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Na alternativa D, que suscitou muita dúvida, o adjunto adverbial “no país” indica o
lugar da falsificação dos medicamentos. Anteposta à expressão “a circulação” (“quando
se noticiava no país à circulação”), ela gera alteração semântica, pois passa a indicar
onde se dava a notícia.
Creio que não é difícil perceber o valor semântico concessivo da expressão “Apesar
da”. Muita confunde o valor da expressão “posto que”, classificando-a como locução
conclusiva, à semelhança de visto que e já que. Registre-se que “posto que” possui
valor concessivo.
Com esse gabarito, a banca examinadora admitiu, na alternativa D, que as duas
ocorrências da palavra “se” têm a mesma classificação sintática, o que não corresponde
aos fatos.
No trecho “lembre-se que a economia da regulação se subdivide”, o pronome é parte
integrante do verbo pronominal lembrar-se (trata-se de aspecto morfológico e não
sintático), ensino que é amplamente difundido em diversos manuais de gramática da
Língua Portuguesa (veja-se, por exemplo, CEGALLA, Domingos Paschoal – Novíssima
Gramática da língua portuguesa – 48. ed. rev. – São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 2008 – pág. 499, 500,562 e 563). Nesse caso, o se não tem sequer função
sintática. A ausência da preposição de reclamada pelo verbo pronominal (lembra-se de
algo) para reger seu objeto caracteriza erro de regência.
No trecho “a regulação estatal da economia não se destina”, o “se” pode ser entendido
como pronome apassivador (“a regulação estatal da economia não é destinada”).
Questão 3 – Gabarito C (possibilidade de recurso: anulação)
Com esse gabarito, o Cetro indicou que a alternativa B está incorreta. A reescritura
transformou a voz passiva em voz ativa. Gramaticalmente, não se percebe erro. Partindo
do texto original, o sujeito-paciente “Todas essas falhas” assumiu a função de objeto
direto; o agente da passiva “pela Anvisa” assumiu a função de sujeito-agente; a locução
verbal “são observadas” foi modificada para “observa”, com a devida observância do
tempo e modo verbal; a locução adverbial “em sua atuação regulatória” permanece
como antes, inclusive na posição final do segmento, lugar natural do advérbio. O
prejuízo semântico – o que resta a ser analisado – não está aqui confirmado. As falhas
aludidas (“todas essas falhas”) são aquelas que foram apontadas no período anterior
(“No setor de saúde....”). Negar isso é desconsiderar as relações semânticas existentes
no parágrafo em que os trechos se inserem. A expressão “em sua atuação regulatória”
refere-se, certamente, à atividade da Anvisa como agência reguladora. No contexto em
que surge, a expressão “em sua atuação regulatória” não pode ser atribuída a outro
agente.
Questão 4 – Gabarito C
O vocábulo “assim”, que surgiu deslocado, tem valor semântico conclusivo e integra o
período que encerra a ideia contida no quarto parágrafo. A conjunção “pois”, que
normalmente surge em oração explicativa, pode assumir valor conclusivo. Isso acontece
quando surge isolada por vírgulas e depois do verbo da oração que integra.
Questão 5 – Gabarito D
Houaiss
Aurélio
Questão 7 – Gabarito E
Em que pese o ensinamento de alguns gramáticos (como Celso Cunha e Cegalla, por
exemplo) a respeito de ser o pronome “los” sujeito do infinitivo pronominal “se
queixar” – o que o torna sintaticamente diferente da segunda ocorrência do mesmo
pronome (= objeto direto), não é possível desprezar a posição de outros gramáticos
igualmente consagrados, entre eles Evanildo Bechara. O ilustre pesquisador usa os
seguintes exemplos para tratar do assunto (Moderna gramática portuguesa – 37. ed.
rev. amp. e atual. conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro: Nova
Fronteiroa, 2009 – páginas 431 a 434):
Por meio de uma longa explicação, Bechara sustenta que os termos “o vento” (= “o”) e
“as árvores” (= “as”) são objetos diretos de “Ouço” e “Vejo”, respectivamente. Já os
infinitivos (“soprar” e “crescer”) são, para ele, predicativos desses objetos diretos.
Segundo o autor, “não se pode falar nestes casos de ‘sujeito’ de infinitivo, também é
impróprio afirmar que tais substantivos [vento e árvores] são ‘objeto direto’ do núcleo
ouço ou vejo e ao mesmo tempo (grifo nosso) ‘sujeito’ do infinitivo”. Conclui-se,
então, que, para Bechara, o pronome destacado na alternativa C exerce a mesma função
sintática, a saber, objeto direto.
Questão 9 – Gabarito D
Está.......................................................Tá
Falar......................................................Falá
Para.......................................................Pra
Queijo....................................................Quejo
Vamos....................................................Vamo
Vou.........................................................Vô
Deve ser ressaltada a diferença entre os significados das palavras “desdém” e “ironia”.
A primeira indica desprezo, arrogância, altivez; a segunda exprime zombaria,
sarcasmo, o contrário do que realmente as palavras significam.