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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SERGIPE

UNIDADE DE ENSINO DESCENTRALIZADA DE LAGARTO


COORDENADORIA DO CURSO TÉCNICO DE INDÚSTRIA COM HABILITAÇÃO EM
ELETROMECÂNCIA

APOSTILA
DE
ELETRÔNICA ANALÓGICA

Prof. Ivanildo de Souza Maciel Júnior

2006 / 2
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: DIODO SEMICONDUTOR ................................................................................. 1
1.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
1.2. ESTRUTURA QUÍMICA DOS MATERIAIS SEMICONDUTORES ............................................... 1
1.3. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DO DIODO .................................................................... 4
1.4. REGIMES MÁXIMOS DO DIODO EM CC .............................................................................. 6
1.5. TESTE DE DIODOS SEMICONDUTORES ............................................................................. 7
1.6. EXERCÍCIOS PROPOSTOS ................................................................................................ 8
1.7. DIODO EMISSOR DE LUZ E FOTODIODO ......................................................................... 10
1.7.1. LED .............................................................................................................................. 10
1.7.2. FOTODIODO ................................................................................................................. 10
1.8. DIODO ZENER............................................................................................................... 11
1.8.1. CARACTERÍSTICAS DO DIODO ZENER ............................................................................ 12
CAPÍTULO 2: PARÂMETROS DA CORRENTE ALTERNADA ................................................... 13
2.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
2.2. ONDA SENOIDAL ........................................................................................................... 13
2.3. O TRANSFORMADOR ..................................................................................................... 14
CAPÍTULO 3: RETIFICADORES DE MEIA ONDA E ONDA COMPLETA .................................. 16
3.1. RETIFICAÇÃO DE MEIA ONDA ........................................................................................ 16
3.1.1. RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM DIODO SEMICONDUTOR ........................................... 16
3.1.2. RETIFICAÇÃO DE MEIA ONDA COM TRANSFORMADOR .................................................... 19
3.2. RETIFICAÇÃO DE ONDA COMPLETA ................................................................................ 21
3.2.1. RETIFICAÇÃO DE ONDA COMPLETA COM TRANSFORMADOR EM CENTER-TAP ................... 21
3.2.2. RETIFICAÇÃO DE ONDA COMPLETA EM PONTE ............................................................... 23
3.3. COMPARAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE RETIFICAÇÃO........................................................... 25
3.4. EXERCÍCIOS PROPOSTOS .............................................................................................. 25
CAPÍTULO 4: FILTRAGEM CAPACITIVA .............................................................................. 28
4.1. FILTROS CAPACITIVOS PARA FONTES RETIFICADORAS ................................................... 28
4.2. CAPACITOR .................................................................................................................. 28
4.2.1. CARGA E DESCARGA DO CAPACITOR .............................................................................. 30
4.3. RETIFICADORES COM FILTRO CAPACITIVO..................................................................... 34
4.4. CORRENTE DE SURTO ................................................................................................... 36
4.5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS .............................................................................................. 37
CAPÍTULO 5: REGULADORES .............................................................................................. 39
5.1. ESTABILIZAÇÃO ............................................................................................................ 39
5.2. REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADO ......................................................................... 40
5.3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ............................................................................................. 42
5.4. EXERCÍCIOS PROPOSTOS .............................................................................................. 45
CAPÍTULO 6: TRANSISTORES BIPOLARES ........................................................................... 46
6.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 46
6.2. ESTRUTURA BÁSICA E SIMBOLOGIA ............................................................................... 46
6.3. ENCAPSULAMENTO DO TRANSISTOR .............................................................................. 48
6.4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ................................................................................... 50
6.5. CONTROLE DA CORRENTE DE BASE SOBRE A CORRENTE DE COLETOR ............................ 51
6.6. O CIRCUITO DE COLETOR ............................................................................................. 52
6.7. REGIÕES DE OPERAÇÃO DO TRANSISTOR ...................................................................... 55
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 58
ANEXOS .............................................................................................................................. 59
ANEXO A: TABELA DE DIODOS................................................................................................... 59
ANEXO B: GUIAS DE EXPERIMENTOS ......................................................................................... 62
EXPERIMENTO 1: OSCILOSCÓPIO E GERADORES DE FUNÇÕES ........................................ 62
EXPERIMENTO 02 – CIRCUITOS RETIFICADORES DE MEIA ONDA E ONDA COMPLETA ....... 65
EXPERIMENTO 03 – FILTRAGEM CAPACITIGA E REGULADOR ZENER ................................. 65
Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 1

CAPÍTULO 1

DIODO SEMICONDUTOR

1.1. INTRODUÇÃO

Antes de falarmos do diodo semicondutor vamos entender o conceito de:


Materiais Semicondutores: São aqueles que apresentam características de isolação e condução
da corrente elétrica, dependendo de sua estrutura química.
Exemplo de material semicondutor: Carbono.
As duas formas bem conhecidas de matéria formada por átomos de carbono são:
Diamante – que possui seu arranjo de átomos de carbono em forma de estrutura cristalina e
é eletricamente isolante.
Grafite – que possui seu arranjo de átomos de carbono em forma triangular e é condutor de
eletricidade.

1.2. ESTRUTURA QUÍMICA DOS MATERIAIS SEMICONDUTORES

Os materiais semicondutores se caracterizam por serem constituídos de átomos que tem 4


elétrons na camada de valência (tetravalentes).
Através de um processo conhecido como “dopagem” os cristais de silício e de germânio
ganham características elétricas, ou seja, condutor ou isolante.
Dopagem Tipo P- Introduzindo-se átomos de substancias trivalente, o cristal de silício ou
germânio passa a ter característica de isolante pela falta 1 (um) elétron para que o cristal ganhe
estabilidade atômica, formando assim o que denominamos de lacuna.
Dopagem Tipo N- Introduzindo-se átomos de sustâncias pentavalentes, o cristal de silício
ou germânio passa a ter característica de condutor pelo excesso de elétron , sobra um elétron
formando o se chama “elétron livre” no cristal.
A união do cristal dopado N com o P forma uma junção P-N, dando origem assim ao diodo
semicondutor. A figura 1.1 representa uma junção P-N. O lado positivo da junção denomina-se
ANODO e o negativo CATODO (algumas literaturas técnicas grafam KATODO)

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 2

A B
P N

Figura 1.1: Junção PN

Devemos observar que após a formação da junção P-N ocorre um processo de acomodamento
químico ente os cristais dopados, vamos então entendê-lo, pois aí esta o ponto chave para a
compreensão do principio de funcionamento do diodo semicondutor.
Na região da junção alguns elétrons (bolinhas pretas da figura 1.2) livres saem da do material
N e passam a desloca-se para o material P, recombinando-se com as lacunas (bolinhas brancas)
existentes nas proximidades.

P+ N-

Figura 1.2: Movimento dos elétrons

O mesmo ocorre com algumas lacunas que passam do material P para o material N e se
recombinam com os elétrons livres (Figura 1.3).

P+ N-

Figura. 1.3: Movimento das lacunas

Com estes deslocamentos forma-se na junção do diodo uma região onde não existem
portadores de carga, porque estão todos recombinados, neutralizando-se assim. Esta região é
denominada de região de “depleção” como representa a figura 1.4.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 3

P+ N-

Região de depleção
Figura 1.4: Região de Depleção

Como conseqüência da passagem de cargas de um cristal para outro se cria um desequilíbrio


elétrico na região da junção. Os elétrons que se movimentaram do material N para o P geram um
pequeno potencial elétrico negativo. As lacunas que se movimentaram para o material N geram um
pequeno potencial elétrico positivo.
Pode-se então verificar que na região da junção existe uma diferença de potencial,
proporcionado pelo movimento da lacunas e elétrons de um cristal para o outro.
Este desequilíbrio elétrico e denominado de “Barreira de Potencial” vista na figura 1.5.

P+ N-

Figura 1.5: Barreira de Potencial

No funcionamento do diodo esta barreira funciona como uma pequena resistência em forma
de tensão elétrica, que devera ser vencida para que o diodo entre em condução.
Esta barreira de potencial apresenta dois valores dependendo do tipo de cristal usado para a
fabricação do diodo.

Germânio = 0,2 a 0,3 volts


Silício = 0,6 a 0,7 volts

Obs.: Não é possível medir a barreira de potencial com um voltímetro enquanto o diodo não estiver
conectado a um circuito elétrico, pois esta tensão existe apenas internamente ao componente.

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Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 4

1.3. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DO DIODO

O principio de funcionamento do diodo baseia-se em sua polarização direta ou inversa, uma


vez que o componente apresenta polaridade definida.

a) Polarização direta - denomina-se polarização direta do diodo, quando a tensão positiva é aplicada
ao material P (anodo) e a tensão negativa é aplicada ao material N(catodo). Observe o circuito da
figura 1.6.

P N
+ -

+ -

Figura 1.6: Polarização Direta

Veja como o diodo se comporta:


1. Ele conduz quando aplicado sobre seus terminais a tensão mínima da Bp.
2. A corrente flui entre anodo e catodo.
3. Assemelha-se a uma chave fechada.

A K

O circuito de funcionamento é mostrado na figura 1.7.

P N
+ -
I
Carga ativa
+ -

Figura 1.7: Funcionamento de circuito com diodo polarizado diretamente

Nesta polarização o diodo semicondutor comporta-se como um condutor de corrente elétrica.


Retirando-se a tensão ele volta a “cortar”, deixando de fluir corrente entre seus terminais.
Obs.: a simbologia do diodo aponta o sentido convencional da corrente, ou seja, fluindo do positivo

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 5

para o negativo da fonte de alimentação.

b) Polarização inversa - denomina-se polarização inversa do diodo, quando a tensão positiva é


aplicada ao material N (catodo) e a tensão negativa é aplicada ao material P(anodo). Observe o
circuito da figura 1.8.

P N
+ -

- +

Figura 1.8: Polarização Inversa (reversa)

Veja como o diodo se comporta:


1. Ele não conduz quando aplicado sobre seus terminais.
2. A corrente não flui entre anodo e catodo.
3. Assemelha-se a uma chave aberta.

A K

O circuito de funcionamento é mostrado na figura 1.9.

P N
+ -
I
Carga inativa
- +

Figura 1.9: Funcionamento de circuito com diodo polarizado inversamente

Nesta polarização o diodo semicondutor comporta-se como isolante da corrente elétrica, até a
tensão de ruptura inversa.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 6

1.4. REGIMES MÁXIMOS DO DIODO EM CC

Os regimes máximos do diodo em CC estabelecem os limites da tensão e corrente que podem


ser aplicados ao componente em circuitos de corrente contínua, sem provocar danos a sua estrutura.
Analisando o comportamento do diodo em condução e bloqueio verifica-se que os fatores
dependem diretamente do circuito ao qual o diodo está conectado são:
a) Corrente de condução (I F);
b) Tensão reversa (V R).

A tensão de condução VD não depende do circuito (0,7 para Si e 0,2 para Ge), e a corrente de
fuga também depende do material do diodo (na faixa de alguns microampéres).

a) Corrente de condução (IF) “Corrente máxima de condução”

A corrente de condução máxima de cada tipo de diodo é dada pelo fabricante em folhetos e
manuais de dados técnicos. Nestes a corrente máxima de condução aparece designada pela sigla IF .

I F
CORRENTE MÁXIMA
CORRENTE DE CONDUÇÃO EM
REGIME CONTINUO
(FORWARD) DE CONDUÇÃO

Exemplo com os diodos comerciais abaixo:

TIPO - SKE 1 / 12 IF = 1,0 A

TIPO- 1N 4004 IF = 1,0 A

b) Tensão reversa máxima (VR)

As tensões reversas colocam o diodo em bloqueio. Nesta condição toda a tensão reversa
superior ao especificado para cada diodo a corrente de fuga aumenta excessivamente e o diodo
danifica-se, ou seja, entra em curto.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 7

VR TENSÃO REVERSA MÁXIMA EM REGIME CONTÍNUO

Na tabela 1.1r estão colocados alguns tipos de diodos com suas respectivas tensões reversas
máximas, também denominadas de tensão de ruptura.

Tabela 1.1: Tensão reversa de alguns diodos


TIPO VR
1N4007 1000V
BY 127 800V
SKE 1/12 1200V

1.5. TESTE DE DIODOS SEMICONDUTORES

Podemos verificar as condições de funcionamento de um diodo através da medição da


resistência através de um multímetro. Na realidade os testes com o ohmímetro resumem-se a uma
verificação da resistência do componente nos sentidos de condução e bloqueio, através da tensão
presente na bateria do multímetro.

TESTE

O diodo pode apresentar-se nos seguintes estados:

Condução baixa resistência interna


+ - (em torno de 50 ohm)

Condições normais
Bloqueio altíssima resistência interna
- + (vários K ohm)

Æ diretamente “baixa resistência” (conduz)


Diodo “bom”
Æ inversamente “alta resistência, infinita” (não conduz)

Æ diretamente “baixa resistência” (conduz)


Diodo “em curto”
Æ inversamente “baixa resistência” (conduz)

Æ diretamente “alta resistência, infinita” (não conduz)


Diodo “aberto”
Æ inversamente “alta resistência, infinita” (não conduz)

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 8

Para uma análise mais precisa é necessário que seja observado se o diodo encontra-se em
curto ou em aberto quando danificado. Se o diodo estiver em curto deduzir-se que a causa foi uma
sobretensão que ultrapassou o limite de VR. Caso contrário, estando o diodo em aberto, a causa
deverá ter sido uma sobrecarga de corrente que ultrapassou o limite de IF. Estas observações ajudam
bastante na análise de defeitos.

1.6. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Desenhe o símbolo de um diodo semicondutor, identificando o anodo e o catodo.

2. Qual a tensão típica da barreira de potencial nos diodos:


a) Si
b) Ge

3. O que acontece com o diodo quando ele recebe uma tensão superior a VR ?

4. Indique a polaridade da fonte para que se estabeleçam as condições necessárias para o esquema
abaixo.

5. De que depende a condução ou bloqueio do diodo?

6. Quais os dados técnicos mais importantes para a especificação do diodo?

7. No teste de diodos foram encontradas as seguintes medições abaixo, relacione as colunas de forma
a determinar os estados dos diodos.

a) Alta resistência – alta resistência ( ) Diodo bom


b) Baixa resistência – baixa resistência ( ) Diodo em curto
c) Baixa resistência – alta resistência ( ) Diodo aberto

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 9

8. Identifique a condição das lâmpadas (I, II ou III) no circuito abaixo:


Condições:
I - Lâmpada acende
II - Lâmpada não acende
III - Lâmpada acende com sobrecarga
de tensão podendo danificar.

Especificações das lâmpadas: VL =


6V; PL = 12mW

9. Determine Eo na figura abaixo:

10. Supondo os diodos do circuito da figura 1 ideais, determine a leitura do voltímetro para as
posições das chaves A e B, conforme a tabela 1.

Chave Chave
Voltímetro
A B

1 1

1 2

2 1

2 2

Figura 1 Tabela 1

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Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 10

1.7. DIODO EMISSOR DE LUZ E FOTODIODO

1.7.1. Led

O diodo emissor de luz (LED) é um diodo que quando polarizado diretamente emite luz visível
(amarela, verde, vermelha, laranja ou azul) ou luz infravermelha. Ao contrário dos diodos comuns não
é feito de silício, que é um material opaco, e sim, de elementos como gálio, arsênico e fósforo. É
amplamente usada em equipamentos devido a sua longa vida, baixa tensão de acionamento e boa
resposta em circuitos de chaveamento.
A polarização do LED é similar ao um diodo comum, ou seja, acoplado em série com um resistor
limitador de corrente, como mostrado na Figura 1.10.

Figura 1.10: Polarização do LED

O LED é esquematizado como um diodo comum com seta apontando para fora como símbolo
de luz irradiada. A corrente que circula no LED é dada pela equação 1.1:

(1.1)

Para a maioria dos LED’s disponíveis no mercado, a queda de tensão típica é de 1,5 a 2,5V
para correntes entre 10 e 50mA.

1.7.2. Fotodiodo

É um diodo com encapsulamento transparente, reversamente polarizado que é sensível a luz.


Nele, o aumento da intensidade luminosa, aumenta sua a corrente reversa. Num diodo polarizado
reversamente, circula somente os portadores minoritários. Esses portadores existem porque a energia
térmica entrega energia suficiente para alguns elétrons de valência saírem fora de suas órbitas,
gerando elétrons livres e lacunas, contribuindo, assim, para a corrente reversa. Quando uma energia
luminosa incide numa junção pn, ela injeta mais energia ao elétrons de valência e com isto gera mais
elétrons livres. Quanto mais intensa for a luz na junção, maior será corrente reversa num diodo.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 11

1.8. DIODO ZENER

O diodo zener é um tipo particular de diodo possuindo algumas características especiais.


Confeccionado em material com alto nível de dopagem, quando está polarizado diretamente o diodo
zener se comporta como um diodo comum, porém, quando polarizado inversamente, devido as suas
características especiais, uma tensão reversa específica denominada “Tensão Zener” provoca o
chamado efeito zener ou efeito avalanche, causando uma súbita ruptura na junção, fato esse que leva
o dispositivo a atuar como um ESTABILIZADOR DE TENSÃO. Por isso, é bastante utilizado em fontes
de alimentação, com o objetivo de manter a tensão de saída estabilizada.
O símbolo padrão que é usado para identificar o diodo zener nos circuitos eletrônicos e a sua
curva características são mostrados na figura 1.11 e 1.12, respectivamente.

Figura 1.11: Símbolo do diodo zener

Figura 1.12: Curva característica do diodo zener

A região de operação do diodo zener é chamada “Região Zener” e está indicada na curva.
Através desta curva, no primeiro quadrante observa-se o comportamento normal, da

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 1 – Diodo Semicondutor 12

polarização direta. Com a polarização direta o diodo zener comporta-se como um diodo retificador,
entrando em condução e assumindo uma queda de tensão típica.
Na polarização inversa, terceiro quadrante, a corrente é mínima até atingir o nível da tensão
zener. Na região zener, devido a acentuada redução na resistência da junção, ocorre uma rápida
elevação na corrente que, como conseqüência assegura um valor estável de tensão nos terminais do
diodo. Esta tenssão estável é conhecida com tensão Zener. Deste ponto em diante o diodo entra em
condução, apesar de polarizado inversamente. A corrente inversa aumenta rapidamente e a tensão
sobre o zener mantêm-se praticamente constante.

1.8.1. Características do Diodo Zener

As características elétricas importantes são:


a) Tensão Zener: VZ. Tensão que será mantida constante entre catodo e anodo, quando o
diodo alcançar a região zener.
b) Potência Zener: Pz
c) Corrente Zener Máxima: IZM = PZ/VZ. Esta corrente não deve ser ultrapassada para que o
diodo não seja danificado.
d) Corrente Zener Mínima: IZm. È a corrente mínima necessária para que o diodo Zener entre
na região de condução, ou região Zener. Quando não especificado no manual do
fabricante, utiliza-se como igual a 10% do valor da corrente máxima IZM.

Assim, no lugar da ruptura, o diodo entra em condução mantendo a tensão zener


praticamente constante, e é esta a principal caracteristica desse diodo, pois ele funciona como um
dispositivo estabilizador de tensão.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 2 – Parâmetros da Corrente Alternada 13

CAPÍTULO 2

PARÂMETROS DA CORRENTE ALTERNADA

2.1. INTRODUÇÃO

É comum em circuitos eletrônicos o uso de baterias de alimentação. Devido ao alto custo de


uma bateria se comparado com a energia elétrica, torna-se necessário a criação de um circuito que
transforme a tensão alternada de entrada em uma tensão contínua compatível com a bateria. O diodo
é um componente importante nesta transformação.

2.2. ONDA SENOIDAL

A onda senoidal é um sinal elétrico básico. Sinais mais complexos podem ser representados
por uma soma de sinais senoidais. Uma forma de onda senoidal é mostrada na figura 2.1

V(t)

VP

T
T/2 t

-VP

Figura 2.1: Forma de onda senoidal

A equação que representa a curva da Figura 2.1 é dada por:

V(t) = VP.sen (w.t) (1)


onde:
(VP) - Tensão de pico positivo (-VP) – Tensão de pico negativa
(T/2) – Meio período (T) – Período completo

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Capítulo 2 – Parâmetros da Corrente Alternada 14

Algumas maneiras de se referir aos valores da onda:

• Valor de pico VP - Valor máximo que a onda atinge;


• Valor de pico a pico ( VPP ) - Diferença entre o máximo e mínimo que a onda atinge VPP = VP - (-
VP ) = 2 VP;
• Valor eficaz ( VRMS) ( Root Mean Square). O valor RMS é valor indicado pelo voltímetro quando na
escala CA. O valor RMS de uma onda senoidal é definido como a tensão CC que produz a mesma
quantidade de calor que a onda senoidal. Pode-se mostrar que:

VRMS = 0,707 VP (2)

• Valor médio. O valor médio é quantidade indicada em um voltímetro quando na escala CC. O valor
médio de uma onda senoidal ao longo de um ciclo é zero. Isto porque cada valor da primeira
metade do ciclo tem um valor igual, mas de sinal contrário na segunda metade do ciclo.

2.3. O TRANSFORMADOR

As fontes de tensões utilizadas em sistemas eletrônicos em geral são menores que 30VCC
enquanto a tensão de entrada de energia elétrica costuma ser de 127VRMS ou 220VRMS. Logo é
preciso um componente para abaixar o valor desta tensão alternada. O componente utilizado é o
transformador. O transformador é a grosso modo constituído por duas bobinas (chamadas de
enrolamentos). A energia passa de uma bobina para outra através do fluxo magnético. A figura 2.2
mostra um exemplo de transformador:

Figura 2.2: Exemplo de um transformador

A tensão de entrada U1 está conectada ao que se chama de enrolamento primário e a tensão


de saída ao enrolamento secundário. No transformador ideal tem-se a equação 3.

(3)

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Capítulo 2 – Parâmetros da Corrente Alternada 15

Onde:
U1 - tensão no primário
U2 - tensão no secundário
N1 - número de espiras no enrolamento primário
N2 - número de espiras no enrolamento secundário

A corrente elétrica no transformados ideal é dada pela equação 4.

(4)

Exemplo 1: Se a tensão de entrada for 115 VRMS, a corrente de saída de 1,5ARMS e a relação de
espiras 9:1. Qual a tensão no secundário em valores de pico a pico? E a corrente elétrica no primário?

Solução:

obs.: a potência elétrica de entrada e de saída num transformador ideal são iguais.

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 16

CAPÍTULO 3

RETIFICADORES DE MEIA ONDA E ONDA COMPLETA

3.1. RETIFICAÇÃO DE MEIA ONDA

Denomina-se retificação o processo de transformação da corrente alternada em corrente


contínua.
A retificação é utilizada nos equipamentos eletrônicos com a finalidade de permitir que
equipamentos de corrente continua sejam alimentados a partir da rede elétrica alternada.
A retificação de meia onda é um processo de transformação de CA em CC que permite o
aproveitamento de apenas um semiciclo da tensão de entrada na carga. A figura 3.1 mostra o
funcionamento de um retificador de meia onda.

semiciclo

Retificador
de meia
onda tensão na
carga

1 ciclo

Figura 3.1: Retificação de meia onda

A retificação de meia onda proporciona um baixo rendimento CC, em conseqüência de


aproveitar apenas um semiciclo da CA de entrada. O rendimento CC fica em torno de 45% da CA
aplicada. Ou seja:

VCC = 0,45 x VCA (3.1)

3.1.1. Retificador de meia onda com diodo semicondutor

Pelo principio de funcionamento do diodo, ou seja, condução ou bloqueio pode-se obter uma
retificação de meia onda a partir da corrente alternada da rede elétrica.

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 17

O circuito mostrado na da figura 3.2 funciona como um retificador de meia onda.

A + -

Carga
CA
RL

Figura 3.2: Cicuito retificado de meia onda

1° Primeiro semiciclo

Durante o primeiro semiciclo a tensão é positiva no ponto A, com relação ao ponto B. Esta
polaridade da tensão de entrada coloca o diodo em condução, permitindo a circulação de corrente. A
tensão sobre a carga assume a mesma forma da tensão de entrada. Observe a figura 3.3.

A + -
VRL
Carga
CA
RL

B
Figura 3.3: Saída de retificador de meia onda positivo com entrada no semiciclo positivo

Devemos atentar para o fato de que a tensão sobre a carga ser menor que o valor do pico da
tensão de entrada devido a queda de tensão causada pela barreira de potencial do diodo VD (tensão
direta), que é de 0,7 para o silício e 0,2 para o germânio. Conforme assinala os gráficos da figura 3.4.

V ENTRADA VDIODO VRL = VENTRADA - VDIODO

Figura 3.4: Gráfico de saída e de diodo não ideal para retificador de meia onda com entrada no
semiciclo positivo

Na maioria dos casos a queda de tensão do diodo pode ser desconsiderada devido ao seu

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 18

valor pequeno em relação a tensão de pico da CA à ser retificada. Deve-se considerar a queda de
tensão apenas quando ao circuito retificador for aplicado a tensões pequenas menores que 10V.

2° Segundo semiciclo

Durante o segundo semiciclo a tensão de entrada é negativa no ponto A com relação ao


ponto B. Esta polaridade da tensão de entrada coloca o diodo em bloqueio, impedindo a circulação de
corrente. Observe a figura 3.5.

A - +
VRL
Carga
CA
RL

Figura 3.5: Saída de retificador de meia onda positivo com entrada no semiciclo negativo

Nesta condição toda a tensão de entrada está aplicada sobre o diodo, que não permite a
circulação de corrente atuando como uma chave aberta, fazendo com que a tensão sobre a carga seja
nula. Observe a representação gráfica na figura 3.6.

V ENTRADA VDIODO VRL

Figura 3.6: Gráfico de saída e de diodo não ideal para retificador de meia onda com entrada no
semiciclo negativo

Pode-se observar que para cada ciclo completo da tensão de entrada apenas um semiciclo
passa para a carga, enquanto o outro semiciclo fica sobre o diodo. Nos gráficos mostrados na figura
3.7 podemos observar o descrito.
A tensão encontrada na carga tem uma forma de onda denominada tensão continua pulsante,
porque a corrente flui sempre no mesmo sentido e pulsante porque a circulação ocorre em forma de
pulsos.

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 19

VENTRADA

VP

-VP
VDIODO

VD
t

-VP

VCARGA
VP - VD

t
CONDUÇÃO BLOQUEIO

Figura 3.7: Formas de onda do retificador de meia onda

3.1.2. Retificação de meia onda com transformador

A retificação de meia onda pode ser feita também com o uso de um transformador. Este tipo
de configuração além de fazer um isolamento da rede elétrica também proporciona a adequação da
tensão que se quer retificar. A figura 3.8 mostra um circuito retificado de meia onda com
transformador.

+ -
VSAÍDA
+ VCC
VCA Positiva

Figura 3.8: Circuito retificador de meia onda positivo com transformador

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 20

Invertendo-se o diodo, a polaridade da tensão de saída também é invertida, como observado


na figura 3.9.

- +
VSAÍDA
-

VCA
+ VCC
Negativa

Figura 3. 9: Retificador de meia onda negativo com tranformador

A Tensão de saída contínua (VCC) é dada pela equação (3.2).

VP VRMS . 2 VCC = 45% X VCA (3.2)


VCC = = = 0,45.VCA
π 3,1415

Já a Corrente de saída é dada pela equação (3.3).

ICC = VCC (3.3)


RL

Deve-se considerar muito importante o cálculo da corrente média de saída , pois servirá como
base para a escolha do diodo retificador.
O circuito de meia onda apresenta a desvantagem de que a tensão de saída é pulsante e não
contínua pura como pode ser visto na figura 3.10.

Sinal contínuo Sinal contínuo


puro pulsante
VP

Figura 3.10: Retificação não produz uma onda contínua pura

O rendimento é baixo (45%) da tensão aplicada na entrada CA.

110 VCA RETIFICAÇÃO 49,5 VCC médio

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 21

3.2. RETIFICAÇÃO DE ONDA COMPLETA

É a transformação da corrente alternada em contínua através do aproveitamento dos dois


semiciclos da tensão CA de entrada. Observe os gráficos da figura 3.11.

VENTRADA
VCARGA
RETIFICADOR
ONDA
COMPLETA

1 ciclo

Figura 3.11: Forma de Onda de retificador de onda completa positivo

O circuito retificador de onda completa é o mais utilizado nos equipamentos eletrônicos


porque realiza um melhor aproveitamento da tensão CA aplicada na entrada. Podemos ter a
retificação de onda completa em duas configurações básicas:

• 1ª Com transformador de derivação central e dois diodos.


• 2ª Empregando 4 diodos em ponte retificadora.

3.2.1. Retificação de onda completa com transformador em Center-Tap

A figura 3.12 mostra um circuito retificador de onda completa com transformador.

D1
Saída

VCA D1 D2

D2

Figura 3.12: Circuito retificador de onda completa positivo com transformador em Ceter-Tap

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 22

Princípio de funcionamento
Vamos analisar o funcionamento dos dois semiciclos nos extremos do transformador.
Quando chega o semiciclo positivo da rede o diodo fica polarizado diretamente, por isso entra
em condução. A tensão sobre a carga é positiva. O diodo comporta-se como uma chave fechada,
permitindo a circulação de corrente pela carga, como demonstra o circuito da figura 3.13.

D1 I I

+
VCA
- +

+
-
D2 -
I

Figura 3.13: Saída de retificador de onda completa positivo com entrada no semiciclo positivo

O valor da tensão sobre a carga é a mesma tensão existente entre o terminal central e o
extremo superior do transformador (desconsiderando a queda de tensão do diodo). Quando ocorre a
inversão da alimentação, temos a condição mostrada no circuito da figura 3.14.

-
+ D1 D2
+
-
VCA
+
-

Figura 3.14: Saída de retificador de onda completa positivo com entrada no semiciclo negativo

A Tensão de saída contínua (VCC) é definida pela equação (3.4).

VP V . 2
VCC = 2. = 2. RMS = 0,9.VCA
π 3,1415

VCC = VCA x 90% (3.4)

E a corrente de saída definida pela equação (3.5):

ICC = VCC (3.5)


RL

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 23

3.2.2. Retificação de onda completa em Ponte

A figura 3.15 mostra um circuito retificador de onda completa em ponte.

D1 D2

+
VO
D3 D4
-

Figura 3.15: Circuito retificador de onda completa positivo em ponte

Princípio de funcionamento
Vamos analisar o funcionamento dos dois semiciclos nos extremos do transformador.
No semiciclo positivo da rede os diodos D2 e D3 ficam polarizados diretamente, comportando-
se como chaves fechadas, permitindo a circulação da corrente I1 pela carga. Já os diodos D1 e D4,
reversamente. A tensão sobre a carga é positiva, como mostra o circuito da figura 3.16.

+
+
I1
D2
D1

I1 + +

I1
VO
I1 I1
D3 D4

I1 -
- - -
I1

Figura 3.16: Saída de retificador em ponte com entrada no semiciclo positivo

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 24

O gráfico da tensão sobre a carga é a mesma da tensão existente entre as extremidades do


transformador, desconsiderando as quedas de tensão dos diodos (Figura 3.17).

VO

D2 e D3

Figura 3.17: Gráfico da tensão Vo sobre a carga

Quando ocorre a inversão da alimentação, temos a condição mostrada no circuito da figura


3.18. No semiciclo negativo da rede os diodos D1 e D4 ficam polarizados diretamente, comportando-
se como chaves fechadas, permitindo a circulação da corrente I2 pela carga. Já os diodos D2 e D3,
reversamente. A tensão sobre a carga é também positiva, como mostra o circuito da figura 3.18.

-
-
I2

D1 D2
+
I2 +
I2
VO
I2 I2
D3 D4

-
+ + I2
I2 -

Figura 3.18: Saída de retificador de onda em ponte com entrada no semiciclo negativo

O gráfico da tensão sobre a carga é agora invertido com relação a tensão existente entre as
extremidades do transformador, desconsiderando as quedas de tensão dos diodos (Figura 3.19).

VO

D1 e D4

Figura 3.19: Gráfico da tensão Vo sobre a carga

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 25

As equações da tensão de saída contínua (VCC) e da corrente de saída são as mesmas da


configuração em Center-Tap, ou seja, equações (3.4) e (3.5).
O que irá diferenciar entre o resultado obtido entre o circuito em Center-Tap e o em ponte é
que a queda de tensão para o circuito em Center-Tap é devido a apenas um diodo por semiciclo, já
para o em ponte será devido a dois diodos em cada semiciclo.

3.3. COMPARAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE RETIFICAÇÃO

Na tabela 1 é mostrada uma comparação entre os tipos de retificação descritos


anteriormente, sendo considerado os diodos idéias.

Tabela 1: Comparação entre os tipos de retificação

ONDA COMPLETA
MEIA ONDA
Center-Tap Ponte

N.º de Diodos 1 2 4

Tensão Pico de Saída UP 0,5UP UP

Tensão cc de Saída 0,318 UP 0,318 UP 0,636 UP

Tensão Pico Inversa no Diodo UP UP UP

Freqüência de Saída fent 2 fent 2 fent


Tensão de saída (rms) 0,45 UP 0,45 UP 0,9 UP

3.4. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Defina retificação eletrônica.

2. O que caracteriza a retificação de meia onda em relação a CA aplicada ?

3. Qual é a equação da tensão e corrente média na saída de uma retificação de meia onda ?

4. Cite as desvantagens da retificação de meia onda.

5. Desenhe a forma de onda presente sobre a carga em uma retificação de onda completa.

6. Esquematize um circuito retificador de onda completa definindo a função de cada elemento do


circuito.

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 26

7. O que aconteceria na saída de uma fonte retificadora de onda completa se um dos diodos abrir?

8. Qual o procedimento correto antes de substituir um fusível aberto em uma fonte de alimentação?

9. Com que finalidade associaríamos diodos em paralelo em uma retificação?

10. O que aconteceria em circuito retificador de onda completa se um dos diodos entrasse em curto?

11. Utilizando-se um transformador de com as seguintes especificações: 127V – 12V+12V, determine


a tensão DC de saída, obtida sobre uma carga de 100Ω, e através da utilização de: (Considere
que os diodos são ideais).
a) Retificador de meia onda;
b) Retificador de onda completa utilizando a configuração em ponte.
c) Determine as vantagens e desvantagens obtidas por cada configuração empregada para a
retificação;

12. O que acontece com a ondulação quando transformamos uma retificação de meia onda em onda
completa? Por que?

13. Qual a potência dissipada num diodo de silício com polarização direta se a tensão de diodo for de
0,7V e a corrente de 100mA?

Considere o circuito da figura a seguir para responder as questões 14, 15, 16 e 17.

14. No circuito é medido 0V através do diodo. A seguir testa-se a tensão da fonte, e ela indica uma
leitura de +5V com relação ao terra (-). O que há de errado com o circuito?

15. Considerando que a tensão da fonte é de 5V e o valor da resistência Rs igual a 1KΩ. Calcule a
corrente através do diodo.

16. Se agora a tensão da fonte for de 100V e a resistência Rs igual a 220Ω. Quais os diodos
relacionados na tabela 1 a seguir podem ser utilizados? Explique.

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Capítulo 3 – Retificadores de Meia Onda e Onda Completa 27

Tabela 1
DIODO VRuptura VMáx
1N914 75 V 200 mA
1N4001 50 V 1A
1N1185 120 V 35 A

17. Qual deverá ser o valor de Rs para se obter uma corrente de diodo de 10mA? (suponha VS=5V).

18. Alguns sistemas como alarme contra roubo, computadores, etc. utilizam uma bateria auxiliar no
caso da fonte de alimentação principal falhar. Descreva como funciona o circuito abaixo.

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Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 28

CAPÍTULO 4

FILTRAGEM CAPACITIVA

4.1. FILTROS CAPACITIVOS PARA FONTES RETIFICADORAS

As fontes retificadoras possuem em suas saídas tensões contínuas pulsantes, que na maioria
das vezes tornam-se impróprias para alimentar circuitos de tensão continua pura. Por isso, torna-se
necessário a introdução de um componente de filtragem, ou seja, capaz de transformar a tensão
continua pulsante em continua pura. Este componente é o capacitor, que pela sua propriedade de
carga e descarga consegue realizar esta transformação.

4.2. CAPACITOR

O capacitor é um componente eletrônico, constituído por duas placas condutoras, separadas


por um material isolante como mostrado na figura 4.1.

Figura 4.1: Símbolo de um capacitor

Quando se conecta um capacitor descarregado a uma bateria, haverá uma distribuição de


cargas. Com esta distribuição de cargas uma corrente elétrica é gerada devido a diferença de
potencial existente entre a tensão sobre o capacitor (inicialmente igual a zero) e a tensão da bateria.
Esta corrente irá, então, carregar o capacitor que, aos um certo tempo, estará com a mesma tensão
da bateria (figura 4.2).

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 29

Figura 4.2: Carga capacitiva

Após a carga total, a corrente elétrica cessará. Se o capacitor for desconectado da bateria, as
cargas elétricas acumuladas permaneceram no capacitor, mantendo-se a diferença de potencial no
capacitor (figura 4.3).

VDC

Figura 4.3: Capacitor mantendo a carga após a retirada da bateria

Sendo assim podemos dizer que:


• O capacitor pode armazenar carga elétrica e;
• O capacitor se opõe a variação de tensão elétrica.
A capacidade que tem um capacitor para armazenar cargas depende da sua capacitância, que
é dada pela equação 4.1.

(4.1)
onde:

ε = constante dielétrica (F/m)


S = área de uma das placas (são iguais) (m2)
d = Espessura do dielétrico em metro (m)
C = Capacitância em Farads (F)
em geral usam-se submúltiplos do Farad: µF, nF, pF

Os capacitores podem ser de diversos tipos, tais como: papel, cerâmica, mica, eletrolítico,
Tântalo, variável (distância / área).
As placas paralelas do capacitor separadas pelo dielétrico podem ser dispostas de acordo com
a figura 4.4.

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Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 30

Figura 4.4: Disposição das placas de um capacitor

4.2.1. Carga e Descarga do Capacitor

CARGA CAPACITIVA
Tomando com exemplo o circuito da figura 4.5, para explicar a carga capacitiva e
considerando-se que o capacitor esteja descarregado inicialmente.

VDC

Figura 4.5: Circuito RC

A partir do instante inicial (t=0 segundos) a chave S do circuito da figura 4.5 é fechada.
Observando a tensão sobre o capacitor e sobre o resistor teremos os gráficos mostrados na
figura 4.6.

VDC VDC

(a) (b)

Figura 4.6: Tensões no capacitor (a) e no resistor (b)

A equação matemática que regem a curva de carga capacitiva mostrada na figura 3.20 (a) é
dada pela equação (4.2).

t

VC = VDC × (1 − e τ ) (4.2)

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Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 31

Já a equação representante da tensão sobre o resistor, cuja curva foi mostrada na figura 4.6
(b) é dada pela equação (4.3).

t

VR = VDC × e τ (4.3)

Nas equações (4.2) e (4.3) a constante de tempo τ = R×C determina o tempo em que a
tensão no capacitor atinge 63% da tensão da fonte (VDC) e a tensão sobre o resistor cai a 37% do
valor da tensão da fonte.

DESCARGA CAPACITIVA
Na descarga capacitiva a equação matemática que a representa é dada pela equação (4.4).

t

VC = VDC × (1 − e ) τ (4.4)

Considerando duas situações com o capacitor carregado teremos:

a) Resistor em série com o capacitor


O circuito da figura 4.7 exemplifica a configuração em que o resistor encontra-se em série
com o capacitor.

VDC S

Figura 4.7: Circuito com resistor em série com o capacitor

As tensões sobre o capacitor e sobre o resistor obtidas do circuito da figura 4.7 são mostradas
na figura 4.8.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 32

VDC

VDC

Figura 4.8: Tensões sobre capacitor e resistor em circuito série

Como inicialmente o capacitor encontra-se carregado, enquanto a chave S não for fechada a
corrente do circuito fica igual a zero não havendo diferença de potencial sobre o resistor (VR=0).
Quando a chave S for fechada (instante t), é dado um curto na fonte (o que na prática não o
faremos) e toda a tensão sobre o capacitor é descarregado pelo resistor.

b) Resistor em paralelo com o capacitor


O circuito da figura 4.9 exemplifica a configuração em que o resistor encontra-se em
paralelo com o capacitor.

VDC

Figura 4.9: Circuito com resistor em paralelo com o capacitor

As tensões sobre o capacitor e sobre o resistor obtidas do circuito da figura 4.9 são mostradas
na figura 4.10.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 33

VDC

VDC

Figura 4.10: Tensões sobre capacitor e resistor em circuito paralelo

Para o circuito com o capacitor em paralelo com o resistor (figura 4.9), a chave encontra-se
inicialmente fechada. Sendo assim, a fonte estará também, em paralelo com os dois. Logo a tensão
inicial sobre o resistor e sobre o capacitor serão iguais a da fonte (VDC)
Quando a chave S for aberta (instante t), toda a tensão carregada sobre o capacitor será da
mesma forma do circuito em série descarregado pelo resistor.
Considerando por último o circuito da figura 4.11, em que o resistor encontra-se em série com
o capacitor e com um gerador de onda quadrada teremos como tensões sobre o capacitor e sobre o
resistor os gráficos mostrados na figura 4.12.

Figura 4.11: Capacitor em série com um resistor e fonte de onda quadrada

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 34

VDC

VDC

VDC

VDC

Figura 4.12: Tensões sobre o Capacitor e Resistor em série com uma fonte de onda quadrada

4.3. RETIFICADORES COM FILTRO CAPACITIVO

No circuito retificador com o filtro capacitivo, o capacitor é conectado diretamente nos


terminais da carga na saída do circuito retificador. Observe a figura 4.13.

MEIA ONDA ONDA COMPLETA

Figura 4.13: Circuito com filtro capacitivo

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 35

Principio de funcionamento
Durante os intervalos de tempo em que o diodo conduz circula corrente através da carga e do
capacitor. Neste período o capacitor armazena energia. Observe a figura 4.14.

I Filtro

Carga
-

Figura 4.14: Circuito com filtro capacitivo dom o diodo conduzindo

Nos intervalos de bloqueio do diodo o capacitor tende a descarregar a tensão armazenada


através da carga, pois não é possível a descarga através da retificação porque o diodo está em
bloqueio. Observe a figura 4.15.

Filtro

Carga
-

Figura 4.15: Circuito com filtro capacitivo dom o diodo aberto

Como o capacitor está em paralelo com a carga, a tensão das armaduras do capacitor é
aplicada à carga. Logo a corrente absorvida pela carga é fornecida pelo capacitor, que com o passar
do tempo diminui a tensão em suas placas devido a descarga (figura 4.16).

GRÁFICO DA DESCARGA

VC = VRL

Figura 4.16: Descarga Capacitiva

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 36

O capacitor permanece descarregado até que o diodo conduza novamente, realizando uma
recarga em suas armaduras.
Com a introdução do capacitor no circuito retificador a carga passa a receber tensão durante
todo tempo de funcionamento do circuito. Observe a figura 4.17.

Diodo Conduzindo Diodo Conduzindo


Capacitor Capacitor
em carga em carga
Diodo Aberto
Capacitor em descarga

TENSÃO SOBRE A CARGA t

Figura 4.17: Gráfico de saída de retificador de meia onda positivo com filtro capacitivo

A colocação de um filtro aumenta o valor da tensão média de saída de um circuito


retificador.
Mesmo com a colocação do filtro existe uma ondulação (fator ripple) sobre a carga, a que
faz com que a tensão de saída não seja uma tensão continua pura.

4.4. CORRENTE DE SURTO

Instantes antes de energizar o circuito retificador, o capacitor do filtro está descarregado. No


momento em que o circuito é ligado, o capacitor se aproxima de um curto. Portanto, a corrente inicial
circulando no capacitor será muito alta. Este fluxo alto de corrente é chamado corrente de surto
(impulsiva).
O único elemento que limita a carga é a resistência dos enrolamentos e a resistência interna
dos diodos. O pior caso é o capacitor estar totalmente descarregado e o retificador ser ligado no
instante em que a tensão da linha é máxima. Assim a corrente será dada por:

(4.5)

Esta corrente diminui tão logo o capacitor vá se carregando. Em um circuito retificador típico,
a corrente de surto não é uma preocupação. Mas, quando a capacitância for muito maior do que

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 37

1000uF, a constante de tempo se torna muito grande e pode levar vários ciclos para o capacitor se
carregar totalmente. Isto tanto pode danificar os diodos quanto o capacitor.
Um modo de diminuir a corrente de surto é incluir um resistor entre os diodos e o capacitor.
Este resistor limita a corrente de surto porque ele é somado ao enrolamento e à resistência interna
dos diodos. A desvantagem dele é, naturalmente, a diminuição da tensão de carga cc.

4.5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Encontre a capacitância de um capacitor de placas paralelas se a dimensão de cada placa


retangular é de 1x0,5 cm, a distância entre as placas é 0,1mm e o dielétrico é o ar. Depois,
encontre a capacitância tendo a mica como dielétrico.

εAr=8,85x10-12 F/m εmica=5xεar

2. Um capacitor possui como dielétrico um disco feito de cerâmica com 0,5 cm de diâmetro e 0,521
mm de espessura. Esse disco é revestido dos dois lados com prata, sendo esse revestimento as
placas. Encontre a capacitância.

εcerâmica = 7500 x εar

3. Ao que se deve a existência de ondulação na saída de uma fonte retificadora com filtro
capacitivo?

4. No instante t=0s, uma fonte de 100V é conectada a um circuito série formado por um resistor de
1kΩ e um capacitor de 2µF descarregado. Qual é:
a) A tensão inicial do capacitor?
b) A corrente inicial?
c) O tempo necessário para o capacitor atingir a tensão de 63% do seu valor máximo?

5. Ao ser fechada, uma chave conecta um circuito série formado por uma fonte de 200V, um resistor
de 2MΩ e um capacitor de 0,1µF descarregado. Encontre a tensão no capacitor e a corrente no
instante t=0,1s após o fechamento da chave.

6. Um retificador em ponte com um filtro capacitivo de entrada tem uma tensão de pico na saída de
25V. Se a resistência de carga for de 220Ω e a capacitância de 500µF, qual a ondulação de pico a
pico (Ripple)?

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 4 – Filtragem Capacitiva 38

7. A figura abaixo mostra uma fonte de alimentação dividida. Devido à derivação central aterrada, as
tensões de saída são iguais e com polaridade oposta. Quais as tensões de saída para uma tensão
do secundário de 17,7Vac e C=500µF? Qual a ondulação de pico a pico? Qual polaridade de C1 e
C2?

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 5 – Reguladores 39

CAPÍTULO 5

REGULADORES

5.1. ESTABILIZAÇÃO

A estabilização eliminará a ondulação do sinal após a filtragem capacitiva é a de estabilização


ou regulação. Esta etapa consiste em projetar um circuito que mantenha constante a tensão de saída
para uma tensão de entrada oscilando em torno de um valor. Portanto, o circuito de estabilização
deve ser projetado de acordo com tensão de ripple do sinal a ser estabilizado.
Um circuito regulador com diodo Zener é mostrado na figura 5.1. O sinal de entrada VE é
aquele obtido na saída do filtro capacitivo apresentando variações de ± ∆VE.

Figura 5.1: Circuito estabilizador com carga

O circuito regulador dever ser projetado de forma que, havendo variações na tensão de
entrada, a tensão de saída VL deverá permanecer constante e igual à tensão zener VZ. Observa-se que
a corrente total do circuito IS = IZ + IL é constante para uma carga fixa RL. As variações da corrente IS
(variação da tensão de entrada) e da corrente IL serão compensadas pela corrente IZ limitada por IZmin
e IZmáx.
No circuito da figura 5.1 o resistor RS tem como função limitar a corrente no diodo zener. A
corrente sobre o diodo zener será máxima (IZmáx) quando a carga for infinita (IL=0) e a tensão de
entrada for máxima (VEmáx = VE + ∆VE). Para este a resistência RS será mínima e definida pela
equação 5.1.

VEmáx − VZ ⇒ VEmáx − VZ
RS min = RS min = ( I L min = 0) (5.1)
I Zmáx + I L min I Zmáx

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 5 – Reguladores 40

O valor máximo para RS, definido pela equação 5.2, será aquele que irá impor sobre o diodo
zener uma corrente mínima (IZmin). Esta corrente pode ser considerada igual a 10% do valor da
corrente máxima quando não for especificada no manual do fabricante. Para assegurar esta corrente
a tensão de entrada é considerada como mínima (VEmin = VE - ∆VE).

V E min − VZ
RSmáx = (5.2)
I Z min + I Lmáx

Escolhido o valor da resistência RS, pode-se encontrar o valor máximo da corrente que poderá
ser fornecida para a carga através da equação 5.3.

I Lmáx = I S − I Z min ⇒ I Lmáx =


(VE min − VZ )
− I Z min (5.3)
RS

Para finalizar, poderemos calcular os valores mínimo e máximo que a tensão de entrada
poderá apresentar para que a tensão sobre uma carga RL fixa mantenha-se estável. Desta forma tem-
se as equações 5.4 e 5.5:

VL (5.4)
IL = VE = RS .I S + VZ IS = IZ + IL
RL

V E min = R S .(I Z min + I L ) + V Z e V Emáx = R S .(I Zmáx )+ V Z (5.5)

5.2. REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADO

Com o avanço tecnológico passou-se a usar reguladores de tensão em forma de circuito


integrado. Eles apresentam vantagens em relação ao controle da tensão à ser estabilizada, além de
valores mais precisos na estabilização.
O regulador mais conhecido é o da família 78 e 79. A nomenclatura utilizada por estes
reguladores é mostrada na tabela 5.1.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 5 – Reguladores 41

Tabela 5.1: Nomenclatura de reguladores da série 78 e 79

Série 78_XX Série 79_XX


78 Æ regulador de tensão positiva e; 79 Æ regulador de tensão negativa e;
XX Æ valor da tensão estabilizada fornecida. XX Æ valor da tensão estabilizada fornecida.
Exemplos: Exemplos:
7805: regulador para + 5V na saída 7905: regulador para – 5V na saída.
7812: regulador para + 12V na saída 7912: regulador para – 12V na saída.

O espaço preenchido pelo underline ‘_’ é utilizado para indicar a capacidade de corrente
fornecida pelo regulador tendo-se os seguintes valores:

• L: corrente de saída máxima de 100mA. Ex. 78L05, 79L05;


• M: corrente de saída máxima de 500mA. Ex. 78M05, 79M05;
• Sem letras: corrente de saída máxima de 1A. Ex. 7805, 7905;

Para utilizar estes circuitos integrados em reguladores deve-se levar em consideração os


capacitores indicados no manual do fabricante. Desta forma, a configuração a ser utilizada e indicada
no manual, é mostrada na figura 5.2.

78_XX
+ Vi Vo +
C1 +- +- C2 Vo
V
_i
GND
_

Figura 5.2: Configuração de regulador da família LM. Os capacitores C1 e C2 mantêm o nível DC e


filtram os sinais de freqüências altas.

Um outro regulador muito utilizado é o LM317, que diferentemente do da família 78 e 79 a


sua tensão de saída pode ser regulada a valores de saída positivos e entre 1,2 e 37V. Estes valores
são escolhidos utilizando resistores externos. A configuração utilizada e a relação entre os resistores
de saída necessária para a obtenção da tensão de saída é mostrada na figura 5.3.

• LM317: saída regulável em valores positivos; VREF = 1,25V e IAjust=100μA

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 5 – Reguladores 42

Vi Vo
VREF
⎛ R ⎞
V =V .⎜1+ 2 ⎟ + I .R
o REF ⎜ R ⎟ Ajust 2
⎝ 1⎠

Figura 5.3: Configuração do LM317

5.3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. CIRCUITOS COM Vi E R FIXOS:

Procedimento para resolver o circuito:


a) Determinar o estado do diodo zener, removendo este do circuito e calculando a tensão
através do circuito aberto resultante.

RLVi
V = VL =
R + RL
Se: V ≥ VZ ⇒Zener está ligado;

V ≤ VZ ⇒ Zener está desligado.

b) Substituir o circuito equivalente, e resolver:


⇒quando o zener está ligado teremos a seguinte situação:

V L = VZ IL =
VL
IR = IR − IL RL
PZ = VZ I Z V R Vi − V L
IR = =
R R

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 5 – Reguladores 43

Ex. 1: No circuito abaixo determine:


a) VL, VR, IZ, PZ;
b) Repita o item a com RL=5KΩ.
Vi = 20V
R = 5 KΩ
DADOS: VZ = 15V
PZMáx = 30mW
R L = 2 KΩ

RESOLUÇÃO:

a) determinação do estado do diodo:


V L = 13,3V
RLVi 2000 ∗ 20 V R = 20 − 13,3 = 6,7V
V = = = 13,3V
R + R L 1000 + 2000 IZ = 0A
PZ = I Z VZ = 0 ∗ 13,3 = 0W
Como V > V Z o zener está desligado.

b) Com RL=5KΩ
5000 ∗ 20
V = = 16,6V ⇒como V > V Z o zener está ligado, então teremos:
1000 + 5000
VR = Vi − VZ = 20 − 15 = 5V
15 I Z = 0,005 − 0,003 = 0,002 = 2mA
IL = = 3mA
5000 PZ = 15 ∗ 0,002 = 30mW
V 5
IR = R = = 5mA
R 1000

Ex. 2: No circuito abaixo determine:


a) VL, IR, IZ, IL se RL=180Ω;
b) Repita o item a se RL=470Ω;
c) Determine o valor de RL que estabelece as condições de máxima potência para o diodo
zener;
d) Determine o valor mínimo de RL que assegura que o diodo zener está no estado ligado.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 5 – Reguladores 44

Vi = 20V
VZ = 10V
DADOS:
R = 220Ω
PZMáx. = 400mW

RESOLUÇÃO:
180 ∗ 20
a) V = VL = = 9V ⇒como V<VZ o diodo está desligado.
180 + 220
20 20
Então: IZ=0 IR=IL IR = = = 50mA
RL + R 400

470 ∗ 20
b) V = V L = = 13,62V ⇒como V>VZ o diodo está ligado.
470 + 220
V R = Vi − VZ = 20 − 10 = 10V
10
IR = = 45,45mA
220
10
IL = = 21,27mA
470
I Z = I R − I L = 45,45 − 21,27 = 24,18mA

c) Máxima potência ⇒ PZmáx=400mW


PZ = I Z VZ ⇒ 0,4 = I ZMáx ∗ 10 ⇒ I ZMáx = 40mA
VL 10
IL = IR − IZ RL = = = 1830Ω
I L 0,00545
I L = 45,45 − 40 = 5,45mA

d) Temos que determinar a corrente mínima do zener:


I ZMáx 40
I ZK = = = 4mA 10
10 10 RL = = 241,25Ω
0,04145
I L = 45,45 − 4 = 41,45mA

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 5 – Reguladores 45

5.4. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Projete um regulador zener que preencha as seguintes especificações: tensão da carga é de 6,8V,
tensão da fonte de 20V ± 20%, e corrente de carga é de 30mA ± 50%. Considere o uso de um
diodo Zener de 6,8V e PZ = 2W.

2. Um regulador zener tem Vz = 15V e Izmax=100mA. VS pode variar de 22 a 40V. RL pode variar de
1kΩ a 50kΩ. Qual o maior valor que a resistência série pode assumir?

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 46

CAPÍTULO 6

TRANSISTORES BIPOLARES

6.1. INTRODUÇÃO

O transistor, inventado em 1947 por cientistas da Bell Telephone, para substituir as válvulas
apresentava diversas vantagens. Dentre as vantagens tem-se: menor e mais leve; menos robusto;
mais eficiente; não necessita de período de aquecimento. Após o transistor outros dispositivos foram
inventados, tendo em sua constituição básica a presença de milhares de transistores, como é o caso
do circuito integrado (CI).
O transistor bipolar funciona como um dispositivo controlador de corrente sendo utilizado em
circuitos amplificadores de sinais ou em circuitos de chaveamento eletrônico, possibilitando assim uma
ampla variedade de aplicações, tais como:

• equipamentos de som, imagem e de controle industrial;


• circuitos de alarmes residenciais e industriais;
• controle de motores.

6.2. ESTRUTURA BÁSICA E SIMBOLOGIA

O transistor bipolar é um dispositivo eletrônico formado através da dopagem em materiais


semicondutores. As junções, em número de duas, podem ser formadas por dois semicondutores do
tipo P e um do tipo N é denominado de “transistor PNP”, ou por dois semicondutores do tipo N e um
do tipo P denominado de “transistor NPN”.
A configuração da estrutura de um transistor, em forma de sanduíche, apresenta duas
junções, uma PN e outra NP, daí o nome de bipolar, sendo a junção central mais fina como observado
nas figuras 6.1a e 6.1b.

N P N P N P

(a) (b)
Figura 6.1: Tipos de transistores: a) NPN; b) PNP

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 47

Os dois tipos de transistores NPN e PNP apresentam as mesmas características de construção


diversificando um do outro apenas pelo fato de que as corrente que circulam pelas junções
encontram-se com polaridades invertidas.
Cada um dos materiais semicondutores, que formam o transistor, é conectado a um terminal
através do qual realiza-se o contato e a ligação nos circuitos eletrônicos. Estes terminais (figura 6.2)
encontram-se definidos como:
• base (B): terminal conectado ao material semicondutor central P (NPN) ou N (PNP);
• emissor (E): terminal conectado a um dos materiais semicondutores externos;
• coletor (C): o outro terminal conectado a um dos materiais semicondutores externos.

C N P N E C P N P E

B B
Figura 6.2: Terminais do transistor

Embora os terminas do coletor e do emissor estejam conectados a um material semicondutor


do mesmo tipo, não é possível trocar as ligações de um terminal com o outro nos circuitos eletrônicos,
porque existe diferença de volume de material semicondutor e de intensidade de dopagem entre os
materiais.
Os transistores são graficamente simbolizados de acordo com a figura 6.3, que difere entre os
dois tipos apenas na seta indicativa do sentido da corrente convencional do emissor.

C C
B B

E E

NPN PNP
Figura 6.3: Simbologia do transistor

Alguns transistores, fabricados para aplicações específicas, são dotados de blindagem. Esta
blindagem consiste em um invólucro metálico ao redor das pastilhas semicondutoras, que tem por
finalidade evitar que o funcionamento do transistor seja afetado por campos elétricos ou magnéticos
do ambiente. Estes transistores apresentam um quarto terminal, ligado à blindagem para que esta
possa ser ligada ao terra do circuito eletrônico. Observe que a simbologia deste tipo de transistor
(figura 6.4) apresenta um quarto terminal.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 48

C
B Blindagem

Figura 6.4: Transistor com um terminal para blindagem

6.3. ENCAPSULAMENTO DO TRANSISTOR

Os transistores podem se apresentar nos mais diversos encapsulamentos, que variam em


função do fabricante, do tipo de montagem e da potência.
Para se identificar os terminais de um transistor, deve sempre ser feita uma consulta ao
manual técnico do fabricante e através de um multímetro realizar as medições entre os terminais para
detectar algum defeito. A figura 6.5 exibe a identificação dos terminais de um transistor obtida do
manual técnico do fabricante.

Pino Descrição
1 emissor
2 base
3 coletor

Figura 6.5: Identificação dos terminais do BC337

Teste de Transistores

Existem equipamentos destinados especificamente ao teste de transistores, que fazem os


mais diversos testes no componente. Entretanto, pode-se realizar um teste nos transistores, usando
um multímetro, que permite detectar os seus defeitos mais comuns.
Da mesma forma, que em um diodo, o teste de transistores com o multímetro não é
definitivo. Um diodo pode “passar” no teste do multímetro e mesmo assim apresentar fuga quando
funcionando com tensões elevadas. O teste com o multímetro detecta apenas os defeitos mais
comuns nos transistores e diodos:
• curto em uma junção PN;
• abertura de uma junção NP.

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Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 49

Analisando-se a estrutura de um transistor observa-se uma junção PN entre a base e o coletor


que para fins de teste pode ser tratada como um diodo (figura 6.6).

C C

N P
B P B N
N P

Figura 6.6: Junção base-coletor do transistor

Da mesma forma, entre a base e o emissor forma-se outra junção PN, que para fins de teste
pode ser tratada também como um diodo (figura 6.7).

N P

B P B N
N P

E E

Figura 6.7: Junção base-emissor do transistor

Desta forma verifica-se que o transistor, para fins de teste com o multímetro pode ser tratado como
dois diodos ligados em oposição como pode ser observado na figura 6.8.

C C
B B

E E

NPN PNP

Figura 6.8: Configuração do transistor

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 50

Portanto, a realização do teste do transistor com o multímetro e feita com o objetivo de se


verificar se existe um curto ou uma abertura entre as junções BC (base-coletor) e BE (base-emissor).

6.4. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O princípio básico de funcionamento, que explica a origem das correntes no transistor é o


mesmo para os transistores NPN e PNP. Por esta razão, estudando-se apenas um tipo a análise do
outro pode ser similarmente realizada, bastando inverter o sentido de circulação das correntes.
A aplicação de tensões externas ao transistor provoca o movimento dos elétrons livres e
lacunas no interior da estrutura cristalina.
O movimento dos portadores livres dá origem a três correntes que circulam nos três terminais
do transistor. Estas correntes são representadas pelas notações IE (corrente de emissor), IB (corrente
de base) e IC (corrente de coletor), como indicado na figura 6.9.

IBB E

Figura 6.9: Correntes que circulam pelos terminais do transistor

Uma tensão aplicada entre a base e o emissor (VBE) do transistor do tipo PNP polarizará a
junção BE diretamente. Haverá um movimento de portadores majoritários do emissor (P) para a base
(N). Chegando na base estes portadores passarão a ser portadores minoritários, devido a mudança da
região de P para N e, devido a alta resistência que encontrarão uma pequena quantidade saíra pelo
terminal de base do transistor , enquanto que a maioria será injetada, através da junção NP, no
material tipo P conectado ao terminal de coletor.
Com a aplicação da lei das correntes de Kirchhoff ao transistor, e de acordo com a explicação
dada no parágrafo anterior, as correntes de base (IB), emissor (IE) e coletor (IC) estão relacionadas
através da seguinte equação:

IE = IC + IB

O valor da corrente de base e tipicamente da ordem de microampéres, enquanto que as


correntes de emissor e coletor apresentam valores da ordem de miliampéres. Devido a diferença na

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 51

ordem de grandeza entre a corrente de base e as correntes de emissor e coletor, e a relação entre
elas dada pela equação anterior a aproximação a seguir é satisfeita:

IC = IE

6.5. CONTROLE DA CORRENTE DE BASE SOBRE A CORRENTE DE COLETOR

A principal característica do transistor reside no fato de que a corrente de base exerce um


controle sobre a corrente de coletor. Ao aumentar a tensão base emissor (VBE) e conseqüentemente
aumentando a corrente de base, verifica-se também um amento na corrente de coletor. Desta forma,
conclui-se que:

VBE aumenta Æ IB aumenta Æ IC aumenta

Por analogia, pode-se afirmar:

VBE diminui Æ IB diminui Æ IC diminui

Desta forma, através de um transistor é possível, através de uma pequena corrente (IB),
controlar a circulação de uma corrente de valor bem maior (IC).

Pequena corrente Controla Corrente muito


IB maior IC

A corrente de coletor e a corrente de base estão relacionadas através da equação a seguir:

IC = ß.IB

O fator ß é definido como ganho de corrente contínua entre base e coletor podendo ser
também representado por hFE.
O valor de ß pode ser obtido no manual de especificação do transistor e depende das
características do transistor e da temperatura de trabalho. O valor de ß se manterá fixo enquanto a
temperatura de trabalho do transistor se manter estável e os limites de operação do transistor,
indicados no manual, não forem extrapolados.

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Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 52

6.6. O CIRCUITO DE COLETOR

Na grande maioria dos circuitos transistorizados o coletor do transistor é conectado a fonte de


alimentação através de um resistor, denominado de “resistor de coletor”, geralmente abreviado por
Rc como visto na figura 6.10.

Figura 6.10: Circuito a transistor com resistor de coletor

O resistor de coletor completa o circuito ou malha de coletor, composto pelo grupo de


componentes onde circula a corrente de coletor como indicado na figura 6.11.

IC

IB

Figura 6.11: Malha do coletor

Ainda na figura 6.11 se verifica que a malha de coletor é composta pelo resistor de coletor Rc
em série com o transistor (Coletor-emissor), aos quais está aplicada a tensão Vcc. Utilizando a
Segunda Lei de Kirchhoff, a equação da malha de coletor é dada por:

VCC – RC.IC – VCE = 0 Æ VCC = VRC + VCE

Onde:
Vcc – É a tensão fornecida pela bateria ao circuito. Desconsiderando-se a influência da resistência
interna pode-se admitir que Vcc tem um valor constante, independente da corrente que o
circuito solicitar.

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Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 53

VRC – É a queda de tensão no resistor de coletor. O valor desta queda de tensão, segundo a Lei de
Ohm, depende de dois fatores: do valor do resistor (RC) e da corrente que está circulando
(Ic) e é dada por: VRC = RC.IC.
VCE – a tensão coletor emissor.

Ex.1: Para o circuito da figura 6.12, determine a queda de tensão do resistor de coletor (VRC) e a
tensão coletor-emissor (VCE).

6mA

Figura 6.12

Solução:

VRC = RC x IC Æ VRC = 680 x 6.10-3 Æ VRC = 4,1 Volts

VCE = VCC –VRC Æ VCE = 12 - 4,1 Æ VCE = 7,9 Volts

A queda de tensão no resistor de coletor RC pode ser determinada através de outra equação
equivalente, que dependerá da corrente de base IB. Desenvolvendo a equação da queda de tensão no
resistor de coletor tem-se:

VRC =RC x IC Æ VRC = RC x ( ß x IB) (IC = ß x IB)

Nesta equação os valores de Rc e ß são constantes, logo se pode dizer que o valor da queda
de tensão no resistor de coletor depende diretamente da corrente de base.
Calculando-se os parâmetros de um circuito a transistor para dois valores diferentes de
corrente de base, pode-se verificar a relação entre os valores de IB, IC, VRC e VCE.

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Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 54

Ex.2: Para o circuito da figura 6.13, determine os valores da corrente de coletor (IC), da queda de
tensão no resistor de coletor (VRC) e a queda de tensão coletor-emissor, admitindo-se primeiro
uma corrente de base de 40µA e depois para uma corrente de base de 70µA e compare os
resultados encontrados.

β= 100

Figura 6.13

Solução:

a) para IB = 40µA
IC = ß x IB Æ IC = 100 x 40.10-6 Æ IC = 4mA

VRC = RC x IC Æ VRC = 4.10-3 x 820 Æ VRC = 3,3V

VCE = VCC - VRC Æ VCE = 10 – 3,3 Æ VCE = 6,7V

b) para IB = 70µA
IC = ß x IB Æ IC = 100 x 70.10-6 Æ IC = 7mA

VRC = RC x IC Æ VRC = 7.10-3 x 820 Æ VRC = 5,8V


VCE = VCC - VRC Æ VCE = 10 – 5,8 Æ VCE = 4,2V

Os valores obtidos são mostrados na tabela 6.1.

Tabela 6.1: Resultados obtidos


Corrente de base Corrente de coletor Tensão no resistor Tensão coletor
IB IC de coletor (VRC) emissor (VCE)
40µA 4mA 3,3V 6,7V
70µA 7mA 5,8V 4,2V

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 55

Comparando-se os valores obtidos, nas duas situações, e mostrados na tabela 6.1 conclui-se
que:
- Se IB aumenta Æ IC aumenta
- Se IC aumenta Æ VRC aumenta;
- Se VRC aumenta Æ VCE diminui.

6.7. REGIÕES DE OPERAÇÃO DO TRANSISTOR

No circuito da figura 6.14, variando-se as tensões VBB e VCC, diferentes valores de tensões e
correntes podem ser obtidos. Medindo-se os valores de IC e VCE para uma dada corrente de base IB,
obtém-se a curva IC x VCE como mostrada na figura 6.15. Observe que para cada valor de IB ter-se-á
uma curva diferente.

VCC

Figura 6.14: Circuito Emisssor comum

IC (mA)
25
6 20
5 IB (μA)
15
4
3 10
2 5
1

1 4 7 10 13 16 19 VCE (V)
Figura 6.15: Curva Característica de transistor

Definindo-se um valor de trabalho para a corrente de base o transistor poderá ser configurado
para trabalhar em três regiões de operação, dependendo dos valores da corrente de coletor e da

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 56

tensão coletor-emissor VCE. Estas regiões são denominadas de:

- Região Ativa;
- Região de Corte e;
- Região de Saturação.

Na figura 6.15, estas regiões estão demarcadas segundo as linhas tracejadas. Além destas
três regiões, existe uma quarta região de operação, chamada região de ruptura, onde o transistor não
pode trabalhar para não ser danificado. Esta região ocorre quando a tensão VCE do transistor
ultrapassar o seu valor nominal máximo indicado na folha de especificação do transistor. Na figura
6.15 esta região é delimitada pela linha tracejada vertical para VCE maior que 19 V.
A região ativa é toda região compreendida entre as duas linhas verticais tracejadas. Nesta
região a junção Base-Emissor encontra-se diretamente polarizada e a junção Base-Coletor encontra-se
reversamente polarizada. É a região normal de operação do transistor onde o mesmo é configurado
para trabalhar como amplificador. Observa-se que nesta região a corrente de coletor é praticamente
constante para uma variação de VCE entre 1 V e 19 V.
As outras duas regiões, de saturação e de corte, são regiões em que o transistor é
configurado para trabalhar como chave, aberta ou fechada.
A região de corte é a região abaixo da linha tracejada horizontal. Nesta região, diz-se que o
transistor está no corte. O transistor estará funcionando nesta região como uma chave aberta, devido
a não se ter corrente circulando pelo coletor, já que a corrente de base IB é igual a zero. Desta forma,
quase toda a tensão de alimentação VCC estará sobre o coletor (VC ≈ VCC), visto que a corrente de
coletor é aproximadamente igual a zero. Para o circuito exemplo, como o terminal de emissor
encontra-se aterrado, VCE = VC = VCC. Portanto, a tensão de coletor-emissor máxima para o circuito
será alcançada quando o transistor estive no corte.
Na região de saturação o transistor funciona como chave fechada, onde a tensão coletor-
emissor VCE apresenta um valor abaixo de 1V. Na figura 6.15 é a região à esquerda da linha tracejada
vertical mais á esquerda. Os manuais técnicos informam a tensão de saturação de coletor-emissor
(VCESAT). Dependendo dos parâmetros do circuito a corrente de saturação (ICSAT) irá se modificar, não
podendo ultrapassar a corrente máxima permitida pelo transistor e indicada no manual.
A corrente de saturação é a máxima corrente possível fornecida para o circuito podendo ser
determinada, através da malha coletor-emissor, fazendo-se a tensão VCE aproximadamente igual a
zero (tensão de saturação). Na figura 6.15, a equação da malha coletor-emissor é dada por:

VCC – RC x IC – VCE – VE = 0

como VE = 0 e fazendo VCE = 0 (saturação), a equação anterior se resumirá em:

VCC – RC x ICSAT = 0

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Capítulo 6 – Trasistores Bipolares 57

logo a corrente de saturação, ou seja, a corrente de coletor máxima para o circuito pode ser calculada
como:

VCC
I C SAT =
RC

Ex.1: Para o circuito da figura 6.16, responda:

a) qual é o valor da corrente de saturação (ICSAT) e da tensão de corte do coletor. (Considere


que o manual indique uma tensão de saturação coletor-emissor VCESAT = 0,3V e uma corrente
de corte de coletor ICcorte=0)

b) em que região de operação o transistor se encontra (corte, saturação ou ativa)

c) Caso o transistor não esteja nem no corte nem na saturação, quais mudanças poderiam ser
realizadas para que o transistor fosse para o corte e para a saturação.

β=50

Figura 6.16

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Bibliografia 58

BIBLIOGRAFIA

[1] BOYLESTAD, Robert. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos, Editora Prentice/Hall do Brasil,
8ª Edição, 2004, Rio de Janeiro – RJ.

[2] MARKUS, Otavio. Ensino Modular - Sistemas Analógicos e Circuitos com Diodos e Transistores. 5ª
Ed, Editora Érica.

[3] ALMEIDA, José Luiz Antunes. Dispositivos Semicondutores. Ed. Érica. 1996.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos A – Tabela de Diodos 59

ANEXOS

ANEXO A: TABELA DE DIODOS

1. DIODOS ZENERS

ZENER ZENER TENSÃO (V) POTÊNCIA (W)


1N746A BZX79C3V3 3,3 0,5
1N747A BZX79C3V6 3,6 0,5
1N748A BZX79C3V9 3,9 0,5
1N750A BZX79C4V7 4,7 0,5
1N751A BZX79C5V1 5,1 0,5
1N752A BZX79C5V6 5,6 0,5
1N753A BZX79C6V2 6,2 0,5
1N754A BZX79C6V8 6,8 0,5
1N755A BZX79C7V5 7,5 0,5
1N756A BZX79C8V2 8,2 0,5
1N757A BZXT9C9V1 9,1 0,5
1N758A BZX79C10 10 0,5
1N962B BZX79C11 11 0,5
1N759A BZXT9C12 12 0,5
1N964B BZX79C13 13 0,5
1N965B BZX79C15 15 0,5
1N966B BZX79C16 16 0,5
1N967B BZX79C18 18 0,5
1N968B BZX79C20 20 0,5
1N969B BZX79C22 22 0,5
1N970B BZX79C24 24 0,5
1N971B BZX79C27 27 0,5
1N972B BZX79C30 30 0,5
1N973B BZX79C33 33 0,5
1N4728A BZX81C3V3 3,3 1
1N4729A BZX81C3V6 3,6 1
1N4730A BZX81C3V9 3,9 1
1N4731A BZX81C4V3 4,3 1
1N4732A BZX81C4V7 4,7 1
1N4733A BZX81C5V1 5,1 1
1N4734A BZX81C5V6 5,6 1
1N4735A BZX81C6V2 6,2 1
1N4736A BZX81C6V8 6,8 1
1N4737A BZX81C7V5 7,5 1
1N4738A BZX81C8V2 8,2 1
1N4739A BZX81C9V1 9,1 1
1N4740A BZX81C10 10 1
1N4741A BZX81C11 11 1
1N4742A BZX81C12 12 1
1N4743A BZX81C13 13 1
1N4744A BZX81C15 15 1

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos A – Tabela de Diodos 60

1N4745A BZX81C16 16 1
1N4746A BZX81C18 18 1
1N4747A BZX81C20 20 1
1N4748A BZX81C22 22 1
1N4749A BZX81C24 24 1
1N4750A BZX81C27 27 1
1N4751A BZX81C30 30 1
1N4752A BZX81C33 33 1

TENSÃO ZENER ZENER ZENER


(V) 0,5W 1W 5W
2,4 1N5221B ------------ -----------
2,7 1N5223B ------------ -----------
3.0 1N5225B ------------ -----------
3.3 1N5226B 1N4728A 1N5333B
3,6 1N5227B 1N4729A 1N5334B
3,9 1N5228B 1N4730A 1N5335B
4,3 1N5229B 1N4731A 1N5336B
4,7 1N5230B 1N4732A 1N5337B
5,1 1N5231B 1N4733A 1N5338B
5,6 1N5232B 1N4734A 1N5339B
6,0 1N5233B ------------- 1N5340B
6,2 1N5234B 1N4735A 1N5341B
6,8 1N5235B 1N4736A 1N5342B
7,5 1N5236B 1N4737A 1N5343B
8,2 1N5237B 1N4738A 1N5344B
8,7 ----------- ------------- 1N5345B
9,1 1N5239B 1N4739A 1N5346B
10 1N5240B 1N4740A 1N5347B
11 1N5241B ------------- 1N5348B
12 1N5242B 1N4742A 1N5349B
13 1N5243B 1N4743A 1N5350B
14 ----------- ------------- 1N5351B
15 1N5245B 1N4744A 1N5352B
16 1N5246B 1N4745A 1N5353B
18 1N5248B 1N4746A 1N5355B
20 1N5250B 1N4747A 1N5357B
22 1N5251B 1N4748A 1N5358B
24 1N5252 1N4749A 1N5359B
27 1N5254B 1N4750A 1N5361B
28 ----------- ------------- 1N5362B
30 1N5256B 1N4751A 1N5363B
33 1N5257B 1N4752A 1N5364B
36 1N5258B 1N4753A 1N5365B
39 1N5259B 1N4754A 1N5366B
43 1N5260B 1N4755A 1N5367B
47 1N5261B 1N4756A 1N5368B
51 1N5262B 1N4757A 1N5369B
56 1N5263B 1N4758A 1N5370B
62 1N5265B 1N4759A 1N5372B
68 1N5266B 1N4760A 1N5373B
75 1N5267B 1N4761A 1N5374B
82 1N5268B 1N4762A 1N5375B

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos A – Tabela de Diodos 61

91 1N5270B 1N4763A 1N5377B


100 ----------- 1N4764A 1N5378B
120 ----------- ------------- 1N5380B
150 ----------- ------------- 1N5383B
200 ----------- ------------- 1N5388B

2. DIODOS GERAIS

TIPO USO CORRENTE TENSÃO REVERSA


MÁXIMA
1N914 detetor/alta 75ma 75 volts
velocidade
1N4148 detetor/alta 200mA 75 volts
velocidade
BB119 varicap usado em ------------- -------------
CAF
BB809 varicap usado em ------------- -------------
VHF
1N4001 retificador 1 A 50 volts
1N4002 retificador 1 A 100 volts
1N4003 retificador 1 A 200 volts
1N4004 retificador 1 A 400 volts
1N4005 retificador 1 A 600 volts
1N4006 retificador 1 A 800 volts
1N4007 retificador 1 A 1000 volts

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 1: Osciloscópio e Geradores de Funções 62

ANEXO B: GUIAS DE EXPERIMENTOS

EXPERIMENTO 1: OSCILOSCÓPIO E GERADORES DE FUNÇÕES

I. INTRODUÇÃO

Em diversas aplicações, a realização de testes para confirmação do perfeito funcionamento de


circuitos projetados ou mesmo de algumas máquinas industriais se torna necessária. Sendo assim, o
uso de instrumentos que geram formas de onda conhecidas e com parâmetros que possam ser
ajustados de acordo com o teste a ser efetivado é uma etapa primordial. Dentro ainda de uma etapa
de análise ou aferição, assim como em processos de manutenção, observa-se também a necessidade
de visualizar a forma de onda de diversos pontos de um circuito. Desta forma, o aprendizado do
manuseio de instrumentos que tenham a função de gerar formas de onda e de instrumentos que
tenham a função de adquiri as mesmas e exibi-las de forma gráfica, se torna essencial para um
técnico da área industrial.
O primeiro instrumento a ser estudado neste experimento será o gerador funções. O mesmo
pode gerar três tipos de funções diferentes: senoidal; triangular e; quadrática. Para qualquer uma
destas formas de onda será possível configurar tanto o valor da amplitude (volts) como o valor da
freqüência (Hz, KHz, MHz). Para esta segunda variável o gerador a ser utilizador exibirá em um
mostrador digital o valor da freqüência para o qual a forma de onda foi ajustada. Além destas
características, o gerador estudado contém outras que não será objeto deste experimento.
O segundo instrumento que será apresentado e estudado será o osciloscópio. O osciloscópio
permite que a forma de onda de um sinal seja visualizada em sua tela gráfica, constituída de um tubo
de raios catódicos. De acordo com o nível de tensão e do valor da freqüência de um sinal, aplicado
através de pontas de prova, o osciloscópio deverá ser ajustado, de forma que possa ser visualizado
em sua tela, toda a excussão do sinal (pico a pico) e pelo menos um período do mesmo. Deve-se
também ter o bom senso de aplicar um sinal, na entrada do osciloscópio, que apresente um nível de
tensão menor que o máximo tolerado pelo mesmo e evitando assim a sua quebra.

II. OBJETIVOS

• Verificar o funcionamento de um gerador de funções;


• Verificar o funcionamento de um osciloscópio;

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 1: Osciloscópio e Geradores de Funções 63

III. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

• Gerador de sinais:
• Osciloscópio.

IV. DESENVOLVIMENTO

PREPARAÇÃO

A preparação para este primeiro experimento foi realizada em sala de aula.

EXPERIMENTOS

1. Ligue o osciloscópio e o gerador de funções conectando-os através de seus cabos (ponta de prova
do osciloscópio com o cabo do gerador). Utilize o canal 1 do osciloscópio e a saída externa do
gerador.

2. Configure o gerador para um sinal senoidal com valor de pico a pico de 2V (valor DC igual a zero)
e freqüência de 500Hz. Visualize este sinal no osciloscópio e preencha a tabela 1.

Tabela 1
Osciloscópio
Escala de Escala de Nº divisões Nº divisões Vp (+) Vp (-) Vpp T F
tensão tempo vertical horizontal (Volts) (Volts) (Volts) (ms) (Hz)
(V/div) (s/div) (tensão) (período)

3. Configure o gerador para um sinal senoidal com valor de pico positivo de 2V e negativo de 1V
(valor DC maior que zero) e freqüência de 2KHz. Visualize este sinal no osciloscópio e preencha a
tabela 2.
Tabela 2
Osciloscópio
Escala de Escala de Nº divisões Nº divisões Vp (+) Vp (-) Vpp T F
tensão tempo vertical horizontal (Volts) (Volts) (Volts) (ms) (Hz)
(V/div) (s/div) (tensão) (período)

4.
Configure o gerador para um sinal quadrático com valor de pico positivo de 1V e negativo de 2V

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 1: Osciloscópio e Geradores de Funções 64

(valor DC menor que zero) e freqüência de 12KHz. Visualize este sinal no osciloscópio e preencha
a tabela 3.
Tabela 3
Osciloscópio
Escala de Escala de Nº divisões Nº divisões Vp (+) Vp (-) Vpp T F
tensão tempo vertical horizontal (Volts) (Volts) (Volts) (ms) (Hz)
(V/div) (s/div) (tensão) (período)

QUESTÕES

1. Compare o valor da freqüência indicada pelo gerador com a medida no osciloscópio de cada
configuração realizada. Calcule e comente os erros.

2. Como se pode determinar, através do osciloscópio, se um sinal apresenta um valor DC diferente


de zero? E caso deseje visualizar este sinal sem o valor DC, ou seja, retirar o mesmo, como se
deve configurar o osciloscópio?

3. Para as três formas de onda a seguir (senoidal, triangular e quandrada) determine: Vp (V)
positivo e negativo; Vpp (V); o período (s) e; a freqüência (Hz).

LEGENDA X ESCALA

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 2 e 3: Circuitos Retificadores; Filtragem Capacitiva e Regulador Zener 65

EXPERIMENTO 02 – CIRCUITOS RETIFICADORES DE MEIA


ONDA E ONDA COMPLETA

EXPERIMENTO 03 – FILTRAGEM CAPACITIGA E REGULADOR


ZENER

I. INTRODUÇÃO

O projeto de circuitos que utilizam dispositivos semicondutores faz uso da tensão contínua
como fonte de alimentação. Tendo em vista o aproveitamento da tensão alternada da rede elétrica,
faz-se necessário a sua conversão em fonte contínua. Para esta tarefa os circuitos retificadores são
utilizados em conjunto com filtros capacitivos. A figura 1 mostra as etapas realizadas na conversão
AC/DC.

Entrada

Figura 1 – Diagrama em blocos de uma fonte DC completa

O transformador utilizado na figura tem como finalidade realizar uma atenuação do sinal de
entrada além de isolar a saída da entrada.

I.1. Retificação

Os circuitos retificadores são constituídos basicamente por diodos. Eles podem ser
classificados em dois tipos, os de meia onda e os de onda completa. Um exemplo de circuito
retificador de meia onda é mostrado na figura 2. Já na figura 3 são exibidos dois exemplos de
circuitos de retificadores de onda completa.

Vi RL

Figura 2 – Circuito retificador de meia onda

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 2 e 3: Circuitos Retificadores; Filtragem Capacitiva e Regulador Zener 66

D1

Vrede
RL
Vrede RL
D2

(a) (b)

Figura 3 – Circuitos retificadores de onda completa: (a) Derivação central; (b) Ponte

Os dois tipos de retificadores são diferenciados pela forma de onda do sinal de saída gerada.
Nos retificadores de meia onda, a saída apresenta apenas um semiciclo (positivo ou negativo). Já no
de onda completa os dois semiciclos do sinal de entrada são copiados para a saída, sendo que em um
deles com a concavidade da onda invertida. A figura 4 mostra as formas de onda destes dois tipos de
retificadores para um mesmo sinal aplicado.

Vimáx Vomáx Vomáx

(a) (b) (c)

Figura 4 – Formas e onda de circuitos retificadores: (a) sinal aplicado; (b) saída de retificador
de meia onda; (c) saída de retificador de onda completa

O valor máximo da tensão de saída Vomáx, em termos reais, é definido pelo valor máximo da
tensão de entrada subtraído da tensão do(s) diodo(s). Tanto para o retificador de meia onda como
para o de onda completa a base de transformador com derivação central, o decréscimo é relativo a
tensão de apenas um diodo (equação 1.1). Já para o retificador de onda completa em ponte o valor é
relativo a queda em dois diodos (diodos que se mantêm polarizados durante um semiciclo - equação
1.2). Sendo assim temos:

Vomáx = Vimáx − VD (1.1)


(meia onda e onda completa com TRAFO de derivação central)

Vomáx = Vimáx − 2.VD (1.2)

(onda completa em ponte)

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 2 e 3: Circuitos Retificadores; Filtragem Capacitiva e Regulador Zener 67

Para a determinação do valor DC da tensão de saída é utilizado a equação 1.3 e 1.4:

Vomáx
VDC = (1.3)
π
(meia onda)

Vomáx
VDC = 2. (1.4)
π
(onda completa)

Um outro parâmetro que deve ser avaliado na elaboração de um retificador é o valor máximo
que os diodos podem ser submetidos quando polarizados reversamente. Este parâmetro é definido
como tensão de pico inversa (TPI), que equivalem aos valores descritos nas equações 1.5, 1.6 e 1.7.

TPI = V máx (1.5)

(meia onda)

TPI = 2.V máx


(1.6)
(onda completa com TRAFO em derivação central)

TPI = V máx (1.7)


(onda completa em ponte)

I.2. Filtragem

A segunda etapa realizada em um circuito de conversão AC/DC é a filtragem capacitiva. Neste


ponto o sinal retificado será transformado de sua forma pulsante para uma forma mais próxima da
contínua, apresentando ondulações que podem ser reduzidas dependendo do valor do capacitor e da
carga utilizados. Desta forma o valor DC do mesmo será aumentado para um valor máximo igual à
tensão máxima do sinal retificado. A figura 5 mostra os sinais de saída de um circuito com filtro.

Vimax Vimax

Vrpp
Vrpp

(a) (b)

Figura 5 – Tensão de saída do circuito retificador com filtro: (a) meia onda; (b) onda completa

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 2 e 3: Circuitos Retificadores; Filtragem Capacitiva e Regulador Zener 68

A ondulação observada, definida como tensão de ripple, mostra a eficácia do circuito. Ela é
resultante da descarga capacitiva sobre a resistência de carga RL durante o intervalo em que os
diodos se encontram polarizados reversamente (tensão de entrada menor que tensão sobre o
capacitor). Desta forma, a fim de melhorar a eficiência do circuito diminuindo-se, assim, a ondulação
do mesmo, a constante de tempo RC durante a descarga capacitiva deve apresentar um valor
compatível com a freqüência do sinal.

I.3. Estabilização

A terceira etapa a ser projetada e que eliminará a ondulação do sinal após a filtragem
capacitiva é a de estabilização ou regulação. Esta etapa consiste em projetar um circuito que
mantenha constante a tensão de saída para uma tensão de entrada oscilando em torno de um valor.
Portanto, o circuito de estabilização deve ser projetado de acordo com tensão de ripple do sinal a ser
estabilizado.
Um circuito regulador com diodo zener é mostrado na figura 6. O sinal de entrada VE é aquele
obtido na saída do filtro capacitivo apresentando variações de ± ∆VE.

Figura 6 – Circuito estabilizador com carga

O circuito regulador dever ser projetado de forma que, havendo variações na tensão de
entrada, a tensão de saída VL deverá permanecer constante e igual à tensão zener VZ. Observa-se que
a corrente total do circuito IS = IZ + IL é constante para uma carga fixa RL. As variações da corrente IS
(variação da tensão de entrada) e da corrente IL serão compensadas pela corrente IZ limitada por IZmin
e IZmáx.
No circuito da figura 6 o resistor RS tem como função limitar a corrente no diodo zener. A
corrente sobre o diodo zener será máxima (IZmáx) quando a carga for infinita (IL=0) e a tensão de
entrada for máxima (VEmáx = VE + ∆VE). Para este a resistência RS será mínima e definida pela
equação 2.

VEmáx − VZ ⇒ VEmáx − VZ
RS min = RS min = ( I L min = 0)
I Zmáx + I L min I Zmáx
(2)

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 2 e 3: Circuitos Retificadores; Filtragem Capacitiva e Regulador Zener 69

O valor máximo para RS, definido pela equação 3, será aquele que irá impor sobre o diodo
zener uma corrente mínima (IZmin). Esta corrente pode ser considerada igual a 10% do valor da
corrente máxima quando não for especificada no manual do fabricante. Para assegurar esta corrente
a tensão de entrada é considerada como mínima (VEmin = VE - ∆VE).

V E min − VZ
RSmáx = (3)
I Z min + I Lmáx

Escolhido o valor da resistência RS, pode-se encontrar o valor máximo da corrente que poderá
ser fornecida para a carga através da equação 4.

I Lmáx = I S − I Z min ⇒ I Lmáx =


(VE min − VZ )
− I Z min (4)
RS

Para finalizar, poderemos calcular os valores mínimo e máximo que a tensão de entrada
poderá apresentar para que a tensão sobre uma carga RL fixa mantenha-se estável. Desta forma
temos:

VL
IL = VE = RS .I S + VZ IS = IZ + IL
RL

V E min = R S .(I Z min + I L ) + V Z e V Emáx = R S .(I Zmáx ) + V Z

II. OBJETIVOS

• Verificar o funcionamento dos circuitos retificadores, avaliando as diferença entre os tipos;


• Observar o sinal de saída de um retificador com e sem uma etapa de filtragem capacitiva;
• Avaliar a necessidade da estabilização em um projeto de fonte DC;
• Verificar a necessidade de uma filtragem capacitiva para a estabilização de tensão.

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 2 e 3: Circuitos Retificadores; Filtragem Capacitiva e Regulador Zener 70

III. MATERIAL EXPERIMENTAL UTILIZADO

• Osciloscópio e multímetro;
• Transformador: 110VRMS/14VRMS+14VRMS-1A;
• Resistor: 82Ω/1W, 1KΩ/0.25W, 3.3KΩ/0.25W e 8.2KΩ/0.25W; 10KΩ/0.25W;
• Capacitor: 1000μF/25V;
• Diodo retificador: 1N4007;
• Ponte retificadora: 1A/800V;
• Diodo Zener: BZ 79C3V3 / 0,5W.

IV. DESENVOLVIMENTO

PREPARAÇÃO

1. Considerando as duas posições para chave S, indicadas nas alternativas a seguir, determine a
equação da tensão de saída Vo(t) e esboce, indicando valores, o seu gráfico para os circuitos da
figura P1 e P2. Calcule, também, o valor médio (DC) de VO(t) para cada circuito. Explique ainda a
diferença obtida entre os dois circuitos. Considere um TRAFO de (110V/12V+12V)ac.

a) a chave S aberta; b) a chave S fechada;

82Ω

Figura P1 – Retificador de meia onda

Figura P2 – Retificador de onda completa em ponte

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 2 e 3: Circuitos Retificadores; Filtragem Capacitiva e Regulador Zener 71

2. Para o circuito da figura P3, alimentado com um ripple de 10VDC ± 10% (Vi), dimensione o valor
para Rs (resistência e potência). Considere a utilização de um diodo zener de 3V3/0.5W. Calcule a
corrente de carga máxima (ILmáx) que poderá ser fornecida e a nova variação da tensão de
entrada (Vi mín e Vi máx) após o dimensionamento de RS. Utilize RL igual a 1K Ω.

Figura P3 – Circuito regulador com diodo zener

EXPERIMENTOS

1. Monte o circuito da figura P1. Utilizando o osciloscópio e o multímetro realize medidas e preencha
a tabela E1. Observe e anote os resultados e as diferenças encontradas.
Tabela E1
Resistor Chave
Chave aberta 82Ω 10KΩ
82Ω fechada
Vpico Vrpp
VDC
VDC (osciloscópio)
(osciloscópio)
VDC
VDC (multímetro)
(multímetro)

2. Repita o item 1 para o circuito da figura P2 e preencha a tabela E2.

Tabela E2
Resistor Chave
Chave aberta 82Ω 10KΩ
82Ω fechada
Vpico Vrpp
VDC
VDC (osciloscópio)
(osciloscópio)
VDC
VDC (multímetro)
(multímetro)

Noções de Eletrônica Analógica – Ivanildo Maciel


Anexos B – Experimento 2 e 3: Circuitos Retificadores; Filtragem Capacitiva e Regulador Zener 72

3. Monte o circuito da figura E1 e conforme os valores da resistência de carga RL, descritos na tabela
E3, meça e anote o valor da tensão de saída Vo e corrente IL. Observe os resultados.

Figura E1 – Circuito de fonte DC com regulador zener

Tabela E3

RL (KΩ) VO (V) IL(mA)

1,0

3,3

8,2

QUESTÕES

1. Compare os resultados encontrados nos experimentos com os valores teóricos calculados.


Determine e comente todos os resultados e erros obtidos.

2. Para os experimentos 1 e 2 explique a diferença obtida ao ser alterado o valor da resistência de


carga. Explique por que para um mesmo valor de resistência de carga obteve-se resultados
diferentes entre os circuitos.

3. Descreva o funcionamento do circuito da figura a seguir, indicando os valores de tensão


armazenados sobre cada capacitor.

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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