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Aula 6
Funcionamento:
Atribuição representativa:
por três quintos dos votos dos respectivos membros, Para que o congresso referende,
Atribuição investigatória:
O congresso nacional é titular dessa atribuição uma vez que os órgãos legislativos reúnem as
investigações financeiro-orçamentária, com o auxílio do tribunal de contas, e político-
administrativa, por intermédio das Comissões Parlamentares de Inquérito.
Investigação financeiro-orçamentária:
Investigação político-administrativa:
São feitas através das comissões parlamentares de inquérito e se preocupam com os fatos
relacionados com a vida do país, existindo pressupostos materiais, requisitos formais e limites
impostos aos meios investigatórios.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
Pressupostos materiais:
O prazo certo demonstra o intervalo de tempo necessário para a conclusão da apuração. Já, o
fato determinado, denota a individualização do acontecimento de relevante interesse para a
vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do país.
O STF, porem, mitigou um pouco esses pressupostos:
Quanto ao fato determinado, o STF vem aceitando a investigação de fato conexo, ou seja,
fatos ligados aquele tema que esta sendo investigado na CPI e que foi o seu motivo gerador.
Já, quanto ao prazo certo, o STF vem aceitando a prorrogação das CPI’s desde que seja feita
dentro da mesma legislatura.
e quintas pela
manhã.
Dessa forma, a CPI só pode se prolongar dentro da legislatura, 4 anos, uma vez que não se
sabe se os membros que a compõe serão reeleitos.
Pressupostos formais:
Sob o ponto de vista formal, a CPI é subordinada a 3 requisitos formais, sendo o requerimento
de constituição, o inquérito parlamentar e a conclusão, que é um relatório final destinado ao
Ministério Público.
Assim, é possível que as minorias, dentro das casas, criem uma CPI, uma vez que o único
critério atribuído a sua criação é uma composição mínima de 1/3. Isso se dá pelo fato de a CPI
não precisar ser aprovada em plenário de forma que, uma vez requerida e respeitando esse
requisito, ela é obrigatoriamente criada, sem passar por uma análise de conveniência e
oportunidade.
Democracia não se resume ao voto. Democracia, nas explicações atuais, é a regra de minoria,
proteção dos valores básicos da democracia ao se respeitar os valores mínimos (liberdade e
separação de poderes, por exemplo) contra a regra de maioria (respeito à vontade majoritária,
aquela expressa nas urnas).
Assim, o STF passou a crer em uma obrigação dúplice: a casa estaria obrigada a criar a CPI
quando essa fosse requerida e também teria que o fazer nos termos do pedido, não retirando
nem pondo objetos na CPI, para que não ocorra a supressão da minoria.
O inquérito parlamentar pode ser formado pelas diligências necessárias para a elucidação do
fato investigado, com a aplicação, no que couber das normas de processo penal.
Limites de atuação:
Porem, se caso interpretássemos essa frase com esse pensamento, chegaremos a um impasse
uma vez que, no Brasil, o juiz não tem competência para investigar, uma vez que o acusador e
o investigador devem ser pessoas distintas, a fim de garantir a imparcialidade.
O que de fato a constituição quis dizer é que a CPI tem a possibilidade de dar aos seus atos o
caráter obrigatório, não aconselhando e sim mandando, tal qual o juiz. Assim, há a
possibilidade do caráter imperativo do inquérito sem que sejam prejudicados os meios de
coerção, uma vez que é permitido, caso alguém se negue a comparecer a uma CPI, que ela o
conduza sobre vara.
Deve-se observar que, como a CPI exerce uma função auxiliar do Congresso Nacional, ela não
possui qualquer poder especial que não esteja dentro dos limites do poder da casa a qual
pertence. Assim, as CPI são limitadas pelos mesmos limites que caem sobre a casa legislativa
pela qual ela é criada, não podendo, por exemplo, julgar, já que nenhuma das casas legislativas
tem essa competência.
Ex: CPI criada pela ALERJ para investigar os fiscais do imposto de renda no
estado do RJ. Como regra, ela não poderia passar da competência do ser
estado mas, na realidade, acabou investigando os tributos federais que não
tinham conexão com o seu fato.
Limite-conteúdo: As CPI só podem investigar matérias de direito público, uma
vez que não é admissível criar uma CPI para apurar fatos da vida privada como,
por exemplo, os negócios internos de pessoa jurídica de direito privado.
Ex: CPI para investigar a NIKE-CBF. Foi criado uma CPI para investigar a doação
de produtos esportivos da NIKE para a CBF. Porem, ambas a época, eram
instituições privadas, não havendo dinheiro público envolvido.
Dessa forma, a CPI pode atuar dentro do ato judiciário mas nunca nos atos
jurisdicional, uma vez que esses são exclusivos do judiciário.
Ex: A CPI do poder judiciário. Foi proposta uma análise a um caso de herança
patrimonial. Quando a CPI começou a questionar a sentença, o judiciário
trancou a investigação. Isso se deve ao fato de a sentença ser um mecanismo
do judiciário que não pode ter interferências de outros poderes.
Meios de investigação:
São divididos em 2:
a. Meios admissíveis: A CPI pode fazê-lo com ou sem autorização judicial. São divididos
em 3: ouvir indiciados e testemunhas, quebrar sigilo bancário, fiscal e eletrônico e
requisitar informações e documentos.
b. Meios inadmissíveis: A CPI só pode fazê-lo tendo autorização judicial. São eles:
conceder medida cautelar, proibir ou restringir assistência jurídica e decretar prisão
provisória, excluída a em flagrante delito.
ATENÇÃO: não é dado ao depoente o direito de se recusar a depor de cara. É necessário que o
mesmo espere a pergunta ser feita, avalie se esta poderá auto incriminá-lo para, só então, se
recusar a responder. Uma vez que a recusa logo de cara, antes de ser feita a pergunta, é tida
como crime de desobediência e enseja a prisão por flagrante delito.
Não é necessário impetrar habeas corpus preventivo para depor perante a CPI, uma vez que o
silêncio é uma garantia constitucional. Porem, às vezes, é conveniente. Isso se dá pelo fato de
a CPI ser muito mais um órgão político do que jurídico, de forma que se o advogado vislumbrar
a possibilidade de um ato arbitrário na CPI para prender seu cliente, ele pode impetrar um
habeas corpus preventivo que será validado pelo STF, obtendo o salvo conduto (decisão do
habeas corpus preventivo) cuja única função é evitar a prisão do depoente por estar
exercendo seu direito de permanecer calado. Esse habeas corpus não tem como evitar as
prisões por outros meios que não esse, evitando apenas o constrangimento na CPI.
Dever de dizer a verdade:o depoente não pode dizer afirmações falsas, ficando ressalvada as
hipóteses que a testemunha tenha negado ou calado a verdade sobre fato que a poderia
incriminar, nos termos do art. 342 CP não confirmando o crime de falso testemunho quando a
pessoa, depondo como testemunha, ainda que compromissada, deixa de revelar fatos que
podem incriminá-la.
A CPI pode quebrar esses sigilos desde que faça motivadamente. Essa condição se dá, pois a
CPI tem direito inerente ao juiz e, portanto, dever inerente ao juiz. Dessa forma, se o juiz
quebrasse esses sigilos ele estaria motivando. O mesmo ocorre com as CPI.
Tem a hipótese de quebra do sigilo bancário e fiscal fora do judiciário a não ser pela CPI?
A CPI pode quebrar sigilo telefônico, alguns autores descordam porque não fazem essa
distinção. Qual a distinção entre sigilo telefônico, interceptação telefônica e gravação
clandestina de conversa telefônica?