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Felizmente Há Luar!

, de Luís Sttau Monteiro

Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro, dramaturgo e romancista, formou-se em


Direito, mas optou pelo jornalismo.

As suas sátiras sobre a ditadura e a guerra colonial tornaram-no objeto de perseguição


política e levaram-no à prisão.

A peça em dois atos Felizmente Há Luar! Publicada em 1961 e com a qual ganhou o
Grande Premio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores, foi suprimida pela
censura da ditadura; representada pela primeira vez em 1969, em Paris, só chegaria
aos palcos portugueses em 1978, no Teatro Nacional, encenada pelo próprio autor.

A obra:

Felizmente há Luar! Recupera os acontecimento do início do seculo XIX, que vão servir
de denúncia da situação social e política do país nos anos 60, no seculo XX.

Felizmente Há Luar! De Sttau Monteiro recria em dois atos a tentativa frustrada da


revolta liberal de Outubro de 1817, reprimida pelo poder absolutista do regime de
Beresford e Miguel Forjaz, com o apoio da Igreja. Ao mesmo tempo, chama a tenção
para as injustiças, repreensão e as perseguições políticas no tempo de Salazar, nos
anos 60 do século XX (tempo de escrita).

A ação centra-se na figura do general Gomes Freire de Andrade e da sua execução,


mostrando ao mesmo tempo, a resignação do povo dominado pela miséria, pelo medo
e pela ignorância.

Gomes Freira “está sempre presente embora nunca apareça”. O protagonista é


construído através da esperança do povo, das perseguições dos governadores e da
revolta impotente da sua mulher e dos seus amigos. Amado por uns, é odiado pelos
que temem perder o poder.

Gomes Freire é acusado de chefe da revolta. Os governantes – Miguel Forjaz,


Beresford e Principal Sousa – perseguem, prendem e mandam executar o general e os
restantes conspiradores através da morte na fogueira. Para eles aquela execução, à
noite, constituía uma forma e avisar, de dissuadir outros revoltosos; para Matilde de
Melo, a mulher do General, e para mais pessoas a luz da fogueira era uma luz a seguir
na luta pela liberdade.
Comparação do Tempo da História com o Tempo da Escrita

TEMPO DA HISTÓRIA TEMPO DA ESCRITA

Século XIX (1817) Século XX (1961)

Absolutismo Salazarismo

Exploradores e Explorados Exploradores e Explorados

Há falta de liberdade, os poderes estão Falta de liberdade e desrespeito pelos


concentrados direitos fundamentais

O povo vive em péssimas condições de vida O povo vive em péssimas condições de vida

Manuel quer participar na conspiração para Os militares antifascistas revoltam-se contra


derrubar o regime a ditadura, sem sucesso
Os delatores, são cúmplices dos opressores e Os “bufos” ajudaram a manter o regime
traem o povo fazendo denuncias
A PIDE, a polícia do regime, ajudou a
Dois polícias ajudam a manter o regime
sustentar a ditadura
Salazar e os apoiantes políticos, as forças
As classes dominantes são representadas
estrangeiras (Inglaterra), os monopólios e a
pelos três governadores do reino
igreja
Processos de condenação sem provas e
Condenações sem provas
julgamentos

O general Gomes Freire de Andrade é Para além das inúmeras execuções, em 1965
executado executa-se o General Humberto Delgado

Revolução Liberal de 1820 Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974

Liberalismo Democracia
PERSONAGENS

REPRESENTANTES DOS
AGENTES DA DENUNCIA PODERES
NÚCLEO DE SEGUIDORES DO NÚCLEO “FAMILIAR” E DE
DO GENERAL ESTABELECIDOS
GENERAL (POVO) AMIGOS CHEGADOS
(DELATORES) (DOMINIO BRITANICO,
IGREJA E NOBREZA
 Manuel  Vicente  Marechal Beresford  Matilde de Melo
- “ O mais consciente dos - Demagogo, hipócrita, - Representa o poder - Personagem principal no
populares” – denuncia a traidor, interesseiro, militar e sente-se Ato II, é a companheira do
opressão e a incapacidade do desleal, sarcástico, superior em relação aos Gomes Freire. É forte,
povo conseguir a libertação e corrupto, bajulador. Faz portugueses e a persistente, corajosa e
sair da miséria. o que for preciso para Portugal. É interesseiro, inteligente. Defensora do
ganhar um cargo na calculista, trocista, marido, não desiste de
polícia. Só o dinheiro e sarcástico, oportunista lutar. Personifica a dor das
o poder contam na vida. e mercenário. Tem mães e esposas. É a voz da
medo que o General lhe consciência junto dos
tire o lugar. governadores e acusa o
povo de cobardia, mas
acaba por entende-lo.
 Rita  Andrade Corvo e  Principal Sousa  Sousa Falcão
- Mulher de Manuel, receia o Morais Sarmento - Representante do - Amigo do General e de
desenvolvimento político do - Hipócritas, poder da Igreja, é Matilde. É medroso.
marido. oportunistas e fanático religioso, Partilha as mesmas ideias
mesquinhas. Não olham desonesto, demagogo, que do General mas não
a meios para ganhar hipócrita e corrompido teve coragem de os
dinheiro. São os “bufos” pelo poder eclesiástico. defender e autorrecrimina-
do regime, por medo Tudo faz para conservar se por isso.
das represálias por a sua posição no
estar contra o poder governo.
politico.
 Antigo Soldado e Populares  Dois Polícias  D. Miguel Forjaz  Frei Diogo
- São personagens coletivas. - Atuam juntos dos - Representa o poder - Representante da Igreja e
Representam através das suas populares e são político e a burguesia consciente do estado do
falas o analfabetismo e a temidos pela repressão dominadora. Primo do País.
miséria. A sua arma é a Ironia. que exercem. General Gomes Freire é
Sentem-se impotentes face à Denunciadores. prepotente, calculista,
situação do País e desconfiam vingativo, autoritário e
dos poderosos. corrompido pelo poder.
Embora no Ato I estas
personagens acreditem em
Gomes Freire de Andrade e na
libertação do terror da
opressão, no Ato II deixam de
acreditar no General (preso e
executado), mostrando
desânimo e desilusão.
SIMBOLOGIA

Representa a feminilidade e a familiaridade e, por ser verde, a


fertilidade e esperança. Comprada em Paris (terra da liberdade), com o
dinheiro da venda de duas medalhas representa a felicidade do
Saia Verde passado. Colocada por Matilde no momento da execução, destaca a
“alegria” do reencontro (da união do casal) e aponta um novo caminho
de esperança e alento.

Surge por duas vezes, inserido nas falas. Na expressão de D. Miguel, o


luar permitirá que o castigo seja visto por todos e, por via do terror,
garantirá a eficácia desta execução pública pelo efeito dissuasor. Nas
O Título
palavras de Matilde, o luar irá alertar as consciências, levando o Povo a
lutar pela liberdade, contra a tirania.

Simboliza por um lado, a destruição (pelo menos, momentânea das


esperanças) mas também a purificação e, pela luz que emite e energia
A Fogueira
que gera, o poder de luta para garantir a revolução.

Simboliza a hipocrisia social, a forma como se acalma a consciência com


uma esmola e é símbolo do desrespeito (dos mais poderosos em
relação aos mais desfavorecidos). Quando Matilde a entrega ao
A Moeda de Cinco Reis
Principal Sousa, a moeda é comparada às que Judas recebeu (moedas
de traição com que se compram as almas).

São símbolos de repressão, provocam o medo e prenunciam a


Os Tambores ambiência trágica da ação.
ELEMENTOS TEXTOS DRAMÁTICOS

Estrutura Externa Estrutura Interna


- ATO (cada uma das partes em que se - Exposição – apresentação das
divide uma peça) - corresponde à personagens e da própria ação.
mudança de cenário; - Conflito – desenvolvimento dos
AÇÃO - CENA – divisão de um ato através da acontecimentos que compõem a ação
entrada ou saída de personagens. – peripécias, momentos de
expectativa, momentos de
retardamento;
- Desenlace – conclusão da ação.
Texto Principal Texto Secundário
- Falas das personagens que - Didascálias ou indicções cénicas –
comunicam diretamente, umas com as informações do dramaturgo sobre o
outras, contando elas próprias a cenário, gestos, entoação,
história; movimentação e nome das
personagens (destina-se ao leitor,
 Modalidades de discurso encenador e atores).
- Dialogo – as personagens falam
entre si (discurso direto); Em Felizmente Há Luar! Surgem dois
-Monologo – quando uma tipos de texto secundário, as
personagem fala consigo própria; didascálias e as notas da margem.
TIPOS DE DISCURSO - Apartes – fala das personagens que Tanto as notas à margem
se destinam a ser ouvidas apenas (esclarecimentos sobre afirmações das
pelo público. personagens), como as didascálias
permitem ao leitor entender o
objectivo final do texto dramático – a
representação.
Na peça, o texto teatral (indicação de
gestos, entoações, movimentação dos
atores) ganha particular relevo,
mostrando o caracter de homem de
teatro do autor dramático.

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