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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


CURSO DE FARMÁCIA

BRUNO FRANCISCO DE FREITAS


MARCOS AURÉLIO SILVA OLIVEIRA
MARCOS PAULO SANTANA
MAURICIO DE BARROS MELLO

A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO USO


DE CONTRACEPTIVOS ORAIS EM DROGARIAS NA
BAIXADA SANTISTA

Santos – SP
Novembro/2010
1

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA


FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE FARMÁCIA

BRUNO FRANCISCO FREITAS


MARCOS AURÉLIO SILVA OLIVEIRA
MARCOS PAULO SANTANA
MAURICIO DE BARROS MELLO

A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO USO


DE CONTRACEPTIVOS ORAIS EM DROGARIAS NA
BAIXADA SANTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso


Apresentado Como Exigência Parcial Para
Obtenção do Titulo de Bacharel em
Farmácia à Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade Santa Cecília,
sob a Orientação da Prof.ª Maria Fernanda
Barretto Penteado Pedroso.

Santos – SP
Novembro/2010
2

BRUNO F. FREITAS
MARCOS AURÉLIO SILVA OLIVEIRA
MARCOS PAULO SANTANA
MAURICIO MELLO

A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO USO DE


CONTRACEPTIVOS ORAIS EM DROGARIAS NA BAIXADA SANTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado Como Exigência Parcial Para


Obtenção do Titulo de Bacharel em Farmácia à Faculdade de Ciências e Tecnologia
da Universidade Santa Cecília, sob a Orientação da Prof.ª Maria Fernanda Barretto
Penteado Pedroso.

Data da Aprovação:____/____/______

Banca Examinadora

___________________________________________________________________

Profª. Maria Fernanda Barretto Penteado Pedroso.

Luiz Carlos Leite

Elisabeth Brossi Sabia


3

DEDICATÓRIA

Às nossas famílias, companheiros e


apoios incondicionais sempre.
4

AGRADECIMENTOS

Profª. Maria Fernanda Barretto Penteado Pedroso, pela orientação e credibilidade


depositada em nossos esforços.

Nossos Familiares, os quais estiveram conosco no decorrer deste caminho, nos


momentos turbulentos e nas vitórias.

Corpo Docente do Curso de Farmácia Santa Cecília, os quais dedicaram seus


conhecimentos e experiência para que chegássemos aos nossos objetivos
profissionais.
5

RESUMO

O estudo realizado analisou o uso adequado entre as usuárias de contraceptivos


orais visando à Importância da Atenção Farmacêutica em Drogarias na Baixada
Santista, relacionando com resultados obtidos em avaliação com profissional
farmacêutico. Foram analisadas 200 usuárias de contraceptivos orais com idade
fértil de 18 a 37 Anos e 20 profissionais farmacêuticos (as) nos municípios de
Cubatão, Guarujá, Itanhaém e Santos, as informações foram coletada mediante
aplicação de questionários com questões de múltipla escolha e perguntas abertas e
fechadas; Que foram distribuídos no mês de setembro de 2010. Os resultados
obtidos demonstram que o perfil das amostras analisada esta relacionada com perfil
alertado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) desta forma identificando
interações medicamentosas e erros com administração de produtos que interfiram
na concentração dos anticoncepcionais. Acarretando problemas sociais e de saúde
publica na medida em que o uso indiscriminado de medicamentos e outras
substâncias aumentam. Concluiu-se que há a necessidade de implementação de
campanhas de interesse social com maior frequência e com um enfoque mais
especifico para profissionais de saúde, formadores de opinião que futuramente
estarão atuando na orientação de automedicação e outras substanciam perante as
usuárias de contraceptivos orais.

PALAVRAS-CHAVE: Atenção Farmacêutica; Anticoncepcionais;


Automedicação.
6

LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1 – Algumas interações entre anticoncepcionais esferoidais e outros


fármacos.....................................................................................................................18

Gráfico 1 – Como começou o uso?...........................................................................22


Gráfico 2 – Início do Uso...........................................................................................23
Gráfico 3 – Fez uso de outro método contraceptivo?...............................................24
Gráfico 4 – Período que costuma tomar o contraceptivo..........................................24
Gráfico 5 – Como faz o Uso?....................................................................................25
Gráfico 6 – Quando se Esquece de Tomar o Que Faz?...........................................25
Gráfico 7 – Sobre o Ciclo Menstrual..........................................................................26

Tabela 2 – Interações entre CO e outros fármacos...................................................27

Gráfico 8 – Sobre o período de pausa......................................................................29


Gráfico 9 – Caso Esqueça de Tomar o Contraceptivo como proceder?...................29
Gráfico 10 – Qual o Inicio do Ciclo Menstrual?.........................................................30
Gráfico 11 – Qual o Contraceptivo Correto Para a Mulher que Está
Amamentando?..........................................................................................................31
Gráfico 12 – Interação contraceptivo e álcool...........................................................32
Gráfico 13 – Interação contraceptivo e fármaco.......................................................33
Gráfico 14 – Interação contraceptivo oral e outro fármaco.......................................34
7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................09
1.1 Atenção farmacêutica................................................................................09
1.2 O papel do farmacêutico............................................................................10
1.3 As principais recomendações Atribuídas aos Farmacêuticos...................10
1.4 Assistência farmacêutica...........................................................................11
1.5 Bases conceituais da Assistência Farmacêutica.......................................12
1.6 Contracepção............................................................................................13
1.7 Orientações para uso de anticoncepcionais orais combinados com 50 a 30
microgramas de etinilestradiol....................................................................................15
1.8 Orientações de uso para AOC com 15 microgramas de etinilestradiol e 60
microgramas de gestodeno........................................................................................16
1.9 Em casos de esquecimento.......................................................................16
1.10 Orientações para uso de minipílulas.......................................................17
1.11 Interações Medicamentosas....................................................................17
1.12 Grupo de risco.........................................................................................19
2. OBJETIVO..............................................................................................................21
3. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................21
4. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................21
5. RESULTADOS.......................................................................................................22
5.1 Das entrevistas com as usuárias...............................................................22
5.1.1 Do uso dos contraceptivos: início e motivação............................22
5.1.2 Dos Cuidados Com Relação ao Uso..........................................23
5.1.3 Das reações adversas e interações medicamentosas...............26
5.1.4 Do perfil das usuárias..................................................................27
5.1.4.1 Hábitos de vida...............................................................27
5.1.4.2 Ocorrência de gravidez durante o uso da pílula.............27
5.1.4.3 Do anticoncepcional de emergência (pós-coito)............28
5.1.5 Da entrevista com os farmacêuticos..........................................28
6. DISCUSSÃO..........................................................................................................35
6.1 Discussão farmacêuticos...........................................................................37
7. CONCLUSÃO.........................................................................................................39
8

8. CRONOGRAMA.....................................................................................................40
9. ANEXOS.................................................................................................................41
9.1 Anexo 1 – Questionário Direcionado ao Profissional Farmacêutico (a) na
Importância da Atenção Farmacêutica...................................................................... 41
9.2 Anexo 2 – Questionário das usuárias........................................................42
9.3. Anexo 3.....................................................................................................43
9.3.1 Termo de consentimento livre e esclarecido................................43
9.3.2 Informações sobre a pesquisa.....................................................43
9.3.3 Consentimento da participação....................................................44
9.4 Anexo 4 – Termo de aprovação do Comitê de Ética.................................45
10. BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................46
9

1. INTRODUÇÃO

1.1 ATENÇÃO FARMACÊUTICA

A atenção farmacêutica é o componente da prática profissional onde o farmacêutico


interage diretamente com o paciente para atender suas necessidades relacionadas aos
medicamentos. Segundo Cipolle e colaboradores (2000), a atenção farmacêutica envolve
um processo de assistência ao paciente, lógico, sistemático e global, que envolve três
etapas: a) análise da situação das necessidades do paciente em relação aos medicamentos;
b) elaboração de um plano de seguimento, incluindo os objetivos do tratamento
farmacológico e as intervenções apropriadas; e c) a avaliação do seguimento para
determinar os resultados reais no paciente. (FARINA, 2009)
A Atenção Farmacêutica surgiu a partir do aprofundamento da prática da Farmácia
Clínica, com a inserção de um componente fortemente humanístico. Essa nova filosofia de
prática farmacêutica é focada diretamente no usuário e não nos medicamentos
propriamente ditos. De acordo com Hepler e Strand (1990), a Atenção Farmacêutica e o
acompanhamento farmacoterapêutico documentado do paciente, com o propósito de
alcançar resultados específicos que melhorem a sua qualidade de vida. (JUNIOR, 2007)
Em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS) entendeu que a Atenção
Farmacêutica tem papel essencial na atenção sanitária da comunidade, no que tange a
garantir uma farmacoterapia efetiva e a promoção da saúde. Desde então, esta pratica tem
se desenvolvido em diversos países. (JUNIOR, 2007)
Após a definição do conceito de Atenção Farmacêutica os progressos no
entendimento e no desenvolvimento desta atividade foram significativos. Calcula-se que
cerca de vinte mil pacientes em todo mundo tenham sido beneficiados pela prática da
Atenção Farmacêutica. Desde sua idealização, esse modelo de prática foi aceito como a
nova missão da profissão farmacêutica por organizações de apoio e gestão de saúde,
órgãos de classe farmacêuticos e faculdades de farmácia de diversos lugares do mundo. A
concepção desse novo modelo profissional se deu em resposta à necessidade social
relacionada à alta prevalência da morbidade e mortalidade pelo uso de medicamentos,
constituindo um sério problema de saúde coletiva, tanto no Brasil, como em vários outros
países. (HOLBACH, et. al. 2006)
10

1.2 O Papel do Farmacêutico

A OMS (Organização Mundial de Saúde), em conjunto com as organizações


internacionais farmacêuticas vem desenvolvendo uma estratégia para incorporar o
farmacêutico na equipe de saúde. Reconhece-se que ele é o profissional de saúde
com o melhor perfil para a condução de todas as ações destinadas à maioria do
acesso e promoção do uso racional dos medicamentos. (NELLY MARIN, et. al.
2003)
Os esforços empreendidos para racionalizar a atenção à saúde, estabelecer
prioridades para a alocação de recursos e modernizar as instituições de saúde e
outros serviços necessários são inúteis se a prestação de serviços fracassa por falta
de uma infra-estrutura adequada. Em nenhuma parte é mais evidente a necessidade
desta infra-estrutura para atenção diária aos pacientes. Nos países menos
prósperos, a insuficiência da prestação de serviços de atenção primária a saúde são
atribuídos, vez ou outra, às deficiências na cadeia de distribuição de medicamentos.
Somente quando se aceita o farmacêutico como membro vital da equipe de atenção
em saúde é que se podem organizar os serviços de apoio necessário com o
profissionalismo exigido. Além de concordar com esta definição, o documento
consenso propôs. Estender o caráter de beneficiário da atenção farmacêutica ao
publico, em seu conjunto e reconhecer, deste modo, o farmacêutico como
dispensador da atenção sanitária que pode participar, ativamente, na prevenção das
doenças e da promoção da saúde, junto com outros membros da equipe sanitária.

1.3 As principais recomendações Atribuídas aos Farmacêuticos são:

 Aos farmacêuticos, supervisionem a qualidade, que gerenciem o sistema de


fornecimento, que forneçam informação científica a outros profissionais de
saúde e à comunidade que promovam o conceito de assistência
farmacêutica, e que respaldem pesquisa e formação.
 Aos estados-membros, que definam a função de farmacêutico na política,
aproveitem a competência técnica do farmacêutico em todos os níveis do
sistema de atenção sanitária e facilitem a formação dos farmacêuticos para
que cumpram seu papel em relação à atenção à saúde (WHO,1998).
11

No Brasil, a evolução da concepção e do fomento à política de medicamentos


e à assistência farmacêutica acompanhou a modificação sofrida pelo setor
farmacêutico, decorrente do crescimento da oferta de fármacos a população
mudando radicalmente a realidade da terapêutica no mundo ocidental. (NELLY
MARIN, et. al. 2003)
No Brasil, a emergência desta mudança de enfoque dos serviços de farmácia
esteve atrelada aos avanços da mudança de concepção dos serviços de saúde
desencadeados com a reforma sanitária. (NELLY MARIN, et. al. 2003)

1.4 Assistência Farmacêutica

A Resolução n° 308/99 do CFF (Conselho Federal de Farmácia), define a


Assistência Farmacêutica como o conjunto de ações e serviços com vistas a
assegurar a assistência terapêutica integral, a promoção e recuperação da saúde
nos estabelecimentos públicos e privados que desempenham atividades de projeto,
pesquisa, manipulação, produção, conservação, dispensação, distribuição, garantia
e controle de qualidade, vigilância sanitária e epidemiológica de medicamentos e
produtos farmacêuticos.
Por outro lado, de acordo com Hepler e Strand (1990), a Atenção
Farmacêutica é a provisão responsável do tratamento farmacológico com o
propósito de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do
paciente. Estes resultados são: 1) cura de uma enfermidade; 2) eliminação ou
redução de sintomas do paciente; 3)interrupção ou retardamento do processo
patológico, ou prevenção de uma enfermidade ou de um sintoma.
A Atenção Farmacêutica implica no processo através do qual o farmacêutico
coopera com o paciente e outros profissionais mediante o delineamento, a execução
e a monitorização de um plano terapêutico que produzirá resultados terapêuticos
específicos para o paciente. Isto, por sua vez, pressupõe três funções primordiais: 1)
identificação de PRM (Problema Relacionado aos Medicamentos) potenciais e reais;
2) resolução de PRM reais, e; 3) prevenção de PRM potenciais. (HOLBACH 2006)
12

1.5 Bases conceituais da Assistência Farmacêutica

A concepção de Assistência Farmacêutica varia consideravelmente entre os


países do primeiro mundo e os países em desenvolvimento. A compreensão de
várias concepções de Assistência Farmacêutica e o conhecimento do processo de
construção histórica das mesmas facilitam a identificação de um desenho conceitual
adequado de Assistência Farmacêutica para nosso sistema de saúde, bem como a
identificação de estratégias para transformação dos serviços de assistência á saúde
proposta pelo SUS. (MARIN, et. Al. 2003)
No cenário internacional, alguns princípios orientam a definição do papel
farmacêutico no sistema de atenção á saúde, identificando quatro elementos
principais para uma boa prática de farmácia:
 Atividades associadas á promoção da saúde e prevenção de
enfermidades;
 Atividades relacionadas á dispensação e ao acompanhamento do uso dos
medicamentos prescritos e outros produtos para o cuidado com a saúde;
 Atividades relacionadas ao auto-cuidado, incluindo o assessoramento
quando adequado;
 Atividades relacionadas a influenciar a prescrição e a utilização de
medicamentos.
A diversidade dessas atividades engloba ações que vão além da prática do
profissional farmacêutico, caracterizando um campo de atuação de natureza
multiprofissional e interdisciplinar. (MARIN, et. al. 2003)
É importante compreendermos que, para o Brasil, o termo Assistência
Farmacêutica envolve atividades de caráter abrangente, multiprofissional e
intersetorial, que situam como seu objeto de trabalho a organização das ações e
serviços relacionados ao medicamento em suas diversas dimensões, com ênfase á
relação com o paciente e a comunidade na visão da promoção da saúde. Assim,
podemos entender que a Assistência Farmacêutica engloba, entre suas diversas
atividades, as ações de Atenção Farmacêutica quando se referir ás ações especifica
do profissional farmacêutico no contexto da assistência á população individual e
coletiva quanto á promoção do uso racional de medicamentos. (MARIN, et. al. 2003)
No que concerne á Atenção Farmacêutica, a definição de Hepler & Strand
(1999) é a mais citada na atualidade, apresentando como um componente da prática
13

farmacêutica, permitindo a interação do farmacêutico com o paciente, objetivando o


atendimento daquelas suas necessidades relacionadas com os medicamentos. Essa
definição é complementada pelo grupo de trabalho convocado pela OMS para a
segunda reunião sobre a função do farmacêutico, que teve como titulo Serviços
Farmacêuticos de Qualidade, Vantagens para os Governos e o Público. Esse grupo
de trabalho discutiu uma concepção de que estende o caráter de beneficiário da
mesma ao público, reconhecendo o farmacêutico como o dispensador de assistência
sanitária que pode participar ativamente na prevenção de enfermidades e na
promoção da saúde. (MARIN, et. al. 2003)

1.6 Contracepção

A competência profissional no campo da anticoncepção deve incluir os


conhecimentos técnicos, científicos e culturais atualizados, direcionados ao atendimento das
necessidades de saúde sexual e reprodutiva dos clientes. Isso inclui habilidades para dar
orientação, informar e comunicar-se adequadamente, participando da tomada de decisões
quanto aos métodos anticoncepcionais (MAC) e acolhendo com respeito ao cliente. A esse
respeito, o Ministério da Saúde acrescenta que os profissionais devem estar preparados
para lidar com mitos, preconceitos e percepções errôneas que os indivíduos acumulam com
relação aos MAC, sexualidade, saúde reprodutiva, acompanhamento dos filhos, dentre
outros. (MOURA, 2005)
Pílulas anticoncepcionais são feitas de hormônios parecidos com os
hormônios produzidos pelos ovários da mulher, o estrogênio e a progesterona. São
muito eficazes quando usadas corretamente. Agem impedindo a ovulação. Também
atuam dificultando a passagem dos espermatozóides para o interior do útero.
Existem diferentes tipos de pílulas, de acordo com os hormônios que elas contêm.
Existem as pílulas combinadas (que contêm estrogênio + progesterona) e as
minipílulas (que contêm só progesterona). (SERRA, 2005)
As pílulas anticoncepcionais orais combinadas (AOC) contêm ambos os hormônios
femininos: estrógeno (E) e progestágeno (P).
Sendo classificados como:
A. Monofásicos: É assim chamado por conte em sua formulo hormônio em única
concentração onde as 21 pílulas ativas contêm a mesma quantidade de E/P.
B. Bifásicos: São hormônios apresentados em duas concentrações diferentes de
E/P (10/11) de 21 pílulas ativas, quando aumenta um diminui o outro.
14

C. Trifásicos: São compostos por três fases (etapas) hormonais diferentes de


E/P (6/5/10) em 21 pílulas ativas, onde ocorre aumento de um hormônio e
diminuição do outro. (ROVERATTI, 2008)
Os trifásicos não apresentam nenhuma vantagem em relação aos
monofásicos, não havendo justificativas plausíveis para seu emprego.
Foram chamados de 1ª geração os contraceptivos orais combinados (COC),
em que estrógenos estão presentes em concentrações maiores ou iguais a 50
microgramas. Os de 2ª geração correspondem aos produtos que contêm mais baixa
concentração estrogênica (menor ou igual a 35 microgramas) e progestógenos como
ciproterona, levonorgestrel e etinodiol. Os de 3ª geração contêm progestógenos de
menor poder androgênico, como gestodeno, desogestrel e drosperinona.
Progestógenos usados isoladamente (minipílulas) são acetato de
noretindrona e levonorgestrel. Minipílulas tem maior índice de falha (índice de Pearl
de 0,5 em 100 mulheres/ano). A eficácia contraceptiva pode ser perdida em 27
horas após a última dose.
Sua ação envolve espessamento do muco cervical que reduz a penetração do
esperma e inibição da implantação do ovo no endométrio. As concentrações de
progestógenos encontradas em minipílulas são insuficientes para bloquear a
ovulação.
Minipílulas, com maior índice de falha, estão indicadas quando há intolerância
ou contra-indicação formal ao uso de estrógenos e durante a amamentação, pois
não inibem a produção de leite. Nessa circunstância, também se admitem os
anticoncepcionais combinados de baixas concentrações estrogênicas, desde que se
mantenha alta a freqüência das mamadas (aleitamento materno exclusivo).
Quando tomados com finalidade anticonceptiva, o efeito esperado dos
contraceptivos orais é a ausência de gravidez. Das gestações que ocorrem na
vigência de uso, muito poucas podem ser atribuídas à falha do método. Na maioria
dos casos a concepção ocorreu por irregularidade na tomada, ou má absorção do
fármaco (vômitos, gastrenterite, colite ulcerativa, doença de Crohn, alterações na
flora intestinal devidas a antibióticos, interações com indutores enzimáticos que
reduzem a concentração plasmática dos anticoncepcionais orais).
Algumas regras de uso dos anticoncepcionais orais combinados são
imprescindíveis ao sucesso terapêutico e devem ser referidas as usuárias. (FUCHS,
et. al. 2004)
15

1.7 Orientações para uso de anticoncepcionais orais combinados com 50 a 30


microgramas de etinilestradiol

Iniciar no 5º dia do ciclo menstrual, exceto para a primeira cartela dos


anticoncepcionais que contêm gestodeno, desogestrel ou drospirenona, a qual se
inicia no 1º dia da menstruação;
Tomar ininterruptamente, no mesmo horário do dia, por 21 dias;
Parar por 7 dias para que haja menstruação, o que geralmente ocorre entre o
2º e o 4º dias da pausa;
Reiniciar no 8º dia da pausa, mesmo na vigência de fluxo menstrual;
Não reiniciar o uso se não houver fluxo menstrual, pelo perigo de gestação
em curso, cujo diagnóstico deve ser estabelecido;
Em caso de esquecimento, a pílula deve ser tomada no momento em que for
lembrada, e a próxima, na hora habitual; se o período for menor que 12 horas, não
há perda da eficácia; se o período dor maior que 12 horas, utilizar um método de
barreira como anticoncepção auxiliar por 3 dias; se for maior que 24 horas, reiniciar
o uso de nova cartela e utilizar o método de barreira por todo o novo ciclo;
Procurar aconselhamento médico em caso de aumento de pressão arterial,
surgimento de enxaqueca importante, dores ou edema em membros inferiores ou
outras manifestações importantes de doença;
Não suspender os AO (Anticoncepcionais Orais) devido ao aparecimento de
sintomas menores no início do uso, pois a tolerância a esses efeitos após 1 a 2
ciclos;
Não fazer pausa anual para preservar a ovulação, pois mesmo em uso
prolongado a pílula é medida reversível;
Suspender o uso quando há desejo de engravidar;
Substituir durante 3 ciclos as formulações de menor para as de maior
dosagem quando houver ausência de fluxo menstrual (excluída a gravidez) ou
sangramento intermenstrual. (FUCHS, et. al. 2004)
16

1.8 Orientações de uso para AOC com 15 microgramas de etinilestradiol e 60


microgramas de gestodeno.

Iniciar no 1º dia do ciclo menstrual (1º dia da menstruação); se estiver


trocando de contraceptivo, iniciar no dia posterior ao término da cartela anterior (não
fazer a pausa);
Tomar ininterruptamente, no mesmo horário do dia, por 24 dias;
Parar por 4 dias para que aja menstruação, o que geralmente ocorre no 2º dia
de pausa;
Reiniciar no 5º dia de pausa, mesmo na vigência de fluxo menstrual;
Se não houver fluxo menstrual, procurar atendimento para excluir gestação
em curso, cujo diagnóstico, deve ser estabelecido; lembrar que pode ser apenas
feito da supressão endometrial, se houve uso regular.

1.9 Em casos de esquecimento:


Para casos de esquecimento de contraceptivos por mais de 12 horas, deve-se
ter em mente duas regras básicas: 1) a ingestão de comprimido nunca deve ser
esquecida por mais de 4 dias; 2) São necessários 7 dias de ingestão contínua de
comprimidos para que haja supressão do eixo hipotálamo -hipófise-ovário.
Se esquecer 1 comprimido por menos de 12 horas, tomar o comprimido
esquecido assim que lembrar (inclui a possibilidade de tomar 2 comprimidos de uma
só vez) e o seguinte no horário habitual – não há perda da eficácia.
Se esquecer 1 comprimido por mais de 12 horas, a proteção contraceptiva
pode ser reduzida:
Esquecimento na 1ª semana de uso: tome o comprimido esquecido assim que
lembrar e continue a tomar os próximos no horário habitual. Utilize métodos de
barreiras nos próximos 7 dias; se teve relações sexuais na semana anterior ao
esquecimento do comprimido, há possibilidade de engravidar – consulte o médico.
Esquecimento na 2ª semana de uso: tome o comprimido esquecido assim que
lembrar e continue a tomar os próximos no horário habitual. A proteção do
anticoncepcional estará mantida. Não é necessário utilizar métodos de barreira.
Esquecimento na 3ª semana de uso: há duas opções, sem a necessidade de
utilizar outro método anticoncepcional:
17

a) tome o comprimido esquecido assim que lembrar e continue a tomar os


próximos no horário habitual. Inicie nova cartela assim que terminar a atual, sem
pausa entre elas. O sangramento provavelmente ocorrerá apenas no término da 2ª
cartela, mas poderá ocorrer spotting; b) pare a cartela atual, faça pausa de 4 dias,
ou menos, contando o dia no qual esqueceu de tomar o comprimido, e inicie nova
cartela.
Se mais de um comprimido de uma mesma cartela for esquecido, menor será
o efeito do anticoncepcional oral.

1.10 Orientações para uso de minipílulas


O uso de minipílulas é contínuo. Quando prescritas no puerpério de mulheres
que amamentam, podem ser iniciadas logo após o parto ou no mínimo 14 dias antes
do retorno à atividade sexual. O uso deve ser bastante regular, respeitando
rigidamente o horário de tomada. Se a paciente esquecer 1 ou 2 comprimidos, tomar
um assim que lembrar e outro no horário habitual, utilizando métodos adicionais até
que 14 comprimidos tenham sido tomados. Se esquecer mais de 2 comprimidos,
iniciar outro método de contracepção até que ocorra fluxo menstrual. (FUCHS, et. al.
2004)

1.11 Interações Medicamentosas.


As alterações que ocorrem nos efeitos farmacológicos por interação entre
fármacos podem ser no sentido de aumentar ou diminuir a eficácia terapêutica. Da
mesma maneira, as alterações podem acentuar ou atenuar os fenômenos
indesejáveis, chamados efeitos colaterais de medicamentos.
A prevenção e a detecção de interações medicamentosas em pacientes
constituem uma das grandes preocupações dos profissionais da saúde, pois essas
interações podem levar a diminuição da eficácia terapêutica dos fármacos ou ao
aumento de sua toxicidade.
Entretanto, a identificação exata dessas interações é difícil, pois, muitas vezes
o paciente deixa de considerar, como agente terapêutico certos medicamentos do
tipo descongestionantes, antiácidos, tranqüilizantes, que ele tem o hábito de tomar.
(OGA, et. al. 2002)
18

Tabela 1 – Algumas interações entre anticoncepcionais esferoidais e


outros fármacos
Agentes Resultado da interação Conseqüência
Paracetamol Aumento da concentração plasmática de Pode aumentar os efeitos
etinilestradiol indesejáveis dos estrógenos
Antimicrobianos Diminui efeito dos contraceptivos Gravidez; irregularidades
esteróides menstruais
Anticonvulsivos Diminuição no efeito Gravidez; irregularidades
contraceptivo/aumento no efeito de menstruais
fenitoína e outros
Hipoglicemiantes Diminui resposta aos antidiabéticos Maior risco de episódio de
hiperglicemia
Benzodiazepínicos que Aumento dos efeitos dos Necessidade de
sofrem metabolismo benzodiazepínicos adaptação de dose
oxidativo
Benzodiazepínicos que Diminuição dos efeitos dos Necessidade de
sofrem por conjugação benzodiazepínicos adaptação de dose
com ácido glicurônico
Clofibrato Diminui efeito do clofibrato Maior risco de hiperlipidemia
Corticosteróides Aumento do efeito dos corticosteróides Possibilidade de aumento
dos efeitos adversos dos
corticóides

Existem ainda interações ocasionadas por hábitos de vida, por exemplo, a


ingestão concomitante de alimentos com medicamentos pode alterar
significativamente as absorções gastrointestinais, tanto do alimento, do
medicamento, como de ambos, resultando até na anulação do valor nutriente e/ou
da eficácia terapêutica.
Alguns exemplos como a vitamina A (retinol) interage com
anticoncepcionais orais (estrogênio e progestagênios) aumentando a concentração
sérica da vitamina A e também o triptofano que ao interagir com AOS pode ocorrer a
diminuição da síntese de serotonina.
Consideráveis evidências indicam que o hábito de fumar aumenta os riscos
dos efeitos adversos cardiovasculares (isquemia cardíaca, infarto do miocárdio,
tromboembolismo). O risco aumenta em pessoas com mais de 35 anos e em que
fuma mais de 15 cigarros ao dia.
Há estudos que indicam que anticoncepcionais orais ao interagirem com
álcool, podem causar maior duração e intensificação dos efeitos do etanol,
provocando uma possível exacerbação dos efeitos do álcool. (OGA, et. al. 2002)
19

1.12 Grupo de risco

O problema no planejamento de métodos para a supressão hormonal da


ovulação tem sido o de desenvolver combinações apropriadas de estrogênio e de
progesterona que não produzem efeitos colaterais desses dois hormônios.
A maior parte dos regimes hormonais para a contracepção ainda é capaz de
produzir, pelo menos, alguns efeitos colaterais indesejáveis sobre o corpo, em
particular, o de retenção de sal pelos rins, o que pode, ao longo dos anos, causar
pressão arterial aumentada em muitas mulheres. (GUYTON, 1998)
Contraceptivos orais combinados então indicados em mulheres sadias,
preferencialmente não fumantes, com menos de 35 anos de idade, que realmente
desejam evitar a gravidez. Essa assertiva se justifica pelo fato de muitos efeitos
adversos desses fármacos se expressarem predominantemente quando há
condições adicionais de risco, como fumo, idade além de 35 anos, obesidade e
hipertensão. (FUCHS, et. al. 2004)
Segundo o FDA (Food and Drug Administration), entre os casos que é
aconselhável a procura de outro método anticoncepcional seria o citado a baixo:
1) Câncer dependente de hormônios ou suspeita dele, principalmente de mama
e endométrio;
2) Antecedentes ou presença de doenças trombembólica ou flebite – presença
de inflamação ou formação de coágulo nos vasos sanguíneos;
3) Sangramento uterino de causa desconhecida;
4) Gravidez confirmada ou suspeita;
5) Doença coronariana, cérebro-vascular ou ocular.

Outros estudiosos adicionaram a esta lista as seguintes situações:


1. Hipertensão arterial de difícil controle;
2. Diabetes dependente de insulina não-controlada ou em estágio avançado;
3. Diabética ou fumante acima de 35 anos;
4. Mulher com idade superior a 50 anos;
5. Doenças hepáticas agudas ou crônicas;
6. Lúpus eritematoso sistêmico;
7. Hipercolesterolenemia (colesterol elevado);
8. Anemia calciforme;
20

9. Cardiopatias.

É importante procurar um serviço de saúde antes de iniciar o uso de qualquer


método anticoncepcional, porque existem situações em que determinados métodos
não devem ser usados. Além disso, é necessário fazer acompanhamento periódico
para verificar se o método está sendo usado corretamente e se houve o
aparecimento de algum problema relacionado ao uso do anticoncepcional. (SERRA,
2005)
A população brasileira tem por hábito freqüente, o uso de medicamentos sem
consulta prévia, caracterizando o ato da automedicação. A automedicação não é
nada mais do que o uso de medicamentos sem a orientação de um médico, sendo
que esse uso indiscriminado dos medicamentos pode trazer sérios riscos à saúde da
população. (MOURA, 2005)
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alerta para uso
indiscriminado de medicamentos. Esses produtos ocupam primeiro lugar entre os
agentes causadores de intoxicações. O uso indiscriminado de medicamentos é
motivo de preocupação para as autoridades de vários países. De acordo com os
dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o percentual de internações
hospitalares provocadas por reações adversas a medicamentos ultrapassa 10%.
Para alertar a população sobre os riscos da automedicação, a Política de
Medicamentos do Ministério da Saúde procura conscientizar os brasileiros sobre a
utilização racional desses produtos. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2009)
Frente à desinformação tanto por parte da população, quanto dos
profissionais de saúde, a orientação do farmacêutico é um fator preponderante para
minimizar os riscos de associações indevidas. A farmácia é o estabelecimento de
saúde mais acessível à população e o farmacêutico pode atuar como um agente de
prevenção.
Com o objetivo de orientar, esclarecer e contribuir para perfeita utilização do
anticoncepcional que será dispensado na drogaria pelo profissional farmacêutico,
priorizando a importância da atenção farmacêutica no uso de contraceptivos orais,
assim como, podendo identificar prováveis interações medicamentosas e efeito
adversos com as usuárias e desta maneira, aconselhá-la para que juntamente com o
seu médico decida outra forma de métodos anticoncepcionais (MAC).
21

2. OBJETIVO

Este trabalho tem por objetivo Identificar possíveis erros na administração


de contraceptivos orais por mulheres em idade fértil de 18 a 37 anos nos municípios
de Cubatão, Guarujá, Itanhaém e Santos no estado de São Paulo, Brasil. e ressaltar
a importância da atenção farmacêutica para uso racional desta classe de
medicamento.

3. JUSTIFICATIVA

Este trabalho se faz importante para que possamos identificar erros


potenciais no uso de contraceptivos orais e verificar de que forma o profissional
farmacêutico pode dar orientações adequadas para identificar problemas
relacionados a medicamento, prevenir problemas potenciais e solucionar problemas
reais evitando automedicação, ajudando a reduzir efeitos colaterais e reações
indesejáveis pelo uso desta classe de fármacos.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada em drogarias da Baixada Santista, nos municípios de:


Cubatão, Guarujá, Itanhaém e Santos, com mulheres em idade fértil entre 18 e 37 anos, que
façam uso de pílulas anticoncepcionais orais e com profissionais farmacêuticos (as) que
atuem em drogarias dos municípios citados acima.
Toda a pesquisa foi realizada durante o mês de setembro do ano de 2010. Para a
coleta de dados foram distribuídos 220 questionários, sendo respectivamente 200
questionários composto por 16 questões, abertas e fechadas, relacionadas a: motivo de
iniciar o uso do anticoncepcional, horários de administração dos mesmos, consumo de
bebidas alcoólica, fumo, alimento e medicações, reações adversas, compreensão sobre
ciclo menstrual e atitudes que tomam quando acontece algum imprevisto, tais como:
esquecer de tomar a pílula, ocorrência de sangramento fora do período habitual entre
outros. Estes questionários foram entregues pelos próprios pesquisadores e preenchidos
pelas usuárias que foram abordadas pelos pesquisadores quando saíam da drogaria.
22

Outros 20 questionários compostos de 8 questões, abertas e fechadas, relacionadas


a: compreensão sobre atenção farmacêutica, capacidade de solucionar dúvidas sobre uso
racional de contraceptivos orais, habilidade para identificar e reconhecer possíveis
problemas associado a prescrição médica, interações medicamentosas e hábitos de vida.
Foram entregues pelos pesquisadores aos profissionais farmacêuticos (as) dentro dos
próprios estabelecimentos (drogarias).
Para análise das respostas obtidas dos 220 questionários os pesquisadores
juntamente com sua orientadora utilizaram as literaturas contidas em livros acadêmicos e
artigos científicos detalhados e expostos no item bibliografia dos seguintes autores:
(HOLBACH, et. al. 2006), (SERRA, 2005), (OGA, et. al. 2002).
Atendendo aos aspectos éticos, o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Santa Cecília.

5. RESULTADOS

5.1 Das entrevistas com as usuárias

5.1.1 Do uso dos contraceptivos: início e motivação


Das usuárias entrevistadas o gráfico 1 especifica como iniciaram o uso da
pílula anticoncepcional e no gráfico 2 é apresentado o motivo principal que levou a
iniciar o uso do contraceptivo.

Gráfico 1 – Como começou o uso?


23

Prescrição médica 152


Orientação de outro profissional da saúde 9
Indicação de amigas/vizinhas 23
Propaganda de tv/rádio/revista. 4
Outros 12(conta)

Gráfico 2 – Início do Uso

Prevenir gravidez. 142


Controle hormonal 38
Tratamento médico. 19
Outros 1

5.1.2 Dos Cuidados Com Relação ao Uso

O gráfico 3 apresenta quantas mulheres usaram outro método de barreira no


primeiro mês de uso da pílula. O período que costumam tomar a pílula é observado
no gráfico 4. A forma que tomam o anticoncepcional, ou seja, se ingerem juntamente
com líquido, alimento ou em jejum é especificado no gráfico 5. No gráfico 6 é
relatado o procedimento que adotam quando se esquecem de tomar um
comprimido. É exposto no gráfico 7 se as usuárias sabem quando se inicia o ciclo
menstrual.
24

Gráfico 3 – Fez uso de outro método contraceptivo?

Fez Uso de Outro Metodo Preventivo

Sim Não

45%

55%

Sim 111
Não 89

Gráfico 4 – Período que costuma tomar o contraceptivo

Periodo Do Dia em Que Toma o Contraceptivo

Manhâ
25%

Noite
52%
Tarde
23%

Manhã 51
Tarde 46
Noite 103
25

Gráfico 5 – Como faz o Uso?

Como que Costuma Tomar o Contraceptivo

7%
15%

Alimento
Liquido
Em jejum

78%

Alimento 14
Líquidos 157
Em jejum 29

Gráfico 6 – Quando se Esquece de Tomar o Que Faz?

Continua tomando normalmente 66


Toma 2 comprimidos no dia seguinte 96
Usa pílula de emergência. 7
Interrompe o tratamento. 2
Busca orientação medica. 3
Usa preservativo. 26
26

Gráfico 7 – Sobre o Ciclo Menstrual

Ciclo Mestrual

Inicia-se no 1 dia da menstruação; Inicia-se no dia que acaba a menstruação;


Inicia-se no dia da ovulação. Não sabe

125

39
15 21

Inicia-se no 1 dia da menstruação; 125


Inicia-se no dia que acaba a menstruação; 15
Inicia-se no dia da ovulação. 21
Não sabe 39

5.1.3 Das reações adversas e interações medicamentosas

Sessenta e cinco mulheres (32%) alegaram sentir algum tipo de reação,


sendo as mais comuns: dor de cabeça, irritabilidade, náuseas e dores em MMii.
Sendo que 109 (54%) já trocaram de anticoncepcional, os principais motivos são:
ganho de peso, dores de cabeça, enjôo, sangramento irregular e preço.
Entre as mulheres que fizeram uso de outra medicação juntamente com CO
(Contraceptivo Oral) ou COC (Contraceptivo Oral Combinado) no período dos 3(três)
últimos meses antecedentes a realização da pesquisa, constatou-se que 63(31%)
das usuárias fizeram uso de algum outro tipo de medicação que tem interação com
contraceptivos orais podendo ter suas concentrações séricas aumentadas, seus
efeitos colaterais potencializados ou que provocariam queda no efeito contraceptivo
dos anticoncepcionais orais. Os tipos de interações e suas possíveis consequências
são descritos na (tabela 2).
27

Tabela 2 – Interações entre CO e outros fármacos

Agente Resultado da interação Conseqüência


Antibióticos Queda nos efeitos contraceptivos Gravidez, irregularidades
esteróides menstruais
Anticoagulante Aumento da agregação plaquetária Necessidade de ajuste da
dose
Anti- Possibilidade de diminuição na excreção Aumento de efeitos
ulcerogênico(inibidores da de estradiol adversos do estradiol
Glicoproteína P)
Benzodiazepínicos Aumento dos efeitos tóxicos dos Necessidade de adaptação
(metabolizados por benzodiazepínicos da dose
oxidação)
Produtos Tiroidianos Queda nas concentrações sérica de Monitorar terapia, provável
tiroxina livre necessidade de ajuste de
dose.

5.1.4 Do perfil das usuárias:

5.1.4.1 Hábitos de vida

Das entrevistadas 38(19%) alega ser fumante, o consumo de bebidas


alcoólicas esta presente na maioria das mulheres 109(54,5%), entretanto, 53%
dizem consumir bebida alcoólica somente aos finais de semana; sexta, sábado e
domingo, o restante 1,5% consome todos os dias.

5.1.4.2 Ocorrência de gravidez durante o uso da pílula

Foi perguntado se as usuárias já conheceram alguém que ficou grávida


mesmo usando anticoncepcional, um numero bastante expressivo de 76(38%)
responderam que elas mesmas ou alguma conhecida já ficou grávida mesmo
usando a pílula contraceptiva.
28

5.1.4.3 Do anticoncepcional de emergência (pós-coito)

Quase a metade das entrevistadas 96(48%) relatou já ter feito uso de algum
tipo de contraceptivo oral de emergência.

5.1.5 Da entrevista com os farmacêuticos

Da entrevista com os profissionais: caracterização do perfil do profissional e


capacidade de definir atenção farmacêutica.
Foram entrevistados 20 farmacêuticos. Entre os entrevistados 4 eram homens
e 16 mulheres e a idade era entre 21 e 39 anos. Nenhum deles eram proprietários
da drogaria. Ao perguntar qual a definição de atenção farmacêutica 75% citaram o
conceito Hepler e Stand, outros 5% embora não tenham citado o conceito
conseguiram definir de forma correta e 20% não responderam corretamente ou não
sabiam dizer.
Capacidade para solucionar dúvida sobre modo de uso dos anticoncepcionais
e fazer correta analise de prescrições
Os gráficos de 8 a 11 mostram as respostas mais utilizadas pelos
farmacêuticos na ocorrência de dúvidas sobre período de pausa da pílula,
esquecimento de tomada do comprimido, início do ciclo menstrual e análise da
prescrição médica. Sobre o período de pausa da pílula 65% responderam
corretamente, 30% deram respostas que prejudicariam o tratamento da usuária e
apenas um (5%) farmacêutico orientou procurar um médico (gráfico 8).
Na orientação caso ocorra esquecimento de tomada de 2 comprimidos
apenas 10% responderam corretamente (gráfico 9).
Do ciclo menstrual houve um numero quase que total de respostas corretas,
apenas um não quis ou não soube responder (gráfico 10).
Somente 25% dos farmacêuticos souberam identificar qual prescrição estaria
correta e o procedimento correto a adotar (gráfico 11).
29

Gráfico 8 – Sobre o período de pausa

QUAL PERÍODO DE PAUSA PARA CARTELA COM 24 CP


7 DIAS 6 DIAS PROCURA O MÉDICO 4 DIAS N.D.A.

0%

30%

65% 0%
5%

A cliente usa Contraceptivo Oral Combinado (COC) e terminou sua cartela de 24 comp.
Ontem, porém não sabe qual o período correto de pausa antes de iniciar outra cartela. Você
orientaria a fazer pausa de:

7 dias: 6

6 dias

procurar o médico: 1

4 dias 13

N.D.A

Gráfico 9 – Caso esqueça de tomar o Contraceptivo como proceder?

ESQUECEU DE TOMAR COMO PROCEDER

TOMA DUAS PILULAS


15%
PARA E USA OUTRO METODO
5%
45%
TOMA UM CP SE HOUVER
10%
MENOS DE SEIS HS
FALA COM MÉDICO

25%
N.D.A.
30

A cliente diz que se esqueceu de Tomar 2 Pilulas Como Proceder.

tomar imediatamente as duas pílulas e continuar o restante da cartela normalmente 9


Parar a cartela e usar outro método de barreira 5
Tomar uma pílula imediatamente e se houver 6 ou menos comp. continuar a
cartela, porém não fazer a pausa. 2
Falar com o médico; 1
N.D.A 3

Gráfico 10 – Qual o início do Ciclo Menstrual?

Inico do Ciclo Menstrual

NO 1º DIA DA MENSTRUAÇÃO NO DIA QUE ACABA A MENSTRUAÇAÕ


NO DIA DA OVULAÇÃO TIRAR DUVIDA COM MÉDICO
N.D.A.

5%
5% 0%
0%

90%

A cliente vê escrito na receita, "iniciar após o 1º dia do ciclo mestrual e correto afirmar
que?

O ciclo inicia-se no 1 dia da menstruação 18

Inicia-se no dia que acaba a menstruação

Inicia-se no dia da ovulação: 1

O melhor é voltar no médico e perguntar

N.D.A. 1
31

Gráfico 11 – Qual o Contraceptivo Correto Para a Mulher que Está


Amamentando?

PARA MULHER AMAMENTANDO QUAL PRESCRIÇÃO CORRETA

COC MONOFASICO PODE SER


5% USADO NORMALMENTE

25%
CO A BASE DE PROGESTERONA.
30% ORIENTAR CONFIRMAÇAÕ DE
RECEITA COM MÉDICO
COC TRIFASICO USAR
NORMALMENTE

25%
15% CO A BASE
PROGESTERONA, USAR
NORMALMENTE

Para uma mulher amamentando qual a prescrição seria correta e como proceder:

COC monofásico pode ser usado normalmente a prescrição não é suspeita; 1


Contraceptivo Oral (CO) a base de progesterona, orientar a confirmar a receita com o
médico antes do uso; 6

COC trifásico, pode ser usado normalmente a prescrição não é suspeita. 3

CO a base de progesterona, usar normalmente a prescrição não é suspeita. 5

N.D.A 5

Capacidade de identificar possíveis interações anticoncepcionais e outras


drogas
Dos gráficos de 12 a 14 são demonstrados as respostas dadas sobre
interação de contraceptivo oral e outras drogas como: álcool e antibióticos. Na
questão representada no gráfico 12 (Interação anticoncepcional e álcool) embora a
literatura seja contraditória com relação a esta interação, ou seja, há relatos que o
contraceptivo oral potencializaria as concentrações séricas do álcool em outros
estudos foi considerado que não haveria qualquer efeito, levando em consideração o
conceito de atenção farmacêutico de Hepler e Stand onde o farmacêutico deverá
prever problemas potenciais ou reais, a resposta considerada correta e ideal foi a
32

afirmativa que a interação do contraceptivo com álcool resultaria em maior duração e


intensificação dos efeitos do álcool, uma vez que devido a contradição das
literaturas, se não for um problema real é um problema em potencial devendo o
farmacêutico informar a usuária. Para a questão interação contraceptivo e álcool
apenas um farmacêutico respondeu que haveria maior duração e intensificação dos
efeitos do álcool, outros 9 (45%) responderam n.d.a. (nenhuma das alternativas)
devido à contradição da literatura não foi considerada esta resposta como sendo
errada, contudo, não é a resposta ideal devido ao exposto acima) 50% responderam
incorretamente.

Gráfico 12 – Interação contraceptivo e álcool

BEBIDA ALCOÓLICA? COMO ORIENTAR

5% POTENCIALIZAÇÃO DO EFEITO
DO ÁLCOOL
QUEDA DA CONCENTRAÇÃO DO
CO
45% 35%
NÃO CONSUMIR BEBIDA
ALCOÓLICA
TOMAR O CO NO DIA SEGUINTE

N.D.A.
5% 10%

A cliente vem à drogaria e solicita um anticoncepcional oral combinado, diz que precisa
tomar imediatamente, porém, vai a uma festa e pergunta se pode ingerir bebida alcoólica,
esta cliente deverá ser orientada que

Haverá maior duração e intensificação dos efeitos do álcool; 1


Ocorrerá queda dos efeitos do contraceptivo; 7
Não poderá fazer uso de bebida alcoólica; 2
Deverá tomar o anticoncepcional no dia seguinte; 1
N.D.A 9
33

No gráfico 13 e 14 são demonstradas as respostas obtidas sobre as


interações de contraceptivos e outros fármacos. Para a resposta referente ao gráfico
14, duas alternativas estão corretas como é observado abaixo do gráfico.

Gráfico 13 – Interação contraceptivo e fármaco

QUAL INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DIMINUIRÁ O EFEITO DO CO

0% 0%

5%

20%
COC X TETRACICLINA
COC X PARACETAMOL
COC X METROCLOPRAMIDA
COC X IPATROPIO
N.D.A.

75%

Em que situação haveria risco de interação medicamentosa com prejuízo no efeito do


contraceptivo

COC x Tetraciclina 15
COC x Paracetamol 4
COC x Metroclopramida 1
COC x Ipatropio
N.D.A
34

Gráfico 14 – Interação contraceptivo oral e outro fármaco

QUAIS SÃO AS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS COM RISCO PARA


SAÚDE DAS USUARIAS

CONTRACEPTIVO ESTERÓIDE X
ALPRAZOLAM

35% 35% C.E. X CLOPROPAMIDA

C.E. X AC. MEFENAMICO

C.E. X METROCLOPRAMIDA

0%
N.D.A.
0% 30%

Em que situação haveria risco de interação medicamentosa, com possíveis perigos para
saúde da usuária.

Contraceptivo esteróide (C.E.) x alprazolam 7


C.E. x clopropramida 6
C.E x Ac. Mefenamico
C.E x Metroclopramida
N.D.A 7

Houve um pouco mais de 63% de respostas corretas sobre interações de


anticoncepcionais e outras drogas (incluindo álcool).
35

6. DISCUSSÃO

Das entrevistadas 76% das usuárias alegaram terem iniciado o uso das
pílulas anticoncepcionais através de indicação médica, se comparado com os
resultados de semelhante pesquisa realizada em Maringá/PR onde apenas 35,9%
das usuárias disseram ter iniciado o uso através de orientação médica. Estes dados
são relativamente satisfatórios para a Baixada Santista/SP, mas quando comparado
com a mesma pesquisa feita em Pelótas/RGdoSul onde 78,4% procuram um médico
mostra que podemos ainda melhorar tendo em vista que ¼ das entrevistadas
começaram o uso através de auto-medicação, este dado se mostra mais
preocupante quando é observado que a maioria procurou orientação de amigas,
vizinhas, seus próprios conhecimentos ou influenciadas por veículos de mídia,
apenas 2(1%) procuraram o profissional farmacêutico, dado relevante sendo que a
compra e a aquisição deste medicamento foi feito em drogarias que deveriam ter a
presença do farmacêutico. Sugerindo que ou o farmacêutico não estaria presente no
ato da dispensação ou estando presente foi omisso tendo em vista que o
anticoncepcional deve ser dispensado através receita médica, neste caso não houve
apresentação da receita e nem mesmo a orientação farmacêutica.
O principal motivo identificado para a escolha do contraceptivo oral foi
prevenir uma gravidez indesejável, entretanto, 38% das usuárias disseram ter
conhecido alguém que já tenha ficado grávida mesmo usando a pílula
anticoncepcional, nesta proporção significaria dizer que em cada 10 usuárias de
pílulas anticoncepcionais quase 4 (3,8) teria tido falha na contracepção e ocorrido
uma gravidez indesejada. No levantamento das informações realizadas na pesquisa
foi observado que boa parte das usuárias não usa o anticoncepcional da melhor
maneira possível podendo provocar reações adversas e falhas na contracepção.
Esta informação é preocupante, pois segundo trabalho realizado com mulheres de
Campinas/SP observou-se que as usuárias tinham conceitos errôneos sobre os
diversos métodos anticoncepcionais (MAC) existentes e devido ao pouco
esclarecimento de MAC o uso é concentrado na pílula ou laqueadura. Se a pílula
anticoncepcional é um dos métodos mais utilizados no Brasil por mulheres que
desejam planejar a gravidez, preocupa a falta de informação ou informação incorreta
referente a este método, indicando que a ineficácia não estaria na droga, mas sim,
na forma de uso, fator que justifica a necessidade da atenção farmacêutica, porém
36

este trabalho evidencia seu papel pequeno diante da população, tanto na escolha do
método quanto na contribuição que atualmente esta dando para o URM. Das
entrevistadas, 44,5% não usaram outro método de barreira no primeiro mês de uso
do anticoncepcional, os períodos de uso (manhã/tarde/noite) dos comprimidos não
fazem diferença desde que tomados diariamente e sempre no mesmo horário,
exceção das minipílulas que deverão ser preferencialmente usadas após o almoço,
contudo, no presente estudo não houve quem fizesse uso de minipílulas. O fator
mais preocupante e que pode acontecer corriqueiramente foi observar que das 200
mulheres entrevistadas apenas 3 procuram o seu médico quando se esquecem de
tomar o comprimido do dia, outras 75 mulheres representando 37,5% procedem de
forma prejudicial à saúde tomando pílulas do dia seguinte ou causando queda nos
efeitos contraceptivos desprezando a pílula esquecida, 48% afirmaram tomar dois
comprimidos no dia seguinte, geralmente a solução mais indicada desde que não
tenha ultrapassado doze horas desde a última tomada, se comparado com pesquisa
realizada em Pelotas/Rio Grande do Sul apenas 29,6% deram essa mesma
resposta. Outro fator importante foi visto que 62,5% das mulheres entrevistadas na
Baixada Santista souberam responder quando se inicia o ciclo menstrual fator
importante para o correto uso deste medicamento a mesma pergunta realizada em
pesquisa feita em Pelótas/RGSUL constatou que um número menor 44,7% sabiam
quando se iniciava o ciclo menstrual. Constatando que as mulheres na Baixada
Santista são mais bem informadas no que diz respeito ao uso desta classe de
medicamentos, porém, esta informação não parece vir de profissional da saúde
tendo em vista que um número quase insignificante disse procurar um médico para
tirar suas dúvidas e até o momento o presente trabalho mostra pouca influencia da
participação do farmacêutico talvez devido à população não discernir bem a
diferenciação entre o farmacêutico e o balconista, muitas vezes vendo o profissional
farmacêutico como um vendedor de remédios e não um profissional de atendimento
a saúde (automedicação uma abordagem qualitativa e suas motivações).
Das entrevistadas 32,5% relataram sentir algum tipo de reação indesejável,
entre estas reações estão dor de cabeça, náusea, enjôo e dores nas pernas mais da
metade das mulheres já trocaram de anticoncepcional afirmando que sentiam muita
náusea, dores de cabeça e tinham sangramento irregular. Estas reações adversas
podem provocar automedicação mascarando um possível problema como o uso do
hormônio inadequado ou uma doença mais grave. A troca de um anticoncepcional
37

por outro pode ser prejudicial se a usuária não decidir procurar seu médico ou
buscar orientação do farmacêutico, ademais em pesquisa realizada com mulheres
na cidade de Santarém/Amazonas constatou-se que a principal cauda de
Interrupção do uso e não-uso de métodos contraceptivos estão as reações adversas
e dificuldades de avaliação médica são as causas das mulheres abandonar o uso
dos contraceptivos(OGA, et. al. 2002)
Entre os medicamentos utilizados no período dos 3 últimos meses
antecedentes as pesquisas foram observadas interações medicamentosas que
poderiam provocar falhas na contracepção, reações indesejáveis ou prejudicar outra
terapia. De acordo com Hepler e Stand, no ato da dispensação o farmacêutico
deveria identificar problemas potenciais ou reais pelo uso de medicamentos.
Das entrevistadas 19% alegaram ser fumantes e podem passar a pertencer a
o grupo de risco, o consumo de bebida alcoólica esta presente em mais da metade
das mulheres, principalmente nos finais de semana, há estudos que indicam a
potencialização dos efeitos do álcool em usuárias de contraceptivos. O aumento
desses efeitos podem não só provocar reações indesejáveis, como também
acidentes, abusos sexuais e outros danos materiais ou morais.
Algo muito relevante observado foi a constatação de 48% das mulheres já
fizeram uso de contraceptivo de emergência, média superior a estudo realizado com
jovens universitárias onde se constatou que 45,5% das entrevistadas já haviam
utilizado este método (extraído de artigo emergência). O que sugeri uma
banalização do contraceptivo destinada como uso de emergência, podendo ter como
agravante a falta de uso de outros métodos contraceptivos regulares como por
exemplo. o preservativo. Este relato mostra a necessidade não só de orientação do
farmacêutico como uma intervenção pública a este respeito contribuindo para que o
uso do contraceptivo de emergência não venha ser banalizado e possivelmente
provocar o surgimento de casos de DST (doenças sexualmente transmissíveis). Este
relato mostra a necessidade não só de orientação do farmacêutico como uma
intervenção pública a este respeito.

6.1 Discussão farmacêuticos

A grande maioria dos farmacêuticos soube definir o conceito de atenção


farmacêutica definido por Hepler e Stand. Sobre o período de pausa da pílula 30%
38

dos farmacêuticos deram respostas que prejudicariam o tratamento da usuária,


fazendo o oposto de seu papel profissional, ou seja, promover o uso racional de
medicamentos. Para solucionar dúvidas em caso de ocorrência de esquecimento de
tomada do comprimido apenas 10% dos profissionais deram a resposta correta
demonstrando uma falta de preparação para este tipo de orientação. Na análise das
prescrições um número muito alto 75% não conseguiu identificar qual prescrição
seria suspeita, sugerindo falta de conhecimento entre as diferenças e as principais
razões para a escolha de minipílulas ou contraceptivos orais combinados. Fato
perigoso tendo em vista que uma mulher amamentando que decidi tomar
anticoncepcional com o intuito de não engravidar novamente não teria a orientação
correta na farmácia caso decidisse adquirir o medicamento por conta própria ou
mesmo em caso de estar munida de receita médica. Com referência as interações
de drogas os farmacêuticos tiveram um índice de um pouco mais de 63% de acerto,
média não satisfatória se levarmos em consideração que este assunto é um dos
principais focos de sua identidade profissional.
39

7. CONCLUSÃO

O presente estudo demonstra a necessidade de a população ter um


profissional acessível e competente para solucionar dúvidas a respeito da forma
correta de uso dos medicamentos, apto a explicar suas prováveis reações adversas,
interações medicamentosas e similares. Contudo, embora o farmacêutico saiba a
definição de atenção farmacêutica, neste trabalho demonstrou-se estar pouco apto
para exercê-la. Medidas de cursos de capacitação profissional voltados para a
atenção farmacêutica com foco em diversas classes de medicamentos e seminários
durante a formação acadêmica que abordem o tema é uma medida que pode a
médio prazo contribuir para preparar este profissional para ocupar uma posição de
destaque diante da população.
40

8. CRONOGRAMA
41

9. ANEXOS

9.1 Anexo 1

Questionário Direcionado ao Profissional Farmacêutico (a) na Importância da Atenção


Farmacêutica

Nome (iniciais):_______________________ Idade:____________


Sexo: F ( ) M ( ) Município:____________________

1. Como você definiria Atenção ( ) COC trifásico, pode ser usado


Farmacêutica? normalmente a prescrição não é suspeita.
___________________________________ ( ) CO a base de progesterona, usar
___________________________________ normalmente a prescrição não é suspeita.
__________________________________. ( ) N.D.A

2. A cliente usa Contraceptivo Oral 6. A cliente vem a drogaria e solicita um


Combinado (COC) e terminou sua anticoncepcional oral combinado, diz
cartela de 24 comp. Ontem, porém não que precisa tomar imediatamente
sabe qual o período correto de pausa porém, vai à uma festa e pergunta se
antes de iniciar outra cartela. Você pode ingerir bebida alcoólica, Esta
orientaria a fazer pausa de: cliente deverá ser orientada que:
( ) 7 dias; ( ) 6 dias; ( ) haverá maior duração e intensificação
( ) procurar o médico; ( ) 4 dias; dos efeitos do álcool;
( ) N.D.A. ( ) ocorrerá queda dos efeitos do
contraceptivo;
3. A cliente diz que esqueceu de tomar ( ) não poderá fazer uso de bebida
2 pílulas como proceder: alcoólica;
( ) tomar imediatamente as duas pílulas e ( )deverá tomar o anticoncepcional no
continuar o restante da cartela dia seguinte;
normalmente; ( ) N.D.A.
( ) Parar a cartela e usar outro método de
barreira; 7. Em que situação haveria risco de
( ) Tomar uma pílula imediatamente e se interação medicamentosa, com
houver 6 ou menos comp. possíveis perigos para saúde da
continuar a cartela, porém não fazer a usuária.
pausa. ( ) contraceptivo esteróide (C.E.) x
( )Falar com o médico; alprazolam;
( ) N.D.A. ( ) C.E. x clopropramida.
( ) C.E x Ac. Mefenamico;
4. A cliente vê escrito na receita, ( ) C.E x Metroclopramida;
“iniciar após o 1º dia do ciclo menstrual” ( ) N.D.A
é correto afirmar que:
( ) O ciclo inicia-se no 1 dia da 8. Em que situação haveria o risco de
menstruação;
interação medicamentosa com prejuízo
( ) inicia-se no dia que acaba a
menstruação; no efeito do contraceptivo?
( ) inicia-se no dia da ovulação; ( ) COC x Tetraciclina;
( ) O melhor é voltar no médico e ( ) COC x Paracetamol;
perguntar; ( ) COC x Metroclopramida;
( ) N.D.A. ( ) COC x Ipatropio;
( ) N.D.A.
5. Para uma mulher amamentando qual a
prescrição seria correta e como
proceder:
( ) COC monofásico, pode ser usado
normalmente a prescrição não é suspeita;
( ) Contraceptivo Oral (CO) a base de
progesterona, orientar a confirmar a receita
com o médico antes do uso;
42

9.2 Anexo 2

QUESTIONARIOS DAS USUARIAS


Nome (iniciais):_________ Idade:______ Profissão:____________. Município:_____________.
Obs. pode responder mais que uma alternativa por questão caso tenha necessidade.

1. Faz uso de anticoncepcional? Qual (s)?_____________________________.


( ) Sim ( )Não
Qual?________________. 10. Quando esquece de tomar o que você faz?
( ) Continua tomando normalmente
2. Como começou o uso? ( ) Toma 2 comprimidos no dia seguinte
( ) Prescrição médica.
( ) Usa pílula de emergência.
( ) Orientação de outro profissional da
( ) Interrompe o tratamento.
saúde. Qual?_______________________
( ) Busca orientação medica.
( ) Indicação de amigas/vizinhas.
( ) Usa preservativo.
( ) Propaganda de
tv/rádio/revista
11.No 1 mês de uso do anticoncepcional fez
( ) Outros. _________________________
uso de outro método preventivo?
( ) Sim ( )Não.
3. Por que iniciou o uso?
Qual?__________________.
( ) Prevenir gravidez.
( ) Controle hormonal.
12. Com relação ao ciclo menstrual é correto
( ) Tratamento medico.
afirmar que:
( ) Outros:______________________.
( ) Inicia-se no 1 dia da menstruação;
( ) Inicia-se no dia que acaba a menstruação;
4. Qual período costuma tomar?
( ) Inicia-se no dia da ovulação.
( ) Manhã ( ) Tarde ( ) Noite
( ) Não sabe.
5. Como você costuma tomar?
13. Você já trocou de anticoncepcional?
( ) Alimento. Qual?__________________.
( )Sim ( )Não
( ) Líquidos. Qual?__________________.
Por que?__________________.
( ) Em jejum.

14. Você já conheceu alguém que ficou


6. É fumante?
grávida mesmo usando anticoncepcional?
( ) Sim ( ) Não.
( )Sim ( ) Não
7. Consome bebida alcoólica com que
15. Você já tomou o anticoncepcional de
frequência?
emergência?
( ) Todos os dias;
( ) Sim ( ) Não
( ) Apenas finais de semana;
Por que?____________________________.
( ) Não consumo bebida alcoólica.

16. Mesmo usando o anticoncepcional Já teve


8. Usou nos 3 últimos meses ou faz uso de
sangramento?
alguma outra medicação?
( ) sim ( ) não
Quais?_______________________________.
Qual procedimento tomou?___________.
9. Sente algum tipo de reação após tomar o
anticoncepcional?
( )Sim ( )Não.
43

9.3 Anexo 3

9.3.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidada para participar, como voluntária, em uma


pesquisa. Após ser esclarecida sobre as informações a seguir, no caso de aceitar
fazer parte do estudo, assine ao final deste documento. Em caso de recusa você não
será penalizada de forma alguma.

9.3.2 INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do Projeto: A Importância da atenção farmacêutica no uso de contraceptivos


orais em drogarias na baixada santista.
Pesquisador Responsável: Profª. MS. Maria Fernanda B. P. Pedroso.
Orientador do projeto: Profª. MS. Maria Fernanda B. P. Pedroso.
Telefone para contato: (13) 3286-1104
Pesquisadores participantes: Bruno Freitas, Marcos Aurélio, Marcos Paulo, Mauricio
Mello.
Telefones para contato: (13) 3426-6705 (13) 9118-7284 (13) 8834-4137
A pesquisa será realizada em drogarias da Baixada Santista, nos municípios
de: Cubatão, Guarujá, Itanhaém e Santos, com mulheres em idade fértil entre 18 e
37 anos, que façam uso de pílulas anticoncepcionais orais.
Serão distribuídos um total de 200 questionários, sendo entregues para
usuárias de contraceptivos orais com o intuito de identificar possíveis problemas na
administração dessas pílulas, e 20 questionários para o profissional Farmacêutico
com intuito de verificar de que forma o farmacêutico estará apto para auxiliar as
usuárias desta classe de medicamentos. Os questionários serão entregues pelos
pesquisadores e preenchido pelas próprias entrevistadas.
Após análise dos questionários, os pesquisadores juntamente com o seu
orientador discutirão o possível uso incorreto desta classe de medicamentos, bem
como suas principais interações, reações adversas e de que maneira a contribuição
do profissional farmacêutico que atua em drogaria se torna necessária e eficaz para
44

promoção da saúde de mulheres em idade fértil que fazem uso de anticoncepcional


oral.
As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e
asseguramos o sigilo sobre sua participação. Os dados não serão divulgados de
forma a possibilitar sua identificação.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço
institucional do pesquisador principal e do CEP, podendo tirar suas dúvidas sobre o
projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento.

Nome e Assinatura do pesquisador.


_______________________________________________

9.3.3 CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO

Eu, _____________________________________, idade,____________, abaixo assinado,


concordo em participar do estudo sobre a importância da atenção farmacêutica no uso de
contraceptivos orais em drogarias da baixada santista, como sujeito. Fui devidamente
informado e esclarecido pelo pesquisador sobre a pesquisa, os procedimentos nela
envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação.
Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto
leve à qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/
assistência/tratamento.

Local e data ___________________/______/___________/__________/

Assinatura: _______________________________________________
45

9.4 Anexo 4

TERMO DE APROVAÇÃO DO COMITE DE ETICA


46

10 BIBLIOGRAFIA

BERENSTEIN, Eliezer; A Inteligência Hormonal da Mulher. Rio de Janeiro:


Objetiva Editora, 2001. (BERENSTEIN, 2001)

DUARTE, G. A. Adequação do conhecimento sobre métodos anticoncepcionais


entre mulheres. Net, São Paulo, 2003. Disponível em: < http://www.fsp.usp.br/rsp >
Acesso em 9 ago. 2010.

FARINA, Simone Sena; ROMANO-LIEBER, Nicolina Silvana. Atenção


Farmacêutica em Farmácias e Drogarias: Existe um processo de mudança?
Universidade de Sorocaba e Faculdade de Saúde publica da universidade de São
Paulo. Saúde Soc. São Paulo, v.18, n.1, p.7-18, 2009.

FUCHS, Flavio Danni, Lenita Wannmacher, Maria Beatriz C. ferreira. Fundamentos


da Terapêutica Racional Farmacologia Clinica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 3ª ed, 2004.

GUYTON, Arthur C. M.D; Fisiologia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan,6ª Ed, 1998.

HOLBACH, D. M.; DOBLINSKI, P. F.; DELAPORTE, R. H. Estudo do


Conhecimento dos Profissionais Farmacêuticos Sobre a Metodologia Dáder de
Atenção Farmacêutica. Arq. Cienc. Saúde Unipar, Umuarama, v.10, n.2, p. 81-85,
mai./ago. 2006.

JUNIOR, Divaldo Pereira Lyra; SANTOS, Manoel Roberto da Cruz. O Ensino e as


pesquisas da atenção farmacêutica no Âmbito do SUS, Secretaria de Ciências,
Tecnologia e Insumos Estratégicos/MS Departamento de Assistência
Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2007
47

MARIN, Nelly, Vera Lucia Luiza, Claudia G. Serpa Osorio de Castro, Silvio Machado
dos Santos. Assistência Farmacêutica para Gerente Municipal. Organização Pan-
americana de Saúde/Organização mundial de Saúde. São Paulo: editora 3ª ed, 2003

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Automedicação traz sérios riscos à saúde.


Disponível em: < http://portal.saude.gov.br > acesso em 24 março 2010

MOREIRA, Mônica Regina. Prevalência de uso de métodos contraceptivos


e adequação do uso de anticoncepcionais orais na cidade de Pelotas. Rio
Grande do Sul, Brasil.2006. Dissertação. Faculdade de Medicina, Universidade
Federal de Pelotas.

MOURA, Escolástica Rejane Ferreira e SILVA, Raimunda Magalhães da


Competência profissional e assistência em anticoncepção. Rev. Saúde
Pública vol.39 no.5 São Paulo Oct. 2005.

OGA, Seizi; BASILE, Aulus c. e CARVALHO, Maria Fernanda. Guia Zanini-Oga de


Interações Medicamentosas. São Paulo: Ateneu Editora, 2002.

OLIVEIRA SILVA NAVES, Janeth de. Automedicação: uma abordagem


qualitativa de suas motivações. 2008. Dissertação (Pós Graduação em Ciências
da Saúde). Curso de Ciências Farmacêuticas, Universidade de Brasília, Brasília.

ROVERATTI, Dagmar Santos. Guia da sexualidade. 4ª ed. São Paulo: Ferrari


Editora, 2008.

SERRA, Ana Sudária de Lemos. Direitos sexuais e direitos reprodutivos e


métodos anticoncepcionais. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

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