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Curso: Como Importar da China

Curso Como Importar da China


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2014  
_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

 
 
A China Gate

Somos uma empresa especializada em ajudar importadores brasileiros a fazer negócios


com o mundo inteiro. Temos escritório no Brasil e na China e estamos prontos para te
atender de ponta a ponta.

Desde 2003 trabalhamos com isso. Com importação, especialmente importação da China.
Atendemos outros tipos de importação também, como Estados Unidos, Canadá, Panamá,
Argentina, Chile, França, alguns outros países da Ásia, mas o nosso melhor mesmo é
China. Daí nosso nome. É bastante experiência acumulada para compartilhar com você.
Já negociamos com mais de 200 fornecedores chineses em mais de 40 cidades e
sabemos atender empresas iniciantes em importação.

Trabalhamos para simplificar o processo de importação de nossos clientes e para ensinar


esse processo aos interessados em cursos. O Brasil ocupa a 106a posição no ranking de
países mais burocráticos para se fazer importações. Então isso toma muito tempo das
empresas envolvidas com importação. Por isso é importante ter alguém envolvido com a
“parte chata” da coisa, a parte burocrática da importação para que os tomadores de
decisão estejam liberados para fazer negócios, negócios que agregam valor. Mas quer
saber uma coisa interessante? ADORAMOS fazer isso. Adoramos importar produto e
cuidar dos processos. Adoramos ensinar as pessoas a fazerem importações.

É um casamento perfeito.

Um forte abraço e bom curso.

 
 
 

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

AUTOR:    
 
Rodrigo  Giraldelli  
 
• Administrador  de  Empresas  (Cesumar  2002)  
• Especialista  em  Consultoria  Financeira  (UEM  2006)  
• Especialista  em  Gestão  de  Projetos  (FCV  2009)  
• Trader  Internacional  especialista  em  mercado  Chinês  
• Instrutor  do  Instituto  Mercosul  (Maringá)  
• Instrutor  da  ACIM  (Maringá)  
• Instrutor  da  BR/Petrobrás  (Rio  de  Janeiro)    
• Professor  de  cursos  de  Pós  Graduação  Senai  (SC)  
• Professor  de  cursos  de  Pós  Graduação  Integrado  (Campo  Mourão)  
• Professor  de  cursos  de  Pós  Graduação  Cesumar  (Maringá)  
• Professor  de  cursos  de  Pós  Graduação  Unipar  (Umuarama)  
 
 
rodrigo@giraldelli.com.br  
44  9152  2380  /    44  3026  4180    
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este  material  é  parte  integrante  do  curso  INTENSIVO  EM  IMPORTAÇÃO  do  Instituto  Mercosul,  sua  reprodução  
total  ou  parcial  sem  autorização  do  autor  está  sujeita  as  penalidades  previstas  em  lei.    
 
 
 

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

SUMÁRIO  
 
 
Por  quê  você  decidiu  fazer  esse  curso?     -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   5  
China  é  o  país  do  Futuro?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   8  
Que  produto  compensa  Importar?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   11  
Como  encontrar  fornecedores?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   13  
Quanto  gasta  para  viajar  para  a  China?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   16  
Como  trazer  os  produtos  para  o  Brasil?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   20  
Quanto  vai  custar  os  produtos?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   28  
Quanto  paga  de  Imposto?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   35  
Quais  são  os  documentos  mais  importantes?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   41  
Como  se  paga  as  importações?     -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   49  
Como  se  faz  para  virar  importador?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   52  
Como  funciona  a  burocracia?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   54  
E  o  desembaraço  aduaneiro?   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   56  
Fazendo  tudo  certinho   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   58  
Referências     -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   62  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este  material  é  parte  integrante  do  curso  IMPORTAÇÃO  PASSO  A  PASSO  da  China  Gate,  sua  reprodução  total  ou  
parcial  sem  autorização  do  autor  está  sujeita  as  penalidades  previstas  em  lei.

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Curso “Como Importar da China”


O curso “Como Importar da China” surgiu a partir da junção de várias respostas a
inúmeras perguntas que pessoas interessadas em importação faziam e ainda fazem,
durante os atendimentos na Prado Giraldelli Consultoria. Muitas dessas respostas
também estão descritas no blog de Rodrigo Giraldelli.

O programa do curso está estruturado na forma de respostas às perguntas mais


frequentes referente ao tema de importação da China.

O objetivo do curso é tratar aspectos de negociação com o gigante asiático em uma


temática formatada para pequenas e medias empresas, importadoras ou não. Este curso
não tem o objetivo de detalhar instruções técnicas do processo de importação, cálculo de
tributos e desembaraço aduaneiro.

Por quê você decidiu fazer esse curso?


O Brasil vive um momento econômico muito favorável para desenvolvimento de negócios.
De fato o futuro chegou para os brasileiros que ditavam nas décadas de 70 e 80 que “o
Brasil é o país do futuro”.

Informação é poder! Com informação fácil e rápida como um clique, os clientes estão
cada vez mais exigentes. Essa exigência pressiona os fornecedores de qualquer tipo de
produto a prestar melhores serviços, entregar mercadorias de boa qualidade a preços
cada vez mais baixos.

É importante notar que a percepção de custo benefício mudou nos últimos anos. O ciclo
de vida dos produtos está cada vez menor, abrindo mercado para produtos com valores
mais baixo e duração mais curta. Esse fenômeno é percebido claramente no setor de
moda, onde qualidade do produto é muito importante, mas não se espera usar alguns
determinados modelos de roupas por mais de uma estação. Então neste caso, o cliente
não tem interesse em investir muito dinheiro em um produto que não precisa durar muito
tempo.

Economicamente o país passa por seu melhor momento. As taxas de juros estão baixas,
existe crédito no mercado bancário, a taxa de câmbio encontra-se em situações
consideradas ideais para o comércio internacional, especialmente se comparado com o
período de 2001 a 2005 onde a taxa de cambio permaneceu muito tempo na taxa de 3,70
reais por 1 dólar americano.

Destaca-se também a maturidade dos empresários brasileiros, especialmente os de


pequenas e médias empresas, que tem buscado alternativas mais rentáveis para
viabilizar seus negócios. Por muitas vezes os dirigentes de empresas precisam praticar

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

verdadeiros malabarismos para conseguir lucro frente aos pesados custos de produção,
principalmente a carga tributária e os encargos sobre a folha de pagamento.

Esses fatores mostram a evolução dos negócios no Brasil que juntados às facilidades
propostas pela internet e a um número maior de pessoas que conseguem se comunicar
na língua inglesa, formam um robusto conjunto de condições que favorecem homens e
mulheres de negócios a pensar em importar produtos.

Por outro lado, a invasão de produtos de fabricação chinesa tem chamado cada vez mais
atenção dos consumidores e empresários. As informações sobre a China estão em
evidência nos noticiários e pensando no contexto geopolítico, esse grande país tem
ocupado lugares cada vez mais destacados. A China impressiona sob diversos aspectos,
mas sobretudo pela grandiosidade. O número da população, capacidade de produção em
escala, tamanho do seu território e sua cultura milenar leva a China a ser líder em
diversos segmentos.

Efeito Colateral

Antigamente empresas importadoras eram grandes organizações especializadas em seus


segmentos de atuação, onde havia um volume muito grande de movimentação de
mercadorias, pois para compensar os altos custos da importação, era necessário obter
ganhos em escala.

Nos dias de hoje o cenário é bem diferente. Muitos serviços referente ao processo de
importação estão disponíveis para pequenas e médias empresas, de forma que até
mesmo importações de pequena monta podem ser viáveis. Naturalmente os ganhos em
escala através da importação em grandes quantidades são muito importantes, e as vezes
determinantes para se obter um baixo custo unitário, contudo é notório que as facilidades
da importação estão cada vez mais acessíveis aos pequenos e médios empresários.

Em mercados maduros, onde existem muitos concorrentes, é natural que as margens de


lucro sejam pressionadas e diminuídas. Essa pressão leva o varejista a pensar em
importar produtos para poder retomar seus lucros ora perdidos, por outro lado, os
importadores estão cada vez mais orientados a atender mercados de varejo para assim
conseguir aumentar seus lucros vendendo em quantidades menores, mas a preços
maiores.

Tipos de Importadores

Sem o objetivo de classificar todos os tipos de importadores, dois deles são facilmente
identificados com objetivo de importar da China.

De um lado existem os “investidores”. Esse tem o objetivo de maximizar seu patrimônio


através de importações da China. Geralmente não tem foco bem definido em relação ao
tipo de mercadoria que deseja importar, pois sua experiência é de investir e operar no
mercado fazendo com que seu capital aumente de valor. A intenção desse grupo é de
escolher pelo produto de maior giro quando sua necessidade é de retorno rápido sobre o
investimento ou de maior lucro, quando sua intenção é de altas taxas de retorno sobre o
investimento. Naturalmente se encontrar um produto com altas margem e alto giro é o

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melhor dos mundos, mas para não entrar na seara de quantificar “alto” e “baixo” nesse
capítulo, deixemos para a imaginação do leitor essas definições.

Do outro lado existem os “tradicionais”, são atacadistas, varejistas, fábricas, indústrias e


demais pessoas que já tem um foco bem definido sobre o precisam importar, e neste caso
outro tipo de produto que não seja aquele com o qual trabalha não serve. Ou seja, um
fabricante de móveis para escritório tende a ter interesse em produtos relacionados com
essa indústria. O objetivo desse grupo pode ser redução de custos produtivos para
aumento ou até mesmo a manutenção de suas margens de lucro.

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A China é o país do futuro?


A China é um país fascinante. Tem uma cultura milenar e mistura de tradição e
modernidade em um mesmo local. Não é um país perfeito. Nem a China nem qualquer
outro país é perfeito. Creio que a melhor definição para um brasileiro pensar da China é
“diferente”. Diferente na maioria dos aspectos, contudo em algumas vezes é possível
encontrar similaridade como na forma hospitaleira de receber estrangeiros, na forma
prestativa de atender os clientes. Contudo em um país com quase 1,4 bilhões de
pessoas, é leviandade pura tentar pregar algum adjetivo para o povo como um todo.

A grandiosidade da China além dos números da sua população, também está em seu
território. Tem dimensões continentais como as do Brasil e só para termos uma noção, um
vôo direto entre Harbin e Guangzhou leva aproximadamente quatro horas e meia.

Uma outra verdade sobre a China é que é muito longe do Brazil. Não existem vôos direto,
então para viajar até a China é necessário ter uma (ou mais) parada(s). Geralmente a
parada é feita no país de origem da companhia aérea que se está voando. Existem várias
rotas possíveis, as mais conhecidas, considerando Guarulhos como partida, passam por:
Toronto (Air Canadá), Chicago (United), Nova York (Delta/American), Amsterdã (KLM),
Paris (Air France), Londres (British), Doha (Qatar), Istambul (Turkish), Dubai (Emirates),
Joanesburgo (South African), Madri (Air China). Outras rotas são possíveis, para viajar
para a China consulte seu agente de viagens. Na maioria das vezes o tempo de vôo é de
22 até 25 horas, como dito no parágrafo anterior, esse tempo está dividido em dois vôos.
Então o tempo de viagem, entre a saída do da sua residência no Brasil até a chegada no
hotel na China pode, em alguns casos, passar de 50 horas.

A China é um país comunista e sua abertura de mercado aconteceu através de zonas


especiais, ou seja, o comércio internacional foi liberado em todo território chinês ao
mesmo tempo, essa abertura foi acontecendo gradualmente, e acontece até hoje. Dessa
forma as regiões que se abriram inicialmente, aquelas mais próximas do litoral, tiveram
uma concentração natural de fábricas exportadoras. Esse fato mostra as regiões das
cidades de Guangzhou, Ningbo, Shanghai e Beijing (ou Pequim), como centros que
concentram um grande número de fornecedores dispostos e autorizados a exportar.

Um outro fato interessante sobre a China é que seu território congrega também as terras
de Hong Kong, Macau e Taiwan. Contudo é um regime especial, chamado “Um País, dois
sistemas”. Onde a China continental conserva o regime comunista originado na Russia e
os outros territórios, antes independentes, tiveram uma evolução capitalista. Com o
passar to tempo a China retomou esses territórios mas não foi mais possível unificar os
regimes, então apesar de ser território chinês, somente as forças armadas e a diplomacia
são unificadas, todos os demais fatores são independentes. Isso afeta os brasileiros em
trânsito pela China no pedido e obtenção de vistos, pois o consulado chinês muitas vezes
emite um visto de “uma entrada”, de forma que ao sair da China o visto torna-se expirado
e portanto inválido para retornar ao país. Ou seja, se estiver na China continental e for
para Hong Kong, oficialmente o visto de uma entrada torna-se nulo e o passageiro não
pode retornar sem um novo pedido de visto.

Quanto ganha um trabalhador na China?

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A China tem um estoque muito grande de trabalhadores. Como já foi citado antes, a China
é muito grande e com isso o salário não segue um padrão único no país inteiro. Como no
Brasil, em regiões mais industrializadas, onde existe mais gente morando, o custo de vida
tende a subir e assim os salários são maiores. Em regiões onde as cidades são menos
industrializadas, os salários podem ser menores. Contudo o salário médio de um
trabalhador de fábrica chinesa, recebe o equivalente a duzentos dólares americanos por
mês de trabalho. Esse valor já é contabilizado livre de moradia, alimentação e uniforme.

O fato é que a China tem quase 1,4 bilhões de pessoas, dessas somente 50% estão nas
cidades, ou seja, tem mais de 700 milhões de pessoas no campo vivendo através de
cultura de subsistência. Considerando que 50% dessas pessoas não estão aptas a
trabalhar (crianças e idosos), ainda temos mais de 300 milhões de pessoas sem emprego,
ansiosas para ganhar aqueles duzentos dólares, que para os padrões internacionais é
muito baixo. Contudo acredite, o governo Chinês está mais preocupado em prover
dignidade e alimentação para sua população que cumprir orientações internacionais de
salários.

Além da mão de obra de baixo custo, os custos dos encargos trabalhistas na China
também são menores em relação ao Brasil, fixados em patamares inferiores a 50% do
valor da folha de pagamento. Soma-se a este fator uma carga tributária também inferior
na China em comparação com o Brasil e por fim o custo de captação de recursos (juros),
onde no Brasil, apesar de quedas sucessivas, ainda é alta em relação aos padrões
asiáticos.

Tudo isso contribui para que o custo de produção na China seja bem inferior ao custo de
produção Brasileiro. Engana-se quem pensa que a China é mais competitiva que o Brasil.
É claro que em algum ou outro setor deve ser, contudo a indústria brasileira tem feito seu
papel em ser competitiva para manter seus lucros, mesmo com custos produtivos
exorbitantes, mas ainda assim é insuficiente para competir com o grande dragão asiático.
Na verdade, poucos países conseguem ter custos menores que os chineses.

Mas e a qualidade dos produtos chineses?

O que está acontecendo com a china, em relação a qualidade de seus produtos, não é
nada inédito. Para quem é mais experiente e tem mais de 40 anos, já viu essa história no
mínimo duas vezes.

A primeira pode ter sido com o Japão dos anos 70, onde os produtos eram de baixa
qualidade e as vezes motivos de chacota, como os relógios digitais que no Brasil
chegavam pelo Paraguai, e nos Estados Unidos os carros japoneses sofreram forte
resistência quando chegaram naquele país.

A segunda provavelmente foi sobre os produtos coreanos que chegaram ao Brasil nos
anos noventa. Marcas como Samsung e LG eram totalmente desconhecidas e não
tiveram crédito perante ao consumidor logo no início de suas operações. Contudo hoje
esses produtos são vistos como sinônimo de qualidade.

Em menor escala, os EUA fazem com o Mexico o sistema de maquila, onde muitos
eletrônicos e carros, além de diversos outros produtos, são produzidos no país latino para

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revenda no país norte americano. Esse mesmo sistema também é disponibilizado pelo
Paraguai aos seus vizinhos, contudo essa prática não é muito utilizada na América do Sul.

Os chineses estão investindo muito em engenharia e seus produtos tem qualidade


aceitável no mundo inteiro. A grande questão é que também existem produtos de baixa
qualidade, cabe ao importador encontrar o fabricante que atende suas exigências e ainda
assim forneça tal qualidade a preços competitivos.

A vocação das empresas chinesas é fabricar produtos para o mundo inteiro, por conta
disso é muito comum a prática do sistema de OEM (Original Equipment Manufacturer), ou
seja, produzem com sua própria marca. Por outro lado, existem algumas marcas chinesas
se estruturando para explorar mercados internacionais. Esse movimento já é percebido no
Brasil através do setor automotivo e de máquinas pesadas, brevemente esse movimento
terá eco no setor de eletrônicos.

Os produtos chineses oferecem o melhor custo benefício. Considerando que o ciclo de


vida dos produtos está cada vez menor, os consumidores buscam produtos da moda,
mesmo que com duração mais curta, desde que tenha um preço acessível.

É fácil negociar com chineses?

Bem, por um lado é importante considerar que um brasileiro importador na china é, sobre
tudo, um cliente. Então é mais que a obrigação dos chineses atender bem essa demanda
de brasileiros (e de gente do mundo inteiro). Então conforme a experiência de diversos
importadores, em seus relatos, confirmam que o povo chinês é sim de fácil negociação.
Naturalmente a cultura é totalmente diferente, e isso pode colocar alguns obstáculos na
negociação, ou seja, o que é óbvio para um brasileiro, pode não ser para um chinês e o
contrário é verdadeiro.

Uma coisa que os chineses sabem dizer é a palavra “não”. O brasileiro tem como
característica rodear e não ir direto ao ponto quando o assunto exige uma negativa. Nisso
os chineses podem chocar um pouco os brasileiros, pois a relação de preço e quantidade
é bem estabelecida para um negociador chinês experiente. Descontos muitas vezes só
são obtidos com aumento de quantidade de compra. Por outro lado essa não é uma
constante... é muito comum os chineses diminuírem os seus preços de venda a medida
que a empresa importadora vai tendo tradição e frequência em seus pedidos. Com já
mencionado anteriormente, não há uma padrão único. Cada empresa, região ou tipo de
produto exigem diferentes tipos de negociadores.

Uma negociação com chineses não é um processo rápido, exige certa tradição e
estabelecimento da confiança. A confiança é algo muito importante em qualquer tipo de
negócio e relação comercial, com os chineses não são diferentes. Em compras
internacionais, ambos lados estão cientes que os contratos e papelório são uma
formalidade exigida pelos governos, mas que os lucros acontecerão de fato para os dois
lados, quando os mesmos cumprirem seus acordos.

Essa regra pode não ser aplicável para pessoas interessadas em exportar para a China,
pois neste caso o brasileiro não será um comprador, mas sim um vendedor, e esse fator
muda tudo.

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Que produto compensa importar?


Essa é a pergunta principal do curso e da vida do importador. A escolha do produto pode
ser a decisão mais importante do processo de importação e negociação do projeto que o
importador está disposto a investir. E para essa pergunta a resposta é muito simples.

O melhor produto para se importar da China é aquele que você saiba vender no
Brasil.

É importante haver o entendimento que, apesar de parecer, importar não é a tarefa mais
complicada. Complicado mesmo é vender os produtos no Brasil.

O Brasil é um país maduro do ponto de vista empresarial e o produto inovador, exclusivo,


com altas margens de lucros não permanecem nessa situação por muito tempo. Pois
quanto mais lucrativo o produto, em poucos meses vários outros importadores também
irão importar o produto e a concorrência fará com que as margens de lucro seja
reduzidas.

Então vender com lucro para um público maduro com o brasileiro, é tarefa cada vez mais
difícil e tarefa para profissional.

A China tem todo tipo de produto, pois uma nação com quase 1,4 bilhões de pessoas tem
muito mais necessidades de consumo que um país como o Brasil, ou seja, olhe ao seu
redor e veja que tudo que possa enxergar, provavelmente também tem na China.
Naturalmente nem todos os produtos são viáveis tecnicamente ou financeiramente para
importação, mas tentar saber o que tem de bom na China para importar para o Brasil não
é a pergunta certa. E não há resposta correta para a pergunta errada.

Existem inúmeros produtos que são importados da China, como por exemplo: eletrônicos,
aço, ferro, bolsas, óculos, vidro, alumínio, máquinas leves, máquinas pesadas, cartucho
de tinta, utilidades domésticas, bijuterias, ferramentas, peças para carro, peças para
moto, esquadrias de pvc, torneiras, fechaduras, entre muitos outros.

Posso comprar marcas famosas na China?

Depende da marca! No conceito de gerenciamento de marca não importa muito onde o


produto é fabricado, mas sim se o fabricante tem autorização para produzir e se o
comprador tem a licença para encomendar aquele determinado tipo de material.

Exemplo: para importar roupas de marca famosa, como a Calvin Klein, ou o importador
compra direto da proprietária da marca (Calvin Klein) ou obtém dela uma licença para
produzir produtos utilizando a referida marca.

É muito comum encontrar fábricas na China que produzem cópias dos produtos, muitas
vezes as fábricas são homologadas por grande marcas famosas para produzir, o que leva
a uma falsa sensação de que o produto é original. Contudo o que caracteriza um produto
ser original ou não não é o local onde o mesmo é fabricado, mas sim a autorização de
utilização da marca.

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Por outro lado, o importador pode ter a intenção de importar produtos prontos, já
acabados, de marcas famosas. Essa questão é muito recorrente nos eletrônicos. Quem
nunca pensou em comprar produtos de marcas como Sony, Apple, Samsung, HP ou
qualquer outra grande marca? Esse é um outro problema, pois esses produtos podem
facilmente se comprados nos mercados varejistas e atacadistas fora do Brasil, não só na
China, mas em qualquer lugar do mundo, até mesmo no Paraguai. Trata-se de produtos
originais. A questão é: Como um pequeno importador terá mais eficiência em custos e
logística que a própria dona da marca? Ou seja, todas as grandes marcas já estão
instaladas oficialmente no Brasil. Então como um pequeno importador teria mais eficiência
que a HP, para importar e revender os produtos dessa marca no mercado doméstico?
Além dos custos de importação serem maiores para escalas reduzidas de compra, o
preço de venda também seria diferente, haja vista que a quantidade vendida pelas
grandes marcas são absurdamente grandes, tendo escalas nacionais de fornecimento e
negociação.

Quer um conselho? Fuja das grandes marcas!

Quais produtos a China é mais competitiva?

Conforme vimos nos capítulos anteriores, a China tem um baixo custos de produção
especialmente por conta da sua força de trabalho em demasiada oferta e baixo custo de
manutenção de cada funcionário. Então os produtos mais competitivos são aqueles que
dependem de manufatura manual, ou seja, precisa de gente trabalhando em grande
número. Esse tipo de produto, seja lá qual for ele, tem um grande potencial de ter custos
reduzidos na China.

Naturalmente produtos industrializados mecanicamente também tem potencial de ser


competitivo na China, haja vista que o custo de capital lá é menor que em muitos países,
especialmente o Brasil, contudo o diferencial gira em torno da mão-de-obra.

Então eles fazem com minha marca?

Sim, os chineses são muito hábeis em produzir ou copiar produtos em série. Então
considerando que o produto a ser importado não seja patenteado por outra empresa ou
então tenha design registrado por outra empresa, vc pode sim produzir com sua própria
marca.

Na verdade essa é uma excelente estratégia, pois como visto anteriormente, o mais difícil
é manter o mercado, ou seja, garantir a venda no ponto de venda, perto do cliente e do
consumidor. Então faz muito mais sentido criar uma estratégia de marca própria no Brasil
e não depender de um ou outro fornecedor Chinês. Com a marca e o mercado na mão, é
muito fácil trocar de fábrica ou conseguir outras fábrica para produzir na China. Talvez vc
esteja se perguntando porquê seria interessante mudar de fábrica na China. O que é
preciso ter em mente é não ficar dependendo de um fornecedor somente, pois se este
tem uma relação firme de parceria com sua empresa, ótimo, não há com quê se
preocupar, mas se sua empresa estiver expandindo em vendas e o fornecedor não
conseguir suprir o seu aumento de demanda, ou a qualidade cair por conta desse
aumento de demanda, a produção pode ser dividida entre duas ou mais fábricas.

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Um efeito interessante de se pensar é que para o caso de brasileiros que desenvolvem


produtos exclusivos, os Chineses não são um exemplo de sigilo e fidelidade. Apesar de
haver uma sensível redução na produção de cópias e produtos não autorizados, ainda
não dá para confiar na maioria das empresas chinesas quanto à manutenção do sigilo
comercial.

Como encontrar fornecedores?


Nos dias de hoje é impossível ignorar a internet para pesquisar produtos e fornecedores
na China em em qualquer lugar do mundo. Essa ferramenta mudou a forma de se fazer
negócios nos quatro cantos do mundo. Antigamente, sem internet, era comum o
intercâmbio de catálogos telefônicos, listas de fornecedores em feiras e demais artifícios
que hoje parecem sobremaneira arcaicos.

Alguns sites são interessantes para fazer a pesquisa inicial de produtos e fornecedores.
Além do famoso buscador Google, existem alguns sites especializados em oferecer
produtos chineses, alguns deles:

• www.globalsources.com
• www.alibaba.com
• www.madeinchina.com

É importantíssimo lembrar que a internet é somente uma fonte de pesquisa e referência.


Não mande dinheiro para qualquer fornecedor somente através de contato por internet.
Na verdade após estreitar o contato, mesmo que por email ou comunicadores
instantâneos como skype e messenger, não é recomendado enviar grandes quantias em
dinheiro para um fornecedor fora do Brasil, sob pena de perder esse valor e não ter
embasamento legal para reaver o dinheiro.

Considerando portanto a internet como um motor inicial para pesquisa de produtos e


fornecedores na China, o importante é saber quais produtos se quer pesquisar. Produtos
manufaturados são facilmente encontrados pela internet, já produtos mais elaborados ou
técnicos, ou então feitos sob encomendas, esses a internet não ajuda muito.

Tendo o ponto de vista exposto nos parágrafos anteriores, e fazendo uma ligação com os
tipos de importadores, podemos identificar dois grupos distintos de importadores de
acordo com seus interesses. Um grupo sabe bem o que quer importar, e para esses as
melhores formas de encontrar fornecedores seria visita em feiras específicas do seu setor
de atuação e visitas técnicas à fábricas chinesas, anteriormente contatadas pela internet.
Já para o segundo grupo, composto por importadores potenciais, que não sabem bem
que tipo de produto querem importar, as melhores opções passam por visitas à feiras
multi-setoriais, como a Canton Fair, e visitas a centros de compras atacadistas, para que
com essas visitas a observação de diversos produtos possa gerar mais ideias que ajudem
na definição e escolha de um produto que se quer importar.

A escolha de visitar a China depende muito do valor que se deseja investir no projeto de
importação, em linhas gerais, considerando o ano de 2012 como base, gasta-se a partir
de 7 ou 8 mil reais para fazer uma visita de 7 dias à China, tendo o Brasil como país de
origem. Esse valor pode aumentar muito de acordo com a categoria de passagem aérea,
hotel e tipo de alimentação que se deseja ter na China. Um visita a China geralmente tem
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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

efeito nos negócios dos importadores por vários meses, as vezes anos, ou seja, esse
custo deve se diluído considerando a grande quantidade de produtos que será importado
com base nas negociações originadas da mesma visita, pois se consideramos um
investimento relativamente alto para um dado mês do ano, a conta fica inviável. Por outro
lado não é raro os importadores relatarem que alguns poucos detalhes que acertaram
durante as viagens a China já pagam o custo de viagem com grandes sobras.

Feiras na China

A vantagem de visitar feiras é que se encontra um grande número de fornecedores no


mesmo lugar. Visitando feiras pode se aproveitar bem o tempo na China, que geralmente
não é muito longo. As feiras também apresentam um ambiente seguro para os brasileiros
e de fácil acesso. Uma desvantagem é que as feiras são públicas e os seus concorrentes
podem estar no mesmo local procurando alternativas de fornecimento.

Existem muitas feiras na China, cidades como Shanghai, Guangzhou, Hong Kong, Beijing
tem feiras todos os dias. As feiras podem ser escolhidas por segmento de atuação, como
automobilístico, maquinas pesadas, construção, tecnologia, agricultura, jóias e assim por
diante.

Uma boa fonte de informações para buscar e pesquisar sobre feiras na China também é a
internet. Aqui vão dois links úteis:

• www.aboutchinafair.com
• www.gladtur.com.br

A mais famosa feira chinesa é a Canton Fair. Essa grandiosa feira acontece duas vezes
por ano, geralmente em Abril e Outubro e é dividida em 3 fases. Cada fase dura cinco
dias e tem um conjunto de expositores organizados por tipo de produtos. Entre uma fase e
outra há um intervalo de 3 ou quatro dias. Maiores informações podem ser obtidas
diretamente no site da feira através do seguinte endereço virtual:

www.cantonfair.org.cn

Sobre a Canton Fair, devido ao seu tamanho, requer um planejamento para que haja
melhor aproveitamento do tempo. Não é incomum visitantes não conseguirem ver todos
os expositores que lhes interessa antes que a feira termine. São muitos expositores e
para não haver frustrações é preciso se planejar.

Visitas Técnicas

Essa é o tipo de visita diretamente ao fornecedor ou fabricante dos produtos, geralmente


após agendamento feito a partir dos contatos originados na internet. A maioria dos
importadores já agendam as visitas a partir do Brasil e vão com alguns fornecedores
certos para visita, com alguma folga na agenda para adequações e imprevistos. A
recomendação neste caso é ir com agendamento suficiente para que tenha todo o tempo
na China preenchido, pois um dia na China custa caro e é muito desconfortável estar à
trabalho neste país sem nada o quê fazer.

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Alguns viajantes mais experientes agendam as visitas quando estão na China, isso pode
ser uma boa estratégia também, contudo é preciso investir um tempo em pesquisa e
telefonemas na China, onde o tempo poderia ser melhor aproveitado.

As visitas técnicas são a melhor forma de prospecção, pois visitando o fornecedor é


possível atestar sua qualidade e fazer a negociação de forma exclusiva, diferente em um
ambiente de feira. Os chineses são muito receptivos para atendimento em suas fábricas e
escritórios. As visitas técnicas também geram segurança para o importador, pois ver
como é fabricado os produto e aspectos simples como limpeza, formas de trabalho, tipo
de maquinário e demais aspectos que somente em uma visita presencial é possível
identificar.

Visita a Centros de Compras

Os centros de compras na China são aglomerados de lojas onde se pode efetuar compras
no atacado, na verdade em qualquer quantidade, para posterior envio para o Brasil. Essa
modalidade é interessante para o tipo de importador que precisa comprar quantidades
reduzidas e um grande número de itens. No Brasil temos o hábito de nominar esses locais
como centros atacadistas.

Os centros de compras são conhecidos por fornecer quantidades relativamente pequenas


e um grande número de itens diferenciados. Geralmente os fornecedores desses locais
não tem habilitação para exportar da China, mas muitos deles tem essas licenças. Dessa
forma se faz necessário a contratação de uma empresa chamada Trading Company, que
tem o objetivo de realizar as compras e pagamentos das mercadorias compradas pelos
importadores, armazenamento e remessa do embarque para o Brasil. Para isso acontecer
da forma legal, o pagamento das mercadorias a partir do Brasil deve ser feito diretamente
para a Trading Company e esta por sua vez repassa os pagamentos aos fornecedores
Chineses.

Essa modalidade pode ser bem útil também para importadores potenciais que ainda não
tem uma noção exata daquilo que se deve importar.

Para visitar os centros de compra recomenda-se ter a presença de uma pessoa que saiba
falar no idioma chinês, pois nesse ambiente a comunicação não é feita em inglês.

O quê tem em Yiwu?

Yiwu é uma cidade localizada na região de Shanghai, onde acontece a famosa feira
permanente de Yiwu, ou o mercadão de Yiwu. Esse local concentra mais de 30 mil lojas,
de todos os tamanhos e tipos de produtos.

Esse é o local ideal para lojistas e distribuidores visitar e efetuar suas compras. Neste
caso o recomendado é efetuar os pedidos, contratar uma trading, solicitar que a Trading
faça os trâmites burocráticos na China e embarque os produtos em segurança com
destino ao Brasil.

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Quanto gasta para viajar para a China?


Uma visita a China é algo que engrandece qualquer homem ou mulher de negócio. Não
pelos aspectos turístico, mas sim de negócios.

O custo para viajar até a China pode variar muito de acordo com o padrão e estilo de
viagem. O relato apresentado neste material tem o objetivo de orientar em linhas gerais
as pessoas interessadas em viajar para a China. É recomendável buscar apoio de um
profissional de viagens para maiores detalhamentos.

A passagem aérea, em classe econômica tem um custo que gira em torno de dois mil
dólares americanos. É recomendável comprar com mais de 45 dias de antecedência.
Sempre verifique os preços em intervalos dois dias antes e dois dias depois daquele
escolhido para viajar, pode ser que haja descontos para voar em dias específicos, onde a
lotação do vôo está baixa. Em classe executiva os valores podem ser superiores a 5 ou 6
mil dólares americanos e na primeira classe o dobro desse valor.

É recomendável escolher uma companhia aerea que pontue no seu programa de milhas,
se ainda não tem um programa de milhas, faça seu cadastro antes de fazer o check in na
companhia aérea e peça para creditar as milhas. Cada 5 ou 6 vezes indo para a China,
pode render uma viagem sem custo para o mesmo trecho. As milhas também podem ser
muito úteis para realizar upgrades (trocas) de categorias nos vôos.

O visto

A China exige visto de entrada para brasileiros. Tal visto pode ser obtido no Consulado
Chinês em São Paulo e não é necessária a presença do requerente para obter o visto. O
custo de obtenção é aproximadamente 300 reais e o tempo para emissão é de 7 dias.

O visto chinês apresenta uma característica diferente da maioria dos países. Apesar de
ter um prazo de validade (geralmente 6 meses), o visto chinês é emitido para uma, duas
ou múltiplas entradas. Isso significa que independente do prazo de validade do visto, no
caso dele ser de uma entrada, não importa o tempo que se fica na China, ao sair do
território chinês, o visto expira (perde a validade). Então se a pessoa entrar em um dia na
China e sair no outro, não pode mais retornar sem a obtenção de outro visto. Isso é
particularmente importante quando se visita Hong Kong ou Macau. Essas cidades, apesar
de serem território chinês, são considerados outro país para efeitos de imigração.

O website do consulado chinês no Brasil pode ser acessado através do seguinte


endereço eletrônico:

http://br.china-embassy.org

Hotéis

Existem muitos tipos de hotéis na China, similar ao Brasil, é possível se hospedar


pagando diárias a partir de 4 dólares. O padrão de hotel recomendado, considerando a
distância do Brasil e que essa distância pede um certo conforto, seria um hotel com custo
de 70 dólares americanos. Na cidade de Guangzhou, os preços de hotéis tem custo
praticamente dobrado durante o período da Canton Fair.
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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

A recomendação em relação aos hotéis é sempre reservar aqueles que tenham serviço
em Inglês. Uma maneira fácil de identificar isso é se há a indicação na reserva do hotel
com “western breakfast”. Existem muitos hotéis na China que não tem serviço de
atendimento em língua inglesa, neste caso o viajante que não fala chinês pode ter sérios
desconfortos.

Alimentação e transporte

Os valores com alimentação e transporte tem baixo custo na China, se comparados com
os mesmos serviços no Brasil. Só para se ter uma base de comparação, 30 minutos de
taxi em uma cidade como Guangzhou pode custar o equivalente a 7 reais. Com o
equivalente a 10 reais é possível fazer uma alimentação no Mc Donald’s.

Apesar da China ser conhecida pelas comidas exóticas, é possível comer bem, digamos
sem ser exótico, em muitos restaurantes. E para aqueles que gostam de aventuras
gastronômicas... sim, é possível comer insetos e outras comidas diferentes.

Língua

Em ambientes como aeroporto, feiras e hotéis, é possível manter a comunicação em


Inglês. Isso também é bem fácil na maioria das fábricas que se visita na China, pois
qualquer fábrica disposta a exportar seus produtos, tem alguém no setor comercial que
fala a língua inglesa. Contudo se sair desses ambientes, a comunicação em inglês não é
suficiente. Os taxistas não falam inglês e a maioria das pessoas na rua também não. Para
fazer passeios perto dos hotéis onde se está hospedado, o viajante pode se arriscar, mas
fora isso é melhor contratar um intérprete.

Quando preciso ir para a China?

Não é obrigatório ir para a China antes de começar a importar produtos de lá.


Especialmente quando o importador já tem a ideia bem definida sobre aquilo que se quer
importar. Por outro lado, para aquelas pessoas que precisam ver os produtos para alinhar
seus objetivos, então a viajem torna-se necessária.

Também é quase uma obrigação viajar para a China aqueles importadores ou


compradores que precisam escolher os produtos relacionados com moda ou com
qualidade tão personalizada, que seja de difícil transmissão para um terceiro fazer. Casos
como roupas, utilidades domésticas, bijuterias e vários outros ramos de atividade, requer
que alguém que tenha capacidade de escolha e decisão daquilo que se deve comprar.

Seleção de fornecedores
Os critérios de seleção de fornecedores chineses são similares aos critérios de qualquer
outro país, inclusive no Brasil. É muito relevante saber informações como capacidade
produtiva, número de funcionários, número de países que a empresa exporta, quais são
esses países, sistemas de controle da qualidade, tipos de garantias oferecidas,
indicadores de defeitos, possibilidade de fornecimento de peças de reposição, capacidade
de personalização do produto e embalagem, se a empresa já exporta para o Brasil e
quais seriam os clientes importadores brasileiros (nem todas revelam essa informação).
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O fato é que para verificar esses fatores, a melhor das possibilidades é estar presente
fisicamente no fornecedor, através de uma visita.

Quando o valor de investimento na importação justifique o gasto com uma viagem para a
China, então é recomendado que o importador visite pessoalmente o fornecedor, assim
poderá verificar “in loco” todas essas características, tendo uma segurança suficiente para
confirmar os pedidos de compra ou rejeitar o fornecedor, buscando um outro.

Se o valor do investimento na importação não justificar o custo de uma viajem inicial à


China, o importador tem a opção de contratar empresas de auditoria na China, para que
estas visitem o fornecedor e possa representar o importador, fazendo todas as
verificações, filmando e tirando fotos para que o importador possa de forma remota, no
Brasil, tomar a decisão de aprovação ou não do fornecedor chinês.

Existem inúmeras empresas que fazem esse tipo de serviço, algumas delas com
acreditação internacional. A escolha da empresa de inspeção é muito importante, pois a
decisão de importação ou não de cada fornecedor estará ancorada na avaliação dessa
equipe.

Um fator importantíssimo em verificação presencial do fornecedor, é a observação se o


mesmo é de fato fabricante ou revendedor dos produtos. Pois na internet existem muitas
empresas que se passam como fabricantes e no entanto são revendedores de produtos.
O fato de comprar direto do fabricante permite, além de obtenção de menores preços, a
possibilidade de melhor controle da qualidade da produção.

Ciladas

Existem muitas empresas falsas se propondo a revender produtos a preços muito


atrativos e na verdade os importadores podem ser vítimas de golpes. O fornecedor
padrão tem interesse em conhecer os detalhes dos produtos que se quer importar, deve
emitir um documento chamando Proforma Invoice e considerando o modelo de
importação formal, o pagamento deve ser efetuado através de canal bancário e não por
cartão de crédito.

Tenha atenção máxima em empresas que apresentam website muito atrativo, que já
querem receber o dinheiro inicialmente, antes mesmo de entender quais são as
características do pedido de compra e dos detalhes dos produtos que o importador deseja
comprar.

Risco

O risco de selecionar o fornecedor deve ser proporcional ao total do investimento a ser


feito no pedido de compras.

O valor que se deve arriscar varia de acordo com a pré disposição que o importador tem a
assumir riscos .

Geralmente para pedidos pequenos, de até 5 mil dólares, o importador assume o risco de
pedir os produtos com base em conversar por email e comunicadores instantâneos.
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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Acima desse valor, faz-se necessário uma visita de inspeção de fábrica e inspeção de
embarque, ou seja, somente se manda o dinheiro após a fábrica ser visitada por um
representante da empresa.

Por outro lado, pedidos acima de 40 ou 50 mil dólares, já justificam a visita na China do
próprio importador ou seu representante, assim o mesmo pode verificar por si só todos os
fatores relevantes para confirmar o pedido.

Embalagens
As embalagens dos produtos podem ser feitas todas em língua portuguesa e na arte final
que o importador brasileiro precisa e deseja.

Assim como a produção no Brasil acontece, é possível personalizar caixas, embalagens,


código de barras e formas de acondicionamento para que haja o menor trabalho possível
no Brasil. Considerando que a mão de obra na china é mais barata que no Brasil,
transferir os custos de embalagem para o fornecedor, por mais que ele cobre pelo serviço,
provavelmente terá um custo menor que fazer o mesmo trabalho no Brasil.

Outro fator muito importante em relação às embalagens é que elas mudam a relação de
peso e volume do embarque, especialmente para produtos de consumo final, que vem
com embalagens especiais como blister ou caixas personalizadas. Considerando que o
valor do frete é base para tributação, o tipo de embalagem pode ter peso relevante na
composição de custo dos produtos.

Alguns importadores fazem a opção de importar produtos fora de suas embalagens


originais, trazendo as mesmas desmontadas, justamente para melhor aproveitamento de
espaço dentro do container, assim baixando o custo unitário de cada peça. Neste caso, se
as embalagens estiverem separadas dos produtos, configura importação de embalagens
como um item avulso, ou seja, a tributação incidente sobre as embalagens não tem
relação com a tributação do produto em si, mas sim de acordo com seu material
constitutivo. Exemplo: importar aparelhos de GPS fora de suas caixas de plástico. Deve
ser feito neste caso pagamento separado dos tributos dos aparelhos de GPS e
pagamento separado dos tributos do produto “caixas de plástico”.

Para importadores que utilizam a modalidade de frete aéreo, o peso da embalagem é


muito importante, especialmente se considerarmos que o custo do frete aéreo pode ser de
12 dólares americanos ou mais. Para o caso de caixas que estão organizadas em paletes,
considere que se pagará frete também sobre o peso dos paletes. Então muito cuidado ao
organizar as embalagens dos materiais importados.

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Como vou trazer os produtos para o Brasil?


Considerando que já foi escolhido o produto e o fornecedor, é primordial pensar nos
meios de transporte para trazer os produtos da China até o Brasil.

O custo de frete é de grande importância na matriz de custo do importador, pois o frete


forma a base de cálculo para tributação, ou seja, o governo brasileiro tributa o produto
considerando o valor dele no Brasil, e não na China. Se um produto custa 1 dólar na
China e tem frete de 50 dólares para chegar até o Brasil. A base para tributação será de
51 dólares. Na verdade a base de tributação é composta de mais elementos além do
frete, mas isso veremos mais adiante.

No caso, dois meios de transporte são possíveis da China para o Brasil: aéreo e marítimo.

Transporte Marítimo

É o modo mais comum e econômico de se transportar os produtos. Nesse meio as


mercadorias são acondicionadas em containers e transportadas em navios entre os
portos da China e Brasil.

Existem vários tipos de containers para se transportar mercadorias, cada um com


objetivos e cargas específicas. Os mais comuns são os containers do tipo DRY (seco),
sendo que este tipo de container existem três tamanhos. Os tamanhos são 20 pés, 40,
pés e 40 pés high cube.

Além dos containers tipo Dry, existem containers refrigerados para transporte de
perecíveis, do tipo flat para transportes de máquinas e equipamentos, do tipo graneleiro
para transporte de grãos, do tipo tanque para transporte de líquidos e do tipo plataforma,
utilizado para transportes diversos.

O tempo de trânsito de um navio da China para o Brasil gira em torno de 45 dias. Esse
tempo pode variar para mais ou para menos de acordo com a companhia marítima e
principalmente de acordo com as condições climáticas nos mares ao redor do mundo.

Ao contratar fretes marítimos, questione o agente de cargas sobre a rota do navio e


sempre peça rotas diretas porto a porto, sem escalas. Naturalmente não há rotas diretas
entre todos os portos do mundo mas para os principais portos chineses como Shanghai,
Ningbo, Shenzhen e Hong Kong, até os principais portos Brasileiros como Itajaí,
Paranaguá, Santos, Rio de Janeiro e Vitória, muitas companhias oferecem rotas diretas
com frequência semanal.

Pra se contratar o frete marítimo o importador deve buscar um agente de cargas


brasileiro. O agente de cargas é o representante de várias companhias marítimas e ele
tem um mapa de reservas e disponibilidades de espaço nos navios para acondicionar sua
carga no tempo e rota desejado. É similar a comprar uma passagem aérea. É preciso
encontrar o assento disponível, na rota e data desejada.

Apesar de muito comum, não é recomendado contratar fretes fora do Brasil, a menos que
se tenha escritório físico no exterior. A contratação de um agente de cargas brasileiro, ou
estabelecido no Brasil é importante por conta do atendimento presencial ou próximo
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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

diretamente no Brasil, que é o local onde as cargas estão chegando. É preciso entender
que um agente de cargas estrangeiro tem pouca flexibilidade para lidar com situações
dentro dos portos brasileiros, como falta de documento ou registro no sistema. Os portos
brasileiros são grandes e estão com muito movimento, então se qualquer imprevisto
acontecer com o container que está chegando, como avarias por exemplo, será de grande
valia ter um agente de cargas brasileiro para poder ajudar nestas situações.

O tempo de trânsito (transit time) entre a China e o Brasil gira em torno de 45 dias, mas
esse tempo pode variar para mais ou para menos, de acordo com o tipo de navio, rotas
marítimas, condições climáticas e diversos outros fatores.

Deve-se considerar, ao contratar fretes marítimos, o tempo de movimentação nos portos,


tanto no porto de carregamento (origem) quanto no porto de descarregamento (destino),
pois, considerando o movimento dos portos, esse tempo é de, no mínimo, 5 dias tanto na
origem quanto no destino. Sendo conservador é prudente considerar 15 dias de entrega
antecipada antes do navio zarpar do porto de origem e mais 15 dias no porto de destino
no Brasil.

Consolidação de Cargas

Para importadores onde o volume da carga é pequeno, é possível solicitar ao agente de


cargas um embarque “consolidado”. Essa modalidade, tecnicamente chamada de LCL -
Low Container Load, permite o transporte de qualquer volume, até mesmo poucas caixas,
em um container. Nestes casos, os armadores juntam (ou consolidam) as cargas de
diversos importadores em um mesmo container.

Alguns importadores se preocupam se a carga de outras pessoas podem atrapalhar ou


prejudicar seu processo de desembaraço aduaneiro. A verdade é que NÃO! Pois quando
se faz a opção por carga consolidada, nem se sabe o quê e quem está dividindo o espaço
no mesmo container. Quando os containers consolidados são descarregados do navio, a
carga é retirada de dentro do container (desovado) e somente depois é liberado para
fiscalização. Os armadores fazem a seleção das cargas que podem viajar juntas, para
não ter nenhum prejuízo e avaria em cargas consolidadas. Por exemplo, produtos
químicos e tóxicos não podem viajar com produtos de alimentação, essa separação é
feita antes do embarque para que as cargas não seja transportadas juntas.

O custo por quilo ou metro cúbico do transporte consolidado é maior que o transporte
“cheio”, chamado FCL - Full Container Load. Estima-se que a carga tendo volume para
ocupar 60% de um container, é mais compensador do ponto de vista de preço utilizar um
container inteiro.

O tempo de trânsito dos containers consolidados também, na maioria das vezes, é maior,
pois é provável que a companhia marítima tenha que adicionar um porto de transbordo
entre a origem e o destino, ao passo que a maioria dos containers FCL tem
disponibilidade de rotas diretas entre a China e o Brasil.

Transporte aéreo

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

O transporte aéreo é o mais rápido e que tem custo mais alto de todos os modais, por
isso é geralmente utilizado em mercadorias de alto valor agregado ou em operações onde
a rapidez do transporte é muito importante ou urgente.

O transporte aéreo, por questões de segurança, apresenta diversas restrições em seus


embarques. Alguns exemplos são as dimensões das caixas e da carga, que para ser
embarcadas em aviões, devem obviamente passar pelas portas da aeronave.

Existem ainda companhias aéreas que operam cargas em aviões de passageiros, nestes
casos, as restrições são ainda maiores, pois as portas dos bagageiros inferiores das
aeronaves são menores que aquelas dos aviões exclusivamente cargueiros.

Nem todos os aeroportos brasileiros estão autorizados a receber aviões vindos do


exterior, então é preciso fazer um bom planejamento logístico para que a rapidez do avião
em vôo se torne um imbróglio atrasando a retirada da carga no Brasil.

O custo aproximado de transporte aéreo, entre a Ásia e o Brasil, para um quilo de


mercadoria, é de 12 dólares.

Em um comparativo simples, 400 quilos de carga transportadas via aérea, entre Brasil e
China, equivale em termos de custo de frete, a 36 toneladas de transporte via Marítimo.

Quem é quem no transporte internacional?

Uma dúvida muito comum entre os importadores iniciantes é como se faz a contratação
dos meios de transporte para sua carga.

Naturalmente tudo depende do projeto de importação, vários fatores podem interferir


nessa decisão, contudo para aqueles que não conhecem muito bem todos os trâmites e
detalhes de logística, é recomendável contatar um agente de cargas. Esse é o profissional
que vai entender as necessidades do importador e oferecer um conjunto de soluções para
transporte das mercadorias.

AGENTE DE CARGAS: é a empresa responsável por entender as necessidades do


importador e oferecer solução para transporte das cargas. Pode concentrar nessa mesma
empresa o oferecimento de vários tipos de transporte e serviços adicionais como
armazenagem.

ARMADOR: É a empresa que se encarrega de operar as embarcações e efetuar o


transporte propriamente dito. Pode operar navios próprios ou navios de terceiros.

COMPANHIAS MARÍTIMAS: São empresas que possuem as embarcações e containers


para fazer o transporte das cargas. Podem ser os próprios armadores ou ainda locar suas
embarcações e containers para terceiros.

Incoterms - International Commercial Terms

As Incoterms são termos comerciais que definem de forma prática os direitos e


obrigações das partes, indicando em que local e momento termina a responsabilidade do
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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

vendedor e começa a responsabilidade do comprador. Essas condições devem contar no


contrato de compra e venda, faturas comerciais ou quaisquer outros documentos que
formalize a negociação.

As Incoterms são publicadas oficialmente a cada 10 anos pela CCI, Camara de Comercio
Internacional, conforme consta na publicação 715 – Incoterms 2010 que são os termos
utilizados no momento.

A utilização das Incoterms não são obrigatórias entre comprador e vendedor, tendo estes
liberdade para formar seus próprios acordos comerciais.

São 11 termos atualmente aprovados pela CCI, sendo que cada um deles tem uma sigla
de 3 dígitos. Quando formalizada no contrato ou fatura negociada entre comprador e
vendedor internacionais, a utilização dos referidos termos simplificam e dão validade
jurídica aos envolvidos na negociação.

Os objetivos dos termos são:


 
• Identificar a divisão de custos da operação;
• Definir local de entrega da carga;
• Determinar o momento em que se dá a transferência da responsabilidade sobre a
carga;
• Quais documentos a serem apresentados pelo vendedor como prova de cumprimento
da entrega.
 
Vejamos uma ilustração para facilitar o entendimento dos diferentes termos.
 

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

 
 
 
Os termos estão classificados em 4 grupos representados pelas letras: E, F, C e D
 
• Grupo E: significa EXPORTER, contendo somente um termo, é quando o exportador
coloca as mercadorias à disposição do importador em seu recinto ou domínio;

• Grupo F: significa FREE, quando o exportador entrega as mercadorias em um meio de


transporte escolhido pelo comprador. Três termos estão presentes neste grupo;

• Grupo C: significa COST, o exportador contrata o transporte principal, mas sem


assumir os riscos de perdas e danos da carga nem os custos adicionais das
mercadorias forem carregadas. Existem quatro termos neste grupo;

• Grupo D: significa DELIVERY, o exportador arca com todos os custos e riscos da


carga até o ponto de entrega acordado com o importador.

EXW – Ex Works (Na Origem):

Nesse acordo praticamente toda a responsabilidade do transporte fica por conta do


importador. O produto e a fatura comercial devem estar à disposição do comprador na
própria fábrica do vendedor.
As despesas e quaisquer perdas e danos a partir da entrega da mercadoria, incluindo o
despacho exterior, são de responsabilidade do comprador. O exportador deve oferecer
apoio para obtenção da documentação referente despacho da mercadoria.
Pode ser aplicado a qualquer tipo de transporte
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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

 
FCA – Free Carrier (Disponível no Transportador)

Compete ao vendedor entregar a mercadoria à custodia do transportador, indicado pelo


comprador, no local determinado. A partir desse momento, todas as despesas, bem como
a responsabilidade por perdas e danos que a mercadoria possa vir a sofrer, correm por
conta do comprador.

O ponto diferencial desse termo é o desembaraço da mercadoria que nesse caso deve
ser realizada pelo exportador. A mercadoria deve estar presente no local indicado pelo
importador, encerrando aí a responsabilidade do exportador.
Pode ser aplicado a qualquer modal de transporte

FAS – Free Along Ship (Disponível ao lado do navio)

Fica a cardo do vendedor todas as despesas até a colocação da mercadoria no cais do


porto de embarque, ao lado do costado do navio, no seu ponto de atracação, cabendo-
lhe, também, a responsabilidade por quaisquer perdas ou danos sofridos pela mercadoria
até a sua chegada ao costado do navio. Compete-lhe, inclusive, fornecer ao comprador, a
seu pedido e conta, assistência na obtenção de documentos no país de origem ou de
embarque, como certificados de origem, licenças de exportação, etc.
Pode ser utilizado para transportes marítimos, fluviais e lacustres.

FOB – Free on Board (entregue livre a bordo)

Um dos termos mais utilizados no comércio internacional. Nesse caso a responsabilidade


do exportador vai um pouco mais além do termo FAS, já que sua responsabilidade só
cessa quando a mercadoria estiver totalmente embarcada no navio que fará o transporte.
Devido ao conhecimento do exportador quanto ao custos e demais procedimentos em seu
território esse termo ganhou grande popularidade nas transações internacionais.
O importador que busca fornecedores em diferentes mercados, em termos gerais evita ter
responsabilidades em territórios desconhecidos. O exportador por sua vez já possui uma
noção dos custos para sua mercadoria chegar até os portos nacionais o que lhe facilita no
momento de oferecer cotações para diferentes mercados.
Esse termo pode somente ser utilizado em modais de transporte aquíferos.

CFR – Cost and Freight (Custo e Frete)

O exportador é responsável por pagar os custos de desembaraço na exportação, frete até


o porto de destino, porém seus riscos terminam quando as mercadorias passam a murada
do navio. O pagamento do seguro pode ser combinado entre as partes de deve constar
no contrato ou fatura negociada.

Utilizado somente para modais aquíferos.

CIF – Cost, Insurance and Freight (Custo, Seguro e Frete)

O Incorterm CIF aparece logo em seguida do termo FOB como um dos mais populares no
comércio internacional. No contrato internacional CIF, a obrigatoriedade do exportador
encerra-se na transposição da mercadoria da murada do navio ao descarregar
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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

no porto de destino. O seguro marítimo também será por conta do vendedor, a


obrigatoriedade contudo se limita a aquisição de um seguro mínimo.

Modalidade utilizável somente em modais aquíferos.

CPT – Carriage Paid To (Transporte pago até)

Similar ao CFR, esta condição estipula que o vendedor é o responsável pelas despesas
de embarque e frete internacional da mercadoria até o local de destino designado.
Esse acordo transfere a responsabilidade quanto ao risco de perda ou dos bens e
possíveis aumentos de custos diretamente ao importador, a partir do momento que os
produtos estiverem em sua custódia. Ao utilizar o CPT o vendedor deve proceder com os
desembaraços no processo de exportação.
Esse termo pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte.

CIP – Carriage and Insurance Paid To (Transporte e seguro pago até)

Condições semelhantes ao CPT. Assim como no termo anterior é de responsabilidade do


vendedor o desembaraço no processo de exportação. Além das despesas de embarque e
do frete até o local de destino designado, o exportador também é responsável pelos
gastos com o seguro de transporte da mercadoria até o destino.

Modalidade pode ser utilizada em qualquer tipo de transporte.

DAT – Delivery at Terminal (Entregue no Terminal)

O novo termo DAT chega para substituir o DEQ, termo já praticamente inutilizado no
cotidiano do comércio internacional. Considerando as condições desse novo termo a
mercadoria pode ser entregue em um terminal portuário ou em um terminal fora do porto.
A responsabilidade do exportador consiste em colocar a mercadoria à disposição do
comprador, pronta para ser descarregada no terminal de destino, assume-se os riscos e
custos até o local.

Pode ser utilizado em qualquer tipo de transporte

DAP – Delivery at (Entrega no local determinado)


 
Com a criação do DAP se extinguiu os termos DAF, DES e DDU. Apesar da semelhança
com o DAT existe uma diferença sutil quanto a extensão da responsabilidade e o local de
destino.
No caso do DAP a responsabilidade do vendedor consiste em colocar a mercadoria a
disposição do comprador no porto designado, a diferença é que outro local também pode
ser designado como a empresa do importador. Assim como no DAT as formalidades da
importação ficam por conta do comprador.
Pode ser utilizado em qualquer tipo de transporte.
 
DDP – Delivery Duty Paid (Entregue com direitos pagos)

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

No termo em questão o exportador assume grande parte dos encargos. Como


responsabilidades existem o compromisso de entrega da mercadoria já desembaraçada
para importação e assumir as despesas com impostos.
Deve-se também arcar com o frete interno desde o local de desembarque até o local
designado pelo importador. Caso as partes desejarem excluir das obrigações do vendedor
custos referentes ao processo de importação, tal ação deverá ser exposta no contrato de
venda.

Por se tratar de um dos termos com maior teor de responsabilidades ao vendedor,


somente deve ser utilizado caso esse seja capaz de obter a licença de importação.
De acordo com as regras brasileiras, essa modalidade não pode ser utilizada, uma vez
que a responsabilidade da importação, pagamentos de impostos e outras medidas
administrativas, é sempre do importador.

Vejamos uma outra figura, em inglês, ilustrando os termos acima explicados.

 
 

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Mas quanto vai custar os produtos que quero importar?


O custo dos produtos importados dependem de uma série de fatores, tais como, mas não
somente:

• Custo na China
• Frete Internacional
• Seguro
• Tipo de produto
• Peso do produto
• UF da importação

Desses todos fatores, o mais relevante são os TRIBUTOS na importação. Não há uma
tributação fixa para todos os produtos, de acordo com as leis brasileiras, os impostos de
Importação variam de acordo com a NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul. Vamos
entender melhor o quê é isso.

Nomenclaturas e Classificações fiscais de mercadorias.

A classificação fiscal é o enquadramento de um produto ou mercadoria em uma


codificação conforme uma tabela padronizada, que melhor identifica tal mercadoria,
conforme as regras estabelecidas internacionalmente.

A correta classificação das mercadorias é de extrema importância para a operação de


comércio internacional pois:

Está diretamente ligada com as alíquotas de impostos a serem pagos na importação,


especialmente o II – Imposto de Importação, o IPI – Imposto de Produto Industrializado e
o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços;
Identifica mercadorias que possuem benefícios fiscais;
Identifica mercadorias que necessitam de licenças especiais;
Identifica os tratamentos administrativos que cada mercadoria deve ter, como certificados
de órgãos anuentes (IBAMA, INMETRO, ANVISA, etc.);
Serve como base para medidas de proteção e defesa comercial, como medidas
compensatórias e antidumping;
Serve como base para valoração aduaneira, uma fonte estatística dos valores das
mercadorias submetidas ao despacho na importação.

A classificação fiscal das mercadorias é feita através da NCM – Nomenclatura Comum do


Mercosul, adotada desde Janeiro de 1995 pelos países integrantes do Mercosul, tendo
como base o sistema SH – Sistema Harmonizado, criado pela OMC.

O SH é composto por 6 dígitos divididas em 21 seções composta por 96 capítulos. A NCM


é composta de 8 dígitos, sendo utilizado os 6 primeiros dígitos do SH e mais dois dígitos
que correspondem desdobramentos específicos utilizados pelos países do Mercosul.
 

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A estrutura da NCM

A codificação da NCM está assim estruturada:

84 -> Capítulo
8443 -> Posição
8443.9 -> 1a. Subposição
8443.99 -> 2a. Subposição
8443.99.3 -> Item
8443.99.33 -> Sub item

Exemplo:

84 -> Reatores Nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos


8443 -> Máquinas e aparelhos de impressão por meio de blocos, cilindros e...
8443.9 -> partes e acessórios
8443.99 -> outros
8443.99.3 -> mecanismos de impressão a laser
8443.99.33 -> cartuchos de revelador (#toner#)
A codificação NCM/SH apresenta 21 seções, 96 capítulos, 1241 posições e mais de 9000
sub-posições.

A classificação de mercadorias deve ser feita por profissional de comércio exterior,


segundo as regras da RFB, mesmo que a responsabilidade final de classificação seja da
própria RFB.

Regras para classificação

Regra 1: Título
Regra 2a : Incompleto/Inacabado como completo/acabado
Regra 2b : Matéria
Regra 3a : Especificidade sobre a generalidade
Regra 3b : Essencialidade (utilização, destinação)
Regra 3c : Último lugar/posição quando houver dúvidas
Regra 4 : Semelhança
Regra 5: Embalagens
Regra 6: Comparabilidade de níveis

Maiores informações podem ser lidas no seguinte link:

http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1090

Sistemas de Consulta

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Existem vários sistemas de informação que auxiliam os importadores e interessados a


classificar corretamente as mercadorias e consultar os impostos e demais informações
para efetuar seu planejamento de importação.

A RFB oferece gratuitamente um simulador onde é possível pesquisar as NCM’s,


consultar os impostos e fazer uma simulação em alto nível (não precisa) das importações.
A imprecisão relatada não se deve ao fato dos cálculos tributários mas sim da limitação
do sistema em fornecer somente possibilidade de consultar um produto de cada vez,
tornando um tanto quanto complicado o cálculo do valor aduaneiro.
 
Vejamos algumas telas do referido sistema.

Tela inicial
 

 
 
Tela de Pesquisa por código

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Tela de pesquisa por descrição
 

 
 
 
Tela de consulta de produto: Impressora

Página 32
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Tela de consulta de produto: camisa de algodão uso feminino (destaque para
TRATAMENTOS ADMINISTRATIVOS)
 

 
 
Tela de consulta de produto: óculos de leitura (destaque para ANTIDUMPING)

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Apesar das informações serem todas publicadas oficialmente, o excesso delas e as
mudanças recorrentes torna, muitas vezes, a tarefa de classificação de mercadorias uma
tarefa nada fácil.

Para ajudar os interessados a refinar suas pesquisas e consultas, alguns sistemas de


informação são oferecidos como serviços, juntamente com consultoria e assessoria, por
empresas privadas conforme pagamento de mensalidade ou anuidade.

Vejamos alguns deles:


 
Produto   Fornecedor   Link  
TecWin   Aduaneiras   http://www.aduaneiras.com.br/produtos/tecwin/  
ComexDATa   Fiscosoft   http://www.comexdata.com.br/  
     
 
Lembramos que o instrutor e promotor dessa apostila não tem quaisquer ligação com as
empresas acima citadas.

Em caso de dúvidas, é possível solicitar a RFB uma consulta oficial, onde, após
informados os dados do produto, a RFB emite um parecer com a análise oficial do
produto.

Licenciamento de Importação
 
O sistema administrativo das importações brasileiras prevê que algumas mercadorias
estão sujeitas a licenciamento prévio à importação. Essa é uma barreira não tarifaria que
também visa controle mais próximo de determinados tipos de produtos.

Via de regra as importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, devendo os


importadores tão somente providenciar o registro da DI no Siscomex. Dessa forma as
mercadorias estão assim enquadradas em relação ao licenciamento:

• Dispensadas de licenciamento
• Sujeitas a licenciamento automático
• Sujeitas a licenciamento não automático

A solicitação de licenciamento é feito através do Siscomex, por pessoa habilitada,


inserindo um conjunto de informações necessárias em atendimento às exigências
solicitadas pelos órgãos competentes.

As informações são, mas não se resumem a:

• Informações do Importador
• Informações do Fornecedor/Exportador
• Descrição completa da mercadoria
• Classificação fiscal da mercadoria
• Peso bruto e peso líquido
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• Valor dos produtos, unitário e total


• País de origem/fabricação
• Quantidade

Após a elaboração da LI, o responsável deve efetuar a Transmissão dos dados para o
computador central da RFB.

As licenças solicitadas serão validadas pelo sistema e, tendo as informações inseridas


corretamente, o computador central retorna eletronicamente com um número de registro
da LI – Licença de Importação.

Os órgãos anuentes fazem a análise e inserem suas respostas no sistema deferindo ou


não a LI. Uma vez deferida, o importador tem o prazo de 60 dias para embarcar os
produtos.

Caso os produtos tenham sido embarcados antes do deferimento da LI, considerando a


data do BL como data de embarque, o importador pagará multas independente do
deferimento da LI. O valor da multa é de 30% do valor aduaneiro, sendo mínimo de 500
reais e máximo de 5 mil reais.

É possível solicitar alterações de dados de uma LI, mas o deferimento depende de nova
análise.

O valor cobrado pelo Banco do Brasil para análise de cada LI, no momento da elaboração
dessa apostila é de R$ 65,69 por adição, sendo cobrado esse mesmo valor para
alteração.

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Como se calcula os impostos?


Ao elaborar o plano de viabilidade das importações, geralmente a parte mais importante a
ser considerada, especialmente no Brasil, é a tributária.

Impostos na importação são os pagamentos que devem ser feitos ao governo por conta
da entrada das mercadorias.

Importador brasileiro é equiparado a uma empresa industrial, então a matriz de tributos na


entrada dos produtos, ou seja, na importação, é similar a de uma indústria. Por esse
motivo o importador para IPI, que é o Imposto do Produto Industrializado.

II - Impostos de Importação

É o único imposto exclusivamente para operações de importação. Varia de acordo com a


NCM e sua alíquota está definida na TEC. Geralmente é maior para produtos cujo
indústria nacional é forte e organizada. Varia de zero a 35%.

• Fato Gerador: entrada da mercadoria no país


• Base de cálculo: valor aduaneiro da importação CIF, conforme regulamento
aduaneiro.
• Recolhimento: débito automático em conta bancaria no registro da DI.

O II é incidente também em bagagem de passageiros e em mercadorias enviadas ao


brasil a título de amostras, presentes ou de qualquer outra forma gratuita.

IPI - Imposto de Produtos Industrializados

Como o importador é equiparado à indústria, e considerando os critérios de equiparação


econômica, o importador deve portanto pagar o IPI dos produtos adquiridos no exterior da
mesma forma que pagaria se produzisse o mesmo produto no território nacional.

A alíquota varia de acordo com a TIPI – Tabela de incidência do IPI.

• Fato Gerador: desembaraço aduaneiro


• Base de cálculo: o valor que servir de base para o imposto de importação, acrescido
do valor desse imposto (II).
• Recolhimento: débito automático em conta bancaria no registro da DI.

O IPI deve ser destacado e recolhido na venda dos produtos efetuadas pela importadora.

PIS - Contribuição para Programas de Integração Social

• Fato Gerador: desembaraço aduaneiro


• Alíquota: Em geral 1,65%, sujeito a exceções conforme Art 8o. da Lei no.
10.865/2004
• Base de cálculo: Valor aduaneiro, acrescido do valor do II, acrescido do valor do IPI,
acrescido do valor do ICMS, acrescido do valor da COFINS e acrescido do valor da
própria PIS

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• Recolhimento: débito automático em conta bancaria no registro da DI.

Fórmula para cálculo da PIS:

PIS = C . ( VA . X + F . Y )

ONDE:

X = { 1 + E . [ A + B . ( 1 + A)] / ( 1 – C – D – E ) }

CONSIDERANDO:

VA = Valor Aduaneiro
A = alíquota do II
B = alíquota do IPI
C = alíquota da PIS
D = alíquota da COFINS
E = alíquota do ICMS
F = quaisquer despesas aduaneiras, conforme estabelecido na alínea “e” do Inciso V do
art. 10 da Lei complementar no. 87 de 13 de Setembro de 1996.

A fórmula pode ser melhor explicada através da Instrução Normativa da SRF número
572/05 e Norma Execução No. 2/05.

Os cálculos de PIS e COFINS são feitos automaticamente pelo SISCOMEX e podem ser
conferidos através de planilha eletrônica fornecida pela RFB, conforme o seguinte
endereço:

http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/NormasdeExecucao/AnexoUnicoNE
Coana022005.xls

COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

• Fato Gerador: desembaraço aduaneiro


• Alíquota: Em geral 7,60% ou 8,6%, sujeito a exceções conforme Art 8o. da Lei no.
10.865/2004
• Base de cálculo: Valor aduaneiro, acrescido do valor do II, acrescido do valor do IPI,
acrescido do valor do ICMS, acrescido do valor da PIS e acrescido do valor da própria
COFINS.
• Recolhimento: débito automático em conta bancaria no registro da DI.

Fórmula para cálculo da COFINS:

COFINS= C . ( VA . X + F . Y )

ONDE:

X = { 1 + E . [ A + B . ( 1 + A)] / ( 1 – C – D – E ) }

CONSIDERANDO:
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VA = Valor Aduaneiro
A = alíquota do II
B = alíquota do IPI
C = alíquota da PIS
D = alíquota da COFINS
E = alíquota do ICMS
F = quaisquer despesas aduaneiras, conforme estabelecido na alínea “e” do Inciso V do
art. 10 da Lei complementar no. 87 de 13 de Setembro de 1996.

A fórmula pode ser melhor explicada através da Instrução Normativa da SRF número
572/05 e Norma Execução No. 2/05.

Os cálculos de PIS e COFINS são feitos automaticamente pelo SISCOMEX e podem ser
conferidos através de planilha eletrônica fornecida pela RFB, conforme o seguinte
endereço:

http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/NormasdeExecucao/AnexoUnicoNE
Coana022005.xls

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

O ICMS é um imposto de competência dos estados, e em geral sua regra para importação
é a mesma para os produtos nacionais, ou seja, as alíquotas e incidências variam de
acordo com as mesmas regras dos produtos nacionais. Exemplo: produtos isentos no
mercado domésticos, terão a mesma isenção para importação.

• Fato Gerador: Desembaraço aduaneiro


• Alíquota: Varia de acordo com a essencialidade do produto e as alíquotas são fixadas
pelo estado.
• Base de cálculo: valor aduaneiro acrescido das despesas aduaneiras, acrescido do
valor do II, do IPI, do PIS, da COFINS e do próprio ICMS.
• Recolhimento: por meio de Guias após ao pagamento dos impostos federais.

FORMULA PARA CÁLCULO:

ICMS =

e . [ VA + a. VA + b . VA . ( 1 + a ) + ( c + d ) . BC PIS e COFINS + D ] / ( 1 – e)

a = alíquota II
b = alíquota IPI
c = alíquota da PIS
d = alíquota da Cofins
BC PIS e Cofins = Base de cálculo da PIS e Cofins
D = Despesas
e = alíquota do ICMS

Outros Encargos

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ARFMM - Adicional Renovação Frota Marinha Mercante

Recurso destinado ao Fundo a da Marinha Mercante, com o fim de promover a


renovação, recuperação e ampliação da frota mercante nacional.

Base de Cálculo: 25% sobre o frete internacional, considerando-se ara cálculo também
as despesas portuárias com a manipulação de carga constantes do Conhecimento de
Embarque.

Taxas de Uso Siscomex

Será devida no registro da DI o valor de 185 reais para utilização do Siscomex e os


seguintes valores por adição de produto:

Até a 2a. adição - R$ 29,50


Da 3a. a 5a. adição - R$ 23,60
Da 6a. a 10a. adição - R$ 17,70
Da 11a. a 20a. adição - R$ 11,80
Da 21a. a 50a. adição - R$ 5,50
A partir da 51a. adição - R$ 2,95

Além de tributos, quais outros custos influenciam minhas importações?

• Fretes internacionais e nacionais


• Despachante Aduaneiro
• Comissões de agentes e traders
• Despesas de armazenagem em portos e aeroportos
• Despesas com documentos
• Licenciamentos de importação
• Inspeções

Simulação de Custos de Importação

É altamente recomendável fazer todos os cálculos tributários para formar o valor do custo
do produto importado antes mesmo de iniciar o processo de importação, pois assim é
possível medir, salvo variação cambial, exatamente a viabilidade da operação.

Exemplo de planilha:

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Exemplo  do  simulador  fornecido  pela  RFB  em  www4.receita.fazenda.gov.br/simulador    

Exemplo  de  simulação  na  planilha  da  COANA  

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Tem perigo da minha mercadoria ficar presa?


Documentos da Importação

Os documentos que formalizam uma importação, com algumas variações, seguem o


mesmo padrão ao redor do mundo. Alguns documentos são solicitados ao importador ou
exportador especificamente para atender legislações locais de seus países, contudo nos
documentos é preciso ter as informações que seja padrão tanto para o país exportador
quanto para o país importador, mesmo que algumas informações excedam a necessidade
de um ou outro país.

Para registro e controle das alfândegas competentes, existem os documentos físicos e os


documentos eletrônicos.

De acordo com a legislação brasileira, os documentos devem contemplar as informações


referente aos produtos importados e ao pagamento financeiro das referidas importações.

Proforma Invoice

É emitida pelo exportador, em formulário próprio, preferencialmente em inglês ou no


idioma do país importador. Representa a negociação comercial proposta e tem o objetivo
de firmar o compromisso entre as partes, mencionando as principais características da
venda como dados do exportador e importador, descrição da mercadoria, preço, condição
de venda, forma de pagamento e data provável do embarque.

Pode ser utilizada para informar os bancos da negociação e efetuar pagamentos


antecipados.
 
CABEÇALHO DO DOCUMENTO
 

 
 
De livre formatação os seguintes dados devem constar no cabeçalho da fatura pro forma

• Nome, endereço, telefone, cidade e país do exportador


• Nome, endereço, telefone, cidade, estado, país do importador
• CNPJ do importador
• Número do documento
• Data do documento
• Identificação PROFORMA INVOICE

Página 42
_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

CORPO DO DOCUMENTO
 

 
 
Os seguintes itens devem constar no corpo do documento

• Número ou código do item


• Descrição do item
• Quantidade comprada
• Unidade da quantidade
• Preço Unitário
• Preço total
• Total geral

RODAPÉ DO DOCUMENTO
 

 
 
Os seguintes dados devem constar no rodapé do documento:
Página 43
_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

• Total da fatura por extenso


• Incoterm
• Forma de Pagamento
• Tempo de entrega (mesmo que estimado)
• Porto de Destino
• Informações bancarias (devem ser conta do exportador descrito no cabeçalho)
• Nome de quem assina o documento
• Qualificação de quem assina o documento
• Número de identificação de quem assina o documento
• Carimbo da empresa
• Assinatura do responsável

Commercial Invoice

Emitida pelo exportador, em formulário próprio, de preferencai em inglês ou no idioma do


país importador, observada a legislaçãoo desse país. Representa a operação comercial
em si e sua finalidade é formalizar a transferência de propriedade da mercadoria para o
comprador, devendo mencionar as principais características da venda e acompanhar a
mercadoria em seu destino.

CABEÇALHO DO DOCUMENTO
 

 
 
De livre formatação os seguintes dados devem constar no cabeçalho da fatura pro forma

• Nome, endereço, telefone, cidade e país do exportador


• Nome, endereço, telefone, cidade, estado, país do importador
• CNPJ do importador
• Número do documento
• Data do documento
• Identificação COMMERCIAL INVOICE
 
CORPO DO DOCUMENTO:
 

Página 44
_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

 
 
Constam as mesmas informações da proforma invoice e, quando necessário, um código
de identificação a cada item do fabricante de cada produto, quando estes forem
comprados em fornecedores não fabricantes dos produtos que está revendendo. A
identificação completa dos fabricantes serão apresentados nos elementos de rodapé.

RODAPÉ DO DOCUMENTO
 

 
 
As informações previstas na profoma invoice devem ser confirmadas e dadas por
definitivo na COMMERCIAL INVOICE. Além daquelas informações, agora é preciso
complementar com:
Página 45
_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

• Porto de embarque
• Peso bruto
• Peso líquido
• Cubagem
• Número de caixas
• Informações sobre os fabricantes das mercadorias, quando o exportador não for o
fabricante como: nome, endereço, cidade, província e telefone para contato

Conhecimento de Embarque

Emitido pela empresa transportadora ou por seu agente, representa o contrato de


transporte, o comprovante de entrega da mercadoria, podendo ainda constituir a prova de
embarque da mesma. Este documento confere ao consignatário o direito à posse da
mercadoria no destino.

CABEÇALHO DO DOCUMENTO

 
 
Esse é um exemplo de BL real, ocultado o nome do consignatário da carga. No cabeçalho
do BL devem constar:

• Nome do exportador (exatamente como na Commercial Invoice)


• Nome do importador (exatamente como na Comercial Invoice)
• Porto de Embarque
• Porto de Destino (exatamente como na Commercial Invoice)
• Nome do Navio
• Número do Container
• Número de controle do documento
• Indicação até onde o frete está pago

CORPO DO DOCUMENTO
 

Página 46
_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

 
 
No corpo do BL deve conter:

• Número da caixas (exatamente como na comercial invoice)


• Peso bruto (exatamente como na comercial invoice)
• Cubagem (exatamente como na comercial invoice)
• Descrição simplificada das mercadorias
Códigos do sistema harmonizado das mercadorias constantes na invoice (somente os 4
primeiros dígitos são aceitáveis)

RODAPÉ DO DOCUMENTO
 

 
 
No rodapé do documento deve conter:

• Tipo de pagamento do frete (pago ou a pagar), em conformidade com o Incoterm da


Commercial Invoice
• Dados do agente de Carga
• Carimbo e assinatura do Armador/Carrier

Quaisquer informações divergentes entre o BL e a Commercial Invoice pode gerar multas
e eventuais investigações quanto à idoneidade do fornecedor e veracidade dos dados
informados pelo importador e despachante aduaneiro. Podendo, dependente do caso,
gerar até mesmo perdimento da carga.
Página 47
_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

O BL é o conhecimento de embarque para modal Marítimo. No caso de embarques


aéreos, um documento no mesmo teor é emitido, chamado AWB – Air Waybill
 
Romaneio de Carga (Packing List)

Documento preenchido pelo exportador relacionando os volumes de mercadoria a serem


embarcados, mencionando o conteúdo de cada volume, com as características das
mercadorias. Tem a finalidade de instruir o despacho aduaneiro na origem e no destino,
bem como auxiliar o importador na conferência e localização das mercadorias. Apesar de
ser de emissão opcional, tem grande utilização prática.

CABEÇALHO DO DOCUMENTO

 
 
De livre formatação os seguintes dados devem constar no cabeçalho do PACKING LIST:

• Nome, endereço, telefone, cidade e país do exportador


• Nome, endereço, telefone, cidade, estado, país do importador
• CNPJ do importador
• Número do documento
• Data do documento
• Identificação PACKING LIST

CORPO DO DOCUMENTO
 

 
 
No corpo do Packing list deve conter as informações suficientes para identificação das
mercadorias constantes na invoice pela identificação de suas embalagens. Exemplo:

• Número, código ou algo que identifique as caixas (ou embalagens) da mercadoria


dentro do container
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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

• Descrição das mercadorias constantes nas caixas (ou embalagens)


• Número de unidades dentro de cada caixa
• Peso bruto das caixas
• Peso líquido das caixas
• Quantidade total de unidades
• Peso total bruto dos itens
• Peso total líquido dos itens
• Cubagem dos itens
• Número de caixas (ou embalagens) dos itens

As informações devem estar em conformidade com a Invoice e conhecimento de


transporte, sob pena de pagamento de multa e sanções administrativas dos órgãos
fiscalizadores.

RODAPÉ DO DOCUMENTO
 

 
 
No rodapé do documento devem constar:

• Peso bruto total (exatamente como na Invoice e no BL)


• Peso Líquido
• Número de caixas (exatamente como na Invoice e no BL)
• Cubagem (exatamente como na Invoice e no BL)
• Nome do fabricante, caso os fornecedores não sejam os fabricantes
• Nome, qualificação, carimbo e assinatura do responsável pelo documento no
exportador.

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Como se paga as importações?


O prazo de pagamento das compras efetuadas no exterior é de livre acordo entre
comprador e vendedor, contudo algumas regras devem ser seguidas e informadas aos
órgãos governamentais brasileiros, para que o fluxo de pagamento seja monitorado e
controlado.

As modalidades de pagamento estabelecem as condições sob as quais ocorrerão os


pagamentos, especialmente se:

• O pagamento vai acontecer antes ou após o embarque das mercadorias


• Os documentos de embarque (invoice, conhecimento de transporte, etc.) transitarão
por meio de bancos ou diretamente entre comprador e vendedor
• Um ou mais bancos intervenientes na operação serão responsáveis pelo pagamento
da operação.

Contudo, a modalidade de pagamento deve ser especificada na fatura (invoice).

As modalidades de pagamento no comércio internacional são: pagamento antecipado,


remessa de documentos, cobrança e carta de crédito. Vejamos cada uma delas com
maior detalhamento:

Pagamento Antecipado

Efetuado ao fornecedor estrangeiro antes do embarque das mercadorias, podendo ser


através de um ou mais remessas de valores. Os contratos de cambio efetuados nessa
modalidade, para remessa de valores ao exterior devem ser feitos com no máximo 180
dias de antecedência, podendo ser prorrogado no caso de importação de máquinas ou
equipamentos com longo ciclo de produção. Nessa modalidade o risco está no campo do
importador, que paga as mercadorias antes de embarcar as mesmas.

Não ocorrendo o embarque ou nacionalização das mercadorias na totalidade dos valores


ora remetidos, o importador deve fazer a repatriação das divisas.

Pagamento à Vista
 
São os pagamentos efetuados após o embarque porém antes da nacionalização das
mercadorias. Considera-se para efeitos controle e fiscalização a data do embarque como
a mesma data constante no conhecimento de transporte e a data da nacionalização a
mesma constante na Declaração de Importação. Nessa modalidade o risco está no
campo do importador, que paga as mercadorias antes de nacionalizar as mesmas.

Não ocorrendo o embarque ou nacionalização das mercadorias na totalidade dos valores


ora remetidos, o importador deve fazer a repatriação das divisas.

Pagamento à Prazo

São pagamentos efetuados após a nacionalização das mercadorias pelo importador.


Neste caso o risco do recebimento está totalmente no campo do exportador que embarca
as mercadorias antes de receber os valores referente a venda.
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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

As cobranças bancarias internacionais são regulamentadas pelas Regras Uniformes de


Cobrança (Uniform Rules for Collection) publicação 522, elaborada pela CCI – Camara de
Comércio Internacional.

Carta de Crédito

Documento emitido por um banco, garantindo o pagamento de uma importação, mediante


o cumprimento de determinadas condições pelo exportador. Trata-se de garantia bancaria
de firme pagamento, normalmente utilizada no comércio internacional para atender aos
interesses do importador no recebimento de mercadorias conforme acordo e do
exportador no recebimento dos valores constantes no mesmo acordo.

O importador providencia junto a um banco a abertura de um instrumento de crédito e


estabelece as condições em que poderá ser efetuado o pagamento ao exportador. Essa
modalidade oferece segurança para ambas as partes, desde que os termos do crédito
sejam cumpridos e, naturalmente, exige que o importador disponha de crédito junto à
instituição financeira que irá emitir o crédito documentário e garantir a importação.

As cartas de crédito podem ser instituídas para pagamento à vista ou à prazo ao


fornecedor.

Rassalta-se que , caso o exportador não cumpra com as condições estabelecidas pelo
importador, devidamente formalizadas em contrato, a garantia de pagamento deixa de
existir.

As cartas de crédito estão regulamentadas pelas Regras e Usos Uniformes sobre


Créditos Documentários, Publicação 600 elaborada pela CCI.

Cobrança Bancária

É possível firmar acordos de prestação de serviços, junto aos bancos, como


intermediadores na liberação de documentos e efetivação de pagamentos conforme
aceite das duas partes, comprador e vendedor onde:
 
a) Comprador efetua o pagamento para o Banco onde é correntista
b) Banco do comprador informa o vendedor que recebeu o pagamento do comprador
c) Vendedor envia as mercadorias para o comprador
d) Vendedor envia os documentos do embarque para Banco do Comprador
e) Banco verifica a conformidade dos docuementos
f) Estando documentos em conformidade, libera o pagamento ao Vendedor e envia os
documentos ao comprador.

Cambio nas Importações

No Brasil, não é admitido o livre curso de moeda estrangeira, sendo que toda compra e
venda de moeda estrangeira, por pessoas físicas ou jurídicas devem ser efetuadas por
estabelecimentos autorizados a operar em câmbio pelo BACEN.

As importações brasileiras podem ser formalizadas com ou sem cobertura cambial.


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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Importação sem cobertura cambial é aquela cuja não há pagamento ao exportador


estrangeiro pela aquisição das mercadorias.

Importação com cobertura cambial é aquela onde há pagamento pelo importador


brasileiro ao exportador estrangeiro.

Os pagamentos das importações devem ser processadas em estrita consonância com os


documentos da operação comercial e registradas no Siscomex, de acordo com as normas
estabelecidas no RMCCI – Regulamento do Mercado de Cambio e Capitais
Internacionais, do Bacen.

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_____________________________________________________________Curso: Como Importar da China

Como se faz para virar importador?


Qualquer pessoa pode se tornar importadora no Brasil, seja pessoa física ou pessoa
jurídica.

As importações feitas em nome de pessoa física, são destinadas para uso e consumo,
não sendo permitida a exploração comercial com fins lucrativos das mercadorias e
produtos ora importados. A regra é a mesma para o mercado doméstico, se uma pessoa
física compra um bem, ela tem o direito de vender esse bem como usado, mas não de
explorar essa atividade tendo objetivo puramente comercial, conforme Portaria SECEX
no. 23/2011.

Para importações no valor acima de USD 3.000 (três mil dólares americanos), é
necessária a habilitação do importador, seja pessoa física ou jurídica, no SISCOMEX,
popularmente conhecido como RADAR.

As regras para habilitação são apresentadas na recém publicada IN 1288 de 31/8/2012.


Essa instrução normativa revoga a IN 650 da RFB de 12/05/2006, que até então
regulamentava a habilitação no Siscomex.

A habilitação no Siscomex deve ser requerida no setor aduaneiro das delegacias da RFB.
Até a confecção dessa apostila a RFB não cobra qualquer taxa para efetuar tal
habilitação.

As modalidades de habilitação do importador no Siscomex estão assim divididas:

• Modalidade Expressa
• Modalidade Limitada
• Modalidade Ilimitada

Modalidade Expressa
 
A modalidade de habilitação expressa está destinada aos seguintes tipos de empresa:

• Pessoa jurídica sociedade anônima


• Pessoa jurídica autorizada a despacho expresso (linha azul)
• Empresa pública
• Empresas ligadas ao setor público (autarquias, fundações, departamentos, institutos...)
• Pessoas jurídicas exclusivamente exportadoras

Modalidade Limitada

Essa modalidade de importação, também chamada de pequena monta, é destinada a


importadores que tenha o volume total de suas operações, em seis meses, igual ou
inferior a 150 mil dólares americanos, considerando o valor CIF (valor da mercadoria no
país de origem + frete até o local de destino + seguro).

A exigência dos documentos para obtenção da habilitação nessa modalidade são


menores.

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Podem requerer habilitação na modalidade simplificada:

• Pessoa físicas
• Pessoas jurídicas

A liberação da habilitação na modalidade limitada está condicionada a análise de
capacidade econômica da empresa requerente, sendo que a RFB considera como base
para análise, o pagamento de tributos nos últimos cinco ano-calendários, conforme IN
1288/12 de 3/9/2012,
 
Modalidade Ilimitada

A modalidade ilimitada é destinada para empresas que tem volume de importações,


considerando o valor CIF, maior que 150 mil dólares americanos no período de seis
meses.

A base de análise da RFB é composta por todas informações constantes em sua base de
dados e também por outras informações que são solicitadas no ato do credenciamento,
como balanço patrimonial atualizado.

Prazo para Resposta

Conforme disposto no Capítulo VII da IN 1288/12, o prazo para análise ou revisão e


resposta é de 10 dias a partir da data do protocolo para as modalidades Limitada e
Ilimitadas, sendo que para a modalidade Expressa o prazo é de 2 dias.

Você pode ler na íntegra as informações da IN 1288 no seguinte link:

http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2012/in12882012.htm

O Anexo I para requerimento da habilitação encontra-se no final dessa apostila e també


disponível para download no seguinte link:

http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2012/IN1288/AnexoUnico_INRFB1288.o
dt

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Como funciona a burocracia?


Tipos de Importação

As empresas têm focado cada vez mais em suas operações principais. Considerando que
a burocracia de importação é grande, muitas empresas preferem terceirizar esse tipo de
operação. Para tanto, existem duas formas de operação terceirizada regulamentada na
RFB.

Importação por Conta e Ordem

É um serviço prestado por uma empresa importadora, que promove em seu nome, o
despacho aduaneiro de importação de mercadorias adquiridas por outra empresa
(adquirente). A operação cambial para pagamento da importação pode ser realizada em
nome da importadora ou da adquirente.

Importação por Encomenda

Uma empresa importadora adquire mercadorias no exterior com recursos próprios e


promove o despacho aduaneiro a fim de revende-las a uma empresa encomendante
previamente determinada, em razão de contrato entre as partes. A operação cambial para
o pagamento da importação deve ser realizada exclusivamente em nome da importadora.

Importação de amostras

Em diversas circunstâncias, antes de se efetivar a transação comercial, torna-se


necessário importar o produto como amostra, para análise, conhecimento da natureza e
do funcionamento. Isso pode ser desde uma camisa ou par de óculos ou até
um automóvel.

Compreende-se por amostra a parte representativa de mercadoria ou de sua natureza,


que se utiliza para demonstração ou análise. A amostra pode ser com valor comercial ou
sem esse valor. A distinção do que seja ou não amostra e, ainda, do que seja amostra
com ou sem valor comercial, é difícil, extremamente pessoal, portanto, de natureza
subjetiva. Não há e dificilmente haverá norma legal que consiga definir, sem deixar
critérios subjetivos, o que seja amostra e, dentre elas, aquelas que tenham ou não valor
comercial.

A importação de amostras sem valor comercial é isenta da cobrança de II e de IPI,


contudo o conceito de “sem valor comercial” é bem estreito conforme podemos ver no Art.
153 do Regulamento Aduaneiro.
 
Art. 153. Consideram-se sem valor comercial, para os efeitos da alínea
“b” do inciso II do art. 136:

I - as amostras representadas por quantidade, fragmentos ou partes de


qualquer mercadoria, estritamente necessários para dar a conhecer sua
natureza, espécie e qualidade; e

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II - os bens contidos em remessas postais internacionais consideradas


sem valor comercial, que não se prestem à utilização com fins lucrativos e
cujo valor Free On Board - FOB não exceda a US$ 10,00 (dez dólares dos
Estados Unidos da América).

Será amostra com valor comercial aquela que não puder ser demonstrada que é sem
valor comercial. A amostra com valor comercial não tem isenção e será despachada com
o pagamento dos direitos aduaneiros cabíveis na espécie.

Importação Simplificada

Atualmente no Brasil existe um grande movimento de importações de pequena monta.


Para esses casos, é possível os importadores utilizarem o RTS, que é o regime de
tributação simplificada, onde há isenção da cobrança de IPI, PIS e Cofins e o valor do II é
de 60%. Podendo ainda, em alguns casos, o Estado cobrar o ICMS sobre a operação.

É possível solicitar esse tipo de tributação em qualquer companhia de transporte


expresso. Um dos serviços mais conhecidos no mercado brasileiro é o IMPORTA FÁCIL
dos Correios.

Para pessoas físicas e jurídicas, é possível efetuar importações de até 3 mil dólares por
operação. Sendo que no caso de importação efetuada em nome de pessoa física, não é
permitido comercialização dos bens importados.

Somente é permitido importar produtos utilizando esses regimes aqueles que não há
necessidade de LI.

Veja mais informações sobre o serviço IMPORTA FÁCIL dos correios aqui :

http://www.correios.com.br/produtosaz/produto.cfm?id=5BF3945A-BCDF-F196-
9DAF51A13BF8B83B

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Desembaraço aduaneiro
Despacho aduaneiro é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados
declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos documentos
apresentados e à legislação vigente.

Toda mercadoria que ingresse no país está sujeita ao despacho aduaneiro.

Esse despacho é processado no Siscomex. Para saber mais sobre o Siscomex favor
consultar capítulo específico.

O início do despacho de mercadoria importada é marcado pelo registro da DI –


Declaração de Importação no Siscomex.

Modalidades de Desembaraço

NORMAL: feita após a chegada da mercadoria, emissão e registro da DI para eventuais


parametrizações.

ANTECIPADO: consiste no registro da declaração de importação antes da chegada da


mercadoria na unidade de despacho. Aplica-se em:

• Mercadorias transportada a granel


• Mercadorias inflamáveis, corrosivas, radioativas e outros materiais perigosos
• Plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos perecíveis
• Papel para impressão de livros, jornais e periódicos
• Mercadorias transportadas por via terrestre, fluvial ou lacustre.

SIMPLIFICADO: processado com base em declaração de importação simplificada, sem


registro no Siscomex, para importações de:

• Amostras sem valor comercial


• Livros, documentos, folhetos, periódicos, catálogos, manuais, sem finalidade comercial
• Outros bens importados por pessoa física, sem cobertura cambial, sem finalidade
comercial, de valor não superior a 500 dólares americanos ou valor equivalente em
outra moeda.
• Bens da Zona Franca de Manaus conforme lei específica
• Veículos de viajantes residentes no exterior, que ingressem em território nacional por
próprios meios de forma temporária
• Bem importados por missão diplomática
• Órgãos e tecidos humanos para transplante
• Animais de vida doméstica sem cobertura cambial e sem fins comerciais.
 
O prazo para desembaraço aduaneiro é de 90 dia para mercadorias armazenadas em
zona primaria e até 75 dias após o transito para EADI. Após esse prazo a mercadoria será
considerada como abandonada e aplicar-se-á a pena de perdimento para a carga.

Conferência Aduaneira

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A conferência aduaneira tem por objetivo identifica o importador, verificar a mercadoria,


determinar seu valor e classificação o fiscal e constatar o cumprimento de todas as
obrigações exigíveis em relação à importação.

Após o registro, a declaração de importação é submetida a uma seleção realizada pelo


Siscomex, para determinar os procedimentos a serem seguidos na conferência aduaneira.
Dessa seleção, chamada parametrização, resulta o encaminhamento da declaração para
um dos seguintes canais de conferência.

• Verde: desembaraço automático, sem conferência


• Amarelo: exame documental
• Vermelho: exame documental e verificação da mercadoria
• Cinza: exame de valor aduaneiro, sujeitos a procedimentos específicos.

O exame documental é a verificação da integridade dos dados informados na DI em


relação aos documentos físicos referente à importação. Quaisquer divergências são
passíveis de multas e sanções penais.

Verificação física é a conferência total ou parcial das quantidades e peso das mercadorias
em relação aos documentos e registro no Siscomex.

A informação de peso correta é importante para o rateio do frete e formação do valor


aduaneiro, que é um valor muito importante para o cálculo dos tributos.

A seleção dos canais de parametrização para cada importação é feita pelo sistema de
acordo com parâmetros estabelecidos pela Coana que leva em consideração os
seguintes fatores, mas não somente eles:

• Regularidade fiscal do importador


• Habitualidade do importador
• Natureza, volume ou valor da importação
• Valor dos impostos incidentes
• Origem das mercadorias
• Tratamento tributário
• Características da mercadoria

O Fiscal da RFB tem autonomia para, por exemplo, mudar um canal verde para amarelo
ou vermelho.

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Fazendo tudo certinho

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Check List

1. Efetuar cotação
2. Emitir Proforma Invoice
3. Conferir Valores
4. Conferir detalhes dos produtos
5. Pagar Entrada de 30%
6. Assinar Contrato Cambio
7. Arquivar Contrato Cambio
8. Confirmar recebimento no fornecedor
9. Confirmar início da produção
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10. Acompanhar produção


11. Definir embalagem
12. Confirmação da data da entrega
13. Estimativa de peso/volume
14. Cotar Transporte / seguro
15. Emitir Instrução de Embarque
16. Confirmar o término da produção
17. Solicitação do Packing List
18. Correção Packing List
19. Confirmação da Commercial Invoice
20. Pagamento do 70%
21. Assinatura contrato cambio
22. Arquivo contrato cambio
23. Solicitação Entrega/Remoção para o Armador
24. Solitita seguro
25. Confirma recebimento pelo Armador
26. Confirma documentação BL/AWB
27. Autoriza Embarque
28. Autoriza emissão da documentação
29. Acompanha data entrega
30. Informa Despachante de todo processo
31. Efetua registro nos sistemas
32. Informa transportadora DTA
33. Confirma atracação/Pouso
34. Solicita remoção DTA
35. Efetua pagamento frete internacional
36. Acompanha remoção
37. Confirma chegada porto destino
38. Solicita numerário
39. Disponibiliza o dinheiro na conta
40. Autoriza emissão da DI
41. Contrata remoção para empresa
42. Paga os impostos
43. Aguarda parametrização
44. Acompanha desembaraço
45. Emite NF de entrada
46. Retira do porto
47. Paga demais despesas
48. …

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REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS  
 
• www.comexblog.com.br  
 
• www.desenvolvimento.org.br  
 
• www.receita.fazenda.com.br  
 
• www.correios.com.br  
 
• www.siscomex.com.br  
 
• www.comexbrasil.gov.br  
 
• Apostila  Negócios  Internacionais    -­‐  Importação  do  Banco  do  Brasil  

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