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IN MOMENTUM BREVIS
Executivo in momentum brevis accipitur
ACCIPITUR
大象
城堡
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
Guia de
Acompanhamento
do Manual ou
Sebentas1
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Agradecemos à Ana Rita Rodrigues, cujos apontamentos nos guiamos para fazer esta compilação e esquematização, ao
nosso Professor assistente Miguel Camara Machado, pela clarificação esquemática e didática com que lecionou as aulas
e nos disponibilizou alguns dos esquemas aqui presentes, e à Professora Ana Leal a quem devemos os esquemas e todo
o material de apoio que também nos foi útil. E, sabem, se não for as amizades a vos darem alento, de nada vale: Cláudia,
Zu, Senhora, Miguel, Nabila, Ana, Patrícia, à bella Isabella (todos!) – obrigado!
Talvez pode o quarto ano ser o Danúbio desaguando, sem linha definida, na foz (em delta seu esbatido em imensidão)
que, lutando com o seu irmão subterraneamente no seu caminho (dando força ao urso que se ergueu imponente após a
perda desta sua batalha, no seu oposto sentido) ou da constante retenção dos seus sedimentos que Viena lhe coloca nas
sucessivas obstruções, ainda assim, não desiste de correr nem de os levar ao seu destino (na graça da beleza, na força
demolidora das portas de Hércules ou na calma romântica da palaciana mercê da ostentação). O quer que seja, vejam se
despacham tudo isto porque ninguém merece ficar cá mais tempo (já basto eu). E se há coisa pior que nunca termos
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férias ou viver as injustiças da desgraça de se pisarem todos uns aos outros ou de, nas avaliações, a injustiça prevalecer é,
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mesmo, termos de passar mais tempo quando se já está farto (pior, SATURADO): é que já não são grades de masmorra,
serão grades de sarjeta.
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Executivo in momentum brevis accipitur
Ação executiva: do artigo 10.º, n.º4 CPC constatamos que esta tem por finalidade a
reparação efetiva de um direito violado.
As providências
adequadas à realização
coativa de uma
prestação ao executado
1. Mas esta definição não está completa somente com o artigo 10.º CPC, é
necessário fazer uma delimitação pois, olhando para esta norma, perguntamo-
nos: é a ação de execução específica uma verdadeira ação executiva?
a. Verdadeiramente, não é uma verdadeira ação executiva pois na ação
executiva tem de se verificar a prática de atos materiais;
b. Tal não acontece na ação de execução específica, de acordo com o artigo
830.º CC, na medida em que é uma ação constitutiva, não obstante ser
uma ação específica de o autor pedir a emissão daquela declaração
negocial em falta e não outra.
i. Contudo, o juiz, ao substituir-se ao promitente faltoso, não está a
praticar qualquer ato material.
2. Assim, uma ação executiva é aquele em que o autor requer como efeito jurídico
as providências adequadas à realização de um direito/poder a uma prestação
num título legalmente suficiente (através de atos materiais – v.g., penhora).
3. A ação executiva decorrerá, assim, de um motivo legítimo para tal execução de
atos materiais para a produção dos efeitos jurídicos devidos, que se diferencia
de ações declarativas, quaisquer que sejam.
a. As ações de condenação consubstanciam o exercício de um direito
subjetivo a uma prestação
i. Tanto se está na presença de um autónomo direito relativo, como
se pode tratar do exercício de pretensões reais ou pessoais
fundadas em direitos subjetivos absolutos, reais ou pessoais,
consubstanciando poderes sem autonomia;
ii. Daí que se possa entender que o réu de um procedimento
condenatório será sempre um devedor lato sensu de uma prestação.
b. Este direito ou poder subjetivo encerra um direito de interpelar, judicial
ou extrajudicialmente, a parte devedora para cumprir, e encerra o
exercício de um poder de execução forçada:
i. Ou seja, um poder de impor ao devedor o cumprimento contra a
sua vontade.
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Executivo in momentum brevis accipitur
Assim, a instância executiva onde o Tribunal, pelo seu ius imperii, executará coativamente uma
prestação (artigos 817.º e 818.º CC) traduz-se no seguinte esquema:
Tribunal = Agente de execução
Poder de execução do
Este tem direito à execução
tribunal (sob o ius imperii)
Exequente Executado
Direito de execução do
património do devedor ou de
terceiro
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Uma vez que no nosso modelo de execução podem intervir o credor (exequente) e apenas
os outros credores do executado desde que tenham garantias reais sobre os bens
penhorados, cabe referir, ainda, as seguintes figuras:
5. Credores reclamantes: são titulares de direitos reais de garantia que oneram os bens
penhorados;
6. Terceiros: são pessoas que consideram que a penhora foi realizada ilegalmente por
que ofende um direito deles, estamos a falar, sobretudo, da figura dos embargos de
terceiro. Terceiro é, assim, alguém que não foi chamado para a ação executiva mas
detém um direito incompatível com a penhora ou com a venda executiva.
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Executivo in momentum brevis accipitur
Tramitação da Ação executiva: de acordo com o artigo 10.º CPC temos ação executiva
para:
Pagamento de quantia Entrega de coisa certa Prestação de facto
certa positivo ou negativo
Artigos 551.º, n.º2 e 724.º a Artigos 859.º a 867.º CPC Artigos 868.º a 877.º CPC
858.º CPC
Estamos, aqui, a falar de Neste regime não existe Neste regime não existe
um regime geral: penhora. A penhora é apreensão nem entrega,
subsidiário e aplica-se a instrumental da venda pretende-se que o
tudo o que os outros executiva pelo que só existe executado realize a
regimes não regulem. penhora daquilo que se vai prestação.
vender. Na ação executiva
para entrega de coisa certa,
sendo que esta coisa certa é
sempre diferente de
dinheiro, temos a
apreensão material e a
seguir a esta temos a
entrega.
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1. Requerimento executivo (artigo 724.º CPC): equivale à petição inicial para o início
da ação de execução para:
Pagar;
Entregar;
Fazer.
E pressupõe sempre um título executivo que tem de ser:
Certo;
Exigível;
Líquido.
2. Este, recebe-se na secretaria ou pelo agente de execução (artigo 725.º CPC)
3. Podendo dar lugar a:
a. Despacho liminar:
α sob citação prévia (artigo 726.º, n.º8 CPC)
b. Penhora
β Com citação no ato da penhora (artigo 856.º, n.º1 e 2 CPC)
χ Podendo surgir Oposição à Execução (artigo 729.º CPC):
tem como finalidade extinguir a execução (numa ação declarativa autónoma)
Mas onde não há ónus de contestação à oposição pelo exequente para a
concordância dos factos alegados pelo executado; mas há ónus para o
executado.
4. Penhora: podendo surgir:
N – Oposição à Penhora (artigo 856.º CPC).
5. Concurso de credores e citação do cônjuge do executado
6. Venda executiva (artigos 786.º e seguintes CPC);
7. Pagamento (de quantia certa) – artigos 795.º e seguintes CPC.
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Executivo in momentum brevis accipitur
qual se anexa o Título Executivo que vai definir os fins e os limites da ação
executiva; assim, através do título sabemos que espécie de ação executiva é que
vamos propor. É entregue e, desde logo, há que escolher o tipo de processo. Para
o definir deve-se recorrer ao artigo 550.º CPC.
a. Forma de processo sumário: ocorre nos casos previstos no artigo 550.º, n.º2 CPC
desde que não excecionados pelo n.º3 do mesmo artigo e, ainda, no caso
previsto no artigo 626.º, n.º2 CPC;
b. Forma de processo ordinário: é seguida em todos os casos em que não se siga a
forma de processo sumário e naqueles casos em que mesmo que seguisse a
forma de processo sumário está preenchido o artigo 550.º, n.º3 CPC.
2. Sendo o processo ordinário, é entregue à secretaria que, por sua vez, aprecia o
requerimento de execução, podendo recebe-lo ou rejeitá-lo ou, ainda, convidar ao
seu aperfeiçoamento. Se o foi recebido, dar-se-á lugar ao despacho liminar (artigo
726.º CPC) que contém fundamentos para um eventual indeferimento liminar na
deteção de problemas ou, então, proceder-se à citação do executado. Assim,
teremos:
a. Diferimento liminar: determina posteriormente a extinção da ação executiva;
b. Despacho liminar: despacho de citação.
c. Despacho de remessa do processo para o tribunal competente: se estivermos perante
uma incompetência relativa.
3. A citação no processo ordinário é uma citação prévia à penhora. O executado,
antes de começarem a ser penhorados os seus bens, sabe que corre uma execução
contra ele e, posteriormente, da citação pode ocorrer uma oposição à execução:
será um incidente onde se aufere a existência de obstáculos à penhora – difere da
oposição à execução porque não obsta à execução, apenas à penhora. Porém, opor-
se-á a ambas, se for forma de processo sumária. Nesta forma sumária, o agente de
execução, em relação à apreciação do requerimento executivo, recebe, rejeita ou
convida ao aperfeiçoamento. Quando o agente de execução não é designado cabe
ao tribunal fazê-lo. No caso deste processo, não existe despacho liminar, o agente
de execução profere despacho liminar. No entanto, se este tiver dúvidas, e para
evitar ser responsabilizado (artigo 855.º, n.º2, alínea b) PC), não existe despacho
liminar mas pode suscitar a intervenção do juiz. Isto não significa que se trata de
um despacho liminar e nem a execução se convola num processo ordinário. A
decisão do juiz vincula o agente de execução e não é passível de recurso (artigo
723.º, alínea c) CPC). Tudo o que não corre bem na ação executiva pode ser
resolvido na ação declarativa. No processo sumário não existe citação prévia, existe
logo penhora e a citação é feita no ato da penhora se o executado estiver presente,
se não estiver presente não se cita logo. Depois disto, o executado cumula a
oposição à execução com a oposição à penhora. A citação poderá ser:
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a. Pessoal;
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b. Edital.
4. Sendo, assim, da competência do agente de execução (artigo 719.º CPC).
5. Após estas fases, em ambos os processos, temos a fase da reclamação de créditos:
chamam-se os credores reclamantes que são aqueles que são titulares de direitos
reais de garantia que oneram os bens penhorados. Estes intervém na ação executiva
porque tem preferência face ao exequente. Posteriormente, chamam-se os credores
reclamantes: verificam-se os créditos dos credores reclamantes e graduam-se os
créditos dos credores reclamantes para saber quem é que é pago em primeiro lugar.
De seguida, com a venda executiva e, posteriormente, o pagamento, a execução
termina. O pagamento faz-se aos credores da execução, agente de execução
(honorários), aos credores reclamantes e só depois ao exequente. Pode acontecer
os credores reclamantes receberem tudo e o exequente nada receber. Podem, ainda,
surgir as intervenções de terceiros.
Quando na ação executiva é necessária ou se exige a intervenção da contraparte, do
executado, se não houver intervenção da parte dele o efeito cominatório é pleno, ao
contrário do efeito cominatório semipleno que vigora na ação declarativa. Na ação
executiva, sempre que é necessária a intervenção do executado, e se ele nada fizer, então
aplica um efeito cominatório pleno.
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destes?
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nos termos do artigo 714.º, n.º6 CPC, em que também haverá uma
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ii. Exequibilidade provisória (artigo 703.º, n.º1, alínea a) e 704.º CPC): será
título a sentença de condenação que tenha transitado em julgado
(artigos 615.º e 616.º CPC). Contudo, há a possibilidade de execução
provisória da sentença. São situações em que, apesar de a decisão não
estar transitada em julgado poder fundamentar uma execução. Regra
geral: para uma sentença ser exequível tem de ter transitado em
julgado, não podendo ser suscetível de recurso ordinário ou de
reclamação (artigo 628.º CPC). Fora destes casos, há possibilidade de
exequibilidade provisória da sentença no caso de ter sido interposto
recurso com efeito meramente devolutivo (artigo 704.º, n.º1 CPC,
sendo possível executar a sentença na pendencia do recurso). Se o
recurso tiver efeito suspensivo não é título executivo e não pode haver
lugar a exequibilidade provisória. Para que haja o recurso tem de ter
efeito devolutivo. A sua ratio prende-se com a ideia de que ao
permitirmos que o recurso não impeça a execução estamos a proteger
os interesses do credor, visando evitar-se que o devedor peça recurso
com a mera finalidade de adiar a execução. Assim, temos os seguintes
tipos de recurso com efeito devolutivo:
1. Recurso de apelação (artigo 647.º, n.º1 CPC);
2. Recurso de revista (artigo 676.º, n.º1 CPC).
iii. Sendo que, é ainda possível pedir-se a suspensão da execução (artigo
704.º, n.º4 e 5 CPC).
iv. Quando a causa vier a ser definitivamente julgada, a decisão de recurso
terá dois efeitos possíveis sobre a execução em curso (artigo 704.º, n.º2
CPC):
1. Extinguir a execução se for totalmente revogatória da decisão
exequenda, absolvendo o réu, ou seja, se o tribunal superior
revogar completamente a primeira decisão;
2. Modificar a execução se apenas em parte a decisão de recurso
revogar a decisão exequenda. Mantém-se uma condenação
parcial do réu (artigo 704.º, n.º2, 1.ª parte CPC) ou seja, a
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aritmético. A estes era conferida exequibilidade pelo artigo 46.º, n.º1, alínea
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CC);
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Banco saque
(sacado)
Beneficiário Sacador
(exequente) Relação subjacente (executado)
A B C D E F G
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[Endosso]
Há que ter em atenção o prazo de 8 dias (artigo 29.º, n.º1 Lei Uniforme
sobre o Cheque) para apresentar o cheque a pagamento. Ver ainda o
prazo do artigo 52.º, n.º1 LUC. Se estes dois passarem o cheque está
definitivamente prescrito como título de crédito. Quando o cheque é
apresentado a pagamento após estes oito dias, temos de verificar se foi
ou não revogado:
- Se foi revogado: cessa a relação cambiária e passa a valer como
quirógrafo;
- Se não foi revogado e foi apresentado fora do prazo aplica-se o
regime do artigo 32.º LUC.
Para Paulo Olavo Cunha continua a poder ser usado como
título executivo, contudo já não se pode deitar mão da relação cambiária.
Assim:
Υ ø
χ
A B
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Existe novação quando substituímos uma obrigação por outra, como acontece, por exemplo, na renegociação de dívidas, na
consolidação de créditos, onde se constitui uma nova obrigação e se extingue a obrigação anterior).
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porém, necessária esta estrutura triangular. Quando se fala do cheque temos o sacado,
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que exista na letra, também, não existe aceite porque este está incorporado no próprio
cheque que o banco entrega ao cliente. No caso temos o sacador como cliente e o
beneficiário (entre o sacador e o banco existe a convenção de cheque, nos termos da
qual o banco se obriga a pagar a um terceiro, beneficiário, se o sacador lhe der uma
ordem para isso através do saque do cheque. Da relação entre o sacador e o Banco
(sacado) resulta que este, em regra, só paga se houver fundos: este não está obrigado a
pagar se não existir fundos na conta bancária do sacador. Um cheque incorpora uma
ordem de pagamento, como uma letra, e, ao contrário de uma livrança, que já não
incorpora uma ordem de pagamento mas, sim, uma promessa de pagamento. O acordo
entre o beneficiário e o sacador incorpora uma ordem de pagamento onde o sacador
diz que vai pagar através de cheque. Há uma ordem, então, de pagamento do sacador
ao sacado (o banco). Resumindo, é cheque como título de crédito quando
incorpora uma obrigação cambiária, e só é título executivo desta forma quando
a obrigação cambiária ainda exista e seja exigível.
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O mais correto é dizer “o negócio subjacente não pode ser um negócio sujeito a requisitos de forma que exijam escritura
pública ou documento autenticado).
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fundos (mas não se ter dado a revogação), questionamos, ainda, título e crédito ou
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quirógrafo? Este cheque pode ser executado como quirógrafo ou ainda como
executando a obrigação cartular, como titulo de crédito? A doutrina, divide-se:
Rui Pinto e Paulo Olavo Cunha: quando decorre o prazo de
apresentação a pagamento não temos uma extinção da relação cartular,
tanto assim não é que o banco pode pagá-la e ainda pode ser revogada
posteriormente, não é que exista uma obrigação extinta. Da mesma
forma, na prescrição também não há extinção da obrigação,
simplesmente paralisa-se a exigibilidade judicial daquela obrigação.
Obrigação cartular não se extingue, simplesmente tem que existir
consequência por não apresentar o cheque a pagamento dentro do
prazo, sendo a revogação e poderá o banco, se quiser, pagar sendo que
não tem o dever de o fazer. E em relação às situações em que o banco
até quer pagar mas não existe fundos a doutrina volta a dividir-se,
quanto á existência de diferença de regimes:
Paulo Olavo Cunha: ainda vamos executar a relação cartular,
mas já não vamos executá-la no âmbito de uma ação cambiária
(prevista nos artigos 40.º e seguintes LUC, que contém regras
que em termos substantivos são relevantes, designadamente a
responsabilidade de todos os obrigados cambiários, onde se
pode demandar todos os obrigados cambiários em cadeia
transmissiva). Diz-nos este professor que apresentar dentro do
prazo a pagamento é um ónus, logo sendo um ónus tem um
dever e uma desvantagem, sendo esta última deixar de poder
usar das prerrogativas de uma ação cambiária. Concluindo: pode
ainda executar a obrigação cartular, já não pode é chamar à ação
executiva uma ação cambiária.
Posição maioritária: decorrendo o prazo só pode valer como
quirógrafo.
o Ana Leal: não concorda com esta decisão uma vez que
temos dois prazos, e assim o prazo de prescrição acaba
por ser inutilizado pelo prazo de apresentação a
pagamento.
c) e 729.º, alínea e) CPC). Não são pressupostos processuais pois não respeitam à
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Conduto, aplica-se
analogicamente o artigo 715.º, n.º2
CPC, tendo de se provar que a
suposta obrigação vincenda já se
encontra vencida.
O artigo 715.º CPC aplica-se, no
seu regime, quando a prestação da
obrigação está dependente de
condição suspensiva ou de uma
contraprestação simultânea.
Nestes casos, o exequente tem de
proceder segundo este regime. O
exequente tem de demonstrar o
facto externo da exigibilidade da
obrigação, tendo de fazer a
exposição dos factos no
requerimento executivo (artigo
724.º, n.º1, alínea h) CPC). Estes
casos incluem-se no regime do
artigo 550.º, n.º3, alínea a) CPC
que exceciona o artigo 550.º, n.º2
CPC. Nestas situações, será
Obrigações condicionais
sempre seguido o processo
ordinário, havendo, por isso, lugar
a um despacho liminar onde será
feita a apreciação da pretensão da
prova. Cabe ao juiz apreciar os
factos expostos, conhecer
sumariamente da prova e decidir
da ocorrência do facto alegado
pelo exequente. Geralmente, estas
diligências têm lugar antes da
citação do devedor, se a sua
audição; no entanto, o juiz pode
decidir ouvir o executado, sendo
que, neste caso, será citado para
contestar a verificação da condição
ou prestação, cumulativamente
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devedor.
3. Propositura da ação executiva/prova dos factos
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a inerente transmissão do
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alínea b) e 805.º, n.º3 CC. A primeira parte diz que enquanto a obrigação é ilíquida,
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não existe mora (não dependendo de simples cálculo aritmético). Iliquidez significa
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que não há mora a não ser que seja o devedor a causar, só seria exigível a partir da
notificação da sentença de liquidação aos réus. A segunda parte diz uma coisa
diferente: sempre que a obrigação resulte de facto ilícito ou da responsabilidade pelo
risco, independentemente da iliquidez, contam-se os juros de mora, desde a citação
para a ação. Ação declarativa ou executiva? Estamos a falar da exigibilidade da
obrigação exequenda, temos de saber ver quanto aos juros de more. No artigo 805.º,
n.º1 CC temos obrigações puras (artigo 805.º, n.º2, alínea b) CC quanto às
obrigações a prazo e falamos agora das obrigações emergentes de prática de atos
ilícitos. Aqui dissemos que se aplicava o artigo 805.º, n.º2, alínea b) CC aos casos em
que a obrigação não pode ser líquida mas a liquidação depende de simples cálculo
aritmético. O que é que se sobrepõe ou exceciona ao artigo 805.º, n.º2, alínea b) CC?
Será o artigo 805.º, n.º3 CC: diz-nos que sempre que a obrigação foi ilíquida, estamos
a falar de uma liquidação não dependente de simples cálculo aritmético, salvo
quando o próprio devedor impedir essa liquidação. Portanto, pela primeira parte do
artigo 805.º, .º3 CC os juros de mora começam a contar-se desde o momento em
que o juiz notificasse os réus do montante da indemnização que tinha sido proferida
no incidente de liquidação. Quanto à segunda parte do artigo 805.º, n.º3 CC, ela diz
que a primeira parte do artigo não se aplica quando a obrigação em causa resulte da
prática de ato ilícito ou de atividade pelo risco. Assim sendo, remos de saber a partir
de que momento é que se contam os juros de mora. O artigo 805.º, n.º3, 2.ª parte
CC diz que desde a citação é que se começam a contar os juros de mora, citação
para que ação, declarativa ou executiva? Isso gera discussão. Para a ação executiva
parece não fazer sentido apesar da posição dos Professores Pires de Lima e Antunes
Varela. NA ação executiva não parece fazer sentido porque não podemos propor
uma ação executiva sem que a obrigação esteja liquida. De acordo com a primeira
parte até podemos contar juros de mora anteriormente à propositura da ação
executiva, porque é desde a notificação da sentença de liquidação. Parece, então, que
o que nos resta aqui é a citação para a ação declarativa, é desde o momento para a
citação da ação declarativa. O problema disto é que há autores e acórdãos que dizem
que não concordam porque dizem que se for desde a citação da ação declarativa
estamos perante um enriquecimento injustificado do lesado. O problema aqui é a
contagem dos juros. Em obrigações falamos em:
1. Juros remuneratórios: resultam de uma contraprestação, remuneram o mútuo
oneroso (contrato de empréstimo bancário).
2. Juros moratórios: são uma cláusula penal relativamente aos danos pelo
incumprimento de obrigações pecuniárias. São uma cláusula penal porque
ninguém quer saber se aquela pessoa teve mais ou menos danos com o
incumprimento daquela obrigação, são cláusula penal porque estão fixados,
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quer seja pelas partes, quer seja pela lei. Quando as partes não convencionam
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os juros moratórios temos, então, que os juros moratórios são uma taxa legal.
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3. Juros compensatórios: tem a ver com a dilação temporal (artigo 566.º, n.º2 CC).
Eles são absorvidos pela própria decisão judicial quanto ao cálculo da
indemnização, teoria da diferença. O juiz tem de proferir uma decisão
atualizadora, tem de considerar o preço do dinheiro hoje, já que hoje profere a
decisão.
O problema que tínhamos no artigo 805.º, n.º3 CC é que tínhamos citação para ação
declarativa, a notificação da sentença no incidente de liquidação e a propositura da
ação executiva. De acordo com o artigo 805.º, n.º3 CC diz-se que os juros de mora
ocorrem desde a citação para a ação declarativa: aquilo que o Acórdão do Supremo
Tribunal de Justiça defende é que não podem decorrer desde a citação para ação
declarativa, têm de decorrer desde este momento e a solução é, exatamente, a mesma
do artigo 805.º, n.º3, 1.ª parte CC porque, aqui, o juiz já faz uma decisão atualizadora,
pelo que não vamos estar a cobrar juros de mora em cima de juros compensatórios
com base no artigo 566.º, n.º2 CC. Aquilo que se diria é que o juiz quando proferiu
a decisão de liquidação já tinha em consideração a situação atual do lesado. Isto é,
criticando, houve vários comentários de vários professores a este Acórdão e, em
regra, a maioria no sentido concordante e alguns no sentido contra o aresto. Uma
coisa é a compensação pela atualização monetária, outra coisa são os juros de mora
pelo incumprimento. São coisas diferentes e, por essa razão, também parecem
criticáveis esta decisão. Isto é relevante porque quando propomos uma ação temos
de saber a partir de quando é que contamos os juros de mora. À partida, pedimos
desde a citação e a outra parte pode vir dizer que no quantum indemnizatório já se
considerou o dano do exequente quanto ao incumprimento. Para respondermos a
uma pergunta destas teríamos de dizer, juros de mora decorrem desde a propositura
da ação declarativa, a citação do artigo 805.º, n.º3, 2.ª parte CC mas atenção que
existe divergência (doutrinárias e jurisprudenciais).
Artigos 704.º, n.º6 e artigo 716.º, n.º5 CPC: quando temos um título executivo
judicial, estamos a falar dos problemas de liquidação, quando temos um título
judicial já sabemos se a liquidação depende de simples cálculo aritmético ou se não
depende de simples cálculo aritmético. Se não depender de simples cálculo
aritmético, temos de fazer uma distinção que é a de títulos de sentenças que se
executam nos autos e as sentenças que não se executam nos autos.
Sentenças que não se executam nos autos: são aquelas que constam
do artigo 550.º. n.º2, alínea a) CPC;
Sentenças que se executam nos autos: são as que constam do artigo
628.º CPC.
Ambos dão origem ao processo sumário, mas devemos ter em atenção que existe
uma diferença entre sentenças que não se executem nos autos e sentenças que se
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Sim Não
A competência Ver se existem juízos de execução na comarca em causa
será do tribunal (artigos 129.º, n.º1 e 3 e 81.º, n.º3 LOSJ) – atualizem a
de competência LOSJ com o Decreto-Lei n.º86/2016
especializada Assim, existem?
(artigo 129.º,
Sim Não
n.º2 LOSJ) ou o
tribunal que É este o juízo de execução Vamos ver qual é o valor
proferiu a que tem competência para da causa
decisão de a ação executiva. Vemos Superior a Inferior a
condenação em se existe pelos artigos 66.º 50.000€ 50.000€
multas, custas a 102.º ROFTJ Competente Competente
ou o juízo o juízo local
indemnizações central cível cível
(artigo 131.º (artigo (artigos 81.º,
LOSJ) 117.º, n.º1, n.º1 e 3,
alínea b) alíneas a) e
LOSJ) b) e
130.º, n.º1,
alínea c)
LOSJ)
d. Incompetência do tribunal:
i. Incompetência absoluta (artigo 96.º CPC): pode ser arguida pelas partes,
mas apesar disso deve ser conhecida oficiosamente pelo tribunal
(artigo 97.º CPC). Só pode ser arguida e conhecida até ao despacho
saneador ou, quando este não ocorra até ao início da audiência final
(artigo 97.º, n.º2 CPC). Gera absolvição do executado da instância
(artigo 99.º, n.º1 CPC). É insanável (artigo 726.º CPC).
ii. Incompetência relativa (artigo 102.º CPC): deve ser arguida nos termos
do artigo 103.º CPC ou pode ser conhecida oficiosamente nos termos
do artigo 104.º CPC. Gera remessa para o tribunal competente nos
termos do artigo 105.º, n.º3 CPC.
Quando entrem em conflito numa mesma situação os dois tipos de
incompetências, o vício mais gravoso aglutina o menos gravoso; ou seja, a
incompetência absoluta aglutina a relativa e o vício final será a
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incompetência absoluta.
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
confundir recurso com competência para ação executiva, nem se pode confundir
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Executivo in momentum brevis accipitur
ação executiva. Não há nenhuma regra expressa que diga que são os tribunais de
1.ª instância que têm competência para a execução. Retiramo-lo dos artigos 85.º
e 86.º CPC porque são normas de determinação da competência territorial.
Quando se fala do critério do domicílio do executado, falamos de tribunal de
Comarca, e é daí que se retira que são os tribunais de comarca os tribunais
competentes para ação executiva.
3. Competência em razão do território: temos de distinguir se é título judicial ou
extrajudicial. Sendo judicial, as regras de determinação da competência territorial
estão nos artigos 85.º a 88.º CPC: nestes incluímos as sentenças cumulativas mas
não os requerimentos de injunção. Sendo extrajudicial, está no artigo 89.º CPC
(obriga a saber o lugar do tribunal territorialmente competente), neste incluímos
qualquer título extrajudicial, incluindo as injunções. Porque é que para as
injunções não aplicamos o critério do artigo 85.º CPC? Injunções são créditos
não contestados, proposição de fórmula executória e temos um título executivo.
Quem é que faz isto? Secretaria do balcão nacional de injunções que se situa no
Porto, logo mal seria se o critério fosse o do artigo 85.º CPC, este estaria
entupido. Apesar disto, já se consegue encontrar doutrina que aplica o critério
geral.
a. Artigo 85.º CPC (princípio da coincidência): quando temos um título judicial,
o tribunal competente é o tribunal que julgou a causa. Não nos podemos
esquecer que estamos perante regras de determinação da competência
territorial, logo no CITIUS dirige-se o requerimento executivo ao tribunal
que proferiu a decisão, mas esse tribunal oficiosamente remete para o juízo
de execução. Problema: e se não existir juízo de execução? À partida, se o
processo está na secção cível da instância central, é porque o valor dele
determinou, já na ação declarativa, a escolha do tribunal e que se mantém
naquele tribunal. Concluindo: apresentamos no tribunal que proferiu a
decisão e esse tribunal, oficiosamente, remete o processo para a secção de
execução.
b. Artigo 89.º CPC: aplicação aos títulos executivos extrajudiciais. Qual é o
critério? Domicílio do executado ou lugar onde a obrigação deva ser
cumprida (como sabemos qual o lugar onde a obrigação deve ser cumprida?
Por convenção das partes ou através das regras supletivas do Código Civil).
No artigo 774.º CC, a regra supletiva para o cumprimento das obrigações
pecuniárias é no domicílio do credor, havendo alteração do critério analisado:
só se pode optar por este critério quando o executado seja pessoa coletiva ou
quando ambos têm domicílio na mesma área.
i. O critério do artigo 89.º, n.º1 CPC é critério residual mas não é por
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
ii. Temos de começar pelo artigo 89.º, n.º2 CPC, pois só se este não
estiver preenchido é que vamos ao n.º1, porque no n.º2, temos uma
determinação da competência com base na conexão real (diz-nos
este n.º2 que o tribunal territorialmente competente é o do lugar
dos bens quando seja necessário praticar diligências sobre esses
bens, logo quando for execução para a entrega de coisa certa ou
quando se trate de uma garantia real, mas temos de ter em atenção
que não basta exigir uma garantia real, esta garantia real tem de ser
executável na ação em curso). Temos este critério de garantia real
porque permite que o tribunal que esteja perto do lugar dos bens,
permite uma maior facilidade e rapidez na prática dos atos de
apreensão e penhora dos próprios bens. É importante assegurar
que o Tribunal chega rapidamente aos bens, sobretudo aos bens
imóveis.
A competência dos juízos de execução cede perante a competência dos tribunais de
competência especializada. Em razão da matéria e em razão do valor: em primeiro lugar,
vamos determinar a competência em razão da matéria e depois se não existir tribunal
de competência especializada será relevante a competência em razão do valor. Quando
se passa a esta parte o que é necessário analisar? Já está determinada a Comarca
competente, agora basta analisar o artigo 129.º, n.º2 LSOJ (havendo um tribunal de
competência especializada para executar alguma matéria, esse tribunal tem
competência). Como sabemos que estas secções e competência especializada têm ou
não competência para executar as suas decisões? Um erro frequente é achar que os
tribunais de comércio, por exemplo, têm competência para dirimir litígios relacionados
com dívidas ou obrigações comerciais e não é verdade, no elenco das competências do
tribunal de comércio temos aí competências que se reportam ao exercício de direitos
sociais, logo as dívidas comerciais vão parar às secções civis. Não havendo tribunal de
competência especializada, o que fazer? Verificar se naquela comarca existe juízo de
execução, independentemente do título executivo: havendo juízo de execução, é esse o
tribunal competente; não havendo juízo de execução, teremos de ver o valor e, acima
de 50.000€ será a secção cível da instância central, sendo igual ou inferior a 50.000€
temos a secção de competência genérica da instância local. A incompetência absoluta
leva á absolvição do executado da instância ou, então, ao indeferimento liminar e sendo
ou não processo ordinário, o juiz pode sempre, até ao primeiro ato de transmissão
(artigo 734.º CPC), proferir despacho sucessivo. Pode apreciar estas questões ainda que
esteja em processo sumário; quanto à incompetência relativa, esta determina a remessa
do processo para o tribunal competente, mas há casos em que esta é de conhecimento
oficioso e outros em que não é de conhecimento oficioso, se não for de conhecimento
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
2. Das partes:
a. Personalidade e capacidade judiciárias:
i. Personalidade: artigos 11.º e seguintes;
ii. Capacidade: artigos 15.º e seguintes CPC.
Consoante a forma do processo:
iii. Forma ordinária: caso haja falta de capacidade ou personalidade, haverá
lugar a despacho liminar onde o juiz deverá avaliar a questão (artigo
726.º CPC);
iv. Forma sumária: aqui caberá ao agente de execução, caso suspeite de
alguma coisa, suscitar a intervenção do juiz (artigo 855.º, n.º2 CPC).
Havendo despacho liminar, o juiz deve indeferir liminarmente o
requerimento se a falta de personalidade não for suprível ao abrigo do artigo
726.º, n.º4 CPC. Nos restantes casos, deve ser proferido despacho de
convite à sanação (artigo 14.º, 27.º, 28.º ou 29.º CPC). Se o vício não for
sanado, o juiz deverá proferir despacho de indeferimento liminar. Artigo
734.º CPC: possibilidade de o juiz, depois do momento inicial e, desde que
ainda não tenha pronunciado em termos concretos sobre determinado vicio,
possa conhecer oficiosamente destas questões de falta de personalidade e
capacidade. A falta de personalidade e capacidade configura exceções
dilatórias que podem servir de fundamento à oposição à execução (artigo
729.º, alínea c) CPC).
b. Interesse processual: problema de propor uma ação declarativa quando poderia
ter um título executivo. Temos duas hipóteses:
v. Apresenta-se o título executivo com uma condenação implícita;
vi. Apresenta-se o título executivo onde era, por exemplo, proferido na
sentença de execução específica e um pedido expresso de entrega da
casa.
Estamos a falar de situações diferentes para efeitos de aplicação do artigo
535.º, n.º2, alínea c) CPC. Porque este artigo sanciona de alguma forma o
autor com o pagamento das custas da ação declarativa quando tendo um
título executivo com força executiva manifesta, propõe uma ação declarativa.
Se estivermos a falar de sentença de condenação implícita, não temos título
executivo com força executiva manifesta, portanto, propondo a ação
declarativa, essa ação manifesta-se e não tinha de pagar as custas. Sendo um
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Executivo in momentum brevis accipitur
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Executivo in momentum brevis accipitur
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Executivo in momentum brevis accipitur
por ato inter vivos nos termos do artigo 577.º e 595.º CC (n.º1
do artigo 54.º CPC). Implica três momentos:
a. Momento da formação do título;
b. Fase da sucessão, ou seja, é o momento em que ocorre
o facto que origina a sucessão;
c. Momento da propositura da ação.
O artigo 54.º, n.º1 CPC reporta-se ao momento em que a
pessoa morre ou em que ocorre o ato inter vivos. Se ninguém
aceitar a herança não há legitimidade nem ativa nem passiva. A
ilegitimidade singular por falta desta sucessão pode ser alegada
em oposição à execução (artigo 729.º, alínea c) CPC). Regra
geral, o facto sucessório será posterior à formação do título,
mas anterior à proposição do requerimento executivo. Se o
facto ocorrer na pendência da ação executiva, o exequente
deverá promover o incidente de habilitação de herdeiro
(artigos 351.º e seguintes CPC) ou de adquirente ou cessionário
(artigo 356.º CPC). A transmissão pode ocorrer já depois dos
bens estarem penhorados.
Artigos 53.º e 54.º CPC:
Como se determina a legitimidade da ação executiva? É mais simples do
que na ação declarativa: tem legitimidade quem consta no título (critério
formal). Quem consta no título como credor é exequente, quem consta
no título como devedor é executado. De acordo com o artigo 53.º, n.º2
CPC, é um desvio a esta regra: reporta-se a situação em que não há o
credor do título porque é um título ao portador onde, nesse caso, o
exequente é quem apresenta o título à execução (títulos ao portador). Os
principais desvios surgem no artigo 54.º CPC: tem de se distinguir os n.º1,
2, 3 e 4 CPC (tem de ser feita uma análise autónoma). Começando por
falar do n.º1 do artigo 54.º CPC, temos a situação em que existe uma
sucessão (que pode ser do lado ativo ou do lado passivo) no direito ou na
obrigação, a qual pode ser inter vivos ou mortis causa (exemplo da inter vivos
do lado ativo é a cessão de créditos, e ainda a cessão da posição contratual;
exemplos do lado passivo é a assunção de dívida). Numa sucessão mortis
causa, o herdeiro, para ser demandado, era necessário juntar o testamento
cerrado, que fosse título executivo (isto para efeitos de exequibilidade),
juntamente com a certidão de óbito e escritura da aceitação e partilha (para
efeitos de legitimidade passiva, pois isto é a prova da legitimidade). O
artigo 54.º, n.º1 CPC faz distinção de três momentos:
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Executivo in momentum brevis accipitur
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Executivo in momentum brevis accipitur
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Executivo in momentum brevis accipitur
sem sequer demandar o devedor (artigo 54.º, n.º2, 1.ª parte CC).
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Executivo in momentum brevis accipitur
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Executivo in momentum brevis accipitur
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Executivo in momentum brevis accipitur
Em síntese:
O exequente pode propor a ação executiva contra
São demandados ao mesmo
tempo, ou seja, estamos
perante um litisconsórcio
voluntário inicial. Para que
seja possível o devedor e o
O devedor e o terceiro terceiro devem constar do
garante (artigos 54.º, n.º2, in título executivo apresentado.
fine e 54.º, n.º4 CPC) Não é necessário título
contra o terceiro possuidor
dos bens onerados. Aqui a
penhora não tem de começar
pelo bem onerado com a
garantia real.
Litisconsórcio voluntário
sucessivo, sendo que ambos
devem constar do título
Devedor (a título
apresentado. O facto de se
principal) e terceiro
demandar primeiro o
garante (a título
devedor não constitui
subsidiário) – decorrente
renúncia à garantia real. Os
das regras gerais de
artigos 752.º, n.º1 e 697.º CC
legitimidade na ação
não têm aplicação. Por ser
executiva
uma garantia real, o terceiro
não pode invocar o benefício
da excussão prévia.
Temos um litisconsórcio
voluntário sucessivo, sendo
que ambos devem constar do
título apresentado. Por ser
Terceiro garante e
uma garantia real, o terceiro
devedor (artigo 54.º, n.º3
não pode invocar o benefício
CPC)
da excussão prévia. Neste
caso, o chamamento do
devedor pressupõe a
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insuficiência do bem
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Executivo in momentum brevis accipitur
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suprimento.
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6. Do objeto:
a. Cumulação de pedidos: na ação executiva, o credor tem a faculdade de cumular
execuções contra o mesmo devedor ou contra vários devedores
litisconsortes (artigo 709.º, n.º1 CPC). O exequente pode deduzir no mesmo
processo uma pluralidade de pedidos executivos contra o devedor ou vários
devedores, pretendendo que todos sejam contemporaneamente procedentes.
Regime especial de cumulação simples de execuções. Por ausência de
referência legal à cumulação alternativa e à cumulação alternativas (artigo
714.º CPC), contudo, uma mera alternativa processual, em que coubesse a
escolha ao tribunal já seria ilegal. A admissão no artigo 711.º CPC de
cumulação sucessiva torna desnecessário qualquer regime de cumulação
subsidiária, ao permitir, enquanto uma execução não for julgada extinta, que
nesse mesmo processo se promova execução de outro título. Coligação
inicial (artigos 709.º e 710.º CPC) ou coligação superveniente (artigo 711.º
CPC).
i. Execução de títulos diferentes: os pressupostos estão enunciados nos
artigos 709.º, n.º1 CC e 186.º, n.º2, alínea c) e 555.º, n.º1 CPC. Regem
qualquer que seja o tipo de titulo cumulado. Na cumulação de
execuções fundadas em títulos diferentes (judiciais, quase judiciais ou
extrajudiciais) constituem pressupostos à cumulação na ação
executiva.
1- Compatibilidade processual: tanto quanto à competência absoluta,
como quanto à forma do processo. A compatibilidade quanto
à competência absoluta é exigida no artigo 709.º, n.º1, alínea a)
CPC. O tribunal competente exige a compatibilidade
processual quanto à forma do processo. São ressalvadas as
situações do artigo 37.º, n.º2 e 3 CPC. O artigo 709.º, n.º1,
alínea b) CPC exige uma identidade funcional entre as
execuções, pelo que elas não podem ter fins diferentes. Deve
existir uma identidade abstrata entre os objetos das prestações
realizadas coativamente.
2- Compatibilidade substantiva: quanto aos seus efeitos, decorre das
regras gerais dos artigos 186.º, n.º2, alínea c) e 555.º, n.º1 CPC.
Não é admitida a cumulação de execuções com fins diversos
pelo que nunca poderia um pedido executivo esvaziar o efeito
útil de outro pedido com ele cumulado. Para além de que um
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
não dado à execução uma vez que não pode o credor executar uma
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Executivo in momentum brevis accipitur
reconhecida pelo título judicial. Daí que o artigo 711.º CPC não se
possa aplicar à cumulação de pedidos julgados procedentes em
sentenças do artigo 710.º CPC. Não podem existir nenhuma das
circunstâncias que impedem a cumulação, mas dispensa-se a
exigência de conexão funcional quando a execução iniciada com vista
à entrega de coisa certa ou de prestação de facto haja sido convertida
em execução para pagamento de quantia certa (artigos 867.º e 869.º
CPC).
b. Coligação: existe quando à pluralidade de partes corresponde uma pluralidade
de pedidos executivos subjetivamente diferenciados. Quando ocorre
cumulação de pedidos com cumulação de partes, correspondendo a cada
parte um pedido. Tal decorre da presença de uma pluralidade de situações
jurídicas autónomas, mas conexas entre si. A coligação exige os requisitos
da cumulação objetiva simples de pedidos (artigo 709.º CPC) e os requisitos
da conexão entre causas diversas. Esta coligação pode ser ativa ou passiva
(artigo 56.º CPC), sendo que todas exigem o que aqui foi estabelecido. O
artigo 56.º, n.º1 CPC remete para o artigo 709.º CPC: impõe-se a
compatibilidade processual, quanto à forma de processo e quanto à
competência absoluta, a identidade funcional e, residualmente, a
compatibilidade substantiva. O artigo 56.º, n1.º e 2 CPC acrescenta um
pressuposto específico da conexão entre os vários objetos processuais que
justifique a junção numa causa de litígios diferentes:
i. Coligação ativa é sempre admissível, sejam credores comuns, sejam privilegiados
com garantias reais (alíneas a) e b));
ii. Coligação passiva, em geral, é admissível se os devedores estiverem obrigados no
mesmo título (alínea b), 2.ª parte) e, ainda, que não estejam, se forem
titulares de quinhões no mesmo património autónomo ou de direitos
relativos ao mesmo bem indiviso (alínea c)). Tem de haver coligação
subjetiva pois todos os executados têm de constar do mesmo título
ou estar na situação da alínea c). Só é admissível para pagamento de
quantia certa se a obrigação for líquida ou liquidável por simples
cálculo.
A exigência da unicidade do título é bastante importante. O artigo 56.º, n.º3
CPC remete para o artigo 709.º, n.º5 CPC no que respeita à extensão da
competência territorial.
c. Regime da pluralidade ilegal de execuções: a falta de compatibilidade processual
quanto à competência absoluta (artigo 709.º, n.º1. alínea a) CPC) gera
incompetência absoluta para o pedido respetivo e indeferimento parcial do
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Executivo in momentum brevis accipitur
correndo como ação declarativa incidental (fisicamente corre por apenso) à execução. No
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//
AD
*
Oposição à
Requerimento execução
executivo
Incidente declarativo à ação executiva
* - se o título for judicial.
Sendo extrajudicial não precede a Ação Declarativa
É um ónus do executado: pode não existir
penhora por uma caução idónea que garanta os fins da execução (artigo 751.º, n.º7
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CPC).
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devedor.
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Assim:
Superveniência ao
Prova encerramento da discussão
Miguel Teixeira de Sousa
Lebre de Freitas
Rui Pinto
Eurico Lopes Cardoso
ter valor inferior a 50.000€ e os embargos, por qualquer motivo, terem valor
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superior, por força do artigo 117.º, n.º3 LOSJ, o juízo local cível não é
competente e os embargos devem ser enviados para o juízo central cível.
Temos, assim e também, regras próprias de procedimento, nos artigos 728.º, 732.º
e 733.º CPC. No mais, por se tratar de um incidente, aplica-se os artigos 293.º e
294.º ex vi 292.º CPC. No caso de haver pluralidade de executados e/ou exequentes,
Miguel Teixeira de Sousa entende que na pluralidade de executados, ainda que
em litisconsórcio necessário, qualquer um dele tem legitimidade singular para opor-
se à execução, tal como sucederia com a legitimidade para interpor recurso do
artigo 634.º, n.º1 CPC. O litisconsórcio necessário passivo não corresponde a um
litisconsórcio necessário ativo em sede de oposição à execução. Deduz isto do
artigo 728.º, n.º3 CPC que remete para o artigo 569.º CPC. Contudo, não é aplicável
a faculdade que se concede relativo ao prazo do artigo 569.º, n.º2 CPC. Cada prazo
quanto a cada um dos executados corre autonomamente, logo, não tem de haver
nenhum litisconsórcio necessário. Existindo pluralidade de exequentes, há
litisconsórcio necessário passivo se o fundamento de oposição lhes for comum,
independentemente de aquela ser voluntária ou necessária. Na oposição à execução,
não pode haver intervenção de terceiro pois esta intervenção supõe uma extensão
decisória da oposição que ultrapassa a respetiva função acessória de estrita extinção
da execução. Tem de existir essencialmente quando tem de haver a participação do
cônjuge para entrega de coisa certa.
c. Quanto ao interesse processual: temos de ter presente que a oposição à execução
vale nos fundamentos previstos na lei.
d. Quanto ao patrocínio judiciário: artigo 58.º, n.º1 CPC.
e. Prazo para dedução de embargos: a petição inicial da oposição deve ser
apresentada num prazo de 20 dias a contar da citação do executado (artigo
728.º, n.º1 CPC). Por força da aplicação analógica do artigo 569.º, n.º1, 2.ª
parte CPC, o prazo para a dedução da oposição, na sequência da revogação
do despacho que indeferiu liminarmente o requerimento executivo, conta-
se da notificação ao executado do despacho que ordenou o prosseguimento
da execução e não da prévia citação. A petição inicial da oposição constitui
o momento oportuno para deduzir toda a defesa, regendo-se pelo princípio
da concentração da defesa nos termos do artigo 573.º CPC. Daí que o
oponente não pode deduzir facto posterior em outros embargos nos termos
do artigo 728.º, n.º2 CPC que não seja superveniente. A petição inicial da
oposição deve ser entregue na secretaria de execução ou na secretaria do
tribunal competente para a execução. Há lugar a despacho liminar, que pode
ser de indeferimento quando:
i. Artigo 732.º, n.º1, alínea a) CPC;
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
deduzida depois deste momento quando ela se baseie em factos que ocorreram ou
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foram conhecidos depois daquele prazo inicial. Estes novos factos terão de ser
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qualquer deles tem legitimidade ativa para opor-se à execução, tal como sucederia
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com a legitimidade para interpor recurso (artigo 634.º, n.º1 CPC). Daí que o caso
julgado formal ou material só vincule os concretos executados e exequente(s) que
foram partes na execução. Quanto aos que não foram parte:
a. Miguel Teixeira de Sousa: entende que se há litisconsórcio voluntário na
ação executiva, a decisão pode aproveitar, por ser uma decisão favorável aos
demais, nos termos do artigo 634.º, n.º3 CPC, por analogia. Isto caso o
fundamento seja comum e se o executado não oponente for titular de
interesse essencialmente dependente do interesse do executado oponente
ou se o executado não oponente for um devedor solidário, salvo se o
fundamento for pessoal. Havendo um litisconsórcio necessário na execução,
a decisão favorável vai aproveitar aos outros, apesar de não serem oponentes.
b. Lebre de Freitas: critica a posição de Teixeira de Sousa pois entende que
nem ocorre caso omisso nem analogia se verifica. Não há caso omisso,
porquanto se o litisconsórcio necessário for legal, temos a extensão do caso
julgado ao ausente que decorre da natureza do litisconsórcio. O mesmo
sucede no caso de litisconsórcio necessário natural pois não revestiria
utilidade o prosseguimento da execução apenas contra o executado que não
se opôs à execução. Se for um litisconsórcio convencional, é defensável que
a não dedução de oposição impede o executado de se prevalecer da situação
integradora do litisconsórcio, nem mesmo por um mecanismo de adesão.
Depende do credor a execução da obrigação apenas contra o executado que
não se opôs à execução.
11. Consequências da procedência da oposição: a natureza da sentença que julga
procedente uma oposição à execução e a possibilidade de se formar caso julgado
material com essa sentença são controvertidas na doutrina.
a. Castro Mendes: o fundamento da procedência é relativo a um facto
extintivo da causa de pedir da execução, logo, levaria à absolvição do pedido
executivo. Dado isto resultaria num caso julgado material.
b. Lebre de Freitas: devido às restrições probatórias do artigo 732.º CPC, tem
de ser feita uma ponderação casuística. Se o direito à prova tiver sido
efetivamente limitado, a parte poderá provar em ação autónoma que foi
impedida de usar testemunhas que poderiam ter influenciado a decisão final
e com isso pedir a restituição do indevido.
c. Rui Pinto: há que distinguir entre os fundamentos com e sem aptidão para
alcançar o valor de caso julgado material. Considera que quando o
fundamento diga respeito à existência ou exigibilidade da dívida, a oposição
surge como uma ação e revogação de um título e que a inexistência não é
apenas o fundamento da decisão, mas também o objeto da mesma e, por
87
isso, quando esta sentença transita em julgado, ela adquire força de caso
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CPC que afirma que a decisão de mérito proferida nos embargos à execução
constitui caso julgado quanto à existência, validade e exigibilidade da
obrigação exequenda, impedido assim que o exequente proponha nova ação
executiva sucessiva.
12. Síntese:
a. O recebimento dos embargos, regra geral, com a oposição não faz suspender
a execução. Contudo, pode acontecer que haja lugar à suspensão desta
(artigo 733.º n.º1 e 5 CPC). No caso de haver suspensão, a eficácia dos atos
já praticados mantém-se, não se levantando a penhora já realizada. Contudo,
não se aceita mais nenhum ato processual executivo de venda ou pagamento.
A única restrição à suspensão prende-se com a possibilidade de realizar o
apenso de verificação e graduação de créditos quando, antes da suspensão,
tenha já havido citação dos credores (artigo 733.º, n.º2 CPC). Ainda que não
determine a suspensão da execução, impede que os credores sejam pagos na
sua pendência sem que prestem caução (artigo 733.º, n.º4 CPC) ou o caso
de a penhora incidir sobre a habitação efetiva do embargante (artigo 733.º,
n.º5 CPC).
b. Após o recebimento, há lugar à notificação do exequente (artigo 732.º, n.º2
CPC) que terá 20 dias para contestar, seguindo-se, sem mais articulados, os
termos do processo comum. A notificação é feita pessoalmente (artigo 225.º,
n.º1 ex vi artigo 250.º CPC). A falta de contestação do exequente gera um
efeito cominatório semipleno e não se consideram como confessados os
factos que estiverem em oposição com os expressamente alegados pelo
exequente (artigos 567.º, n.º1, 568.º e 732.º, n.º3 CPC), exceto nos casos de
revelia inoperante.
c. Após isto haverá lugar ao proferimento da sentença, no prazo de 3 meses a
contar da data da petição de oposição (artigo 723.º, n.º1, alínea b) CPC) que
pode declarar a oposição:
i. Absolvição do exequente embargado da instância incidental: improcedência da
oposição por verificação de uma exceção dilatória relativamente a esta.
A ação executiva mantém-se e forma-se caso julgado formal.
ii. Absolvição do executado embargante da ação executiva: procedência do
pedido de oposição pelo que a ação executiva se extingue total ou
parcialmente (artigo 732.º, n.º4 CPC);
iii. Absolvição do exequente embargado do pedido de embargos: improcedência do
pedido de oposição pelo que a ação executiva prossegue.
Sanções ao exequente podem ser cominadas no caso de procedência da oposição
(artigo 858.º CPC). De acordo com o artigo 732.º, n.º5 CPC, faz caso julgado
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
ação acessória da ação executiva, que tem como pedido a extinção da execução. A
compensação é sempre invocável como exceção perentória extintiva pelo
executado, mesmo que o valor do contra crédito seja superior ao da obrigação
exequenda. Pode haver compensação-exceção, mas não compensação-renovação.
A sentença da oposição à execução que seja procedente no reconhecimento da
existência de um crédito para compensar não serve de título executivo contra o
exequente embargado. A condenação do embargado no pagamento da diferença
entre os créditos terá de ser obtida em sede de ação declarativa autónoma.
Assim:
Numa pergunta sobre esta matéria temos de ver:
1. A natureza: natureza declarativa, o que nos leva a explicar se é uma ação
constitutiva ou de simples apreciação negativa:
a. Ação de simples apreciação negativa: a doutrina maioritária diz que estamos
perante ação declarativa de simples apreciação negativa porque o que se
declara é a inexistência da obrigação exequenda ou dos pressupostos
processuais dos quais dependam a regularidade da instância. Estamos a
falar de situações em que se a oposição for de mérito, trata-se da
inexistência da obrigação exequenda, se a oposição for formal, é a
inexistência de pressupostos processuais.
b. Ação constitutiva: estamos perante uma transposição da doutrina alemã e
baseia-se na ideia de que a procedência da oposição à execução produz
uma alteração na esfera jurídica do exequente e do executado, que é a de
extinguir a ação executiva.
2. Os fundamentos: em relação a isto, temos de saber qual o título em causa, pois os
fundamentos dependem disso e depois distinguir a admissibilidade dos
fundamentos com a sua procedência. Assim,
a. Títulos judiciais (artigo 729.º CPC): taxatividade de fundamentos, devido ao
respeito pelo efeito preclusivo do caso julgado e princípio da concentração
da defesa. Não pode invocar-se fundamentos que deveriam ter sido
invocados na ação declarativa, isso resultaria claramente a alínea g). A
alínea h) não existia no regime anterior. Tem uma limitação temporal
resultante do respetivo caso julgado. Não se permite que o executado,
agora em oposição à execução, invoque factos que poderia ter invocado
em ação declarativa. Incluindo-se, também, as sentenças homologatórias,
tendo fundamento próprio na alínea i).
b. Títulos extrajudiciais (artigo 731.º CPC): não temos limitações como nos
títulos judiciais porque não houve uma ação declarativa prévia. Este artigo
está desenhado de forma a permitir ao executado apresentar qualquer
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
da citação. A principal diferença entre os dois artigos é de que os factos que não
Página
estão no artigo 729.º, alínea g) CPC são os que se verificam até ao encerramento do
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Executivo in momentum brevis accipitur
processo de declaração, os que estão no artigo 728.º, n.º2 CPC não são os que
determinam uma dilação do prazo, porque se verificam depois da citação. Isto
acontece porque a pessoa se devia ter defendido na ação declarativa e não o fez,
não podendo agora aproveitar-se da ação executiva para o fazer.
2. Tramitação da oposição à execução: é um processo de natureza declarativa em
que o executado/opoente apresenta uma petição inicial à qual o exequente contesta,
produzindo-se, posteriormente, uma sentença (ver esquema 17 do livro da associação)
3. Responsabilidade do exequente: permite-se ao executado pedir uma
indemnização ao exequente pela propositura de uma execução injusta, sem
fundamento, pois disto resultam muitos danos (na imagem e patrimonialmente).
Só nos casos em que não há citação do artigo 858.º CPC.
Temos, entretanto, três notas:
a. Podemos ter situações em que ainda não transitou em julgado, mas já foi
proposta uma ação executiva. Tendo sido proposta ação executiva será que
o executado pode propor recurso de revisão e ao mesmo tempo opor-se à
execução? À partida, deve fazê-lo, temos é de saber quais os fundamentos
que possam ser comuns ou iguais no recurso de revisão e na oposição à
execução, ou seja, saber se pode cumular os mesmos fundamentos.
b. O cônjuge do executado não é executado, apenas está casado com uma
pessoa executada. Permite-se, assim, a este cônjuge do executado, opor-se à
execução, apesar de ele próprio não ser executado.
Vendo, finalmente, alguns regimes especiais:
1. Perdão de dívida: vamos considerar que se trata de um facto extintivo parcial. É
fundamento de oposição à execução? Não, mas seria admissível como fundamento
à luz de alguma alínea se fosse fundamento? À luz da alínea g), mas esta alínea, em
concreto, não se encontra preenchida porque apenas se aplica a factos
supervenientes e termos aqui exigência de prova documental. Se o facto fosse um
facto subjetivamente superveniente, e fosse admissível, então admite-se a
superveniência na alínea g) do artigo 729.º CPC? Existem divergências em torno
desta questão:
a. O professor Rui Pinto: defende que não, se houver facto subjetivamente
superveniente nesta fase, quer seja conhecido depois do encerramento da
discussão do processo de declaração (da audiência final), a ser esse o caso, então
ele terá um meio de defesa ao seu alcance que é o recurso de revisão (artigo
696.º, n.º1, alínea d) CPC;
b. O professor Miguel Teixeira de Sousa: defende que sim, que se deve admitir
a superveniência subjetiva por razões de economia processual, porque o artigo
728.º, n.º2 CPC também o faz e porque deve ser feita uma equiparação entre a
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
Mas não podemos deixar de salientar, a propósito da alínea g) do artigo 729.º CPC,
Página
que esta prova documental afasta a prova que e estatisticamente mais importante
大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
que é a prova testemunhal. Diz Teixeira de Sousa que não podemos deixar de
reparar que muitos destes factos já não poderiam ser provados por testemunhas
(artigo 395.º CC – restrição da prova testemunhal para factos extintivos de
obrigações). Mas, diz, assim, que devemos aplicar o regime do Direito probatório,
se, depois, este regime afastar alguns meios de prova, tudo bem, remete-se para aí,
agora, não podemos é estar a restringir isto à prova documental. Lebre de Freitas
diz precisamente o contrário: faz muito sentido a exigência de prova documental,
não só por razões de celeridade processual, para não estarmos a ouvir testemunhas,
como, por outro lado, faz sentido porque temos aqui uma manifestação extrema
entre o título documento e a sua autonomia face à obrigação exequenda que ele
incorpora. Esta posição de Lebre de Freitas é frágil porque a ser levada à última
consequência, na sua coerência máxima, significaria que o outro documento, ele
próprio teria de revestir força executiva. O documento da alínea g) não é título
executivo, é documento, não tem de ter força executiva.
Quanto à superveniência: qual é o momento temporalmente relevante para a
oposição à execução? Ocorrido depois do processo de declaração. Mesmo dentro
do processo declarativo há momentos em que já temos factos supervenientes
porque toda a defesa deve ser produzida na contestação. Assim:
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Executivo in momentum brevis accipitur
3. Ana Leal: a melhor solução é interpor recurso de revisão (pois este não tem
o mesmo efeito da oposição à execução, visto que não permite paralisar a
própria ação executiva) e opor-se à execução.
4. Miguel Teixeira de Sousa: diz que se incluem os factos subjetivamente
supervenientes, invocando o argumento da economia processual, mas, mais
que isso, faz uma equiparação dos fundamentos da oposição à execução e
do recurso de revisão, porquê esta equiparação? Estamos a falar de situações
em que estamos a perturbar o caso julgado (já há caso julgado e depois
temos o recurso de revisão que vai alterar este caso julgado porque existem
factos subjetivamente supervenientes). O autor diz que na alínea g) não
existe expressamente a possibilidade de invocar fundamentos
subjetivamente supervenientes mas deve admitir-se pois, caso contrário,
estaríamos na presença de uma grande restrição aos mecanismos de defesa
do executado, porque, na verdade, o que o legislador está a fazer ao não
integrar aqui os factos subjetivamente supervenientes é haver um regime
dispare entre o recurso de revisão e a oposição à execução. Não esquecer
que é possível, nos casos de exequibilidade provisória, ter uma sentença e
essa ser executada, ainda que não tenha transitado em julgado e não tendo
transitado em julgado, imagine que o executado quer agora invocar factos
subjetivamente supervenientes, temos uma situação dispare, pois ele pode
interpor recurso de revisão (artigo 696.º, n.º1, alínea c) CPC), mas já não
pode invocar esses factos na oposição à execução e Teixeira de Sousa diz
que como se está a tentar proteger o caso julgado na alínea g) isto não faz
sentido nenhum, porque na verdade não estamos a proteger em sede de
recurso de revisão, e por isso, faz uma equiparação nestes termos entre o
recurso de revisão e a oposição à execução. Se se vir, o artigo 696.º, n.º1,
alínea c) CPC, o que se diz é que pode ser apresentado documento que
prove factos que ele não conhecia, mas conheceu esses factos só agora ou,
então, que não conseguiu ter acesso àquele documento antes, ou seja, sabia
mas não conseguia apresentar aquele documento antes. Sendo um caso de
superveniência objetiva ou subjetiva, temos ainda de falar do alargamento
do prazo do artigo 728.º, n.º2 CPC. Factos impeditivos são admitidos nesta
alínea, mas a questão é que muitos factos impeditivos apreciados na ação
declarativa que são de conhecimento oficioso fica logo muito pouco para a
oposição à execução, tirando os factos impeditivos que decorram do
decurso do próprio tempo. Quando se fala de factos subjetivamente
supervenientes numa ação declarativa temos o momento até ao qual devem
ser alegados todos os factos, que é até terminar os articulados, depois disso,
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大象城堡
Executivo in momentum brevis accipitur
invocou a compensação.
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Executivo in momentum brevis accipitur
Para Lebre de Freitas, pode invocar até ao final da fase dos articulados, a partir
daí, já temos um problema de saber se poderemos ou não invocar a compensação
por exceção.
Rui Pinto diz que poderá ser feita:
Lebre de Freitas diz que quanto à compensação a reconvenção já não.
A questão é saber se poderemos ter uma compensação exceção (limite do contra-
crédito pedido) invocada até à audiência final. Em geral, entende-se que essa
compensação exceção (não é a reconvenção), pode ser feita como articulado
superveniente.
Analisando, assim, também o Ac. acima referido: chegamos à ação executiva e
temos o caso em que se tornou compensável uma obrigação mas nunca foi
declarada a compensação. No Acórdão chegamos à oposição à execução e a
executada invoca compensação e o exequente vem dizer que não pode invocar a
compensação porque até à data que estava pendente a ação declarativa poderia
ter apresentado compensação exceção. O que ela vem dizer é que a alínea h) do
artigo 729.º CPC, no antigo regime, o que dizia era “factos extintivos”, e o facto
extintivo da compensação não é a verificação de uma situação de
compensabilidade, é a declaração de compensação. Não é por os créditos serem
compensáveis que a compensação opera, pois esta não é automática, é necessário
um ato voluntário, ou seja, uma declaração de compensação. O que ela alega é
que o facto extintivo da obrigação exequenda é a declaração de compensação e
não a situação de compensabilidade, por essa razão, como nunca invocou a
declaração de compensação, invoca agora na oposição à execução. O que se
decidiu em vários Acórdãos é a de que aquilo que releva para efeitos da antiga
alínea h) do artigo 729.º CPC (no regime correspondente) não é o momento em
que se profere a declaração de compensação, é o momento em que os créditos
se tornam compensáveis, significa que é o momento em que existe crédito e
contra-crédito. Na alínea h) também se aplica o limite temporal da alínea g), se o
contra-crédito já se constituiu antes já são compensáveis. (sendo compensável
uma dívida ilíquida). Mas temos um problema: se já é compensável, já deveria ter
sido invocado antes. Mas só a compensabilidade releva para efeitos de
superveniênica. Não existe compensação em oposição à execução pois não pode
aproveitar um incidente declarativo para agora, por exemplo, pedir-se mais do
que o próprio exequente pede. Nesta alínea h) , tende-se que não existe exigência
de prova documental, mas, de acordo com a nova posição de Rui Pinto – aula
teórica em2014/2015 – já o exige. Lebre de Freitas diz que a autonomização da
alínea h) se deveu a isso.
A falta de citação para a ação executiva é fundamento de oposição à execução?
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Temos um executado que se pretende opor à execução e não foi citado, e quer
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invocar a nulidade da citação, será que ele deve fazê-lo em oposição à execução?
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Não, porque apenas é preciso citação para a ação declarativa. A citação a que se
refere na alínea d) do artigo 729.º CPC é a citação da ação declarativa, não da
ação executiva. Deve fazê-lo, assim, em oposição à execução (na mesma peça
processual) mas não como um fundamento de oposição à execução, porque se
ele opuser à execução e não invocar a nulidade ou falta de citação qual é a
consequência? Sanação da falta de nulidade dessa citação (artigo 189.º CPC).
Pode ser sanada quando intervém no processo e nada diz, logo se ele se opuser à
execução, mas não invocar nulidade da citação, sanou-se. Por isso é que
temporalmente falando, geralmente, a oposição à execução vem acompanhada
da invocação da nulidade da citação (pode ser a mesma peça processual, ou seja,
o mesmo documento, mas só no fim é que alega a nulidade da citação). E se ele
não se quer opor à execução e só quer invocar a nulidade da citação da ação
executiva? Pode a todo o tempo, de acordo com o artigo 851.º CPC, invocar a
nulidade. Não pode é praticar qualquer outro ato processual antes sob pena de
sanação desta citação. Como pode fazer isto sem ser com a oposição à execução?
Mediante requerimento dirigido ao juiz. A nulidade da citação para a ação
executiva pode ser arguida a todo o tempo pelo executado, determina a anulação
de tudo o que se tenha processado depois da citação ou de quando ela deveria ter
ocorrido, o que significa que salvamos o requerimento executivo, ou seja, anula-
se tudo menos o requerimento executivo. Concluindo: ou invoca a nulidade com
a oposição à execução ou tem de invocar antes para não haver sanação da
nulidade.
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Executivo in momentum brevis accipitur
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Dívidas dos cônjuges: aqui estamos sempre a falar em obrigações pecuniárias pois
quanto à prestação de facto, não há especialidades a nível de responsabilidade e quanto à
entrega de coisa certa vigora o litisconsórcio necessário legal do artigo 34.º, n.º1 CPC.
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executivo, adquirindo
o cônjuge o estatuto
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de executado;
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Se o cônjuge não se
pronunciar, há efeito
semipleno,
considerando-se
confessado que a
dívida é comum.
Após passar a executado,
tem 20 dias para se
pronunciar.
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distinguir:
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agente de execução (artigo 723.º, n.º1, alínea c) CPC). O cônjuge do executado pode
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utilizar os embargos de terceiro para defender o seu direito sobre os bens comuns (artigo
352.º CPC). Tem a posição de terceiro? Será terceiro sempre que a penhora dos bens
comuns não tenha sido acompanhada da sua citação imposta pelos artigos 740.º, n.º1 e
735.º, n.º2 CPC, sem prejuízo do artigo 786.º, n.º6 CPC. Aqui a procedência dos embargos
dita o levantamento da penhora, mas o exequente poderá requerer a penhora dos mesmos
bens, agora citando o cônjuge. Não será terceiro para efeitos do artigo 343.º CPC, sendo
os embargos de indeferir quando a penhora dos bens comuns tiver sido acompanhada da
sua citação, para promover a separação do s bens. A promoção da separação dos bens é
um poder processual específico do cônjuge do executado (artigo 787.º CPC).
Quanto a esta matéria, devemos saber que há execuções que se baseiam em dívidas
comuns, dívidas comunicáveis ou dívidas próprias. Esta distinção é fundamental e é o
nosso ponto de partida. É importante relembrar os casos de comunicabilidade de
dívidas estudado em Direito da Família (artigo 1691.º CC). Outra coisa fundamental é
saber distinguir a natureza do bem da natureza da dívida. Um bem pode ser comum e
a dívida pode ser própria (isto é muito importante), como é o caso em que alguém
compra um bem e não existe nenhuma causa de comunicabilidade dessa dívida ao outro
cônjuge. Releva, ainda, falar em separação de bens, quando os executados não estão já
divorciados, o cônjuge do executado, se ele próprio não for executado, requer a
separação de bens. A meação dos bens comuns não tem de ser metade, a meação
significa que é a parte atribuída àquele, não significa que seja metade-metade.
Processualmente, devemos começar por distinguir o executado do cônjuge do
executado. Cônjuge do executado é mais do que uma situação de facto, é alguém que
está casado com o executado e que tem um estatuto processual próprio. Quando se fala
em estatuto processual próprio, fala-se em alguém que é chamado à execução, é citado,
e existem três situações nas quais o cônjuge é citado, sendo que é citado para várias
coisas. Cônjuge do executado é alguém casado com o executado, não é executado!
Podemos ter situações em que o cônjuge do executado é chamado para a execução
como tal e no decurso da mesma torna-se executado, perde o estatuto inicial de cônjuge
do executado e passa a ter este novo estatuto de executado, acontecendo quando um
incidente de comunicabilidade de dívida procede. Temos, também, outras situações em
que alguém é chamado como executado para a execução mas no decurso da mesma
perde esta qualidade e passa a ser cônjuge do executado. Vamos, então, começar pela
natureza das dívidas.
1. Dívida comum: quando temos uma dívida comum significa que no título
executivo estão ambos os cônjuges (esposa e esposa; marido e marido, marido e
esposa). Temos título executivo contra os dois. Isto significa que, à luz das regras
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da legitimidade (artigo 53.º, n.º1 CPC), quem tem legitimidade passiva para esta
ação executiva são os dois. Estamos a falar de um título executivo contra os dois
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que obriga os dois. Depois disto, temos de fazer uma análise ao Código Civil
(Direito substantivo) e uma análise ao Código Processual Civil (Direito adjetivo).
a. Quanto ao Direito Substantivo: quando se analisa o Direito substantivo
devemos sempre fazer duas perguntas:
i. Quem é que responde pela dívida: neste caso, respondem os dois (artigo
1691.º, n.º1, alínea a) CC);
ii. Que bens é que respondem pela dívida: se a dívida obriga os dois (artigo
1695.º n.º1 CC), respondem os bens comuns e subsidiariamente,
os bens próprios entre eles, solidariamente.
Sabemos, então, pelo Código Civil, que esta dívida obriga os dois e quais
os bens que respondem. Sabemos, também, que têm os dois legitimidade
passiva para esta ação executiva. Isto significa que se for proposta uma
ação executiva contra os dois temos dois executados, neste caso, não há
cônjuge do executado. Não existe porque têm os dois legitimidade para
serem executados.
b. Quanto ao Direito Adjetivo: se forem os dois demandados, então, temos
dois com legitimidade passiva. OS problemas que se colocam aqui são: há
título executivo contra os dois mas a execução é proposta apenas contra
um. Temos um título, de acordo com o qual são os dois partes passiva,
temos depois o Código Civil que tem um regime que responsabiliza os
dois mas, depois, propõe-se a ação executiva e demanda-se apenas um.
Por norma, ninguém tem interesse nisto porque a maior parte das pessoas
se é casada o património principal é o património comum. Acontece,
então, que se tem um título executivo comum a ambos mas quer-se
executar como se fosse uma dívida própria, porque alguém tem bens
próprios mais valiosos que os bem comuns. Assim, podemos ter
exequentes que fazem precisamente isto, têm título executivo contra os
dois mas querem executar aquela dívida como se fosse dívida própria e
não uma dívida comum. Por esta razão, aquilo que se discute é se havendo
título executivo contra os dois, é necessário ou não propor a ação
executiva contra os dois. Quando se fala em necessário, estamos a fazer
referência à existência de um litisconsórcio necessário, se existe um
litisconsórcio necessário ou não, na propositura da ação executiva contra
os dois. A este propósito:
i. Miguel Teixeira de Sousa e Rui Pinto: sim;
ii. Para Lebre de Freitas: não.
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por seu lado, têm interesse em estender a dívida para terem mais uma
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Há quem diga que se forma uma extensão da eficácia subjetiva do título extrajudicial ou, como Rui Pinto, que se trata de
um título judicial impróprio da ação executiva.
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ii. Que bens é que respondem pela dívida: respondem os bens próprios e
subsidiariamente a meação dos bens comuns (artigo 1696.º CC).
b. Quanto ao Direito Adjetivo: nestes casos, o cônjuge do executado tem o
ónus de requerer a separação de bens, não tem obrigação, se não o fizer
incorre numa desvantagem que é o facto de que todos os bens comuns
podem ser penhorados. A separação de bens deve ser requerida no
momento em que é citado. Quanto às dívidas próprias, aquilo que se
discute é que temos uma dívida própria mas propõe-se uma ação executiva
contra os dois. Se se propõe contra os dois, o cônjuge do executado deverá
opor-se à execução alegando a sua ilegitimidade, se for procedente,
passando a ser cônjuge do executado e depois requerer a separação de
bens.
Nota sobre estas três dívidas: só há incidente de comunicabilidade nas dívidas
comunicáveis, não há incidente de comunicabilidade nas comuns nem nas dívidas
próprias. Quanto à separação de bens, o Professor Rui Pinto, fala no incidente de
comunicabilidade também nos casos de separação de bens.
Casos de citação do cônjuge do executado: cônjuge do executado, como já vimos,
é alguém que está casado com o executado e que foi chamado para a execução. O
cônjuge deve ser citado como tal, ou seja, como cônjuge do executado, em três
situações. São penhorados bens próprios do executado e não do cônjuge do executado.
Estas situações são aquelas em que o próprio cônjuge executado não poderia alienar os
bens sem o consentimento do outro.
Por exemplo, bem de solteiro, uma casa que passou a ser depois casa de morada de família onde vive,
se essa pessoa quiser vender a casa não o poderá fazer sem o consentimento do outro cônjuge.
É um bem próprio mas tendo em conta a natureza e importância de determinados bens
próprios na própria economia familiar existe aqui a necessidade do consentimento do
outro cônjuge (artigos 1682.º e 1682.º-A CC) que só se aplicam aos casos de comunhão
de bens. Se este casal, mencionado no exemplo anterior, estiver casado num regime de
separação de bens não tem, não se exige o consentimento do outro. Ora, na ação
executiva temos uma equiparação destes artigos 1682.º e 1682.º-A CC, naturalmente
que já não poderá ser por via do consentimento do cônjuge. O equivalente a este
consentimento dos artigos 1682.º e 1682.º-A CC é o dar conhecimento, equivale ao
consentimento o dar conhecimento. Dar conhecimento ao cônjuge através da citação.
Temos aqui então situações em que o cônjuge do executado é chamado à ação executiva
para lhe dar conhecimento de que determinados bens foram, bens próprios do
executado, executados. O cônjuge não terá de dar nenhum consentimento mas deverá
ser citada. Estes bens são todos aqueles que constam dos artigos 1682.º e 1682.º-A CC
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este deverá embargar de terceiro (ver esquema 28 do livro da associação), devemos fazer esta comparação
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porque como já vai sair a citação do cônjuge do executado, temos de saber quais é que
são os casos em que ele deve ser citado como cônjuge do executado e os casos em que
ele pode embargar de terceiro porque não foi citado como cônjuge do executado. O
terceiro é alguém face à execução e não face à relação jurídica material.
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Artigo 1181.º, n.º1 CC desde que sujeito a registo pelo artigo 1184.º
CC;
Artigo 2292.º CC;
Artigo 127.º, n.º2 CC.
o Limites convencionais de responsabilidade: os artigos 602.º e 603.º CC
contêm regimes de limitação negocial de responsabilidade. O artigo 602.º
CC tem uma limitação positiva (limitar a responsabilidade do devedor a
alguns dos seus bens) e uma limitação negativa (determinados bens sejam
excluídos da execução). Nada impede que essa limitação esteja sujeita a
condições ou só opere para certas dívidas que o devedor tenha perante o
credor. O artigo 603.º CC regula um caso especial de limitação de
responsabilidade no caso de doação ou em testamento. Fica claro que as
partes podem restringir o objeto da penhora, mas não podem esvaziar o
direito à execução pois este é um direito irrenunciável.
o Limitações decorrentes da separação de patrimónios: a separação pode ser:
Absoluta: o executado tem no seu património uma certa massa de bem
que está destinada à dívida. Havendo plena autonomia patrimonial,
certos bens só respondem por certas dívidas e mais nenhumas.
Relativa: há uma massa que responde preferencialmente pela dívida e
outra que responde subsidiariamente. Não havendo autonomia
patrimonial, temos um fenómeno de responsabilidade subsidiária
(artigo 745.º CPC).
Existem dois tipos de responsabilidade subsidiária:
o Objetiva: a subsidiariedade tem lugar no interior do património do executado,
em resultado da existência de separação de patrimónios. Há uma parte
constituída por bens que está delimitada, autonomizada do restante
património, na medida em que não responde de imediato por qualquer
dívida, mas apenas pelo pagamento de determinadas dívidas. Aqui a
condição de penhora dos bens do executado que respondem em segunda
linha é uma prognose fundamentada de falta ou insuficiência dos bens do
executado que poderiam ser primariamente executados. (artigos 745.º, n.º5
complementado pelos 740.ºa 742.º e 786.º, n.º1, alínea a) e 752.º, n.º1 CPC).
Situações de bens que beneficiam de um regime de responsabilidade
subsidiária objetiva:
Bens comuns, sendo a dívida própria (artigo 1695.º CC) ou bens
próprios sendo a dívida comum (artigo 1696.º CC);
Bens onerados com garantia real a favor do credor (artigo 697.º CC
115
e 752.º CPC).
Artigo 697.º CC: o devedor que for dono da coisa hipotecada tem o direito
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substantiva objetiva:
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é manifesto que os bens do devedor principal não chegam, poderá afetar logo os bens
do devedor principal e os bens do devedor subsidiário, o mesmo acontece com os
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cônjuges, se for evidente que os bens comuns não chegam pode já indicar à penhora os
bens próprios.
O artigo 745.º CPC foi bastante simplificado (vide esquema 20 do livro AAFDL).
Temos de ver três hipóteses diferentes:
1. Ação executiva é proposta apenas contra o devedor subsidiário: neste caso remos de tomar
em atenção pois apenas pode ser feita em processo ordinário (artigo 5503.º, n.º3,
alínea d) CPC), não pode ser nunca por forma de processo sumário, isto porque
há algum risco desta execução ter aqui uma irregularidade, por se estar a
demandar alguém que tem o benefício da excussão prévia, e por essa razão o juiz
tem de apreciar o requerimento executivo.
2. Ação executiva é proposta contra o devedor principal;
3. Ação executiva é proposta contra o devedor principal e contra o devedor subsidiário.
Quanto às impenhorabilidades totais/absolutas, relativas e parciais, há que as distinguir.
Parte-se da ideia de que a impenhorabilidade é excecional Devemos começar sempre as
respostas pelo artigo 601.º CC, ou seja, o património (em geral) é garantia geral das
obrigações e pelas dívidas do devedores, respondendo todo o seu património, salvo
aquilo que é impenhorável, ou salvo o que tenha sido convencionado a não ser
penhorado (artigo 602.º CC). Depois de se falar do artigo 601.º CC, temos de ver os
casos em que existem bens impenhoráveis.
Esquema 21 do Livro AAFDL:
1. Impenhorabilidades em sentido próprio e em sentido impróprio: quanto às
segundas, temos de conhecer as impenhorabilidades da mesma pessoa (caso de
subsidariedade real) e as impenhorabilidades com responsabilidade subsidiária
pessoal. Nota: os direitos de terceiros sobre bens penhorados (última coluna
destes esquemas nao sai para o teste), os quais devem embargar de terceiro.
2. Quanto às impenhorabilidades absolutas temos de distinguir o que é a
impenhorabilidade em função da natureza do objeto e em função da relação
desse objeto com a pessoa. Há objetos que não são impenhoráveis mas porque
a pessoa usa aquele objeto numa determinada forma são objetos impenhoráveis.
Nota: há partida, não podem ser penhorados bens públicos porque eles estão
afetos a uma determinada função pública.
Quando se fala que é excecional interessa saber se existe analogia nos casos de
impenhorabilidades atípicas. Stuações em que a penhora não está aqui no elenco de
bens impenhoráveis do artigo 736.º e 737º. CPC mas ela própria é uma ofensa
inadmissível ou uma restrição inadmissível de direitos fundamentais.
Nos artigos 602.º e 603.º CC temos os casos de impenhorabilidade convencional: no
caso do artigo 603.º CC temos exceções ao artigo 601.º CC, ou seja, por convenção das
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partes, seja exequente/executado, seja por terceiro, há bens que não respondem pelas
dívidas. Se os bens forem não sujeitos a registo, a cláusula só é oponível aos credores
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cujo direito seja anterior à liberalidade, estamos a falar de situações em que os bens não
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são sujeitos a registo, pois se dor um bem sujeito a registo e a dívida posterior à doação,
de acordo com o artigo 603.º, n.º1 CC, respondem pelas obrigações posteriores à
liberalidade, logo se a obrigação fosse anterior à liberalidade aquele bem doado não
responde porque o credor não contava com aquele bem no património do devedor, foi
doado posteriormente. Ora, neste artigo 603.º CC, protegem-se credores posteriores,
porque esses conhecem o executado, já com esse bem no seu património, os anteriores
estão a ser desprotegidos porque nunca contaram com aquele bem no património do
devedor. Aquele bem está imune à penhora das dívidas presentes e futuras.
O professor Lebre de Freitas classifica as impenhorabilidades em sentido próprio
como:
1. Absoluta (artigo 736.º CPC);
2. Relativa (artigo 737.º CPC);
3. Parcial (artigo 738.º CPC);
4. Derivada (Artigo 739.º CPC);
5. Atípica (artigo 18.º, n.º2 CRP).
No caso do o artigo 1184.º CC temos bens em trânsito, bens que têm de ser
transmitidos a outra pessoa mas que têm de ser penhorados na esfera do mandatário,
tendo de ser entregues ao mandante e não ao mandatário.
Assim, bens inalienáveis, não se podendo vender, não vale a pena penhorar bens que
não podem ser vendidos, porque a penhora é instrumental à venda executiva, sendo
uma impenhorabilidade absoluta de acordo com o artigo 736.º, alínea a) CPC. Embora
possa ter valor de mercado, não pode ser penhorado porque não pode ser vendido.
Nem tudo o que é impenhorável é inalienável: há bens que não e penhoram mas podem
ser vendidos, não podem ser vendidos é em venda executiva, porque não podem ser
penhorados.
Quanto ao conceito de economia doméstica, existe uma divergência na densificação do
conceito indeterminado: Rui Pinto parece definir economia doméstica como um
colchão e pouco mais. Muitas pessoas, o que têm é a casa e o recheio da casa. O que se
tem discutido é em relação os bens essenciais. A bitola terá de ser a família média e a
utilidade aferida pela pessoa: tem de se considerar um padrão abstrato e ainda que eles
sejam muito caros se só existirem aqueles bens são impenhoráveis.
Tendo que se atentar: a impenhorabilidade é uma qualificação prévia, é anterior a
penhora.
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i. Rui Pinto: considera que não se trata de uma garantia real porque
não há sequela, pois os bens já não saem da esfera do executado; além
disso, há garantias que são meramente obrigacionais, como seria aqui
o caso;
ii. Lebre de Freitas: considera que se trata de uma garantia real
processual, porque se pode opor a outras execuções.
b. Se houver vários credores a concorrer aos mesmos bens, todos eles
aparecerão na reclamação de créditos e os seus direitos serão graduados, não
tendo o exequente que ficar em primeiro lugar: a execução singular
transforma-se em execução coletiva, e é por isso que dá jeito a subfunção de
garantia da penhora.
c. Artigo 822.º, n.º2 CC: manda prestar atenção ao arresto porque se este existir
antes da penhora, ele converte-se em penhora e esta fica com essa data
anterior, porque o arreto tem os mesmos efeitos da penhora
2. Subfunção de conservação dos bens:
Indisponibilidade material absoluta: existe para evitar que os bens desapareçam ou
pereçam.
a. Corresponde à apreensão/desapossamento na penhora de coisas móveis;
quanto à penhora de direitos, como estes não estão associados a uma posse,
corresponde a uma inibição de exercício dos poderes de gozo e
aproveitamento sobre o bem, poderes esses que ficam à ordem do tribunal;
b. São duas as manifestações deste direito:
i. Quando o direito penhorado seja um direito de crédito sobre terceiro,
nos termos do artigo 777.º CPC, há uma alteração do regime de
cumprimento, que é uma decorrência deste efeito: o terceiro cumprirá
perante o agente de execução e já não perante o executado;
ii. A penhora de estabelecimento comercial faz-se por um auto,
enumerando-se todos os direitos existentes, continuando depois o
estabelecimento a funcionar normalmente, sob gestão do executado
com fiscalização nomeada pelo juiz, ou quando o exequente se opuser,
sob gestão de administrador nomeado pelo juiz (artigo 782.º CPC).
Indisponibilidade jurídica relativa: existe para evitar que o executado aliene os bens.
É o efeito mais importante, por ser aquele que tem mais consequências práticas.
Atualmente, a penhora implica que o bem penhorado não pode ser vendido,
porque a lei determina que todos os atos de oneração e disposição dos bens
penhorados são ineficazes.
a. Oneração inclui o arrendamento.
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bens assegura, portanto, a viabilidade da venda executiva dos direitos sujeitos à penhora
cumprindo uma função conservatória que, como o autor nos diz, é:
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executado?
De acordo com o artigo 819.º CC, estes são atingidos de ineficácia relativa destes atos:
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como diziam Anselmo de Castro e Alberto dos Reis: os atos são válidos, o executado
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não ficou privado dos poderes de disposição, estes só não produzem efeitos enquanto
estiver o bem penhorado. Assim, e segundo Miguel Teixeira de Sousa, e à luz do
princípio da proporcionalidade, a indisponibilidade e ineficácia não se estende a outros
efeitos que não contendem com a satisfação deste interesse.
Convém, por fim, referir que a inoponibilidade objetiva resultante da penhora dita que
apenas o efeito dispositivo e onerador são tocados pela ineficácia. Porém, a
proporcionalidade que a esta tem de se ater, ao imitar somente a estes, também limita
temporalmente estes seus efeitos: a inoponibilidade apenas se abate sobre os
incompatíveis com as pretensões do exequente e credores reclamantes. Mas tal não
impede que a impugnação pauliana possa proceder.
Em síntese
São três os efeitos da penhora de coisas:
1. Concessão de preferência (artigo 822.º CC): estamos a dizer que alguém que
constitua a penhora em primeiro lugar vai receber primeiro pelo produto da
venda. Tem preferência quem constitui o direito real em primeiro lugar. O que
acontece quando temos penhoras de diferentes graus? O direito do primeiro
tem preferência sobre o do segundo. O segundo já não receberá nada se o valor
se esgotar com o primeiro. Mas, o segundo entra na ação do primeiro na fase
de reclamação de créditos: mas quem rem garantia real constituída antes ou
depois da penhora não entra na execução por embargos de terceiro. Reclamam
créditos titulares de garantias reais e embargam de terceiro outras pessoas que
não titulares de garantias reais.
2. Desapossamento do executado: quando existe a penhora de um bem dá-se o
desapossamento, ou seja, o titular executado perde a posse do bem, mas não
significa que deixa de ter poder sobre o bem. Nota: a penhora não tem efeito
translativo, a ação executiva sim. A penhora não provoca a transmissão do
direito de propriedade. A penhora leva à transmissão da posse mas não a
transmissão do direito. Esta ideia de desapossamento está pensada para as
coisas, não para créditos. No caso destes créditos, há a perda da legitimidade
para cobrar crédito (artigo 820.º CC).
3. Indisponibilidade jurídica (artigo 819.º CC): sempre que estejamos numa
situação em que o bem foi penhorado e a seguir ocorre o ato transmissivo,
onerador ou de arrendamento do bem, temos uma situação em que o ato é
ineficaz (não é inválido/nulo). O que acontece é que a transmissão não sendo
eficaz, não é oponível perante os credores da execução (eficácia relativa –
ineficácia perante credores exequentes e credores reclamantes). Só deixa de ser
ineficaz se os credores derem o seu acordo à transmissão do bem. Tanto o ato
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Oposição à penhora: seja qual for o meio utilizado, o pedido é sempre o mesmo:
levantamento da penhora – extinção da penhora mediante a sua revogação.
Quanto aos meios, temos, consoante o impugnante for:
a. O executado: tem como formas de impugnação a:
de execução.
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Embargos de terceiro
É um incidente declarativo da execução, não podendo por isso existir depois de extinta
a execução, sendo regulado como um incidente de intervenção de terceiros (artigo 342.º
CPC).
Há um prazo essencial, previsto no artigo 344.º, n.º2 CPC: 30 dias a contar do ato da
penhora ou do conhecimento desse ato, mas nunca depois dos bens terem sido
vendidos pois, aí, terá que seguir para ação de reivindicação. Mas, há que ter em atenção,
este prazo é um prazo material de caducidade e, portanto, é contado nos termos do
Código Civil e não nos termos do Código de Processo Civil, sendo, por isso, um prazo
não contínuo e de conhecimento oficioso, cabendo à parte passiva o ónus de provar
que a caducidade já se verificou.
Tem, assim, duas fases:
1. Introdutória: decorre entre o terceiro e o tribunal e tem natureza de tipo cautelar.
Serve para o terceiro procurar demonstrar a aparência do bom direito (o fumus
boni iuris) do artigo 345.º CPC. Começa com a petição inicial, há despacho
liminar, há prova e há um segundo despacho do juiz de rejeição ou recebimento
dos embargos.
a. Efeitos da rejeição (artigo 346.º CPC): não obsta a que se proponha outra
ação de reivindicação ou de simples apreciação positiva, porque o
despacho não faz caso julgado material;
b. Efeitos da receção (artigo 347.º CPC): suspende o processo contra os bens
em causa e restitui-se provisoriamente a posse ao terceiro, embora a
penhora se mantenha, se o embargante a pedir, sendo que o terceiro fica
como depositário, notificando-se as partes primitivas para contestar
(artigo 348.º CPC).
2. Contraditória: decorre entre o terceiro, o tribunal e as partes primitivas da ação
executiva. Tem uma natureza tipo declarativo e segue-se os termos do processo
comum: despacho saneador > audiência prévia > audiência de julgamento > sentença.
E tem uma causa de pedir complexa: é necessário que tenha ocorrido um ato
concretamente ofensivo de um direito ou da posse do terceiro. Este ato pode ser a
penhora, um arresto, uma restituição provisória da posse ou qualquer outro ato, pois
esta figura é um meio de oposição não só aplicável à ação executiva. Há uma ofensa
concreta quando:
1. O direito é incompatível com o âmbito da penhora: a penhora é mais vasta do
que devia ser e prejudica o terceiro pelo seu registo;
2. O direito é incompatível com o ato da penhora: a penhora é mais vasta do que
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à execução:
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Mas, atenção, o protesto por reivindicação é relevante ter-se em conta (artigo 840.º
CPC): se o objeto da execução e da ação de reivindicação forem coisas móveis, estas
não podem ser entregues ao comprador em venda executiva e o produto da venda não
é levantado sem que se preste caução
podemos ter:
1. 30 dias a contar do ato ou do conhecimento do ato, se o impugnante for terceiro
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sanada se ele intervier na execução sem logo arguir esta falta de citação (artigo 189.º, n.º1
CPC).
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depois desta. Cabe a esse agente a realização das citações que devam ter lugar por causa
da penhora e aquando da penhora (artigo 786.º, n.º1 e 2 CPC).
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A omissão da citação do cônjuge do executado tem o mesmo efeito que a falta de citação
do réu, podendo importar o disposto no artigo 786.º, n.º6 CPC. Pelo mesmo artigo é
conferido ao cônjuge uma indemnização segundo a medida do enriquecimento sem causa
do exequente ou de outro credor pago na vez dele e segundo a medida do dano provocado
pela pessoa a quem seja imputável a falta de citação. Contudo, a nulidade pode ser suprida
por repetição do ato de citação do cônjuge (artigo 202.º CC).
Citados nos termos dos artigos 740.º, n.º1 e 786.º, n.º1, 2.ª parte CPC, o cônjuge do
executado pode, no prazo para a oposição (20 dias – artigo 740.º, n.º1 CPC) – requerer a
separação dos bens (artigo 825.º, n.º5 CPC) ou juntar certidão de ação de separação
pendente já requerida. Fica suspensa a execução mas não o fica a penhora.
Citação dos credores reclamantes: após a penhora ocorre, a par da citação do cônjuge, ,
ocorre a citação dos credores reclamantes (artigo 785.º, n.º1, 2 e 5 CPC).
São citados pelo agente de execução que tem competência para tal (artigo 719.º, n.º1 CPC).
Procede, assim, o agente de execução é citação oficiosa destes credores titulares de
garantias reais (artigo 786.º, n.º1, alínea a) CPC).
Quanto aos direitos reais de garantia que não estejam registados, eles são conhecidos no
processo por alguma das vias especialmente criadas para o efeito:
O exequente pode indicar credores que conheça no requerimento executivo;
O executado tem o dever de indicação de direitos, ónus e encargos e sob pena de
condenação como litigante de má fé (artigo 753.º, n.º3 CPC);
Oficiosamente, pelo agente de execução, no ato de apreensão do bem (artigo 747.º,
n.º2 CPC);
O juiz pode conhecer oficiosamente da existência de uma garantia real.
O credor que seja conhecido por alguma destas vias deve ser citado. O credor
desconhecido do processo pode reclamar espontaneamente o seu crédito (artigo 788.º,
n.º3 CPC). A sua citação é feita nos termos gerais (artigos 227.º e seguintes CPC). A
citação destes credores apenas pode ser pessoal.
Procedimento de penhora: antes de tudo, tem sempre de haver a indicação dos bens:
pelo exequente (artigo 742.º, n.º2 CPC);
Pelo exequente e pelo executado no caso de não terem sido encontrados
bens (artigo 750.º, n.º1 CPC);
Dispensa de indicação de bens (artigo 752.º CPC).
E a penhora desenvolve-se, tendo várias fases:
A penhora começa desde logo a delinear-se no
requerimento executivo porque o artigo 724.º CPC
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imobilização e o n.º3 do
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3. Lebre de Freitas:
só se tiver prova
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inequívoca (mais
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se o problema da natureza
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ii. Preferência em relação a credor sem melhor preferência (artigo 822.º CC).
ou ambas as vertentes?
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propor-se uma ação executiva contra o terceiro, não para pagar o crédito que esteja
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em causa, mas para restituir o bem à execução. No caso em que apenas tenha
pedido a ação de impugnação pauliana, tem direito a atacar (problema das
condenações implícitas, pois se ele tem o direito à atacar ela tem o dever de restituir
à execução).
3. A ação de impugnação pauliana só releva até à fase da penhora. É, assim, muito
importante depois da citação para a ação executiva e até à penhora do bem, por
isso é que, às vezes, se pede a dispensa de citação prévia quando o processo seja
ordinário.
4. Depois da penhora, temos uma coisa muito melhor: artigos 819.º e 820.º CC.
determinam que qualquer bem penhorado, se for alienado, não de precisa dessa
impugnação pauliana, é logo ineficaz.
5. Mas existem divergências quanto à legitimidade:
a. Rui Pinto: tem o livro desatualizado já que Lebre de Freitas mudou de
opinião com a nova edição da obriga. Rui Pinto fala-nos de uma divergência
entre o Sr. Dr. Juiz Conselheiro Amâncio Ferreira e Lebre de Freitas,
mas tal divergência já não existe já que Lebre de Freitas entendia que a
legitimidade do terceiro adquirente do bem em impugnação pauliana aferia-
se pelo artigo 53.º, n.º1 CPC, porque dizia que existia título executivo contra
ele que era a própria sentença, já Amâncio Ferreira dizia que ele não é
devedor, não deve nada, mas temos uma sentença contra ele, mas a sentença
só é relevante não para exequibilidade mas para a legitimidade dele, para que
possa ser demandado. E porque é que temos de o demandar? Não se pode
bater à porta de uma pessoa e pedir o bem sem que essa pessoa seja
notificada, aquela pessoa não é executada, mas é um terceiro que tem um
bem que tem de ser entregue à execução e é por isso que se faz uma aplicação
analógica do artigo 54.º, n.º2 e 3 CPC, nos caso de impugnação pauliana.
6. Não é por existir uma sentença de procedência de impugnação pauliana que temos
imediatamente um título executivo contra o devedor, é um título integrado, não
basta a impugnação pauliana: esta apenas releva para a legitimidade (não sendo
relevante para a exequibilidade).
7. E quando não se tem nenhum (nem título executivo nem integrado): coligação de
impugnação pauliana e condenação do devedor no pagamento daquilo que deve e,
assim, com a mesma sentença pode-se demandar os dois.
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