PIMENTA, ambos já qualificados na representação em epígrafe, vêm à presença de Vossa Excelência requerer a juntada de perícia realizada pela “La Asociación Española de Peritos Tasadores Judicial” e outros documentos, bem como expor e, ao final requerer, o quanto segue.
As declarações do advogado Rodrigo Tacla Duran
perante a CPMI da JBS, em 30/11/2017, relativas às perícias por ele realizadas na Espanha, vieram a ser confirmadas por laudo do Departamento de Polícia Federal em 23/02/2018 (Laudo nº: 0335/2018-SETEC/SR/PF/PR), em que se constatou a ocorrência de manipulação do sistema Drousys da empresa Odebrecht, antes e depois da entrega das referidas cópias ao MPF. Considerando que constam das páginas 73, 74, 75, 77 e 78, dos autos dos Inquéritos de nº 4327/DF e 4483/DF, assinadas pelo então Procurador Geral da Republica, Rodrigo Janot Monteiro de Barros, documentos obtidos no sistema Drousys da Odebrecht com datas de emissão de 16/08/2017.
Considerando, ainda, conforme informações
prestadas pelo sr. Paulo Sergio da Rocha Soares (administrador do Drousys), ao Delegado da Policia Federal Filipe Hille Pace, nas investigações da Operação Abate I e II (44ª e 45ª fases da Lava Jato) que o sistema Drousys da Odebrecht foi bloqueado pelas autoridades suíças em março de 2016, e, que portanto, seria impossível a inserção no sistema de arquivos com data de emissão posterior .
Verifica-se, portanto, diante da impossibilidade
concreta de inserção de arquivos em razão do bloqueio realizado pelas autoridades estrangeiras, atestada pelo laudo pericial de nº: 0335/2018-SETEC/SR/PF/PR da Policia Federal, que houve manipulação e adulteração das provas utilizadas pelo Ministério Publico Federal, em sede dos procedimentos investigatórios mencionados.
Mas, não é só.
O laudo da PF revela (fls. 306), ainda, a
existência de alterações das cópias do sistema Drousys nos períodos em que o material já estava em posse da Odebrecht e do MPF, constatadas pela inserção e utilização de provas com data de emissão posterior ao bloqueio do sistema Drousys. Assim mesmo, esse material foi utilizado pelo então Procurador Geral da Republica nos inquéritos acima referidos.
Diante do exposto, é o presente para requerer:
a) aditamento à Representação encaminhada em
05/12/2017 a esta Procuradoria, para que sejam investigados, também, os fatos aqui relatados.
b) oitiva do Procurador da República Rodrigo
Janot Monteiro de Barros.
c) Requer-se, ainda, para fins de apurar
responsabilidades e autoria, seja providenciada a identificação e registros históricos de alocação de endereço IP: 201.26.148.29, mencionado na página 304 do Laudo:0335/2018-SETEC/SR/PF/PR, utilizado no período indicado pela perícia da Polícia Federal para acesso e adulteração do sistema Drousys da Odebrecht.
Nesses termos, Pedem deferimento. Brasília, 28 de fevereiro de 2018.