimento é introduzido nessa pequena cuba e
comprimido por um pistão apropriado. Esta célula é fixada sobre um tubo em U, de cerca de um
centímetro de diâmetro, dotado de quatro marcas, A, B, C, e D. Na parte superior do traço
marcado, existe uma derivação dotada de registro e ligada a um aspirador manual de borracha,
tipo seringa. O tubo é enchido até a marca D com um líquido de densidade conhecida, geralmente
um álcool. Colocada a amostra, o ar existente é aspirado pela seringa até que o líquido suba até a
marca A. O registro é fechado e inicia-se a observação da queda da coluna, que corresponde a
uma percolação de ar através de amostra contida na cuba superior. Mede-se o tempo
correspondente à descida da coluna de D até P. A superfície específica da amostra é, então,
determinada pela aplicação da fórmulas e ábacos. Atualmente já existem aparelhos de Blaine
automáticos, que realizam o ensaio e calculam automaticamente o valor da superfície específica.
(figuras 10 e 11).
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Figura 11 - Permeabilímetro de Blaine automático
NBR NM 76; NBR 7224; EN 196
Aparelho automático para determinação da superfície específica do cimento. Com conexão para
microcomputador através de sua saída serial RS
232. Expressa resultados em cm²/g diretamente, sem a necessidade de complicadas conversões e
uso de ábacos. O ensaio é feito sem a intervenção do operador. www.solotest.com.br, em
02/04/2010.
5.6.3. CONCEITO DE PEGA (trecho extraído de “Materiais de Construção – Araujo, Rodrigues &
Freitas”, www.ufrrj.br, em 31/03/2010.)
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Com relação ao tempo de início de pega os cimentos brasileiros se classificam em:
No caso dos cimentos de pega normal, o fim da pega se dá, de cinco a dez horas depois do
lançamento da água ao aglomerante. Nos cimentos de pega rápida, o fim da pega se verifica
poucos minutos após o seu início.
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5.6.4 – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CIMENTO PORTLAND. ( NBR 7215 – Cimento Portland –
Determinação da resistência à compressão.)
É fundamental que a pasta de cimento, após a pega, não sofra uma grande variação de
volume. Em particular, não deve haver uma expansão apreciável, que, sob condições de
contenção, poderia resultar a desagregação da pasta de cimento endurecida.
Essa expansão poderia ocorrer devido á hidratação, lenta ou retardada, ou a outra reação
de alguns compostos presentes no cimento endurecido, como por exemplo, a cal, o óxido de
magnésio e o sulfato de cálcio livres.
Se as matérias primas introduzidas no forno de fabricação de cimento contiverem mais
calcário do que o necessário para combinação com os óxidos ácidos, o excesso permanecerá em
condição livre. Este calcário, intensamente queimado somente se hidrata muito lentamente e,
ocorre expansão porque o hidróxido de cálcio ocupa um volume muito maior do que o óxido de
cálcio livre inicial. Cimentos nessas condições são denominados expansivos.
A cal adicionado ao cimento não produz expansão, porque se hidrata rapidamente antes da
pega da pasta. Por outro lado, a cal livre presente no clínquer está inercristalizada com outros
compostos e fica apenas parcialmente exposta à água durante o tempo que precede a pega da
pasta.
A cal livre não pode ser determinada por análise química, pois não é possível distinguir a
CaO que não reagiu e o Ca(OH)2 produzido por uma hidratação parcial dos silicatos quando o
cimento fica exposto ao ar. Por outro lado, a análise do clínquer logo após a saída do forno,
mostraria o teor de cal livre, pois nesse momento não existe cimento hidratado.
Um cimento também pode ser expansivo devido à presença de MgO, que reage com a água
de um modo semelhante ao CaO. No entanto, somente o periclásio ( MgO cristalino) é capaz de
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reagir e causar o problema e o MgO presente na fase vítrea é inócuo. Até cerca de 2 % de
periclásio, em relação à massa de cimento, combina com os compostos principais do cimento, mas
teores maiores geralmente causam expansão e podem resultar um desagregação lenta.
O sulfato de cálcio é o terceiro composto que pode provocar expansão, formando, neste
caso, sulfoaluminato de cálcio. Deve ser lembrado que um sulfato de cálcio hidratado – gesso – é
adicionado ao clínquer de cimento para evitar a pega instantânea, mas se houver mais gesso do
que o necessário para reagir com o C3A durante a pega, aparecerá uma expansão lenta. Por essa
razão, as normas limitam rigorosamente o teor de gesso a ser adicionado ao clínquer; esses limites
estão muitos do lado da segurança tanto quanto o perigo de expansão pode preocupar.
Como a expansão do cimento só se torna aparente após um período de meses ou anos, é
essencial ensaiar a expansividade do cimento por métodos acelerados: um ensaio proposto por Le
Chatelier é prescrito pela NBR 11.582 – Determinação da expansibilidade de Le Chatelier.
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5.6.6 – EXIGÊNCIAS FÍSICAS E MECÂNICAS DO CIMENTO
QUADRO 06 – Exigências físicas e mecânicas do cimento
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sulfato, mediante a produção de sulfoaluminato de cálcio e outros compostos que, precipitados,
abrem caminho para a solubilização dos aluminatos mais responsáveis pelo início da pega, já
então em época conveniente.
O fenômeno de falsa pega não é ainda claramente compreendido. Admite-se, em geral,
que as causas mais freqüentes da falsa pega são a desidratação do gesso a formas instáveis de
sulfato de cálcio, ocorridas durante a operação de moedura, onde a temperatura se eleva acima
dos 130°C. Nessas circunstâncias, o cimento produzido contém sulfato de cálcio hidratável, que
seria o responsável pela falsa pega.
Nos concretos em contato com a água e com a terra podem ocorrer fenômenos de
agressividade. As águas, como as terras, podem conter substâncias químicas suscetíveis a reações
com certos constituintes do cimento presentes nos concretos. Nestes últimos, o cimento constitui
o elemento mais suscetível ao eventual ataque, já que os agregados são de natureza
predominantemente inerte. Os silicatos de cálcio mais ou menos hidratados e principalmente a cal
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hidratada, presentes no cimento hidratado, são os elementos submetidos a ataque químico. O
hidróxido de cálcio presente na proporção de 15 a 20 % do peso do cimento original constitui o
ponto mais vulnerável.
As águas puras, de fontes graníticas ou oriundas do degelo atacam o cimento hidratado por
dissolução da cal existente. Essa dissolução alcança cerca de 1,3 grama por litro nas temperaturas
correntes. Águas puras renovadas acabam lavando toda a existente no cimento hidratado, após o
que começam, com menor intensidade, a dissolver os próprios silicatos e aluminatos.
As águas ácidas, como por exemplo, a água de chuva, com certa proporção de gás
carbônico dissolvido, age sobre a cal do cimento hidratado segundo processo que varia em função
da concentração do anidrido carbônico. Se a concentração é baixa, o sal formado é o carbonato de
cálcio, pouco solúvel, que obstrui os poros, constituindo proteção a ataques posteriores.
As águas podem ser igualmente agressivas quando contém outros ácidos, como acontece
com os resíduos industriais e águas provenientes de charcos contendo ácidos orgânicos. Tanto
num caso como no outro, há exaustão da cal, e um ataque posterior dos sais constituintes do
cimento hidratado deixa no concreto um esqueleto sem coesão e inteiramente prejudicado nas
suas características mecânicas e outras. Para estimar a resistência química de um cimento à água
pura e ácida, é útil conhecer seu índice de Vicat, isto é, a relação sílica mais alumina dividida por
cal. Se é inferior à 1, tem-se o cimento rico em cal, como o Portland, portanto, um cimento
metalúrgico, cimento pozolânico, trata-se de material pobre em cal e capaz de reduzir à
agressividade da água dissolvente.
A água sulfatada ataca o cimento hidratado por reação do sulfato com aluminato,
produzindo um sulfoaluminato com grande aumento de volume. Essa expansão interna é
responsável pelo fissuramento que, por sua vez, facilita o ataque, conduzindo o processo a
completa deterioração do material. Águas paradas, contendo mais de meio grama d sulfato de
cálcio/litro, e águas correntes com mais 0,3 g podem, em geral, ser consideradas perigosas.
A água do mar contém numerosos sais em solução, entre os quais os sulfatos de cálcio, o
sulfato de magnésio e o cloreto de sódio. A presença deste último contribui para aumentar a
solubilidade da cal. O pequeno conteúdo de ácido carbônico contribui ligeiramente como medida
de proteção, pela formação de carbonato insolúvel. Já os sulfatos, principalmente os de cálcio,
agem da maneira já descrita, resultando no final ataque progressivo dos cimentos ricos em cal
pelas águas do mar.
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5.7.3 – EXIGÊNCIAS QUÍMICAS DOS CIMENTOS
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QUADRO 08 – Influência dos tipos de cimento nas argamassa e concretos.
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6. LEITURAS COMPLEMENTARES ESSENCIAIS
Para o complemento deste estudo se faz necessária a leitura dos capítulos referentes à
AGLOMERANTES nas seguintes referências bibliográficas:
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CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND
1. DEFINIÇÃO
(trecho extraído de “Materiais de Construção – Araújo, Rodrigues & Freitas”, www.ufrrj.br,
em 31/03/2010)
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Quando o concreto é dosado de acordo com certos princípios básicos, que
serão estudados posteriormente apresenta, além da resistência, as vantagens de
baixo custo, facilidade de execução, durabilidade e economia. Para tanto é
necessário, inicialmente, conhecer as características que o concreto endurecido
deve possuir, para depois, a partir dos materiais disponíveis, obterem o concreto
pretendido, mediante o proporcionamento correto da mistura e o uso adequado
dos processos de fabricação. O concreto fresco representa uma fase transitória,
porém de enorme influência nas características do concreto endurecido.
2. PROPRIEDADES DO CONCRETO
(trecho extraído de “Materiais de Construção – Araújo, Rodrigues & Freitas”, www.ufrrj.br, em
31/03/2010)
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3. CONCRETO NO ESTADO FRESCO
3.1.1 - CONSISTÊNCIA
Consistência é o maior ou menor grau de fluidez da mistura fresca,
relacionando-se, portanto, com a mobilidade da massa. O principal fator que influi
na consistência é, sem dúvida, o teor água/materiais secos (A%).
Teor de água/materiais secos é, pois, a relação entre o peso da água e o
peso dos materiais secos multiplicada por 100.
onde:
Pag = peso da água
Pc = peso do cimento
Pm = peso do agregado miúdo + agregado graúdo
Em função de sua consistência, o concreto é classificado em:
• seco ou úmido - quando a relação água/materiais secos é baixa, entre 6
e 8%;
• plástico - quando a relação água/materiais secos é maior que 8 e menor
que 11%;
• fluido - quando a relação água/materiais secos é alta, entre 11 e 14%.
Um concreto de consistência plástica pode oferecer, segundo o grau de
sua mobilidade, maior ou menor facilidade para ser moldado e deslizar entre os
ferros da armadura, sem que ocorra separação de seus componentes. São os
mais usados nas obras em geral.
A natureza da obra, os espaçamentos entre as paredes das formas e a
distribuição da armadura no seu interior impõem que a consistência do concreto
seja adequada.
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Fixada a resistência, mediante o estabelecimento de determinado valor para
a relação água/cimento, resta assegurar à mistura uma consistência compatível
com a natureza da obra.
O processo de determinação de consistência mais utilizado no Brasil,
devido à simplicidade e facilidade com que é executado na obra, é o ensaio de
abatimento conhecido como Slump Test. Na elaboração do ensaio, o cone deve
ser molhado internamente e colocado sobre uma chapa metálica, também
molhada. Uma vez assentado firmemente sobre a chapa, enche-se o cone com
concreto em três camadas de igual altura. Cada uma dessas camadas é “socada”
com 25 golpes, com uma barra de ferro de 5/8” (16 mm). Terminada a
operação, retira-se o cone verticalmente e mede-se o abatimento da amostra
conforme ilustrado abaixo:
3.1.2 - PLASTICIDADE
(trecho extraído de “Materiais de Construção – Araújo, Rodrigues & Freitas”, www.ufrrj.br, em 31/03/2010.)
Plasticidade é a propriedade do concreto fresco identificada pela facilidade
com que este é moldado sem se romper. Depende fundamentalmente da
consistência e do grau de coesão entre os componentes do concreto.
Quando não há coesão os elementos se separam, isto é, ocorre a
segregação.
Segregação é a separação dos grãos do agregado da pasta de cimento.
Pode ocorrer durante o transporte, durante o lançamento em consequência de
movimentos bruscos, durante o adensamento, por vibração excessiva, ou pela
ação da gravidade, quando os grãos graúdos mais pesados do que os demais,
tendem a assentar no fundo das formas.
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À medida que as paredes das formas vão-se aproximando e a armadura se
torna mais densa, maior deve ser o grau de plasticidade da mistura, a fim de
evitar o perigo de que apareçam vazios na peça depois de concretada. Neste
caso seria altamente desfavorável obter a consistência desejada aumentando-se
simplesmente a quantidade de água, pois essa prática diminuiria significativamente
a resistência do concreto, a qual para ser compensada exigiria o emprego de
mais cimento.
Quanto às dimensões dos agregados, observa-se que os miúdos exercem
influência preponderante sobre a plasticidade do concreto, por possuírem elevada
área específica. Dessa forma, qualquer alteração do seu teor na mistura
provocará modificações significativas no consumo de água e, consequentemente,
no de cimento. Como o cimento é o material de custo mais elevado na mistura,
qualquer alteração no consumo de areia incide diretamente no custo do
concreto.
A forma e a textura superficial das partículas da areia têm grande
influência na plasticidade do concreto. Esta será prejudicada na medida em que
mais angulosas, rugosas ou alongadas forem as partículas de areia. As areias
mais finas requerem mais água, por terem maiores áreas específicas. Por sua vez,
pelo fato de serem mais finas, o teor de areia requerido pelo concreto de igual
plasticidade será menor, compensando dessa maneira o efeito negativo da finura
da areia.
As areias muito grossas, quando utilizadas em concretos cuja dimensão
máxima do agregado é pequena (9,5 mm), resultam em misturas muito ásperas e
pouco coesivas, devido ao fenômeno de interferência entre partículas.
Quantidades excessivas de areia aumentam demasiadamente a coesão da
mistura e dificultam o lançamento e adensamento do concreto nas formas, além
de também aumentarem o consumo de cimento e, consequentemente, o custo
final do concreto produzido. Quanto maior for o consumo de areia, maior será o
consumo de cimento, pelo fato de que a pasta é o agente lubrificante entre as
partículas de areia.
Em relação ao agregado graúdo, como se observou antes, grãos
arredondados e de textura superficial lisa, como os seixos rolados, favorecem a
plasticidade do concreto, exigindo menos água de amassamento, embora a
ligação pasta-agregado no estado endurecido seja prejudicada.
Cumpre, porém, ressaltar que agregados provenientes de britagem, e que,
portanto possuem forma cúbica e textura superficial rugosa, apresentam maior
área específica e requerem, por esta razão, maior quantidade de água de
amassamento. As arestas vivas destes grãos provocam, ainda, maior atrito entre
eles, aumentando, em consequência, o consumo de água e cimento da mistura.
Agregadas com maiores dimensões máximas características requerem menor
teor de areia para determinada plasticidade e, portanto, menor consumo de água.
Por conseguinte, pode-se explicar a diminuição da área específica do agregado
graúdo, que requer menos pasta para cobrir seus grãos e manter sua capacidade
lubrificante entre as partículas do agregado graúdo. Isso leva a crer na vantagem
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da adoção da maior dimensão máxima característica, que possibilitaria maior
economia de cimento, embora para dmáx. > 38 mm a perda de resistência do
concreto devido à menor área de aderência entre a pasta e o agregado
inviabilizasse essa vantagem.
Misturas contendo quantidades excessivas de agregados graúdos resultam
em massas de concreto fresco com baixa coesão e mobilidade, exigindo grande
esforço no seu lançamento e adensamento.
3.1.4 - TRABALHABILIDADE
(texto extraído da Associação Brasileira de Cimento Portland, www.abcp.org.br, 31/03/2010)
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3.1.5 - SEGREGAÇÃO E EXSUDAÇÃO
Segregação da mistura é a perda de sua homogeneidade. É a separação
de seus constituintes, impedindo a obtenção de um concreto uniforme e
convenientemente compactado. É na diferença dos tamanhos de grãos do
agregado e na massa específica dos constituintes que se encontram as causas
primárias da segregação (BAUER, 1994), mas ela pode ser controlada pela
escolha conveniente da granulometria dos agregados e com cuidados no
transporte, lançamento e adensamento do concreto. Existem duas formas de
segregação do concreto; na primeira, os grãos maiores do agregado tendem a
separar-se dos demais, quer quando se depositam no fundo das fôrmas, quer
quando se deslocam mais rapidamente, no caso de transporte em calhas. Na
segunda forma de segregação, comum nas misturas muito plásticas, manifesta-se
a nítida separação da pasta.
Quando são utilizados alguns tipos de granulometria em concretos pobres
e secos, a primeira forma de segregação pode ocorrer. A adição de água poderá
melhorar a coesão, mas quando a mistura se torna muito úmida, ocorre a
segunda forma de segregação (NEVILLE, 1963). A vibração excessiva do concreto
pode levar à segregação dos materiais.
A exsudação é o fenômeno cuja manifestação externa é o aparecimento de
água na superfície do concreto, após o lançamento e adensamento, porém antes
de ocorrer a pega. A água é o componente mais leve do concreto, assim a
exsudação é uma forma de segregação, pois os sólidos em suspensão tendem a
se sedimentar sob a ação da força da gravidade. A exsudação resulta da
incapacidade dos materiais reterem toda a água da mistura em estado disperso,
enquanto os sólidos mais pesados estiverem assentando. A compactação total do
concreto é essencial para que o mesmo possa atingir o potencial máximo de
resistência, isso não irá ocorrer após a segregação, portanto é importante reduzir
a tendência de ocorrência desse fenômeno. A exsudação apresenta-se sob várias
formas. Inicialmente, somente parte da água de exsudação sob à superfície; uma
grande parte dessa água fica retida embaixo dos agregados maiores e nas barras
horizontais da armadura, quando existirem. Se a perda de água pela exsudação
fosse uniforme em todo o concreto e aparecesse na superfície e fosse retirada, a
qualidade do concreto melhoraria com a redução da relação água/cimento. Na
prática, entretanto isso não acontece. Normalmente as cavidades provocadas pela
água exsudada sob os agregados graúdos e armaduras são grandes e
numerosas, deixando a parte superior do elemento estrutural mais fraca que a
inferior.
São causas de segregação e exsudação: consistência inadequada,
composição inadequada dos agregados (quantidade excessiva de agregados
graúdos com densidade muito alta), quantidade insuficiente de finos (areia e
cimento) e métodos impróprios de lançamento e adensamento.
A segregação em misturas muito secas pode às vezes ser reduzida com um
pequeno acréscimo de água. Entretanto, na maioria dos casos, é necessária uma
observação mais rigorosa na granulometria dos agregados. O aumento do
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consumo de cimento, o uso de adições minerais e de ar incorporado são
medidas empregadas para combater a tendência à exsudação das misturas de
concreto.
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3.1.7.1 - Consumo de água
Conforme a norma ACI 211.1, citada por MEHTA E MONTEIRO (1994), para
uma dada dimensão máxima do agregado graúdo, a consistência do concreto é
função direta da quantidade de água na mistura, isto é, dentro de certos limites
é independente de outros fatores, tais como: granulometria e teor de cimento.
Misturas de concretos muito fluidos tendem a segregar e exsudar, afetando
desfavoravelmente o acabamento. Misturas muito secas podem ser difíceis de
lançar e adensar, e o agregado graúdo pode segregar no ato do lançamento.
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removida pelas reações iniciais. Depois de cerca de uma hora após o início da
mistura, o fator de adensamento diminui de cerca de 0,1.
O valor exato da perda de trabalhabilidade depende de vários fatores.
Primeiro, quando maior a trabalhabilidade inicial, maior a perda de
trabalhabilidade. Segundo, a velocidade de perda de abatimento é maior nas
misturas mais ricas. Além disso, essa velocidade depende das propriedades do
cimento usado: é maior com altos teores de álcalis e quando o teor de sulfatos
é muito baixo.
A variação da trabalhabilidade com o tempo depende também da condição
de umidade do agregado (para um dado teor total de água); a perda é maior
com agregado seco devido à absorção de água pelo agregado, como,
naturalmente, seria de esperar. Os aditivos redutores de água, embora retardem o
enrijecimento inicial do concreto, muitas vezes resultam um certo aumento da
velocidade de perda de abatimento.
A trabalhabilidade de uma mistura também é influenciada pela temperatura
ambiente, embora, a rigor, deve haver preocupação com a temperatura do próprio
concreto. Em ensaios realizados em laboratório pôde-se concluir que, em dias
quentes, o teor de água da mistura deve ser aumentado para que se mantenha
a trabalhabilidade inicial. A perda de abatimento de misturas rijas é menos
influenciada pela temperatura porque elas são menos influenciadas por variações
no teor de água.
Como a trabalhabilidade diminui com o tempo, é importante medir,
digamos, o abatimento, após o decurso de tempo predeterminado após o início
da mistura. É interessante medir o abatimento imediatamente após a descarga da
betoneira, par efeito de controle da dosagem. Também é interessante determinar
o abatimento no momento do lançamento do concreto nas fôrmas, com a
finalidade de assegurar a trabalhabilidade adequada aos meios de adensamento
utilizados.
3.2 - ADITIVOS
Trecho extraído de “concreto, estrutura, propriedades e materiais”, de P Kumar Metha e Paulo Monteiro.
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consistência e coesão. Aditivos pozolânicos tendem a aumentar a coesão do
concreto. Aditivos redutores de água aumentam o abatimento.
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fluidez sem aumentar o teor de água, ou reduzir o teor de água mantendo um a
mesma consistência do concreto fresco.
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Aditivo – Plastificante (P).
- Efeito: Aumenta o índice de consistência e possibilita redução de, no mínimo, 6
% da água de amassamento, ou reduz a água de amassamento para uma
determinada consistência.
- Usos: concreto e graute.
- Dosagem: entre 0,25 % e 1,5 % da massa de cimento.
- Vantagens: Maior trabalhabilidade para determinada resistência, maior resistência
para
Determinada trabalhabilidade e menor consumo de cimento para determinada
resistência e
trabalhabilidade.
- Desvantagens: Retardamento do início de pega para dosagens elevadas do
aditivo, riscos de segregação e enrijecimento prematuro em determinadas
condições.
- Principais fabricantes: MBT, Otto Baumgart, Wolf Hacker, mactra, Sika, Fosroc e
Denver Global.
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levar à perda de consistência, o efeito nem sempre dura muito tempo,
incorporação de ar.
- Principais fabricantes: MBT, Fosroc, Wolf Hacker, Sika.
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- Cuidados: Pode reduzir a resistência a ataques de sulfatos e exigir controle
tecnológico
especial. Uma superdosagem pode provocar fissuração.
- Principais fabricantes: MBTY, Wolf Hacker, Sika.
Aditivo – Hidrofugante.
- Efeito: Reduz a penetração de água por absorção capilar.
- Usos: concreto e graute.
- Dosagem: de 0,5% a 10 % da massa de cimento.
- Cuidados: Pode retardar o início e o fim da pega..
- Principais fabricantes: MBT, Wolf Hacker, Sika, Otto Baumgart.
Aditivo – Impermeabilizante
- Efeito: Reduz a penetração de umidade sob pressão e de elementos agressivos.
- Usos: Argamassas de reparo, concreto de reservatórios e rejuntes.
- Dosagem: de 0,5% a 10 % da massa de cimento.
- Cuidados: Maior risco de retardamento da pega e de diminuição da eficiência
de plastificantes
e superplastificantes.
- Principais fabricantes: MBT, Wolf Hacker, Sika, Fosroc, Otto Baumgart, Mactra.
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material muito técnico que não pode ser vendido sem uma análise cuidados do
que será necessário fazer.
A importância de se especificar o aditivo é que, se mal-empregado, o
produto pode trazer malefícios ao concreto. Desses problemas, um dos mais
graves é o uso incorreto de aceleradores de pega com altas taxas de cloreto,
material agressivo às armaduras. Por isso, a norma brasileira proíbe que haja
mais de 0,15 % de cloreto em relação à massa total de cimento. No caso de
concreto protendido, esse índice baixa para 0,05%.
4.1 - INTRODUÇÃO
Trecho extraído do livro de “Materiais para construção”, de L.A. Falcão Bauer.
4.2 - RESISTÊNCIA
Trecho extraído de Concreto: Estrutura, propriedades e materiais, de P. Kumar Metha e Paulo J.M. Monteiro.
Fc = K1/K2^(a/c)
Fc = K * ((c/(c+a+v))^2
1) resistência da argamassa;
2) aderência entre a argamassa e o agregado graúdo;
3) resistência das partículas de agregado graúdo, isto é, da capacidade de
resistir às tensões aplicadas.
A figura 04 mostra que a curva da resistência em função da relação água
cimento tem aproximadamente a forma de uma hipérbole. Isso se aplica a
concretos feitos com qualquer tipo dado de agregado e a qualquer idade. Uma
propriedade geométrica da hipérbole y=k/x é que um gráfico de y em função de
1/x é uma linha reta. Assim, a relação entre a resistência a relação
cimento/água, figura 05, é aproximadamente linear para valores de cimento/água
no intervalo entre cerca de 1,2 a 2,5.
Figura 04 - Relação entre resistência a 7 dias e relação água/cimento de concretos feitos com cimento
Portland de endurecimento rápido (ARI).
Essa água que sobe dentro do concreto, pode encontrar uma partícula de
agregado ou uma barra de armadura, espalhando-se neste local. Pode ocorrer
também que a água em excesso suba até a superfície, dando origem ao que se
chama exsudação, formando uma nata sobre a superfície do concreto. Se sobre a
A água pode penetrar nos poros dos agregados, sendo que a quantidade e
a extensão dessa penetração dependem das dimensões, continuidade e volume
total dos poros. Já, a pasta de cimento, devido à viscosidade, não consegue
penetrar até uma profundidade grande, senão nos poros maiores.
Absorção é um processo físico pelo qual o concreto retém água nos poros
e condutos capilares e é função dos poros que têm comunicação com o exterior.
A água tem acesso aos poros do concreto pela pressão ou pelo fenômeno de
capilaridade.
e) ADIÇÕES: o uso de adições, tais como escória granulada de alto forno, cinzas
volantes, microssílicas, cinzas de cascas de arroz e outras de eficiência
comprovada, provocam a diminuição do tamanho dos poros, se forem
convenientemente dosadas.
ft'= fc/5
Chamamos de fck a resistência característica do concreto à compressão,
que é a resistência adotada para fins de cálculo, onde se admite a probabilidade
da ocorrência de apenas 5% de resistência à compressão menor do que ela.
fck = fcm –t sd
2
Quantis são pontos estabelecidos em intervalos regulares a partir da função distribuição acumulada (FDA), de uma
variável aleatória. Os quantis dividem os dados ordenados em q subconjuntos de dados de dimensão essencialmente
igual. Dessa forma dão origem a q-Quantis; os quantis são estabelecidos a partir de pontos de corte que determinam as
fronteiras entre os subconjuntos consecutivos
Portanto, pode-se definir fck como sendo o valor da resistência que tem 5
% de probabilidade de não ser alcançado, em ensaios de corpos de prova de
um determinado lote de concreto.
5.1 - Introdução
Dosar um concreto consiste em determinar a proporção mais adequada e
econômica, com que cada material entra na composição da mistura, objetivando
as propriedades já identificadas para o concreto fresco e endurecido. Dosar é,
portanto, procurar o traço que atende as condições específicas de um projeto,
utilizando corretamente os materiais disponíveis.
1:a:p
onde:
a = peso de agregado miúdo para 1 kg de cimento
p = peso de agregado graúdo para 1 kg de cimento
ou
1:a”:p” em volume
onde:
a” = volume de agregado miúdo
p” = volume de agregado graúdo
3
Item 5.4 da BNR 12.655:2006: A base de medida do concreto para o estabelecimento da sua composição, da sua
requisição comercial ou fixação do seu volume é o metro cúbico de concreto no estado fresco adensado.
A medida volumétrica dos agregados somente é permitida para os concretos preparados no próprio canteiro de obras,
cumpridas as demais prescrições desta Norma.
Os materiais para concreto de classe C25 e superiores, de acordo com a ABNT NBR 8953:2002 ( Concreto para fins
estruturais – Classificação por grupos de resistência – Classificação), devem ser medidos em massa, ou em massa
combinada com volume. Por massa combinada com volume, entende-se que o cimento seja sempre medido em massa e
que o canteiro deva dispor de meios que permitam a confiável e prática conversão de massa para volume de
agregados, levando em conta a umidade da areia.
Sílica ativa e metacaulim (O Metacaulim é constituído basicamente por compostos à base de sílica (SiO2) e alumina
(Al2O3) na fase amorfa, que combinam com o hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 – presente na pasta de cimento. O
Metacaulim HP se posiciona entre as partículas de cimento, preenchendo os vazios (ação de micro-filler) e reagindo
quimicamente com o hidróxido de cálcio, ou seja, o efeito pozolânico. A sua vantagem é uma maior resistência
mecânica, Considerando-se os mesmos consumos de aglomerantes, a resistência à compressão de um concreto pode
aumentar em até 70% com o uso de Metacaulim HP associado a um aditivo superplastificante, sua resistência à tração
pode ser acrescida em até 30% e conferindo maior resistência à abrasão.) devem ser sempre medidos em massa.
Para concreto proporcionado em massa, deve ser atendido o disposto na NBR 7212:1984 – Execução de concreto
dosado em central – Especificação, no que diz respeito aos equipamentos e à medida dos materiais.
7.4.3 Os requisitos das tabelas 7.1 e 7.2 são válidos para concretos executados
com cimento Portland que atenda, conforme seu tipo e classe, às especificações
das ABNT NBR 5732, ABNT NBR 5733, ABNT NBR 5735, ABNT NBR 5736, ABNT
NBR 5737, ABNT NBR 11578, ABNT NBR 12989 ou ABNT NBR 13116, com
consumos mínimos de cimento por metro cúbico de concreto de acordo com a
ABNT NBR 12655.
7.4.5 A proteção das armaduras ativas externas deve ser garantida pela bainha,
completada por graute, calda de cimento Portland sem adições, ou graxa
especialmente formulada para esse fim.
7.4.6 Atenção especial deve ser dedicada à proteção contra a corrosão das
ancoragens das armaduras ativas.
7.4.7.3 Nas obras correntes o valor de Δc deve ser maior ou igual a 10 mm.
Lembrando que:
Lembrando que:
Classificação de acordo com suas dimensões nominais:
- brita 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 4,8 - 9,5 mm
- brita 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 9,5 - 19 mm
- brita 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 19 - 25 mm
- brita 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . . 25 - 50 mm
- brita 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . 50 - 76 mm
- brita 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 - 100 mm
Cc = Ca / (a/c) (kg/m³)
Onde:
Vm = volume da areia
Cc = consumo de cimento
Cb = consumo de brita
Ca = consumo de água
Cm = Үm x Vm
Onde:
Cm = Consumo de areia
Үm = massa específica da areia
Vm = Volume da areia
6) Apresentação do traço
7) Tabelas práticas
a) DADOS DO CIMENTO
a.1 – cimento CP II E-32
a.2 – Ү = 3.100 kg/m³
b) AREIA
b.1 – MF = 2,60 Inch. 30 % c/ 6 % de umidade
b.2 – Ү = 2.650 kg/m³
δ= 1.470 kg/m³ (solta).
C) BRITA
c.1 – Ү = 2.700 kg/m³
δ = 1.500 kg/m³ (compactada)
δ = 1.430 kg/m³ (b1 solta)
δ = 1.400 kg/m³ (b2 solta)
Dmax = 25 mm
c.2 – PROPORÇÃO DAS BRITA
B1 = 80 %
B2 = 20 %
D) CONCRETO
d.1 – fck = 25,00 Mpa
- Abatimento = 90 ± 10 mm
- Na obra o cimento é medido em massa, a água de amassamento é
medida em volume mediante dispositivo dosador e os agregados medidos em
massa. Ambiente urbano.
Cc = Ca / (a/c) (kg/m³)
massa da água = 200 l = 200 kg
Cc = 200/0,475 = 421 kg/m³
C m = Үm x V m
Onde:
1: 1,686:2,038:0,508:0,475
Onde,
Vh = Volume do agregado úmido, em dm³;
Vo = Volume do agregado seco em estufa, em dm³;
= massa unitária do agregado seco em estufa, em Kg/dm³
= massa do agregado úmido, em Kg/dm³;
h = teor de umidade do agregado, em %;
5.3.3.1 - Determinação da umidade crítica na Curva de Inchamento
- Memória de cálculo:
4
LOVE, A.E.H. - A treatise on the mathematical theory of elasticity, Dover Publications, New York, 1944.
6.2 - INTRODUÇÃO
Extraído do site www.portaldoconcreto.com.br , em 11 de setembro de 2010.
5
T.C Hsu, F. O. Slate, G.M. Sturman, and G. winter, Proceedings of a Conference on Struture of Concrete, Cement and
Concrete Association, 1968.
6
J. Glucklich, Procceedings of a conference on the Struturre of Concrete, Cement and Concrete Association, 1968.
7
No Brasil, o módulo de deformação estático é determinado segundo a norma ABNT: Concreto – Determinação do
Módulo de Deformação Estática e Diagrama de Tensão-Deformação – NBR 8522:2003.
8
O módulo de elasticidade pode ser considerado como um módulo de deformação, quando se trabalha com o material
no regime elástico
a. - Documentos básicos
b. - Equipamentos
c. - Corpos de prova
7.3.3.1.2 Cálculo
Os resultados devem ser arredondados para a primeira casa decimal, expressos em gigapascals.
7.3.3.2.1 Ensaio
Uma vez ajustado o corpo-de-prova à máquina de ensaio (ver 7.3.1) deve
ser feita a compatibilização das bases de medida (anexo A da Norma 8522).
Aplicar um carregamento crescente à velocidade especificada em 7.3.2, com
pausas de 60 s nas tensões indicadas, para as leituras de deformação seguintes:
6.8.1 - AGREGADO
AMOSTRA - CARREGAMENTO,
9
NBR 12.815: 1993 – Concreto endurecido – Determinação do coeficiente de dilatação térmica Linear. ABNT.
Extraído de:
http://www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0139/Textos_Tecnicos/Durabilidade_e_V
ida_Util_das Estruturas.pdf , em 24/01/2014.
Segundo o fib Model Code for Service Life Design (2006), a questão da
vida útil deve ser tratada sob, pelo menos, três aspectos:
Evidentemente essa visão é a que o meio técnico pode ter hoje como
consequência da enorme evolução havida nos últimos anos nesse campo. No
início das construções em concreto, no princípio do século XX e até a década de
80, comandava apenas o bom senso e a experiência do profissional, sendo a
durabilidade claramente subjetiva, assegurada exclusivamente através de
exigências prescritivas.
Para a ABNT NBR 6118:2007 item 6.2, vida útil de projeto é o “período de
tempo durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto,
desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista
e pelo construtor, conforme itens 7.8 e 25.4, bem como de execução dos reparos
necessários decorrentes de danos acidentais”.
Resumindo pode-se afirmar que vida útil deve sempre ser analisada de um
ponto de vista amplo que envolve o projeto, a execução, os materiais, o uso,
operação e a manutenção sob um enfoque de desempenho, qualidade e
sustentabilidade.
Por outro lado, apesar das várias definições de vida útil, uma aplicação
prática ainda esbarra em deficiências graves da normalização nacional atualmente
em vigor. Como definido anteriormente, vida útil é um conceito quantitativo
associado a um período de tempo, não definido nas normas brasileiras, salvo
recentemente na ABNT NBR 15575:2010 que para edificações de até 5 andares,
especifica 40 anos, mas que só entrará em vigor em 2012.
Em nível internacional o fib Model Code 2006 for Service Life Design
considera apenas os fenômenos da corrosão das armaduras, aplicável no Brasil,
e os mecanismos de danificação devidos ao gelo e desgelo, sem utilidade no
Brasil. Já o fib Draft Model Code 2010 também apresenta modelos de vida útil
para os fenômenos de ação de águas ácidas e lixiviação.
10
O estado limite de utilização ou de serviço corresponde às condições “adequadas” de funcionamento da
estrutura do ponto de vista de compatibilidade com outras partes da construção e do ponto de vista do
conforto psicológico. Basicamente são cálculos simplificados de deformações máximas em peças fletidas por
ação de cargas características (não majoradas) e de abertura máxima característica de fissuras (cujo valor
em torno de 0,3 ou 0,4 mm corresponde ao limite de desconforto humano), assim como limitações de
tensões de trabalho. Em outras palavras, corresponde exigir da estrutura uma rigidez e integridade mínimas
que permita assentar paredes e pisos sem que estes fissurem por deformações exageradas da estrutura.
Em outras palavras devem ser estabelecidos de tal forma que tenham uma
probabilidade muito pequena de serem atingidos durante o período de tempo
considerado.
Uma evolução das ideias de definição da vida útil foi apresentada pela
ISSO 13823:2008 através do conceito de estado limite de durabilidade (ELD). Tal
Uma relação que aborda a interação que existe entre tais temas foi
apresentada por Andrade et al. (2009) e complementada por Possan (2010), cuja
representação esquemática da evolução dos conceitos relativos ao projeto
estrutural está apresentada na Figura 3.
Concluindo, pode-se dizer que existe uma relação íntima entre desempenho,
qualidade, durabilidade, vida útil e sustentabilidade cuja discussão mais
aprofundada pode ser encontrada no fib Draft Model Code 2010 e no capítulo 50
Tomando por base a bibliografia e conceitos citados, fica claro que gerir o
problema da durabilidade das estruturas de concreto implica em bem responder
as questões gerais mencionadas a seguir: