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B O L E T I M
C Â M A R A M U N I C I PA L D E L I S B O A
SUMÁRIO
ASSEMBLEIA MUNICIPAL
Deliberação (26.ª Sessão Extraordinária realizada em 2014/10/21):
- Proposta n.º 315/CM/2014 (Deliberação n.º 263/AML/2014) - Subscrita pelo Vereador Manuel Salgado -
Apreciar a alteração à Proposta n.º 70/CM/2014, relativa ao «Regulamento de Ocupação da Via Pública com Estaleiros
de Obras»
pág. 1920 (6)
ANO XXI
N.o 1079 23 QUINTA - FEIRA
OUTUBRO 2014
SEDE: CAMPO GRANDE, 25, 1.o-B
1749-099 LISBOA
DIRETOR: ALBERTO LUÍS LAPLAINE GUIMARÃES
MUNICIPAL
B O L E T I M
Considerando que os Municípios têm importantes deveres - A especialização das normas regulamentadoras da ocupação
em matéria de acessibilidade, nomeadamente os que do espaço público para o Conjunto de Interesse Público
decorrem do n.º 2 do artigo 23.º da Lei n.º 75/2013, (CIP) da Lisboa Pombalina, delimitado pelo Decreto n.º 95/78,
de 12 de setembro, do Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 de agosto, publicado no «Diário do Governo», Série, n.º 210,
e da Lei n.º 46/2006, de 28 de agosto, que proíbe e pune de 12 de setembro, e ampliado pela Portaria n.º 740-DV/
a discriminação com base na deficiência, classificando /2012, de 24 de dezembro de 2012 e nos arruamentos
as barreiras à acessibilidade como prática discriminatória, principais da cidade: Avenida da Liberdade, Avenida Fontes
é fundamental limitar e disciplinar a ocupação da via Pereira de Melo, Avenida da República, Avenida Almirante
pública, visando minimizar os prejuízos para a acessibilidade Reis, Rua da Palma, Avenida Gago Coutinho e Campo
dos cidadãos em geral e prevenir os riscos decorrentes da Grande, por forma a reduzir o impacte negativo provocado
ocupação na via pública, especialmente para crianças, pelos estaleiros temporários no espaço público e atenuar
a degradação ambiental e visual que tais estaleiros causam,
idosos, pessoas com deficiência ou mobilidade condicionada,
em zonas que são de particular valor histórico e arqui-
como grávidas, alguns dos quais seguem, no seu percurso,
tetónico e de importância singular para a imagem da cidade
o plano da fachada, o que obriga à tomada de medidas como
e do comércio de proximidade;
a vedação de estaleiros e, quando abertos, ao controlo - A obrigatoriedade de implementação de solução previamente
permanente ao seu acesso, preocupações presentes neste autorizada pela Câmara Municipal, sem prejuízo do respeito
Regulamento. integral pelas demais normas em vigor sobre higiene
Assim, sem prejuízo da importância vital que se atribui e segurança;
à realização de obras na cidade de Lisboa, quinze anos
decorridos desde a última alteração ao regulamento sobre Relativamente ao regulamento de 1992, é conferida uma
ocupação da via pública com estaleiros de obras, impõe-se especial atenção às condicionantes ambientais, prevendo-se
uma modificação profunda das suas normas, promovendo a proteção das árvores, jardins e outros espaços verdes
uma verdadeira alteração de paradigma, no sentido de se e caldeiras existentes, que deve ser conjugada com o disposto
no Regulamento municipal de proteção de espécimenes
considerar a ocupação da via pública um último recurso,
arbóreos e arbustivos, aprovado através da Deliberação
que só deve ocorrer excecionalmente, quando não existam
n.º 51/AM/2011, publicada no Boletim Municipal n.º 909,
outras soluções de montagem dos andaimes ou do estaleiro,
de 21 de julho de 2011.
necessários à execução da obra, nomeadamente através
de soluções sobrelevadas, evitando-se, por esta via, prejuízos O licenciamento da ocupação de via pública com estaleiros
e incómodos, nomeadamente para peões, automobilistas de obras é uma competência da Câmara Municipal
e comerciantes. de Lisboa, dado que não se trata de uma das atribuições
que passaram a ser prosseguidas pelas Juntas de Freguesia,
Com efeito, embora se reconheça que o novo regime determina no âmbito da reorganização administrativa de Lisboa,
o recurso a soluções mais onerosas, trata-se de custos de acordo com a Lei n.º 56/2012, de 8 de novembro
acrescidos para os promotores de obras que, além de serem e com a deliberação da Assembleia Municipal n.º 915/2013,
amplamente justificados pelas razões de interesse público de 21 de janeiro de 2014.
supra identificadas e que não deixarão de ser considerados
É introduzida a obrigatoriedade de comunicação da licença
e minorados em sede de definição do regime de taxas de ocupação
de ocupação de via pública à respetiva Junta de Freguesia,
de via pública e das respetivas isenções e reduções.
indo ao encontro de um maior envolvimento das populações
Nesse sentido, a revisão do regulamento vem afirmar os seguintes locais, em geral, e das freguesias, em particular, e assegu-
princípios e objetivos: rando a informação necessária ao desempenho das novas
competências que as freguesias do Município de Lisboa
- Princípio da valorização do espaço público, da redução do foram chamadas a exercer, em matéria de espaço público.
incómodo às pessoas e às atividades económicas, reduzindo-se Aliás, foi uma preocupação deste regulamento garantir
ao mínimo o espaço ocupado e o tempo de ocupação; a transparência e a informação ao munícipe, nomeadamente
- Princípio da ocupação mínima imprescindível do espaço com a georreferenciação das obras e com disponibilização
público ao nível dos arruamentos, devendo, por norma, de informação relativa à natureza da obra e sua duração.
desenrolar-se o essencial da atividade de estaleiro no interior
Está prevista a utilização da rede ou tela dos andaimes para
da obra e, apenas em casos excecionais, quando seja absolu-
reprodução do alçado da fachada da nova construção aprovada,
tamente necessário admitir a ocupação da via pública e,
à escala real, situação que, em algumas zonas da cidade
nessa situação, através de estruturas sobrelevadas que a deixam
e em bens imóveis com interesse cultural, adquire carácter
desimpedida ao nível térreo; obrigatório. Previu-se, ainda, a possibilidade de aplicação,
- Princípio da redução faseada da ocupação do espaço na rede ou tela, de instalações artísticas que visem qualificar
público à medida que a obra vai decorrendo; a imagem do andaime, desde que não coloquem em causa
- Agravamento das sanções previstas para as contraordenações; a segurança e a funcionalidade do mesmo. Ambas as soluções
- Proibição de deposição de qualquer tipo de materiais, de amassa- são incentivadas através de redução da taxa por ocupação
douros e de lixos e entulhos na via e outros espaços públicos; de via pública, relativa aos andaimes, prevista nos números
- O reforço dos meios de proteção aos peões, nomeadamente 4 e 5 do artigo 23.º do Regulamento Municipal das Taxas
pelo aumento da largura dos corredores para a sua utilização Relacionadas com a Atividade Urbanística e Operações Conexas
e, sobretudo, através da preferência por estruturas sobrelevadas; (RMTRAUOC), na sua atual redação.
Em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho em 3 - O presente regulamento estabelece as regras a que obedece
estaleiros temporários ou móveis, aplica-se o regime legal a ocupação do domínio público municipal, em qualquer área
em vigor sobre estas matérias. do território do Município de Lisboa, estabelecendo-se regras
O projeto de regulamento foi sujeito a consultas informais específicas para a ocupação da via pública na Baixa
durante a sua elaboração, a várias entidades públicas Pombalina e no Eixo Central, assim como para a ocupação
e privadas e foi submetido, nos termos legais, a apreciação que decorra das obras que tenham por objeto bens imóveis
pública, antes da sua aprovação pelos órgãos municipais, classificados como de interesse público ou de interesse
o qual decorreu do período entre 4 de abril e 21 de maio municipal, bens imóveis em vias de classificação como tal
de 2014, tendo sido deviamente ponderadas as sugestões, e bens imóveis integrados na Carta Municipal de Património.
observações e críticas que foram apresentadas nessa sede.
Artigo 3.º
CAPÍTULO I Definições
4 - O requerimento da licença de ocupação da via pública 5 - Nas situações previstas no n.º 2, o interessado pode
pode ser apresentado simultaneamente com o plano de ocupação comunicar à Câmara Municipal a extensão do prazo
da via pública, sem prejuízo de poder ser apresentado necessário à ocupação da via pública pretendida, mantendo-se
ulteriormente e de forma autónoma, mediante identificação válidos para o efeito os documentos apresentados inicial-
do plano de ocupação de via pública a que respeita. mente.
3 - Nas obras isentas de controlo prévio, de conservação Conteúdo documental do plano de ocupação da via pública
e de beneficiação de edifícios, ou nas obras intimadas
pela Câmara Municipal de Lisboa, quando se trate O plano de ocupação da via pública é instruído com os seguintes
de andaimes se a largura do passeio permitir a sua elementos, apresentados em papel e em formato digital:
instalação e simultaneamente a circulação normal
de peões, numa largura de pelo menos de 1,50 m a) Proposta de ocupação de via pública mencionando o respetivo
de largura, aquele pode ser instalado ocupando o piso faseamento, se existir, e o prazo máximo para a ocupação
térreo, sem túnel, com pala de proteção, estando sujeito pretendida, adequados à duração e tipo de obra, assim
ao mesmo procedimento administrativo do número anterior. como as condições a observar durante a ocupação de via
pública;
4 - A Câmara Municipal comunica o previsto nas alíneas a) b) Termo de responsabilidade de acordo com o artigo 10.º
e no ponto i) da alínea b) do número anterior à Junta do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação, assinado
de Freguesia da área de localização da obra. por técnico responsável;
c) Termo de responsabilidade relativo à instalação e montagem 4 - A ocupação de via pública objeto de licenciamento
de equipamentos de trabalho de elevação de cargas é titulada por alvará, o qual é emitido desde que se mostrem
ou destinados a trabalhos em altura, quando necessário; pagas as taxas devidas, nos termos do artigo 29.º do presente
d) Certificado de aptidão de manobrador de equipamentos regulamento, e é condição de eficácia da respetiva licença.
de trabalho de elevação de cargas, quando necessário; 5 - Com a emissão do alvará de licença de ocupação
e) Declaração subscrita pelo requerente em como assume de via pública é fornecida, ao requerente, uma cópia da
a reparação dos danos provocados, designadamente planta da ocupação da via pública aprovada, onde é aposta,
em equipamentos, pavimentos, infraestruturas e em peões, manual ou digitalmente, carimbo ou outro elemento que
juntando para o efeito, cópia da apólice do respetivo seguro ateste a sua proveniência da Câmara Municipal de Lisboa
de responsabilidade civil; por forma a facilitar a sua fiscalização.
f) Planta de implantação da ocupação da via pública
6 - A Câmara Municipal de Lisboa comunica os alvarás
requerida, à escala adequada e devidamente cotada, de licença de ocupação de via pública que emitir, assim como
mencionando expressamente a localização das instalações as respetivas alterações, à Junta de Freguesia competente
de apoio, máquinas, aparelhos elevatórios e de contentores e procede à sua divulgação na sua página da Internet.
para recolha do entulho, assim como as infraestruturas
e instalações fixas de utilidade pública a que se refere 7 - As licenças de ocupação da via pública podem ser objeto
o n.º 4 do artigo 10.º; de alteração, mediante apresentação do respetivo requeri-
g) Esquema das soluções adotadas para circulação e proteção mento e dos elementos do plano de ocupação de via pública
dos peões, com obrigatoriedade de apresentação do sistema que sejam objeto de alteração, salvo se a alteração se referir,
apenas, ao prazo da licença de ocupação da via pública.
de iluminação previsto para as passagens cobertas com
instalações da obra; 8 - O prazo de ocupação do espaço público pode ser prorrogado,
h) Esquema das soluções adotadas para a circulação viária desde que a licença ou admissão de comunicação prévia
no caso de a mesma sofrer alterações, incluindo o plano da obra, quando necessária, esteja em vigor, e desde que
de sinalização de caráter temporário, assim como a relocali- o respetivo pedido seja apresentado com a antecedência
zação de paragens de transportes públicos, quando seja mínima de 20 dias em relação ao termo do prazo da licença
necessária, devendo nesta situação ser apresentado de ocupação de via pública, sob pena de ser necessária
comprovativo da aprovação pela operadora de transportes a apresentação de novo requerimento de licença de ocupação
públicos, bem como de estacionamento de mobilidade de via pública.
reduzida, parques privativos na via pública e de cargas 9 - A licença de ocupação da via pública ou as suas prorrogações
e descargas; não podem ser atribuídas por um prazo superior ao previsto
i) Esquema das soluções adotadas para relocalização na licença no alvará de construção ou na admissão
provisória ou definitiva de mobiliário e outros elementos de comunicação prévia da obra a que a ocupação respeita.
urbanos; 10 - A licença de ocupação da via pública caduca:
j) Enquanto a Câmara Municipal de Lisboa não dispuser
do cadastro de todas as entidades que intervenham a) No termo do prazo inicial ou no termo do prazo previsto
no espaço público, nos casos previstos no n.º 2 nas respetivas prorrogações;
do artigo 16.º do presente regulamento, junção de b) No prazo de 30 dias a contar da data da sua atribuição,
documento comprovativo de que foi promovida a salvo se existir prazo mais alargado para pagamento das
consulta e a coordenação da intervenção com todas taxas devidas no âmbito de procedimento de controlo
as concessionárias relativamente às infraestruturas prévio de operações urbanísticas.
existentes no local onde se pretende instalar a grua.
3 - Nas situações em que, comprovadamente, não seja as suportam ser implantados de forma a minimizar o seu
possível observar o disposto no número anterior, a ocupação impacto na via pública, com um afastamento entre si não
dos passeios deve garantir, sempre e em permanência, um inferior a 3 metros, paralelo à fachada.
corredor de largura não inferior a um terço do passeio, com 3 - No caso da utilização das soluções previstas nos números
um mínimo de 1,50 metros, para circulação pedonal, medido anteriores ou da instalação de andaimes sem tapumes,
a partir do limite exterior do passeio ou do alinhamento é obrigatória a colocação de uma pala de proteção, ao nível
de árvores, caldeiras, postes de iluminação pública, pilaretes, do teto do rés do chão, e todos os elementos devem ser
ou qualquer outro elemento de mobiliário existente no local, revestidos em material com cor contrastante, flexível
salvo o disposto no número seguinte. e amortecedor ao choque ao nível do piso térreo, de modo
a garantir total segurança aos utentes da via pública.
4 - Face às circunstâncias concretas do local e da obra, nas
situações em que seja necessária a ocupação da totalidade 4 - São aplicáveis as soluções referidas nos números
do passeio e/ou uma ocupação parcial da faixa de rodagem, anteriores aos casos das obras nos edifícios em que se
ou das placas centrais dos arruamentos, esta pode, mantém a atividade comercial, de serviços e/ou habitacional
excecionalmente, ser permitida pelo período de tempo que ou onde é necessário assegurar o acesso a outros edifícios,
se revele indispensável para o efeito, sendo obrigatório durante a execução da obra.
garantir a continuidade do percurso pedonal, através 5 - Os andaimes devem ser vedados com rede de malha fina
da construção de corredores para peões, os quais devem: ou tela apropriada, devidamente fixadas e mantidas em bom
estado de conservação e de limpeza, de modo a impedir
a) Ser devidamente vedados, sinalizados e protegidos lateral a saída para o exterior da obra de qualquer elemento suscetível
e superiormente; de pôr em causa a higiene e segurança dos utentes da via
b) Localizar-se, sempre que possível, do lado externo do tapume; pública.
c) Apresentar as dimensões mínimas de 1,50 metros de largura 6 - A rede ou a tela referidas no número anterior devem ser
livre, medido a partir do limite exterior do passeio ou de cor clara e uniforme, preferencialmente branca.
do alinhamento de árvores, caldeiras, postes de iluminação
pública, pilaretes, ou qualquer outro elemento de mobiliário 7 - Em alternativa ao disposto no número anterior, é permitida
existente no local, assim como 2,50 metros de altura livre a utilização de rede ou de tela que reproduza o alçado
em toda a sua extensão; da fachada do edifício aprovado, à escala real, devendo
a ocupação de via pública beneficiar de uma redução de taxas
d) Possuir iluminação adequada, garantida 24 horas por dia,
relativas aos andaimes, nos termos do Regulamento Municipal
a expensas do dono da obra;
de Taxas Relacionadas com a Atividade Urbanística
e) Apresentar piso uniforme, regular, antiderrapante e sem e Operações Conexas, sem prejuízo do disposto no n.º 2
descontinuidades ou ressaltos superiores a 2 cms, de do artigo 25.º do presente regulamento.
modo a garantir a total segurança de todos os utentes,
nomeadamente dos utilizadores vulneráveis, devendo 8 - É igualmente permitida, mediante autorização da Câmara
o piso apresentar uma plataforma de transição (rampea- Municipal, a aplicação, na rede ou na tela, de instalações
mento), que respeite as normas técnicas de acessibilidade artísticas, que qualifiquem a imagem do andaime e desde
definidas no Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 de agosto; que não coloquem em causa a segurança e a funcionalidade
f) Ser mantidos em bom estado de conservação. do mesmo, devendo a ocupação de via pública beneficiar
de uma redução de taxas relativas aos andaimes, nos termos
referidos no número anterior.
5 - Excecionalmente, quando for comprovada a vantagem
para a segurança e comodidade dos peões, a Câmara 9 - A colocação dos andaimes e da rede ou tela não pode
Municipal de Lisboa pode permitir que seja assegurada prejudicar o normal desenvolvimento e manutenção das
a circulação pedonal sem recurso à construção dos corredores árvores, nem danificar os candeeiros de iluminação pública
a que se refere o número anterior. existentes na fachada.
a) As fundações dos tapumes não podem ser implantadas 1 - Os depósitos de materiais devem localizar-se no interior
onde se verifique a existência de raízes arbóreas; do lote objeto de intervenção ou no interior do estaleiro.
b) O tapume não pode ficar encostado ao tronco ou a ramos 2 - Os contentores devem localizar-se no interior do lote
das árvores, exceto as situações em que sejam propostos
objeto de intervenção ou no interior do estaleiro, sem
e autorizados trabalhos de limpeza e ou poda;
prejuízo do n.º 2 do artigo 23.º do presente regulamento
c) As caldeiras não podem ser ocupadas por infraestruturas,
ou de outros casos devidamente justificados.
equipamentos ou materiais.
2 - Sempre que se proceda ao recuo dos tapumes, nos termos 5 - No caso de conflito com árvores, a pala deve ser recortada
previstos no n.º 4 do artigo 15.º é obrigatória a imediata de forma a não tocar na árvore, incluindo tronco ou ramos.
reparação e limpeza da via e do espaço públicos.
Artigo 25.º
Artigo 23.º
Cargas e descargas
Condutas para descarga de entulhos
1 - A ocupação da via pública com cargas e descargas
1 - Se das obras a executar em qualquer imóvel resultar de materiais necessários à realização das obras só é permitida
entulho que tenha de ser lançado do alto, devem ser durante as horas de menor intensidade de tráfego e no mais
utilizadas condutas fechadas que encaminhem os entulhos curto lapso de tempo, sujeita aos condicionalismos
para um contentor fechado no interior do estaleiro. de trânsito existentes e sinalizados no local e de acordo com
2 - Pode permitir-se a descarga direta das condutas para os limites impostos às cargas e descargas pelos regulamentos
veículos de carga protegidos, estacionados sob a conduta, municipais em vigor.
ou para contentores localizados fora da área do estaleiro, 2 - Durante o período de ocupação da via pública referido
mediante as seguintes condições: no número anterior é obrigatória a colocação de placas
sinalizadoras nos termos do Regulamento de Sinalização
a) A conduta deve ter no seu terminal uma tampa sólida de Trânsito, aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 22-A/
que só pode ser retirada durante a operação de carga /98, de 1 de outubro, bem como o permanente controlo
do veículo; na entrada do estaleiro, por colaboradores do empreiteiro,
b) Deve ser colocada sob a conduta uma proteção eficaz, do acesso à obra e da área de passeio utilizada nas cargas
rebatida ou amovível, que permita a passagem de peões; e descargas.
c) A altura entre o pavimento da via pública e o terminal
da conduta não pode ser superior a 2,50 metros; 3 - É permitida a ocupação da via pública com autobetoneiras
d) Deve ser colocada uma proteção entre o terminal e equipamento de bombagem de betão e veículos de grandes
da conduta e a caixa do veículo de modo a impedir dimensões, durante os trabalhos de betonagem da estrutura
a dispersão de poeiras e a queda de materiais. da obra, pelo período de tempo estritamente necessário,
ficando o dono da obra obrigado a tomar todas as provi-
3 - As condutas devem ter as seguintes características: dências adequadas para garantir a segurança dos utentes
da via pública.
a) Serem vedadas para impedir a fuga dos detritos; 4 - Sempre que a permanência do equipamento referido
b) Não terem troços retos maiores do que a altura corres- no número anterior crie transtornos ao trânsito, o dono
pondente a dois andares do edifício, para evitar que os detritos
da obra deve solicitar autorização junto do serviço municipal
atinjam, na descida, velocidades perigosas;
competente, com antecedência mínima de 5 dias e recorrer
c) Terem na base um dispositivo de retenção eficiente, para
às autoridades policiais para assegurar a disciplina do tráfego
deter a corrente de detritos;
e garantir a segurança da circulação pedonal.
d) Terem barreiras amovíveis junto da extremidade de descarga
e um dístico com sinal de perigo. 5 - Após as cargas e descargas de materiais e resíduos
é obrigatória a imediata limpeza da via pública, com especial
Artigo 24.º incidência dos sumidouros, sarjetas e tampas de caixas
de visita.
Palas de proteção
Artigo 26.º
1 - Nas obras em edifícios com dois ou mais pisos, a partir
do nível da via pública, e sempre que o tapume esteja Ocupação de jardins públicos
colocado a uma distância inferior a 5 metros do plano
da fachada, é obrigatória a colocação de uma pala para 1 - Só em casos excecionais é permitida a ocupação
o lado exterior do tapume, em material resistente e uniforme, de jardins ou de outros espaços verdes públicos com estaleiros
solidamente fixada e inclinada para o interior, que será e depósitos de materiais, os quais devem ser devidamente
colocada a uma altura nunca inferior a 2,50 metros em vedados, através de módulos de rede, sem fixação ao solo,
relação ao passeio. nomeadamente por recurso a bases de betão.
2 - Se a Câmara Municipal de Lisboa entender ser necessário, 2 - As licenças concedidas para as ocupações referidas
deve também ser colocada uma pala no lado interior do tapume. no número anterior não devem ultrapassar 90 dias e,
3 - Nos casos previstos nos números anteriores, a pala deve no caso de obras de construção, caducam logo que os trabalhos
ter um rebordo em toda a sua extensão com a altura mínima atinjam o nível da esteira do edifício, sem prejuízo
de 15 centímetros. do disposto no n.º 5 do presente artigo.
4 - A largura da pala não pode ser inferior à largura 3 - A emissão da licença para ocupação de jardins e outros
do corredor pedonal, caso exista, nem pode conflituar espaços verdes públicos, fica condicionada à prestação
com a circulação rodoviária. de caução, de valor a definir pela Câmara Municipal,
d) A ocupação da via pública com cargas e descargas sem dependência de prévia notificação, sem prejuízo
de materiais ou de resíduos, necessárias à realização de obras, do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 95.º do Regime Jurídico
só é permitida com cumprimento dos condicionalismos da Urbanização e Edificação.
de trânsito existentes e sinalizados no local, entre
as 6 e as 8 horas ou entre as 20 e as 23 horas, mediante Artigo 31.º
licença especial de ruído, sem prejuízo das demais
condições impostas no artigo 21.º e do que vier a ser Sanções
previsto em futuro regulamento que defina os horários
das cargas e descargas, na cidade de Lisboa. 1 - Constituem contraordenações as infrações ao disposto no
presente regulamento, nos termos dos números seguintes,
2 - A ocupação de via pública que decorra da realização sem prejuízo da responsabilidade civil, criminal e disciplinar
de obras que tenham por objeto bens imóveis classificados em que incorram os respetivos agentes:
como de interesse público ou de interesse municipal, bens
imóveis em vias de classificação como tal ou bens integrados a) Encontram-se sujeitas a coima graduada entre 1 a 3 vezes
na Carta Municipal de Património, está sujeita ao disposto o valor da retribuição mínima nacional, no caso de pessoa
na alínea c) do número anterior. singular, e de 4 a 12 vezes o valor da retribuição mínima
nacional, no caso de pessoa coletiva, as seguintes infrações:
viii) A entrada do estaleiro não estar permanentemente xviii) A não solicitação de autorização junto do serviço
vedada ou sujeita a controlo presencial quando competente ou solicitação num prazo inferior a cinco
aberta, em violação do n.º 3 do artigo 27.º. dias, nos casos em que a ocupação da via pública por
autobetoneiras e equipamento de bombagem de betão
c) Encontram-se sujeitas a coima graduada entre 4 a 7 vezes e veículos de grandes dimensões provoque transtornos
o valor da retribuição mínima nacional, no caso de pessoa no trânsito, em violação do disposto no n.º 4 do artigo 25.º;
singular, e de 16 a 32 vezes o valor da retribuição mínima xix) O não recurso a autoridade policial para assegurar
nacional, no caso de pessoa coletiva, as seguintes infrações: a disciplina do trânsito, nos casos em que a ocupação
da via pública por autobetoneiras e equipamento
i) A ocupação da via pública ou de outros espaços públicos de bombagem de betão e veículos de grandes dimensões
em desconformidade com o plano aprovado ou com as provoque transtornos no trânsito, em violação do disposto
condições específicas expressas na licença em violação no n.º 4 do artigo 25.º;
do disposto no artigo 7.º; xx) A não limpeza da via pública após as cargas e descargas
ii) A não comunicação do início da ocupação da via pública, de materiais e resíduos, com especial incidência
conforme estabelecido na alínea a) do n.º 2 do artigo 9.º; dos sumidouros, sarjetas e tampas de caixas de
iii) A não vedação ou vedação de andaimes ou respetiva zona visita, em violação do n.º 5 do artigo 25.º;
de trabalhos, em violação do n.º 5 do artigo 14.º; xxi) A não limpeza e garantia do bom estado de conser-
iv) A não manutenção dos tapumes em bom estado de conser- vação da zona envolvente à ocupada pelo estaleiro,
vação, em violação do n.º 7 do artigo 15.º; em violação da alínea e) do n.º 1 do artigo 27.º;
v) A construção dos tapumes em condições diferentes xxii) A não reprodução à escala real, em rede ou tela de
das determinadas no n.º 3 do artigo 15.º; proteção do andaime, do alçado da fachada do edifício
vi) O não recuo do tapume para uma distância não superior aprovado, nos casos previstos na alínea c) do n.º 1
a 1 metro em relação ao plano marginal da fachada e n.º 2 do artigo 28.º.
nos casos previstos no n.º 4 do artigo 15.º;
vii) A não manutenção dos tapumes até à conclusão de todos d) Encontram-se sujeitas a coima graduada entre 7 a 9 vezes
os trabalhos na fachada do edifício em obras confi- o valor da retribuição mínima nacional, no caso de pessoa
nantes com a via pública ou até à conclusão da obra singular, e de 24 a 48 vezes o valor da retribuição mínima
nas restantes situações, em desconformidade com nacional, no caso de pessoa coletiva, as seguintes infrações:
o n.º 5 do artigo 15.º;
viii) Colocação de depósitos de materiais na via pública i) A ocupação da via pública ou de outros espaços sem ser
em violação do disposto no n.º 1 do artigo 19.º; titulada pelo respetivo alvará de licença, nos termos
ix) Colocação de contentores em violação do disposto no do n.º 4 artigo 12.º;
n.º 2 do artigo 19.º; ii) O corredor para peões encontrar-se em desconformidade
x) Incumprimento do prazo de 8 dias para a limpeza com o disposto nas alíneas a), c), e) e f) do n.º 4
e reposição da área desocupada, nos casos previstos do artigo 13.º relativas à sua proteção, dimensões
no n.º 1 do artigo 22.º; e estado de conservação;
xi) Incumprimento da obrigação de reparação e limpeza iii) A colocação dos andaimes e da rede ou tela com prejuízo
da via e do espaço públicos após o recuo dos tapumes, para o normal desenvolvimento e manutenção de árvores
em violação do disposto no n.º 2 do artigo 22.º; e ou causando danos nos candeeiros de iluminação
xii) Utilização de condutas para descarga de entulhos pública existentes na fachada, em violação do n.º 9
em desconformidade com o disposto no artigo 23.º; do artigo 14.º;
xiii) A colocação da pala de proteção em desconformidade iv) A não colocação de pala de proteção ao nível do teto
com os n.os 3 e 4 do artigo 24.º; do rés do chão, e/ou não revestimento dos elementos
xiv) Nos casos de ocupação de jardins ou de outros espaços ao nível do piso térreo em material flexível e resistente
verdes públicos, utilização de vedação em descon- ao choque, no caso de ser adotada uma solução
formidade com o disposto no n.º 1 do artigo 26.º; de andaime que mantenha desimpedida a via pública,
xv) A não proteção ou proteção indevida dos candeeiros em violação do disposto no n.º 3 do artigo 14.º;
de iluminação pública, equipamentos de sinalização v) O não recurso a soluções que mantenham desim-
e semaforização e de todos os outros elementos existentes pedida a via pública ao nível térreo, em violação
na via pública que possam ser afetados durante a ocupação do dispostos nos n.os 1 e 2 do artigo 14.º;
da mesma, em violação do disposto no n.º 2 do artigo 27.º; vi) A não colocação de tapumes em violação do disposto
xvi) A colocação em desconformidade ou a não colocação no n.º 1 do artigo 15.º;
de placa sinalizadora durante o período de ocupação vii) A colocação de tapumes em violação do disposto
da via pública com cargas e descargas, em violação no n.º 2 do artigo 15.º;
do disposto no n.º 2 do artigo 25.º; viii) A colocação de tapumes, quando existam árvores,
xvii) A não garantia de segurança dos utentes da via pública em desconformidade com o n.º 6 do artigo 15.º;
durante período de ocupação com autobetoneiras ix) Instalação de grua em violação do disposto no n.º 1
e equipamento de bombagem de betão e veículos do artigo 16.º;
de grandes dimensões, em violação do disposto no n.º 3 x) Ocupação da via pública com veículo com estrutura
do artigo 25.º; elevatória em violação do n.º 1 do artigo 18.º;
xi) A não colocação de pala de proteção em violação que cessem a adoção de comportamentos abusivos,
do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 24.º; não titulados, ou que, em geral, lesem o interesse público
xii) A colocação de palas de proteção em desconformidade a satisfazer pelo imóvel e que reponham a situação no estado
com o n.º 5 do artigo 24.º; anterior, nos termos do artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 280/
xiii) A instalação de amassadouros e a preparação de argamassas /2007, de 7 de agosto.
na via e espaços públicos, ainda que dentro da área
autorizada para ocupação como estaleiro, em violação 2 - Na situação prevista no número anterior, a ordem de reposição
do disposto alínea a) do n.º 1 do artigo 27.º; da situação anterior à ocupação ilícita, com remoção dos
xiv) A não reposição e/ou reparação de árvores, áreas verdes, equipamentos e materiais que estão a ocupar a via pública,
pavimentos ou equipamentos urbanos destruídos deve prever um prazo máximo para o efeito, não superior
ou danificados pela ocupação do espaço público, a cinco dias.
em violação do disposto nas alíneas f) e g) do n.º 1
do artigo 27.º. 3 - No caso de não ser possível notificar pessoalmente
o ocupante, devem ser utilizadas outras formas de notificação,
2 - A tentativa e a negligência são puníveis sendo, nestes nos termos da lei geral.
casos, os montantes mínimo e máximo das coimas previstas
nos números anteriores reduzidos para metade. Artigo 34.º
3 - As contraordenações previstas no n.º 1 deste artigo
podem, ainda, determinar, quando a gravidade da infração Remoção coerciva
e a culpa do agente o justifiquem, a aplicação das seguintes
sanções acessórias: 1 - Após o decurso do prazo fixado para a remoção voluntária
de uma ocupação ilícita do domínio público municipal,
a) Perda de objetos pertencentes ao agente que tenham sido
e verificado o incumprimento, as entidades fiscalizadoras
utilizados como instrumentos na prática da infração;
b) Interdição do exercício na área do Município, até ao impõem coercivamente a sua decisão, nos termos do Código
máximo de 2 anos, de profissão ou atividade; do Procedimento Administrativo e demais legislação aplicável,
c) Privação do direito de beneficiar de licenças de ocupação promovendo, a expensas do infrator, à remoção da ocupação
da via pública, na área do Município, ao agente que praticou em violação do disposto no presente regulamento.
a infração, nos termos de lei geral; 2 - Quando a remoção seja efetuada pelos serviços das entidades
d) Suspensão da licença de ocupação de via pública que
fiscalizadoras ou com recurso a meios por si contratados,
tenha sido concedida pelo Município.
os equipamentos e materiais removidos podem ser declarados
4 - A Câmara Municipal pode, provisoriamente, apreender perdidos a favor do Município, se não forem reclamados,
os objetos que serviram ou estavam destinados a servir para nos termos da lei.
a prática da contraordenação ou que forem suscetíveis
3 - As quantias relativas às despesas geradas com os trabalhos
de servir de prova, até que a decisão administrativa se torne
definitiva, sem prejuízo da possibilidade de atuação de remoção, quando não sejam pagas voluntariamente pelo
nos termos do artigo 34.º. infrator, no prazo de vinte dias a contar da notificação para
o efeito, são cobradas através dos Tribunais Tributários,
Artigo 32.º servindo de título executivo a certidão emitida pela entidade
fiscalizadora comprovativa das despesas efetuadas.
Imputabilidade das infrações
4 - Os trabalhadores incumbidos de proceder à remoção
1 - A responsabilidade contraordenacional pela infração regulada nos números anteriores gozam de proteção,
prevista no ponto i. da alínea d) do n.º 1 do artigo competindo às autoridades policiais disponibilizar os meios
anterior é do requerente da licença de ocupação da via humanos e materiais adequados.
pública ou do dono da obra, caso a licença não tenha
sido requerida.
2 - A responsabilidade contraordenacional pelas demais CAPÍTULO V
infrações previstas no presente regulamento é do titular
do alvará de licença de ocupação da via pública.
Disposições Finais
3 - O disposto nos números anteriores, não prejudica
o direito de regresso do responsável contraordenacional, Artigo 35.º
designadamente sobre o executante da obra.
Embargo ou suspensão dos trabalhos da obra
Artigo 33.º
Autotutela Nas situações de embargo da obra ou de suspensão
dos trabalhos por outro motivo, o prazo da licença
1 - No caso de ser detetada uma ocupação ilícita do domínio da ocupação da via pública não se suspende nem
público municipal, nos termos do presente regulamento, interrompe, devendo ser renovada enquanto se mantiver
a Câmara Municipal de Lisboa pode ordenar aos particulares a ocupação do espaço público.
ANEXO I
Publica-se às 5.as-feiras
ISSN: 0873-0296 Depósito Legal n.o 76 213/94 Tiragem 11
O Boletim Municipal está disponível no sítio da Internet oficial da Câmara Municipal de Lisboa (http://www.cm-lisboa.pt/municipio/boletim-municipal).
O Boletim Municipal pode ser adquirido nos Serviços Municipais através de impressão/fotocópia e pago de acordo com o preço definido na Tabela
de Taxas, Preços e Outras Receitas Municipais
[Deliberação n.º 35/CM/2008 (Proposta n.º 35/2008) - Aprovada na Reunião de Câmara de 30 de janeiro de 2008]
Composto e Impresso na Imprensa Municipal
Toda a correspondência relativa ao Boletim Municipal deve ser dirigida à CML - Imprensa Municipal
Estrada de Chelas, 101 – 1900-150 Lisboa Telef. 21 816 14 20 E-mail: boletim.municipal@cm-lisboa.pt