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UNIVERSITY
OF CHICAGO |
LIBRARY
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Natural dº Riº de Janeirº. … - }
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NA OFF, DE SIMÃO THADDEo FERREIRA. }
Com licença da Meza do Desembargº dº Paçº. }
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Vende-se na lºja de Borel Borel, e companhia, ,
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. Ao LEITOR BENEVOLo. -
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* v2 "...: . … . . ! : -> ".
lhes perguntares o que é isto, dir-te hão , que em
Latim são diversas terminações do mesmo nome, que
servem para indicar as varias relações , em que se
representa o objecto significado pelo nome. Mas
além de que são idéyas falsas dizer, que ha genitivos,
dativos, &c. em Portuguez, tambem serião falsas no
ções as que se dessem de correspondencias entre o
HLatim, e Portuguez. Me v. g. parece se com o ac
cusativo Latino , quando dizemos feriu" me, matou
me: mas me tambem indica o termo da acção, quan
do esta tem paciente, e termo, v. g. matou me um
cavallo; cortou me uma arvore, deu me um Livro,
as quaes relações no Latim se representão por outro
caso diverso: (mihi e não me) e no Portuguez múi
tas vezes me, e a mim representão o mesmo.
Alem disto; a tua lingua deve servir te de meyo
. para aprenderes as estranhas, e seria absurdo querer
te explicar o artificio da Sintaxe , ou composição
d’ella, por meio de outra lingua, e suas regras, que
demais de serem inapplicaveis aos idiotismos Portu
guezes, te são ignotas, e mais difficeis."
Quasi todos os Grammaticos, que tenho visto,
engrossão os seus livros com conjugações: as regras
da composição, parte tão principal das Grammaticas,
reduzem nas a muito poucas. Eu cuido que te expli
quei esta parte da Grammatica com assás curiosidade,
propondo-te o que nella é mais recondito, e múitos
exemplos dos bons autores, que seguramente imites,
porque tambem a copia delles te fará cair mais facil
mente na intelligencia, e applicação das regras. Ajun
tei algúas observações á cerca de frases, e construc
çõçs erradas, ou menos seguidas, para que imitando
o bom dos livros Classicos , não sigas tambem os
erros, e descuidos, ou o que já hoje se não usa ge
ralmente. (c)
Acha
a{\ .
Acharás neste Compendio algúas palavras, con- - #
jugações, e frases, que te dou como antiquadas, pa- # ,
ra que - não as estranhes nos bons autores, e não as #
imites , , -
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e a Malaca Conquistada do Menezes tem múito me
lecimento; mas estes tiverão em Camões um grande .".
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Delles tirei os exemplos, que te propuz; nelles
te exercita; conversa-os de dia e de noite, porque
se basta o estudo de um anno para saberes meyámen
• te um idioma estrangeiro, quandº quizeres saber º
lin
:
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blicárão se em 1372, anno em que se fizerão as duas
primeiras edições da lusiada: Camões formou se a si
inesmo na
estilos, sua lingua,
quando não foie grande,
teve felicidade em todº
e sublime. º
A inve
ja, que º perseguíra na sua vida, resuscitou ha pou
co, preferindo lhe a Ulissea de Gabriel Pereirº, e até
a Malaca Conquistada. Mas a Ulissea só tem º meiº
ecimento
guia. Adafabula
dicção, em que eCamões
copiadalhedasfoide mºtº.»
•
é imitada; Horme
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-, . .
, ., . Nam ipsum Latine loqui est illud quidem in
: : : - magna laude ponendum, sed non tam sua spoi»-
•• i * , te, quam quod est a plerisque neglectum. Non.
-: • • enim tam praeclarum est scire I.atine, quam tur
. pe nescire ; neque tam id mihi Oratoris, quam.
, :: : : , Civis Romani proprium videtur. -
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G R A M MATICA
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19 E P I T O M E
lavras de Sillaias; as Sillabas de Sons elementares, e
suas medificações; e estes representão se aos olhos com
Lettras. • .
DA GRAMMATICA roRTUGUEZA **
ou combinada, e precedida de consoantes, eu tam
bem de qualquer ditongo; sendo prºferidas a vºgal.»
ou o ditongo em uma só emissão , ou impulso da
voz, e formando uma palavra , comº º, de , lei,
hui, sãº; ou parte de uma palavra v. g. 4+º, º gº»
a-drº, tem-plo, es-cri-tu-ra, ice-ptrº.
12. Os sons vogaes simples, que temos, são os
seguintes A á fortes, ou agudos: A, à graves: 4
a mudos; É, é agudos; * à graves; E e mudos:
f i agudos, í i mudos; ó é agudos; b º graves; º
º mudos; Ú ú agudos; U u mudos.
13. Exemplos das vogaes agudas, ou fortes : Cºr
ro, Férro, Tíro, Porta, Faro.
14. Exemplos das graves: Làma, Camelº, ève,
Eàio. |- •
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az .. ' ' ' E P I T O, M E , .
os seguintes ña, ie, ái, áº, Fe, éi, óe, Bi, óo, áa,
si, úº. Os nossos mayores usárão alguns, que já não
usamos; antes os reduzimos, a sons nasaes simples:
nós não pronunciamos v. g. Lä-a, mas Lã : elles di
cerão , , e escreverão bée, que nós ainda dizemos, pos
to que escrevemos bem , e impropriamente; dicerão
a fi-i, que dizemos a fim, dicerão há-º, há-º, que
hoje dizemos bom, hum (a). São pois os ditº agos ua
saes, de que hoje usamos, exemplificados nas pala
vras seguintes Mãe, ou Mái, São , Bée, Véi, . Re
zães, Póis, Úa; e Mái, e Müite, que ninguem pro
nuncia com u puro, como os de fui, Tui &c.."
19. As lettras, com que representamos os sons
vogaes são A a, E e, I i, 0 o, U u. Os sinaes
* * dos accentos, ou tons mais, ou menos fortes, com
que proferimos, as vogaes são (!) agudo, (' ) gra
- ve: as mudas não tem sinal particular: o accento
circumflexo não o temos;.. as vogaes, que com elle
se notão, são graves. ( b ) As nasaes notamos com
• * * *
•• ••••• . *** * ** * * * *… - Aº' • UITA
*; , , .… --- …
um
são, tilvéis,
( — póis,
), quandº
cãiba, formão ditongos,
&c. e quando são v. É mãe,
simples na- •
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L IV R O I.
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Das Palavras pºr si só, eu partes da Seatença. }
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A
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vez se arrojão, ou entremettem com as da linguagem 2 =
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analisada, v. g. ai de mim ! guai dº tiranº ! e por *
isso se chamão Interjeições. ***
& $e
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23 EP I T o Mɺ -
C A P I T U L O I.
2@ - E P IT O M E .
mente Tu, Te, Ti, Tigo ; e no plural a mais de
um, Vés,
pessoa. (…) Vºs, Voico, e tal e o pronºme da segunda
• •
:
i",{
(*) Eu indica mais e melhor o individuo , que
afirma de si algúa coisa , que o nome proprio do
sujeito, o qual póde ser ignorado da pessoa, a quem
} falamos; e ao mesmo tempo que individúa tanto, é
commum a todos os que o dizem de si. Tu quasi
sempre requer nome adjunto, quando ha varias cois
sas, ou pessoas presentes, a quem falanos, v. g.
Tu só, tu puro amor, &c.
{ (b) Se alguem fala a si mesmo trata se como a se
gunda pessoa. Socrates ( dizia elle entre si) conhe
;{ , ces o teu engano? Se fala de .si pelo seu nome pro
#
\ prio, considera se cer, o tereira pessoa, v. g. So
•
º cs
trates
vos ( saudo.
escrevendo a outrem) vos envia saudar; ou,
•
: | •
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA. si
mentativos, v. g. homemzarrão, mulheraça, ou mulhe
º rona, caval’ão, &c. dos adjectivos, v. g., doidº deidar
rão, louco toujuiuho, secco seccarrão; Ladr㺠, ladrº
vás, &c. (c) *
• C A P I T U L O II.
|
cunstancias , v. g. º homem , que houtem vimos : º
velho da mentanha : o homem sábio : o casquilhº de
bairro. Outras vezes subentende se facilmente a cir
cunstancia, ou circunstancias restrictivas, v. g. º viste
º homem ? i. é, de quem já falámos. & Foste á praça ?
i. é, á praça desta Cidade. ! Já veyo º Pedro ? i. é, o
moço de casa d'este nome. -
|
4.
ild IYOt㺠} ?
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$2 . • EPIT o M e
4. Os nomes individuaes, ou proprios são de si
mesmos determinados, em quanto á sua extensão; e
por isso não admittem adjectivos articulares. Assim
não dizemos o Catão, o Serteriº fez isto: a Roma é
Cidade antiga. (a), Se a cubiça de Italia, e as de
licias de Asia não devassarão Portugal. , (Eufr. 2. Sc.
5.) », Africa, Europa , e Asia as adorou. , (Camões,
Soneto 44. e V. Lus. 1o. est. 97. e seg. até 1os. Bar
ros, Gram. Dedicator.)
5. Todavia acinão se nomes proprios de regiões,
e os dos rios, e dos montes com artigos, pois di
zemos, v. g. a India, º Egito, º Cairo; a Ethiº
pia, a China, º Japãº, º Deca", o Canará; º Te
Jº, º Mondego , º Etna, º Vesuvio, o Norte , , º
Sul, &c. Isto procede assim, porque os nomes indi
viduaes, a quem não conhe-e os individuos, não dão,
pela mayor parte, idéya algia, nem da classe, a que
pertencem ; e por isso era usual ajuntar se o none
commum com o proprio apposto, v. g. º Rio Mou
degº, º Rio Tejº, º Lagº, ou a Lagºa Mcvthis, a re
: : :
•
gião Africa,
Vesuvio, a Cidade
o reino Mciade,#ce 1, o noite
a Cidade Beja; Etna , o monte
,, a Cidade Zei
•
i la situada na terra Africa. ,, (V. Barrºs D. 3. L. 1.
C. 5.),, a terra Asia ,, º reino Deca , ,, a Ilia In
glaterra, (Barros. 1. 9. 1. e 2. 6. 1.) &c. Depois
| que as noticias geograficas se divulgárão mais, foi se
omittindo o nome comimum , e ficou o artigo tal
•
vez com o nome proprio. E d'aqui véi a variedade,
com que os mestres da lingua hora exprimem, hora
calão o artigo antes dos taes nomes. (b) », Le o que
}
•
edit. de Genève, 178o.), Cá sem razom seria ao afili
cto accrescentar hom afilicçom. , , (Orden. do Snr. D.
Duarte.) Neste sentido o dizem as mulheres de si. V.
Camões, Anfitriões A. 1. Sc. a. » Há-os homem de tra
zer nos amores assi mornos, ,, e no Filºdemo, A. 2.
. Sc. 5.: Barrºs, Clarim. L. 2. C. 22.: Ulisipo de Jor
lº
ge Ferreira, f. 33. Inedit. tom. 3...f. 6. ». Homem não
? póde jurar por ninguem. , (Eufros. 1. 6. f. 32. V.
A 3. Sc. 1. Ferreira Comedias,.f. 24- 31. Ulisipo Ce
med. f. 1 18. e 191. edições ult.) Os editores ignoran
tes accrescentárão o artigo em semelhantes modos de
dizer, o que não véi nas antigas edições.
DA GRAMMATICA PORTUGUEZAº s? |-
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26 , E P I T o M E
14. Alem deste temos os adjectivos articulares nu- |
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E P I T O M E
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{# i * 17. Mea,
maticos, Tea,
que são Seu,nesNossº,
pronº Vºsso dizem
possessivos; os Gram
mas são verda
deiros articulares possessivos. D'elles usavão nossos
mayores sem artigo simples , v. g. é filho de meu
pai: é efeito de tua , de vossa bondade. Só acom
panhavão estes possessivos com o artigo, quando ca
lavão o nome, v. g. ésta espada é minha; a vossa é
aquella: ou quando se falava de algúa coisa habitual,
v. g. , estou com a minha dºr , , .
13. Todo é outro articular, que usavão sem o ar
tigo, para indicar a totalidade de individuos, v. g.
» Só Deus é verdadeiro, e tºdº hºmem me tirºsº ,, em
toda parte ,, a toda hora. Só acompanhavão todo com
o artigo , quando falavão da totalidade de partes de
uma cousa, v. g. o homem todº não é mortal : ar
deu a casa toda : passei todo o dia com João. Ho
je múi vulgarmente se ajunta o artigo a Tºdo em
ambos os casos , e dizem promiscuamente : Todo º
WII/(4*
<iada 5° 69. 75. 76. e V. Cait. 1.º est. 71. 2.º est. 1 =
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pA GRAMMATICA PORTUGUEZA. 3º , • ###
ve, mais verdadeirº; e usando dos nomes por adjectiº ##
vos, dizemos, v. g. mais homem, que outrem; mais ####
mãe, que avó; º mais sem honra. - }
6. Dos superlativos temos algúas fórmas simples ?>
tomadas do Latim, v. g. Maximº, Minimº, Optimº, X:
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA. ; ,
17. Abaixo tratarei dos Participios, que são adje
ctivos attributivos verbáes, ou derivados dos verbos
(V. Cap. 5.).
,\
#
cA e I T U L o Iv.
De alguns accidentes communs aos nomes, e adjectives
I. S nomes, e os adjectivos, que os modi
ficão, varião de terminações, quando si
gnificamos múitos objectos; v. g. um dia, dois dias,
este pomº verde, aquelles pomos doces: isto é, ir o no
me, ou adjectivo ao plural.
2. Igualmente se varião os nomes para indicar os
séxos dos individuos; e os adjectivos que os modifi
cão, para apparecer a qual nome se referem : assim
dizemos, . v. g. Le㺠bravº ; Leºa parida , brava;
homens máos; feras tigres (').
A $. I.
34 E P I T O M E -. -
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f.jº
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dA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. rs
manteigas, especiarias, pimentas, vinhos, leites, dar
encensos; famas; os trens dos exercitos, as memorias,
os quaes alguns Grammaticos dizem, que só se usão
|#
*A
C ii IO,
J6 E P I Tº O M E
1o. Os que acabão em vogal pura, ou nasal, tem
o plural accrescentando se ao singular um s: v. g.
casa, casas; boa, boas; lebre, lebres; leve, leves; Ne
bri, Nebris; Dono, Donos; Sé, Sós; Lá, Lås; Cã, Cás;
Bahú, Bahás. Reyes de Rei; Leyes de Lei; Payes de
Pai; Alvaráes de Alvará; e Péis de Pé são antiqua
dos. ( Paiva, Serm. trás péis, e F. Mendes).
11. Os nomes acabados no ditongo nasal āo, tem
o plural mudando o áo em óes; v. g. razão, razões.
Outros seguem a regra geral, e tem o plural em åor :
v. g.A Accórdão, Alão, Anão, Ancião, Cestellão, Chão,
Christão, Coimbrão, Conimarcão, Corterãº, Grão, Ir
mão, Lédão, Mão, Orfão, Orgãº, Orégão, Pagão,
Rábão, São, Sótão, Soldão, Temporão, 17ão, Zán
gão. Alguns dão plural em 5es a Villão, Aldeãº, Ben
$ão, Anão, Cidadão, Cortesão (c).
12. Tem plural em áe, Cepellão, Cão animal, Al
lemão, Catalão, Deão, Ermitão, Escrivãe, Guardiãe,
2Massapão, Pão, Sacristão, Tabellião: dicerão alguns
Feliães; hoje dizemos Foliões. Os Bulcões, os Vulcões,
de Bulcão, e Vulcãº, ou Bulcãos, e Vulcão", que são
mais conformes á regra geral.
13. Os nomes , e adjectivos terminados em al,
el, ul, mudão no plural o l em es: v. g. Sal Sáes;
i Natural , Naturáes; Sol , Soes; Azul, Azues, Ta
-
| Jul , Tofues. Mal tem por plural Males, Cal de moi
nho
|
(c) Todos dizemos as benções do Ceo. (Souza, V.
do Arceb. l. 4. C. 15. Elegiada, f a 83.) e os Clas
sicos dicerão benções da Igreja, (Ined 2. pag 123.)
que hoje dizem bênçães. Peões de Pcdones barba
ro, é mais usual , que peões: “ innumeros peões. »
(Lusiada) Peães é variação feminina (V. Eufros. A.
3. Sc. 2. pag. 115. “ as outras prões.») e será peões
ara homens. Aldeão, áldeães: Os Cão, perto de Lis
fº, os velhos encanecidos, com cãs; “velhas cãs; º
palavras cãs, múi idosas, antigas. Al㺠tem no plu
ral alães, alios, e alões. V. o Dicconario.
DA GRAMMATICA roRTUGUEzA. "
nho Cales; de pedra, ou ostras, as cáes metallicas, &c.
Consul Cºnsules, Curúl Curúles, Aaval Auzºes: (An
|
zelos é antiquado de Anzolº). Real moeda imagina
ria; o plural reúes abrevia-se em réis: v. g. mil réis.
14. Os nomes, e adjectivos em ele mudão no plu
ral o leem is: v. g. Sável Sáveis; Amavel Amáveis;
eurºpél, plur. europélles ( Arraes, 1o. 74-). Aos termi
nados em il agudo muda se o l em *: v. g. Anaft
Anafis , Vil Vis, Gavíl Gazís : ( Anafiles de Ana
fil, é pouco usado) Edil, Ediles, ou Edís. Os que
não tem o accento no il mudão-no em eis : v. g. Fá
cil, Fáceis; Dócil, Dóceis. Habiles, Faciles, Terribi
les, e semelhantes plurães, que usárão os classicos,
i
estão antiquados. Os antigos dicerão melles , nos méis.
15. Aos nomes acabados nas nasáes em, im, em,
um, muda se no plural o m em ns (*) v. g. Bom ,
Bons; Dom nome, e prenome de honra Dons ; (os
classicos terminavão Dões por dadivas) Bem, fas
Bens, que se pronuncia Bres , assim como Vintées,
Armazées, e semelhantes ( que assim se escrevião, e
seguião a regra dos nomes acabados em vogal , ou
ditongo
um es, nasal ) a Canon, Nomecânon , accrescenta se
Canones. •
#
v. g. “. Aquelle fonte de eloquencia Tullio » (Resen {
de, Prol dº Leliº). “ Morto aquelle peste do Mundo *
Herodes » ( Paiva, Serm. t. 1.). “ Veyo Francisco de
Tavora em a sua Rei grande (sc. nau ). » Barros
* 3. és
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4º EºIToMe
* º lugares, achão...se commummente femininos; e
ºlvez masculinos referindo se aos nomes communs
Jºgar, Villa, Reino, cidade , Região, Praça Assim Ce
** traz Piu masculino, e feminino ( Lguiada, 2.
5º; e nº C. 1o. est. 64. e 67.) Freire , a illustre
Diu: outro Diu (Castanheda L. 8. J. ; ;.) ** Tan
É** Pºpulºsº, e º dura Arzila, Porém elas em fim
Pºr força entradar » (Lusiada 4. est. 55. e 56.).
4 suberba Ormus (Lusiada 1o. est. ; 3. ). “ Or
* - S - º torna d'elle posse » (2.º cercº de Diu, .f.
434: ) - “A ºpulenta Bisanciº, e iodº º Epiro » ( Naufr.
de Sepulveda, f. 24. ): a guerreira Carthago; a infa
* Egytº; a bimar Corintho; a cidade Beja . . . .
Trançoiº destruida ( Lusiada 3. 63. ). Santarem é
tomado (Leão, Cron. de D. Af. 1.). Scilla, e Cha
riºdº mascul. ( Lusiada e Ferreira j e femin. Ulis
Jea, 8. 72. (*).
3- Todavia os nomes proprios usados sempre em
um gênero não se alterão; e é erro vulgar dizer te
de Lisboa, tºdo Castella; e menos proprio dizer se
"º#Pre, um Gaido; porque o nome commum » e
#ais obvio, a que devem referir se estes, é ilha:
“ºutrº Chipre, outra Guido ali se via » Seg. Cercº
de Piº, f. 138. a fresca Cypre (Lusitan. Transf.
J = 13. ) “ Nesta ilha Cipre a Venus dedicada. » .
Nº Jornada d'Africa véi (e mal ) todº Hespa
nhº: tºdº Berberia ; Féz º nove, &c. ( a f. 49: «
99. ). Tºdo Hespanha será todo o territorio , ou reino
Hespanha ?
6. Nótese, que os nomes proprios dos Lugares,
que antes forão appellativos, ou communs , seguem
º generº das terminações; v. g. º Portº, º Pombal,
a Bahia, os Ilhéos, &c.
Des
|
;*
*.
e
42 • E P I T O M E
dº » ( Lusit. Transf. f. 155.): º e a apestata, &c.
Sentiacla é feminino: Guarda de navio, e prisão mas
culino; alias dizemos : traz uma guarda de cavalla
ria; o corpo da guarda; as guardas Reães; os Guar
das marinhas; as gu irdacostas. Os e as Vigias, Ata
layas, homens; mas a Atalaya, a Vigia, póstos,
sempre são femininos: ºs guias, fºi guias homens, ou
mulheres; mas as guias cordões; feminino: es, e as
espias homens; (Freire, f. 398. ) uma espia lugar; e
corda nautica: trombetas bastardas (por trombeteiros)
no feminino, e logo “vestidos de seda... e muito
bem encavalgados; º traz Resende (Cron. de D. Joãº
2. C. 128.) com boa distinção. Mocnila homeau é
- masculino; saco é feminino.
11. Nos nomes acima , e outros como Fiador,
Fiadora; Juis, Juiza; Doutor, Doutora; Idolo, Idola;
Infante, I junta; Parente, Pare ita; Prégador, Pré
gadºra vemos a analogia, que dirigiu os inventores
das linguas, para darem diversos generos, e termina
ções diversas para machos, e femeas. (c) Não se vê
porém a razão, porque dicemos o Páo, o Pão mascu
linos, a Pedra, a Farinha femininos. Nestes de coi
sas sem séxo, apellativos , ou conmuns, seguiremos
as regras abaixo.
• Ge
{#
(e) Nos Livros classicos, e nas Leis vemos fiador
mascul. e feminino , e assim Prégador, Autor, Ser
vidor, Devedor, Inventor, Senhor, Juir: v. g. eu
sou má Juis; Infante. Mas já os classicos mesmos di
cerão Moradora, Tragadora, &c. Hoje geralmente da
mos variações em a femininas a todos; e nº femin.
tambem dizemos a Poeta, ou Poetiza; a Prºfeta, ou
Profetiza; º e a Martir, &c.
•
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA. 4y
A -
#
E P I Tº O M E
16. Os nomes em om, im, um são maseulinos.
Fim ácha se femin. nos antigos, mas é desusado; e
dizemos º meu fim: este fim teve.
17. Os nomes em l, e r são masculinos. Except.
Cul, Colhér, Dor, Flor; ésta côr, vontade , ácha se
nos Livros classicos; ésta côr é usual. Os Infinitos
dos verbos são, nasculinos: v. g. o amar, o ler, e ou
vir; o serdes letrados; º sermes feyas (*).
18. Os nomes em s, e z são masculinos: v. g.
um Atlas; um As dos naipes; a Az esquadrão ( Cla
rim. 3. c. 11.) um Ras panno; Jus, Alcatrus, Al
cassús: são femininos ##"
Arras, Cócegas, Alvi
faras, e outros usados no plural, e assim Preces,
Efemérides; &c. Cutis é feminino, e assim o são Paz,
Tenáz, Vºz, Toryuèz, Buiz, ou Boiz, Matriz, Foz,
Vóz, Nóz, Cruz, Luz, &c.
Das variações dos adjectivos accommodadas aos generos
dos substantivos.
#i
19. Os adjectivos de duas terminações em a, e
e tem ésta para os nomes masculinos; as em a para
os femininos; v. g. casa nova, templo novo. Parvo tem
o feminino párvoa, e dizemos uma parva de almoço:
Ca
•
;}:
:*
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA. 4;
Cada é invariavel, ou commum : cada homem, ou
mulher.
2o. Os terminados em e servem para nomes de º ?
# =—
ambos os generos; v. g. casº grave, materia grave: .
Elle, Este, Esse , Aquelle, mudão o e final em º
com os nomes femininos; e assim Cofre, Hereje (*)
Parente. É invariavel Infante adjectivo: mas dizemos
#
a Senhora Infanta, posto que os antigos dicérão nes
te sentido Infante. Regente, Penitente, Amente são
communs ; e assim mesmo outros adjectivos verbáes
em ante, ente, e inte. ( Cam. Filod. tem. 4- f. 163.)
Constantemente dizemos uma corrente, talvez suben
tendendo cadeya (V. Barrºs, Clarim. L. 1. C. 23.): a
vaiante, a descente da maré ; na mingwante da tua,
i. é, na quadra minguante : na minguente dos vºcá
bulos (Lusit. Transf.) ; º Fendente do brinco, e do
sello do Chanceller (Orden. Afons.).
21. Meu, Teu, Seu, Sandeu, Judeu tem os femi
ninos Minha, Tua, Sua, Sandia, Judia: aos em a
puro accrescenta se um a na fórma feminina: v. g.
Nu Nua ; Cru Crua. >"
*--*
-
.
\,
/
• 46 • E º I T o M E
Commum tem Commúa femin. nos Livros classicos; ou
• • commum para ambos os generos; e alguns os imitão;
- mais ordinariamente dizem commua , contra aquelles
. . exemplos, e a analogia de um , e derivados (h): Ca
º "i". brum, Cabrás, ou Cabrua.
: - • 24. Os adjectivos , ou nomes acabados em or
• achão se enesta
culinos, mesma v.forma
femininos: g. Secommuns para os
lhora Superior, mas»
Fiador
# • •
f
() “Lettras conservadores de todas as boas obras º traz
: Barrºs no Prol da Dec. 1. edições de 15 ; 2. e 1623.
* * (V. Ined. 3...f. 34.) mas o mesmo Barros (no Cla
*
• rim. L. ; ) dice: “ a Lºba marinha grã tragadora: º e
-, • Camões º Eternas meradoras do Parnaso: º e ésta é a
3
*
• variação, que gérálmente se usa com os nomes femi
…______
*
----
• * ** * *
| | "}" |
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA. 47
• cA e I T U L o v. ">
• +
}
#
48 err roMe
4. Na lingua materna temos dois modos verda
deiros, o Indicativº ou Mestrador, com que afirma
mos, e o Imperativº, ou Mandativo, com que man
damºs , pedimos, exhortamos , ou declaramos o nosso
querer directamente a alguem.
5. Temos mais variações verbáes ditas do Mode
Conjunctivo , ou Subjunctivo, as quaes não declarão
afirmação , nem mando; mas ajuntão um attributo
verbal referido á primeira, segunda, ou terceira pes
soa, e tudo subordinado a outra sentença principal,
em que entra verbo no Indicativo, ou no Imperati
vo: v. amem
que te g. Não(b).
espero, que venhas cá: Ama, para
•
+ *
•
• * • - " -
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA. 49
que ºfenderes a teu Creador.cºm peccado mortal B
( Flo, Sanct. Vid. de S. Luis, f. CVIII. edif. de 1967. 3 *
\ ,
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Se . " E. P. I T O M E " " " •
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• •
•
•
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA: #s º
ante, ente, inte, que significão adjectivamente o atº
tributo do verbo: v. g. eu sou amante. (d) Estas to- -
-- • • •
* • •
$e E. P. I T O M E º " "
é a murmuração dº povo. O variar faz bella a Natu
reza ! Por isso concordão com adjectivos articulares,
e attributivos. “ Porem vós, tristes Reis, "neste ser
Reis, negais a natureza, de que Deus vos formou. »
( Mend. Pinto, c. 163.) •
;
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. ss #*** }
}
gleza º gerundio serve de sujeito de proposições acó
panhado dº artigo the : “the making ºf war; º º fazendº,
ou fazer da guerra C Spectator, nº. 7; ). Nós dizemos
semelhantemente: “E sabendº elles, que me hão-de achar
com sigº, quando menos o esperarem, bastará para an
darem espertos: º onde sabendº elles está como º sa
Berem eles... bastará para &c. i. é, o gerundio per
sonalisado Por sujeitº do verbo (Sºuza, V. de Arces.
• \
= |- • -- |
" { •
#
### . "
{
5a . E P I T O M E
presentão o attributo verbal incópleto, imperfeito,
| actual, e nisto diferem dos infinitos puros: v. g.
!
* múitas outras coisas contèm o Livro, que entre len
do se verão: º i. é, ao ler, ou na leitura: “ A manei
} ra dº accrescentando o desejo ao pedido : º (Mcn. e
Moça, pag. N. dº Titulo, cdição de 1559. e L. 2. c. 4.)
} “ Sem sendº resistidos, nem punidos: » (Cortes d'Evora
* de de
1442. art. dice
1.)me,
“ O&c.Imperador,
, r, º , eu falar, » “ Comoemtudolhe se
acabande
alegra
.:: …" em vós saindo ! ? Neste sentido éstas variações se cha
* * . mão Gerandios, e são verdadeiros nomes, pois são re
, gidos de proposições. Pºstº eu á mesa ; é frase elli
3 : : ptica; i. é, em eu estando posto a mesa: mºrtº He
' ' . . redes , i. é, em sendo morto : como ; em mºços lá
.…. ! se forão ; sc. em sendo moços: em verde colhidas ;
, ! sc. em sendo verdes, &c. (V. Leãº, Cron. temº 1. f.
.154. edição de 1774) Aqui o adjectivo modificante
ºs?" ; COI}-
". . : :
# é
…. " " ; •
}f : #
###
assº ----
#">
•
:} ;
}
} $4 º ET I T o M E : ' '
}{ subjunctivo, é um Latinismo. ( Maurinhº, Africas. f.
89. y..) Isto pelo que respeita aos modos dos verbes.
14. O Attributo verbal nas mesmas variações se
} refere ás pessoas eu, tu, elle, nós, vós, eles: v. g.
!# leyo, lês, lê, leinos, ledes, lem: eu, e nós são as pri
*-* #
meiras pessoas; do singular eu, nós do plural; ºu é a
} segunda pessoa do singular, vós a segunda do plural:
} toda outra coisa, ou pessoa, a que se pode ajuntar o
pronome ella, elle, é terceira pessoa do singular; elles
do plural. As variações verbäes, que respondem a es
tes pronomes se dizem pessoas do verbo no numerº sin
" gular, ou plural -
* *
16. Civilmente usamos, falando a um só, das va
•
•
riações verbáes correspondentes a vós: v. g. ! Sabeis,
Senhor, o que vai? Ponde, meu Deus, em mim os
A
olhos: &c. (.f.) Outras vezes usamos da terceira pes
#
{
>
soa : v. g. “ Lingua tem V. Alteza; Elle por
+
"º|-
• •
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# i{
•
+ #
; #{
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA: ; ; *
; ?
•
sua acção: v. g. feri a Pedro; matei a lebre; remar º
. * ** ! batel ; remei meu remo; pelejar as pelejas dº Senhor;
! ' + ' ,
* *. *
,
\
erc. estes se dizem verbos Transitivos ; mas ás vezes se
* . , usão sem paciente: v. g. “ Não teme, não esperº a
| | | ". consciencia pura; º i. é, não teme, não espera nº
:
, , da : espirou , acabou, sc. a vida, º alentº, e almº :
- ; ,
• - • •
* primeiro haveis de alimpar como marmello; º i. é,
* - 1
" + , } ficar limpo: “ as minas d'Hespanha esgotárão; º &c.
• ." " a 1. Pelo contrario aos verbos neutros ajuntamos
,** -*
ás vezes pacientes, como aos transitivos: v. g., viver
# vida felii; correr carreiras; correr seu curiº; º hºme"
• IID6"
*
}{
5.
}
##
J2 #***…
*-
-< *
A
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. 17
# i
medreiº tudº º estremece (Eufr. 1º. 4 ): Deus chºvie #
maná aos Israelitas: A planta malnascida o Ceo e gºya,
neva, abrasa, e chove (Lºbº, Egl. 7.): “Bem º parece
no semblante: º i. é, se lhe assemelha, parece-se com
<ile: voar aves, lançá-las a voar: a mina voou o mu
ro: subir o basilisco á fortaleza; fazer subir: avistar
ºs do soccorro com o inimigo; arrºstá-los aos perigos
&c. a chuva reverdece a terra: o verão reforece os jar
dins: n㺠soia a ser ( Paiva, Serm. ) &c.
22. Alguns verbos neutros; v. g. estar, ir, vir,
sair, parar, usão-se com paciente, para designarmos
espontaneidade, e energia do sujeito: v. g. entres •
anno; e entrou se º inimigº pela porta: parou a pedra;
e parou-se º galgº: Pedro fcou doente, ou pretº; e, lá
se ficou por sua vontade. “He hum estar se presº pºr
vontade ( Camões, Son. 31.). » “ Em fim lá se ficá
rão, cá me estºu ( Cruz, Pees. f. 74.); º “ Os ven
tureiros se fisárão quedos (Jºrnada d'Africa,.f. 61.).»
“ Seja-se elle vosso servidor ( Eufr. 3°. 3. ). » Fuão
«ativou: por, ficou cativo; trazem Telles, Hist. Ethiºp.
Lºbo, Corte, D. 4- Lucena, L. 4. c. 16. porque se
dicérão cativou-se, ou cativarão-se, darião a entender,
que voluntariamente o fizerão , como quando dize
mos: cativou-se da cortezia, da formosura (*). Dizemos
rir se, enfastiar se da, ou enfastiar a verdade; rir a hi
Pecrisia; cre. (Paiva , Serm. 1. 52. Ferreira, Carts
4- L. 1.) • • •
33º
}
"*===== …--------
=…
• • \
§8 E P I Tº O M. E •
• - • 26.
-
–=----
*
6o , E P I T o M E
s㺠estes didos có golpes: “ um se matºu: º por foi
mortº: “ cativarão se inúitos » por, forão cativºs (Pin
to Pereira, L. 1. c. 22. L. s.f. - 59. ). Outras vezes
é sem equivoco: v. g. “ Pafos, onde se hºnr㺠Ve
nus, e Amor cõ sacrificios: º por, são honrades: e
“ Verás esquecerem se Gregºs, e Romanos pelos feitos,
que hão-de fazer os vossos Lusitanos: º por, serem
esquecidos. (V. Lusiada, a 44.). Isto é bem, quan
do os sujeitos não costumão fazer a acção a si mes
II2O3,
27. Talvez damos ao sujeito uma acção, que elle
não póde exercer em si mesmo: v. g. Em terra estra
nha, e alheya mãitos ºs ºssos para sempre sepaltárãº.
(Lusiada, s. 31. ) “ E os que neste sentido o acom
panharão, Os membros em penhascos transformárãº. »
(Lirica,
vida. 5. 91..) Aqui o sentido não padece dú
- •
#
i *
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA
troco de ser senhora ( Camões). » “ Deposérão Malaca
6s
: |
#:#
de ser Cidade (F. Mendes Piato, cap. a 19. ). » De todas
as palavras, que contém uma noção attributiva, pro
}
i
pria, ou figuradamente se derivão verbos: v. g. de
Plat㺠Platonizar, pensar como Platão; Emzamperi
nar se de Zamperini (dice o autor da elegantissima Sa
tira dº Entrudº); de Justiça justiçar; de Avante avan
tejar. Temos alguns verbos frequentativos: v.g. bº
tºcar, jºguetar, sopetear; outros diminutivos: v. g.
chuviscar, mollinhar, chºromigºr, beberricar, de com
mum usados no estilo familiar, ou chulo.
29. O verbo Fazer substitue-se aos activos, e neu
tros, que não queremos repetir: v. g., “ não ames
a riqueza como º faz o avaro: º “ cair㺠no mar, e
assim º fizerãº
infinitivos amar,outros: » 'nestas
cair, calados porfrazes
ellipse.e refére se aos
•
• :. ; Piº
#
I • • - • • • •
E 62 . E P I T O M E - -
# ES = •
### # * \
\
**a*--
|
*
• •
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA s?
dançar-te, comer-se, beberse; e lendo-se os livros, dºn
fando-se aninuetes, cºmende-se comidas gulosas, bebendº
se vinhos puros, &c. " *- º
33. Com semelhantes cóbinações do vcrbo Estar
cõ os participios do presente; e de Ter, ou Haver c'os
Supinos indicarros a imperfeição, ou o acabamento da
acção, ou attributo verbal no subjunctivo; v. g. que
eu esteja, ou estivesse lendo ; se eu cstiver lendo, que
eu hºja, ou tenha lido; que eu houvesse, ou tivesse
lido; como eu heuver, ou tiver lido.
24 Nos Infinitivos dizemos estar lendo; ter, ou .
haver sc. tenção, ou necessidade de ler, ter ou haver º
lido: i. é, lição feita. • -" ,
• CA
: :
(k) Do que fica dito se vê, que o verbo exprime
juntamente o sujeito, a asserção ou dezejo, o attribu
to, e o tempo, a que referimos a sua existencia, e
tem uma significação múi complexa. D'aqui as diver
sas definições, que se derão d'elle: todavia o seu ca
racter essencial, e distinctivo é significar o que a nossa
alma pensa á cerca das coisas, e seus attributos. Em
outras Linguas tem os verbos variações derivadas da
mesma radical, para lhe dar um sentido dobradamen
te activo; ou de uma acção reflexa sobre o sujeito
mesmo &c. tem variações, t que indicão o sexo do
sujeito, e cópõem se mesmo com a negação &c. O
mais notavel é, que em múitas Linguas falta verbo
correspondente ao substantivo ser, como é na Chine
sa, e na dos Indios Galibis, e na Lingua geral dos
Brasis; e quando querem afirmar ajuntão o sujeito eu
nome com o adjectivo: v. g.“ Francici irupa: º Fran
cezes (sc. são) bons; e negão por meyo do adver
.
bio: “ Francici irupa ua : » Litteralmente; Franceses
bons não; sem verbo. (V. Harri's Hermes, pag. 164
Grammaire Générale er Raisonée , Part. 2. Ch. 13.
Encyclop. articl. Construction, par Du Mariais. A thco
rica dos tempes dos verbos assas engenhosa, mas dif
ficil na Gram. Génér, de Bauzée, acha se mais simpli
ficada no Hermes de Harris, L. 1. c. 3.
(i) Procede isto de que o presente cópói-se de par
te do passado, do momento, que corre, e do que vai
a passar; ou porque damos uma certa latidão ao tem
po do momento á hora presente, ao dia de hoje, a
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. e,
C A P I T U L O VI.
Dºs Adverties.
1. ós dizemos: v. g. amº com ternura, cºmº
constancia; e no mesmo sentido : amº ter
samente, constantemente: està "naçuelle lugar, ou ali;
fez de boamente, ou de má mente; cantar a revezes, ou
alternadamente; &c. Todas éstas frases com ternura,
com constancia modificão o verbo ame, determinando
o modo de amar; naquelle lugar, ou ali, determinão
uma circunstancia do verbo estar; de boa mente, de má
mente, modificão a acção do verbo fez, &c. Estas
frases pois se chamão frases adverbiáes; e as palavras,
que se substituem ás frases modificantes do verbo, co
mo, bem, mal, agora, hºje, ere. se dizem Adverbies.
2
. Devo porem notar, que os Adverbios não são
uma parte elementar das sentenças, porque todos
elles são nomes, e talvez combinados com attributi
vos, e regidos de preposições claras, ou occultas, que
por brevidade se ommittem, e tambem se exprimem :
v. g. igualmente ( a ); de
•
gºs…"; a cá, a lá; de
68/>
#
66 E P I T O M E
antes; heje; agora ; de hºje; d'agora; ali é a prepo
sição a com li relativo , como em a-i, a-qui, (b)
até i, dès i , dēshoje, até lí, até qui: “ Buscai de
hºje outro Pastor (Lobo): » de melhormente (Lusiada):
“ De sempre forem ( Orden. Afons, 2. T. 59.S. 9. ): »
“ para todº sempre. » De sia, juntamente. Ord. Af.
S. T. 1o9. e L. 1. T. 63. S. 24.
3. Os adverbios regem, ou pedem outras palavras,
que completem, e determinem a significação de uma das
palavras, de que os mesmos adverbios se-compõem: v. g.
Não podia em meu verso o meu Ferreira
Igualmente á dor minha ser chorado:
(Caminha, Eleg. 4- ) •
>${ **aa
63 . EP1ToMe
müito Deus: º “ estimou em muito. » Barros, 1.5.8.
• r: (V. o Diccionar. art. Adverbio )
5. Os Adverbios, ou frases adverbiáes indicão as
circunstancias de tempo : v. g. Hoje, Hontem, Agora,
Já, Nunca, Sempre, Entretanto, Antes, Depois, ere.
" . 6. As de lugar, e distancia: v.g. Cá, Lá, Aqui, Hi,
ou Ahi, Ali, A cerca, Alem, Aquêm, Avante, Antes,
" | a Diante, Atras, Após, contraidos em Diante, Tras,
… - . Pós; e talvez usados como preposições: v. g. diante,
:: : : : trás, após mim: •
C A P I T U L o vII.
Das Preposições.
• º
@ R Jo E º I T oM E /*
# 2... Ellas fazem variar os nomes, ou pronomes Ea,
* #m Min, Migº, Nés, Nossº; Tu em Ti, Tigº ; Vés,
> Yºicº; e quando se trata da terceira pessoa em relação
com sigo mesma, precedem ao caso Si: v. g. de mim, a
mim", pºr mim, para mim, para ti, por si, a si, de
•
ºi º cºm
*ºmº casosmigº,
elas cºm sigo,nelles,
influem com tigº. Nas linguas,o caso
ou determináo que
º relação do nome, a que precedem.
5- As preposições designão primariamente relações
fisicas de lugar, aonde algúa coisa está, d’onde se
| i| | Parte, para onde se vai, onde termina, algúa acção;
} - }.
L - de posição:
encenso na v. g. prostrei-me
ara, saí de casa,porfuiterra,
e o templo,
bati neslancei
pei
fºs » voltei para casa; voltei-me contra o Oriente;
•
lancei-me sobre a cama;
4. De indicar olhai fisicas
as relações por mim; &c. figurada
passárão
"ente a outras semelhantes: v. g. a mostrar o pacien
tº, da acção do verbo, que é como lugar para onde
Sllº Passa, e onde se termina; assim dilemos: feri -
Pedrº, amo a Pedrº, louvo 4 Deus; dou o livro a
#:.*Jºãº. (b) Veyo a casa; veyo a ser tem Rei.
* * C Barrºs, Paneg.)
# • 5º
:
*–
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA: ºs
1. A fonte nasce desta pedra; e figuradamente, º
má vontade nasce de cºraçãº; o odio da inveja, drº
Érnnor, •
• *** • - -.
1- E P I T O M E
º Gregº cantor; a caça, º jºgo, ere. “ Este dia fizerão
os nossos grandes feitos; º por, em este dia: navegamos
costa abaixº; sc. por a costs,
13. Outras vezes o nome se oferece ao nosso en
tendimento em duas relações: v. g. a porta de sobre o
murº: onde muro se oferece como possuidor da pórta,
e como lugar, sobre que ella estava (e). É porém º
vicioso dizer de d'onde, porque o d”, que precede a
ºnde, é a mesma preposição de expressa por inteiro, e
sincopada em d'onde é igual erro dizer ad’onde está;
por , e ende está ? Só diremos bem : voltei a d'ºude
•
saira; i. é, voltei ao lugar, d’onde saíra, quando o
sentido pede a do qual, da qual, dos quaes , das quaes,
calando se o nome regido por a, ou o que ésta pre
posição pede: assim é a ellipse, com que dizemos:
"\
v. g. foi tido por nescio, e por para pouco; i. é,
foi tido por homem nescio, e por homem habil para
pouco negocio, serviço, ou feito. Igual erro é juntar
« a até; v. g. até a o muro; deve ser até º muro, até
e campº, até as estrellas.
14. Se aos pronomes Eu e Tu se juntarem os adjecti
vos um, ou outro, ficão os pronomes indeclinaveis, ou
nestes mesmos casos: v. g. por ºutrº tu, cºm ºutrº
eu ; mas Si é constante neste caso com a preposição:
*
v. g., “ fica homem tão diverso d'aquelle outrº si, que
#
: tras de Adão. » (d) -
. 1 jº
:?}
{ (…) Os Hebreus tinhão o mesmo uso. V. Oleastri,
JIebraism. Canon. 5. Non auferetur sceptrum de Jehu
dáh, & Scriba de inter pedes ejus, donec veniat Si
-• lóh, & ei obedientia gentium. Os Latinos usárão o
mesmo : v. g. in ante diem; insuper roges; desuper:
nós dizemos d’entre muros; perante, empós, após de ;
{
: Desne tempo, Desde, de Des e De “forão-me tirar
dos claustros, e de sobre os livros (V. dº Arceb. ): º
“ De sob
ripas, º ..as árvores ( Men. e Moça): º “mera a Sob
• .
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## i ******#*#
«"
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--
\
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA, 73
15. Outras preposições contão os nossos Gramma
ticos, que o não são: v. g. é cerce, que é adverbio,
e acima, abaixº, álem , áquem, antes, aº redor, tras,
diante, a par, é roda, a riba, atras, de baixº, de ci
ma, defrente, dentrº, fora, depois, de fora , de tras º
em cima, pºr baixº, por cima, em diante, aº diante,
por diante, para tras, para de tras, ere, onde é vizivel.
a preposição verdadeira combinada com o nome, ou o
nome sem ella, que pede talvez outro nome com
preposição: v. g. das portas a fora, a dentrº; por dem
trº; por de fora, d'aquem para além; antes ou atras»
adiante de mim ; á cerca dº issº; depois dº issº; pºr cima
do telhadº: “ Aº diante vos espero, se diante o caso vai
" (Filodemº, z. Sc. 3..): » }}; enrfora; e de fora dor
mireis; o que sinto dentre em mim; ere. Hora uma
preposição indica o nome correlato com o anteceden
te, e o pede; mas não pede outra preposição. Juntº
é o adj. usado adverbialmente; e assim o são Conforme,
e Segundo: v. g. está juntº (em lugar junto) da Igre
ja; isso é #… a Lei; salvo conforme aos gárrulos
trovistas; i. é, salvo julgando de medº conforme aos
gárrulos trovistas : conforme aos principios da Fé:
julgamos tudo cºnforme ás parxões. (V. Paiva, Ser
mács, T. 1. f. 32, 95, 96. Vid. dº Arceb. L. i. e. 1s.
e L. 2. c. 22.) Segundº é outro adjectivo usado ad
verbialmente : v. g. fareis segundº virdes; i., é, do 2
modo segundo for o que virdes: Segundº a Lei; #"
/
" *-*___*____ =–=…………
74 E P I Tº O M E •
.
; 16. Em fim tudo o que não faz variar os nomes
#: Tu, Elle em Mim, Ti, Si não é preposição.
- (*) • • •
#
** +
#
(*) Já apontei, que isto não se entende, quando
•• >
•
Fu e Tu se ajuntão aos infinitivos pessoáes, e gerun
{ dios, regidos o infinitivo, e gerundio de preposições:
+
*. -,
* v. g. para eu ir comtigo: em tu suindo. Toda prepo
sição deve ter depois de si nome claro, ou occulto,
; que é o segundo termo em relação com o anteceden
r
*e; e todas as palavras acima apontadas se usão adver
{ bialmente, com nomes depois, regidos de outras pre
*
*
| posições, ou sem outra regencia: v. g. estavão mor
tos, ou é «crca ( ou quasi ).
}
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. rs
* Os seus derredores (arredores de a e redor) e deser
tos fitárão santificados. » ( Feyº, Trat. 2. dos Sam
tes Ianecentes, f. 46.) Vejamos as inseparaveis toma
das do Latim, que múitos não estudão, a quem im
porta entender isto. -
• - 26.
. * .* .
! das costas: a Póspello, contra o pello (contrario de
álpello) mal transformado em passapellº (f).
*** #: ; 33º
* ** * "..
* #
.
.. .
*
#
. .
** 1.1
(f) De al pelº se derivou a pello, opposto a após
* * pelle. V. Cruz, Poesias, Egl. 1o..f. 66. “Que a pellº
;; me não falta na amizade &c. » i. é, liza, direita, e
não revessamente: outros interpretão a pés e pellº,
… } A
descalço, ou a pé, e nu; ou mal roupado. “ a pele
|- *
#•*.*
|} --+
|=>-
;+
#
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. 17
13. Pre indica precedencia em ordem, lugar, po
}
der, tempo: daqui Presidencia ; Presumir, tomº ;
tes para si; Presupper; Prever; Predominiº; ere.
B4. Prº designa o lugar onde, a presençº"; v. g.
•*#
#
>
;
Prºpostº, posto a ; Promessa, expressão da *# : +
#
posta no negocio; Prºrºsitº, tenção posta em algúa
COISA,
15. Re indica repetição: v. g. Reimpresse, Re
vender, Repor; sou vosso e Revesse : ás vezes val, o
. ::>
#
{
•
:
••
rs ! E F f T O M E
39. Estas preposições de ordinario fazem ajuntar
outras semelhantes, aos nomes, que os verbos, e adje
etivos compostos regem : v. g. cºnsultar cem alguem;
contrahir có outrem; sompostº com a má fortuna; in
fluir em alguem; attender a, attentar a tudo; descen
der de algum; &c. Mas isto tem múitas excepções,
que o uso, e leitura ensinarão; e na dúvida o excel
lente Diccionario Portugues da Real Academia das
Sciencias de Lisboa mostrará as preposições, que se
usão com os adjectivos, e verbos, e suppre múito bem
a umaa Leitura
nem todos é comparativa
faci •dos Livros Classicos, que
•
C A P I T U L o viII.
Das c…j…fiº.
I• S Conjunções átão as sentenças, que tem
alguia connexão, ou correlação entre si,
de semelhança de juízo, de opposição, de modificação:
Em “ Pedro e João forão á caça » a conjunção e in
dica, que vou afirmar o mesmo de ambos. “ Nem
Pedro, nem João tal fez : " nem indica a correlação
|-
de negação entre as sentenças.
2. Em “ Pedro é bom, mas inconstante » modi
ficamos com mas a asserção da bondade, a que pare
. cs põe modo a inconstancia. “ Irei, se vós fordes: º
|-
|#
junctivo: v. g. “irei se ferdes; sentantº que elle tam
m vá: desejo, quero, mando que va: não creye
*; •
que tal faça, tre.» Mas o que dirige os nodos dos ver
bos, é o modo de pensar, que queremos exprimir;
assim dizemos: se tu vais, eu tambem veu: e todas
as asserções directas, e absolutas são de modo indica <!|
}
* g. “Digo que és bom : º i. é, digo isto, que, }
é, tu es bom : “ quero que venhas : º quero isto»,
que é, a tua vinda, ou º viretº . . +
2 - . *
R.
* --
i
#
E P I Tº O M E
| cA e I T U L o Ir.
*
• • Das Interjeições.
|-
- I• P Aixões
violentas exprimem se em uma, ou
poucas palavras; as quaes equivalem a uma
sentença: v. g. ai, tenho dor; guai, compadeço-me,
:
lastimo ; ui! admiro-me. Ai, Guai, Ui são Interjei
: ções, ou palavras arremessadas entre as da linguagem
analisada, para exprimir as paixões.
2. Ás vezes se cópleta o sentido da sentença co
meçada a exprimir pela interjeição, com outras pala
vras. Ai, v. g. sinifica eu tenhº dor; se lhe ajuntamos
de ti (ai de ti) indicamos o objecto da dôr, ou a
causa (4). “ Hui por mi, e pela minha vida ! »
(Ferr. Bristo, 2.sc. 3.) “ Hai tanta diligencia tão per
dida ! » i. é, Eu lastimo tanta diligencia &c. (Ferr.
Eleg. 1.) ou doe-me tanta diligencia &c. como “doe
me ver estas coisas. » Destas palavras contão se va
rias especies, que mostrão os afectos seguintes:
De admiração, ah, ºh , ui.
De excitar attensão, O', Siu, Cé, Ah hum, Ak.
*|
De dor, Ak! Guai ! Ui, ou Hui !
De espanto, Am; 0"; Apre! Hum, tu tens si
-. so ? (Ferr. Ciese) - De
.: • • •
. :
(2) Assim mesmo dizem os Latinos Ve tibi, ai de
. ti: var vobis, ai de vós: por onde se vê, que as in
terjeições pedem ou regem o seu complemento, ou as
palavras, que completão a sua significação. (V. Bar
res, Gram. f. 1 6o. ) “ Ai de ti º dirão que é “ por
* amor de ti: º mas quem rege a por amor? ou a quem
serve por amor de complemento, senão a ai, tenho
# dor? Os Grammaticos Gregos confundem os adverbios
DA desejo,
De GRAMMATICA
Oxalá, Ok PoRTUGUEZA.
! •
si s . -
- +
\
F ., LI-.
• •
1s ; .EºIToM=
******************
L IV R O II.
s Da Composiç㺠das partes da Sentença entre si, ºu
Syntaxe. •
· C A P I T U L O I.
1
= •
/
#; -- Introducçãº. -
º
i: . . D A boa composição das partes da oração en
Je
tre si resulta a sentença, ou sentido perfeito, com que
- nos fazemos entender, falando com palavras.
2. Todas as sentenças se reduzem a declarar o que
julgames das coisas: v. g. este pomo é dece; Jºãº é
virtuaiº: ou aquillo que queremos, que as pessoas ou
coisas sejão, fação, ou sofrão: v. g. Filho se estudioso;
trabalha; séfre-te com os trabalhos; está-me a tente. (*)
3. Nestas são notaveis: 1º O Sujeito, de quem se af
|- firma, o qual deve ser um nome só, ou modificado
+ por articulares , e attributivos: v. g. “ este homem
}, : :{ |- - vir
* #: ;
, . * Assim sejas de Filis sempre amado comº, ou qse
* * • me digas os versos, que cantaste : º assim desejo
: :: : (tanto), que sejas sempre amado, come dezejo que me
- . diga! &c. - •
•
\
•
| |: A
•
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA, 1,
virtuºsº foi infeliz: » ou por nomes com preposições:
v. g., “ O templº de Deus é lugar santo: º de Deus
modifica a º templº, e determina aquelle de que fala
mos, que é o de Deus verdadeiro. -
# •
34 - - E P I T o M E
Jientem vimos, é minha: Os livros, que eu tinhº, per
derão-se-me em um naufragio º Estas sentenças, em
que entrão os articulares relativos conjunctivôs-, que,
quem, qual, ºnde, quando, ere. (*) chamão-se inciden
ies, e são explicativas, ou determinativas do sentido
de uma palavra da sentença principal.
1o. Gérálmente falando em todas as sentenças tra
tamos de coisas connexas com seus attributos, ou de
coisas, que tem algúa relação, ou dizem respeito a ou
tras coisas. Todo o artificio pois de compor sentenças
consiste em mostrar as connexões, ou correlações en
tre os nomes de coisas, e seus attributos significados
polos adjectivos; entre os nomes das coisas, e os adje
ctivos articulares, que os modificão determinando a
extensão, em que se tomão; e entre os nomes sujei
tos, e os attributos amnexos aos verbos com a afir
mação, ou querer. As regras, que ensinão a mostrar
as connexões entre os nomes, e os adjectivos, e os ver
bos se dizem Sintaxe de Concordancia, . . •
-
___ **a
-•
• ! * *
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. si
1s. Em Latim por exemplo Templam significa tem
plo, Dominus Senhor; quando se quer pôr em relação
de possessão, ou considerar o templº como coisa possuí
da , e de Senhor, o nome «Dominus muda a terminação
|}
?4.
#;
##
preposição «. Quando dizemos : a mulher ama º mariº
de : a mulher antes do verbo é o sujeito da proposi
ção; e se dicessemos: º marido ama a mulher: º mari
do antes do verbo seria sujeito, e a mulher o objecto *- •
* 34 - E P I T O M E
Jientem vimos, é minha: Os livros, que eu tinha, per
|-
derão-se-me em um naufragio » Estas sentenças, em
que entrão os articulares relativos conjunctivôs-, que,
quem, qual, ºnde, quando, erc. (*) chamão-se inciden
res, e são explicativas, ou determinativas do sentido
de uma palavra da sentença principal.
1o. Gérálmente falando em todas as sentenças tra
tamos de coisas connexas com seus attributos, ou de
coisas, que tem algúa relação, ou dizem respeito a ou
tras coisas. Todo o artificio pois de compor sentenças
consiste em mostrar as connexões, ou correlações en
tre os nomes de coisas, e seus attributos significados
polos adjectivos; entre os nomes das coisas, e os adje
ctivos articulares, que os modificão determinando a
{ extensão, em que se tomão; e entre os nomes sujei
tos, e os attributos annexos aos verbos com a afir
mação, ou querer. As regras, que ensinão a mostrar
as connexões entre os nomes, e os adjectivos, e os ver
bos se dizem Sintaxe de Concordancia, . . •
* • - *
• + +
• ! ! •
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA. rs
1a. Em Latim por exemplo Templam significa tem
plo, Dominus Senhor; quando se quer pôr em relação
de possessão, ou considerar o templo como coisa possuí
Y!:}
da , e dº Senhor, o nome «Dominus muda a terminação #
em Domini, e dizem Templum Domini. Em Portuguez , # .
}&
----,
:
"-
•
-
| i
.E ºIT oM e
Ou pela preposição, ou pelo verbo: e as regras, que
ensinão a mostrar as relações entre os nomea, por meyo
das
dascapreposições,
de Regencia.e casos, ou da collocação, são a Sin
•
S. I.
Da Sintaxe de Concordancia. }
1A
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA. By , ,
diversos generos; dos verbos em diversas pessoas das
expressas nas sentenças, as quaes concordancias dão á
cóposição apparencias, ou figuras irregulares; mas não
o são, sendo usadas dos bons autores, e fundadas na
theorica geral das Linguas; chamão se pois as taes con
cordancias Figuradas, de que direi no Capit. segundo
(º), e ahi mesmo das regencias figuradas. •
}
; #|
do, nos mesmos classicos se acha: “ eu leu a que lhe
: •
# *
;
E P IT O M E
#
|-
} i .
• $. II.
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA. s? -
tença; ou por preposições, que significão a relação,
em que o nome regido, ou o segundo termo de uma
relação está com o seu antecedente só, ou acompanhat
do de adjectivo, ou verbo. * <! #
a. Vejamos as principies relações, em q&é qual- ###
quer coisa se nos póde representar, e com que artificio ##
se declarão. 's- • }}
3. 1º O sujeito da sentença, quando é a primeira ####
pessoa falando de si, diz se Eu: (") sê é a segunda {#
pessoa, a quem falamos, afirmando-lhe della algúa #
|; |
ys . E P I T o M E
ciente vai depois do verbo. Mas quando o sujeito é
de numero. diverso, v. g. do singular, e o paciente
do plural, póde se alterar a ordem: v. g. º Ambos
hãa alma anima, ambos sustenta. » “O (sc. homem)
que é temido de muitos, muitos time.» Nestes exem
Plos ambos e múitºs são pacientes, porque os verbos
anima, sustenta,
gular. " e teme devem ter sujeitos do sin •
#
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA: 91 :
ceu-me, matou-te (e): “Vós matais-vos,e matais-me: º
} }#
e se é uma terceira pessoa referida por elle, ou pelo º
artigo dizemos: matou-º, matou-a, ou matou a elle,
a ella: e pondo se a terceira pessoa em relação com si
go inesma, isto é, sendo ella o agente, e pacientes !
diremos elle matou se, feriu se (***).
3. Tãobem dizemos a mim, a ti, a sí, e elle,
pacientes, quando a sentença começa pelo paciente, º
ou ha dois pacientes: v. g. a mim buscavas ? a ti bas*
##
f>
*;;
:
V. Ferreira, Ciosº, At. s. tºda a 1:ena 4.) “ quem te
vira então a ti tão vanglorioso? Qué se mata a si mais
facilmente matará os outros: quem º capacitará a elle,
e o desenganará do seu erro ? » (Ferr. Bristº, aº 5.
}
*••
} lonias:ere,quero-lhe
como como…é
é correcto. minha vida; vc, quero-lhe bem »
•
}
- º
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA. 93
déste-o a mim, ou «João? Então tambem se repetem os
casos me e a mim, te e a ti, se e a si: lhe a elle, nes,
e a nós, vos e a vós, se e a si, lhes e a elles: v. g. Se
elle me quizera a mi", como eu lhe quero; se te falá
ra a ti a verdade, como te eu falei; se se tirára a ri
a residencia, como outros lha tirão; &c. “ Quem nes
faria então a nós crivel -o que hoje vemos, e apalpa
mos? » “ Quem vos podia a vós dar a imnortalidade,
senão o Ser Supremo, e o Altissino, que vos creou ? º
“ a elles parecem lhes nadas as miserias dos proximos: º
“os que tanto se arrogão a si, e nada concedem aos
benemieritos,
rito esses
da suberba. » vos digo, que são o mesmo espi
•
- \ ••• • * - /
F (c) Os nossos bons escritores múitas vezes ommit- -
tem as preposições, que havião de preceder aos nomes,
|
e indicão depois as relações destes, usando dos casos
dos pronomes referidos aos nomes, ou do articular re
+
{ }
lativo com preposições, ou junto ao verbo: v.g. “O
menino, que quem o afaga, o choro lhe accrescenta: º
Bromia,
Já da vidaquem com vida ter (por a quem)
desespera,
Que lhe poderás dizer? (Camões)
• • •
|i
}
}
}
+
i# ;|
E P I T O M E
13. As relações diversas das apontadas, em que re
* * * presentamos os nomes sem casos, indicão se pelas pre
•
posições, que passo a expôr brevemente.
A indica c paciente; e o termº da acção; º lugar
para ºnde algúa cºisa se move; a que outra está proxi
ma; v. g. mora ao arco da Graça: º modo porçue al
gria coisa se faz; v. g. é pressa; ir a cavallo; supirar
-
º medo; estar a tento; á conta; a direito com alguem;
fazer a sinte:
te, aos º tempo,
tres dias; o poremsemelhança,
que acontecca; v. g. oà rio,
a o passar noi
", ? *•
•
|# não seja ordenado quem lhe faltar ésta qualidade. »
(Souza, V. dº Arceb.) “ Uma vida de quem lhe não
lembra nada da outra. » (V. Paiva, Serm. 1. f. 74.)
Até qui bem; mas é incorreto dizer: Que eu em san
*
gue; e nºbreza, º claro Ceo me estreinou ( Camões, Fi
Jod.): devia ser: Que a mim, em sangue, e nobreza,
e Ceo me estremeu: alias eu será sujeito sem verbo.
* Da cavalgada ao Mouro já lhe peza: º o lhe escusa
-
do serve d'encher o verso. (Lusiada, 1. 9o. ) “ Com
os quaes lhe pareceu a D. Jo㺠Mascarenhas, que po
dia intentar coisas mayores (Freirº): » o lhe é su
perfluo.
•
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA. 9s
14. Ante indica º ºbjectº, em cuja presençº, ******
ºutrº, v. g. “ ante sãi appareceu: º que tambem dir
semos Perante nós: “ não mereço tanto ante Dea"; º
para com Elle: “ em quá baixo predicamento está #
peus ante nos! » Tambem indica astecedencia; v. g.
* ante maduros annes amostrando pensamentº viril: º
* Lilia ante Celia pondo ? » ( Ferreira) -
; {
#
| !
(*) Até ás vezes parece adverbio, tambem : “ Foi
tão grande o contentamento, que até º Pradelio, que
tão lastimado ia, coube parte deste gosto. » ( Luz.
Transf. f. 14o. ) “ E do que até nos agros se sente
|
falta. » ( Lºbº, Corte, D. . f. 61.) “ E até a sua pre
sença lhe valeu pouco. » (Id. Primav.) Nos Livros
Gren,
antigosdº vem
Condest.)
ati por até (Ordem. Afesº, Azºrersº
•
}
} ?
;
#
• •
* i
96 ' ' E P I T O M E
17. Com ( que faz variar Eu em migº, Tu em tí
gº, Nés em noice, Vós em vºº.cº, Se em Sigº ) indi
ca a coisa, com que outra se acópanha : v. g. foi com
Jºão: está com Pedrº; mudou se com a idade; entesta
com Lusitania; misturar cal cõ areya; o bem cá o mal:
a causa, que «espanha º efeito: “ fez isso com medº
delle: » º instrumente, arte, merº; “feriu-me com
a espada, cºm a lingua: com os dentes; caçar cá boiz:
º modo ; v.g. tratou-me com brandura: o preço: pagou
eom oiro, e fig. com boas palavras: a circunstancia do
tempo; v. g. acabou cºm dia, com cedº: a pessoa, ºu
cºisa, a respeitº de quem se exerce algüa qualidade; v. g.
caridoso com ºs pobres: suberbo com os suberbos; e por
analogia tratar se, vizitar se, corresponder se com al
guem; concorrer com alguem, consentir com, contrair
com, e múitos adj. e verbos compostos de com pedem
ésta preposição.
13. Contra indica o objecto, a que outro está oppos
tº; v. g. voltado contra o Oriente; e moralmente º ºb
3
\
+ I]llIl
: *
\
\ !
•
A
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA, ºr
nunca a recebeste, ouviste: a materia de que algúa coi
sa se faz'; vaso de ºirº, cobre, barrº; e fig. homem
de nada : º modo de fazer a cºisa; v. g. de pressº, de
vagar: º instrumentº; v. g. dar de lançadas, dar des-
Poras; figur, usar de herves, ensalmos; valer se das ha
|-
}
<! #
\
}
bilidades: d’a parte para º tºdº como pertença; v. g. me
tade de dia, de minha alina; nua dos pés, rapado da,
cabeça: dº genero é especie; v. g. o sentido dº taetº;
a virtude da castidade: º sujeitº de attributº; v. g. o po
bre de mim; mesquinhº de mim: º accidente; v. g. cha
ma se d’este nome ; chamando os de fracos, e cºvardes':
Accusar do Crime é ellipse, e falta reº, que do crime
modifica, e cópleta: assim é: “ forão d'elles a caval
lo, e d’elles a pé; Y, onde falta parte. Nós dizemos
com equivoco e emor da patria, a caridade de Christº,
significando o amor, que a patria tem, ou o que te
mos á patria; a caridade ou amor de Christo a nós, ou
que temos a Christo, ou em Christo. Portanto falan
do do amor, que temos á patria diremos: º amer é
Patria, ao Rei; a veneraç㺠aos Santes; a caridade de
Christo com nosco; a charidade, que em Christº temos
com alguem, ou a alguem; para alguem, (f) como
“ Tive indinaçãº
(Cathec. Rom. f. aos maos, vendo a paz do peccador. º
lo6.) • • •
.* •
{i
i
i#
E P I T O M E
algüa extensão, espaçº, série: v. g. desde º paçº até
a quinta: desde o San João até o Natal. - Des # se só:
v. g. des i (g), desey, des hentem, des que; e Duar
te Nunes de Leão (Ortogr. f. 324. ult. ed.) expressa
mente aponta entre os erros do vulgo o dizer desde que
por des que ; e tal é desno: V. os artigos Des, e Des
de, e Des ey, e Dew, i (Diccionario, Seg. edição.)
21. Em indica º lugar, para ºnde nos movemos,
passamºs: v. g. saiu em terra; e fig. inspira em mim
tães sentimentos; de pastores em pastores passou a his
toria. O estadº, a que a coisa se passou, mudou: v. g.
transformado em Santº o peccador; brotar em list#-
mias; desarmar em v㺠, rebentar em lagrimas...
tempº cºmo termº: v. g. de dia em dia. O fim: v. g.
deu-lhe, tomou-o em pagamentº; o que fez em vingan
ça; em honra de Deus; em observancia da Lei; &c. O
lugar, onde algüa coisa está; º ºbjectº, em que alguem
entende, e se ºccupa : v. g. está em casa, medita na
-mºrte, entende nº trabalhº; e fig. e época: v. g. no anno
de $oo; em moços lá forão; na vida ; na morte. O va
lor, conta, preço: v. g. avaliado em dés crusados; fig.
tem se em conta de sábio, em mãitº (h). cair no la?»,
'as boiz, "nº engano, "nº brete, aº conta, em si.
• 32 e
!
#
(g) Des i ácha se nas reimpressões dos Livros Clas
sicos escrito assim de si com sentido absurdo; des i
quer dizer depois d’isso, desse lugar, passo, época.
Vejão se as obras de Barros, o Lelio de Resende , e
putros. •
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA. »» #
#
22. Entre designa dois eu mais objectos nº meyo des
quaes está outro; v. g. estava entre as arvºres; e figu
radamente no meyo : entre ºs annos de 6oo e 7oo; en- .
tre reixo e azul; entre laico e fuseº; entre bebado e ale
gre; entre ti, e mim (i): as artes e siencias tem gran
de
entreconnexão
ºs imigos.entre si, umas com as outras : amizade
• •
# |#
23. Para declara º lugar, para ºnde se mºve, tem #
de , olha, attende, considera; que se tem cºmº termº de
relação, e comparação: v. g. fui para França; olhei
Para mim: “ para ºs pequenos uns Neros, para ºu Gran
de tudo feros: º de a para 4 ha a mesma razão, que
{
de 3 para 6: bom para elles ; zelo para as cºuras da
Religião; amor para º proximº. O fim : v. g. buscarle
nha para º fogº; propenso para as lettras; procurar ps
**
{#
rº si. O termo approximadº: gastou duas para 3 horas:
º proximidade
para da acçãº;
morrer. (Pera v. g.
dicerão estou para partir; está
os antigos.) •
;? 4
{ }|
Ice = " É º1ToMe \
!
*
25. Sem indica a coisa, de que ha privação, falta:
•
v. g. oe Lar
.falta, sem está sem “Estavão
defeito. lenha ; estar sem peças
múitas sentidos; é sem
d'artelha
ria miuda, sem outras grossas: º i. é, sem contar ou
, tras grossas. .. .
26. Sob indica a coisa, debaixo de que outra catá:
# v. g. sob a cama; e neste sentido fisico é desusada:
# má sºb pedra vá: Sob Poncio Pilates; i. é, de
aixo, ou no tempo do seu governo, imperio, ordens,
mando. “Sob as bandeiras de seus Capitães (Clarim.
2. c. 16.). » Sub no mesmo sentido é antiquado : Sub
ti. Desob são duas preposições: “ fui me sentar de sob
#}• ";
a espessa sombra ( Men. e Moça, L. 1. c. 2.): » com
binação antiquada como a sol.
:}
27. Sobre indica a coisa em cima da qual se pói, eu
está eutra: sobre a mesa; anda sobre a terra; sobre as
Ollº
|{
•
•
•
•
•
•
•
*:
• \
—
endas do mar: e fig. sºbre minha cabeça; sobre minha
palavra, meu credito, minha fé, minha verdade, minha
Jonra, tomei, jurei, prometti. Indica precedencia: v.
#;
g. Pòr alguem sobre si: ité sobre si, º que n㺠está
có outrº , nem depende d'elle; v g. vive sebre si; é
homem sobre si (que não trata outros por dependen
cia, nem grangearia; pouco gasalhoso como indepen
dente). Indica demasia, excesso: v. g. comer sobre
posse: “ era sºbre impaciente teimoso; º i é, além •
4.
|i
}
1es E P I T O M E
das connexivas dos elementos das sentenças; e dev& se
estudar com múito cuidado os usos dos Mestres da Lin
gua, quando preferem uma preposição á outra, que
parece indicar a mesma relação. Elles usárão de algúas
em sentidos, que hoje não usamos: v. g. “ viemos
em as hortas de Bruto; º hoje diremos ás hortas: “pas
sou em França; º e dizemos agora passou a França,
a Italia, a Africa : “ Começa de servir; º hoje a ser
vir: começou de servir, e acabou em mandar, ou por
mandar, é usual; por, começou a sua vida; e de in
dica a origem, como em véi do Ceo, do sangue de Da
vid, &c. ou começa de servir, sc. o trabalhº de servir
29. Nos livros rodernos achão se múitos barba
rismos, adoptando se a fraseologia das preposições das
Linguas estrangeiras: v. g.misturar ossos a ossos; com
passo a parafuso; soltar ao cume do monte (por no
> cume). Por múitas vezes se confunde com Para ,
; Arreda-me a teu coval (por de teu ) é erro.
3o. As Preposições em fim sempre regem um no
me, que é o outro termo da relação entre dois no
mes, e correlato ao antecedente: e quando se diz: v. g.
“ o conselho que tomárão sobre se quererá: º é ellipse,
e falta, saber, sobre saber se quererá &c. (Costa, Te
rene. T. 1. pag. 63.) Ceutº, 6.4. 3. “Tomou conselho
com os Capitães sobre (sc. resolver) se iria commetter
aquella Villa. » (!)• CA
:#
{ (1) Este modo de expôr a cóposição dos nomes có
os nomes (por si sós, ou acópanhado o primeiro de
adjectivos, e verbos) explicando em geral as relações
d'elles, que as Preposições declarão, parecerá difficil;
mas qualquer meyã capacidade entenderá o que é re
lução entre dois termes, começando a explicar-lhas das
fizicas, e passando ás semelhantes incorpóreas: v. g.
sobre a terra, sobre mim, sobre minha palavra, fé, ver
dade, erc. Alias que quer dizer: tal nome, adjecti
vo, verbo, ou preposição rege em Portuguez geniti
vº, dativo, accusativº? Isto é dar, idéyas falsas, por
|
} #
___
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA. e, .
|
N
•#>
* CA P I T U L O II. >
*
;}
Mas ás vezes a incorrecção é apparente, º
eque
dá por
umaisso
novase figur a, ada.apparencia á composição,
diz figurou • •
#
2. Estas semelhanças de incorrecção, ou Figuras, º
{| }
procedem 1.° da falta de algúa palavra, que facilmen
te se suppre para a sentença ser completa; e a figura,
que a sentença toma pela dita falta, se diz Ellipse; a
frase alliptika: •
$
3. aº procede a figura de se accrescentar algúa pa >
lavra desnecessaria ao complemento da sentença, e se
dis Pleonasmº; a sentença pleonastica: •
| #
|i * {
;
--…aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa… - - ____
1c4 . ; ,E P I T o M E º
ro, o que se diz Hyperbatº, ou Synchise. Vejamos um
pouco de cada uma: *".
\
. * • • • • {
• • • •
|
—T
=_*_ …
* ".
• •
=
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. 1o,
3. A concordancia faz se múitas vezes com o no
me, que o autor tem na mente, indicado talvez por
outros equivalentes: v. g. “ A causa de ElRei man #
\
dar lançar esta gente por toda aquella Costa, vestides, ##
e bem ataviados: º erão negros de Guiné. ( Barros, De :: :
• •
* *
•
# #!
{ i < [';
•
•• •
• |
•
# ** **
*
|-
i; * #.
t}}:
• "
|-
ao6 E P 1. T o M e
**
(g). Estas figuras Chamão-se Sintheses. (V. Palmer.
P. a. c. 125. Lusiada, 4-º 88. e 7.° 47.) .
•• } 9.
f
#
*
|} “ as feyas nem por o serem feyas; º e ellipticamente
nem por o serem. Dirão que não dizemos ser o ser feya?
Mas o infinitivo ser a cada passo se acha sujeito cognatº
\
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. e,
9. Por semelhante ellipse, dois nomes do singular
levão o verbo ao plural: v. g. “Pedro e João 2I^-
•
(se.
#
1c3 E º I T o M e
ambos, ou estes dois sujeitos)forão á caça. » Talvez
se exprime o nome do plural com os dois do singular:
v. g. “ Nós estavamos, minha prima, e eu, asse tºdos. »
(Eufr. f. 17. Y. ) “ Se tu, e elle vos e fadais: º
(ibid.,f: 7 1.) Onde é de notar, que todas as vezes
que entra o nome eu vai o verbo á primeira pessoa do
plural, porque se subentende nós, e quando entrº tu,
\,
\>
UllIld
• \,
#
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. 1o, º
uma (sc. entron) Ingleza, outra (sc. entrou) Fran"
ceza. » A Ellipse é viciosa, quando a palavra expresa
póde fazer subentender outra totalmente diversa: v.
g. “ Amor quer sem te ver matar-me de saudades: º
que póde ser sem te elle ver, ou sem te eu ver, (Ulis
*ca; e V. no Canto 3. a est. 5. obscura pelos mesmos
defeitos) - +
:
11. A este respeito é notavel nos Classicos usarem *
}
onde um refere se a desmayº, que deve ser nome, e
vci como verbo no primeiro verso. “Se tão facilme
fora fazer isso como eu dezejo, º vossº (sc. dezejº,
nome) estaria contente. » ( Clarim, L. 2. c. 16. e
ºutrº exéplº a pag. 1o8. ediç. de 1791.) Mais notaveis
são os exemplos seguintes. “ Cereando-º de brazas, pa
ra º ser de rosas. » (Jorn. d'Afr. f. 263.) “O Se
nhor Theodosio trebalhe, que bem grande lh'o empres
to: º i. é, grande trabalho lhe empresto. “Não vos enfa
deis se me clargar mais do necessário, porque º heide
*er: º i. é, mais large.“ o condemnárão á mºrte deforca,
e assi º foi: » i. é, enforcado. (Tempº d'Agora, Tom.
a. J. 65. Y. 77. e 35.) Estes exópios são obscuros;. #
os de Bernardes, e Barros mais toleraveis.
12. Os Grammaticos chamão Enalagº á figura de
composição, que se faz usando as partes da oração, e
seus accidentes uns por outros, sem razão, nem fun
damento: v. g. “Que foi daquele cantar das gentes
tão celebrado?» (Cemórs) Mas cantar é nome, e !
tem plural os cantares. “ O logº destes é como o nun
fº dos desenganados. » O logº dizem que sendo adver
º , se usa aqui por nome, e assim e nunca ; mas os
i
ºdverbios são nomes, usados ás vezes ellipticamente
*em preposição. V. º L. 1. c. 6, desta Gram. “ Em
Il3NO
•
== • —=i-
11s . . E P IT O M E
(1) Quando porèm a redundancia não serve de orna
to; é uma incorrecção, e Perisiºlogia: v. g. “ Nesta
terra vimos também nella Mouros casados: Está uma
fonte, em que dentro nella nasce agua (Tenreiro, Iti
ner, c. 23. e 42.): As minhas botas, qu' é dellas ellas?»
todas estas perissologias são viciosas, e incorrectas:
“ useu dº os meyos os mais violentos: » repetindo o
artigo antes de um só nome, é perissologia. “ Tal co
mo ella poucas táes: º tal é de mais, e desconcorda.
(Cruz, Pºes.) “Dessas perolas poucas tães na du
zia: » (Ulisipo) é correcto. -
•
• juntos a dormimos, e rimºs.
cognatos fonos, e riºs.
epitetos expressa os pacientessemelhantes a C$tCS S2O +
\
•
• •
|
• •
::
DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. 1o, º
uma (sc. entron) Ingleza, outra (sc. entrou) Fran"
ceza. » A Ellipse é viciosa, quando a palavra expresa
póde fazer subentender outra totalmente diversa: v. "
g. “ Amor quer sem te ver matar-me de saudades: » |-
+
que póde ser sem te elle ver, ou sem te eu ver. (Ulis *-
ii
.
# ••••*#
mas, f. 78.) •
64
25. 6.° Quando ditongamos duas vogães : v. g.
o im-pio Rei dos annos: º “Algäa coisa que pa
reça. » (Filed. 2. sc. 3.) “ Sería entre os tormem
tos, e crueldade. » (Ulissea, 8. 4o.)
26. 7.° Quando dividimos os ditongos: v. g. Tu-i,
por Tui: “ Por que quando o Sol sá-; facilmente. »
( Lusiada, 3.° 89. e 3.º 5o. ) “ Considerando o cir
culo Lacte-º. » (Elegiada, f. 32o. e 239.) “ Que de
troféos não enchesse a terra. » (Ferr.) ,
;
… … * * +_…___
c A P I T U L o III.
- - -
#;"
}
Das Composições viciosas. "..." -
-
: }
-
•
. ##
###
{{"#:
a 16 . E P I T O M E
3. Quando não se entende bem, a quem modifi
cão as incidentes pelo articular que, ou quem, qual, e
onde; havendo dois nomes antecedentes: v. g. “João
Antipapa com Pedro Diácono, a quem o Povo perse
guio por haver usurpado &c.» Parece á primeira, que
2 quem se refere a Pedrº, por estar mais proximo. (V.
Ulissea, C. 2. est. 7. ) (**)
4. Quando não apparece a quem se referem os pro
nomes, ou articulares, havendo diversas pessoas, ou
coisas, que podem trazer á memoria: v. g. “ Queria
ter comsigo (Lopo Vas de Sampayo) Pero de Faria,
Porque era do seu bando, e fora de parecer que elle era
o Governador, sobre elle ter com elle muitos compri
|-
mentos, sobre os quaes lhe respondeo Eitor da Sylvei
ra,L.que2: bem
4. sabia d'elle a verdade, &c. » (Couto, D.
*. 3.) •
:#
;}
##
*----
•fºi:
{
#•
* DA GRAMMATICA PoRTUGUEzA. "
cios
gias. nascem das más construcções, e são Anfitele
6.
•
#|
incommodo: dar lugar aos bens; por, fazer cessão de
bens (mal traduzido de cedere benis). “Todos vie
mos em as hortas de Decio Bruto: º por , ás hortas. ## !
Na construcção: “ Isto tive da amizade, que vos di # !
cesse : » “Remedio da, que já se perdia, paz no
mundo: º “Dá-nos Senhor aquella, de que necessita #
#
mos, paz, º (Barros, Gram. ) . . • •
|}
|* {
-
i#
*
* .
+
ºs errroMe
tivesse vistº a Rainha: tem ganhadº as Indias: &e. Só
usamos dos participios, quando não queremos signifi
car o complemento da acção verbal, mas queiemos
: qualificar a coisa, que possuimos, ou temos: v.g. te
nho ainda as armas compradas para aquella occasião;
tenho feito (acabei) duas moradas de casas; tenho
•
C possuo) duas moradas de casas feitas, e acabadas,
por mim, ou por outrem (e): “ arrependia-se de ser
- saida do Castello ( Men, e Moça, L. 2. c. 23.): »
*:: - cõ
|- •
i #i
* #}
>: #
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA, …».
cõ os verbos
pendia de ter ter,
saido ou
&c.haver
» ("Odirianos: º clla se arre•
#4
8. A Composição é viciosa por concurso de sons em
palavras, que dão sentido torpe, ao que chamão cº
cofonia, ou máo som: v. g. “ qu'ºlhões tamanhos tem
aquella lebre ( Barros, Gram. f. 168.): » a isto cha
#
márão os nossos bons Autores caçafetão. “Se m'amas,
amigo. » ( Ferr. # $.) • •
:
bcr, para eu ver, em eu sabendº, como perta saberes »,
ou para tu ; e não por ti saberes; salvo se ti fosse
complemento de saberes: v. g. “bem obraste, se o fi
zeste para saberes per ti mesmo a verdade, e não d'ou
vida; º onde por ti indica o meyo, ou pessoa, por quem
se faz a acção saber, com sentido diverso de perta se
beres, frase, na qual não se exprime o meyo , ou mo
do de saber, mas só o motivo. “ Daqui dou o viver
já por vividº: º é participio cognato do nome infini
|#
to viver.
(d) Com a mesma differença e de sentido dirião os
Francezes elle est sortie, e elle a verti. . |
#
||
. * ao º E P IT O M E
cipio desta Grammatica ; chamão-lhes accentos pro
sodicos (º ) grave; (!) agudo. (º)
2. Os Accentos oratorios, ou os tons da voz, com
que se proferem as sentenças: notão se com (!) as
sentenças admirativas; v. g. I ó milagre estupendo !
Para as interrogativas temos (?) v. g. " Quem foi?
* Quem o viu?
3. Quando se supprime uma vogal usamos de (*)
v. g. de, d'as, "nº, "nas, e não n'º, n'a; Porque o
que se supprime é a preposição em, e onde falta a vo
gal, ai deve ir o sinal: v. g. c'e homem , por com
o ; chama se a isto (*) sinalefa.
4. O Parentesis ( ) inclue uma sentença inteira,
que corta outra, não tendo dependencia uma da ou
tra para o sentido: v. g. ! E se a contecer essa desgra
ça, (de que Deus vos livre) que será de vós ?
; 5. O sinal de divisão das palavras é (-) v. g. ás
A i .. pero, Pro-consul, sem-sabor. (8)
#"te: t;
# ji fºi
!# ! . "
6.
,, ; ;:
(a) O accento circumflexo dos Antigos era sinal de
levantar o tom da vogal, e logo abaixá-lo; nós não
temos semelhantes vogies, e o accento circumflexº
nos é desnecessario; os nossos Grammaticos accentuão
com elle vogáes graves: v. g. vêe, fº, por vê-ye ,
Jº:yº, ere. Commúmente não usamos de accentos pro
*ódicos, se não é para distinguir palavras homonimas,
ou da mesma escritura, e diversos sons e sentidos: v.
g... ésta a casa de Pedro; está a casa de Pedro; azedas
adject. de azedas verbo ; impio de impío com licença
poética; tºrno nome, de tºrno verbo; saúda dividin
do o « do u, ou ditongando em lauda, e pauta, &c.
#"
â»
o accento, ou ápices: v. g. saúda, graúda, miu
(b) Duarte Nunes, e outros adoptarão na divisão
das palavras as razões da Ortografia Latina, onde aspe
re, v. g. no fim da regra se dividiria a-sperº, porque
ba palavras Latinas, que começão por sp, e assime
a-pectº, &c. Mas isto # inapplicavel ao Portuguez,
L_________ F[vy>E
•
• • •
TA •
|
i.
sas E P I T O M E
TA B o A S
Das Conjugações dos Verbos Auxiliares
Ser Estar Ter Haver.
M O D O S INDICAT I V O S.
Variações simples do Presente.
Pessoas do numere singular.
m. Eu Seu Estou Tenhº Hei
a. Tu Es (1) Estás Tens, Ties Has
: 3. Elle Éou
He (a) Está Tem,Tée (3) Ha (4)
J Pessoas do numero plural.
1. Nós Somos Esta nos Temos Havemes, Hemos antiq.
a. Vós Seis Estais Tendes Haveis, Heis antiq.
2. Elles S㺠Est㺠Tem, Tiem Hãe
Va
|
:
DA GRAMMATICA PoRTUGUEZA. ass
4 •
{
variações simples do Passado.
Singular.
s. Eu
s. Tu
Fai
2. Eile Foi
Plural.
Estive
Foste Estiveste
Esteve
Tivemos
Houve
Houvéste
Houve
Houvemes
|
:
•
|
#
1à4 "… E P IT O M E • •
}
} } •
?
{
•
__><s
+.
•#
Há tu (Have antiq.)
s. Sede vós Estái vós Têude vós Havèi vós
:{*
M o D o s s U BJUNCTI V os
De Futuro a respeito do Presente, e ainda do Pas-.
I
saºo. (7)
| Singular.
1. Eu Seja Estěja (3) Tênha Hája
#
a. Tu Sejas Estejas Tenhas Hájas , ! |w>
#
B. Elle Sºja Estºja Tènha Beijs - - #
Plural.
1. Nós Sejàmos Estejamos Tenhàmes
2. Vós Sejiis Estejáis
3. Elles Sejão Estějão
Tenháis
Tènhã?
Hajames
Hºjáis
Hájãe .=
De :*
i •
#}*
{
-
—=----
_-_…………
as 6 ' ' E P I T O M E
{
{
}
.
Pessodes.
a. Ser eu Estár eu Ter eu Maver eu
3º Se
*<>*
• | {
EXEM
!
lidº, é ter o attributo ler completo, acabado, v. g.“ o
ter lidº agºra, hontem, o ter lido á manhã, quando vie } { -
Eu
Singular. Do Passado
Elie
Amára
-Plural.
-
Defendºra
em época passada.
•
| {
>*-•
Vós Améreis Defendèreis Applaudirei Petéreis }
Elles Amár㺠Defenderão Applaudir㺠Pozérão
####" Mo
###
####
, , * (a) A mesma incerteza se denota com o futuro ab
… soluto do Indicativo fallando directamente ...
| > Que gente será ésta (em si dizião)
Que costumes, que Lei, que Rei terião.
* { Lusiada, 1° 45. e 2.º 3.
* Lá estarão tres até quatro mil homens. » “ Quando
fui ao campo, estarião lá perto de tres mil homens. »
Dice que virião, absolutamente; e, que viriãº, se po
dessem: a condicional se faz o virião incerto.
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA. e 51
Imperativo.
Eu
Singular.
Àma fu
Plural.
Defende tu
Modos
Applaude tu
Amái vós Defendèivos Applaudí vós (3) Péude vós
Singular.
Áme
Modos Subjunctivos. (4)
Defenda Appláuda
— .
Péitu,euPãe
{
Penha
•
•
|
{
Tu Ámes Defendas Applaudas Peakas
Elle Áme Defenda Applaude Pºnha \,
Plural. •
}•
Plural.
Nºs Amisemos Defendessemos Applaudissemes Pozéssemes
Vós Am.ísseis Defendesseis Applaudísseis Pozésseis º
Elles Amás, em Defendessem Applaudissem Pozéssem
I ii N.
}-
(3) Os Antigos dicérão no plural do Imperativo Ama
de , Defendede, Applaudide, conforme á Etymologia La
tina; depois tirarão o d, e ficou amae, defendec, ap
Pluvic. Nas Ordenações Afonsinas se achão exemplºs. V.
º L 1. T. ; 5. $. 5. “antes lha cºmprie, e guardaas. »
(4) Na Taboa dos Auxiliares dice o uso das varia
Sóes subjunctivas; as primeiras usão se, quando o ver
bº no Indicativo está no presente: v. g. querº que de
Jendas; as segundas quando o verbo principal está no
Preteritº: v. g. qui que defendesses: eu queria, que
I
"ma"… a Deus: múito favor me farias agora, se foi.es
comprar-me isso. V. Lusiada, a.en. 7.“ d'alguns, que
**iº, porque podessem ser aventurados, manda dois
Pºrque notem.» (V. a Estança si, dº «is. Cant, s, )
••{|
/
º 33 , E ºIToMe
N. B. O uso destas variações fica explicado nos
Subjunctivos dos Verbos Auxiliares, a pag.123.nota (7).
Futuros do Subjunctivo.
Singular.
Eu Amár Defendèr Applaudir Pºrér \
|-;
: (;) Mas éstas variações requerem um tempo futuro:
-•
v. g. manda, que amanhã lhe tenhas aparelhado a ca
sa: mas na Lusiada, 1. 74. “Está determinado que
tamanhas victorias hºjão alcançado os Portuguezes das
{ |-•|-
Indianas gentes » é improprio, e devia ser que alcan
cem, que não rima com determinadº, e por isso o Poe
ta não usou da variação, que o sentido pede; hajãº
alcançado suppõe uma época futura determinada, den
tro da qual a accão deve estar perfeita: v. g. que ama
nºã por noite hºjas acabadº. •
|
•
}
Escusado —Escusar Escuso foi, ou Escusadº: foi es
• cuso do serviço; foi
trabalho escusado, bal
dado , desnecessario ;
• despesas —.
Exceptuado —Exceptuar Excepto (6).
Expressado —Expressar Expresse : a sua vontade é ex
pressa; e foi expressadº
bem energicamente : é
decisão expressa da Lei.
Expulsadº —Expulsar Expulse.
Fartado - Fartar Farto.
Infestado —Infestar Infestadº:
•
a terra anda infestadº
de ladrões: homens in
.festos ao nome Christão;
os mares infestados de
Cessairos.
Inquietadº —Inquietar Inquietºtras
é adj. tem inquietadº; e
| • Isentade -Isentar
•
Isente.inquietºs.
\
s 96 ' R PIT. O M P /
|-
Seguradº de Segurar Segurº; e Seguradº, que fez asse
gurar o navio, &c.
Sepultadº. —Serultar ( Insepultº) foi sepultado.
Soltado –Soltar Selte.
Suspeitadº —Suspeitar Suspeitadº: estar a tenção suspei
tada, differe da tensão, ou voto
suspeitº: lugar suspeitº, homem
• suspeitº; de que se tem suspeita,
duvida, desconfiança, receyo.
Vagado -Vagar Vagº: está vagº o oficio; tem
*.-
vagadº múitos beneficios.
'Afectº, e Grete, Prontº, Rapto, não se derivão
de Verbos Portuguezes, e assim Ignetº, e Misto; mas
} são adjectivos: este sujeitº me é mal afectº; poucº gra
tº; estar premte; sereirº promto; estava rapto; naquelle
#
|- rapto; raptº movime=te (Lusiada); causas ignotas; pº
lavras mistas de Latim, e Portuguez: Murcho é adje
ctivo; Murchadº participio. “o cheiro traz perdido, a
«êr murchada. » (Lasiada, ;.)A flor está murcha; an
da tão triste, e tão sarche.
|-
|
•
pronuncia
á
exacta.
mais
•4
Saber,
Querer,
Ver,
eCrer.
Fazer,
Dizer,Ler
Poder,
Valer,
Trazer, aronuncião
e
Vêem,
escrevem
Alguns
p(a)
o
me
que
Vir,
verbo
do
Vem
de
distinção
para
ssim é
Pedeste
mas
Pudeste,
escrevem
Alguns
P(3)
ca
e
&c.
Peteras,
>,
etaisti,
onforme
NósPodèis
Lemos
Dizemos
Podemos
Valèmos
Trazèmos
Sabemos
Queremos
Vemos
Fazèmos Quercis
.
Vedes
Faz-is
Vós
Sabeis
Ledes
Dizèis
Valèis
Trazeis
Elle
Fáço
Eu
Trigo
Lèyo
Digo
Pósso
Véjo
Sei
Válho
uéro
Fázes
Tu
Sábes
Lès
Dizes
Pódes
Váles
Trázes
uéres
Vcs Vem
.
Fázem
Elles
Trázem
Sabem
Quéren
(2)
Lem
Dizem
Pódem
Válem valeste
Trouxéste
Soubéste
PTu
Leste
oQuizéste
déste(3)Dicéste
Viste
Fizéste
Le
Diz
Póde
Vále,eVal
Tráz
Sabe
(1)
Quér
Fáz
Elle
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VPúde
.
Tròuxe
Sòube
Lí
Dice
alí
Fiz
Eu
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absolutos.
Passados
• •
Verbos
IDos
os
tem
que
cr.
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rnfeignuiltairveos, Etimologia
á
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Latino.
Venit
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Indicativo
Modo
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Variações
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absolutos.
Presentes -* -*->.
2 -* *----* * #-
•
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Lémos
Dicémos
Podémos
Valémos
Trouxemos
Soubémos
Quizémos
Vimos
Fizémos
Nós Lestes
Dicestes
Podéstes
Valestes
Trouxéstes
Soubéstes
Vós Poderão
*
Vístcs
Fizéstes
QuaelrcremosPSoadberemos
Veremos
Faremos
VNós
Traremos
Leremos
Diremos regulares,
são
Crèra,
Lëra,
Dicéra
Podera
Valèra
Trouxéra
Souliéra
Quizéra
Fizéra
como homonimiacriº,
a
evitando
Creia,
escreveu
Barros
(4)
Indica
presente
do
pessoa
terceira
cria,
de usou
o
mas
criar;
verbo
do
etivo
e
crer,
cria,
eu
diz:
geral
crear;
de
cria
elle
)
aElles
V
Trouxérão
Souberão
Quitérão
Lerão
Dicérão
lerão Saberei
Virão
Fizérão Quererei
Trarei
Lerci
Dirèi
Poderei
Valerèi Saberas
Quererás
Vcrëi Trarás
Farei
Fu Lerás
Dirás
Poderas
Valerás
Verás
Farás
Tu QuerereisSaberão AFu
como
Vira,
Víras,
Víra,
&c.
—íras,
p laudira,
erá Sabere
"I'rarcis
is
Lereis
Direis
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Valere
Ver:19
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Vós EValerão
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lles
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Quiz
4
,
Léu
Dice
Valèu
Tröuxe
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Elle
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Quererá
LVaierá
Dirá
Poderá
Trará
Verá
Fará
Eile Lerão
Dirão
Poderão
Defendia,
como
regulares,
são
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i-iamos,
—eis,
as,
ão.
1,
=<-=-=-=- >"=>"=>=
dDeiferença
a
com
&c.
—êras,
ee.
nos
accentos
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Passado.
ao
relativos
Presentes Passado.
ao
relativos
Passados
cquivoco.
e•
o
tira
ontexto
absolutos.
Futuros
---- --------|--
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ſi :
~~ ~~~~--~
--№ºt******* --~~~~ |---------************----
±±,±,±,±,±,±),
-r
ºsº º seuaerºpea º teuertpænwr º rowser??!!?) º reswrpaſ, nesourę49 º ‘a : meſmº (,
• 5 -uſ, ou oºr ºtuojuos º soabuº no º sopimºv ogs ſeunţd ou ºnb º souaxe sop wóuºlºgſp w uuoo (.)
DA GRAMMATICA PORTUGUEZA.
n
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14O E P I T O M E
Eu Fizér, Quizêr , Soubér, Trouxér, Valèr, Pºder,
Dicér, Lèr, Crèr: as mais variações são regulares,
como Defend-cr, —cres, —er, —ermos, —crdes, —crem.
Yi, —vires, &c. como Applaudir,-ires,-ir,-irmos,
— irdes,-irem.
De Sup. Part.
Absolver Absolvido —ido. Absaltº de culpa e pena:
é homem absolutº; que não respeita supe
rior. Absoluto, it. absolvido (Freire): as
solte (Souza).
Absorver. Absorvido Renda, acido absorvido : a al
ma absorta em Deus : absorto nas ondas :
V absorto em contemplação.
Accender Accendido Acceso. os brados accendidos,
part. (6)
Agra
Corromper Corrompido
o Diccionario.
—ido: e talvez corruptº. V.
•
|
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142 , E P I T O MI E
Prender Prendido Preso.
Preverter Prevertido Prevertido: dizemos tambem
no part. homens, e costumes preversos, ou
perversos.
Querer Querido, Sup. e Partic. it o part. quistº:
bem ou mal quistº: é querido, e amado de
todos.
Resolver Resolvido Resolvido: dizemos porém:
é homem resolutº; já vinha resolutº a fazer
isso ; resolutos neste pensamento
Romper Rompido Rote tambem é partic, e sup.
o rotº alunno ; as rotas velas; vão rotos ºs
Reis de Sevilha e Granada: tem roto, e
Saber
destrogado.
Sabido o Supin.
mesmo; ( e Lusiada,
como adj. Cantº
hºmem i.)
sa
bidº, e resabido. •
Vimes
(;)
Vamºs
Nós
Subines
Servimºs
Indurinnes
Pedimos
Saímos
"éis
Tedes
(2)
Sais
Sebes
Vais
Tu
Serves
Induzes Vindes
(6)
Ides
Vós
Subis
Servis
Induzir
Pedis
Sais
Seyem
Vão
SElles
Sebem
-
Induzen
Pedem
Vens
ou
Vê,
ervem
Sóke
(4)
Serve
(3)
Induz
Vai
Elle
Pede
V#;
Sá;
Verbos
IDos
os
tem
que
ir.
em
rnfeignuiltairveos,
Pedir.
como
Medir
(1)•
Relaxe.
Conduze,
Reduxe,
Produze,
Induse,
dizião
antigos
Os
(3)
Etimologia
a
Vsom,
e
Véis
pedem
Venit,
Venis,
defi.
(4)
"
)
Filod,
(Camões,
Sirve.
Sirver,
dicérão
Outros-
histeriando,
imes)
(por
vamos
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(6)
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1$2 ' E P * T O M E . *4
| A • Sup. Part.
| Abrir Abridº Aberto: commumente dizen"
abertº no Supino. “ tem-lhe
aberto os olhos: por ter abertº
: a successão,contra as ordens. º
• Abs
>>>>>>==
{
Distinguir Distinguido Distinctº: tem se distinguidº; *
múi distincte o casº.
Dividir Dividido Dividido. Diviso, pouco usado.
Frigir Erigidº Erigido, e Erectº.
Exhaurir Exhaurido Exhauridº, e Exhauste de for
ças, de dinheiro : as dilações
estão exhauridas, acabadas 5 t.
foiense.
Expellir Expellidº Expulsº.
Expremir Expremidº Expressº.
Extinguir Extinguido Exti…ctº. •
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I N D I C E.
• 11$º
CAP. III. Das Compºsições viciosas.
CAP. IV. Dºs Siláes Ortºgraficºu, e da Pontuação. 119.
TABOAS Das Cºnjugações dos Verbos. . 123s
E R R A T A s.
Pag. VI. Linh. 2o. em lugar de Clemente X. talves •
Autºr quizesse que se imprinisse Leão X. ºs Cle
mente VII.
I 3º 2. ou
17. Lhecom, m, = Lea-se
Lea-se Lá = ou com m, •
ibid.
13. do é , i Lea-se = do e, i
31. Ve cri-ya, Lea-se = ye, cri-ya ,
ult. Dicconario Lea-se = Diccionario
21. e 22.masculino; Lea-se = masculino,
25. V a pag. 52. Lea-se = V. a pag. 161.
27. cites Lea-se = jeitos
31. º cap. 6. Lea-se = º cap. 7.
36. Quendo Lea-se = Quando
s. f. 26. Lea-se = f. 23.
3o. nota (a). Lea-se = nota (e).
24 ao que Lea-se = a º que
13. crueldade. Lea-se —= crueldade.
15. a contecer Lea-se = acontecer
§ 6. assime Lea-se = assim
1. ( ) Lea-se = (...)
6. Virgulas Lea-se = Virgula
26. coma Lea-se = consº
33. e um resto Lea-se = é um resto
3.2. cºmido; Lea-se = cºmido;
< 1. estadoimperfeito: Lea-se = estado
imperfeito:
••5)-|
·|
º (3x) { suºna º tºpulaº tou na º așa º forța º „A º "A : »ısa ouuoº spen so º º wºul º repur º teului
× º 21 º.rº/I º 21 : sºleſnºei oſs sagossºa so :To5xuosº ou sopeuæpap ogog souna soņuguI,-
C)--
ſ-,ºutput-ºtºpin-ºroumi-ºut-ºtºn-ººpmryddy*…*1) ºrºs oqușa op o oſa
?ciuos
ſqi |
ºuſwgøſſws•!,5)„ſºnprº1„ſpae omloo º 221A -op ‘oſººmeH n3·
►ºsaſduțş soinnnſ.
| ►-*
|ſae-•j•ç oquea op#
| .
--•u•try-ºrportſ-ºrøıuerri-ºort!~ ºtroºſae ºp tv ørre H ºp se oudo>
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ºttº-ºstrip-nrīddy ouros º seurſnºoi oși stossad svirno sy ouošºsrčssed ogs” szóssæd sievu
) »trips•trºçºsørrſamas•trº xmper1•rtipºa sœuu sw. :art2!Ase : ºrto.
In3.#
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|º.troffwsrţvşnçfyra 119tywºwpwrrţv32)1{wqtra Arºpp,1 sſp A
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DA GRAMMATICA PORTUG EZA.
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PC 5066 Moraes e Silva
• M82 Epito me da
Grammatica, da
Lingua Portugueza
} 5
M82 S •
\ THE
T *NIVERstry OF 97 7
*** CHICAGo LIBR
P05066.M82 c.1
Epitome da grammatica da lingua port
|||||
085 100 681
UNIVERSIT- OF CHICAGO