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Sergio Ronchi
PREFáCIO
A meus pais
A Reforma do século XVI, mesmo nas formas variadas e diferenciadas que veio a
assumir em conformidade com as evoluções históricas e culturais e as
circunstâncias,
configura-se substancial e fundamentalmente como um movimento puramente religioso,
um verdadeiro e próprio evento espiritual:
consequente necessidade de a proclamar com rigor. E os reformadores não foram
agitadores políticos, não estavam ao serviço de causas políticas, nem eram heróis
nacionais. Não obstante, a sua actividade de homens de fé não podia, obviamente
deixar
de incidi cultural contemporâneos e
-. Por outro lado, como salienta Bainton, *a Reforma fez co-mqÜê@ -ar-e-Figiffiõ
e-,
sobretudo, a confissão religiosa em particular, se tornasse um fenómeno decisivo na
política por mais de um século e meio@>. Na sua essência mais profunda, a Reforma
não
foi nem pretendeu ser directamente uma resposta polémica às confrontações do
catolicismo romano. Ao invés, foi e quis ser o anúncio do Evangelho de Cr
a a, a reafirmarão mais intransigente (embora por vezes em termos
negativos e nem sempre compartilháveis) da centralidade da Palavra de Deus, da fé
em
Cristo crucificado e ressurgido. A posição critica da Reforma nas confrontações com
a
Igreja e nas relações entre ela e a sociedade como corpus christianum, não deriva
afirma Subilia - *de uma reacção a uma decadência de ordem moral. Nesta base, o
protesto da Reforma não teria uma justificação válida: Lutero tinha plena
consciência
disso. Estavam em . o razões de fé e não de prática histórica: a prática histórica
é
apenas o reflexo, mais ou menos adequado, de urna convicção teológica+.
Por conseguinte, os reformadores - pode facilmente deduzir-se isso dos seus
escritos -, estavam animados, na sua acção, de uma convicção de fundo: a~Reforma
da
Igreja era uma obra, não deles, mas depor,, No entanto, tratava-se sem dúvida de
uma
cura das almas, a imitação de Cristo - constituíam valores agora distantes que
encontravam expressão quase apenas numa terminologia devocional estereotipada. E a
reacção de Lutero, para falar dele, mas como poderosa síntese das instâncias
reformadoras, perante esse malogro, era, nas suas intenções, mais profunda,
católica.
Algumas
teses sustentadas mais tarde pela Reforma não soavam, inicialmente, aos ouvidos de
um
cristão da época, como coisas *revolucíonárias+, ou melhor, tão pouco *catóficas+
que
lhe perturbavam a alma e até as tradições *eatólicas+. Quando a essa acção e
atitude
puramente exteriores foi contraposta por novos predicadores, pessoalmente
convictos, a
força espiritual da Palavra de Deus na Escritura, tornou-se fácil a muitos
substituir as
formas, embora teoricamente ainda correctas, mas agora esvaziadas de todo o
significado, por uma substância nova e espiritualmente construtiva: m ' uitos
passaram-se
definitivamente para a Reforma, porque sentiam a necessidade de
int`miam'@ e era esta ia ara a Igrda tradj@Lona1__c@
a eygenc
dificuldades tão profundas.
AssimIa-vonráde ---de re@forma, que durante longo tempo permanecera em
estagnação,
abriu finalmente caminho com facilidade, quase elementar, lançando-se nas massas e
tornando-as protagonistas da reforma, aferrando-as, por assim dizer, à consciência
*católica+ nas suas instâncias mais profundas. Muitos historiadores católicos
actuais não
hesitam em reconhecer que, se houve culpa, a mais grave foi da Igreja, que não se
esforçou, nas suas instâncias hierárquicas, o suficiente para admitir o que havia
de
católico nas doutrinas renovadas no sentido bíblico.
De tudo isto, verificasse que a Reforma, se é lida como acontecimento
histórico com
as consequências e implicações inerentes, está, todavia, mais compreendida e
aprofundada no terreno espiritual, cultural e teológico que a justifica em
profundidade
e torna
rica de significado até hoje. Por esse motivo, a estrutura interna desta nossa
apresenta
ção d4'@form@ analisa sobretudo-as b I@oçs essenciais do Knsamento
reformado, salienta ndo os momentos essenciais nunca aband ados r
e'a
--- Qn ---- pp
e risse Reforma. Na segunda parte,
procuramos estudar dentro da
multidões do século XVI, ainda não alcançou totalmente os seus objectivos; por
conseguinte, lançou-se até agora - nos sectores mais vivos e activos - no
regresso
radical ao Evangelho que constituí a descoberta e drama dos grandes
reformadores e da
primeiríssima Reforma na sua globalidade.
1. Os fundamentos
essenciais da Reforma
OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
*Apenas a Palavra
de Deus e Cristo+:
assim define Lutero
a sua descoberta
como descoberta-de
;à *Deus m@@@dioso+; a relação
de Lutero com a
tradição cristã é
muito mais forte
que nos outros reformadores, e resulta comovente o
NN seu apego apaixonado a
Cristo; esta
imagem de Cristo,
existente no célebre
mosaico do século
:'_?kl 7 É
fizessem afluir dinheiro. Entre muitos, o mais eficaz foio das__i@' cias.
ic ---to- e Roma a
Babilónia, segundo as imagens bíblicas do Apocalipse; a Igreja visível não
era a verdadeira 1
--- g@@J@de, @Cristo e a
administração dos sacramentos por
parte do clero era negada como legítima (um padre indigno não pode
exercer esse ministério). A revolução,
numa palavra, achava-se às portas.
O pressuposto histórico da Reforma
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OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
Gravura alemã do
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OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
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e,@ressiva, @abun@,lância @ee 'cacarejaria lingt Ls@ica.
XLI.
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guiares para que a possam ler, meditar, escutar e se aperfeiçoem em face
dela. Por conseguinte, a Bíblia não é
monopólio dos eclesiásticos: cada um
pode exprimir a sua opinião em matéria doutrinal.
A relação que Deus cria entre ele e
cada crente (assim como com a comunidade no seu conjunto), através da
sua palavra, é uma r
dade. *Exame livre+ assume então a
acepção de pesquisa pessoal da verdade bíblica. Esta palavra domina a fé
e a teologia (ou seja, a fé que se
reflecte em si própria e quer ser bem
OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
12
11@@
OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
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nem única.
A ética da Reforma é uma ética da
liberdade: vendo infringido a teoria
dos méritos, ou seja, uma teologia das
obras, o crente vive por graça e, por
conseguinte, é responsável das suas
opções e decisões. Trata-se de uma
ética que emana directamente da fé em
Cristo crucificado; por outras palavras
é uma ética do serviço e pode sê-lo
desde que constitua vocação.
13
OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
14
DEUS TRINDADE
PAI-FILHO-ESPíRITO
opera
por pura rdiament
rnIsenco e mediante a
gratuita a *eleiçâo soberana+ sua palavra
do homem
(predestinação)
MANIFESTADA OPERANTES
na predicação
nas Escrituras Sagradas
do Evangelho de graça
FÉ
-EKKLESIA.
produz a resposta
de fé e arrependimento
constitui o
sacerdócio universal
na na
úNICA PALAVRA úNICA GRAÇA
vivem-se na testemunham-se
*pura fé- na ética
são ajudados
e alimentados
pelos
BAPTISMO
SANTA CEIA
imersão na comunhão com
motte-ressurre'çao Cristo salvador e com
de Cristo os irmãos na fé
OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
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OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
17
OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
@O
-é;
18
,cwi.
O papa Paulo VIfoi o primeiro pontífice
de Roma que visitou o Conselho Mundial
das Igrejas, em Genebra, a 10 de Junho
de 1969; a Igreja Católica não faz parte
do Conselho Mundial., em que participam
cerca de trezentas Igrejas Evangélicas e
Ortodoxas Orientais; não se trata de uma
Igreja super, mas uma
com vista ao estudo da m
lica e da m no mundo.
OS FUNDAMENTOS DA REFORMA
Embora tendo fé no *princípio
subjectivos intrinsecamente essencial
à Reforma, depressa se sentiu desde
os próprios primórdios da Reforma a
necessidade de formular os dados objectivos da fé em textos denominados
Confissão de Fé ou Escritos Simbólicos (em referência aos antigos símbolos de fé
que nunca foram rejeitados).
19
2. Os grandes reformadores
1. *Reforma+ e *protestantismo+
lico: o púlpito e a ii
periodi`
21
OS GRANDES REFORMADORES
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OS GRANDES REFORMADORES
23
OS GRANDES REFORMADORES
24
11 _ZL
e Inglaterra, onde o Estado sabia fazer-se respeitar pela Igreja, na Alemanha (um
conjunto de estados heterogéneos unificados no Sacro Império
Romano) florescia um próspero mercado de cargas eclesiásticas.
OS GRANDES REFORMADORES
O mais antigo documento (datado de
1187, agora conservado nos Arquivos
Municipais de Lião) referente a Pedro
Valdo, abastado negociante daquela cidade, que renunciou a todos os bens para
pregar a pobreza evangélica, poucos anos
tes de Francisco de Assis (118
an 1-1226);
trata-se do testamento do canónico Estêvão de Anse, que deixa em herança à
Catedral de Santo Estêvão <,um forno
pertencente a Vàldo@>. Este último, nascido em Beaujolais, morreu na Boémia em
1205, e os seus seguidores, denominados
< Valdenses+ ou <,pobres de Lião+, formaram uma seita de pregadores laicos que
condenavam a riqueza do clero e reclamavam as traduções da Bíblia em línguas
vulgares; no séc. XVI, aderiram à Refio rnia, aceitando a confissão de fé
calvinista.
OS GRANDES REFORMADORES
26
OS GRANDES REFORMADORES
27
SÉCS. XVI-XVII
LUTERO ZWINGLI-CALVINO
ORTODOXIA PROTESTANTE
busca de preferência através
dos *Loci communes+ de Melâncton
ESCOLASTICA REFORMADA-CALVINISTA
ESCOLA ESCOLA
'FUNDAMENTALISMO TEOLOGIA EXEGETICO-
TEOLóGICO BíBLICO SISTEMATICA -FILOLõGICA
-HISTORIOGRAFIC,
método técnico para Exegese bíblica e tem como expoentes
sobretudo com Isaac
compreender as história eclesiástica eni Basileia dois
Casaubon
Escrituras. Afirmação
fornecem à dogmática hebraístas, pai e filho: (1559-
1614), discípu
@A sobre
as fontes da
antigui
dade cristã
E@@@@ PROTESTAN
ou *Dogmática da Reforma luter
CATHEDRA LUTHERI
GUSBERT JOHANNES MUISE
de Vitemberga VOETIUS COCCESUS AMYRAUT
Baluarte da ortodoxia, cria (t 1676) (1603-1669) (t 1664)
uma escola teológica fazendo defensor do desenvolve a desenvolve
convergir as várias disciplinas calvinismo teoria bíblica largamente a
na dogmática rígido mais livre das teologia da
tradições predestinação
convencionais mas em sentid
moderado
SÉCS. XVI11-XIX
ESCOLA MíSTICA
já presente na pimeira Reforma, adquiriu
CONSERVADOR RADICAL
Contrapõe à objectivi- Os maiores expoentes.
dade doutrina] da orto- são: João Sal M'
o '10
doxia o valor da expe- Sentler (1725-1791);
riéncia subjectiva, mas iniciador da teologia de
sempre baseada e con- orientação histórica,
trolada no texto bí- distingue entre teologia
blico. Com o roman- e religião, procura um
tismo, actua larga- acordo entre revelalção
mente na teologia e natural e revelação bípiedade protestantes, blica.
com influxos sobretudo Hermann Samuel Reino século XIX. marus (1694-
1768);
principal representante
da tendência mais radícal, que nega toda a
revelação positiva em
nome do naturalismo;
explica a origem do
cristianismo como engano dos discíp ulos
que roubaram o corpo
de Jesus e difundiram a
fábula da ressurreição.
ESCOLA ESCOLA
RACIONALISTA SUPERNATUsegue a Bíblia, mas RALISTA
interpretando o con- entende a religião
teúdo segundo as ca- como um conhecitegorias da razão; é mento da realidade
representante dessa invisível; limita a raorientação Emanuel zão em nome
da fé,
Kant, corri o seu es- demonstra a necessi@n_tj.-'A Religião nos dade e realidade
da
Limites da simples revelação bíblica com
Razão. motivações racionais,
mantendo-se sempre
na esfera duminista.
PIETISMO
Movimento interconfessional e internacional, que
atinge a literatura mística no século XV11;
OS MESTRES
Gijsbert Voet (Voetius) (t 1676), iniciador do pietismo nos Países Baixos, depois
difundido na
Alemanha do Norte e Ocidental.
AS ESCOLAS
Escola de Filipe Jacob Spencer (1635-1705),
funda os Colegía pietatis; com a obra Pia desider ia, promove a meditação da
Bíblia, menos disputas, mais assiduidade à prece e predicação menos
escolástica e mais prática.
OS GRANDES REFORMADORES
30
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V
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31
OS GRANDES REFORMADORES
à~
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32
Li
c) A liberdade do cristão
Este caso religioso acabou por exceder os limites germânicos, para assumir as
dimensões de uma verdadeira
questão europeia. Entretanto, o papa
Leão X, com a bula Exsurge Domine
(15 de Junho de 1520), ameaçou Lu
OS GRANDES REFORMADORES
OS GRANDES REFORMADORES
34
O núcleo da questão
amplo contexto das lutas confessionais do século XVI - consistia em
reconhecer qual era a verdadeira
Igreja, individualizando-lhe as características (as notae ecclesiae). A Confissão
de Augusta (1530) - redigida
por Melâncton, Lutero e outros teólogos, confissão de fé ainda hoje de
todas as Igrejas Luteranas - define a
Igreja como *a comunidade dos santos, em que se ensina o Evangelho
puro e administram correctamente os
sacramentos+. A estes dois sinais distintivos, Lutero acrescentou, de certo
modo, outro: a disciplina, como adesão
existencial coerente à mensagem
evangélica.
No livro Sobre o Cativeiro Babilónico da Igreja, ele põe em causa todo
o sistema.sacramental, portanto, eclesiológico (concepção e estrutura da
Igreja), da teologia católica. Assim, a
no mais
OS GRANDES REFORMADORES
f) A ética do testemunho
Em toda' esta situação, Lutero mostrou-se coerente e consequente com o
que anteriormente ensinara e escrevera.
35
OS GRANDES REFORMADORES
- na fé - aos mandamentos de
Deus, expressão de reconhecimento
do crente pela obra de salvação divina
em Cristo. E a acção moral não termina, pois, na salvação (Deus apenas
a opera), mas no amor para com o
próximo.
Da fé emana uma ética de liberdade
36
ILL
g) A Lei e o Evangelho
A lei exige sempre alguma coisa do
homem, ao qual mostra - sem possibilidade de solução positiva - a sua
finidade após o acto de rebelião do
homem a Deus. É a lei natural da qual
fala o apóstolo Paulo (Rom. 2, 14-15)
e de que existem duas utilizações possíveis: uma civil ou política - manter
a ordem e a paz na sociedade - e
outra teológica ou espiritual - o Decálogo.
OS GRANDES REFORMADORES
,Afivelar
. ....... .
OS GRANDES REFORMADORES
ir
OS GRANDES REFORMADORES
39
OS GRANDES REFORMADORES
010
%
40
tuas mãos, Senhor, confio o meu espírito.+ Era o que encerrava diariamente o ofício
divino na prece das
completas. Conseguiu ainda recitar o
versículo evangélico: *Deus amou
tanto o mundo, que deu o seu Filho
unigénito para que cada um que crê
nele não morra, mas tenha vida
eterna+ (João, 3, 16). Era o *Deus
misericordiosos que toda a vida procurara.
=-M
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OS GRANDES REFORMADORES
OS GRANDES REFORMADORES
5-9 L42
Quadro alegórico
que representa
A
Eduardo VI, ainda
rapaz, o qual, sob a
inspiração do pai
moribundo, Henrique VIII, teve a coragem de rejeitar
as pretensões do
papa (National
Portrait Gallery de
Londres).
OS GRANDES REFORMADORES
fli
OS GRANDES REFORMADORES
44
OS GRANDES REFORMADORES
política prudente,
restabeleceu, com
um novo Acto de
Supremacia, as leis
sobre a ordenação
eclesiástica que
Maria abolira.
Culto puritano no
claustro da Catedral de São Paulo,
em Londres, numa
pintura de cerca de
1620; o puritaismo foi uma
reacção a m undanização da Igreja,
sobretudo depois
das intervenções
restauradoras de
Isabel I.
45
OS GRANDES REFORMADORES
OS GRANDES REFORMADORES
OS GRANDES REFORMADORES
Os conflitos entre
católicos e reformados não se limitaram aos religiosos e teológicos e
assumiram formas
extremas de lutas
cruéis, em defesa
de direitos e bens,
mas também por
motivos mais directamente políticos dada a mentalidade da época, que
48
'é
OS GRANDES REFORMADORES
p;
Tereza, f@@
49
OS GRANDES REFORMADORES
Esta ainda não fazia parte da Confederação, mas era independente; uma
cidade em crise, que tentava esquivar-se à hegemonia da dinastia dos
Sabóias, assim como à francesa de
Francisco 1. Nessa conformidade, encarava Berna com uma esperança
mesclada de receio. Vivia uma situação internacional económica e politicamente
crítica. Era centro comercial
europeu de particular importância,
onde se perfilava o advento de uma
nova classe, mercantil e capitalista,
empreendedora, que superava a pequena nobreza genebrina e a çorte do
bispo-conde. Juntava-se a tudo isto
uma componente religiosa: por um
lado, artesãos e mercadores mostravam-se sensíveis ao protesto luterano
e exigiam o regresso à mensagem
evangélica na sua pureza, assim como
à sua liberdade de predicação e a
novas formas de vida religiosa; por
50
%afia /@'N
OS GRANDES REFORMADORES
I Ia-112
OS GRANDES REFORMADORES
OS GRANDES REFORMADORES
ir
OS GRANDES REFORMADORES
OS GRANDES REFORMADORES
igual dignidade.
I,
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OS GRANDES REFORMADORES
George Whitefield (1714-1770) famoso
pregador que estimulou, na Grã-Bretanha
e, sobretudo, na América, a renovação
cultural das Igrejas presbiterianas e metodistas, aqui reproduzido, durante um
dos seus sermões em Moorfield, por João
Collet. Entre outras coisas, WhitefleldJói
o fundador das Universidades de Princeton e Pensilvânia.
OS GRANDES REFORMADORES
59
3. Estruturas e vida
do protestantismo
61
62
A. O tipo luterano
Na época da Reforma, não havia
apenas diversas expressões da confissão de fé, mas também da liturgia e da
constituição eclesiástica. O princípio
geralmente mais seguido era anti-hierárquico, à excepção da Igreja Anglicana e da
Igreja Luterana dos Países
Escandinavos que, na -Suécia, conservou a sucessão apostólica e o título de
arcebispo. O ministério de predicador
ou de pároco, conquanto despido do
carácter sacerdotal católico-romano,
era considerado o essencial à vida da
Igreja e, portanto, o mais elevado.
Algumas seitas também refutaram
isto, por princípio contrárias a todas as
formas de ministério constituído.
Para o luteranismo, ao contrário do
calvinismo (e, naturalmente, para as
Igrejas derivadas dele), a constituição
eclesiástica era indiferente para a fé:
uma adiáfora, uma coisa estranha.
Em cima: baptismo
de uma criança
numa família metodista emigrada no
Novo Mundo (América setecentista).
As Igrejas de origem anabaptista
(à direita: um baptismo no rio numa
comunidade negra
americana) consideram necessário o
acto de fé consciente no baptizado.
ESTRUTURAS E VIDA DO PROTESTANTISMO
63
B. O tipo reformado-calvinista
O ordenamento eclesiástico reformado desenvolveu-se diferentemente
e de forma típica não tanto em Zurique
e Genebra como nas Igrejas que encontraram o Estado hostil e tiveram de
lutar pelo direito à existência. A posição reformada distingue-se teologicamente da
luterana, porque para os
Calvinistas a constituição eclesiástica
64
está ligada mais intimamente à confissão de fé e é, por isso, menos uma
adiáfora como para os Luteranos: a
Igreja deve ser governada unicamente
segundo o ordenamento instituído por
Cristo, que se pode deduzir do Novo
Testamento. No Sínodo Nacional das
Igrejas Reformadas da França (Paris
1559), juntamente com a Confession
offoy, foi redigida a Discipline ecclésiastique, *como está contida nos escritos
dos apóstolos+. O elemento basilar da constituição eclesiástica é a
própria comunidade dos crentes, que
lhes manifesta a plenitude da Igreja,
Os ministérios foram instituídos
para que o Senhor pudesse governar a
sua comunidade através deles. Nor@
malmente, são indicados quatro: dos
Pastores, doutores a n cjk
ESTRUTURAS E VIDA DO PROTESTANTISMO
Baptismo de Carlos Filipe, segundo filho
dos soberanos da Suécia Carlos Gustavo e
Sílvia; embora aderindo à Reforma, a
Suécia continuou a manter a estrutura
eclesiástica de tipo episcopal, juntamente
com grande parte do estilo litúrgico romano-católico, como se pode ver aqui,
quer nos paramentos do arcebispo luterano, quer tio cuidado particular atribuído
àfonte baptisnial; de resto, o baptismo continua a ser, na Igreja Reformada
da Suécia, um dos dois sacramentos (a par
da Santa Ceia).
nos. Os dois primeiros referem-se ao
ministerium verei: predicação e ensino da Palavra de Deus (no entanto,
por vezes estão compreendidos num
único *rninistério da predicação+); os
anciães devem vigiar as comunidades
e exercer disciplina; os diáconos são
chamados à assistência dos pobres e
enfermos. Todos os ministérios têm a
mesma dignidade e não existe ordem
hierárquica entre eles, embora o ministério da predicação desfrute obviamente de
uma proeminência de função. Também as comunidades têm
%Nem
ESTRUTURAS E VIDA DO PROTESTANTISMO
S4
.. .......
Comunhão euca
rística na Santa
Ceia na Johannes
kirche de Dussel dórfia (em cima) e
(ao lado) distribui
Ção do pão euca ristico na Igreja da
Reconciliação da
Comunidade ecu
menica protestante
de Taizé, em
França; a Santa
Ceia é um dos doi,@
sacramentos, jun
tamente com o
baptismo, conser
vados em todas as
confissões protes
tantes (à excepção
de algumas seitas).
66
Comunhão euca
rística na Santa
Ceia na Johannes
kirche de Dussel dórfia (em cima) e
(ao lado) distribui
ção do pão euca ristico na Igreja da
Reconciliação da
Comunidade ecu
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França; a Santa
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vados em todas as
confissões protes
tantes (à excepção
de algumas seitas).
66
C. O tipo presbiteriano
O critério presbiteriano de organização da comunidade não foi originariamente,
ao contrário do luterano e
do reformado-calvinista, concebido
como representação democrática da
comunidade, mas em conformidade
com um critério cristocrático: ou seja,
todo o ministério deve executar as suas
funções sob a senhoria de Cristo na
Glória de Deus. O consistório, por seu
turno deve dirigir a comunidade e
exercer a disciplina sobre o conjunto
das congregações e comunidades individuais. As comunidades de uma
mesma zona estão ligadas a um sínodo, dito Colloque em França, Presbytery na
Escócia e no presbiterianismo da América, Kreissynode na
Alemanha, Classis na Holanda. Estes
D. O tipo congregacionalista
Outra forma de constituição eclesiástica, desenvolvida desde a época
da ReforTna e depois nos séculos seguintes até constituir hoje um elemento
importante na apologia eclesiástica protestante, é a do congregacionalismo. A
semelhança
do presbiterianismo, reconhece na comunidade
local o elemento fundamental e essencial da vida da Igreja, mas confere-lhe
uma maior e mais preponderante autoridade. A congregação, isto é, a
comunidade congregado em Cristo,
não reconhece qualquer autoridade
67
cattedra que deve predicar, desenvolver um sermão+ que Carlos Barth iniciou as suas
reflexões sobre a Palavra
de Deus que desembocaram na imensa
Kirchliche Dogmatik.
A. O estilo próprio da teologia pro testante
69
. . ....
bultrnannianismo, teologias da *morte
de Deus+, teologias políticas, teologias da esperança, teologias que se
esforçam por inscrever-se num universo secularizado.
Hoje todas as teologias que se inspiram na Reforma são assoladas por
uma nova problemática que, no entanto, se aproxima de certo modo dos
problemas já presentes no início. A
70
O sisma do coral
(aqui durante a cerimónia da có-nflr
luterana de Dusseldórfia) desenvolveu
uma grande tradiÇão musical; em
baixo: corais para o
culto de Eisenach,
cópia pertencente a
J. S. Bach, que,
com base em muitos
dos textos, neles
contidos, compôs as
célebres Cantatas.
71
72
73
Christoph Blumhardt
(1843-1919), filho do anterior, retoma a teologia e
espiritualidade do pai, mas
traduzindo-as num empenho político e anticapitalista, em ambiente totalmente laico.
REN@OVAÇAO
ESCOLA
BIBLICA BARTHIANA
EPOCA
CONTEMPORANEA
Séc. XX
EXISTENCIALISMO LINGUíSTICA
TEOLOGICO TEOLóGICA
verdadeiro núcleo
Deus no que há de
não-conceptualista. EOLOG IA
POLITICA
Escola E DA
BuItmanniana LIBERTACÃO
na realidade é des- r,
radicado no mundo,
Nova Hermenêutica
(1 903) e Jaime M.
Robinson; propõe
um programa de
A esquerda: uma
pastora da Igreja
Luterana da Escandinávia; como,
para o protestantismo, todos osfiéis
são nativamente
sacerdotes por
força do baptismo,
as mulheres também podem exercer
funções pastorais,
porque têm a preparação bíblica e
teológica para a
cura das almas.
WW
76
A direita: crianças
de uma comuni
protestante nos
EUA à saída da es cola dominical,
instituição de suma
importância edu cativa que tem ori
gem nos inícios da
Reforma e uma
longa história de
excelentes serviços
pedagógicos.
77
b) As acções litúrgico-cultuais
O protestantismo, tanto de ascendência luterana como reformado-calvinista (e
nas suas diferentes ramificações, à excepção das seitas de constituição mais
recentes),
concorda com a
consciência da Igreja Católica e da
ortodoxia oriental, que Deus opera a
sua graça soberana de salvação no
homem mediante determinados meios
exteriores. A diferença consiste na
valorização da natureza da acção e na
78
Celebração do
Natal num templo
luterano alemão em
Dusseldórfia; observa-se sob o púlpito a mesa preparada para a Santa
Ceia, celebrada
pelo menos nas
grandes solenidades do ano litúrgico,
Julio
protestante; as
grandes árvores
decorativas, ou
<,arvores de Natal+,
foram introduzidos
como elemento de
ornamento e solenidade.
Pentecostes; juntamente com a Páscoa, é a base central do ano litúrgico nas Igrejas
Reformadas, dada
a importância de
que se reveste na
descrição dos Actos
dos Apóstolos.
79
80
-41
f @i
A. O baptismo
Segundo a lúcida definição de Lutero, trata-se de *uma água preciosíssima de
vida e um banho do novo
nascimento no Espírito Santo, para
que, justificados pela sua graça, sejamos herdeiros da vida eterna. O baptismo
opera o perdão dos pecados,
liberta da morte e do Demónio e
confere a beatitude eterna a todos que
crêem nele+ (Catecismo Menor e Catecismo Maior). A Apologia da Confissão de
Ausburgo aprofunda os conceitos de Lutero, explicando que *o
Santo Baptismo abarca e cancela toda
81
B. A Santa Ceia
Por vezes, também se chama missa
evangélica ou comunhão, mas indevidamente e apenas para distinguir o seu
significado da missa católica. Juntamente com a predicação do Evangelho
e em continuidade dela, é o centro do
culto e o cumprimento daquilo que
teve início no Santo Baptismo; por
esse motivo, a par deste, as Igrejas
reconhecem como sacramento unicamente a Santa Ceia. Este segundo
sacramento tem origem na última ceia
82
Alas
W.
W,
83
ML
IGREJAS DA
*COMUNHÃO ANGLICANA+
PERIODO DAS
PESQUISAS ECUIVIÉNICAS
A. O crisma-confirmação
O crisma como sacramento é rejeitado desde o início da Reforma e
declarado *cerimónia vazia e supersticiosa+. Sobre a importância e evolução
histórico-teológica da confirmação protestante, pode consultar-se o
tratamento preciso e exaustivo de
G. Rietschel e P. Graff em Lehrbuch
der Liturgik.
A *confirmação+, introduzido nas
Igrejas Evangélicas do Povo, reveste-se de um carácter totalmente diferente de como
é entendida no catolícismo ou na ortodoxia oriental: não é
considerada sacramento, mas acção
social de culto divino, em que os
baptizados são recebidos solenemente
na comunhão da Santa Ceia e admitidos
aos seus direitos e deveres. Na Igreja
Luterana, isso acontece, na maioria
dos casos, entre os catorze e quinze
anos e no protestantismo reformado
dos catorze aos dezoito. O rito da
confirmação compreende a profissão
de fé, a promessa de fidelidade à
doutrina, à vida cristã, ao sentimento
cristão, e cumpre-se com uma bênção
especial acompanhada da imposição
das mãos e uma prece com a pronúncia de uma fórmula de confirmação. A
confirmação, segue-se, habitualmente
no domingo imediato, a primeira participação na Santa Ceia.
86
B. A penitência
Inicialmente, foi conservada no lu
teranismo como sacramentum poenitentiae, na forma de confissão e absolvição
privadas. Depois, pelo influxo do Catecismo Maior de Lutero,
de 1530, foi negado o carácter sacramental da penitência, e a absolvição
considerada apenas uma declaração de
que o pecado era perdoado com base
na fé justificativa por meio da única
graça de Deus, que continua a agir em
virtude do baptismo. Apesar disso,
conservaram-se elementos ligados à
penitência desde a Antiguidade. O
sério arrependimento que o protestantismo exige para perdão dos pecados,
na Formula concordiae, é entendido
não só como sentimento da ira e do
julgamento de Deus e desconfiança
em nós próprios, mas também como
sentimentos reais de penitência: *Uma
fé verdadeira, beatificante, não se encontra naqueles que estão sem arrependimento
e dor e têm a condenável intenção de permanecer e obstinar-se no pecado mas precede
um
arrependimento autêntico e tem fé
sincera na, ou com a verdadeira penitência. Também o amor é um
C. O casamento
É reconhecido como ordenação divina pelas Igrejas Evangélicas do
Povo, Igrejas livres e seitas protestantes, mas com a rejeição do seu
valor sacramental, deixando a sua regulação ao poder civil, e na sua realização de
forma civil vê-se o sistema
de casamento que vincula e obriga os
cristãos. No Pequeno Livro para os
Cônjuges, Lutero afirma: *Como as
núpcias e o estado matrimonial são um
assunto civil, não compete a nós,
eclesiásticos e servos da Igreja, dispor
ou regular coisa alguma a seu res~
peito, pelo que deixamos isto a cuidado de cada cidade ou região, consoante os seus
usos e costumes. + Mas
como o casamento cristão, na sua
qualidade de fundação de uma família
cristã, se reveste de particular importância para a vida da comunidade
eclesiástica, o protestantismo costuma
*fazer benzer o matrimónio por meio
do ofício da palavra e da comunidade
interveniente+ e obrigar os cônjuges a
receber esta bênção eclesiástica. Segundo a doutrina protestante, o casamento é
solúvel por motivos importantes, de modo que, com base no
direito civil vigente em qualquer lugar, os esposos divorciados possam
contrair novo matrimónio válido e lícito.
D. A extrema-unção
Na sua qualidade de sacramento,
segundo a concepção no catolicismo e
E. A morte e o além
Nas doutrinas acerca da morte, o
julgamento particular, a ressurreição
dos defuntos e o regresso de Cristo
para o Juízo Final, as Igrejas Evangélicas do Povo concordam com a velha
doutrina católica. Ao invés, é rejeitado o conceito e a realidade de um
estado intermédio e transitório de purificação para as almas dos homens
mortos em estado de graça santificante, mas ainda imperfátos_. É aquilo
a que no catolicismo se chama *Purgatório+ e contra o qual tanto os Artigos de
Esmalcalda como, ainda mais
violentamente, Calvino se pronunciaram claramente.
Por morte do homem, as almas
entram imediatamente no céu. Como a
Segunda Confissão Helvética diz com
palavras claras, é fé comum não só
das Izreias Reformadas, mas também
da Igreja evangélico-luterana. *Nós
acreditamos que os fiéis, após a morte
do corpo, vão directamente para
Cristo e, por conseguinte, não necessitam das intercessões e preces dos
vivos. +
87
Cronologia
condenado à fogueira.
Nascimento de João Cal- 1509 Confissão de
Ausburgo e 1530
vino e de Miguei Serveto. Confissão
Tétrapolitana.
Lutero publica as noventa 1517 Henrique VIII
proclama-se 1531
e cinco teses em Vitem- chefe da Igreja de
Inglaberga. terra.
Zwingli inicia a predicação 1518 Os Valdenses aderem
à 1532
em Zurique. Reforma e aceitam
alguromás Müntzer inicia a 1521 Lefèvre d'Etaples traduz os mas teses
dogmáticas
de
reforma e m Zwickau. Salmos do hebraico. tipo calvinista.
Melâncton redige os Loci Morte de Leão X. Calvino adere à
Reforma. 1533
communes.
Excomunhão de Lutero. Genebra aceita a
Reforma. 1535
1545
Morte de Lutero.
1546
Votação de Interim
na 1548
Dieta de Ausburgo.
1551
Abertura do Concílio de
Trento a 13 de Dezembro.
Reabertura do Concílio de
Trento.
Encerramento do Concílio
de Trento a 14 de Dezembro.
Reforma de Port-Royal.
Roger Bacon escreve o
Novurn Organum.
1662
1664
1661
1883
Protector+.
Conversão de Pascal. 1
Início do reinado de LuísXIV.
@w
1919-1921
É constituída a Federação 1920
das Igrejas Evangélicas
Suíças. Alexandre Freytag
(18'70-1947) funda em Genebra a seita dos Amigos
do Homem, como dissidência das Testemunhas
de Jeová, conservando a
doutrina essencial, mas
insistindo fundamentalmente na caridade, reforma do carácter e sociabilidade.
1923
1933
CRONOLOGIA
Em Genebra, conferência
preliminar para constituir a
organização Life and
Work, a fim de favorecer e
aproximar as Igrejas no
campo das actividades
práticas sociais; é promo
tor o famoso arcebispo de
Upsália, Nathen Soderblom (1886-1931), primaz
da Suécia.
É fundada a Lutheran
World Federation, a mais
vasta federação das Igrejas
de tipo luterano.
Desfaz-se a associação
entre Gogarten, Bruriner,
BuItmann e Barth; este
rompe com Gogarten, o
qual sustenta que se pode
falar de Deus apenas em
relação à historicidade do
homem; com Buitmann,
que opera as restrições da
mensagem cristã em cate
89
CRONOLOGIA
gorias do existencialismo
filosófico; com Brunner,
acusado de uma recuperação da teologia natural:
definem-se quatro correntes na teologia protestante:
relação entre fé e história
(Gogarten), desmitificação
do Novo Testamento
(Bultmann), relação entre
natureza e graça no pressuposto de uma analogia
entre criatura e Criador
(Brunner), escutado da
Palavra de Deus com base
na Revelação (Barth).
3-18 de Agosto, Conferên- 1937
cia Ecurnénica de Effimburgo com 344 delegados
de 123 Igre)as de várias
denominações protestantes, entre as quais 26
Igrejas Orientais e, pela
primeira vez, observadores
da Igreja Católica.
Constituição do British 1942
90
o
C nstitution do CM1 convoca a terceira Conferência
Ecurnénica em Lund (Suécia), com a presença de
teólogos católicos na qualidade de observadores.
pantes e observadores da
Igreja Católica: vinte e três
Igrejas, entre as quais a
Ortodoxa Russa, ortodoxas da Flornénia, Bulgária e
Polónia, a Igreja e a Missao Pentecostal do Chile e
onze Igrejas jovens da
Africa solicitam admissão
ao CMI.
1962 -1965
1969
1982
A 10 de Junho, visita de
Paulo Vi ao CM1 de Genebra.
Visita de João Paulo 1 a
Inglaterra, com encontros
ecurnénicos com a Igreja
Anglicana a nível doutrina
e operativo.
Glossário
9 1
ias,
GLOSSARIO
Doo
W. 1
tualmente numerosas Igrejas, as mais importantes e numerosas das quais se encontram
hoje na América do Norte, conhecendo recentemente uma 4Mpja !4:kfgs@o na E,
92
'Y
N@
GLOSSARIO
93
GLOSSARIO
94
Ue _qxpç@r
comunidades ,,j@@~Quacres: comunidade religiosa fundada por um
jovem pastor e sapateiro inglês, George Fox
(1624-1691), na sequência de uma visão que
teve em 1662; perseguido e preso, declarou
num dos seus julgamentos que tremia (to
quake) em nome do Senhor; chamaram-lhe
então, por escárnio, The Quaker; um dos
seus mais célebres discípulos foi William
Penn (1644-1718), fundador do estado da
Pensilvânia, nos EUA, tendo Filadélfia como
capital (=cidade do amor fraterno); a Bíblia é
o livro basilar da comunidade, que não reconhece outra autoridade senão o Espírito
que
interpreta a Palavra; todavia, em 1937, foi
constituída uma comissão mundial consultiva; os seus membros reúnem-se em
*assembleia de negócios+ locais e regionais,
mensais ou trimestrais, para administrar os
bens e territórios; celebram cultos regulares
numa adoração silenciosa da divindade; são
contra a guerra, escravidão e pena de morte,
assim como contra os regimes penitenciários;
hoje, são cerca de quatrocentos mil.
Remissão dos pecados: o acto gratuito de Deus
(graça significa qualquer coisa de gratuito,
que todavia não se mereceu), que permanece
fiel a si próprio e ao homem, apesar da sua
constante infidelidade. Somente Cristo está
autorizado por Deus a remir os pecados, de
vez em quando.
Revivalismo e despertar: termo aplicado a um
movimento que se desenvolveu durante o
GLOSSARIO
95
GLOSSARIO