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A norma, válida para organismos, ecossistemas e redes de tráfego, se mostra cada vez
mais aplicável a fenômenos sociais. Mesmo que, em grandes grupos, as relações
humanas deem a impressão de uma enorme complexidade, modelos matemáticos
conseguem decifrar resultados que se sustentam independentes dos detalhes de seu
ambiente.
A base teórica de sistemas que partem de regras simples para chegar a resultados
complexos é conhecida há algum tempo, mas a interação entre os elementos era tanta
que não havia como computá-la. Hoje esse cenário está mudando. Cientistas como
Stephen Wolfram e laboratórios como o MIT Connection Science propõem uma
integração da teoria de redes, computação e ciências comportamentais para propor
novos modelos de fluxo de informação e influência em redes sociais, sejam elas digitais
ou não.
Por melhor intencionados que estivessem Spinoza, Locke, Voltaire e Diderot, a ideia de
organizar o espaço social não poderia ser tão simples. Já naquela época, Goethe e o
grupo Sturm und Drang queixavam-se que as restrições e a constância do racionalismo
não seriam suficientes para administrar a subjetividade individual e a emoção. Ao opor
indivíduo criativo e escravo do racional, ela antecipava em 250 anos um conflito de
interesses muito similar ao que se vê hoje.
Estamos a caminho de um novo iluminismo, uma ciência ao mesmo tempo abstrata e
sistemática. Ela deverá nos ajudar a entender enigmas que até há pouco eram restritos à
filosofia, sociologia, epistemologia e linguística e, por meio de simulações, formular
hipóteses sem precedentes na história das ciências.
• luli@luli.com.br