DESTINAÇÃO LEGAL DO DANO MORAL COLETIVO NA SEARA

TRABALHISTA

As situações de dano moral busca sanar/remediar uma senda de condutas

reiteradas cujas entidades garantam um papel relevante na estrutura da relação de
empregatícia. É a partir destes aspectos que Maurício Godinho Delgado traz à baila o
seguinte: “Desde que a conduta envolva distintos trabalhadores, em torno de atos
jurídicos distintos, caracterizando-se por significativa lesividade, de modo a tornar
relevante seu impacto em certa comunidade, pode despontar o dano moral coletivo
trabalhista”.
Vê-se que o dano moral coletivo configura-se em função de um entrave à
dignidade da pessoa humana, quebrando o valor social do trabalho, descrito no art. 170,
caput, da CF/88, uma vez que a dignidade da pessoa humana, o valor social do trabalho,
a segurança e bem-estar dos indivíduos, e o exercício dos direitos sociais e
individuais, partem de uma ideia de uma sociedade livre, justa e solidária, à noção e
realidade de justiça social, conforme assevera Godinho. A partir disso, o dano moral
coletivo, surge em função do desrespeito desses valores elencados.
Em se tratando da destinação legal da indenização por dano moral coletivo,
veja- se o art. 13 da LACP:

Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a

indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido
por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que
participarão necessariamente o Ministério Público e
representantes da comunidade, sendo seus recursos
destinados à reconstituição dos bens lesados.

§ 1º. Enquanto o fundo não for regulamentado, o

dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de
crédito, em conta com correção monetária.

§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento

em dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do
disposto no art. 1º desta Lei, a prestação em dinheiro
reverterá diretamente ao fundo de que trata o caput e será
utilizada para ações de promoção da igualdade étnica,
conforme definição do Conselho Nacional de Promoção da
Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos
Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou
locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local,
respectivamente. (Grifos nossos)