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Texto áureo
“E quase todas as coisas,
segundo a lei, se purificam com
sangue; e sem derramamento de
sangue não há remissão.” (Hb
9.22)
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE – Hb 9. 1-5,14,15,22-
28.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estimado Leitor, vamos conhecer como era o culto na mente do
Autor da Missiva aos Hebreus, no que diz respeito à Antiga Aliança, peculiarmente
destacado nos utensílios do Tabernáculo, contrastando com a Nova Aliança, na
pessoa bendita de Jesus Cristo – nosso Sumo Sacerdote Eterno: seja bem-vindo,
mais uma vez, a esse encontro. Mas, de fato, o que significa o vocábulo Culto,
nesta carta?
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No Novo Testamento, nesta missiva, a palavra Culto, no primeiro versículo de
hebreus do capítulo nove, em grego Koinê é Latréia1 que significa “serviço(s)
sagrado(s)”, e tem a ver com a Liturgia da Antiga Aliança. Destarte, cabe aqui outra
pergunta: o que significa, então, a palavra Liturgia? Bem, a palavra Liturgia (do
grego Leitourgia) nos tempos do Novo Testamento era a palavra regular para o
serviço que um sacerdote ou um servo prestava em um templo dos deuses, como é
visto em “Taues e Taous”, os gêmeos, que serviam no grande templo de Serápis em
Mênfis. Aqui, na carta aos Hebreus, é usada para o serviço oficializado pelo Sumo
Sacerdote e consequentemente a obra de Cristo como o Fiador de uma aliança
melhor e como Ministro do santuário, portanto, de cunho religioso e sacrificial.
1
Segundo STRONG, esta palavra tem alguns significados: 1) serviço retribuído por salário;
2) qualquer serviço ou ministério: o serviço a Deus 3); serviço e adoração a Deus de acordo
com os requerimentos da lei levítica; 4) realizar serviços sagrados.
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(1) “O candelabro de ouro encontrava-se na parte Sul e estava esculpido num
talento de ouro sólido cujo valor seria de uns doze mil e quinhentos dólares (em
moeda norte-americana; algo em torno de 40 mil e 625 reais – cotação para o dia
02/03/2018); as lâmpadas eram alimentadas com azeite puro de oliva e estavam
sempre acesas.”
(2) “Na parte Norte encontrava-se a mesa dos pães da proposição. Estava
feita de madeira de acácia coberta de ouro: tinha 0,90 m de comprimento, 0,45 m de
largura e 0,68 m de altura. Ali se colocavam cada sábado doze pães, em duas filas
de seis, feitos da farinha mais fina. Somente os sacerdotes podiam comer estes
pães quando eram retirados. Trocavam-se cada sábado”.
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BARCLAY, William. The Letter to The Hebrews, pp.101,102.
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utensílios do tabernáculo tinha o autor aos Hebreus, uma vez que ele explica suas
partes com profundo conhecimento, conforme se depreende em Hb. 9. 2-5.
Na sua vida e Lv 1; Lv 6.
morte, 8-13; Ef 2.
Holocausto Bois, bodes, Tudo Couro cumprindo 1-6; Hb
carneiros, queimado perfeitamente 10.7.
rolinhas, a vontade de
pombinhos. Deus.
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II – A EFICÁCIA DO CULTO NA NOVA ALIANÇA
Hebreus 9.14 (ARA), parte “C”, diz assim: “Purificará a nossa consciência de
obras mortas”.
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Deste modo, Além do texto em apreço, a palavra só ocorre nessas duas
passagens do Novo Testamento e torna evidente que o sangue não apenas nos
purifica de pecados reais, mas expurga a própria natureza do pecado. O
contrastante em Hebreus 9.14c é que entre as cinzas de uma novilha, se purificava
apenas exteriormente os que tocavam um corpo morto, já o sangue de Jesus,
atingindo o interior da consciência, purifica-a de todas as obras mortas. Nesse caso,
o vocábulo “mortas”, naturalmente incluiria todos os crimes e todas as violações da
Lei; destarte, não é isto, ao que parece, o que o autor da Epístola tem em mente.
Em Hebreus 9.15 (ARA) está escrito assim: “Por isso mesmo, ele é o
Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das
transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna
herança aqueles que têm sido chamados”.
Assim temos que Jesus fez um Testamento de Sua herança e, tendo morrido,
tornou-o operante; deste modo Ele ressuscitou para tornar-se o Executor de seu
próprio Testamento. Estando ainda vivo, o Seu povo – nós –, nos tornamos
herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo (Rm 8.17), Allelluia! Não existe, por
assim dizer, algo mais sublime e glorioso do que ser concedido aos herdeiros a
promessa de que o próprio Testador levantou-se dentre os mortos para fazer cumprir
o Seu próprio Testamento. A suma da obra intercessora, apresentado neste
versículo, é muito ampla e pode ser apresentada de modo resumida assim:
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ARA) e que visava servir-nos de mestre-escola (aio) para levar-nos a Cristo, para
que fôssemos justificados pela fé.
2 – Temos que essa Nova Aliança foi selada com a morte vicária (em latim,
“Vicarius” quer dizer substituto) de Cristo, e, que pôs em vigor o Novo Testamento,
até porque foi um resgate completo e perfeito.
1. O santuário celeste.
É notório que o autor da Carta aos Hebreus segue traçando um paralelo entre
as duas alianças, contudo ele tem em mente somente um objetivo principal:
contrastar o Sumo Sacerdote Jesus, ao adentrar no verdadeiro Santo dos Santos –
2. Um sacrifício superior.
“Nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote
cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio.”
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Vejamos o que diz Orton H. Wiley sobre este texto:
“Assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os
pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para
a salvação.”
Ora, é sabido entre os que conhecem bem a cultura hebraica no que diz
respeito às coisas pertencentes ao fazer sacerdotal, que o sumo sacerdote ao
terminar o cerimonial no Dia da Expiação, tomava de novo as vestes de glória e
beleza, e surgia à porta para abençoar a congregação que aguardava.
Semelhantemente, Cristo, depois de ter feito a Oferta única pelo pecado e entrado
no lugar Santíssimo, regressará, desta feita, não em humilhação, mas com Suas
vestes de glória e formosura com um brilho que excede o do Sol em todo seu fulgor:
“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim
será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.27), e assim reunirá os redimidos,
os que ansiosamente o esperam.
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É destacável que a expressão tendo-se oferecido, em grego é
prosenechtheis, um particípio passivo. Deste modo, Cristo foi ao mesmo tempo o
Ofertante e a Oferta; ao mesmo tempo Sumo Sacerdote e Sacrifício. Que obra
perfeita não foi esta a do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Pois bem, Cowles faz a seguinte declaração: “Cristo foi uma vez apresentado
(isto é, diante do mundo e do Universo), para trazer (manifestar), diante de todo o
céu e da terra (este é o significado da palavra), que levaria visível e publicamente os
pecados de muitos”.
Nesse caso, a palavra grega pollon, os muitos, não se refere aos muitos
escolhidos, mas em contrastes com o Único, Cristo, e a Oferta dele feita de uma vez
por todas. Há quem perverta estas palavras para ensinar uma expiação limitada —
doutrina teológica em desarmonia com todo o teor das Escrituras; Em João 1.29c
assim está explicitamente expresso: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo” — Ainda em 2 Coríntios 5.15, se lê claramente que Ele morreu por todos.
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não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça
de Deus”. (2 Co 5.21).
CONCLUSÃO
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