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Prática processual penal

Professora Ana Cristina

Aula 3

1) Continuação Casos Concretos

Caso concreto n.º 2

Josias, de 17 (dezessete) anos e 10 (dez) meses, participa, juntamente com mais quatro
pessoas maiores, do seqüestro do empresário Orlando. A Polícia recebe uma denúncia
anônima e prende três dos seqüestradores no local do cativeiro, resgatando e libertando o
empresário Orlando, que ficou em cárcere privado durante vinte dias. Josias e o outro
seqüestrador, só foram presos dois meses após a libertação de Orlando, porque haviam
brigado com os outros três participantes do delito, retirando-se da quadrilha. Todos estão
respondendo criminalmente. Na condição de Defensor Público, o que você faria em defesa de
Josias? Resposta justificada (não redigir peça).

Resolução

Antes de tudo devemos indicar a peça cabível.

Sempre que tiver problemas envolvendo datas, geralmente é um problema envolvendo


prescrição.

O crime de sequestro é permanente e a consumação deste ocorre enquanto não cessar a


permanência. No momento em que o empresário é liberado pelo policial, cessa permanência
do crime de sequestro. Orlando ficou no cativeiro por vinte dias. Esbarra no momento em que
Josias completa 18 anos.

Josias não foi encontrado no local do cativeiro, pois não mais participavam mais da infração.
Tem que responder até o momento que participa da infração, mas antes de cessar a
permanência saiu da quadrilha.

Então é inimputável, tem que ser submetido ao Juízo de Infância e Juventude.


Na qualidade de defensor, o que você faria em defesa da Josias¿ Hipótese de trancamento da
ação penal em face de Josias: deve-se impetrar HC visando o trancamento da ação, alegando
ilegitimidade por força da inimputabilidade e pode-se pleitear também a liberação de Josias.
Além disso, o juízo é absolutamente incompetente, porque o fato só poderia ser apreciado
pelo juízo da Infância e Juventude. Petição simples de HC.

Endereçamento: a competência é hierárquica, depende de hierarquia de reforma. Quem


reformaria aquela decisão¿ Se é decisão do juiz de 1º grau, quem seria competente é o
Tribunal de Justiça.

Exmo. Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça de HC

Colocar a qualificação de Josias, neste ato representado pela Defensoria pública..

Narrar os fatos tais como estão na questão. Indicar que à época da liberação do empresário,
Josias estava completando 18 anos, mas já havia se afastado da quadrilha. Então tem que
responder somente pelos atos praticados, não vai responder além do tempo em que
permaneceu envolvido. Desta forma, Josias era inimputável e não poderia figurar no polo
passivo.

Que seja concedida a ordem para trancar a ação penal.

Caso concreto n.º 3

Caio estava andando pelas ruas do bairro onde mora quando então se deparou com um cão
que estava sem coleira e que veio em sua direção tentando mordê-lo. Ao se deparar com tal
situação, Caio não teve alternativa senão quebrar o vidro de um carro que estava estacionado
em uma garagem e se alojar dentro do veículo, ficando a salvo do ataque do cão bravio. Alguns
minutos depois, o dono do animal, o Senhor Tício, encontrou o cão e o prendeu, pedindo mil
desculpas a Caio por causa do incidente. Dias após o ocorrido, Mévio, que é vizinho de Caio e
proprietário do veículo supracitado, procurou as autoridades policiais para informar que Caio
havia deteriorado seu veículo ao quebrar o vidro deste, o que lhe causou um prejuízo
considerável, tendo em vista que o conserto do vidro foi de R$1.000 reais, quase metade do
seu salário. Caio foi denunciado pelo crime de dano qualificado pelo fato de causar prejuízo
considerável para a vítima, nos termos do art. 163, parágrafo único, inciso IV, do CP, tendo o
juiz da 10ª Vara Criminal do Município H, recebido a denúncia nos seguintes termos:
“compulsando os autos, verifico que há prova indiciária suficiente da ocorrência dos fatos
descritos na denúncia e do envolvimento do denunciado. Há justa causa para a ação penal,
pelo que recebo a denúncia. Cite-se o réu na forma da lei”. Caio foi citado pessoalmente em 18
de janeiro de 2012 (quarta-feira) e o respectivo mandado foi acostado aos autos dia 23 de
janeiro. Caio procura a defensoria pública. Nessa condição, redija a peça processual cabível,
elaborando todas as teses defensivas que podem ser extraídas do enunciado com indicação de
respectivos dispositivos legais. Apresente a peça no último dia de prazo.

Resolução
Surge uma questão relacionada ao crime de dano – a regra é ação de penal privada. É hipótese
de oferecimento de queixa-crime. Ocorre que Caio foi denunciado.

O art. 167, do CP, fala sobre ação penal nos crimes de dano.

Nos casos do art. 163, inciso IV, do parágrafo único – a ação penal é privada.

Contudo, a denúncia foi oferecida sobre argumento de que o dano era qualificado pelo
prejuízo considerável para a vítima.

Para começar, existe a necessidade de se opor exceção de ilegitimidade da parte. O MP não


tem legitimidade de oferecer ação penal em um crime de dano (já que a ação deve ser
privada). Deveria a vítima (Mévio) oferecer queixa-crime.

Como temos que apresentar uma única peça, devemos arguir a exceção de ilegitimidade
como preliminar, dentro da resposta à acusação (mas devemos lembrar que pode ser
apresentada em peça autônoma também normalmente).

O dano simples é da competência dos Juizados Especiais (Lei 9099).

Já o dano qualificado é um crime que tem pena de três anos e sai da competência do juizado.

Ex.: se fossem duas infrações de menor potencial ofensivo praticadas em concurso material. Se
o somatório das penas forem superior a dois anos, as condutas não serão julgadas pelo
Juizado.

Aqui temos uma infração de dano qualificado – que é de competência da Vara criminal, em
que é adotado o rito Sumário. A competência aqui está correta.

Competência: 10ª Vara Criminal do Município

Preliminar: ilegitimidade de parte.

Caio foi citado em 18 de janeiro de 2012 e o respectivo mandado foi acostado aos autos no dia
23 de janeiro. Não nos interessa quando foi feita a juntada do mandado. Os prazos são
contados da efetiva citação. Então começaremos a contar o prazo de resposta à acusação dia
19. Dia 28 de janeiro seria o prazo (temos que analisar se é dia útil), como é sábado, 30 de
janeiro seria prazo final para advogado.

Mas já que a prova é para defensoria, o prazo é em dobro: 18 de janeiro foi o momento da
efetiva citação – 07 de fevereiro (ver se a questão fala algo sobre feriado).

Resumo:

Peça: Resposta à acusação

Quando se fala em todas as teses possíveis, afasta a apresentação (separadamente) de


exceção de ilegitimidade de parte, já que essa pode vir também em preliminar da resposta à
acusação e temos outras teses para alegar.
Lembrar de fazer narrativa breve do ocorrido – está no trecho inicial da questão. Tício pode ser
arrolado como testemunha.

Preliminar: ilegitimidade de parte. Ausência de condição da ação por ilegitimidade ativa de


parte. Crime de ação penal privada.

A questão em nenhum momento diz em que dia Mévio procurou a polícia (disse apenas dias
após o ocorrido), nem em que momento a denúncia foi oferecida. A questão não fala quando
se deu a identificação da autoria (mas deve ser desde o momento da data do fato).

A questão não nos permite avaliar se entre a data do conhecimento da autoria e da


manifestação do MP já tinha decorrido seis meses (dependendo da hipótese já estaria extinta
a punibilidade).

O fato de o MP ter oferecido uma denúncia, o fato de Mévio ter procurado a autoridade
policial, não interrompe nem suspende o prazo decadencial para o oferecimento da queixa
crime. Mévio teria prazo fatal de seis meses. Prazos de prescrição, decadência e prisão, são
prazos penais e computados de acordo com o art. 10, do CP (incluído o dia do início).

Mérito: a resposta à acusação pode entrar no mérito, em especial quando o agente puder ser
absolvido sumariamente (art. 397). No caso em tela, há hipótese de estado de necessidade
(art. 397, inciso I).

Endereçamento: Juízo da 10ª Vara Criminal do Munícipio.

Caso concreto n.º 4

Na comarca de Joinville, o órgão do Ministério Público estadual ofertou denúncia em face de


JOÃO DA SILVA, gerente administrativo da empresa SEGUROS LTDA., nos seguintes termos:

“A Fazenda Pública do município de Joinville, ao investigar a empresa Seguros Ltda., constatou


que, em tese, estavam sendo sonegados tributos, pela realização de serviços listados na Lei
Complementar n. 116/03, que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.

“Diante disso, o fisco, por atuação de sua autoridade competente, procedeu à intimação
pessoal do denunciado, contribuinte/responsável tributário, por meio de ofício no qual se
exigiu a entrega dos livros obrigatórios, e estabeleceu o prazo de 10 (dez) dias para o
cumprimento da ação devida. Na ocasião, o denunciado foi advertido de que o
desatendimento às exigências importaria na prática de crime contra a ordem tributária.

“Expirado o prazo fixado, o contribuinte se manteve inerte.

“Passados 30 (trinta) dias do recebimento do ofício, o contribuinte endereçou resposta ao


fisco, alegando que não entregaria os livros exigidos, porque não estavam devidamente
preenchidos.
“Diante da negativa do denunciado em atender à exigência da autoridade fiscal dentro do
prazo assinalado, os auditores fiscais efetuaram a retenção dos livros obrigatórios, de forma
legal, conforme o termo de apreensão de documentação fiscal (fls. ).

“Assim agindo, incidiu o denunciado no disposto no art. 1º, parágrafo único, da Lei n.
8.137/90” (fls. I/II).

A denúncia foi oferecida com base no auto de infração fiscal n. XXX/2008, durante a pendência
do procedimento administrativo fiscal. Em Juízo, antes do recebimento da denúncia, o
contribuinte, por seu advogado, promoveu a juntada aos autos de decisão administrativa final,
acompanhada de certidão negativa de débito tributário emitida pelo próprio Município,
atestando que a empresa SEGUROS LTDA. nada devia relativamente ao período investigado.

Recebida a denúncia, o denunciado é citado e busca seus préstimos advocatícios. Como


procederia (pensar em relação à Defensoria Pública)¿

Resolução

Qual tipo de procedimento¿

Lei 8037, no art. 1º - crime cuja pena é de dois a cinco anos.

A pena máxima é cinco anos e o rito aplicável é o ordinário.

É crime tributário e esse crime depende do encerramento do procedimento administrativo


fiscal com a declaração do Fisco que houve a sonegação do tributo e o quantum devido. O
pagamento do tributo acarreta a extinção da punibilidade. Objeto da súmula vinculante 24.

Petição com finalidade de demonstrar a inexistência de tipicidade (conduta atípica), seja


porque a denúncia foi oferecida antes do término do procedimento administrativo fiscal, seja
porque esse procedimento demonstrou inexistir qualquer irregularidade, conforme foi
demonstrado pelo denunciado após o oferecimento, porém antes do recebimento (porém o
juiz mesmo assim recebeu).

Há auto de infração, mas não há finalização do processo administrativo.

Foi realizada a juntada da documentação antes do recebimento da denúncia.

Antigamente, havia uma discussão acerca da natureza jurídica do processo administrativo


fiscal para o exercício da ação penal. Uns sustentavam que a discussão dizia respeito a
ausência ou presença de condições de ação. Outros falavam que a discussão dizia respeito a
hipótese de defesa indireta, a questão prejudicial.

A questão era qual seria o momento oportuno para se analisar isso: se a denúncia deveria ser
recebida, independentemente da finalização do processo administrativo fiscal ou se poderia
ser oferecida e recebida e tais questões serem tratadas como questões prejudiciais,
preliminares (como questão processual).
Hoje o entendimento é claro: a conduta não é considerada típica enquanto não houver
consolidação do crédito. Se não existe um valor devido, não posso definir a prática do crime,
não tenho materialidade. Isto retira a justa causa e retira também demais condições da ação.

Só haver possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir depois que houver sido fixada a
discussão de qual valor devido ao Fisco.

O juiz não poderia ter recebido a denúncia, a documentação já estava nos autos.

No momento que o juiz recebe, mesmo estando presentes os documentos comprobatórios de


que o débito fiscal não existe, de que não há regularidade, é passível a discussão sobre
impetração de HC. É possível HC nesse exemplo para trancar a ação penal.

Mas já que a denúncia já foi apresentada é possível apresentar resposta à acusação.

Qual das duas peças devemos utilizar numa questão dessa natureza¿ A chave para a resposta
está no começo: “recebida a denúncia, o denunciado é citado”. Ele já foi citado: tecnicamente
seria a peça procedimental para a peça regular naquele momento. A questão quer resposta à
acusação.

Peça: resposta à acusação, sustentando a atipicidade de conduta, ausência de condições de


ação e ausência de justa causa.

Súmula vinculante 24.

Pleitear absolvição sumária com base no inciso III, art. 397.

Caso concreto n.º5

Rondásio Brejolino foi denunciado pelo Ministério Público pela prática dos crimes, em
conexão, tipificados no artigo 121, § 2º do Código Penal, no qual figurou como vítima
Vandinho Infeliz, e no artigo 129, § 2º do Código Penal, no qual figurou como vítima Huguinho
Sem Sorte.

Numa das audiências para oitiva de testemunhas o Representante do Ministério Público não
foi pessoalmente intimado, comparecendo, porém, voluntariamente, a tal ato processual, pois
se encontrava no Fórum no momento da realização do mesmo.

Durante a instrução, três testemunhas de acusação, Mirosvaldo, Clarismundo e Epifânia, foram


unânimes em afirmar, em depoimentos seguros e consonantes, que Rondásio Brejolino foi
autor dos delitos, prestando depoimentos que alicerçaram os aspectos constantes na peça
denunciatória, enquanto Miralva, testemunha de defesa, prestou depoimento contraditório,
inseguro e sem qualquer nexo, afirmando versão contrária.

Após regulares trâmites, o réu foi pronunciado como incurso nos artigos constantes da peça
iniciatória, sendo levado a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Na sessão do Tribunal do Júri, funcionaram no Conselho de Sentença, Manoel da Paz e
Joaquim Guerra, primo de Maria Bonita, que mantém (Maria Bonita) união estável com
Manoel da Paz.

O Ministério Público sustentou, nos debates, a prática, pelo réu, dos delitos tipificados no
artigo 121, § 2º do Código Penal e no artigo 129, § 2º do Código Penal, enquanto a defesa
sustentou, em relação aos dois delitos, a tese de negativa de autoria por parte de Rondásio
Brejolino.

O Conselho de Sentença respondeu sim aos quesitos insertos nos incisos I, II e III do artigo 483
do Código de Processo Penal, o que levou o Juiz de Direito Presidente do Tribunal do Júri a
absolver Rondásio Brejolino em relação ao delito tipificado no artigo 121, § 2º do Código
Penal.

No tocante ao delito tipificado no artigo 129, § 2º do Código Penal, Rondásio Brejolino foi
efetivamente condenado, tendo o Juiz de Direito Presidente do Tribunal do Júri dosimetrado
sua pena em cinco anos em regime aberto.

Após todos esses fatos, transcorrido o prazo, o MP não interpõe recurso, motivo pelo qual a
família de Vandinho infeliz, tendo clara convicção que Rondásio Brejolino deve ser condenado
pela prática dos delitos tipificados no artigo 121, § 2º do Código Penal, bem como como
incurso no artigo 129, § 2º do Código Penal, no qual figurou como vítima Huguinho Sem Sorte,
procurou seus préstimos como defensor público.

Resolução

A Defensoria Pública pode ser procurada pelo ofendido.

São dois crimes conexos.

A ausência de intimação pessoal do membro do MP gera nulidade (a defensoria também tem


essa prerrogativa). Mas nenhuma nulidade será declarada se não houver prejuízo.

Formulado quesitos sobre materialidade os jurados responderam sim.

Quesitados sobre autoria, a resposta foi sim. Lembrar que os quesitos são prejudiciais.

No terceiro quesito (inovação de 2008 – quesito obrigatório), os jurados responderam que


absolvem o acusado. Abrange todas as teses defensivas.

Vandinho infeliz: é a vítima do homicídio.

Em relação a lesão corporal ele foi condenado. A família de Vandinho infeliz não pode procurar
qualquer tipo de alteração da sentença proferida em relação ao crime perpetrado contra
Huguinho sem sorte.

Para que você faça uma apelação subsidiária é necessário que tenha havido uma absolvição
(há quem defenda que a vítima possa pleitear aumento da pena- posição minoritária). A
posição majoritária defende que não é possível para a vítima buscar aumento de pena em
eventual condenação, tem apenas interesse em buscar o título condenatório para fins de
reparação de danos no civil.

Quando o réu foi condenado, não há interesse em um recurso da vítima para aumento de
pena (posição majoritária). Além disso, a legitimidade para buscar qualquer tipo de
provimento em relação da ação corporal é de Huguinho sem sorte e não de Vandinho infeliz
ou de sua família.

Ainda que fosse possível buscar aumento de pena ou mesmo que fosse absolvido, a família de
Vandinho infeliz não tem nada a ver com isso.

Estamos atuando como órgão de acusação. É possível dentro do processo penal: apelação
subsidiária (art.598, CPP – a vítima ainda que não habilitada).

Surge uma discussão relevante sobre a apelação subsidiária: constitucionalidade do recurso


(nesse caso, não se deve discutir isso, iremos atuar em prol da vítima). A posição majoritária é
que esse recurso foi recepcionado pela ordem constitucional, pois é como fosse uma ação
penal privada subsidiária da pública em sede de recursos.

A vítima pode apelar para aumentar a pena? Posição majoritária é que não tem interesse de
aumentar a pena, porque interesse de punir é do Estado.

Outra discussão diz respeito ao prazo: o prazo da vítima começa a fluir ao final do prazo de
intimação do MP (conta-se cinco dias). A legitimidade da vítima só surge da “inércia do MP”

Outra discussão é se a vítima habilitada como assistente de acusação deveria ter prazo de
cinco dias e não de quinze. Nesse caso concreto, a discussão não existe, porque a vítima não
estava habilitada como assistente.

Recurso: apelação subsidiária. É um processo que tramita no Tribunal do Júri, nesse caso o
recurso de apelação está lastreado no art. 593, inciso III, a e d, combinado com o art. 598
(recurso de apelação subsidiária) do CPP. Há soberania dos veredictos, que impede que o
Tribunal reforme o veredicto dos jurados, por isso na interposição tem que demonstrar quais
alíneas estão presentes.

O art. 593, inciso III, com fulcro na letra d – nessa hipótese se o Tribunal der provimento a
apelação, será impossível outra apelação com o mesmo fundamento.

A hipótese que se apresenta é de apelação do art. 593, III, d. A questão não apresenta
dificuldades maiores, salvo que o MP não foi intimado pessoalmente para audiência, mas
compareceu (então não há nulidade por falta de prejuízo). Deve-se discutir a contrariedade da
decisão do jurados em relação as provas do autos (três testemunhas dão depoimentos claros,
coerentes no sentido de que o réu deveria ser condenado).

A segunda argumentação é a presença de dois jurados que tenham grau de parentesco, o que
não é permitido. Aqui há nulidade que deve ser arguida. O promotor arguiu todas as nulidades
oportunamente, em tese, não precluíram.
Pode-se sustentar a nulidade da não intimação do MP pessoalmente (não tiram ponto por
excesso).

Pedido: Provimento do recurso para declarar a nulidade do julgamento, em razão da presença


de jurados que tinham impedimento e não poderiam figurar juntamente no Conselho de
Sentença. Caso não entendam dessa forma os julgadores, que seja reconhecida que a decisão
dos jurados é manifestamente contrária a prova dos autos, com o provimento do recurso no
art. 593, III, d; e consequente devolução dos autos ao Tribunal do Júri para que seja designada
nova data para novo julgamento para novo Conselho de Sentença.

O Tribunal não tem condições de reforma do veredicto dos jurados, o processo volta para o
momento do ato nulo e é reformado de forma válida. Como se o julgamento anterior não
existisse.

Caso n.º6

Marcelo foi denunciado pelo Ministério Público por ter revelado fato que devia permanecer
em segredo e do qual tinha ciência em razão do cargo público que ocupa. A ação praticada por
Marcelo resultou em dano à administração pública, e o Ministério Público requereu a
condenação do denunciado nas penas do art. 325, § 2.º, do Código Penal, transcrito a seguir.

Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena — detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se
o fato não constitui crime mais grave.(…) § 2.º Se da ação ou omissão resulta dano à
administração pública ou a outrem: Pena — reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Por ocasião do recebimento da denúncia, o juiz verificou que não havia qualquer prova, ou
sequer indício, no inquérito ou nos autos, a respeito da qualificadora.

Com base na situação descrita acima, redija um texto dissertativo que, aborde,
necessariamente e de modo fundamentado, os seguintes aspectos:
- correta conduta a ser seguida pelo juiz;

- possíveis efeitos da decisão do juiz;

- recurso cabível.

Resolução

Marcelo foi denunciado por violação de sigilo funcional.

Pena da conduta: art. 325 – pena de detenção de seis meses a dois anos. Aqui seria
competência dos Juizados Criminais.

Já no parágrafo 2º, a pena é de dois a seis anos de reclusão.

Competência da Vara Criminal com aplicação do rito ordinário.


Não existe prova da qualificadora – não existe justa causa para recebimento da denúncia na
forma em que foi oferecida.

A conduta correta a ser praticada pelo juiz, em um primeiro momento seria rejeitar a denuncia
ou recebê-la no art. 325, caput (violação de sigilo funcional simples). O problema é que não
competente para receber a denúncia por violação de sigilo funcional, porque não há a
qualificadora. Então a competência é dos Juizados Especiais Criminais – aqui teríamos análise
de medidas despenalizadores, audiência preliminar.

Se o juiz rejeita a denúncia com base na ausência de justa causa para fins de qualificadora,
admitindo que há justa causa para o restante, irá implicar em discussão sobre a ausência de
pressupostos processuais.

A posição correta em relação ao juiz é a de rejeição da denúncia por ausência de justa causa
em relação a qualificadora e rejeição da denúncia por ausência de pressupostos processuais
porque seria incompetente em relação a infração de menor potencial ofensivo, remetendo o
feito ao Juizado Especial.

Pode receber a denúncia em parte¿ Poderia, mas nesse caso ele não é competente e a decisão
seria nula.

Efeitos da decisão do juiz: declínio de competência e aplicação do rito previsto na Lei 9099.
Atenção a esses detalhes.

Pode ocorrer no recebimento da denúncia e também na fase de julgamento (art. 383 e 384).

Qual o recurso cabível da rejeição da denúncia¿ Seria para o RESE (para o MP). Isso porque foi
em Vara Criminal. Se fosse no juizado especial, seria apelação da Lei 9.099 (prazo de dez dias,
interposição e razões ao mesmo tempo).

Se o juiz tivesse recebido a denúncia embora ausente a justa causa, não tem previsão legal de
recurso, caberia HC.

E se houvesse a denúncia o réu e citado o réu: resposta á acusação.

Caso concreto n.º7

A Durante todo o processo o réu contou com advogado constituído. Intimada a defesa técnica
para alegações finais, quedou-se inerte. O juiz, sem qualquer outra providência, decidiu pela
intimação da defensoria pública para a apresentação de tal peça, e assim se fez. Na sentença,
o juiz condenou o réu. A defesa técnica, por meio do advogado constituído, interpôs apelação,
argüindo nulidade pela falta de intimação do réu para que, se fosse o caso, indicasse novo
patrono de sua confiança para apresentar as alegações finais. Sustentou ainda que o prejuízo
do réu foi evidente, eis que condenado. Solucione a questão, abordando os seguintes pontos:
a) a falta de alegações finais no rito comum gera nulidade?;

b) a falta de alegações finais no rito do júri acarreta nulidade?;


c) qual a consequência da falta de apresentação de alegações finais pelo MP?

Resolução

Sobre a falta de alegações finais da acusação, existe divergência se é indispensável ou não.


Posição majoritária é que é nulidade relativa (por já ter denúncia, o MP não tem novos
argumentos). Mas para tese defensiva, a ausência de memoriais do MP caracteriza violação ao
contraditório e ampla defesa, não nos interessa apenas a denúncia.

Já no caso de defesa, a falta de memoriais desta é causa de nulidade absoluta, o réu está
indefeso.

O Juiz no caso concreto sem qualquer providência intimou a defensoria para memoriais. A
ampla defesa é composta de autodefesa e de defesa técnica. O réu pode dispor da autodefesa
(direito ao silêncio, por exemplo), mas não pode dispor da defesa técnica – não é possível ao
juiz nomear defensor público sem que o réu tenha sido intimado sobre aquela nomeação.

O juiz primeiro deve intimar o réu para que diga se quer ou não constituir novo advogado.

A falta de alegações finais no rito do júri acarreta nulidade¿

A falta de debates orais (ou memoriais se o juiz converter) na audiência de instrução e


julgamento significa apenas que a defesa quer guardar a tese defensiva para o Plenário. O
entendimento é que não gera nulidade, quando muito nulidade relativa.

Claro em uma atuação enquanto defensor, devemos alegar a nulidade.

Caso concreto n.º8

Aurélio, em sede de inquérito policial, reservou-se o direito de permanecer calado. Na fase


judicial, quando de seu interrogatório, manifestou-se da mesma forma e nada disse. Concluído
o processo, o réu foi condenado como incurso no art. 155, § 4.º, inciso I, do Código Penal, às
penas de 2 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão e 10 dias-multa. Embora fossem frágeis as
provas produzidas, dada a inexistência de prova pericial, o MM. juiz competente, diante do
silêncio de Aurélio na fase policial e no âmbito da ação penal, fundamentou a decisão na
presunção de culpa. A sentença foi publicada há três dias. Diante dessa situação hipotética,
redija, na condição de defensor público de Aurélio, um recurso judicial cabível, apresentando a
peça técnica pertinente à hipótese em comento.

Resolução

O juiz utilizou o silêncio do réu em prejuízo deste: ofensa ao direito ao silêncio (art. 186,
parágrafo único, do CPP). O art. 198 do CPP diz que o silêncio não importa confissão, mas pode
ser considerado pelo juiz na formação de seu convencimento. Cuidado com esse dispositivo.
Com a reforma do art. 2003, o art. 186 foi alterado e recebe o parágrafo único. Infelizmente, o
art. 186 não foi alterado, mas deveria ter sido.
A parte final que diz que o silêncio do réu pode ser considerado pelo juiz na formação de seu
convencimento não foi recepcionada pela CF.

Peça: apelação – art. 593, inciso I (contra sentença condenatória).

Alegar discussão de direito ao silêncio, inconstitucionalidade da decisão do juiz. Requerer, com


fulcro na insuficiência de provas (que a questão deixa clara) e inexistência de provas, a falta de
justa causa.

Teses: ofensa do direito constitucional ao silêncio (de permanecer calado). Ofensa ao


parágrafo único do art. 186. Alegar a presunção de inocência. Ausência de justa causa por
conta da falta do exame de corpo delito. Pedir a absolvição com fulcro no art. 386, inciso VII,
por insuficiência de provas.

Caso concreto n.º 9

Em 5 de outubro de 2001, às 19 h 30 min, Maria Virgínia, brasileira, estudante, nascida aos 10


de março de 1980, estacionou seu veículo em frente ao prédio onde funciona a Biblioteca
Central da Universidade Federal de Alagoas, em Maceió – AL, quando foi abordada por
Marcelo, seu ex-namorado, que, de posse de uma arma de fogo, obrigou-a a adentrar o
veículo pertencente a ele, levando-a, em seguida, até um lote baldio. Ameaçando-a com a
arma de fogo, Marcelo despiu-a e consumou conjunção carnal. Após tal ato, determinou que
Maria Virgínia descesse do carro, dizendo a ela que, caso tomasse qualquer medida contra ele,
a mataria. Maria Virgínia, aterrorizada, não contou o fato aos seus familiares ou amigos.

Em virtude da agressão sofrida, a vítima engravidou, razão pela qual procurou orientação junto
a um advogado e decidiu processar criminalmente Marcelo. O representante legal da vítima
compareceu ao Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas e apresentou a queixa, em
10/6/2002, contra Marcelo, imputando-lhe a prática do crime de estupro, tipificado no art. 213
do Código Penal (“Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave
ameaça.”). O magistrado recebeu a queixa e designou o interrogatório, determinando a
citação do réu e a notificação do Ministério Público (MP).

O oficial de justiça compareceu ao endereço do réu, constante no processo, porém, não o


encontrou, em razão de o mesmo encontrar-se recolhido a estabelecimento carcerário da
Secretaria de Segurança Pública em Maceió – AL, em virtude de sua prisão em flagrante pelo
crime de roubo, perpetrado naquela cidade, dias antes. A citação de Marcelo foi realizada por
edital, tendo ele comparecido ao juízo na data designada para o interrogatório e confessado a
autoria da infração penal perante a autoridade judiciária.

Ao final do interrogatório, foi-lhe nomeado defensor público, por não possuir recursos para
constituir um advogado, porém, o defensor não foi intimado para apresentar defesa prévia,
tendo o tríduo legal passado in albis. Na fase do art. 499 do Código de Processo Penal, juntou-
se aos autos a folha de antecedentes do réu. A seguir, em sede de alegações finais, o MP
requereu a procedência da pretensão punitiva, requerendo a condenação do réu.
Em face da situação hipotética acima apresentada e na qualidade de defensor público do
Estado de Alagoas, elabore peça jurídica apropriada ao caso, abordando todos os aspectos de
direito que considerar pertinentes, inclusive possíveis nulidades verificadas no decorrer do
processo, sempre em defesa do réu.

Resolução

Os fatos aconteceram em 2001, quando a regra da ação penal era privada. Hoje a regra é que a
ação é condicionada à representação (salvo quando a vítima for menor de 18 anos e
vulnerável- será pública incondicionada. Também quando existir violência real, súmula 608,
STF).

A vítima era maior de 21 anos, não há que se falar em representante legal.

Fato: 05 de outubro de 2001. O prazo decadencial começa a correr desta data, já conhecia da
autoria. O prazo final será 04 de abril de 2002: nessa data ocorreu a decadência e está extinta
a punibilidade de Marcelo. Mesmo se cair no sábado dia 04 de abril, acabará nesse dia (é prazo
penal e prazo penal é fatal).

Apresentação da queixa-crime: 10 de junho de 2002.

Agora é crime de ação penal pública condicionada, ainda assim é necessária a representação
dentro do prazo.

Citação foi realizada por edital, apesar de Marcelo encontrar-se preso por outro motivo. É nula
a citação por edital quando o réu se encontra preso por outro fato (isso é sumulado). Há
nulidade de citação.

Na época, o interrogatório era o primeiro ato, e o réu compareceu – supre a alegação de


nulidade. Mas como pode se defender se não teve acesso a denúncia¿

O Defensor também não foi intimado pessoalmente: nulidade.

O MP requereu a condenação – onde está a hipótese de queixa-crime¿ Não há manifestação


do querelante¿ A questão é como se manifestou o querelante¿ Não havendo pedido de
condenação, caracteriza-se perempção.

Peça: memoriais.

Nulidades: ilegitimidade de parte. Ausência da extinção da punibilidade pela decadência.


Nulidade pela ausência de citação pessoal do réu que estava preso. Ausência de manifestação
do querelante que gera perempção.

Ao final, pedir reconhecimento das nulidades e depois absolvição do réu.

Tem que ver qual é ação cabível.

Ver quem oferece a queixa ou representação se a vítima detém legitimidade processual.

Hoje o crime de estupro é crime de ação penal pública condicionada à representação. A vítima
deveria oferecer representação dentro de seis meses e o MP oferecia a denúncia.
Atenção: julgamento no STF das ações ADI 4424 e ADC 19. Essas ações versavam sobre a Lei
Maria da Penha. Como fica a situação das infrações relacionadas a violência doméstica e
familiar contra a mulher¿

Não há necessidade de coabitação e nem de vínculo matrimonial e união estável. Essa


violência inclui tanto a discussão de coabitação (amigas que moram juntas em república –
pode caracterizar a hipótese de violência familiar) e também se houver relação afetiva.

Aqui é crime de estupro praticado contra ex-namorado, o que poderia ensejar discussão de
violência doméstica familiar contra a mulher.

O grande problema é que o julgamento das ADI e ADC em relação a Lei Maria da Penha
colocou em cheque certos dispositivos desta lei:

a) art. 1º;

b) art. 12, inciso I;

c) art. 16;

d) art. 33;

e) art. 41, todos da Lei 11.340.

Posição do STF

A discussão referente ao art. 1º era sobre a aplicabilidade daquela lei somente as mulheres.
Não haveria violação ao princípio da isonomia¿ Não deveria alcançar os homens¿ A lei tutela
as mulheres que estão em posição de desigualdade e a isonomia se refere a tratar igualmente
os iguais e desigualmente os desiguais. O STF declarou a constitucionalidade do art. 1º da Lei.

É possível hipótese lesão corporal e violência doméstica em que a vítima seja homem¿ É
perfeitamente possível. Seja a vítima homem ou mulher, o art. 129, parágrafo 9º, do CP – tem
pena de três anos e jamais seria da competência do Juizado Especial. O crime é o mesmo.

A diferença é que quando a vítima é mulher, aplica-se as tutelas de urgência e medidas de


proteção previstas na Lei Maria da Penha. A Lei 11.340 só se aplica a mulher.

O art. 12, inciso I, diz que o delegado de polícia deve exigir representação da vítima de
violência doméstica, quando esta comparecer na delegacia. O art. 16 diz que a retratação da
representação somente pode ser realizada na presença do juiz.

É preciso representação em lesão corporal¿ Não.

O STF não declarou a inconstitucionalidade do art. 12, I e art. 16, disse que os artigos têm que
ser interpretados conforme. Como o art. 41 veda as medidas despenalizadores da Lei 9.099
aos casos de violência doméstica, e esse art. 41 foi declarado constitucional (é válido), estão
vedadas as medidas despenalizadoras da Lei 9099 na hipótese de violência familiar contra a
mulher.
Uma das medidas despenalizadoras é a exigência de representação para a lesão leve culposa.
Lesão corporal leve, culposa, dentro de violência doméstica e familiar contra a mulher, é crime
de ação penal pública incondicionada.

E se for contra homem¿ Pública condicionada a representação.

E se for estupro, ameaça¿ A natureza da ação penal não mudou, é a natureza do código.

O art. 12, inciso I e art. 16, só não se aplicam a lesão corporal contra a mulher (a outros crimes
se aplicam).

O art. 33 foi declarado constitucional também: enquanto não forem criados os Juizados de
Violência Doméstica familiar contra a mulher, não pode ir para Juizado Especial (é
incompetente, ainda que o crime tenha pena até dois anos). Quem julga a violência doméstica
e familiar contra a mulher é Vara Criminal.

Ex.: ameaça em violência doméstica e familiar contra a mulher - quem julgará será a Vara
Criminal, se não houver naquele local Juizado de Violência Doméstica familiar contra a mulher.

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